3. 1. (Fuvest 2013) “Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao
mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e
tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a
justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser
cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e
esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos
proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos nossos
costumes! Nossos senhores colherão o que semearam.” (Graco
Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette. Mídia,
cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 31.
Adaptado.)
O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher,
no início da Revolução Francesa de 1789. O autor
a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a continuidade
do Antigo Regime, seus métodos e costumes políticos.
b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucionários por
acreditar que não havia outra maneira de transformar o país.
c) defende a criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei.
d) caracteriza a violência revolucionária como uma reação
aos castigos e à repressão antes existentes na França.
e) aceita os meios de tortura empregados pelos revolucionários e os
considera uma novidade na história francesa.
4. 2. (Fgv 2012) Leia o fragmento.
“Na segunda metade do século XVIII, a preocupação com o “bem governar” era um imperativo
tanto para a manutenção do monarca, de modo a que não se fortalecessem outras pretensões
de legitimidade, quanto para a conservação do próprio regime, da monarquia absolutista, pois
tratava-se de evitar que certas ideias correntes, como governos elegíveis e parlamentos
poderosos, tomassem corpo. (...)
(...) o despotismo esclarecido varia de país para país, dependendo de cada processo histórico e de
sua abertura ao movimento de ideias da ilustração (...)” (Antonio Mendes Junior et al. Brasil
História: texto e consulta, volume 1, Colônia.)
Sobre o fenômeno histórico em referência, no caso de Portugal, é correto considerar que
a) o atraso econômico português gerava dependência política e militar, colocando em
perigo inclusive o império colonial português, e nesse processo ocorreram as
reformas pombalinas, que representaram um maior controle português sobre o
Brasil.
b) as autoridades monárquicas portuguesas se anteciparam às ondas revolucionárias do mundo
atlântico e criaram metas de aumento da participação das diversas classes sociais nas instâncias
de poder, o que gerou o primeiro parlamento na Europa moderna.
c) coube ao Marquês de Pombal o apontamento de um acordo estratégico com a Inglaterra,
concretizado com o Tratado de Methuen, que permitiu a independência econômica de Portugal e
regalias para a mais importante colônia lusa, o Brasil.
d) as ideias iluministas foram abominadas pelas autoridades portuguesas, assim como pelas elites
coloniais e metropolitanas, pois representavam um forte retrocesso nas concepções de liberdade
de mercado, defendidas pelo mercantilismo.
e) o contundente crescimento da economia de Angola, por causa do tráfico de escravos e da
produção de manufaturados, e da economia açucareira no Brasil, foram decisivos para a opção
portuguesa em transferir a sede da Coroa portuguesa para a América.
5. 3. (Mackenzie 2009) O liberalismo, como doutrina política atuante no
cenário europeu, desde o final do século XVIII, apesar de servir
principalmente aos interesses da classe burguesa, contagiou as
parcelas populares da sociedade oprimidas pelos nobres e pelos reis
absolutistas. A sociedade liberal burguesa, mesmo sendo
essencialmente elitista, era mais livre do que a do Antigo Regime,
por:
a) acreditar nos princípios democráticos, criando oportunidades para
que todos pudessem enriquecer.
b) permitir maior liberdade de expressão e pensamento, e
restringir a esfera de atuação do poder estatal.
c) aumentar, ao máximo, o poder do Estado, para que este defendesse
as liberdades individuais de cada cidadão.
d) garantir a igualdade de todos perante a lei e o direito à participação
política para todos os indivíduos.
e) praticar o liberalismo econômico, acreditando na livre iniciativa e
na regulamentação do comércio pelo Estado.
6. 4. (Ufmg 2008) Leia este trecho:
"[As] camadas sociais elevadas, que se pretendem úteis às outras, são de fato úteis a si
mesmas, à custa das outras [...] Saiba ele [o jovem Emílio] que o homem é naturalmente
bom [...], mas veja ele como a sociedade deprava e perverte os homens, descubra no
preconceito a fonte de todos os vícios dos homens; seja levado a estimar cada indivíduo,
mas despreze a multidão; veja que todos os homens carregam mais ou menos a mesma
máscara, mas saiba também que existem rostos mais belos do que a máscara que os
cobre." (ROUSSEAU, Jean-Jacques. "Emílio ou Da educação". São Paulo: Martins
Fontes, 1985. p. 311.)
A partir dessa leitura e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO
afirmar que o autor
a) compreende que os preconceitos do homem são inatos e responsáveis pelos infortúnios
sociais e pelas máscaras de que este se reveste.
b) considera a sociedade responsável pela corrupção do homem, pois cria uma
ordem em que uns vivem às custas dos outros e gera vícios.
c) deseja que seu discípulo seja como os homens do seu tempo e, abraçando as máscaras e os
preconceitos, contribua para a coesão da sociedade.
d) faz uma defesa do homem e da sociedade do seu tempo, em que, graças à Revolução
Francesa, se promoveu uma igualdade social ímpar.
7. 5. (Unifesp 2007) No preâmbulo da Constituição
francesa de 1791 lê-se:
"Não há mais nobreza, nem distinções hereditárias,
nem distinções de Ordens, nem regime feudal... Não
há mais nem venalidade, nem hereditariedade de
qualquer ofício público; não há mais para qualquer
porção da Nação, nem para qualquer indivíduo
qualquer privilégio nem exceção..."
Do texto depreende-se que, na França do Antigo
Regime, as pessoas careciam de
a) igualdade jurídica.
b) direitos de herança.
c) liberdade de movimento.
d) privilégios coletivos.
e) garantias de propriedade.
8. 6. (Pucsp 2007) A reflexão sobre os significados da religião e
seu papel nas sociedades esteve presente no Renascimento
cultural e em outros movimentos, entre o século XVI e o XIX.
Entre eles, podemos destacar
a) as Reformas protestantes, que permitiram a tradução e a
leitura direta dos textos sagrados e reforçaram, dessa
maneira, o controle dos religiosos sobre os fiéis.
b) o Classicismo, que recuperou a tradição politeísta da
antiguidade clássica e defendeu a supremacia dos cultos
pagãos sobre o monoteísmo cristão.
c) as Cruzadas católicas, que contaram com ampla participação
popular e nobre, na tentativa de reconquistar cidades
sagradas ocupadas pelos mouros.
d) a conquista da América por espanhóis, portugueses e
ingleses, que se consideravam missionários da evangelização e
difusão de preceitos do catolicismo.
e) o Iluminismo, que reiterou o caráter racional do
homem e refutou a influência religiosa sobre os
Estados nacionais e sobre os indivíduos.
9. 7. (Fuvest 2005) A "Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão", votada pela Assembleia Nacional
Constituinte francesa, em 26 de agosto de 1789, visava
a) romper com a Declaração de Independência dos
Estados Unidos, por esta não ter negado a escravidão.
b) recuperar os ideais cristãos de liberdade e igualdade,
surgidos na época medieval e esquecidos na moderna.
c) estimular todos os povos a se revoltarem contra seus
governos, para acabar com a desigualdade social.
d) assinalar os princípios que, inspirados no
Iluminismo, iriam fundar a nova constituição
francesa.
e) pôr em prática o princípio: a todos, segundo suas
necessidades, a cada um, de acordo com sua capacidade.
10. 8. (Fuvest 2004) "A autoridade do príncipe é limitada pelas leis da natureza
e do Estado... O príncipe não pode, portanto, dispor de seu poder e de seus
súditos sem o consentimento da nação e independentemente da escolha
estabelecida no contrato de submissão..." (Diderot, artigo "Autoridade
política", Enciclopédia. 1751)
Tendo por base esse texto da Enciclopédia, é correto afirmar que o autor
a) pressupunha, como os demais iluministas, que os direitos de cidadania
política eram iguais para todos os grupos sociais e étnicos.
b) propunha o princípio político que estabelecia leis para legitimar o poder
republicano e democrático.
c) apoiava uma política para o Estado, submetida aos princípios da escolha
dos dirigentes da nação, por meio do voto universal.
d) acreditava, como os demais filósofos do Iluminismo, na revolução armada
como único meio para a deposição de monarcas absolutistas.
e) defendia, como a maioria dos filósofos iluministas, os princípios
do liberalismo político que se contrapunham aos regimes
absolutistas.
11. 9. (Ufmg 2000) “O objetivo grande e principal, portanto, da união
dos homens em comunidades, colocando-se eles sob governo, é a
preservação da propriedade.” (LOCKE, John. SEGUNDO
TRATADO SOBRE O GOVERNO, 1690.)
Assinale a alternativa que apresenta uma condição para a cidadania
coerente com o objetivo dos governos defendido pelo pensador.
a) "Não pode ser cidadão senão aquele que faz parte do povo. Não
pode fazer parte do povo senão aquele que tem sangue alemão..."
(PROGRAMA NAZISTA, 1920)
b) "São eleitores os brasileiros, de um e de outro sexo, maiores de 18
anos que se alistarem na forma da lei. Não podem alistar-se como
eleitores: os analfabetos; os militares em serviço ativo; os
mendigos..."(CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, 1937, Art. 117)
c) "São eleitores, sem condição de censo, todos os franceses de 21 anos
de idade e gozando de seus direitos civis e
políticos."(CONSTITUIÇÃO FRANCESA, 1848, Art. 25)
d) "São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais [...]
os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis,
por bens de raiz, indústria, comércio ou
empregos."(CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA, 1826, Art. 64
parágrafo 5o)