Imersão e compensação são as técnicas básicas necessárias para iniciar a prática do Mergulho Livre.
Além destas técnicas, o mergulhador deve ter conhecimento sobre a fisiologia do mergulho, em especial perceber como funciona o reflexo de imersão.
5. Mergulho Livre - Preparação Física (v5.12.25)João Costa
Para uma prática avançada do Mergulho Livre é indispensável ter uma preparação física e mental específica que prepare o mergulhador para superar os seus limites.
5. Mergulho Livre - Preparação Física (v5.12.25)João Costa
Para uma prática avançada do Mergulho Livre é indispensável ter uma preparação física e mental específica que prepare o mergulhador para superar os seus limites.
1. Mergulho Livre - Prevenção e Segurança (v 5.1.11)João Costa
A segurança de uma actividade é definida por um conjunto de práticas que favorecem a sua realização com o mínimo de risco possível, com os seguintes objectivos:
- Prevenir situações de risco
- Saber actuar em caso de necessidade
1. Mergulho Livre - Prevenção e Segurança (v 5.1.11)João Costa
A segurança de uma actividade é definida por um conjunto de práticas que favorecem a sua realização com o mínimo de risco possível, com os seguintes objectivos:
- Prevenir situações de risco
- Saber actuar em caso de necessidade
4. Mergulho Livre - Propulsão e Hidrodinâmica (v5.9.5)João Costa
A realização correcta das técnicas de propulsão e a adopção de posturas hidrodinâmicas são essenciais para aumentar a profundidade durante a prática do Mergulho Livre.
O objectivo principal destas técnicas é permitir a máxima deslocação no meio líquido com o mínimo consumo de energia por unidade de tempo, respeitando os princípios gerais da hidrodinâmica.
A Natação é uma atividade física do homem e de outros animais que se baseia na sua deslocação, num meio líquido. A natação era há alguns tempos atrás, ou seja no seu inicio, um meio de sobrevivência do homem. A natação, nos tempos primitivos era utilizada, em parte para fugir de animais maiores, ou para caçar o alimento do homem por entre os rios e lagos.
Atualmente a natação é um desporto que pode ser praticado em competição, como por exemplo nos Jogos Olímpicos, ou apenas por gosto, sendo utilizada também noutras situações, tais como as de salvar pessoas que se encontram a afogar-se.
A história da natação tem os seus primeiros capítulos no início da história do homem. Surgiu inicialmente para fornecer as necessidades das populações que viviam à beira de lagos e rios. No Egipto e na Grécia, a natação era considerada como um desporto fundamental para o bem estar do corpo, embora ainda não se realizassem competições.
Na Europa, a natação competitiva iniciou-se em 1837 em Londres quando foram organizadas as primeiras provas nacionais.
A primeira competição internacional só se realizou em 1846 em Sidney e desde então novas provas têm sido introduzidas.
A estreia nos Jogos Olímpicos deu-se no ano de 1896 em Atenas, embora tenha sido apenas reservada para os homens. Já em 1912 participam as primeiras nadadoras nos Jogos Olímpicos de Estocolmo.
A participação portuguesa nestas competições está reservada para 1924, em Paris, onde participa o nadador Mário da Silva Marques na prova dos 200 metros bruços. A primeira escola de natação no nosso país foi fundada em 1902 na Trafaria, pelo Ginásio Clube Português. O início da natação associativa em Portugal remonta a 1922 quando é fundada a Liga Portuguesa dos Clubes de Natação, embora a Federação Nacional tenha sido criada 8 anos depois.
Na natação são definidos quatro estilos: o crawl(nado livre), mariposa(borboleta), bruços(peito) e costas.
2. Resumo
Este documento resume os princípios
essenciais de imersão e compensação
que devem ser tidos em conta na prática
do mergulho livre.
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3. Imersão
Definição:
A imersão é a técnica realizada no início de
um mergulho, que leva o mergulhador desde
a superfície até estar completamente
submerso.
Objectivos:
Preparar o corpo para uma posição
hidrodinâmica.
Gastar o mínimo de energia.
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4. Golpe de Pato - sem barbatanas
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5. Golpe de Pato - sem barbatanas
O corpo posiciona-se numa posição ligeiramente oblíqua
em relação à superfície aquática (ver fig. A).
A primeira acção é alongar o corpo pela superfície com
um movimento rápido; os braços estendem-se e fazem
uma semicircular completa (ver fig. B e C).
Trazer os joelhos quase ao peito e ao mesmo tempo
dobrar a cabeça e ombros para baixo (ver figura D).
Rodar o corpo para uma posição vertical e esticar as
pernas para cima (ver fig. E e F).
Deixar o corpo submergir (ver fig. G).
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6. Golpe de Pato - com barbatanas
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7. Golpe de Pato - com barbatanas
Este movimento permite uma excelente descida com
pouca energia e sem o uso das mãos para estabilizar a
descida;
A partir da posição horizontal, elevar uma das pernas (a
que preferir) enquanto o dorso se dobra a 90º para baixo
e a outra perna se mantém imóvel;
O peso da perna erguida permitirá o afundamento do
dorso e ambas as pernas voltam a unir-se quando as
barbatanas estiverem totalmente submersas;
Da posição vertical iniciar-se-á então um mergulho
suave, com um moderado movimento de pernas.
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8. Golpe de Pato - com monofin
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9. Golpe de Pato - com monofin
O movimento inicia-se com uma braçada para baixo,
enquanto o dorso se dobra a 90º para baixo.
As pernas são levantadas ao mesmo tempo até à posição
vertical.
Prestar especial atenção à cabeça, evitando a sua hiper
extensão.
Este “golpe de pato” é o mais comum e o mais eficaz,
especialmente para mergulhos profundos, uma vez que
proporciona um afundamento directo, aproveitando o
movimento de força das pernas acima da superfície.
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11. Imersão Vertical
Esta manobra, apesar de pouco convencional, é uma
óptima solução para espaços restritos onde à superfície
não existe muito espaço para movimentos amplos, tais
como grutas.
O movimento inicia-se saindo um pouco fora de água
utilizando a impulsão das mãos e das barbatanas
Ao sair fora de água adoptar uma posição o mais vertical
possível.
Deixar se afundar e ao entrar com a cabeça dentro de
água dobrar o dorso a 90º para baixo e recolhendo as
pernas.
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13. Sputnik
O sptunik é um lastro suplementar amarrado a um cabo.
O cabo deve estar preso à superfície e ter o comprimento
igual à profundidade a atingir.
Para iniciar a imersão basta agarrar no lastro, que deve
ter o peso suficiente para vencer a impulsão da água e
facilitar a descida sem qualquer esforço.
No entanto, a velocidade de descida é proporcional ao
peso do lastro, pelo que é necessário ter especial atenção
à compensação, que terá de ser mais rápida.
Ao chegar à profundidade definida larga-se o lastro e
pode-se iniciar a subida.
Esta técnica é considerada uma forma de peso variável.
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14. O Reflexo de Imersão
Definição:
O reflexo de imersão (mammalian diving
reflex) é uma resposta natural do nosso
organismo à apneia e à profundidade.
Objectivos:
Desencadear um conjunto de adaptações no
organismo de forma aumentar o tempo da
apneia e suportar maiores profundidades.
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15. O Reflexo de Imersão
Como?
o contacto com água fria
a flutuação em meio aquoso
o prolongamento da apneia
o aumento da pressão hidrostática
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16. O Reflexo de Imersão
Processo:
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17. O Reflexo de Imersão
Principais adaptações:
Vasoconstrição Periférica
Bradicardia
Contracção do Baço
Compensação Sanguínea
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18. O Reflexo de Imersão
Vasoconstrição Periférica:
A vasoconstrição periférica significa a diminuição da
espessura dos vasos sanguíneos e capilares na
periferia do sistema cardiovascular em zonas
resistentes a condições hipóxicas.
Esta adaptação é uma consequência do contacto com
a água fria e do aumento da pressão hidrostática.
Desta forma o sangue fica concentrado nas zonas de
maior importância para o organismo, tais como o
sistema nervoso central, o coração e os pulmões,
órgãos vitais que necessitam de um constante fluxo de
oxigénio para se manterem em normal
funcionamento.
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19. O Reflexo de Imersão
Bradicardia:
A bradicardia significa a diminuição da frequência
cardíaca (quantidade de batidas do coração por
unidade de tempo).
Esta adaptação é uma consequência directa da
vasoconstrição periférica, contacto com água fria e
flutuação em meio aquoso.
Desta forma, quanto menor a frequência cardíaca,
menor o consumo de oxigénio pelo coração e
consequentemente o tempo de apneia pode ser
prolongado.
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20. O Reflexo de Imersão
Compensação Sanguínea:
A compensação sanguínea (bloodshift) significa a
concentração de sangue na cavidade torácica, vinda
da periferia do organismo, onde não existam órgãos
vitais.
Esta adaptação é uma consequência da vasoconstrição
periférica e da pressão hidrostática relativa à
quantidade de ar existente nos pulmões.
Desta forma, à medida que os pulmões diminuem o
seu volume com o aumento da profundidade, são
preenchidos com plasma sanguíneo dos tecidos
circundantes evitando o seu colapso.
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21. O Reflexo de Imersão
Contração do Baço:
A contracção do baço significa a libertação de uma
quantidade extra de glóbulos vermelhos para a
corrente sanguínea aumentando assim o débito
cardíaco (quantidade de sangue bombeada pelo
coração por unidade de tempo).
Esta adaptação é uma consequência da bradicardia e
do prolongamento da apneia.
Desta forma as necessidades de oxigénio continuam a
ser satisfeitas, pois a diminuição da frequência
cardíaca é compensada pelo aumento do débito
cardíaco.
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23. Compensação
Definição:
A compensação é a técnica utilizada durante
a descida para compensar o aumento da
pressão com a profundidade.
Objetivo:
Evitar a ruptura dos tímpanos devido ao
aumento da pressão hidrostática associada à
profundidade.
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26. Valsava
Esta técnica consiste em expelir ar dos pulmões
com a boca fechada, enquanto se aperta o
nariz. Desta forma, o ar é forçado a entrar pelo
tubo de eustáquio até ao ouvido médio.
É uma das técnicas mais conhecidas e fáceis de
utilizar, no entanto só é eficaz até cerca dos
25m de profundidade.
O facto desta técnica utilizar a contracção dos
músculos torácicos, não favorece o
relaxamento.
Potencialmente perigosa após os pulmões
atingirem o volume residual.
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28. Frenzel
Esta técnica consiste em fechar as cordas
vocais, como se fosse levantar um peso pesado,
enquanto se aperta o nariz e fazendo um
esforço para fazer um som tipo “glunfe”. Desta
forma, a parte de trás da língua e a “maça de
Adão” actuam como um pistão, elevando-se e
fazendo com que o ar existente na boca suba e
entre no ouvido médio.
Apesar de ser uma técnica mais difícil de
aprender que a Valsava, não envolve a
contracção da musculatura torácica e
desperdiça muito menos energia.
É possível compensar desta forma até cerca dos
50m de profundidade.
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29. Mouthfill
Esta manobra consiste em encher a boca com
ar dos pulmões a uma determinada
profundidade (antes dos pulmões atingirem o
volume residual). Desta forma, consegue-se
uma quantidade de ar extra na boca para
compensar o ouvido médio.
Esta manobra é geralmente utilizada com a
técnica Frenzel e permite mergulhar abaixo dos
50m de profundidade.
Esta manobra deve ser realizada com precaução
pois o volume residual é atingido a uma
profundidade inferior ao normal.
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30. Hands-Free (BTV)
Esta técnica consiste em manter o tubo de
Eustáquio aberto utilizando os músculos
superiores da garganta e contraindo os
músculos do palato, como acontece na parte
final de uma deglutição. Desta forma, o ouvido
médio estará sempre compensado com o ar
existente na cavidade oral.
Esta é uma técnica muito difícil de aprender,
estando dependente de características
anatómicas de cada um para conseguir realizar.
A grande vantagem é que não é necessário
utilizar as mãos, sendo a mais segura das
técnicas de compensação.
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31. Wet Equalization (ACF)
Esta técnica consiste em inundar os sinus com
água, ocupando o espaço deixado pelo ar.
Esta é uma técnica que requer muito treino
para evitar a entrada de água nos pulmões e
possível afogamento a seco, além do mais pode
provocar infecções no canal auditivo e também
vertigens.
A grande vantagem é que não é necessário
utilizar as mãos nem contrair nenhum músculo,
no entanto é a técnica de compensação mais
arriscada de todas, só sendo recomendada para
profundidades superiores a 100m.
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32. Mask Equalization
Esta técnica consiste compensar o ar que é
comprimido dentro do óculo de mergulho.
Para tal basta expelir pelo nariz uma certa
quantidade de ar de forma a que o volume
interno se mantenha.
É recomendado compensar primeiro o óculo de
mergulho e depois o ouvido interno.
A não realização desta técnica durante o
mergulho pode levar à ruptura dos vasos
sanguíneos no globo ocular.
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34. Nose-Clip
Permite compensar sem utilizar as mãos.
Permite ajustar o aperto no nariz.
Resistente a grandes profundidades.
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35. Fluid Googles
Não é necessário compensar o óculo.
Aumenta o reflexo de imersão.
Pode ser usado com um nose-clip.
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36. ProPlugs (vented)
Ajuda a compensar.
Protege contra alterações térmicas.
Previne infecções no ouvido.
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37. Livros recomendados
“Manual of Freediving –
Underwater on a single breath”
by Umberto Pelizzari and Stefano
Tovaglieri
(ISBN: 1928649270)
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38. Livros recomendados
“Equalization for Freediving”
by Federico Mana
(ISBN: 8887376913)
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39. Nota Final
Para colocar os conhecimentos expressos
neste documento em prática é
recomendado participar num curso de
mergulho livre com um instrutor
devidamente qualificado.
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