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Segurança Rodoviária em Moçambique 1 
Policy Brief Nº 1 Instituto Superior de Administração Pública 
Dezembro de 2014 
Segurança Rodoviária em Moçambique 
Por: Carlos Shenga1, Paulo Magul2 e Samuel Ngale3 
RESUMO 
Este Policy Brief, usando dados objectivos, mostra, primeiro, que os níveis de acidentes de viação em Moçambique 
são muito elevados, embora tendem a diminuir de 2009 a 2013. Segundo, a transgressão do Código de Estradas 
constitui a principal causa dos acidentes de viação. Terceiro, o esforço com vista à redução dos acidentes de viação 
circunscreve-se mais na fiscalização rodoviária pelos agentes da Polícia de Trânsito. Quarto, contudo, a fraca sinal-ização 
rodoviária, educação cívica rodoviária, a qualidade das escolas de condução e a fiscalização dos agentes da 
Polícia de Trânsito são outros factores que afectam a segurança rodoviária. A fraca sinalização rodoviária, o baixo 
nível de educação cívica rodoviária, a baixa qualidade das escolas de condução e a fraca fiscalização dos agentes de 
trânsito contribuem substancialmente para o aumento da sinistralidade rodoviária. Quinto, com vista à uma maior 
efectividade na redução de acidentes de viação no país, este Policy Brief recomenda uma implementação holística 
dessa política pública de modo que integre medidas relacionadas com uma melhor sinalização de estradas, maior 
consciencialização aos peões sobre a travessia ou uso de estradas, melhor qualidade das escolas de condução, e fis-calização 
aos agentes da Polícia de Trânsito, para além da fiscalização rodoviária. 
1 Doutorado em Estudos Políticos pela Universidade de Cape Town, Professor e Director Académico no Instituto Superior de Adminis-tração 
Pública. 
2 Mestre em Gestão de Recursos Humanos pelo Instituto Superior de Administração Pública, Formador e Coordenador do Curso de 
Certificado Profissional Superior em Administração Pública no Instituto Superior de Administração Pública. È também Pós-Graduado em 
Governação Políticas Públicas e Democracia pelo Instituto de Estudos Sociais de Haia (Universidade de Erasmus), Holanda. 
3 Doutorado em Ciências Religiosas pela Universidade de Cape Town (2011) e Professor de Ética na Administração Pública no 
Instituto Superior de Administração Pública. 
25.00 MT
Segurança Rodoviária em Moçambique 2 
1. INTRODUÇÃO 
A segurança rodoviária constitui entre outros aspec-tos 
um grande desafio para Moçambique. Isto porque 
os números de acidentes de viação no país são muito 
elevados,4 embora tenham diminuído de 2009 a 2013 
(vide os dados das figuras 1 e 2). Ao nível provincial, o 
número de acidentes de viação é muito elevado na Ci-dade 
de Maputo e Maputo Província (Figura 2). Cerca 
da metade (46 porcento) dos acidentes de viação regis-tados 
no país, ocorrem na Cidade de Maputo e Provín-cia 
de Maputo (Figura 3). 
Este Policy Brief analisa a implementação da política 
de segurança rodoviária em Moçambique; apresenta 
e discute alternativas de políticas a seguir; e conclui 
apresentando recomendações a seguir para mitigar os 
acidentes de viação. 
A segurança rodoviária é importante para o desen-volvimento 
humano. Nenhum desenvolvimento pode 
ocorrer enquanto a população não estiver protegida 
dos acidentes de viação. A protecção da vida humana 
constitui o pilar do desenvolvimento. Isso sugere que 
em Moçambique, a redução da pobreza e melhoria das 
condições de vida dos moçambicanos passa, entre out-ros 
aspectos, por garantir a segurança rodoviária. 
Este Policy Brief analisa a segurança rodoviária usan-do 
dados provenientes do INATTER (Instituto Nacio-nal 
dos Transportes Terrestres), observações e/ou ex-periências 
dos autores sobre o assunto, como utentes 
da rede rodoviária no maior parque automobilístico 
do país, e contactos efectuados a informantes chave no 
Ministério do Interior. 
4 http://noticias.sapo.mz/aim/artigo/9840326022014163348. 
html, acessado no dia 13 de Novembro de 2014. 
2. IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA 
RODOVIÁRIA 
O Comando da Polícia da República de Moçambique 
(PRM) indica que os acidentes de viação são provoca-dos 
principalmente pela transgressão de diversas regras 
de condução automóvel.5 De facto, dos 32 acidentes 
registados na última semana de Abril do corrente ano, 
82 por cento foram causados pela transgressão das re-gras 
elementares de condução automóvel (15 excessos 
de velocidade, 5 ultrapassagens irregulares e 6 cortes de 
prioridades) (Tabela 2). 
Neste âmbito, com vista a mitigar os acidentes de 
viação, as autoridades policiais tem estado a interpelar 
frequentemente os automobilistas para garantir uma 
implementação efectiva do Código de Estradas. 
Embora a transgressão das regras de condução au-tomóvel 
evidencie-se como o principal factor causador 
de acidentes de viação em Moçambique, existem outros 
factores da sinistralidade rodoviária. De facto, os da-dos 
das autoridades políciais mostram que 9 porcento 
dos 32 acidentes reportados na última semana de Abril 
foram causados pela má travessia de peões e 9 porcento 
por uma outra causa (Tabela 2). Ainda das 30799 fis-calizações 
efectuadas pela polícia aos automobilistas, 
18 por cento encontravam-se em situação irregular, 
sugerindo que 82 por cento estavam de acordo com o 
prescrito no Código de Estradas. 
Quais são os outros factores causadores de acidentes 
de viação em Moçambique? As partes seguintes deste 
Policy Brief apresentam e discutem os seguintes facto-res: 
1) sinalização rodoviária; 2) educação rodoviária 
nas escolas; 3) formação dos automobilistas; e 4) efici-ente 
implementação do Código de Estradas. 
5 Veja-se dados do Comando da Polícia da República de Moçam-bique 
(Savana, 30 de Abril de 2014, página 4).
Segurança Rodoviária em Moçambique 3 
3. POLÍTICAS ALTERNATIVAS ADICIONAIS PARA 
SEGURANÇA RODOVIÁRIA 
1) Sinalização rodoviária 
Uma eficiente sinalização rodoviária pode garantir a 
segurança rodoviária. As rodovias bem sinalizadas au-mentam 
as chances dos automobilistas e os peões não 
se envolverem em acidentes. Todavia, o maior parque 
automobilistico de Moçambique (Cidade de Maputo e 
Matola) é caracterizado por rodovias cujas sinalizações 
são deficitárias. Nessas cidades é muito frequente: 
• Os semáforos não funcionarem e ao mesmo tem-po 
não existir um polícia no local para regular o 
trânsito; 
• As passadeiras dos peões não estarem sinalizadas; 
• Uma rotunda não estar sinalizada ou distinguida 
com cores branco e preto/vermelho. 
2) Educação rodoviária nas escolas 
A educação rodoviária nas escolas, também pode ga-rantir 
a segurança rodoviária. As crianças dotadas de 
conhecimentos sobre segurança rodoviária, atraves-sam 
as estradas em locais seguros (o exemplo das pas-sadeiras). 
Contudo, em Moçambique especificamente 
nos centros urbanos é frequente ver crianças na escola: 
• Atravessar a estrada correndo; 
• Deixar as passadeiras, para atravessar a estrada em 
locais inseguros; 
• Desorientadas para atravessar a estrada; e 
• Sem um guia para lhes ajudar a atravessar a estra-da. 
3) Formação de automobilistas 
A formação de automobilistas pode garantir a segu-rança 
rodoviária. Os automobilistas com conheci-mentos 
sólidos ou bem formados na área de segurança 
rodoviária minimizam a sinistralidade rodoviária. Os 
automobilistas bem formados tem maior prudência 
rodoviária e cometem menos irregularidades. E assim, 
reduzem os riscos de acidentes de viação. Porém, nos 
grandes centros urbanos moçambicanos é frequente 
observar automobilistas que: 
• Não param no sinal vermelho do semáforo; 
• Não respeitam a passadeira dos peões no semáforo; 
• Iniciam a marcha enquanto o sinal vermelho ainda 
está visível; 
• Param ou mesmo estacionam na faixa de rodagem 
(colocando apenas sinais de emergência na viatu-ra); 
• Não sinalizam quando viram a esquerda ou a di-reita; 
• Fazem ultrapassagens irregulares; 
• Cortam prioridade a outras viaturas; 
• Dirigem viaturas escutando música com volume 
alto e falam ao celular; 
• Permitem o cobrador do chapa não encartado a 
transportar passageiros; 
• Conduzem veículos não inspeccionados ou com 
sérios problemas. 
4) Eficiente implementação do Código de Estra-das 
Uma correcta implementação do Código de Estradas 
pode garantir a segurança rodoviária. Agentes da PRM 
que fiscalizam tanto os veículos como os automobilis-tas, 
correctamente reduzem os índices de acidentes de 
viação. Em Moçambique é frequente deparar-se com 
agentes da PRM que: 
• Deixam passar veículos sem iluminação, sinal-ização 
ou não inspeccionados, a troco de favores; e 
• Deixam passar automobilistas em situação irreg-ular. 
6 
4. DISCUSSÃO E RECOMENDAÇÕES 
A transgressão das regras de condução automóvel é 
o principal factor da sinistralidade rodoviária mas 
para reduzir os acidentes de viação, não basta a polí-cia 
implementar a fiscalização rodoviária, isto porque 
a fiscalização rodoviária por si só pode não garantir a 
segurança rodoviária, se alguns agentes da polícia não 
implementarem eficientemente o Código de Estradas. 
Assim, é importante que o comportamento dos in-divíduos 
seja moldado por instituições - instituições 
são relevantes.7 As instituições formais do Estado de-vem 
sinalizar as estradas de modo que ajude a corrigir 
o comportamento de um automobilista em situação 
6 Segundo Ana Gemo, Directora do Gabinete Central de Com-bate 
Contra a Corrupção, a sinistralidade rodoviária está associa-da 
à corrupção. Jornal Noticias de 12 de Novembro de 2014, página 
1. 
7 Przeworsky, A. (2004). Institutions Matter? Government and 
Opposition, 39, 527-540.
Segurança Rodoviária em Moçambique 4 
Figura 1: Acidentes de Viação em Moçambique, 1999-2012 
Fonte: Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, Ministério dos Transportes e Comunicações 
irregular. As instituções formais do Estado devem for-mar 
ou educar os peões sobre como usar uma estrada. 
Elas devem ainda moldar o comportamento das esco-las 
de condução, de modo que possam formar devid-amente 
os automobilistas; e moldar o comportamen-to 
do agente fiscalizador da segurança rodoviária de 
modo que não prevarique na implementação do Códi-go 
de Estradas. 
Para além da fiscalização rodoviária - a principal opção 
para reduzir a sinistralidade rodoviária executada pela 
PRM, é importante que o país também opte por políti-cas 
alternativas adicionais. 
No âmbito da sinalização rodoviária, recomenda-se 
que o Instituto Nacional de Transportes Terrestres 
e os Governos Autárquicos sinalizem regularmente as 
estradas vertical e horizontalmente. 
No âmbito da educação rodoviária, ao nível das es-colas, 
recomenda-se que a PRM capacite alunos reg-ularmente 
na travessia nas vias públicas, e até as vezes 
os pais ou encarregados de educação, com vista a ori-entar 
as crianças a atravessar as estradas. Essa capac-itação 
poderá decorrer nas salas de aulas e culminar 
com uma orientação prática para travessia de estrada. 
Isso tem um impacto colateral nos adultos pois ao ver-em 
as crianças a serem instruidas a atravessar a estrada 
correctamente, estes poderão seguir o mesmo exemplo 
e até contar essas experiências ao esposo/a, filhos/as, 
familiar, vizinho/a ou colega. 
No âmbito da formação de automobilistas, recomen-da- 
se que o Governo Central encerre as escolas de con-dução 
que não consigam alcançar uma classificação ig-ual 
ou superior a 14 valores. Note que das 32 escolas de 
condução existentes na Cidade de Maputo, apenas 4 ti-veram 
uma classificação igual ou superior a 14 valores; 
28 tiveram uma classificação entre 10 a 12 valores.8 
No âmbito da eficiente implementação do Código de 
Estradas, recomenda-se que o Ministério do Interior 
crie uma unidade de fiscalização do comportamento 
dos oficiais policiais na fiscalização dos automobilistas. 
8 Instituto Nacional dos Transportes Terrestres. Ministério dos 
Transportes e Comunicações. 
5. ANEXOS
Segurança Rodoviária em Moçambique 5 
Figura 2: Acidentes de Viação por Província, 2003-2012 
Fonte: Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, Ministério dos Transportes e Comunicações 
Figura 3: Acidentes de Viação por Província mais Cidade de Maputo, 2003-2012 
Fonte: Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, Ministério dos Transportes e Comunicações
Segurança Rodoviária em Moçambique 6 
Tabela 2: Fiscalização Policial aos Automobilistas 
Fonte: Dados do Comando da Polícia da República de Moçambique (Savana, 30 de Abril de 2014, página 4) 
Fonte: Dados do Comando da Polícia da República de Moçambique (Savana, 30 de Abril de 2014, página 4) 
Tabela 1: Acidente de Viação por Causa do Acidente
Segurança Rodoviária em Moçambique 7 
SÉRIE DOS POLICY BRIEFS DO ISAP 
Nº 1. Shenga, C., Magul, P. e Ngale, S. (2014). Segurança Rodoviária em Moçambique (Dezembro).
Segurança Rodoviária em Moçambique 8 
Policy brief é um documento prático, não académico, que visa recomendar e/ou assessorar o Governo e 
a Administração Pública, em geral, a adoptar as melhores opções de políticas públicas. Os policy briefs 
podem ser baixados gratuitamente na página web do Instituto Superior de Administração Pública: www. 
isap.ac.mz. 
Os manuscritos para a série dos Policy Brief do ISAP não devem exceder 2500 palavras incluindo o texto, 
tabelas, gráficos e notas de rodapé. Todas as citações são remetidas a notas de rodapé. Os manuscritos para 
a série dos Policy Brief do ISAP deverão ser enviados ao seguinte email: policybriefisap@gmail.com 
Publicações Escola de Governo 
Editor: 
Carlos Shenga 
Editor Assistente: 
Henrique França 
Corpo Editorial: 
Samauel Ngale 
Damião Cardoso 
Design Gráfico 
Orlindo Saraiva 
ISAP: 10 Anos Profissionalizando a Administração Pública 
Av. Karl Marx, 647 | Maputo - Moçambique 
Tel. +258 21301621 | +258 21301626 | Fax +258 21301609 | +258 21301616 
Email: isap.instituto@gmail.com | Home page: www.isap.ac.mz

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Policy Brief Nº 1 - Segurança Rodoviária em Moçambique

  • 1. Segurança Rodoviária em Moçambique 1 Policy Brief Nº 1 Instituto Superior de Administração Pública Dezembro de 2014 Segurança Rodoviária em Moçambique Por: Carlos Shenga1, Paulo Magul2 e Samuel Ngale3 RESUMO Este Policy Brief, usando dados objectivos, mostra, primeiro, que os níveis de acidentes de viação em Moçambique são muito elevados, embora tendem a diminuir de 2009 a 2013. Segundo, a transgressão do Código de Estradas constitui a principal causa dos acidentes de viação. Terceiro, o esforço com vista à redução dos acidentes de viação circunscreve-se mais na fiscalização rodoviária pelos agentes da Polícia de Trânsito. Quarto, contudo, a fraca sinal-ização rodoviária, educação cívica rodoviária, a qualidade das escolas de condução e a fiscalização dos agentes da Polícia de Trânsito são outros factores que afectam a segurança rodoviária. A fraca sinalização rodoviária, o baixo nível de educação cívica rodoviária, a baixa qualidade das escolas de condução e a fraca fiscalização dos agentes de trânsito contribuem substancialmente para o aumento da sinistralidade rodoviária. Quinto, com vista à uma maior efectividade na redução de acidentes de viação no país, este Policy Brief recomenda uma implementação holística dessa política pública de modo que integre medidas relacionadas com uma melhor sinalização de estradas, maior consciencialização aos peões sobre a travessia ou uso de estradas, melhor qualidade das escolas de condução, e fis-calização aos agentes da Polícia de Trânsito, para além da fiscalização rodoviária. 1 Doutorado em Estudos Políticos pela Universidade de Cape Town, Professor e Director Académico no Instituto Superior de Adminis-tração Pública. 2 Mestre em Gestão de Recursos Humanos pelo Instituto Superior de Administração Pública, Formador e Coordenador do Curso de Certificado Profissional Superior em Administração Pública no Instituto Superior de Administração Pública. È também Pós-Graduado em Governação Políticas Públicas e Democracia pelo Instituto de Estudos Sociais de Haia (Universidade de Erasmus), Holanda. 3 Doutorado em Ciências Religiosas pela Universidade de Cape Town (2011) e Professor de Ética na Administração Pública no Instituto Superior de Administração Pública. 25.00 MT
  • 2. Segurança Rodoviária em Moçambique 2 1. INTRODUÇÃO A segurança rodoviária constitui entre outros aspec-tos um grande desafio para Moçambique. Isto porque os números de acidentes de viação no país são muito elevados,4 embora tenham diminuído de 2009 a 2013 (vide os dados das figuras 1 e 2). Ao nível provincial, o número de acidentes de viação é muito elevado na Ci-dade de Maputo e Maputo Província (Figura 2). Cerca da metade (46 porcento) dos acidentes de viação regis-tados no país, ocorrem na Cidade de Maputo e Provín-cia de Maputo (Figura 3). Este Policy Brief analisa a implementação da política de segurança rodoviária em Moçambique; apresenta e discute alternativas de políticas a seguir; e conclui apresentando recomendações a seguir para mitigar os acidentes de viação. A segurança rodoviária é importante para o desen-volvimento humano. Nenhum desenvolvimento pode ocorrer enquanto a população não estiver protegida dos acidentes de viação. A protecção da vida humana constitui o pilar do desenvolvimento. Isso sugere que em Moçambique, a redução da pobreza e melhoria das condições de vida dos moçambicanos passa, entre out-ros aspectos, por garantir a segurança rodoviária. Este Policy Brief analisa a segurança rodoviária usan-do dados provenientes do INATTER (Instituto Nacio-nal dos Transportes Terrestres), observações e/ou ex-periências dos autores sobre o assunto, como utentes da rede rodoviária no maior parque automobilístico do país, e contactos efectuados a informantes chave no Ministério do Interior. 4 http://noticias.sapo.mz/aim/artigo/9840326022014163348. html, acessado no dia 13 de Novembro de 2014. 2. IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA O Comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) indica que os acidentes de viação são provoca-dos principalmente pela transgressão de diversas regras de condução automóvel.5 De facto, dos 32 acidentes registados na última semana de Abril do corrente ano, 82 por cento foram causados pela transgressão das re-gras elementares de condução automóvel (15 excessos de velocidade, 5 ultrapassagens irregulares e 6 cortes de prioridades) (Tabela 2). Neste âmbito, com vista a mitigar os acidentes de viação, as autoridades policiais tem estado a interpelar frequentemente os automobilistas para garantir uma implementação efectiva do Código de Estradas. Embora a transgressão das regras de condução au-tomóvel evidencie-se como o principal factor causador de acidentes de viação em Moçambique, existem outros factores da sinistralidade rodoviária. De facto, os da-dos das autoridades políciais mostram que 9 porcento dos 32 acidentes reportados na última semana de Abril foram causados pela má travessia de peões e 9 porcento por uma outra causa (Tabela 2). Ainda das 30799 fis-calizações efectuadas pela polícia aos automobilistas, 18 por cento encontravam-se em situação irregular, sugerindo que 82 por cento estavam de acordo com o prescrito no Código de Estradas. Quais são os outros factores causadores de acidentes de viação em Moçambique? As partes seguintes deste Policy Brief apresentam e discutem os seguintes facto-res: 1) sinalização rodoviária; 2) educação rodoviária nas escolas; 3) formação dos automobilistas; e 4) efici-ente implementação do Código de Estradas. 5 Veja-se dados do Comando da Polícia da República de Moçam-bique (Savana, 30 de Abril de 2014, página 4).
  • 3. Segurança Rodoviária em Moçambique 3 3. POLÍTICAS ALTERNATIVAS ADICIONAIS PARA SEGURANÇA RODOVIÁRIA 1) Sinalização rodoviária Uma eficiente sinalização rodoviária pode garantir a segurança rodoviária. As rodovias bem sinalizadas au-mentam as chances dos automobilistas e os peões não se envolverem em acidentes. Todavia, o maior parque automobilistico de Moçambique (Cidade de Maputo e Matola) é caracterizado por rodovias cujas sinalizações são deficitárias. Nessas cidades é muito frequente: • Os semáforos não funcionarem e ao mesmo tem-po não existir um polícia no local para regular o trânsito; • As passadeiras dos peões não estarem sinalizadas; • Uma rotunda não estar sinalizada ou distinguida com cores branco e preto/vermelho. 2) Educação rodoviária nas escolas A educação rodoviária nas escolas, também pode ga-rantir a segurança rodoviária. As crianças dotadas de conhecimentos sobre segurança rodoviária, atraves-sam as estradas em locais seguros (o exemplo das pas-sadeiras). Contudo, em Moçambique especificamente nos centros urbanos é frequente ver crianças na escola: • Atravessar a estrada correndo; • Deixar as passadeiras, para atravessar a estrada em locais inseguros; • Desorientadas para atravessar a estrada; e • Sem um guia para lhes ajudar a atravessar a estra-da. 3) Formação de automobilistas A formação de automobilistas pode garantir a segu-rança rodoviária. Os automobilistas com conheci-mentos sólidos ou bem formados na área de segurança rodoviária minimizam a sinistralidade rodoviária. Os automobilistas bem formados tem maior prudência rodoviária e cometem menos irregularidades. E assim, reduzem os riscos de acidentes de viação. Porém, nos grandes centros urbanos moçambicanos é frequente observar automobilistas que: • Não param no sinal vermelho do semáforo; • Não respeitam a passadeira dos peões no semáforo; • Iniciam a marcha enquanto o sinal vermelho ainda está visível; • Param ou mesmo estacionam na faixa de rodagem (colocando apenas sinais de emergência na viatu-ra); • Não sinalizam quando viram a esquerda ou a di-reita; • Fazem ultrapassagens irregulares; • Cortam prioridade a outras viaturas; • Dirigem viaturas escutando música com volume alto e falam ao celular; • Permitem o cobrador do chapa não encartado a transportar passageiros; • Conduzem veículos não inspeccionados ou com sérios problemas. 4) Eficiente implementação do Código de Estra-das Uma correcta implementação do Código de Estradas pode garantir a segurança rodoviária. Agentes da PRM que fiscalizam tanto os veículos como os automobilis-tas, correctamente reduzem os índices de acidentes de viação. Em Moçambique é frequente deparar-se com agentes da PRM que: • Deixam passar veículos sem iluminação, sinal-ização ou não inspeccionados, a troco de favores; e • Deixam passar automobilistas em situação irreg-ular. 6 4. DISCUSSÃO E RECOMENDAÇÕES A transgressão das regras de condução automóvel é o principal factor da sinistralidade rodoviária mas para reduzir os acidentes de viação, não basta a polí-cia implementar a fiscalização rodoviária, isto porque a fiscalização rodoviária por si só pode não garantir a segurança rodoviária, se alguns agentes da polícia não implementarem eficientemente o Código de Estradas. Assim, é importante que o comportamento dos in-divíduos seja moldado por instituições - instituições são relevantes.7 As instituições formais do Estado de-vem sinalizar as estradas de modo que ajude a corrigir o comportamento de um automobilista em situação 6 Segundo Ana Gemo, Directora do Gabinete Central de Com-bate Contra a Corrupção, a sinistralidade rodoviária está associa-da à corrupção. Jornal Noticias de 12 de Novembro de 2014, página 1. 7 Przeworsky, A. (2004). Institutions Matter? Government and Opposition, 39, 527-540.
  • 4. Segurança Rodoviária em Moçambique 4 Figura 1: Acidentes de Viação em Moçambique, 1999-2012 Fonte: Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, Ministério dos Transportes e Comunicações irregular. As instituções formais do Estado devem for-mar ou educar os peões sobre como usar uma estrada. Elas devem ainda moldar o comportamento das esco-las de condução, de modo que possam formar devid-amente os automobilistas; e moldar o comportamen-to do agente fiscalizador da segurança rodoviária de modo que não prevarique na implementação do Códi-go de Estradas. Para além da fiscalização rodoviária - a principal opção para reduzir a sinistralidade rodoviária executada pela PRM, é importante que o país também opte por políti-cas alternativas adicionais. No âmbito da sinalização rodoviária, recomenda-se que o Instituto Nacional de Transportes Terrestres e os Governos Autárquicos sinalizem regularmente as estradas vertical e horizontalmente. No âmbito da educação rodoviária, ao nível das es-colas, recomenda-se que a PRM capacite alunos reg-ularmente na travessia nas vias públicas, e até as vezes os pais ou encarregados de educação, com vista a ori-entar as crianças a atravessar as estradas. Essa capac-itação poderá decorrer nas salas de aulas e culminar com uma orientação prática para travessia de estrada. Isso tem um impacto colateral nos adultos pois ao ver-em as crianças a serem instruidas a atravessar a estrada correctamente, estes poderão seguir o mesmo exemplo e até contar essas experiências ao esposo/a, filhos/as, familiar, vizinho/a ou colega. No âmbito da formação de automobilistas, recomen-da- se que o Governo Central encerre as escolas de con-dução que não consigam alcançar uma classificação ig-ual ou superior a 14 valores. Note que das 32 escolas de condução existentes na Cidade de Maputo, apenas 4 ti-veram uma classificação igual ou superior a 14 valores; 28 tiveram uma classificação entre 10 a 12 valores.8 No âmbito da eficiente implementação do Código de Estradas, recomenda-se que o Ministério do Interior crie uma unidade de fiscalização do comportamento dos oficiais policiais na fiscalização dos automobilistas. 8 Instituto Nacional dos Transportes Terrestres. Ministério dos Transportes e Comunicações. 5. ANEXOS
  • 5. Segurança Rodoviária em Moçambique 5 Figura 2: Acidentes de Viação por Província, 2003-2012 Fonte: Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, Ministério dos Transportes e Comunicações Figura 3: Acidentes de Viação por Província mais Cidade de Maputo, 2003-2012 Fonte: Instituto Nacional dos Transportes Terrestres, Ministério dos Transportes e Comunicações
  • 6. Segurança Rodoviária em Moçambique 6 Tabela 2: Fiscalização Policial aos Automobilistas Fonte: Dados do Comando da Polícia da República de Moçambique (Savana, 30 de Abril de 2014, página 4) Fonte: Dados do Comando da Polícia da República de Moçambique (Savana, 30 de Abril de 2014, página 4) Tabela 1: Acidente de Viação por Causa do Acidente
  • 7. Segurança Rodoviária em Moçambique 7 SÉRIE DOS POLICY BRIEFS DO ISAP Nº 1. Shenga, C., Magul, P. e Ngale, S. (2014). Segurança Rodoviária em Moçambique (Dezembro).
  • 8. Segurança Rodoviária em Moçambique 8 Policy brief é um documento prático, não académico, que visa recomendar e/ou assessorar o Governo e a Administração Pública, em geral, a adoptar as melhores opções de políticas públicas. Os policy briefs podem ser baixados gratuitamente na página web do Instituto Superior de Administração Pública: www. isap.ac.mz. Os manuscritos para a série dos Policy Brief do ISAP não devem exceder 2500 palavras incluindo o texto, tabelas, gráficos e notas de rodapé. Todas as citações são remetidas a notas de rodapé. Os manuscritos para a série dos Policy Brief do ISAP deverão ser enviados ao seguinte email: policybriefisap@gmail.com Publicações Escola de Governo Editor: Carlos Shenga Editor Assistente: Henrique França Corpo Editorial: Samauel Ngale Damião Cardoso Design Gráfico Orlindo Saraiva ISAP: 10 Anos Profissionalizando a Administração Pública Av. Karl Marx, 647 | Maputo - Moçambique Tel. +258 21301621 | +258 21301626 | Fax +258 21301609 | +258 21301616 Email: isap.instituto@gmail.com | Home page: www.isap.ac.mz