PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Produção de leituras e análise de textos
1. Produção de leituras e análise de textos
Compreendendo alguns conceitos básicos
Há distinção entre sujeito falante, locutor e enunciador. Esta distinção integra-se na
teoria da polifonia.
– Sujeito falante: “indivíduo do mundo” que pronuncia o enunciado;
– Locutor: entidade abstrata responsável pela enunciação; tem como correspondente o
alocutário, aquele ao qual se dirige a enunciação;
– Enunciador: responsável pelos atos ilocutórios cumpridos na enunciação; tem como
correspondente o destinatário.
Ex.: Está frio aqui.
Sujeito falante: aquele que pronuncia a frase – Está frio aqui.
Locutor: entidade à qual é atribuído o enunciado – Está frio aqui.
Enunciador: responsável pelo ato diretivo não impositivo: Fecha a janela.
Enunciação
Ato individual de utilização da língua pelo falante, ao produzir um enunciado num
dado contexto comunicativo.
Enunciado
A frase parte de um discurso ou discurso (oral ou escrito) em associação com o
contexto em que é enunciado; segmento da cadeia falada produzida por um falante
numa determinada língua que é delimitado por certas marcas formais: de entonação,
de pausas (expressão oral), de pontuação (expressão escrita) [O conjunto dos
enunciados constitui o corpus utilizado para a descrição e a análise de uma língua.]
Enunciador
2. Quem enuncia/ produz o enunciado.
Enunciatário
A quem é dirigido o enunciado/a enunciação.
Locutor e Interlocutor
A noção de interlocução, além de supor a existência de um locutor (o sujeito que fala ou
escreve, ou seja, um falante, um emissor, um enunciador ou um destinador) e de alguém a
quem a enunciação é dirigida (o interlocutor aquele que indica a relação de reciprocidade
existente entre cada uma das pessoas que participam numa conversa. Pode significar também
uma pessoa que fala em nome de outra.), supõe necessariamente a existência de uma
situação, a situação de comunicação. É só no cruzamento de um locutor com um
interlocutor numa situação específica que um enunciado ganha sentido.
Sintetizando
- Locutor – é o sujeito responsável pelo enunciado.
- Sujeito Falante – é o autor, que produziu o enunciado, um elemento da
experiência.
- Enunciadores – encenações de pontos de vistas, de perspectivas diferentes no
interior do enunciado.
Um “equivalente literário” organizado por Cardoso, representa melhor esta
explicação:
Locutor.......................................................Narrador e personagem (quem fala).
Sujeito Falante............................................Autor (quem inventa imagina).
Enunciadores..............................................Centros de perspectiva (quem v.ê)
O texto e sua compreensão
A análise de texto significa estudar, decompor, dissecar e dividir para interpretá-
lo. Cada parte do texto deve ser analisado, buscando-se os elementos chaves (pistas,
marcas) do autor e a relação entre as partes constituintes. A decomposição dos elementos
essenciais e a sua classificação nos levam até a ideia-chave, que é o conjunto de idéias mais
precisas.
O objetivo da análise do texto é: aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante
dentro do texto e familiarizar-se com os termos técnicos, ideias, etc; hierarquizar o
conteúdo do texto; perceber que as idéias se relacionam e, identificar as conclusões e as
bases que as sustentam.
3. Partes da análise do texto:
a) dos elementos constituintes básicos.
b) das relações entre esses elementos.
c) da estrutura do texto.
Tipos de análise do texto
TEXTUAL: breve explicação do professor com a primeira leitura pelo aluno.
Sucessivas leituras permitirão a identificação de palavras e parágrafos chaves. O
significado das palavras desconhecidas, assim como termos técnicos são procurados no
dicionário.
TEMÁTICA: é individual. Permite maior compreensão do texto, a associação de
idéias do autor com as pré-existentes no conhecimento do estudante. Avaliação da
coerência interna do texto. Elaboração do resumo para discussão em sala de aula.
PROBLEMATIZAÇÃO: Atividade em grupo. As questões implícitas e explícitas
no texto são levantadas e debatidas.
CONCLUSÃO PESSOAL: Individual. Reelaboração do que foi entendido do
texto, resultando num resumo próprio que também uma crítica e reflexão pessoal.
A leitura do texto deve incluir várias leituras:
Primeira: serve para organizar o texto na mente do aluno.
Segunda: Sublinhar as ideias principais e as palavras-chaves (COM DOIS GRIFOS).
Os trechos mais importantes da idéia desenvolvida são assinalados no texto com
uma linha vertical na margem. O que consideramos passível de crítica, objeto de reparo ou
insustentável dentro do raciocínio desenvolvido, destacamos com um ponto de interrogação
(?). Assuntos ou palavras-chaves distintas no texto (assuntos secundários) podem ser
grifados com cores diferentes.
A elaboração de um esquema
Após várias leituras, com o auxílio de dicionários, torna-se mais fácil a elaboração de
um esquema. Trabalhamos então com a hierarquização das palavras-chaves, frases e
parágrafos importantes, ligando as ideias sucessivas do raciocínio desenvolvido pelo autor.
A elaboração de um resumo envolve um sentido mais completo entre os parágrafos, indicam
mais do que um tópico, mas são condensados para a apresentação. O resumo facilita o
4. trabalho de captar, analisar, relacionar, fixar e integrar aquilo que se está estudando, e
serve para fixar e expor o assunto, inclusive numa prova.
Resumos
Ao se fazer um resumo, buscamos apresentar, de maneira enxuta, destacando os
elementos de maior importância o que o autor escreveu no texto.
Várias são as leituras necessárias para a elaboração do RESUMO. Na primeira
leitura fazemos um esboço, tentado perceber o plano geral da obra e o seu
desenvolvimento. Na segunda leitura devemos responder a seguinte pergunta: De que trata
o texto? Qual é a sua ideia central?
Na terceira leitura identificamos as partes principais do texto, ao compreendermos
as ideias descritas já identificamos as diferentes partes que o compõem.
Aplicando a técnica de análise de texto, identificamos as palavras-chaves e os
parágrafos chaves.
Observação: Material pesquisado e organizado pelo professor Sérgio Assis.
BIBLIOGRAFIA:
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade- Fundamentos de Metodologia
Científica. São Paulo: Atlas, 2ª ed. 1990.