1. ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL E GERAL <br />HENRI FAYOL1<br />Por Roneison Batista Ramos2<br />“Administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.” Henri Fayol<br />Ao lado de Taylor e Ford, Jules Henri Fayol (1841–1925) é um dos contribuintes mais importantes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. <br />Seu livro Administration Industrielle et Généralle (“Administração Industrial e Geral”) somente foi publicado quando tinha 70 anos, em 1916 e dá ênfase a estrutura organizacional, mostrando que a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios e governo) que sempre exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.<br />Administração Industrial e Geral está dividido em duas partes: a primeira trata da importância do ensino da administração e a segunda sobre os princípios e elementos da administração.<br />Fayol distinguiu 6 (seis) funções empresariais como o conjunto de operações que toda a empresa possui.<br />Função Técnica - é a função relacionada com a produção de bens ou serviços da empresa, ou seja, a atividade fim. Não sendo considerada por Fayol a função primordial de uma empresa. Função Comercial - é relacionada com a compra, venda e permuta de matéria-prima e produtos. <br />Função Financeira - é a função que trata da procura e gerência de capitais. Fayol considerava que o capital é necessário para toda e qualquer atividade da empresa, pois sem capital não é possível pagar os funcionários, adquirir matéria-prima, etc., sendo condição essencial de êxito acompanhar constantemente a situação financeira da empresa.<br />Função de Segurança - visa proteger os bens e as pessoas de problemas como roubo, inundações e obstáculos de ordem social como greves e atentados.<br />Função de Contabilidade - é relacionada com os registros contábeis. Revela a situação econômica da empresa sendo um poderoso instrumento de direção.<br />Função Administrativa - coordena e sincroniza as demais funções e distribuída dentro dos níveis hierárquicos na empresa. <br />Resenha apresentada para obtenção de nota parcial na disciplina Teoria Geral da Administração, ministrada pelo Prof. Adm. Paulo César Diniz de Araújo, M.Sc. e M.B.A.<br />Aluno do curso de Administração da Universidade do Estado do Amazonas, matricula nº 1113010047.<br />Para o desenvolvimento de cada função, Fayol considera necessário um conjunto de qualidades pessoais. Estas qualidades são:<br />Físicas: saúde, destreza, vigor.<br />Intelectuais: aptidão para compreender e aprender, discernimento, força e agilidade intelectual.<br />Morais: energia, firmeza, coragem de aceitar responsabilidades, iniciativa decisão, tato e dignidade.<br />Cultura geral: conhecimentos variados.<br />Conhecimentos especiais: relativos à função.<br />Experiência: conhecimento prático. <br />Com o objetivo de aperfeiçoar a capacidade administrativa, Fayol desenvolveu 14 (quatorze) princípios de administração:<br />Divisão do Trabalho - especialização dos trabalhadores e gerentes para aumentar a eficiência; implica na separação dos poderes. <br />Autoridade e Responsabilidade - a autoridade pode ser estatutária, inerente à função, e/ou pessoal, derivada da inteligência, do saber e da experiência do chefe. A autoridade implica em responsabilidade, devendo haver sanção - recompensa ou penalidade - no exercício do poder.<br />Disciplina - respeito as convenções estabelecidos entre a organização e seus empregados. Implica em obediência, assiduidade e no respeito, entre outros.<br />Unidade de Comando - o empregado deve receber ordens de apenas um superior. Há o princípio da autoridade única, pois considera que a dualidade de comando é fonte de conflito.<br />Unidade de Direção - deve haver um só chefe e um só plano para um grupo de atividades que tenha o mesmo objetivo.<br />Subordinação dos Interesses Individuais aos Interesses Gerais<br />Remuneração do Pessoal - a remuneração deve ser justa e garantir a satisfação para os empregados e para a empresa.<br />Centralização - concentração da autoridade. Nos pequenos negócios, em que as ordens do chefe vão diretamente aos agentes inferiores, a centralização é absoluta; nas grandes empresas o chefe está separado dos empregados subalternos por longa hierarquia havendo intermediários obrigatórios.<br />Hierarquia - linha de autoridade do escalão superior ao inferior. As comunicações se dão através de uma via hierárquica.<br />Ordem – material: há um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar em seu lugar. E ordem social: há um lugar para cada pessoa e cada pessoa deve estar em seu lugar.<br />Equidade - justiça.<br />Estabilidade do Pessoal - a rotatividade tem um impacto negativo sobre a eficiência da organização (empresa).<br />Iniciativa - capacidade de montar um plano e assegurar seu sucesso.<br />União do Pessoal - o bom relacionamento entre as pessoas fortalece a organização. Entretanto, é indispensável observar a unidade de comando. <br />Por último, Fayol destacou as funções administrativas ou elementos da administração, como sendo as seguintes:<br />Previsão – avaliação do futuro e aprovisionamento de acordo com essa avaliação em plano de ação que deve ter unidade, continuidade, flexibilidade e precisão;<br />Organização – provisão do necessário ao funcionamento da empresa; dividida em organização material e social;<br />Comando – obtenção do máximo empenho dos funcionários na consecução dos objetivos da empresa;<br />Coordenação – harmonização das atividades da empresa;<br />Controle – verificação da conformidade do andamento das ações com o planejamento, instruções e princípios.<br />As críticas feitas a Fayol, segundo Chiavenato dizem respeito a abordagem simplificada da organização formal: com princípios contraditórios e normativos (como deve ser). Ausência de trabalhos experimentais. Extremo racionalismo na concepção da administração: como um conjunto de princípios universalmente aceitos, visando a eficiência máxima da organização. Abordagem incompleta da organização: pois não foram consideradas as organizações informais. Abordagem típica da teoria da máquina: a organização era considerada sobre o prisma do comportamento mecânico de uma máquina; o modelo administrativo corresponde a divisão mecânica do trabalho (parcelamento de tarefas). Abordagem da organização como um sistema fechado. <br />Apesar das críticas, Fayol foi o pioneiro no reconhecimento de que a administração deveria ser vista como uma função separada das demais funções da empresa. O maior impacto dessa ideia está na identificação do trabalho dos gerentes como distinto das operações técnicas da empresa. Ao apontar essa distinção, Fayol ajudou a tornar mais nítido o papel dos executivos – os administradores de nível mais alto na hierarquia da organização.<br />Fayol, também, contribui com sua teoria o desenvolvimento da abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira vez falou-se em administração como disciplina e profissão, que por sua vez, poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração.<br />Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das atuais quatro funções da Administração que são: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar, à qual Fayol acrescenta a função de Coordenar.<br />A Teoria Clássica da Administração, vista em Administração Industrial e Geral de Fayol, tem o seu principal valor no fato de ela ser indispensável para se compreensão das bases da Administração Moderna.<br />CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da Administração. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 634p.<br />FAYOL, H. Administração Industrial e Geral: previsão, organização, comando, coordenação, controle. 10 ed. São Paulo: Atlas, 1990. 138p.<br />SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 480p.<br />