SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 12
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO PARA A PREVENÇÃO DE QUEDAS DE IDOSOS
Nurses Of Action For The Prevention Of Elderly Falls
Márcia Eliane de Oliveira Falcão1
Silvana Amália de Almeida 2
RESUMO
Para o Ministério da Saúde, as quedas de idosos e as seqüelas oriundas das mesmas são,
atualmente, uma questão de saúde pública. No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem ao
menos uma vez ao ano. Por isso, o presente artigo tem por objetivo avaliar e caracterizar as
causas e as conseqüências dessas quedas. Para isso, será feita uma revisão bibliográfica
através de livros, de artigos científicos, de sites na Internet, a fim de se descrever o
envelhecer e as limitações que esse processo acarreta, orientando o enfermeiro no
desenvolvimento de ações preventivas no cuidado dos idosos. Pretende-se, assim, concluir
que o evento da queda pode ocasionar diminuição da capacidade do idoso em realizar as
atividades instrumentais da vida diária, conseqüentemente, limitando a sua autonomia e a
qualidade de vida.
Palavras-chave: Idoso. Queda. Cuidados. Enfermeiro.
ABSTRACT
To the Ministry of Health, the elderly and falls from the sequelae of them are coming from, for
instance, an a public health issue. In Brazil, some 30% of the elderly fall at least once a year.
Therefore, this article aims to evaluate and characterize the causes and consequences of
falls. This will done through a literature review of books, scientific articles, from Web sites in
order to describe the aging and the limitations that this process entails, guiding the nurse in
the development of preventive actions in the care of the elderly. It is therefore concluded that
the event of the fall can cause reduced capacity of the elderly in carrying out the instrumental
activities of daily living thus limiting their autonomy and quality of life.
Keywords: Aged. Fall. Care. Nurse.
¹ Especialista em Saúde Pública e Administração Hospitalar e Professora do Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora.
E-mail: marciaeliane@hotmail.com
² Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora.
E-mail: sil171517@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento da população é um dos maiores trunfos da humanidade e
também um dos grandes desafios. Isso porque envelhecer implica em um processo
evolutivo gradual com mudanças multidimensionais e multidirecionais e acarreta para as
partes e funções do organismo conseqüências distintas.
Segundo o Estatuto do Idoso, artigo 1º, (BRASIL, 2003, p.7) “idoso é toda pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”.
O aumento da estimativa de vida, no entanto, precisa ser acompanhado pela
melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida. E ainda é grande a desinformação
sobre a saúde, as particularidades e desafios do envelhecimento populacional no Brasil.
Portanto, diante da perspectiva da ampliação do contingente idoso brasileiro é
necessário que os enfermeiros, nos diversos serviços de saúde, estejam preparados para
atender essa clientela de acordo com as suas necessidades.
Desse modo, o artigo 18 do Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003, p.16) afirma que “as
instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento das
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais”.
Já a Lei 8.842, de janeiro de 1994, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, no
Brasil, com o objetivo de assegurar os seus direitos sociais e criar condições para promover
a sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Em seu Capítulo IV, artigo
10º, estabelece:
Como competências dos órgãos e entidades públicos na implementação da
Política Nacional do Idoso, na área de saúde, a garantia a assistência à
saúde, nos diversos níveis de atendimento do SUS, a prevenção, promoção,
proteção e recuperação da saúde do idoso, através de programas e
medidas profissionais; a adoção e aplicação de normas de funcionamento
para as instituições geriátricas e similares; a elaboração de normas de
serviços geriátricos hospitalares; o desenvolvimentos de cooperação entre
secretarias estaduais, do Distrito Federal e dos municípios e entre os
Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de
equipes inter-profissionais; a inclusão da Geriatria como especialidade
clínica, para efeito de concursos públicos (federais, estaduais e municipais);
a realização de estudos para detectar o caráter epidemiológico de
determinadas doenças do idoso e a criação de serviços alternativos de
saúde para o idoso. (BRASIL, 1994).
Apesar da existência da Lei 8.842, ainda são desenvolvidas poucas ações de
alcance nacional direcionadas para a proteção, a prevenção e a melhoria da qualidade de
vida do idoso.
2
Uma das poucas ações que se pode ressaltar por parte do Ministério da Saúde é a
campanha de vacinação contra gripe. No entanto, outras ações deveriam ser desenvolvidas
como aquelas que se referem ao evento da queda, visto que é o maior motivo de internação
de pessoas idosas.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000, p.17) “as quedas em indivíduos
acima de 60 anos de idade são tão freqüentes que há muito tempo têm sido aceitas como
uma conseqüência inevitável, um efeito colateral e natural do envelhecimento”.
E o último levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que, em 2006,
30 mil idosos foram hospitalizados por causa de quedas, o que representa um custo de
quase R$ 50 milhões para os cofres públicos.
Ainda segundo o Ministério da Saúde Portaria 1395/GM – Política de Saúde do
Idoso (BRASIL, 1999):
Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às outras faixas etárias,
consome muito mais recursos do sistema de saúde e que este maior custo
não reverte em seu benefício. O idoso não recebe uma abordagem médica
ou psicossocial adequada nos hospitais, não sendo submetido também a
uma triagem rotineira para fins de reabilitação.
Sabe-se, assim, que a queda de pessoas idosas, em sua maioria, provoca lesões,
além de altos custos devido o tratamento; há casos, em que pode levar até a morte. O
presente artigo, desse modo, tem por objetivo analisar as causas mais comuns das quedas
sofridas por idosos e, ainda, destacar como o enfermeiro atua na prevenção das mesmas ao
desenvolver ações de assistência e prevenção.
Por isso, o presente trabalho justifica-se pela necessidade de conhecer as causas
mais incidentes de quedas e suas conseqüências, além de propor possíveis ações de
assistência e prevenção, o que possibilitaria melhorar a qualidade de vida das pessoas
idosas. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica, através de sites na internet, livros e
revistas pertinentes ao tema.
.
2. O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO E SUAS IMPLICAÇÕES
A velhice está acompanhada de mudanças que, gradativamente, ocorrem e,
mesmo assim, podem não comprometer a qualidade de vida do indivíduo. Litvoc & Brito
(2004, p.45) ressaltam que:
3
O estereótipo do idoso que o coloca como pessoa que, com o passar dos
anos, vai perdendo capacidades e poder para influir sobre sua própria
saúde pode determinar de sua parte uma atitude passiva e paliativa na
manutenção da sua própria saúde, fazendo com que as ações do dia-a-dia
que a mantêm sejam reduzidas. Este tipo de estereótipo afeta a percepção
das pessoas sobre seu potencial e empobrece as oportunidades de
promoção de sua saúde.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000, p.9),” há quem caracterize o
envelhecimento como decorrência de uma falência da manutenção do equilíbrio integral do
indivíduo sob condições de estresse fisiológico”.
No entanto, destaca que o envelhecimento é o processo que fragiliza adultos
saudáveis, diminuindo suas reservas fisiológicas e gerando o aumento de vulnerabilidade a
diversas enfermidades, o que pode levá-los até a morte.
A idade e o sexo são fatores considerados imutáveis de risco para acidentes e
óbitos em idosos, mas existem aqueles fatores de risco passíveis de mudança e, portanto,
de grande interesse.
A promoção de medidas preventivas, por exemplo, constitui aspecto de suma
importância para a manutenção e a recuperação da saúde do idoso, já que é consenso que
quanto maior o número de fatores de risco presentes maior será a chance de ocorrência de
uma queda.
Isso porque, segundo a OMS, o envelhecimento da população já se tornou uma
questão de saúde pública, já que se assiste à explosão demográfica da população idosa,
denominada de transição demográfica.
Com a transição demográfica ocorre outro fenômeno chamado de transição
epidemiológica, ou seja, a população envelhecida altera o perfil da morbidade e as causas
de morte, pois deixou de ter doenças infecciosas e parasitárias para ter doenças crônica-
degenerativas.
Carvalhaes et al. (1989, p.181) afirmam que:
Em relação à morbidade, o idoso passa a ser vulnerável a algumas
patologias, sendo que as de maior incidência são: doenças reumáticas,
hipertensão, doenças cardíacas, diabetes, agravos a saúde mental. Devido
a essas morbidades e suas conseqüências, o idoso fica propenso a quedas,
o que lhe modifica a qualidade de vida.
Para Cunha & Guimarães (1989), a queda se dá em decorrência da perda total do
equilíbrio postural, podendo estar relacionada à insuficiência súbita dos mecanismos neurais
e osteoarticulares envolvidos na manutenção postural.
4
Já Moura (1999) define queda como o deslocamento não-intencional do corpo para
um nível inferior à sua posição inicial, com a incapacidade de correção em tempo hábil.
Na maioria das vezes, as fraturas levam à incapacidade funcional e o idoso, vítima
de queda, tende a se manter acamado com a mobilidade prejudicada. Com isso, podem
surgir complicações como úlceras de pressão, problemas respiratórios e urinários. As
fraturas de fêmur são as de maior complicação, em termo de morbidade, mortalidade e alto
custo tanto para as instituições hospitalares como para a família.
Com a mobilidade limitada, o idoso passa a ter restrições na realização de suas
atividades diárias, o que pode acarretar uma diminuição da força muscular, enfraquecimento
dos membros inferiores, levando-o ao estado de dependência, de isolamento social e de
depressão como conseqüência do medo de cair novamente.
Para se entender os fatores responsáveis por uma queda, deve se ter clareza
sobre a interação existente entre o hospedeiro susceptível, no caso do indivíduo idoso, e os
fatores ambientais predisponentes.
Cabe ressaltar que, com o avançar da idade, os fatores causadores de quedas
diferem um pouco, variando a interação entre condições intrínsecas (condições próprias do
indivíduo – múltiplas alterações fisiológicas, uso de medicamentos e enfermidades) e as
extrínsecas (externas ao indivíduo – ambientais).
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000, p.18), “no idoso mais jovem, com
menos de 75 anos de idade, as quedas são causadas mais freqüentemente pela interação
de alterações fisiológicas do envelhecimento com riscos ambientais”. O resultado é uma alta
proporção de quedas devido a tropeções e a escorregões, que tendem a diminuir com o
avançar da idade.
Já no idoso com mais de 75 anos de idade, as quedas são freqüentemente
precipitadas por enfermidades, tais como músculo-esqueléticas, cardíacas, neurológicas,
sensoriais e pelo uso de medicamentos. Nesse grupo etário, não é comum a ocorrência de
queda como resultado de um único fator intrínseco ou extrínseco atuando isoladamente,
mas se dá, com maior freqüência, em decorrência de vários fatores interligados.
2.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE QUEDAS EM IDOSOS
2.2.1 FATORES INTRÍNSECOS DETERMINANTES DE QUEDAS
5
Com o avançar da idade, ocorrem alterações fisiológicas próprias do
envelhecimento, bem como afecções comuns. Segundo o Ministério da Saúde (2000, p.19-
22), as mais comuns são:
a) Envelhecimento ocular - alterações que podem afetar adversamente a
visão, embaralhamento da visão periférica, diminuição do tempo de
resposta visual e da adaptação às alterações de luminosidade;
b) Presbiacusia - perda neuro-sensorial da audição, afetando primeiro os
sons da freqüência, posteriormente, a diminuição da acuidade auditiva. Com
a conseqüente diminuição da audição, as deficiências auditivas interferem
na marcha do idoso e é, muitas vezes, responsável por diversos acidentes;
c) Quadro de depressão - em conseqüência dos quadros acima, o medo e
muitas vezes a vergonha de não ouvir ou enxergar o que estão lhe falando
ou lhe mostrando, leva o idoso a se isolar, vivendo num mundo só seu
ocasionando alteração do nível de atenção, diminuição do comprimento dos
passos, perda de energia, diminuição da autoconfiança, se tornando menos
atento aos perigos ambientais;
d) Redução da capacidade de perceber onde está – o idoso tende a ter
dificuldades de reconhecer o seu meio externo, onde pisa, passa a olhar
muito para baixo ao deambular para visualizar onde coloca os pés e, com
isso, fica desatento aos obstáculos do ambiente, como degraus, coisas no
caminho, irregularidades do solo;
e) Redução no tempo de reação e velocidade em realizar tarefas – o tempo
entre perceber um perigo e realizar uma ação para evitá-lo aumenta com o
avançar da idade. Idosos que praticam atividades de alto risco como
atravessar avenidas movimentadas, caminhar várias vezes por locais com
obstáculos podem estar mais propensos a quedas;
f) Enfraquecimento dos músculos do quadríceps e cintura escapular – com o
envelhecimento a tendência é a perda do tônus muscular e os idosos
apresentam dificuldades para sair da cama (ou levantarem de uma posição
sentada);
g) Hipotensão ortostática – muitos idosos têm hipotensão nas mudanças de
posição, especialmente da posição de deitado para sentado e, na maioria
das vezes, essa hipotensão ocasiona quedas da própria altura;
h) Ansiedade – acarreta diminuição da atenção, aumento da insegurança e
pode até levar o idoso a ter tonturas, arritmias e dispnéia;
i) Demências e estados confusionais agudos - o idoso fica agitado, tem
alterações de consciência, ilusões e alucinações e com isso pode ser vítima
de violentas quedas;
j) Alteração da marcha – a diminuição da força muscular, rigidez articular e
dor associada ao desgaste das articulações, as alterações do equilíbrio por
diminuição da sensibilidade postural e por diminuição da circulação cerebral
e do labirinto fazem com que o idoso tenda a evitar caminhadas, e quando o
faz caminha com dificuldade, tornando grande o risco de quedas;
l) Arritmia – quando ocorre uma queda abrupta, com ou sem perda da
consciência, ou que é precedida por tontura ou palpitação, sugere uma
arritmia cardíaca. Este tipo de quedas está, às vezes, associada com
exercícios ou com ficar em pé, se o paciente apresenta estenose aórtica
que provoca uma redução de perfusão cerebral. Uma queda pode ser o
primeiro indício de um Infarto Agudo do Miocárdio;
m) Seqüelas de fraturas – os idosos que sofreram fraturas anteriores
apresentam grande medo de novas fraturas principalmente aqueles que
apresentam seqüelas que dificultam a postura e deambulação, pois estarão
mais sujeitos a novas quedas.
6
Nesse contexto, é importante que o enfermeiro estude e conheça todos os fatores
determinantes de queda, para que ele possa atuar principalmente na prevenção e contribuir
para a redução de estatísticas (atualmente, elevadas) bem como suas conseqüências.
2.2.2 FATORES EXTRÍNSECOS QUE PODEM PROVOCAR QUEDAS
As principais causas de quedas de idosos são acidentais e devem-se à inexistência
de condições de segurança no local da residência ou no ambiente que eles se inserem, tais
como:
a) Em pisos irregulares, encerados, desnivelados, derrapantes, o idoso
tende a escorregar com mais facilidade;
b) Tapetes soltos pelo chão, que podem causar tropeções;
c) Obstáculos pelo caminho, fios elétricos, brinquedos, animais;
d) Mobiliário em local inadequado, principalmente em lugares onde o
idoso possa precisar se apoiar para deambular;
e) Objetos de uso do idoso colocados em locais muito altos ou muito
baixos e de difícil acesso;
f) Iluminação inadequada, seja pela fraca intensidade ou lâmpadas
desprotegidas, causando reflexos ocasionando dificuldade visual;
g) Cama inadequada para o conforto do idoso, ou muita alta tornando
difícil para o idoso deitar-se e levantar-se sem ajuda;
h) Calçados inadequados, aqueles sem anteparo posterior como na
maioria dos chinelos, ou calçados de saltos que dificultam a deambulação
dos idosos principalmente dos que já apresentam dificuldade na marcha;
i) Inexistência de corrimão em escadas e corredores, o idoso pode
precisar de apoio para subir e descer escadas;
j) Vasos sanitários baixos e sem apoios laterais;
k) Falta de apoio nos boxes dos banheiros, fator de suma importância
para a segurança do idoso durante o banho;
l) Medicação – é comum os idosos tomarem medicamentos de forma
regular e permanente. Deve-se então redobrar a atenção principalmente ao
início de novos medicamentos, uma vez que algumas quedas se relacionam
com alterações recentes (inferiores a duas semanas) da terapêutica habitual
do idoso. A poli medicação (quatro ou mais medicamentos) ou
medicamentos que causem sedação, alteração do equilíbrio, hipoglicemia
ou hipotensão poderão favorecer as quedas;
m) Consumo de álcool – mesmo em pequenas quantidades pode
provocar alterações que conduzem a quedas, já que influencia o equilíbrio e
interfere com o uso de medicamentos. Dessa forma, o seu consumo deve
ser evitado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000, p.28-29).
Tanto os fatores intrínsecos como extrínsecos requerem do profissional enfermeiro
a atenção e a atuação, onde se encontra inserido o paciente idoso, seja em uma instituição
de idosos, em hospitais ou na própria residência. Isso porque o enfermeiro, além de ser um
profissional comprometido com a saúde do paciente, insere-se em programas de saúde que,
por sua vez, têm como objetivos a promoção e a reabilitação do paciente.
7
2.3 ATUAÇÃO E ORIENTAÇÕES DO ENFERMEIRO PARA PREVENÇÃO DAS QUEDAS
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da
coletividade. O enfermeiro atua na promoção, na proteção, na recuperação da saúde, na
reabilitação das pessoas e na assistência qualificada à saúde, ou seja, se responsabiliza
pelo ato de cuidar. E quando o cuidado se refere à pessoa idosa, há muitos aspectos a
serem considerados.
Para uma pessoa idosa, a queda pode assumir significados de decadência e
fracasso gerados pela percepção da perda de capacidades do corpo potencializando
sentimentos de vulnerabilidade, ameaça, humilhação e culpa.
Por isso, a prevenção de quedas assenta, em primeiro lugar, na identificação dos
fatores de risco para a correção dos que são passíveis de ser corrigidos. Devem ser
realizadas modificações necessárias para adaptação do ambiente de convívio do idoso às
alterações do envelhecimento.
Deve-se ainda procurar resolver ou atenuar os problemas de saúde que estão na
origem das quedas. Segundo Brunner & Suddarth (2005, p. 221), “um ambiente seguro
permite que o paciente se movimente o mais livremente possível e alivia a família da
constante preocupação com a segurança”.
Além disso, deve esclarecer ao idoso que existem fatores que ajudam a evitar uma
queda, como o fato de realizar atividade física mantendo uma boa força muscular e bom
equilíbrio corporal; ir ao oftalmologista regularmente para se certificar que está enxergando
o melhor possível; não usar medicações sem orientação médica; manter-se ativo; evitar
comportamentos arriscados como subir em banquinhos ou em escadas sem proteção; evitar
o consumo de álcool, além ficar atento a várias outras situações de risco.
Quanto ao ambiente doméstico, o enfermeiro deve orientar o idoso e a família
quanto à necessidade de realizar mudanças no ambiente doméstico a fim de adequá-lo para
que se torne mais seguro:
a) Pisos – devem ser planos, de material antiderrapante, nivelado e que
proporcione ao idoso segurança ao caminhar;
b) Chão - é importante verificar a presença de tapetes soltos pela casa, fios
atravessados no caminho, brinquedos ou outros objetos espalhados;
c) Mobília – os móveis devem ser colocados em locais que não atrapalhem o
caminho do idoso e as quinas devem ser protegidas. Os armários devem ficar em altura de
fácil acesso para o idoso, para que esse não precise subir em nada para alcançar seu
8
interior. A cama deve ter de 45 a 50 cm de altura incluindo o colchão, de modo que a pessoa
sentada na beirada, consiga apoiar os pés no chão, evitando assim tonteiras ao se levantar;
d) Os objetos de uso pessoal do idoso – devem ser colocados em local de fácil
acesso, de modo que o idoso não precise transpor obstáculos para alcançá-los;
e) Calçados e roupas – os calçados devem ser confortáveis e ter solados anti-
derrapantes e sem saltos, pois podem proporcionar o seu desequilíbrio e dificuldade para
deambular. As roupas devem ser confortáveis e não devem ser muito compridas arrastando
ao chão, pois pode tropeçar na barra e se desequilibrar;
f) As escadas e corredores – devem ter corrimãos para que o idoso possa se apoiar
ao deambular. As escadas devem ser revestidas de material antiderrapante e nos
corredores deve ter lâmpada no início e no fim, assim como interruptores luminosos que
facilitem ao idoso a sua localização, já que muitos apresentam redução visual;
g) A iluminação deve ser adequada – os cômodos da casa devem ter uma boa
iluminação, as luzes devem ser claras o suficiente para compensar a limitação da visão e
devem também ser livres de reflexos e brilhos;
h) As cadeiras e outros assentos – devem ter uma altura adequada e equipados
com apoiadores para braços, auxiliando assim na transferência do idoso;
i) No banheiro – as portas devem ser amplas; os pisos devem ser antiderrapantes
mesmo quando úmidos; o vaso sanitário deve ter altura adequada ao idoso e com apoios
laterais; os boxes devem ter barras de apoio para durante o banho o idoso se sentir seguro;
não devem existir soleiras com nível acima do piso para evitar riscos de tropeços;
j) Telefone – telefone e números de auxílio devem estar visíveis para o uso do idoso
em caso de necessidade, se esse tiver autonomia para utilizá-lo;
l) Medicações – as medicações devem ficar em locais de fácil acesso, o idoso deve
ser orientado quanto aos horários e dose corretos.
O enfermeiro, desse modo, deve adotar medidas que atentem às características e
aos fatores de risco, bem como reduzir ao máximo os fatores de risco de quedas do
ambiente de convívio do idoso.
Porém, caso a pessoa sofra um queda, a primeira providência é solicitar ajuda; se
sentir uma dor forte, não deve se mover e se manter numa posição confortável até a
chegada de socorro profissional.
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do presente estudo, foi possível identificar que a queda em idosos é
causa freqüente de incapacidade, isolamento social, quadro depressivo, perda de
autonomia, dependência, qualidade de vida prejudicada.
Portanto, é de fundamental importância que o enfermeiro conheça as causas que
levam o idoso a se acidentar, pois comprometido com a promoção da saúde e prevenção de
acidentes, cabe-lhe orientar o idoso e os familiares no que diz respeito à prevenção desse
evento.
Quanto à prevenção, é importante salientar que, é fundamental para todos os
envolvidos – seja o idoso, os familiares, a sociedade e a saúde pública, mas, principalmente,
pretende evitar as graves conseqüências, como a imobilidade. Assim, contribui para a
qualidade de vida dos idosos, além de lhes garantir um processo de envelhecimento ativo.
Conclui-se, então, que a atuação do enfermeiro para a prevenção de quedas de
idosos é de suma importância, visto que esse profissional atua direta e indiretamente com
esses pacientes.
REFERÊNCIAS
CARVALHAES, N.; ROSSI, E.; PASCHOAL, S. Quedas. In: Congresso Paulista de Geriatria
e Gerontologia. São Paulo: Revinter, 1998.
CUNHA, V. G. V.; GUIMARÃES, R. M. Sinais e Sintomas do Aparelho Locomotor. Rio de
Janeiro: Revinter, 1989.
FILHO, E. T. C.; NETTO M. P. Geriatria Fundamentos, Clínica e Terapêutica. São Paulo:
Atheneu, 2006.
LITVOC, J.; BRITO, F. C. de. Envelhecimento Prevenção e Promoção da Saúde. São
Paulo: Atheneu, 2004.
MOURA, R. N.; SAMTOS, F. C. dos; DRIEMEIER M; SANTOS L. M. dos; RAMOS L. R.
Quedas em idosos: fatores de risco associados. Gerontologia. Rio de Janeiro: Revinter,
1999.
PEREIRA, S. R. M. O idoso que cai. In: Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia.Caminhos do Envelhecer. Rio de Janeiro: Revinter, 1994. p. 217-21.
BRASIL. Lei Federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1º de outubro de 2003.
10
BRASIL. Lei Federal nº 8.842, de 4 de janeiro de1994. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF,4 de janeiro de 1994.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política de Saúde do Idoso – Portaria 1395/GM. Brasília,
DF: Imprensa Nacional, 1999.
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Idoso – Instabilidade Postural e Queda.
Brasília, 2000.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Envelhecimento Ativo: uma política de saúde.
Brasília, DF: Imprensa Nacional, 2005.
SANDRI, J. V. A.; LINHARES, V. C. A Qualidade de Vida dos Idosos Atendidos pelo
Programa Saúde da Família no Bairro Areias, Camboriú – SC. Revista Nursing, 2008; 11
(122): p. 306-311.
SANTOS, S. R.; IDE, K. C. A. Enfermagem e o Idoso: necessidades e possibilidades para
realização de educação em serviço. Revista Nursing, 2006; 12 (9): p. 1152-1156.
JAHANA, O. K.; DIOGO, M. J. D. Quedas em Idosos: Principais Causas e Conseqüências.
Revista Saúde Coletiva, 2007; 04(17): p. 148-153.
O Papel da Fisioterapia na prevenção da instabilidade e quedas em idosos. Disponível
em:<www.wgate.com.br/conteudo/medicina e saude/ fisioterapia/traumato/instabilidade -
postural - idoso. html>. Acesso em: 15 de setembro de 2008.
Causas e fatores de risco das quedas em idosos. Disponível
em:<www.copacabanarunners.net/ quedas – idosos.html.>. Causas e fatores de risco das
quedas em idosos. Acesso em: 15 de setembro de 2008.
Como cuidar de idosos. Disponível em:<www.cuidardeidosos.com.br/ >. Acesso em: 11 de
outubro de 2008.
Causas e Conseqüências de quedas de idosos atendidos em Hospital Público. Disponível
em:<www.scielo.br/ pdf/ rsp/ v38 nº1/ 18457. pdf. >. Acesso em: 15 de outubro de 2008.
Queda no Idoso. Disponível em:<www.sbgg.org.br.>. Acesso em: 15 de outubro de 2008.
Dra. Paula Villela Corrêa. Quedas nos Idosos o Exercício Como Prevenção. Disponível
em:<www.pequi.incubadora.fapesp.br.>. Acesso em: 22 de outubro de 2008.
11
A Vulnerabilidade do Idoso Para a Queda. Disponível em:<www.fen.ufg.br/ revista/ v9/
n1/ pdf/ v9 n1a05>. Acesso em: 22 de outubro de 2008.
Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Disponível em:<www.scielo.br/pdf/
rsp/ v 41 nº 5/ 6188. pdf. .>. Acesso em: 22 de outubro de 2008.
Prevenção e Manejo de Quedas no Idoso. Disponível em: <www.
pequi.incubadora.fapesp.br/portal/quedas>. Acesso em : 25 de outubro de 2008.
Como Reduzir quedas no idoso. Disponível em:
<http://www.into.saude.gov.br/de_quedas_idosos.php>. Acesso em : 26 de outubro de 2008.
Quedas em Idosos. Disponível em:
<http://www.advita.pt/download.php?f3f27de2da06fee54f8cbcdf973bbea8>. Acesso em: 26
de outubro de 2008.
12

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Politica nacional atencao_homem
Politica nacional atencao_homemPolitica nacional atencao_homem
Politica nacional atencao_homemKetinlly
 
Saúde do Idoso - A Queda
Saúde do Idoso - A QuedaSaúde do Idoso - A Queda
Saúde do Idoso - A QuedaMarina Sousa
 
Aula saúde do idoso - turma regular
Aula saúde do idoso - turma regularAula saúde do idoso - turma regular
Aula saúde do idoso - turma regularIsmael Costa
 
UM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDAR
UM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDARUM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDAR
UM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDARMárcio Borges
 
Envelhecer sem Adoecer
Envelhecer sem AdoecerEnvelhecer sem Adoecer
Envelhecer sem AdoecerAmanda Thomé
 
Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento
Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimentoAtenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento
Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimentojardelf
 
Determinantes sociais de saúde mental
Determinantes sociais de saúde mentalDeterminantes sociais de saúde mental
Determinantes sociais de saúde mentaljairaraujo
 
Plano de atenção ao idoso
Plano de atenção ao idosoPlano de atenção ao idoso
Plano de atenção ao idosoEvailson Santos
 
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoCeila Coelho
 
Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)
Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)
Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)Ricardo Meyer
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no IdosoNome Sobrenome
 
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhosDesenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhosJessica Monteiro
 
Promoção a-saúde-do-idoso
Promoção a-saúde-do-idosoPromoção a-saúde-do-idoso
Promoção a-saúde-do-idosoJoice Lins
 
O Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira Idade
O Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira IdadeO Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira Idade
O Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira IdadeGreicy Kapisch
 
Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)
Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)
Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)Davi Mota
 
O idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde públicaO idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde públicaGreicy Kapisch
 

Mais procurados (20)

Politica nacional atencao_homem
Politica nacional atencao_homemPolitica nacional atencao_homem
Politica nacional atencao_homem
 
Saúde do Idoso - A Queda
Saúde do Idoso - A QuedaSaúde do Idoso - A Queda
Saúde do Idoso - A Queda
 
Aula saúde do idoso - turma regular
Aula saúde do idoso - turma regularAula saúde do idoso - turma regular
Aula saúde do idoso - turma regular
 
UM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDAR
UM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDARUM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDAR
UM OLHAR GERONTOLÓGICO SOBRE O CUIDAR
 
Envelhecer sem Adoecer
Envelhecer sem AdoecerEnvelhecer sem Adoecer
Envelhecer sem Adoecer
 
Saúde do Idoso
Saúde do IdosoSaúde do Idoso
Saúde do Idoso
 
Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento
Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimentoAtenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento
Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento
 
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEMSAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
SAÚDE DO IDOSO: ENFERMAGEM
 
Determinantes sociais de saúde mental
Determinantes sociais de saúde mentalDeterminantes sociais de saúde mental
Determinantes sociais de saúde mental
 
Plano de atenção ao idoso
Plano de atenção ao idosoPlano de atenção ao idoso
Plano de atenção ao idoso
 
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idosoAssistencia de enfermagem em saude do idoso
Assistencia de enfermagem em saude do idoso
 
Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)
Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)
Linha de cuidado idoso – fratura de fêmur (1)
 
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
UFCD - 6559- Cuidados Saúde no Idoso
 
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhosDesenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
Desenvolvimento do ciclo de vida - Idosos: perdas de ganhos
 
Promoção a-saúde-do-idoso
Promoção a-saúde-do-idosoPromoção a-saúde-do-idoso
Promoção a-saúde-do-idoso
 
O Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira Idade
O Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira IdadeO Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira Idade
O Idoso, Suas Teorias e as Principais Modificações da Terceira Idade
 
O IDOSO: AUTONOMIA DEPENDÊNCIA E RISCO
O IDOSO: AUTONOMIA DEPENDÊNCIA E RISCOO IDOSO: AUTONOMIA DEPENDÊNCIA E RISCO
O IDOSO: AUTONOMIA DEPENDÊNCIA E RISCO
 
Desigualdades no acesso a saúde
Desigualdades no acesso a saúde Desigualdades no acesso a saúde
Desigualdades no acesso a saúde
 
Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)
Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)
Manual programa saúdeemcasa-saúdedoidoso-mg (1)
 
O idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde públicaO idoso—ética e as políticas de saúde pública
O idoso—ética e as políticas de saúde pública
 

Destaque

La investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigación
La investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigaciónLa investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigación
La investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigaciónMaría Rubio
 
Arte y tecnología
Arte y tecnologíaArte y tecnología
Arte y tecnologíahugo quispe
 
Jones_Church as Secure Base
Jones_Church as Secure BaseJones_Church as Secure Base
Jones_Church as Secure BaseDr. JJ Jones
 
день дошкольного работника.
день дошкольного работника.день дошкольного работника.
день дошкольного работника.romisflasher
 
Aula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao Escm
Aula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao EscmAula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao Escm
Aula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao EscmWallace de Oliveira Prado
 
Reinauguracao_BV_VenancioAires
Reinauguracao_BV_VenancioAiresReinauguracao_BV_VenancioAires
Reinauguracao_BV_VenancioAiresEstrela Franquias
 
Solutions Financial Accounting - Non Current Liabilities
Solutions Financial Accounting - Non Current LiabilitiesSolutions Financial Accounting - Non Current Liabilities
Solutions Financial Accounting - Non Current LiabilitiesFabiola Kristi
 
GUIA PARA ELABORAR UN PROYECTO
GUIA PARA ELABORAR UN PROYECTOGUIA PARA ELABORAR UN PROYECTO
GUIA PARA ELABORAR UN PROYECTOsofiapaloma
 
Sesión 10 chile, siglo xx
Sesión 10 chile, siglo xxSesión 10 chile, siglo xx
Sesión 10 chile, siglo xxAndrés García
 
LetterofRecommendation(Sanders)
LetterofRecommendation(Sanders)LetterofRecommendation(Sanders)
LetterofRecommendation(Sanders)Michael S. Poirier
 

Destaque (20)

anjum1
anjum1anjum1
anjum1
 
La investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigación
La investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigaciónLa investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigación
La investigacion a partir de historias: manual para periodistas de investigación
 
Arte y tecnología
Arte y tecnologíaArte y tecnología
Arte y tecnología
 
Jones_Church as Secure Base
Jones_Church as Secure BaseJones_Church as Secure Base
Jones_Church as Secure Base
 
день дошкольного работника.
день дошкольного работника.день дошкольного работника.
день дошкольного работника.
 
IPFC Brochure
IPFC BrochureIPFC Brochure
IPFC Brochure
 
Aula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao Escm
Aula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao EscmAula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao Escm
Aula01 Gerenciamento De Riscos Pmbok 4 Edicao Escm
 
Test
TestTest
Test
 
Reinauguracao_BV_VenancioAires
Reinauguracao_BV_VenancioAiresReinauguracao_BV_VenancioAires
Reinauguracao_BV_VenancioAires
 
Doc.No.5 OVIVO WATER
Doc.No.5 OVIVO WATERDoc.No.5 OVIVO WATER
Doc.No.5 OVIVO WATER
 
DGA
DGADGA
DGA
 
Solutions Financial Accounting - Non Current Liabilities
Solutions Financial Accounting - Non Current LiabilitiesSolutions Financial Accounting - Non Current Liabilities
Solutions Financial Accounting - Non Current Liabilities
 
GUIA PARA ELABORAR UN PROYECTO
GUIA PARA ELABORAR UN PROYECTOGUIA PARA ELABORAR UN PROYECTO
GUIA PARA ELABORAR UN PROYECTO
 
Test
TestTest
Test
 
Smile
SmileSmile
Smile
 
Sesión 10 chile, siglo xx
Sesión 10 chile, siglo xxSesión 10 chile, siglo xx
Sesión 10 chile, siglo xx
 
Sandi diaz wilder_gia
Sandi diaz wilder_giaSandi diaz wilder_gia
Sandi diaz wilder_gia
 
Experience2
Experience2Experience2
Experience2
 
LetterofRecommendation(Sanders)
LetterofRecommendation(Sanders)LetterofRecommendation(Sanders)
LetterofRecommendation(Sanders)
 
Sesión 3 ejercitación
Sesión 3 ejercitaciónSesión 3 ejercitación
Sesión 3 ejercitación
 

Semelhante a Artigo revisado ultima vez

TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1
TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1
TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1kamilaAlmeidadosSant1
 
Vigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosas
Vigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosasVigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosas
Vigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosasCentro Universitário Ages
 
Saúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptx
Saúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptxSaúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptx
Saúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptxJuliana Cavalcante
 
visão geral- visão geral- V- visão geral
visão geral- visão geral- V- visão geralvisão geral- visão geral- V- visão geral
visão geral- visão geral- V- visão geralAyrttonAnacleto3
 
3º ano idade como fator de risco e sedentarismo
3º ano idade como fator de risco e sedentarismo3º ano idade como fator de risco e sedentarismo
3º ano idade como fator de risco e sedentarismoTony
 
Introdução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptxIntrodução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptxLarissaCampos96
 
Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08gisa_legal
 
Efeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vida
Efeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vidaEfeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vida
Efeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vidaRafael Pereira
 
Política nacional de atenção à saúde do homem
Política nacional de atenção à saúde do homemPolítica nacional de atenção à saúde do homem
Política nacional de atenção à saúde do homemeriiclima
 
a importancia do treinamento de força na terceira idade
a importancia do treinamento de força na terceira idadea importancia do treinamento de força na terceira idade
a importancia do treinamento de força na terceira idadeAndre Viana
 
NIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAIS
NIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAISNIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAIS
NIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAISNit Portal Social
 
Politica nacional homem
Politica nacional homemPolitica nacional homem
Politica nacional homemguestb6b45808
 
Politica nacional homem
Politica nacional homemPolitica nacional homem
Politica nacional homemCida Ilha
 
Envelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e AcessibilidadeEnvelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e AcessibilidadeGláucia Castro
 
HIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idoso
HIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idosoHIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idoso
HIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idosoAndrea
 
Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5Atena Editora
 

Semelhante a Artigo revisado ultima vez (20)

TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1
TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1
TCC APRESENTAÇAO FISIOTERAPIA - defesa 1
 
Vigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosas
Vigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosasVigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosas
Vigilancia e prevenção de quedas em pessoas idosas
 
Saúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptx
Saúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptxSaúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptx
Saúde do Adulto e Idoso AULA 1.pptx
 
visão geral- visão geral- V- visão geral
visão geral- visão geral- V- visão geralvisão geral- visão geral- V- visão geral
visão geral- visão geral- V- visão geral
 
A arte de envelhecer com saúde
A arte de envelhecer com saúdeA arte de envelhecer com saúde
A arte de envelhecer com saúde
 
3º ano idade como fator de risco e sedentarismo
3º ano idade como fator de risco e sedentarismo3º ano idade como fator de risco e sedentarismo
3º ano idade como fator de risco e sedentarismo
 
Introdução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptxIntrodução à gerontologia.pptx
Introdução à gerontologia.pptx
 
Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08
 
Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08Cartilha agsaude08
Cartilha agsaude08
 
Geriatria completa
Geriatria   completaGeriatria   completa
Geriatria completa
 
Efeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vida
Efeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vidaEfeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vida
Efeitos dos exercícios resistidos sobre as atividades da vida
 
Política nacional de atenção à saúde do homem
Política nacional de atenção à saúde do homemPolítica nacional de atenção à saúde do homem
Política nacional de atenção à saúde do homem
 
a importancia do treinamento de força na terceira idade
a importancia do treinamento de força na terceira idadea importancia do treinamento de força na terceira idade
a importancia do treinamento de força na terceira idade
 
NIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAIS
NIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAISNIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAIS
NIT PORTAL SOCIAL -A SUSTENTABILIDADE NA SAÚDE COMEÇA ANTES DOS HOSPITAIS
 
Politica nacional homem
Politica nacional homemPolitica nacional homem
Politica nacional homem
 
Politica nacional homem
Politica nacional homemPolitica nacional homem
Politica nacional homem
 
Envelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e AcessibilidadeEnvelhecimento do Servidor e Acessibilidade
Envelhecimento do Servidor e Acessibilidade
 
HIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idoso
HIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idosoHIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idoso
HIPRTENSÃO NA TERCEIRA IDADE- disciplina desenvolvimento do idoso
 
Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5Bases Conceituais da Saúde 5
Bases Conceituais da Saúde 5
 
Saúde do homem
Saúde do homemSaúde do homem
Saúde do homem
 

Último

NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxRayaneArruda2
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeLviaResende3
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagemvaniceandrade1
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completomiriancarvalho34
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfzsasukehdowna
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadojosianeavila3
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...kassiasilva1571
 
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologiaprofdeniseismarsi
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiaGabrieliCapeline
 
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxrafaelacushman21
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Eventowisdombrazil
 
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptxConceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptxPedroHPRoriz
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAKaiannyFelix
 

Último (13)

NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
 
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
 
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
 
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptxConceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
Conceitos de Saúde Coletiva e Saúde Pública.pptx
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
 

Artigo revisado ultima vez

  • 1. ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO PARA A PREVENÇÃO DE QUEDAS DE IDOSOS Nurses Of Action For The Prevention Of Elderly Falls Márcia Eliane de Oliveira Falcão1 Silvana Amália de Almeida 2 RESUMO Para o Ministério da Saúde, as quedas de idosos e as seqüelas oriundas das mesmas são, atualmente, uma questão de saúde pública. No Brasil, cerca de 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano. Por isso, o presente artigo tem por objetivo avaliar e caracterizar as causas e as conseqüências dessas quedas. Para isso, será feita uma revisão bibliográfica através de livros, de artigos científicos, de sites na Internet, a fim de se descrever o envelhecer e as limitações que esse processo acarreta, orientando o enfermeiro no desenvolvimento de ações preventivas no cuidado dos idosos. Pretende-se, assim, concluir que o evento da queda pode ocasionar diminuição da capacidade do idoso em realizar as atividades instrumentais da vida diária, conseqüentemente, limitando a sua autonomia e a qualidade de vida. Palavras-chave: Idoso. Queda. Cuidados. Enfermeiro. ABSTRACT To the Ministry of Health, the elderly and falls from the sequelae of them are coming from, for instance, an a public health issue. In Brazil, some 30% of the elderly fall at least once a year. Therefore, this article aims to evaluate and characterize the causes and consequences of falls. This will done through a literature review of books, scientific articles, from Web sites in order to describe the aging and the limitations that this process entails, guiding the nurse in the development of preventive actions in the care of the elderly. It is therefore concluded that the event of the fall can cause reduced capacity of the elderly in carrying out the instrumental activities of daily living thus limiting their autonomy and quality of life. Keywords: Aged. Fall. Care. Nurse. ¹ Especialista em Saúde Pública e Administração Hospitalar e Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora. E-mail: marciaeliane@hotmail.com ² Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora.
  • 2. E-mail: sil171517@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO O envelhecimento da população é um dos maiores trunfos da humanidade e também um dos grandes desafios. Isso porque envelhecer implica em um processo evolutivo gradual com mudanças multidimensionais e multidirecionais e acarreta para as partes e funções do organismo conseqüências distintas. Segundo o Estatuto do Idoso, artigo 1º, (BRASIL, 2003, p.7) “idoso é toda pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos”. O aumento da estimativa de vida, no entanto, precisa ser acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida. E ainda é grande a desinformação sobre a saúde, as particularidades e desafios do envelhecimento populacional no Brasil. Portanto, diante da perspectiva da ampliação do contingente idoso brasileiro é necessário que os enfermeiros, nos diversos serviços de saúde, estejam preparados para atender essa clientela de acordo com as suas necessidades. Desse modo, o artigo 18 do Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003, p.16) afirma que “as instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento das necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais”. Já a Lei 8.842, de janeiro de 1994, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, no Brasil, com o objetivo de assegurar os seus direitos sociais e criar condições para promover a sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. Em seu Capítulo IV, artigo 10º, estabelece: Como competências dos órgãos e entidades públicos na implementação da Política Nacional do Idoso, na área de saúde, a garantia a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do SUS, a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde do idoso, através de programas e medidas profissionais; a adoção e aplicação de normas de funcionamento para as instituições geriátricas e similares; a elaboração de normas de serviços geriátricos hospitalares; o desenvolvimentos de cooperação entre secretarias estaduais, do Distrito Federal e dos municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes inter-profissionais; a inclusão da Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos (federais, estaduais e municipais); a realização de estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas doenças do idoso e a criação de serviços alternativos de saúde para o idoso. (BRASIL, 1994). Apesar da existência da Lei 8.842, ainda são desenvolvidas poucas ações de alcance nacional direcionadas para a proteção, a prevenção e a melhoria da qualidade de vida do idoso. 2
  • 3. Uma das poucas ações que se pode ressaltar por parte do Ministério da Saúde é a campanha de vacinação contra gripe. No entanto, outras ações deveriam ser desenvolvidas como aquelas que se referem ao evento da queda, visto que é o maior motivo de internação de pessoas idosas. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000, p.17) “as quedas em indivíduos acima de 60 anos de idade são tão freqüentes que há muito tempo têm sido aceitas como uma conseqüência inevitável, um efeito colateral e natural do envelhecimento”. E o último levantamento do Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que, em 2006, 30 mil idosos foram hospitalizados por causa de quedas, o que representa um custo de quase R$ 50 milhões para os cofres públicos. Ainda segundo o Ministério da Saúde Portaria 1395/GM – Política de Saúde do Idoso (BRASIL, 1999): Estudos têm demonstrado que o idoso, em relação às outras faixas etárias, consome muito mais recursos do sistema de saúde e que este maior custo não reverte em seu benefício. O idoso não recebe uma abordagem médica ou psicossocial adequada nos hospitais, não sendo submetido também a uma triagem rotineira para fins de reabilitação. Sabe-se, assim, que a queda de pessoas idosas, em sua maioria, provoca lesões, além de altos custos devido o tratamento; há casos, em que pode levar até a morte. O presente artigo, desse modo, tem por objetivo analisar as causas mais comuns das quedas sofridas por idosos e, ainda, destacar como o enfermeiro atua na prevenção das mesmas ao desenvolver ações de assistência e prevenção. Por isso, o presente trabalho justifica-se pela necessidade de conhecer as causas mais incidentes de quedas e suas conseqüências, além de propor possíveis ações de assistência e prevenção, o que possibilitaria melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica, através de sites na internet, livros e revistas pertinentes ao tema. . 2. O PROCESSO DO ENVELHECIMENTO E SUAS IMPLICAÇÕES A velhice está acompanhada de mudanças que, gradativamente, ocorrem e, mesmo assim, podem não comprometer a qualidade de vida do indivíduo. Litvoc & Brito (2004, p.45) ressaltam que: 3
  • 4. O estereótipo do idoso que o coloca como pessoa que, com o passar dos anos, vai perdendo capacidades e poder para influir sobre sua própria saúde pode determinar de sua parte uma atitude passiva e paliativa na manutenção da sua própria saúde, fazendo com que as ações do dia-a-dia que a mantêm sejam reduzidas. Este tipo de estereótipo afeta a percepção das pessoas sobre seu potencial e empobrece as oportunidades de promoção de sua saúde. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000, p.9),” há quem caracterize o envelhecimento como decorrência de uma falência da manutenção do equilíbrio integral do indivíduo sob condições de estresse fisiológico”. No entanto, destaca que o envelhecimento é o processo que fragiliza adultos saudáveis, diminuindo suas reservas fisiológicas e gerando o aumento de vulnerabilidade a diversas enfermidades, o que pode levá-los até a morte. A idade e o sexo são fatores considerados imutáveis de risco para acidentes e óbitos em idosos, mas existem aqueles fatores de risco passíveis de mudança e, portanto, de grande interesse. A promoção de medidas preventivas, por exemplo, constitui aspecto de suma importância para a manutenção e a recuperação da saúde do idoso, já que é consenso que quanto maior o número de fatores de risco presentes maior será a chance de ocorrência de uma queda. Isso porque, segundo a OMS, o envelhecimento da população já se tornou uma questão de saúde pública, já que se assiste à explosão demográfica da população idosa, denominada de transição demográfica. Com a transição demográfica ocorre outro fenômeno chamado de transição epidemiológica, ou seja, a população envelhecida altera o perfil da morbidade e as causas de morte, pois deixou de ter doenças infecciosas e parasitárias para ter doenças crônica- degenerativas. Carvalhaes et al. (1989, p.181) afirmam que: Em relação à morbidade, o idoso passa a ser vulnerável a algumas patologias, sendo que as de maior incidência são: doenças reumáticas, hipertensão, doenças cardíacas, diabetes, agravos a saúde mental. Devido a essas morbidades e suas conseqüências, o idoso fica propenso a quedas, o que lhe modifica a qualidade de vida. Para Cunha & Guimarães (1989), a queda se dá em decorrência da perda total do equilíbrio postural, podendo estar relacionada à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos na manutenção postural. 4
  • 5. Já Moura (1999) define queda como o deslocamento não-intencional do corpo para um nível inferior à sua posição inicial, com a incapacidade de correção em tempo hábil. Na maioria das vezes, as fraturas levam à incapacidade funcional e o idoso, vítima de queda, tende a se manter acamado com a mobilidade prejudicada. Com isso, podem surgir complicações como úlceras de pressão, problemas respiratórios e urinários. As fraturas de fêmur são as de maior complicação, em termo de morbidade, mortalidade e alto custo tanto para as instituições hospitalares como para a família. Com a mobilidade limitada, o idoso passa a ter restrições na realização de suas atividades diárias, o que pode acarretar uma diminuição da força muscular, enfraquecimento dos membros inferiores, levando-o ao estado de dependência, de isolamento social e de depressão como conseqüência do medo de cair novamente. Para se entender os fatores responsáveis por uma queda, deve se ter clareza sobre a interação existente entre o hospedeiro susceptível, no caso do indivíduo idoso, e os fatores ambientais predisponentes. Cabe ressaltar que, com o avançar da idade, os fatores causadores de quedas diferem um pouco, variando a interação entre condições intrínsecas (condições próprias do indivíduo – múltiplas alterações fisiológicas, uso de medicamentos e enfermidades) e as extrínsecas (externas ao indivíduo – ambientais). Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2000, p.18), “no idoso mais jovem, com menos de 75 anos de idade, as quedas são causadas mais freqüentemente pela interação de alterações fisiológicas do envelhecimento com riscos ambientais”. O resultado é uma alta proporção de quedas devido a tropeções e a escorregões, que tendem a diminuir com o avançar da idade. Já no idoso com mais de 75 anos de idade, as quedas são freqüentemente precipitadas por enfermidades, tais como músculo-esqueléticas, cardíacas, neurológicas, sensoriais e pelo uso de medicamentos. Nesse grupo etário, não é comum a ocorrência de queda como resultado de um único fator intrínseco ou extrínseco atuando isoladamente, mas se dá, com maior freqüência, em decorrência de vários fatores interligados. 2.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE QUEDAS EM IDOSOS 2.2.1 FATORES INTRÍNSECOS DETERMINANTES DE QUEDAS 5
  • 6. Com o avançar da idade, ocorrem alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, bem como afecções comuns. Segundo o Ministério da Saúde (2000, p.19- 22), as mais comuns são: a) Envelhecimento ocular - alterações que podem afetar adversamente a visão, embaralhamento da visão periférica, diminuição do tempo de resposta visual e da adaptação às alterações de luminosidade; b) Presbiacusia - perda neuro-sensorial da audição, afetando primeiro os sons da freqüência, posteriormente, a diminuição da acuidade auditiva. Com a conseqüente diminuição da audição, as deficiências auditivas interferem na marcha do idoso e é, muitas vezes, responsável por diversos acidentes; c) Quadro de depressão - em conseqüência dos quadros acima, o medo e muitas vezes a vergonha de não ouvir ou enxergar o que estão lhe falando ou lhe mostrando, leva o idoso a se isolar, vivendo num mundo só seu ocasionando alteração do nível de atenção, diminuição do comprimento dos passos, perda de energia, diminuição da autoconfiança, se tornando menos atento aos perigos ambientais; d) Redução da capacidade de perceber onde está – o idoso tende a ter dificuldades de reconhecer o seu meio externo, onde pisa, passa a olhar muito para baixo ao deambular para visualizar onde coloca os pés e, com isso, fica desatento aos obstáculos do ambiente, como degraus, coisas no caminho, irregularidades do solo; e) Redução no tempo de reação e velocidade em realizar tarefas – o tempo entre perceber um perigo e realizar uma ação para evitá-lo aumenta com o avançar da idade. Idosos que praticam atividades de alto risco como atravessar avenidas movimentadas, caminhar várias vezes por locais com obstáculos podem estar mais propensos a quedas; f) Enfraquecimento dos músculos do quadríceps e cintura escapular – com o envelhecimento a tendência é a perda do tônus muscular e os idosos apresentam dificuldades para sair da cama (ou levantarem de uma posição sentada); g) Hipotensão ortostática – muitos idosos têm hipotensão nas mudanças de posição, especialmente da posição de deitado para sentado e, na maioria das vezes, essa hipotensão ocasiona quedas da própria altura; h) Ansiedade – acarreta diminuição da atenção, aumento da insegurança e pode até levar o idoso a ter tonturas, arritmias e dispnéia; i) Demências e estados confusionais agudos - o idoso fica agitado, tem alterações de consciência, ilusões e alucinações e com isso pode ser vítima de violentas quedas; j) Alteração da marcha – a diminuição da força muscular, rigidez articular e dor associada ao desgaste das articulações, as alterações do equilíbrio por diminuição da sensibilidade postural e por diminuição da circulação cerebral e do labirinto fazem com que o idoso tenda a evitar caminhadas, e quando o faz caminha com dificuldade, tornando grande o risco de quedas; l) Arritmia – quando ocorre uma queda abrupta, com ou sem perda da consciência, ou que é precedida por tontura ou palpitação, sugere uma arritmia cardíaca. Este tipo de quedas está, às vezes, associada com exercícios ou com ficar em pé, se o paciente apresenta estenose aórtica que provoca uma redução de perfusão cerebral. Uma queda pode ser o primeiro indício de um Infarto Agudo do Miocárdio; m) Seqüelas de fraturas – os idosos que sofreram fraturas anteriores apresentam grande medo de novas fraturas principalmente aqueles que apresentam seqüelas que dificultam a postura e deambulação, pois estarão mais sujeitos a novas quedas. 6
  • 7. Nesse contexto, é importante que o enfermeiro estude e conheça todos os fatores determinantes de queda, para que ele possa atuar principalmente na prevenção e contribuir para a redução de estatísticas (atualmente, elevadas) bem como suas conseqüências. 2.2.2 FATORES EXTRÍNSECOS QUE PODEM PROVOCAR QUEDAS As principais causas de quedas de idosos são acidentais e devem-se à inexistência de condições de segurança no local da residência ou no ambiente que eles se inserem, tais como: a) Em pisos irregulares, encerados, desnivelados, derrapantes, o idoso tende a escorregar com mais facilidade; b) Tapetes soltos pelo chão, que podem causar tropeções; c) Obstáculos pelo caminho, fios elétricos, brinquedos, animais; d) Mobiliário em local inadequado, principalmente em lugares onde o idoso possa precisar se apoiar para deambular; e) Objetos de uso do idoso colocados em locais muito altos ou muito baixos e de difícil acesso; f) Iluminação inadequada, seja pela fraca intensidade ou lâmpadas desprotegidas, causando reflexos ocasionando dificuldade visual; g) Cama inadequada para o conforto do idoso, ou muita alta tornando difícil para o idoso deitar-se e levantar-se sem ajuda; h) Calçados inadequados, aqueles sem anteparo posterior como na maioria dos chinelos, ou calçados de saltos que dificultam a deambulação dos idosos principalmente dos que já apresentam dificuldade na marcha; i) Inexistência de corrimão em escadas e corredores, o idoso pode precisar de apoio para subir e descer escadas; j) Vasos sanitários baixos e sem apoios laterais; k) Falta de apoio nos boxes dos banheiros, fator de suma importância para a segurança do idoso durante o banho; l) Medicação – é comum os idosos tomarem medicamentos de forma regular e permanente. Deve-se então redobrar a atenção principalmente ao início de novos medicamentos, uma vez que algumas quedas se relacionam com alterações recentes (inferiores a duas semanas) da terapêutica habitual do idoso. A poli medicação (quatro ou mais medicamentos) ou medicamentos que causem sedação, alteração do equilíbrio, hipoglicemia ou hipotensão poderão favorecer as quedas; m) Consumo de álcool – mesmo em pequenas quantidades pode provocar alterações que conduzem a quedas, já que influencia o equilíbrio e interfere com o uso de medicamentos. Dessa forma, o seu consumo deve ser evitado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000, p.28-29). Tanto os fatores intrínsecos como extrínsecos requerem do profissional enfermeiro a atenção e a atuação, onde se encontra inserido o paciente idoso, seja em uma instituição de idosos, em hospitais ou na própria residência. Isso porque o enfermeiro, além de ser um profissional comprometido com a saúde do paciente, insere-se em programas de saúde que, por sua vez, têm como objetivos a promoção e a reabilitação do paciente. 7
  • 8. 2.3 ATUAÇÃO E ORIENTAÇÕES DO ENFERMEIRO PARA PREVENÇÃO DAS QUEDAS A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. O enfermeiro atua na promoção, na proteção, na recuperação da saúde, na reabilitação das pessoas e na assistência qualificada à saúde, ou seja, se responsabiliza pelo ato de cuidar. E quando o cuidado se refere à pessoa idosa, há muitos aspectos a serem considerados. Para uma pessoa idosa, a queda pode assumir significados de decadência e fracasso gerados pela percepção da perda de capacidades do corpo potencializando sentimentos de vulnerabilidade, ameaça, humilhação e culpa. Por isso, a prevenção de quedas assenta, em primeiro lugar, na identificação dos fatores de risco para a correção dos que são passíveis de ser corrigidos. Devem ser realizadas modificações necessárias para adaptação do ambiente de convívio do idoso às alterações do envelhecimento. Deve-se ainda procurar resolver ou atenuar os problemas de saúde que estão na origem das quedas. Segundo Brunner & Suddarth (2005, p. 221), “um ambiente seguro permite que o paciente se movimente o mais livremente possível e alivia a família da constante preocupação com a segurança”. Além disso, deve esclarecer ao idoso que existem fatores que ajudam a evitar uma queda, como o fato de realizar atividade física mantendo uma boa força muscular e bom equilíbrio corporal; ir ao oftalmologista regularmente para se certificar que está enxergando o melhor possível; não usar medicações sem orientação médica; manter-se ativo; evitar comportamentos arriscados como subir em banquinhos ou em escadas sem proteção; evitar o consumo de álcool, além ficar atento a várias outras situações de risco. Quanto ao ambiente doméstico, o enfermeiro deve orientar o idoso e a família quanto à necessidade de realizar mudanças no ambiente doméstico a fim de adequá-lo para que se torne mais seguro: a) Pisos – devem ser planos, de material antiderrapante, nivelado e que proporcione ao idoso segurança ao caminhar; b) Chão - é importante verificar a presença de tapetes soltos pela casa, fios atravessados no caminho, brinquedos ou outros objetos espalhados; c) Mobília – os móveis devem ser colocados em locais que não atrapalhem o caminho do idoso e as quinas devem ser protegidas. Os armários devem ficar em altura de fácil acesso para o idoso, para que esse não precise subir em nada para alcançar seu 8
  • 9. interior. A cama deve ter de 45 a 50 cm de altura incluindo o colchão, de modo que a pessoa sentada na beirada, consiga apoiar os pés no chão, evitando assim tonteiras ao se levantar; d) Os objetos de uso pessoal do idoso – devem ser colocados em local de fácil acesso, de modo que o idoso não precise transpor obstáculos para alcançá-los; e) Calçados e roupas – os calçados devem ser confortáveis e ter solados anti- derrapantes e sem saltos, pois podem proporcionar o seu desequilíbrio e dificuldade para deambular. As roupas devem ser confortáveis e não devem ser muito compridas arrastando ao chão, pois pode tropeçar na barra e se desequilibrar; f) As escadas e corredores – devem ter corrimãos para que o idoso possa se apoiar ao deambular. As escadas devem ser revestidas de material antiderrapante e nos corredores deve ter lâmpada no início e no fim, assim como interruptores luminosos que facilitem ao idoso a sua localização, já que muitos apresentam redução visual; g) A iluminação deve ser adequada – os cômodos da casa devem ter uma boa iluminação, as luzes devem ser claras o suficiente para compensar a limitação da visão e devem também ser livres de reflexos e brilhos; h) As cadeiras e outros assentos – devem ter uma altura adequada e equipados com apoiadores para braços, auxiliando assim na transferência do idoso; i) No banheiro – as portas devem ser amplas; os pisos devem ser antiderrapantes mesmo quando úmidos; o vaso sanitário deve ter altura adequada ao idoso e com apoios laterais; os boxes devem ter barras de apoio para durante o banho o idoso se sentir seguro; não devem existir soleiras com nível acima do piso para evitar riscos de tropeços; j) Telefone – telefone e números de auxílio devem estar visíveis para o uso do idoso em caso de necessidade, se esse tiver autonomia para utilizá-lo; l) Medicações – as medicações devem ficar em locais de fácil acesso, o idoso deve ser orientado quanto aos horários e dose corretos. O enfermeiro, desse modo, deve adotar medidas que atentem às características e aos fatores de risco, bem como reduzir ao máximo os fatores de risco de quedas do ambiente de convívio do idoso. Porém, caso a pessoa sofra um queda, a primeira providência é solicitar ajuda; se sentir uma dor forte, não deve se mover e se manter numa posição confortável até a chegada de socorro profissional. 9
  • 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio do presente estudo, foi possível identificar que a queda em idosos é causa freqüente de incapacidade, isolamento social, quadro depressivo, perda de autonomia, dependência, qualidade de vida prejudicada. Portanto, é de fundamental importância que o enfermeiro conheça as causas que levam o idoso a se acidentar, pois comprometido com a promoção da saúde e prevenção de acidentes, cabe-lhe orientar o idoso e os familiares no que diz respeito à prevenção desse evento. Quanto à prevenção, é importante salientar que, é fundamental para todos os envolvidos – seja o idoso, os familiares, a sociedade e a saúde pública, mas, principalmente, pretende evitar as graves conseqüências, como a imobilidade. Assim, contribui para a qualidade de vida dos idosos, além de lhes garantir um processo de envelhecimento ativo. Conclui-se, então, que a atuação do enfermeiro para a prevenção de quedas de idosos é de suma importância, visto que esse profissional atua direta e indiretamente com esses pacientes. REFERÊNCIAS CARVALHAES, N.; ROSSI, E.; PASCHOAL, S. Quedas. In: Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia. São Paulo: Revinter, 1998. CUNHA, V. G. V.; GUIMARÃES, R. M. Sinais e Sintomas do Aparelho Locomotor. Rio de Janeiro: Revinter, 1989. FILHO, E. T. C.; NETTO M. P. Geriatria Fundamentos, Clínica e Terapêutica. São Paulo: Atheneu, 2006. LITVOC, J.; BRITO, F. C. de. Envelhecimento Prevenção e Promoção da Saúde. São Paulo: Atheneu, 2004. MOURA, R. N.; SAMTOS, F. C. dos; DRIEMEIER M; SANTOS L. M. dos; RAMOS L. R. Quedas em idosos: fatores de risco associados. Gerontologia. Rio de Janeiro: Revinter, 1999. PEREIRA, S. R. M. O idoso que cai. In: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.Caminhos do Envelhecer. Rio de Janeiro: Revinter, 1994. p. 217-21. BRASIL. Lei Federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003.Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1º de outubro de 2003. 10
  • 11. BRASIL. Lei Federal nº 8.842, de 4 de janeiro de1994. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF,4 de janeiro de 1994. BRASIL. Ministério da Saúde. Política de Saúde do Idoso – Portaria 1395/GM. Brasília, DF: Imprensa Nacional, 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Idoso – Instabilidade Postural e Queda. Brasília, 2000. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Envelhecimento Ativo: uma política de saúde. Brasília, DF: Imprensa Nacional, 2005. SANDRI, J. V. A.; LINHARES, V. C. A Qualidade de Vida dos Idosos Atendidos pelo Programa Saúde da Família no Bairro Areias, Camboriú – SC. Revista Nursing, 2008; 11 (122): p. 306-311. SANTOS, S. R.; IDE, K. C. A. Enfermagem e o Idoso: necessidades e possibilidades para realização de educação em serviço. Revista Nursing, 2006; 12 (9): p. 1152-1156. JAHANA, O. K.; DIOGO, M. J. D. Quedas em Idosos: Principais Causas e Conseqüências. Revista Saúde Coletiva, 2007; 04(17): p. 148-153. O Papel da Fisioterapia na prevenção da instabilidade e quedas em idosos. Disponível em:<www.wgate.com.br/conteudo/medicina e saude/ fisioterapia/traumato/instabilidade - postural - idoso. html>. Acesso em: 15 de setembro de 2008. Causas e fatores de risco das quedas em idosos. Disponível em:<www.copacabanarunners.net/ quedas – idosos.html.>. Causas e fatores de risco das quedas em idosos. Acesso em: 15 de setembro de 2008. Como cuidar de idosos. Disponível em:<www.cuidardeidosos.com.br/ >. Acesso em: 11 de outubro de 2008. Causas e Conseqüências de quedas de idosos atendidos em Hospital Público. Disponível em:<www.scielo.br/ pdf/ rsp/ v38 nº1/ 18457. pdf. >. Acesso em: 15 de outubro de 2008. Queda no Idoso. Disponível em:<www.sbgg.org.br.>. Acesso em: 15 de outubro de 2008. Dra. Paula Villela Corrêa. Quedas nos Idosos o Exercício Como Prevenção. Disponível em:<www.pequi.incubadora.fapesp.br.>. Acesso em: 22 de outubro de 2008. 11
  • 12. A Vulnerabilidade do Idoso Para a Queda. Disponível em:<www.fen.ufg.br/ revista/ v9/ n1/ pdf/ v9 n1a05>. Acesso em: 22 de outubro de 2008. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Disponível em:<www.scielo.br/pdf/ rsp/ v 41 nº 5/ 6188. pdf. .>. Acesso em: 22 de outubro de 2008. Prevenção e Manejo de Quedas no Idoso. Disponível em: <www. pequi.incubadora.fapesp.br/portal/quedas>. Acesso em : 25 de outubro de 2008. Como Reduzir quedas no idoso. Disponível em: <http://www.into.saude.gov.br/de_quedas_idosos.php>. Acesso em : 26 de outubro de 2008. Quedas em Idosos. Disponível em: <http://www.advita.pt/download.php?f3f27de2da06fee54f8cbcdf973bbea8>. Acesso em: 26 de outubro de 2008. 12