BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
Desigualdades em saúde - gênero e sexualidade
1. Desigualdades em Saúde
Gênero e Sexualidade
Rita de Cássia Carvalho Sauer
Talita Garcia Matteoni
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva
ISC 502 – Epidemiologia Social
2. Desigualdade de Gênero em Saúde:
Questão de desigualdade sócioeconômica?
IPEA (2014)
Helen Cooper (2002) realizou análises sobre o papel das iniquidades socioeconômicas na
explicação dos padrões das desigualdades em saúde, utilizando medidas como nível educacional,
emprego remunerado, ocupação, classe social e privação material.
3. Pesquisa Nacional de
Saúde da inglaterra 1993-
1996
Saúde X Gênero X
Etnicidade
Existe uma variação
considerável na saúde
auto-referida
entrediferentes grupos
étnicos.
Etnicidade é uma dimensão
neglicenciada
4. Bengaleses
A morbidade é mais elevada entre adultos mais
desfavorecidos socioeconomicamente, principalmente
paquistaneses e bengaleses.
Iniquidades socioeconômicas explicam em parte as
desvantagens em saúde experimentadas por homens e
mulheres pertencentes a minorias étnicas.
As iniquidades de gênero em saúde permanecem após o
ajuste para características socioeconômicas, dentro
desses grupos étnicos. Diferenças são ainda mais
marcantes intra-grupos.
Iniquidades de gênero em saúde se acentuaram quando
ajustadas para a idade.
Cooper (2002)
5. • Apesar da associação com medidas socioeconômicas, os quesitos
“gênero” e “minorias étnicas”, foram responsáveis por uma proporção
substancial de desigualdades na saúde.
• A privação material foi independentemente associada com a saúde.
• Ajuste por escolaridade e emprego remunerado reduz substancialmente a
probabilidade de má saúde, entre as mulheres dessas minorias.
Cooper (2002)
6. • Reconhece-se que a etnia não é simplesmente “redutível" ao status socioeconômico (Nazroo, 1998).
• Embora esta análise examine como as medidas socioeconómicas se relacionam ao padrão de
desigualdade na saúde entre grupos de gênero e etnias, não explica as consequências da
discriminação para a saúde emocional.
• Depois de ajustar pela condição socioeconómica, muitas mulheres de grupos étnicos minorios
tiveram chance aumentada de apresentar morbidade, comparadas aos que homens do mesmo grupo
étnico. Posição socioeconômica é, naturalmente, apenas um dos muitos possíveis determinantes da
saúde.
• Mais pesquisas devem abordar como circunstâncias socio-económicas se cruzam com
responsabilidades familiares, comportamentos de gênero e grupos étnicos, tamanhos da família,
responsabilidade sobre o cuidado de crianças dependentes ou trabalho doméstico
7. Osmani, S.; Sen, A. (2003)
• A desigualdade de gênero sobrevive no
mundo de diferentes formas, de países
desenvolvidos como o Japão, a países
pobres como a Zâmbia.
• Com base na experiência do sul da Ásia,
onde a desigualdade de é
particularmente mais acentuada, os
autores reunem evidências para provar
que a discriminação de gênero fere não
apenas as mulheres, mas impõe um
custo econômico pesado sobre a toda
sociedade, incluindo homens.
8. • Sul da Ásia - “sobreposição de transição epidemiológica”.
• A discriminação de gênero agrava ambos os regimes de doenças, ao mesmo tempo.
• Diferenças nas taxas de mortalidade e mulheres desaparecidas leva a presumir que há
mais mulheres do que homens no mundo, quando na verdade, existem apenas cerca de
98 mulheres para cada 100 homens no globo.
• Dados cuidados de saúde e nutrição semelhantes, as mulheres
tendem a ter menores taxas de mortalidade específicas por idade
do que os homens.
9. Mulheres “desaparecidas”
• A taxa de mortalidade de mulheres é muito superior a dos homens em vários países,
o que é representado pelo conceito de “mulheres desaparecidas”- que é o número
real de mulheres existentes versus o número esperado de acordo com os padrões
de vida e saúde para aquela localidade.
• Se tomarmos a proporção de mulheres para homens na África Subsaariana como o
padrão, então a relação feminino-masculino de 1,022:1 pode ser usado para
calcular o número de mulheres desaparecidas em outro local.
• A relação mulheres-homens na Índia é de 0,93, há uma diferença de 9% (da
população masculina) entre essa taxa e a relação Africana Sub-Sahariana de 1,02.
Este método de estimativa em 1986 estimou 37 milhões de mulheres
desaparecidas na Índia, e de 100 milhões no mundo.
10. É maior a incidência de baixo peso ao
nascer entre meninas do que meninos.
• Negligência das famílias com bebês do sexo feminino (dados
agregados).
• Estudo (Sen e Sengupta, 1983) em duas grandes aldeias na Índia e utilizou
P/I de menores de cinco anos para mostrar claramente como uma condição
inicial de ampla simetria nutricional transformou gradualmente em uma
desvantagem significativa do sexo feminino.
• Pesquisa posterior (Sengupta e Gazdar, 1996) nas mesmas aldeias e outras
quatro) demonstrou a existência continuada de desvantagem feminina,
apesar de uma melhoria global do estado nutricional de meninos e meninas.
• Há informações direto de negligência médica sobre atenção prestada as
meninas comparada aos meninos.
11. 2) Mulheres em idade reprodutiva sofrem mais com a desnutrição no
sul da Ásia do que em outras regiões do mundo.
3) O Sul da Ásia tem a maior incidência de baixo peso ao nascer, em
comparação com todas as outras regiões do mundo.
4) Maior incidência de desnutrição infantil (quase metade dos menores
de 5 anos) entre todas as regiões do mundo em desenvolvimento (menos
de 1/3), incluindo a África subsaariana (1995).
5) O Sul da Ásia é a única região em desenvolvimento no mundo cuja taxa
de mortalidade por doenças cardiovasculares excede a taxa para o
mundo desenvolvido.
Osmani, S.; Sen, A. (2003)
12. (1) O preconceito de
gênero leva a alta
desnutrição
materna;
(2) Os resultados de
desnutrição
materna no
retardo do
crescimento
intrauterino para o
feto, e leva a alta
prevalência de
baixo peso ao
nascer;
(3) baixo peso ao nascer,
por sua vez, leva ambos
a uma alta taxa de
desnutrição infantil,
(4) A desnutrição infantil
se associa a prevalência
mais elevada do que o
esperado de doenças de
adultos, tanto direta como
indiretamente, através de
desnutrição infantil.
Hipótese de Barker et al: a “origem fetal
das doenças de adultos”
13. Quanto mais patriarcal a, maior
a mortalidade masculina
(Stanistreet; Bambra; Scott-
Samuell, 2005).
Quanto menor o índice de
desenvolvimento de
determinado gênero, maiores
são as iniquidades de gênero
em saúde (WHO, 1995).
Pressupõe-se que a segregação
sexual e dominância masculina
afeta os níveis absolutos de
saúde de ambos, e promove
iniquidades de gênero em
saúde.
14. Homens - perda do status social - estressor
crônico - adoecimento por aumento na incidência
de violência, acidentes e mortes associadas ao
alcoolismo.
Expansão das responsabilidades femininas da
esfera privada para a esfera pública.
Efeitos da multiplicidade de papéis sobre a
saúde: Hipótese do estresse - pressão, conflito e
adoecimento. Hipótese dos múltiplos papéis -
vantagens de saúde.
Independência econômica, poder de negociação
no seio familiar, aumento das oportunidades de
interação social, aquisição de conhecimentos e
crescimento pessoal.
Mulheres X Homens
Backhans, Lundberg, Mansdotter (2007)
15. A hipótese foi suportada por quatro indicadores para adoecimento, incapacidade, ausência
parental temporária, expectativa de vida, enquanto que a equidade de ganhos econômicos se
associou com diferenças na expectativa de vida.
Quando o emprego de meio período é mais igual entre homens e mulheres, reduz-se a
desigualdade de adoecimento e incapacidade.
Existe um alto padrão de associação entre equidade de gênero e níveis de adoecimento e
incapacidade para ambos homens e mulheres. O mesmo para equidade de ganhos
econômicos.
Os indicadores de divisão do trabalho nas esfera privada não se associaram à expectativa de
vida. Isso pode significar que na fase de transição, homens e mulheres sofrem.
Ganhos econômicos mais igualitários se mostraram prejudiciais à saúde de ambos homens e
mulheres, resultados discordantes de estudos nos Estados Unidos que mostraram efeitos
positivos (Chen et al, 2005 e Kawachi et al, 1999).
Estudo recente na Suécia mostrou benefícios na saúde, da equidade de gênero, em nível
individual.
As diferenças de resultados podem indicar que uma equidade inconclusa pode ser pior porque
sobrecarrega as mulheres, enquanto os homens ficam relutantes às mudanças devido às
perdas dos velhos privilégios.
Resultados
16. Considerações finais
Debate sobre gênero – Políticas de Saúde
Homossexiais e Transgêneros – Omissões na Atenção à Saúde –
Lacuna na formação dos profissionais
Discriminação e Negação da Existência de demandas podem estar na
Base dos Determinantes Sociais da Saúde desses grupos.