1. O documento discute 10 tendências de consumo para 2013, incluindo consumidores engajados no financiamento e lançamento de novos produtos (presumers), marcas emergentes atendendo a classe média global, e o uso crescente de smartphones para momentos móveis.
2. Também aborda aplicativos médicos prescritos como parte do tratamento, culturas emergentes celebrando sua identidade, consumidores exigindo valor de seus dados, manufatura local voltando aos mercados desenvolvidos, e marcas assumindo transparência
2. 1. PRESUMERS
• Os consumidores vão abraçar ainda mais formas de participar do
financiamento e (pré) lançamento de novos produtos e marcas.
• 2013 terá consumidores entusiasmados abraçando dois novos modelos de
consumo: PRESUMERS e CUSTOWNERS.
• PRESUMERS gostam de se envolver, financiar e promover produtos e
serviços antes que eles sequer existam. Graças as plataformas de
crowdfunding e novas tecnologias de manufatura cada dia mais acessíveis
(empreendedorismo), os próximos meses suprirão estes consumidores.
3. 1. PRESUMERS & CUSTOWNERS
• As cifras gastas por PRESUMERS em plataformas de crowdfunding
passaram de USD 530 milhões em 2009, para USD 1,3 bilhões em 2011 e
USD 2,8 bilhões em 2012. (Fonte: The Economist, 05/2012)
• O que vêm pela frente depois de PRESUMERS? Que tal CUSTOWNERS?
Consumidores que deixam de lado o consumo passivo de produtos e
passam a financiar e investir (quando não comprando parte) de suas
marcas preferidas.
• Estes consumidores espertos ligados a negócios normalmente buscam
retorno financeiro e emocional. Por isso apenas marcas que são
acessíveis, amigáveis, honestas, confiáveis, transparentes e mais
“humanas” se mostrarão dignas do entusiasmo de CUSTOWNERS.
4. Leon Bonds: juros pagos como vouchers de comida
A cadeia inglesa de fast-food saudável Leon criou Leon Bonds, para angariar
GBP 1,5 milhão através de seus clientes (ao invés de investidores corporativos) para
ajudar a expansão da marca em novos locais. Investidores receberam o pagamento
dos juros em libras £eon (créditos para gastar no restaurante).
5. 2. EMERGENTES
• Marcas emergentes do mundo todo estão atendendo aos desejos da
classe média emergente do mundo todo.
• Nas duas últimas décadas mercados desenvolvidos atendiam às
necessidades de países emergentes, e mercados emergentes satisfaziam o
desejo de países desenvolvidos; agora é uma explosão de produtos e
serviços de mercados emergentes para mercados emergentes.
• Marcas brasileiras e chinesas que já atendem a classe média na Turquia,
Índia ou África do Sul. Ou vice-versa.
6. 2. EMERGENTES
• Estas marcas de mercados emergentes já possuem experiência em
mercados de rápida ascensão e já estão acostumadas a atender classes
médias (cada vez mais poderosas).
• As próximas potências de mercado de massa virão de mercados
emergentes.
• Em 2013 o PIB de mercados emergentes irá ultrapassar o de mercados
desenvolvidos pela primeira vez (de acordo com Purchasing Power Parity). São USD
44,2 trilhões versus USD 42,7 trilhões. (Fonte: IMF, outubro de 2012)
• Um bom exercício para qualquer empreendedor com ambições globais
(atuante ou não em um mercado emergente): pergunte-se quem são os
novos players mais potentes da sua indústria.
7. Amazonas Sandals: chinelos brasileiros na China
Em outubro de 2012, a marca brasileira Amazonas Sandals anunciou planos
de abrir uma loja em Guangzhou, na China, no início de 2013. Amazonas Sandals
usa matéria-prima bruta de árvores seringueiras do Brasil, e a borracha de suas
sandálias são feitas com 80% de material reciclado.
8. 3. MOBILE MOMENTS
• Vivendo a vida multi-hyper-tasking: porque micro-conveniências, mini-
experiências e snacks digitais irão dominar 2013.
• Para os que perguntam quais serão os próximos passos de “mobile”, um
insight comportamental já dá dicas: em 2013, consumidores usarão os
seus aparelhos celulares para maximizar cada momento. A vida urbana
significa que mesmo o menor espaço de (micro) tempo não será
temporário, sempre há espaço para mais conteúdo, conectar-se, consumir
ou buscar mais diversão.
• O próximo ano será uma explosão de MOBILE MOMENTS: produtos,
serviços e experiências que permitam os consumidores amantes de
mobile a adotar um estilo de vida multi-hyper-tasking.
9. 3. MOBILE MOMENTS
• Pesquisa com usuários de smartphones (EUA) descobriu que 63% dos
entrevistados do sexo feminino e 73% do sexo masculino não passam mais
de uma hora sem checar o telefone. (Fonte: Harris Interactive, 06/2012)
• Usuários de celulares entre 18 e 24 anos trocam, em média, 109.5
mensagens por dia, mais de 3.200 por mês. (Fonte: Pew Research Centre, setembro de
2012)
• Estudo sobre usuários da Android revelou que mesmo checando os
celulares uma hora por dia, o tempo médio de visita aos aplicativos é de
um pouco mais de um minuto. (Fonte: DFKI, novembro de 2011)
• E como aplicar MOBILE MOMENTS? Aproveitar todas essas tendências e
adicionar um toque de maximização de estilo de vida, de experiências
únicas; uma dimensão MOBILE MOMENTS.
10. Plataforma de pesquisa de mercado mobile
para países em desenvolvimento
Jana permite que usuários de telefones celulares em países em desenvolvimento
participem de pesquisas de mercado através de SMS em troca de prêmios, como
minutos para ligação. Como resultado de sua parceria com operadoras de telefonia
celular, hoje o serviço atende quase 3,5 bilhões de pessoas em mais de 100 países
11. 4. VIDA INTERIOR
• É hora dos produtos que retribuem.
• Com ou sem recessão, no longo prazo a missão da marca será manter
atividades ecologicamente sustentáveis.
• Uma mini-eco-tendência para 2013: o fenômeno de produtos e serviços
que possuem uma vida por dentro. Ao invés de serem descartados ou
reciclados (por outras pessoas), eles podem ser plantados e cultivados.
Imaginem quanto eco-status e eco-histórias desse tipo.
• É claro que produtos NEW LIFE INSIDE não irão resolver os desafios de
sustentabilidade no mundo. Haverá um grande valor simbólico em criar o
novo, uma vida através de um produto de consumo.
• Até mesmo declarações simbólicas ou divertidas, sobre os seus valores
farão ruído entre os seus consumidores. Especialmente se elas forem
vistas como expressões de uma intenção ainda maior.
12. O lápis que quer ser uma planta
Sprout é um lápis que quer ser uma planta quando crescer. Assim que fica pequeno
demais para ser usado ele pode ser plantado: uma cápsula com uma semente no topo
do lápis é dissolvida com contato com a água, permitindo que a semente germine e cresça.
O projeto arrecadou mais de USD 35.000 de mais de 2.000 investidores PRESUMERS
quando o “funding” foi encerrado em setembro de 2012.
13. 5. APPSCRIPTIONS
• Tecnologias digitais são a nova medicina, médicos passam a recorrer a
aplicativos para melhorar os resultados de tratamentos.
• Além do DIY HEALTH* (já são mais de 13 mil aplicativos de saúde
disponíveis na app store da Apple) o mais importante é saber qual é o
melhor. Já que é uma questão de saúde, devem ser precisos e seguros.
• Os consumidores se voltarão para profissionais e instituições médicas para
pedir conselhos sobre as novas tecnologias e aplicativos médicos. Os
profissionais receitam os melhores apps (como remédios) como parte do
tratamento. Para provedores de saúde, estes “remédios digitais” reduzem
custos tornando o consumidor mais consciente sobre a sua saúde,
melhoram resultados, e permitem monitoramento de sinais antecipados.
• * DIY HEALTH trata de consumidores que usam a tecnologia para rastrear, gerenciar, monitorar e melhorar
a sua saúde. Geralmente de maneira informal e auto imposta.
14. Proteus Digital Health: sensor de medicamento ingerível
aprovado pelo FDA
O FDA/EUA autorizou venda para Proteus Digital Health, o sensor ingerível que controla se
pacientes estão tomando os seus remédios. O sensor é ativado (e carregado) através do fluido
estomacal, e as informações sobre a saúde do paciente são analisadas através de um
aplicativo smartphone que alerta se o medicamento não for ingerido no período determinado.
15. 6. CELEBRATION NATION
• Ostentando as culturas que estão na moda.
• O capital cultural global continua a ser alterado tão dinamicamente
quanto o seu equivalente financeiro. Mercados emergentes exportarão
orgulhosamente e farão questão de disseminar sua cultura e história.
Símbolos, estilos de vida e tradições que eram menosprezadas (ou
negadas) serão orgulho para consumidores locais, e objeto de interesse
para consumidores globais.
• Se não faz parte de uma CELEBRATION NATION, está na hora de criar
parcerias com marcas inovadoras de mercados emergentes e trazer parte
desse mundo. Se já faz parte de um destes mercados, atente para a
tendência MADE FOR CHINA (IF NOT BRIC) e respeite as culturas locais.
16. NE-TIGER: moda de luxo "Da China para o Mundo"
A primeira marca de moda de luxo chinesa, NE-TIGER, é conhecida pelos designs étnicos
inspirados em uma mistura oriente/ocidente. Em setembro de 2012 o criador da marca,
Zhang Zhifeng fez um discurso entitulado “Da China para o Mundo”, antes de apresentar
a sua última coleção de alta costura “Huafu” em Milão, na Itália.
17. 7. DATA MYNING
• Consumidores querem ‘bons’ dados e não ‘muitos’ dados.
• Se dados são recursos, em 2013 espere que consumidores comecem a
exigir valor.
• As discussões ao redor da “big data” (abundância de informações sobre
consumidor e hábitos de compra) se resumiam ao uso de dados de
consumidores a favor dos negócios. Compradores perspicazes esperam ter
controle e fazer o melhor uso dos seus próprios dados, e procurar marcas
que usem esta informação proativamente para oferecer ajuda e conselhos
sobre como melhorar o seu estilo de vida e/ou economizar dinheiro.
• A fronteira entre marcas que oferecem serviços válidos (e quase invisíveis)
e aquelas que sufocam consumidores com ofertas agressivas de serviços
assustadores é uma linha tênue. Compradores gostam de se sentir
servidos, mas não observados.
18. Cignifi: pontuação a partir do uso de dados em celulares
A americana Cignifi desenvolve soluções para a análise de estatísticas relacionadas ao
uso de dados em celulares. Através de ligações, mensagens e recargas, a empresa analisa
o estilo de vida de do usuário e cria um perfil de risco de crédito. O serviço completou seu
piloto no Brasil e está pronto para acessar dados da classe média brasileira de 100 milhões
de pessoas que têm acesso limitado a produtos de serviços financeiros.
19. 8. MAIS UMA VEZ, FEITO AQUI
• Manufatura local é a nova economia de serviços.
• Manufatura volta para casa, se “casa” significar um mercado desenvolvido.
• A busca de consumidores por NEWISM, a expectativa de poder ter o produto
certo na hora certa, preocupação com sustentabilidade e o desejo por STATUS
STORIES. Tudo isso combinado com a popularização de manufatura local.
• Consumidores abraçam o AGAIN MADE HERE, bem-vindos por executivos
preocupados com o aumento do custo da mão-de-obra chinesa e cadeias de
abastecimento globais cada vez mais frágeis.
• 76% prestam atenção na frase “Fabricado nos EUA” em etiquetas e estão mais
dispostos a comprar estes produto. (Fonte: Perception Research, julho de 2012)
• PRESUMERS e AGAIN MADE HERE se retro-alimentam. A mudança na
mecânica e economia de modelos de negócios de manufatura farão com que o
termo “local” signifique muito mais do que artesanato ou culinária.
20. Tesla Model S: feito na Califórnia
Em 2012 foram entregues os primeiros Tesla Model S, produzidos na Califórnia.
O carro é alimentado por bateria de lítio ionizada e vai de 0 a 100 km/h em 4.5 segundos,
proporcionando alto desempenho. O Model S possui um painel touchscreen com acesso
wireless à internet (sincronizado com vários smartphones), permitindo que o usuário
controle sistemas de navegação, música e temperatura.
21. 9. NU FRONTAL
• Não apenas transparentes, mas nus e orgulhosos
• O que esperar da mega-tendência de transparência? Marcas devem passar
de ‘não ter nada a esconder’, à provar e mostrar proativamente que não
têm nada a esconder. É mais do que declarações sobre “valores” e
“cultura”, é assumir uma posição clara e direta com resultados concretos.
• Nem todos são tão exigentes assim. Conforme a ideia de transparência se
consolida como um fator higiênico, aqueles que não fazem questão
esperam que marcas mostrem as suas credenciais éticas e ambientais para
aqueles que realmente se preocupam com isso.
• A porcentagem de consumidores que confiam em negócios que fazem “a
coisa certa” caiu de 56% em 2011 para 53% em 2012. (Fonte: Edelman, 01/2012)
22. 9. NU FRONTAL
• A proporção de pessoas que acreditam que marcas fazem uma
contribuição para a melhoria de suas vidas é de 8% na Europa e 5% nos
EUA. 57% na China e 30% América Latina. (Fonte: Havas, 02/2012)
• 69% dos consumidores americanos são inclinados a comprar marcas que
discutem abertamente os seus resultados, contra 31% que comprariam de
marcas que falam de suas missões. (Fonte: Cone Communications, 10/2012).
• 44% dos norte-americanos acreditam nos planos ecologicamente corretos
de empresas. (Fonte: Cone Inc., 03/2012).
• Embora a maior parte dos exemplos que se seguem estarem relacionados
à alimentação, a mensagem é clara... Apenas marcas que confiam em seu
produto serão capazes de assumir o FULL FRONTAL.
23. Falhas e conquistas sócio-ambientais reveladas em relatório
A marca de cosméticos eco-friendly Natura oferece uma lista completa de todos os seus
objetivos socioambientais em seu relatório anual. No final do ano passado, objetivos como
a redução de consumo de água, tempo de treinamento de funcionários e a diminuição de
resíduos sólidos foram categorizados como “Não alcançados”, e em 2012.
24. 10. DEMANDING BRANDS
(MARCAS EXIGENTES)
• O desejo de marcas serão uma ordem para consumidores.
• Observe uma mudança ousada na relação entre marcas responsáveis e
ambiciosas em 2013. Marcas conectadas que já buscam um futuro mais
sustentável e são responsável exigirão que consumidores também
contribuam, ganhando respeito dos mais exigentes.
• Consumidores não tomarão partido de marcas a não ser que acreditem na
causa. Ao se posicionar como uma DEMANDING BRAND, seja 100%
transparente e sincero ou continue sendo uma SERVILE BRAND.
• Uma coisa é ser exigente apenas para chamar a atenção de seus
consumidores, outra é fazer exigências fundamentadas e de forma
frequente.
25. Vitória: doe sangue para colorir uniformes
Para promover campanha de doação de sangue, o clube de futebol Vitória revelou os
novos uniformes em julho de 2012. Apesar da camisa do time ser em vermelho e preto,
o novo uniforme era branco com listras pretas. Fãs foram encorajados a doar sangue para
que a cor vermelha voltasse às camisas. Durante o campeonato as quatro listras se tornarão
vermelhas uma de cada vez, conforme o banco de sangue alcançar a meta estipulada.
26. Têndencias
As quatro formas de aplicar tendências de consumos.
Analise como cada tendência pode beneficiar o seu negócio e
pergunte se elas podem:
• Influenciar ou moldar a visão da sua empresa.
• Inspirar você a criar conceitos de novos negócios, uma
empreitada totalmente diferente ou uma nova marca.
• Agregar um novo produto, serviço ou experiência para um
segmento específico de consumidor.
• Inspirar campanhas e ações de marketing e ajudar a entender
consumidores que vivem determinada tendência inovadora.