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A vulnerabilidade de um grupo à infecção pelo HIV e ao
adoecimento é resultado de um conjunto de caracte-
rísticas dos contextos político, econômico e socioculturais
que ampliam ou diluem o risco individual. Além de trabalhar
essas dimensões sociais (vulnerabilidade social), é um de-
safio permanente e de longo prazo sofisticar os programas
de prevenção e assistência abrindo espaço para o diálogo
e a compreensão sobre os obstáculos mais estruturais da
prevenção e sobre o acesso e para as experiências diver-
sas com os meios preventivos disponíveis (vulnerabilidade
programática), para que, no plano das crenças, atitudes e
práticas pessoais (vulnerabilidade individual), todos, signifi-
cando cada um, possam de fato se proteger da infecção e
do adoecimento.
C laro está que vulnerabilidade não diz respeito apenas
às mulheres, e sim a todos os indivíduos, já que não
existe indivíduo humano fora da trama social que confere
significado a cada um dos seus pertencimentos, como sexo,
etnia, classe social, orientação sexual, faixa etária. No que diz
respeito à prevenção e ao cuidado frente ao HIV, vulnerabi-
lidade permite que se considere que as ações que possibi-
litam a aquisição do vírus – relações sexuais desprotegidas,
compartilhamento de agulhas e seringas – e as ações que
possibilitam a convivência com ele, nos casos em que ocor-
re a infecção, dependem de uma extensa gama de fatores,
como o significado social e cultural de ser homem ou de
ser mulher, os significados culturais atribuídos ao sexo e à
sexualidade, ao uso de substância por homens e mulheres
em contextos específicos, o acesso aos recursos sociais e
de saúde disponíveis e o grau de respeito aos direitos de
cidadania de cada indivíduo em uma dada região ou comuni-
dade.A ênfase sobre as mulheres, no âmbito deste texto, é,
em parte, resultado de um arbítrio, mas também responde
ao menor acúmulo teórico sobre a participação dos homens
com práticas heterossexuais na epidemia.
Na perspectiva da vulnerabilidade, não seriam apenas os
efeitos da pobreza e da desigualdade econômica, traduzidos
na falta de acesso a bens e serviços, os responsáveis pela
heterogeneidade nos perfis de morbimortalidade entre os
diversos grupos humanos. Diferentes mecanismos de exclu-
são social, discriminação e opressão relacionados ao gênero,
à etnia, à faixa etária e ao modo de exercer a sexualidade
também interferem no grau de saúde das populações, ao
facilitar a ocorrência de alguns agravos ou ao dificultar o
acesso aos meios para a sua prevenção e cuidado.
“ O conceito de vulnerabilidade pessoal e coletiva ao
HIV e à Aids, defendido desde o final da década de
1980 por vários críticos,” é mais apropriado que a de grupos
de risco ou do que a de responsabilidade individual descon-
textualizada. É bem mais consistente com a nossa tradição
de educação popular e com a tradição dos movimentos po-
pulares mais conscientes do contexto sociopolítico que dá
forma à desigualdade. O conceito de vulnerabilidade ajuda a
entender melhor a relação crítica entre discriminação social
e risco para o HIV, discriminação que é a resultante de con-
dições socioeconômicas e culturais, pelo menos da classe e
da raça, da idade e do sexo.”
D efinir contextos intersubjetivos geradores de vulne-
rabilidade e, de modo articulado, contextos inter-
subjetivos favoráveis à construção de respostas para a redu-
ção dessas vulnerabilidades constitui, portanto, um dos mais
novos e decisivos desafios para a prevenção.
“Nesta ótica, discutir a relação
de um indivíduo com a AIDS
implica falar de situação social
e cultural, de status econômico,
de crenças e valores, de auto
estima, projeto de vida (...)”
BUCHALLA, Cássia Maria; PAIVA,Vera. Da compreensão da vulnerabili-
dade social ao enfoque multidisciplinar. Revista Saúde Pública. vol.36
no.4 suppl. São Paulo:Agosto 2002.
CARVALHO, Márcia Elisa Gonçalves; CARVALHAES, Flávia Fernandes de;
CORDEIRO, Rosely de Paula. Cultura e Subjetividade em Tempos de
AIDS. Londrina: 2005. p. 66, 67, 68.
“Nesta ótica, discutir a relação
de um indivíduo com a AIDS
implica falar de situação social
e cultural, de status econômico,
PAIVA, Vera. Fazendo Arte com a Camisinha. Sexualidades Jovens em
Tempos de Aids. São Paulo: Summus, 2000. p. 41.
Quanto a este aspecto, seria interessante destacar a
importância de se considerar ainda a presença, conhecida
ou não, de pessoas vivendo com Aids entre aqueles com
quem se vai trabalhar. Estejam estas explicitamente postas
ou não, uma efetiva compreensão das necessidades e poten-
cialidades das pessoas vivendo com HIV e Aids nas diversas
comunidades é extremamente relevante para potencializar
coalizão e solidariedade ou, em caso negativo, alimentar iso-
lamento e indiferença.
D esde a segunda década da epidemia, as abordagens
adotadas para conter novas infecções pelo HIV ou o
adoecimento dos infectados passaram a ser menos restritas
à perspectiva do risco individual. Aquelas mais bem-sucedi-
das passaram a ser inspiradas nos princípios da promoção
e proteção de direitos individuais e sociais, integrando pro-
postas que assumem que a vulnerabilidade ao HIV e à Aids
é, a um só tempo, individual e coletiva. Essa visão pressupõe
que o controle da epidemia depende,portanto,não somente
da disseminação de informações corretas, mas, fundamental-
mente, da possibilidade de os indivíduos nelas se reconhe-
cerem, usando-as para sua proteção, o que não acontece
independentemente das culturas, do contexto sociopolítico
de cada país e comunidade e dos programas de saúde, de-
senvolvimento e educação locais.
É por isso que, sem desprezar as informações trazidas
pelos indicadores epidemiológicos e as associações
probabilísticas, é preciso orientar as ações por subsídios
que não se restrinjam às “evidências” epidemiológicas e por
ações que não se limitem a apostas na informação/modela-
gem dos indivíduos.
É preciso um saber interdisciplinar, uma ação interse-
torial e uma retroalimentação de ambas por avaliações que
tomem menos o econômico e o técnico, em sentido estrito,
e mais os valores e os Direitos Humanos como forma de
nos perguntarmos e respondermos à questão primordial:
estamos fazendo a coisa certa?
Por fim, cabe lembrar que nenhum dos caminhos apon-
tados para o enfrentamento dos desafios da prevenção pode
se apoiar na estratégia do terror. Com o terror não há o ne-
cessário diálogo entre os sujeitos; não há intersubjetividade
criadora que se estabeleça; não há a politização e subjetiva-
ção dos comportamentos.
O conceito de vulnerabilidade busca estabelecer uma
síntese conceitual e prática das dimensões sociais
político-institucionais e comportamentais associadas às dife-
rentes susceptibilidades de indivíduos, grupos populacionais
e até mesmo nações à infecção pelo HIV e às suas conse-
qüências indesejáveis (doença e morte). Ao fazê-lo, não visa
distinguir a probabilidade de um indivíduo qualquer se expor
a AIDS, mas busca fornecer elementos para avaliar objetiva-
mente as diferentes chances que cada individuo ou grupo
populacional particular tem de se contaminar, dado o con-
junto formado por certas características individuais e sociais
de seu cotidiano, julgadas relevantes para a maior exposição
ou menor chance de proteção diante do problema.
A lógica do conceito de vulnerabilidade, ao buscar sín-
teses particularizadoras, abri-las à transdisciplinariedade e
buscar a validação de suas proposições conceituais não em
critérios estritamente técnicos, mas acoplá-los a outros ra-
dicalmente éticos e políticos, tende a retirar o (conhecido)
discurso da relevância do social do plano exclusivo da re-
tórica e trazê-lo para a ação. Resta-nos aceitar o convite e
criar condições para sua mais ampla aceitação.
(...) pode ser resumido como o movimento de consi-
derar a chance de exposição das pessoas ao ado-
ecimento como a resultante de um conjunto de aspectos
não apenas individuais, mas coletivos, contextuais, que acar-
retam maior suscetibilidade à infecção e ao adoecimento e,
de modo inseparável, maior ou menor disponibilidade de
PAIVA,Vera; et al. Capacitando profissionais e ativistas para avaliar proje-
tos de prevenção do HIV e de Aids. Revista Saúde Pública. vol.36 no.4
suppl. São Paulo. Agosto, 2002. p. 4, 5.
AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita; JÚNIOR, Ivan França; CALA-
ZANS, Gabriela Junqueira. Saúde Reprodutiva em Tempos de AIDS (II
Seminário). AIDS, vulnerabilidade e prevenção. Rio de Janeiro: ABIA,
1997. p. 32, 34.
AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita. Práticas educativas e prevenção
de HIV/Aids: lições aprendidas e desafios atuais. Interface - Comunica-
ção Saúde e Educação. V.6, n. 11.Agosto, 2002. p. 19 e 20.
AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita. Práticas educativas e prevenção
de HIV/Aids: lições aprendidas e desafios atuais. Interface: Comunica-
ção Saúde e Educação. v.6, n.11.Agosto 2002. p. 20 e 21.
recursos de todas as ordens para se proteger de ambos.
(...) a vulnerabilidade quer expressar os “potenciais” de
adoecimento/não adoecimento relacionados a “todo e cada
individuo” que vive em um certo conjunto de condições.
“ Ao permitir descrever os componentes que condicio-
nam a exposição de indivíduos e grupos a determinados
agravos ou riscos, o conceito de vulnerabilidade estabelece
relações entre o adoecimento
individual e o contexto social,
ampliando o norte de atuação
do trabalho de prevenção e pro-
moção da saúde. Mais que trans-
mitir informações e modelos
visando a modificação dos com-
portamentos de risco, o norte
de atuação desse trabalho pas-
sa a ser estimular uma resposta
social capaz de transformar os
aspectos culturais, morais, po-
líticos e econômicos que estão
na base dos comportamentos de risco (Paiva, 2000).Assim,
a prevenção e a promoção da saúde ganham uma dimensão
política, pois transformam-se em locus de esclarecimento da
população sobre seus direitos e sobre a forma de conquistá-
los e garantí-los (Parker, 1997); única forma de construir as
redes de mobilização necessárias para que as transforma-
ções contextuais venham de fato a acontecer.”
“ Nesta ótica, discutir a relação de um indivíduo com
a AIDS implica falar de situação social e cultural, de
status econômico, de crenças e valores, de auto-estima, pro-
jeto de vida, situação legal e jurídica do país em que vive
este indivíduo, condições de acesso aos serviços de saúde, e
muitos outros fatores. Ou seja, é tentar compreender qual o
grau de vulnerabilidade desse indivíduo à epidemia.Se aAIDS
progride atualmente com maior velocidade entre mulheres,
crianças e pobres em geral, isso nos fala de uma vulnerabi-
lidade histórica desses grupos, que se manifesta na sua falta
de poder político e autonomia para reivindicar e manter
direitos: “Em outras palavras”, se o alvo é inevitavelmente
‘macro’, já que não há registro de nenhuma epidemia que te-
nha sido controlada sem um esforço amplo e articulado no
conjunto da comunidade atingida, a trajetória de construção
de saberes e práticas para ações de saúde pública precisa
partir do ‘micro’, da identificação das particularidades que
permitem estabelecer pontes reais (e não ideais) entre as si-
tuações concretas de práticas e as preocupações gerais que
nos orientam. O desenvolvi-
mento do conceito de vulnera-
bilidade ao HIV/AIDS pode ser
descrito, em linhas gerais, como
um esforço de produção e difu-
são de conhecimento, debate e
ação sobre os diferentes graus
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de indivíduos e coletividades à
infecção, adoecimento e morte
pelo HIV, segundo particularida-
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e individuais que os põem em relação com o problema e
com os recursos para seu enfrentamento.” (AYRES, 1997: 3,
grifos no original)”
“ A noção de vulnerabilidade opõe-se à idéia de
‘empoderamento’ da capacidade que as pessoas têm
de tomar de decisões informadas e efetivamente livres
sobre suas vidas. Isto pode ser compreendido da seguinte
forma: quanto mais “empoderada” for uma pessoa, menor
é sua vulnerabilidade, enquanto que uma pessoa que tenha
pouca capacidade para tomar decisões livres e informadas
sobre sua vida é vista como mais vulnerável com relação a
um mesmo agravo. O ‘empoderamento’ e a vulnerabilidade
não podem ser considerados como situações estáticas, ou
AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita; et al. O conceito de vulnerabi-
lidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Cze-
resnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos,
reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p. 122, 127.
Texto elaborado pelo facilitador Alessandro de Oliveira Santos, psicólogo
e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo,
para o módulo sobre “Vulnerabilidade: conceito e prática” da capacita-
ção realizada no município de Diadema/SP.
Texto elaborado pelo facilitador Fernando Seffner, doutor em educação
e professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, para o módulo sobre “Vulnerabilidade: conceito e prática”
da capacitação realizada no município de Porto Alegre/RS.
“É preciso um saber interdisciplinar,
(...) menos o econômico e o
técnico, em sentido estrito, e
mais os valores e os Direitos
Humanos como forma de nos
perguntarmos e respondermos
à questão primordial: estamos
fazendo a coisa certa?”
seja, elas podem ser modificadas em distintos momentos da
vida de uma pessoa e/ou grupos.Ademais vale lembrar que
as relações de gênero e poder permeiam estas noções e elas
também são mutáveis de sociedade para sociedade ou até
dentro de uma mesma sociedade em épocas distintas.”
Vulnerabilidade pessoal (ou individual):
No plano pessoal, a vulnerabilidade está associada a
comportamentos que criam a oportunidade de infectar-se
e/ou adoecer, nas diversas situações já conhecidas de trans-
missão do HIV (relação sexual desprotegida, uso de dro-
gas injetáveis, transfusão sangüínea e transmissão vertical).
Depende, portanto, do grau e da qualidade da informação
de que os indivíduos dispõem sobre o problema, da sua ca-
pacidade de elaborar essas informações e incorporá-las ao
seu repertório cotidiano e, também, das possibilidades efe-
tivas de transformar suas práticas. O grau de consciência
que os indivíduos têm dos possíveis danos decorrentes de
comportamentos associados à maior vulnerabilidade pre-
cisa ser considerado. Mas a mudança de comportamentos
não é compreendida como decorrência imediata da vonta-
de dos indivíduos. Conhecimentos e comportamentos têm
significados e repercussões muito diversificados na vida das
pessoas, dependendo de uma combinação, sempre singular,
de características individuais, contextos de vida e relações
interpessoais que se estabelecem no dia-a-dia. Por isso, não
é possível dizer que uma pessoa “é vulnerável”. Só é possí-
vel dizer que uma pessoa está vulnerável a um determinado
problema, em um determinado momento de sua vida.
Vulnerabilidade institucional (programática):
No plano institucional, a vulnerabilidade está associada
à existência de políticas e ações organizadas para enfrentar
o problema da aids. Pode ser avaliada a partir de aspectos
como: a) compromisso das autoridades com o enfrentamen-
to do problema;b) ações efetivamente propostas e implanta-
das por essas autoridades; c) coalizão interinstitucional e in-
tersetorial (saúde, educação, bem-estar social, trabalho etc.)
para a ação; d) planejamento e gerenciamento dessas ações;
f) financiamento adequado e estável dos programas; g) con-
tinuidade dos programas; i) avaliação e retroalimentação dos
programas, j) sintonia entre programas institucionalizados e
aspirações da sociedade; k) vínculos entre as instituições e
a sociedade civil organizada, etc. Quanto maiores forem o
compromisso, a integração e o monitoramento de progra-
mas de prevenção e cuidado, maiores serão as chances de
canalizar os recursos, de otimizar seu uso e de fortalecer os
indivíduos e a sociedade frente à epidemia.
Vulnerabilidade social:
No plano social, a vulnerabilidade está relacionada a as-
pectos sócio-políticos e culturais combinados, como o aces-
so a informações, grau de escolaridade, disponibilidade de
recursos materiais, poder de influenciar decisões políticas,
possibilidades de enfrentar barreiras culturais etc. A vulne-
rabilidade social pode ser entendida, portanto, como um
espelho das condições de bem-estar social, que envolvem
moradia, acesso a bens de consumo e graus de liberdade de
pensamento e expressão,sendo tanto maior a vulnerabilida-
de quanto menor a possibilidade de interferir nas instâncias
de tomada de decisão. Para avaliar o grau de vulnerabilidade
social é necessário conhecer a situação de vida das coletivi-
dades através de aspectos como: a) legislação em vigor e sua
aplicação; b) situação de acesso aos serviços de saúde por
parte das pessoas de diferentes extratos sociais;c) qualidade
dos serviços de saúde aos quais se tem acesso. Por exemplo:
a situação atual da mulher na sociedade (menores salários,
ausência de leis de proteção, exposição a violências e res-
trições de exercício da cidadania) aumenta a vulnerabilidade
social das mulheres à epidemia.
Texto elaborado por MarinaValadão (consultora do PN DST/Aids) a par-
tir de consulta às seguintes publicações:Ayres JRCM. Práticas educativas
e prevenção de HIV/Aids: lições aprendidas e desafios atuais. Interface
– Comunicação, saúde, educação 2002; 6 (11): 11-24. •Ayres JRCM,
França-Júnior I, Calazans GJ, Saletti-Filho HC. O conceito de vulnerabili-
dade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Czeresnia
D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões,
tendências. Rio de Janeiro (RJ): Fiocruz; 2003. p. 117-39. Feliciano KVO,
Ayres CMJ. Prevenção da aids entre jovens: significados das práticas e
os desafios à técnica. Revista Brasileira de Epidemiologia 2002; (suppl.
especial / pôster 668): 297.
seja, elas podem ser modificadas em distintos momentos da
vida de uma pessoa e/ou grupos.Ademais vale lembrar que
as relações de gênero e poder permeiam estas noções e elas
também são mutáveis de sociedade para sociedade ou até
dentro de uma mesma sociedade em épocas distintas.”
para a ação; d) planejamento e gerenciamento dessas ações;
f) financiamento adequado e estável dos programas; g) con-
tinuidade dos programas; i) avaliação e retroalimentação dos
programas, j) sintonia entre programas institucionalizados e
aspirações da sociedade; k) vínculos entre as instituições e
seja, elas podem ser modificadas em distintos momentos da para a ação; d) planejamento e gerenciamento dessas ações;
Texto elaborado pela facilitadora Jeane Freitas de Oliveira, Professora
assistente da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia
- UFBA, doutoranda em Saúde Coletiva do Instituto de saúde Coletiva da
UFBA, bolsista FAPESB, integrante do Grupo de Estudos em Saúde da
Mulher - GEM/EEUFBA, para o módulo sobre “Vulnerabilidade: conceito
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Vulnerabilidade ao HIV

  • 1. A vulnerabilidade de um grupo à infecção pelo HIV e ao adoecimento é resultado de um conjunto de caracte- rísticas dos contextos político, econômico e socioculturais que ampliam ou diluem o risco individual. Além de trabalhar essas dimensões sociais (vulnerabilidade social), é um de- safio permanente e de longo prazo sofisticar os programas de prevenção e assistência abrindo espaço para o diálogo e a compreensão sobre os obstáculos mais estruturais da prevenção e sobre o acesso e para as experiências diver- sas com os meios preventivos disponíveis (vulnerabilidade programática), para que, no plano das crenças, atitudes e práticas pessoais (vulnerabilidade individual), todos, signifi- cando cada um, possam de fato se proteger da infecção e do adoecimento. C laro está que vulnerabilidade não diz respeito apenas às mulheres, e sim a todos os indivíduos, já que não existe indivíduo humano fora da trama social que confere significado a cada um dos seus pertencimentos, como sexo, etnia, classe social, orientação sexual, faixa etária. No que diz respeito à prevenção e ao cuidado frente ao HIV, vulnerabi- lidade permite que se considere que as ações que possibi- litam a aquisição do vírus – relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas – e as ações que possibilitam a convivência com ele, nos casos em que ocor- re a infecção, dependem de uma extensa gama de fatores, como o significado social e cultural de ser homem ou de ser mulher, os significados culturais atribuídos ao sexo e à sexualidade, ao uso de substância por homens e mulheres em contextos específicos, o acesso aos recursos sociais e de saúde disponíveis e o grau de respeito aos direitos de cidadania de cada indivíduo em uma dada região ou comuni- dade.A ênfase sobre as mulheres, no âmbito deste texto, é, em parte, resultado de um arbítrio, mas também responde ao menor acúmulo teórico sobre a participação dos homens com práticas heterossexuais na epidemia. Na perspectiva da vulnerabilidade, não seriam apenas os efeitos da pobreza e da desigualdade econômica, traduzidos na falta de acesso a bens e serviços, os responsáveis pela heterogeneidade nos perfis de morbimortalidade entre os diversos grupos humanos. Diferentes mecanismos de exclu- são social, discriminação e opressão relacionados ao gênero, à etnia, à faixa etária e ao modo de exercer a sexualidade também interferem no grau de saúde das populações, ao facilitar a ocorrência de alguns agravos ou ao dificultar o acesso aos meios para a sua prevenção e cuidado. “ O conceito de vulnerabilidade pessoal e coletiva ao HIV e à Aids, defendido desde o final da década de 1980 por vários críticos,” é mais apropriado que a de grupos de risco ou do que a de responsabilidade individual descon- textualizada. É bem mais consistente com a nossa tradição de educação popular e com a tradição dos movimentos po- pulares mais conscientes do contexto sociopolítico que dá forma à desigualdade. O conceito de vulnerabilidade ajuda a entender melhor a relação crítica entre discriminação social e risco para o HIV, discriminação que é a resultante de con- dições socioeconômicas e culturais, pelo menos da classe e da raça, da idade e do sexo.” D efinir contextos intersubjetivos geradores de vulne- rabilidade e, de modo articulado, contextos inter- subjetivos favoráveis à construção de respostas para a redu- ção dessas vulnerabilidades constitui, portanto, um dos mais novos e decisivos desafios para a prevenção. “Nesta ótica, discutir a relação de um indivíduo com a AIDS implica falar de situação social e cultural, de status econômico, de crenças e valores, de auto estima, projeto de vida (...)” BUCHALLA, Cássia Maria; PAIVA,Vera. Da compreensão da vulnerabili- dade social ao enfoque multidisciplinar. Revista Saúde Pública. vol.36 no.4 suppl. São Paulo:Agosto 2002. CARVALHO, Márcia Elisa Gonçalves; CARVALHAES, Flávia Fernandes de; CORDEIRO, Rosely de Paula. Cultura e Subjetividade em Tempos de AIDS. Londrina: 2005. p. 66, 67, 68. “Nesta ótica, discutir a relação de um indivíduo com a AIDS implica falar de situação social e cultural, de status econômico, PAIVA, Vera. Fazendo Arte com a Camisinha. Sexualidades Jovens em Tempos de Aids. São Paulo: Summus, 2000. p. 41.
  • 2. Quanto a este aspecto, seria interessante destacar a importância de se considerar ainda a presença, conhecida ou não, de pessoas vivendo com Aids entre aqueles com quem se vai trabalhar. Estejam estas explicitamente postas ou não, uma efetiva compreensão das necessidades e poten- cialidades das pessoas vivendo com HIV e Aids nas diversas comunidades é extremamente relevante para potencializar coalizão e solidariedade ou, em caso negativo, alimentar iso- lamento e indiferença. D esde a segunda década da epidemia, as abordagens adotadas para conter novas infecções pelo HIV ou o adoecimento dos infectados passaram a ser menos restritas à perspectiva do risco individual. Aquelas mais bem-sucedi- das passaram a ser inspiradas nos princípios da promoção e proteção de direitos individuais e sociais, integrando pro- postas que assumem que a vulnerabilidade ao HIV e à Aids é, a um só tempo, individual e coletiva. Essa visão pressupõe que o controle da epidemia depende,portanto,não somente da disseminação de informações corretas, mas, fundamental- mente, da possibilidade de os indivíduos nelas se reconhe- cerem, usando-as para sua proteção, o que não acontece independentemente das culturas, do contexto sociopolítico de cada país e comunidade e dos programas de saúde, de- senvolvimento e educação locais. É por isso que, sem desprezar as informações trazidas pelos indicadores epidemiológicos e as associações probabilísticas, é preciso orientar as ações por subsídios que não se restrinjam às “evidências” epidemiológicas e por ações que não se limitem a apostas na informação/modela- gem dos indivíduos. É preciso um saber interdisciplinar, uma ação interse- torial e uma retroalimentação de ambas por avaliações que tomem menos o econômico e o técnico, em sentido estrito, e mais os valores e os Direitos Humanos como forma de nos perguntarmos e respondermos à questão primordial: estamos fazendo a coisa certa? Por fim, cabe lembrar que nenhum dos caminhos apon- tados para o enfrentamento dos desafios da prevenção pode se apoiar na estratégia do terror. Com o terror não há o ne- cessário diálogo entre os sujeitos; não há intersubjetividade criadora que se estabeleça; não há a politização e subjetiva- ção dos comportamentos. O conceito de vulnerabilidade busca estabelecer uma síntese conceitual e prática das dimensões sociais político-institucionais e comportamentais associadas às dife- rentes susceptibilidades de indivíduos, grupos populacionais e até mesmo nações à infecção pelo HIV e às suas conse- qüências indesejáveis (doença e morte). Ao fazê-lo, não visa distinguir a probabilidade de um indivíduo qualquer se expor a AIDS, mas busca fornecer elementos para avaliar objetiva- mente as diferentes chances que cada individuo ou grupo populacional particular tem de se contaminar, dado o con- junto formado por certas características individuais e sociais de seu cotidiano, julgadas relevantes para a maior exposição ou menor chance de proteção diante do problema. A lógica do conceito de vulnerabilidade, ao buscar sín- teses particularizadoras, abri-las à transdisciplinariedade e buscar a validação de suas proposições conceituais não em critérios estritamente técnicos, mas acoplá-los a outros ra- dicalmente éticos e políticos, tende a retirar o (conhecido) discurso da relevância do social do plano exclusivo da re- tórica e trazê-lo para a ação. Resta-nos aceitar o convite e criar condições para sua mais ampla aceitação. (...) pode ser resumido como o movimento de consi- derar a chance de exposição das pessoas ao ado- ecimento como a resultante de um conjunto de aspectos não apenas individuais, mas coletivos, contextuais, que acar- retam maior suscetibilidade à infecção e ao adoecimento e, de modo inseparável, maior ou menor disponibilidade de PAIVA,Vera; et al. Capacitando profissionais e ativistas para avaliar proje- tos de prevenção do HIV e de Aids. Revista Saúde Pública. vol.36 no.4 suppl. São Paulo. Agosto, 2002. p. 4, 5. AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita; JÚNIOR, Ivan França; CALA- ZANS, Gabriela Junqueira. Saúde Reprodutiva em Tempos de AIDS (II Seminário). AIDS, vulnerabilidade e prevenção. Rio de Janeiro: ABIA, 1997. p. 32, 34. AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita. Práticas educativas e prevenção de HIV/Aids: lições aprendidas e desafios atuais. Interface - Comunica- ção Saúde e Educação. V.6, n. 11.Agosto, 2002. p. 19 e 20. AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita. Práticas educativas e prevenção de HIV/Aids: lições aprendidas e desafios atuais. Interface: Comunica- ção Saúde e Educação. v.6, n.11.Agosto 2002. p. 20 e 21.
  • 3. recursos de todas as ordens para se proteger de ambos. (...) a vulnerabilidade quer expressar os “potenciais” de adoecimento/não adoecimento relacionados a “todo e cada individuo” que vive em um certo conjunto de condições. “ Ao permitir descrever os componentes que condicio- nam a exposição de indivíduos e grupos a determinados agravos ou riscos, o conceito de vulnerabilidade estabelece relações entre o adoecimento individual e o contexto social, ampliando o norte de atuação do trabalho de prevenção e pro- moção da saúde. Mais que trans- mitir informações e modelos visando a modificação dos com- portamentos de risco, o norte de atuação desse trabalho pas- sa a ser estimular uma resposta social capaz de transformar os aspectos culturais, morais, po- líticos e econômicos que estão na base dos comportamentos de risco (Paiva, 2000).Assim, a prevenção e a promoção da saúde ganham uma dimensão política, pois transformam-se em locus de esclarecimento da população sobre seus direitos e sobre a forma de conquistá- los e garantí-los (Parker, 1997); única forma de construir as redes de mobilização necessárias para que as transforma- ções contextuais venham de fato a acontecer.” “ Nesta ótica, discutir a relação de um indivíduo com a AIDS implica falar de situação social e cultural, de status econômico, de crenças e valores, de auto-estima, pro- jeto de vida, situação legal e jurídica do país em que vive este indivíduo, condições de acesso aos serviços de saúde, e muitos outros fatores. Ou seja, é tentar compreender qual o grau de vulnerabilidade desse indivíduo à epidemia.Se aAIDS progride atualmente com maior velocidade entre mulheres, crianças e pobres em geral, isso nos fala de uma vulnerabi- lidade histórica desses grupos, que se manifesta na sua falta de poder político e autonomia para reivindicar e manter direitos: “Em outras palavras”, se o alvo é inevitavelmente ‘macro’, já que não há registro de nenhuma epidemia que te- nha sido controlada sem um esforço amplo e articulado no conjunto da comunidade atingida, a trajetória de construção de saberes e práticas para ações de saúde pública precisa partir do ‘micro’, da identificação das particularidades que permitem estabelecer pontes reais (e não ideais) entre as si- tuações concretas de práticas e as preocupações gerais que nos orientam. O desenvolvi- mento do conceito de vulnera- bilidade ao HIV/AIDS pode ser descrito, em linhas gerais, como um esforço de produção e difu- são de conhecimento, debate e ação sobre os diferentes graus e naturezas de suscetibilidade de indivíduos e coletividades à infecção, adoecimento e morte pelo HIV, segundo particularida- des formadas pelo conjunto dos aspectos sociais, programáticos e individuais que os põem em relação com o problema e com os recursos para seu enfrentamento.” (AYRES, 1997: 3, grifos no original)” “ A noção de vulnerabilidade opõe-se à idéia de ‘empoderamento’ da capacidade que as pessoas têm de tomar de decisões informadas e efetivamente livres sobre suas vidas. Isto pode ser compreendido da seguinte forma: quanto mais “empoderada” for uma pessoa, menor é sua vulnerabilidade, enquanto que uma pessoa que tenha pouca capacidade para tomar decisões livres e informadas sobre sua vida é vista como mais vulnerável com relação a um mesmo agravo. O ‘empoderamento’ e a vulnerabilidade não podem ser considerados como situações estáticas, ou AYRES, José Ricardo Carvalho Mesquita; et al. O conceito de vulnerabi- lidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Cze- resnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p. 122, 127. Texto elaborado pelo facilitador Alessandro de Oliveira Santos, psicólogo e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, para o módulo sobre “Vulnerabilidade: conceito e prática” da capacita- ção realizada no município de Diadema/SP. Texto elaborado pelo facilitador Fernando Seffner, doutor em educação e professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para o módulo sobre “Vulnerabilidade: conceito e prática” da capacitação realizada no município de Porto Alegre/RS. “É preciso um saber interdisciplinar, (...) menos o econômico e o técnico, em sentido estrito, e mais os valores e os Direitos Humanos como forma de nos perguntarmos e respondermos à questão primordial: estamos fazendo a coisa certa?”
  • 4. seja, elas podem ser modificadas em distintos momentos da vida de uma pessoa e/ou grupos.Ademais vale lembrar que as relações de gênero e poder permeiam estas noções e elas também são mutáveis de sociedade para sociedade ou até dentro de uma mesma sociedade em épocas distintas.” Vulnerabilidade pessoal (ou individual): No plano pessoal, a vulnerabilidade está associada a comportamentos que criam a oportunidade de infectar-se e/ou adoecer, nas diversas situações já conhecidas de trans- missão do HIV (relação sexual desprotegida, uso de dro- gas injetáveis, transfusão sangüínea e transmissão vertical). Depende, portanto, do grau e da qualidade da informação de que os indivíduos dispõem sobre o problema, da sua ca- pacidade de elaborar essas informações e incorporá-las ao seu repertório cotidiano e, também, das possibilidades efe- tivas de transformar suas práticas. O grau de consciência que os indivíduos têm dos possíveis danos decorrentes de comportamentos associados à maior vulnerabilidade pre- cisa ser considerado. Mas a mudança de comportamentos não é compreendida como decorrência imediata da vonta- de dos indivíduos. Conhecimentos e comportamentos têm significados e repercussões muito diversificados na vida das pessoas, dependendo de uma combinação, sempre singular, de características individuais, contextos de vida e relações interpessoais que se estabelecem no dia-a-dia. Por isso, não é possível dizer que uma pessoa “é vulnerável”. Só é possí- vel dizer que uma pessoa está vulnerável a um determinado problema, em um determinado momento de sua vida. Vulnerabilidade institucional (programática): No plano institucional, a vulnerabilidade está associada à existência de políticas e ações organizadas para enfrentar o problema da aids. Pode ser avaliada a partir de aspectos como: a) compromisso das autoridades com o enfrentamen- to do problema;b) ações efetivamente propostas e implanta- das por essas autoridades; c) coalizão interinstitucional e in- tersetorial (saúde, educação, bem-estar social, trabalho etc.) para a ação; d) planejamento e gerenciamento dessas ações; f) financiamento adequado e estável dos programas; g) con- tinuidade dos programas; i) avaliação e retroalimentação dos programas, j) sintonia entre programas institucionalizados e aspirações da sociedade; k) vínculos entre as instituições e a sociedade civil organizada, etc. Quanto maiores forem o compromisso, a integração e o monitoramento de progra- mas de prevenção e cuidado, maiores serão as chances de canalizar os recursos, de otimizar seu uso e de fortalecer os indivíduos e a sociedade frente à epidemia. Vulnerabilidade social: No plano social, a vulnerabilidade está relacionada a as- pectos sócio-políticos e culturais combinados, como o aces- so a informações, grau de escolaridade, disponibilidade de recursos materiais, poder de influenciar decisões políticas, possibilidades de enfrentar barreiras culturais etc. A vulne- rabilidade social pode ser entendida, portanto, como um espelho das condições de bem-estar social, que envolvem moradia, acesso a bens de consumo e graus de liberdade de pensamento e expressão,sendo tanto maior a vulnerabilida- de quanto menor a possibilidade de interferir nas instâncias de tomada de decisão. Para avaliar o grau de vulnerabilidade social é necessário conhecer a situação de vida das coletivi- dades através de aspectos como: a) legislação em vigor e sua aplicação; b) situação de acesso aos serviços de saúde por parte das pessoas de diferentes extratos sociais;c) qualidade dos serviços de saúde aos quais se tem acesso. Por exemplo: a situação atual da mulher na sociedade (menores salários, ausência de leis de proteção, exposição a violências e res- trições de exercício da cidadania) aumenta a vulnerabilidade social das mulheres à epidemia. Texto elaborado por MarinaValadão (consultora do PN DST/Aids) a par- tir de consulta às seguintes publicações:Ayres JRCM. Práticas educativas e prevenção de HIV/Aids: lições aprendidas e desafios atuais. Interface – Comunicação, saúde, educação 2002; 6 (11): 11-24. •Ayres JRCM, França-Júnior I, Calazans GJ, Saletti-Filho HC. O conceito de vulnerabili- dade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Czeresnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro (RJ): Fiocruz; 2003. p. 117-39. Feliciano KVO, Ayres CMJ. Prevenção da aids entre jovens: significados das práticas e os desafios à técnica. Revista Brasileira de Epidemiologia 2002; (suppl. especial / pôster 668): 297. seja, elas podem ser modificadas em distintos momentos da vida de uma pessoa e/ou grupos.Ademais vale lembrar que as relações de gênero e poder permeiam estas noções e elas também são mutáveis de sociedade para sociedade ou até dentro de uma mesma sociedade em épocas distintas.” para a ação; d) planejamento e gerenciamento dessas ações; f) financiamento adequado e estável dos programas; g) con- tinuidade dos programas; i) avaliação e retroalimentação dos programas, j) sintonia entre programas institucionalizados e aspirações da sociedade; k) vínculos entre as instituições e seja, elas podem ser modificadas em distintos momentos da para a ação; d) planejamento e gerenciamento dessas ações; Texto elaborado pela facilitadora Jeane Freitas de Oliveira, Professora assistente da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia - UFBA, doutoranda em Saúde Coletiva do Instituto de saúde Coletiva da UFBA, bolsista FAPESB, integrante do Grupo de Estudos em Saúde da Mulher - GEM/EEUFBA, para o módulo sobre “Vulnerabilidade: conceito e prática” da capacitação realizada no município de Salvador/BA.