SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
miúdos

Quando se lê mais,
lê-se muito melhor
     O Plano Nacional de Leitura fez cinco anos, metade da
     esperança de vida que lhe foi destinada. O comissário,
     Fernando Pinto do Amaral, acredita que a segunda fase
     continuará a contribuir para que os livros pertençam ao
     quotidiano dos jovens. E elogia os protagonistas desta
     história: os professores-bibliotecários.
     Texto Rita Pimenta




     A
                     postar em           uma vez por ano, conduz             esse valor era de 30,6%. “Saber
                     actividades         pior. Se alguém anda todos          até que ponto este aumento
                     que melhorem        os dias 100 quilómetros, tem        de 20% se traduz depois em
                     a qualidade         uma tal familiaridade com o         leitura real ou não, isso é muito
                     da leitura é        automóvel que ‘o seu conduzir’      difícil, nunca poderemos
                     um dos novos        será certamente ‘um conduzir        saber. Mas que manifestam nos
     propósitos do Plano Nacional        melhor’.” O mesmo para a leitura.   inquéritos um maior interesse
     de Leitura (PNL). Depois do           Até há pouco tempo, o             pela leitura, isso é verdade”,
     lema criado há cinco anos, “ler     orçamento do PNL permitia dotar     diz o comissário. A avaliação é
     mais”, acrescenta-se outro,         muitas bibliotecas escolares de     feita por uma equipa do Centro
     “ler melhor”. O comissário,         novos livros, mas agora entrou      de Investigação e Estudos de
     Fernando Pinto do Amaral,           numa “fase de restrição”, como      Sociologia do Instituto Superior
     explicou à Pública o que            lhe chama, e já não é possível      de Ciências do Trabalho e da
     significa: “Quanto mais o jovem     adquirir tantos títulos. “Se até    Empresa, sob a coordenação de
     lê, mais familiaridade cria com     aqui tínhamos ‘x’ para apoiar as    António Firmino da Costa.
     os livros. Passa a olhá-los como    escolas, agora vamos ter menos.        Aos pais, Fernando Pinto
     um objecto do quotidiano, da        E, como vamos ter menos, a          do Amaral sugere alguns
     mesma forma que olha para um        ideia de apostar na qualidade       procedimentos, como o de
     computador, uma caneta ou um        em detrimento da quantidade         tentarem acompanhar as leituras
     copo de água. O que queremos        também nos pode facilitar           dos miúdos, estarem atentos ao
     evitar é que o livro seja ‘aquela   no sentido de termos menos          que se vai publicando na literatura
     coisa estranha’ em que ele          recursos.”                          para crianças e jovens, fazerem o
     nunca pega. Ler mais é a base                                           mais possível para que eles leiam
     para ler melhor. E tem a ver com    Maior interesse                     logo quando ainda são pequenos.
     rotinas de leitura, com treino,     O relatório de avaliação externa    E, chegados à adolescência,
     capacidade, skill.”                 apresentado recentemente na         “acompanharem-nos à distância,
        Para reforçar o entendimento     V Conferência Internacional         pois não reagem bem ao sentir
     do novo lema, o professor           do PNL, na Fundação Calouste        que se estão a imiscuir em tudo
     universitário faz uma analogia      Gulbenkian, dá conta de um          o que fazem”. É compreensível:
     com o uso do automóvel: “Quem       aumento de interesse na             “Eles já têm a sua identidade e
     conduz mais quase sempre            leitura entre os jovens dos         não querem intrusos na sua vida.
     conduz melhor, porque tem           15 aos 24 anos, com 52,4%           Acho bem. É altura de fazer um
     prática de o fazer. E uma pessoa    a considerarem-na “muito            acompanhamento mais sóbrio,
     que conduz pouquíssimo,             importante”. Há cinco anos,         à distância. Podemos aconselhar
MONALyN GrACIA/COrbIS/VMI




                            um ou outro título, mas devemos
                            deixá-los escolher. Há que
                                                                 anterior Governo foi o de
                                                                 equipar as escolas, nem todas,
                                                                                                   recorda a sua própria juventude:
                                                                                                   “No final do secundário e já
                                                                                                                                        “Importante
                            confiar nos jovens.” Nas idades      mas muitas”), agora, querem       na faculdade, muitas vezes foi       é pôr os livros
                            mais baixas, “é preciso criar        “apostar mais no software do      com os amigos que troquei
                            rotinas, são pequeninos e alguma     que no hardware”. Será também     experiências de leitura. Lê          à disposição
                            obrigatoriedade não lhes faz mal”.
                               O comissário atribui ao PNL o
                                                                 o momento de “aprofundar as
                                                                 acções a nível humano, para que
                                                                                                   aquele livro, aquele autor…
                                                                                                   Este é melhor. É uma partilha, o
                                                                                                                                        dos jovens nas
                            papel de “abrir as portas para a     os equipamentos e materiais       boca-a-boca.”                        bibliotecas
                            leitura” e elogia o trabalho dos     não fiquem ali sem utilização.       O mais importante, considera,
                            professores-bibliotecários, “os      Aí, é muito importante o papel    é pôr os livros à disposição dos     escolares”, diz
                            verdadeiros agentes do Plano
                            Nacional de Leitura”. “As escolas
                                                                 dos professores-bibliotecários,
                                                                 pois são eles que dinamizam
                                                                                                   jovens, facultar-lhe condições.
                                                                                                   “Eles têm de saber que, se
                                                                                                                                        Fernando Pinto
                            e agrupamentos escolares que         as actividades e as práticas de   quiserem ler este ou aquele          do Amaral
                            tenham um determinado n.º            promoção da leitura”.             livro, o têm na biblioteca.
                            de alunos têm um professor-            Os outros professores também    Sobretudo naquela fase de
                            bibliotecário. São eles que          têm um papel fundamental          transição, no 3.º ciclo, 14/15
                            estão no terreno e contactam         na orientação dos jovens nas      anos, em que se perdem hábitos
                            directamente com as crianças.”       escolhas de livros, em sala de    de leitura. É muito importante
                                                                 aula, “mais ainda quando a        não forçar. Estão numa fase
                            Mais orientação                      criança vem de meios em que       contestatária e pode surtir o
                            Passada a fase de equipar as         os pais não conseguem fazê-       efeito contrário.”
                            bibliotecas escolares com            lo”. Os amigos são igualmente        Para os próximos cinco anos,
                            computadores, audiovisuais,          importantes na partilha dos       está previsto um alargamento do
                            etc. (“um dos méritos do             interesses, e Pinto do Amaral     plano o mais possível ao 3.º     c
miúdos
     ciclo e ao secundário. “A ideia é    E, inclusivamente agora que        A Fada Oriana
     não privilegiar exclusivamente       mudou o poder político, são        Texto: Sophia de Mello
     as faixas etárias mais baixas, o     transpartidários, tal como o da    Breyner Andresen; ilustração:
     1.º ciclo e o pré-escolar. Embora    rede de bibliotecas públicas,      Natividade Corrêa; edição:
     o grosso das nossas acções           que começou em 1986/87 e           Figueirinhas
     provavelmente continue a ser         depois continuou com governos      (aconselhado pelo PNL para
     para essas idades. É onde temos      do PS e PSD. Várias cores          o 5.º ano)
     maior consolidação e não as          políticas.”
     vamos deixar, seria um erro.            A Cultura deixar de ter
     Mas vamos tentar alargar e criar     ministro e passar a ter apenas     O Olho do Lobo
     novas acções para públicos mais      um secretário de Estado não        Texto: Daniel Pennac;
     velhos.”                             os assustou, “dependeria da        ilustração: Jacques Ferrandez;
        Durante este último ano, já       pessoa que ficasse à frente,       edição: Terramar
     lançaram um projecto-piloto          mas o facto de ser um escritor     (aconselhado pelo PNL para
     em articulação com a rede            [Francisco José Viegas], do        o 5.º ano)
     de bibliotecas Escolares: “Foi       ponto de vista das pessoas
     posto em prática numa dúzia          ligadas ao livro, ao meio
     de escolas públicas e privadas.      editorial, aos autores, aliviou-   O Corsário Negro
     Vila do Conde, Castro Verde, no      nos bastante, porque é alguém      Texto: Emilio Salgari;
     Colégio Moderno em Lisboa, por       que conhece o sector do livro”.    edição: Clube do Autor
     exemplo.”                               E está contente com o           (aconselhado pelo PNL para
        São clubes de leitura dirigidos   empenho em “manter o IVA           o 3.º ciclo)
     para o secundário, numa base         reduzido do livro”, que o
     voluntária: “Não estamos a           secretário terá declarado.
     inventar a roda. É o princípio       Embora o PNL não dependa           Poesia de Luís de Camões
     das comunidades de leitores,         da Cultura, mas do Ministério      para Todos
     que se fazem nas livrarias e que     da Educação: “A nossa tutela       Organização: José António
     começaram nos Estados Unidos         mais directa é da secretária       Gomes; ilustração: Ana
     e nos países anglo-saxónicos.”       de Estado do Ensino básico         Biscaia; edição: Porto Editora
        Houve uma boa adesão,             e Secundário, a professora         (aconselhado pelo PNL para
     algumas dezenas de estudantes        Isabel Leite. Evidentemente        o 3.º ciclo)
     inscreveram-se. “Os clubes são       que dependemos do ministro
     dinamizados por professores          da Educação, Nuno Crato, mas
     que se disponibilizam                mais directamente de Isabel
     voluntariamente. Não ganham          Leite, que até tem um percurso
     horas extraordinárias.”              profissional que está ligado a
        Há cerca de dois anos, quando     esta área. É especialista em
     chegou ao PNL, o comissário          aprendizagem da leitura.”
     encontrou “uma equipa muito             O comissário está muito
     empenhada, entusiasmada e            satisfeito com facto de Portugal
     com projectos estimulantes.          ser o país-tema da próxima
     E uma forte ligação aos que          Feira Internacional do Livro
     em cada comunidade escolar           Infantil de bolonha, em Março
     estavam interessados em              de 2012, e diz ser “uma boa
     promover a leitura. A equipa         ocasião para os editores e
     foi criada essencialmente por        autores portugueses divulgarem
     Isabel Alçada (comissária do         as edições de qualidade que se
     plano até ser chamada para           fazem em Portugal”.
     ministra da Educação) e Teresa          Com tanta insistência na
     Calçada (coordenadora da rede        promoção da leitura, faltava a
     de bibliotecas Escolares). São as    pergunta: ler para quê? “Ler é
     almas deste projecto”.               fundamental para conhecermos
                                          melhor o mundo que nos rodeia
     Continuidade                         e para nos conhecermos a nós
     Não sentiu necessidade de fazer      próprios. O acto de ler estimula
     grandes alterações, conta: “No       a reflexão e o sentido crítico.
     essencial, continuei as linhas       No caso dos melhores livros, ler
     antes definidas. São projectos       também nos permite aceder,
     de médio e longo prazo, não          pelo menos de vez em quando, a
     são projectos que se possa           uma dimensão oculta das coisas,
     dizer que dão resultado no ano       a mundos desconhecidos que
     a seguir, são de continuidade.       podemos ter dentro de nós.” E
     E em relação aos quais não           quanto mais melhor.
     podemos baixar os braços
     nem ‘embandeirar em arco’.           rpimenta@publico.pt

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (8)

Cooperacao e interacao_na_rede
Cooperacao e interacao_na_redeCooperacao e interacao_na_rede
Cooperacao e interacao_na_rede
 
Boletim informativo biblioteca-nº_2_10-11
Boletim informativo biblioteca-nº_2_10-11Boletim informativo biblioteca-nº_2_10-11
Boletim informativo biblioteca-nº_2_10-11
 
Livros digitais
Livros digitaisLivros digitais
Livros digitais
 
artigo: leitura
artigo: leituraartigo: leitura
artigo: leitura
 
USO DOS COMPUTADORES NA ESCOLA
USO DOS COMPUTADORES NA ESCOLAUSO DOS COMPUTADORES NA ESCOLA
USO DOS COMPUTADORES NA ESCOLA
 
Proposta redacao1
Proposta redacao1Proposta redacao1
Proposta redacao1
 
Boletim informativo biblioteca-2010-11
Boletim informativo biblioteca-2010-11Boletim informativo biblioteca-2010-11
Boletim informativo biblioteca-2010-11
 
Adolescentes versus obsolescentes
Adolescentes versus obsolescentesAdolescentes versus obsolescentes
Adolescentes versus obsolescentes
 

Destaque (8)

Página miúdos pública matilde 25 07-10
Página miúdos pública matilde 25 07-10Página miúdos pública matilde 25 07-10
Página miúdos pública matilde 25 07-10
 
Pág Spa Madeira Revista Pública
Pág Spa Madeira Revista PúblicaPág Spa Madeira Revista Pública
Pág Spa Madeira Revista Pública
 
Miudos 10 04-11 cata livros
Miudos 10 04-11 cata livrosMiudos 10 04-11 cata livros
Miudos 10 04-11 cata livros
 
Congresso Gulbenkian
Congresso GulbenkianCongresso Gulbenkian
Congresso Gulbenkian
 
Vento22 maio
Vento22 maioVento22 maio
Vento22 maio
 
Filosofia para crianças 2
Filosofia para crianças 2Filosofia para crianças 2
Filosofia para crianças 2
 
Pública22Abr2007
Pública22Abr2007Pública22Abr2007
Pública22Abr2007
 
Regulamento um conto_que_contas_concurso201415
Regulamento um conto_que_contas_concurso201415Regulamento um conto_que_contas_concurso201415
Regulamento um conto_que_contas_concurso201415
 

Semelhante a Pág.miúdos pnl 25091r

ABiblioteca Escolar e a família como promotoras da Leitura
ABiblioteca Escolar e a família como promotoras da LeituraABiblioteca Escolar e a família como promotoras da Leitura
ABiblioteca Escolar e a família como promotoras da Leitura
BE Lorosae
 
Leitura infantil acção de formação para famílias projeto
Leitura infantil   acção de formação para famílias projetoLeitura infantil   acção de formação para famílias projeto
Leitura infantil acção de formação para famílias projeto
Lucília Lopes
 
Observações acerca do 1º simulado
Observações acerca do 1º simuladoObservações acerca do 1º simulado
Observações acerca do 1º simulado
João Mendonça
 
Como avaliar os níveis de leitura na alfabetização de crianças
Como avaliar os níveis de leitura na alfabetização de criançasComo avaliar os níveis de leitura na alfabetização de crianças
Como avaliar os níveis de leitura na alfabetização de crianças
Marcia Oliveira
 
Alfabetização e Leitura
Alfabetização e LeituraAlfabetização e Leitura
Alfabetização e Leitura
unieubra
 
Folhetim do Estudante Digital núm. IX
Folhetim do Estudante Digital núm. IXFolhetim do Estudante Digital núm. IX
Folhetim do Estudante Digital núm. IX
Valter Gomes
 

Semelhante a Pág.miúdos pnl 25091r (20)

Leitura Pra que? Oficina de leitura
Leitura Pra que? Oficina de leituraLeitura Pra que? Oficina de leitura
Leitura Pra que? Oficina de leitura
 
Revista opinativa
Revista opinativaRevista opinativa
Revista opinativa
 
Slide
SlideSlide
Slide
 
ABiblioteca Escolar e a família como promotoras da Leitura
ABiblioteca Escolar e a família como promotoras da LeituraABiblioteca Escolar e a família como promotoras da Leitura
ABiblioteca Escolar e a família como promotoras da Leitura
 
Leitura infantil acção de formação para famílias projeto
Leitura infantil   acção de formação para famílias projetoLeitura infantil   acção de formação para famílias projeto
Leitura infantil acção de formação para famílias projeto
 
Prazer em ler - Vários Autores
Prazer em ler - Vários AutoresPrazer em ler - Vários Autores
Prazer em ler - Vários Autores
 
Observações acerca do 1º simulado
Observações acerca do 1º simuladoObservações acerca do 1º simulado
Observações acerca do 1º simulado
 
Como avaliar os níveis de leitura na alfabetização de crianças
Como avaliar os níveis de leitura na alfabetização de criançasComo avaliar os níveis de leitura na alfabetização de crianças
Como avaliar os níveis de leitura na alfabetização de crianças
 
Atividades desenvolvidas na biblioteca
Atividades desenvolvidas na bibliotecaAtividades desenvolvidas na biblioteca
Atividades desenvolvidas na biblioteca
 
Literatura na educação infantil
Literatura na educação infantilLiteratura na educação infantil
Literatura na educação infantil
 
La vem leitura
La vem leituraLa vem leitura
La vem leitura
 
A formação de leitores ( artigo)
A formação de leitores ( artigo)A formação de leitores ( artigo)
A formação de leitores ( artigo)
 
Decalogo para pais
Decalogo para paisDecalogo para pais
Decalogo para pais
 
Alfabetização e Leitura
Alfabetização e LeituraAlfabetização e Leitura
Alfabetização e Leitura
 
Monografia Madalena Pedagogia 2011
Monografia Madalena Pedagogia 2011Monografia Madalena Pedagogia 2011
Monografia Madalena Pedagogia 2011
 
Folhetim do Estudante Digital núm. IX
Folhetim do Estudante Digital núm. IXFolhetim do Estudante Digital núm. IX
Folhetim do Estudante Digital núm. IX
 
Alfabetização todos podem aprender
Alfabetização todos podem aprenderAlfabetização todos podem aprender
Alfabetização todos podem aprender
 
Monografia Eliciene Pedagogia 2012
Monografia Eliciene Pedagogia 2012Monografia Eliciene Pedagogia 2012
Monografia Eliciene Pedagogia 2012
 
Jovens criam clube de livros
Jovens criam clube de livrosJovens criam clube de livros
Jovens criam clube de livros
 
Literatura infantil auxilio no processo de alfabetização e letramento
Literatura infantil   auxilio no processo de alfabetização e letramentoLiteratura infantil   auxilio no processo de alfabetização e letramento
Literatura infantil auxilio no processo de alfabetização e letramento
 

Mais de mrvpimenta

Mais de mrvpimenta (20)

Alice pdf
Alice pdfAlice pdf
Alice pdf
 
Crianças 19 maio pjl47
Crianças   19 maio  pjl47Crianças   19 maio  pjl47
Crianças 19 maio pjl47
 
Cultura 3435 03 23-12 p1 s lc01-bolonha
Cultura 3435 03 23-12 p1 s lc01-bolonhaCultura 3435 03 23-12 p1 s lc01-bolonha
Cultura 3435 03 23-12 p1 s lc01-bolonha
 
Pág. crianças 4 fev.
Pág. crianças 4 fev.Pág. crianças 4 fev.
Pág. crianças 4 fev.
 
Pág. miúdos gatafunho 220112
Pág. miúdos gatafunho 220112Pág. miúdos gatafunho 220112
Pág. miúdos gatafunho 220112
 
Pág.crianças28 01-12
Pág.crianças28 01-12Pág.crianças28 01-12
Pág.crianças28 01-12
 
Pág.crianças21 janeiro
Pág.crianças21 janeiroPág.crianças21 janeiro
Pág.crianças21 janeiro
 
Pág,crianças14 janeiro2012
Pág,crianças14 janeiro2012Pág,crianças14 janeiro2012
Pág,crianças14 janeiro2012
 
Cultura folio ilustrarte120112
Cultura folio ilustrarte120112Cultura folio ilustrarte120112
Cultura folio ilustrarte120112
 
Miúdos ilustrarte 080112
Miúdos ilustrarte 080112Miúdos ilustrarte 080112
Miúdos ilustrarte 080112
 
Pág.crianças17 dezembro de 2011
Pág.crianças17 dezembro de 2011Pág.crianças17 dezembro de 2011
Pág.crianças17 dezembro de 2011
 
Pág. crianças 10 dezembro
Pág. crianças 10 dezembroPág. crianças 10 dezembro
Pág. crianças 10 dezembro
 
Pág. crianças 3 dezembro2011
Pág. crianças 3 dezembro2011Pág. crianças 3 dezembro2011
Pág. crianças 3 dezembro2011
 
Pág.crianças 19 nov
Pág.crianças 19 novPág.crianças 19 nov
Pág.crianças 19 nov
 
Pág.crianças12 novembro
Pág.crianças12 novembroPág.crianças12 novembro
Pág.crianças12 novembro
 
Pág.crianças 5 novembro2011
Pág.crianças 5 novembro2011Pág.crianças 5 novembro2011
Pág.crianças 5 novembro2011
 
Pág. crianças 29 outubro
Pág. crianças 29 outubroPág. crianças 29 outubro
Pág. crianças 29 outubro
 
Pág.crianças 22 10-11
Pág.crianças 22 10-11Pág.crianças 22 10-11
Pág.crianças 22 10-11
 
Pública zoom Conservas portuguesas 161011
Pública zoom Conservas portuguesas 161011Pública zoom Conservas portuguesas 161011
Pública zoom Conservas portuguesas 161011
 
Pág. crianças 15 outubro 2011
Pág. crianças 15 outubro 2011Pág. crianças 15 outubro 2011
Pág. crianças 15 outubro 2011
 

Último

2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
LeloIurk1
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
LeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 

Último (20)

Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
Modelo de Plano Plano semanal Educação Infantil 5 anossemanal Educação Infant...
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 

Pág.miúdos pnl 25091r

  • 1. miúdos Quando se lê mais, lê-se muito melhor O Plano Nacional de Leitura fez cinco anos, metade da esperança de vida que lhe foi destinada. O comissário, Fernando Pinto do Amaral, acredita que a segunda fase continuará a contribuir para que os livros pertençam ao quotidiano dos jovens. E elogia os protagonistas desta história: os professores-bibliotecários. Texto Rita Pimenta A postar em uma vez por ano, conduz esse valor era de 30,6%. “Saber actividades pior. Se alguém anda todos até que ponto este aumento que melhorem os dias 100 quilómetros, tem de 20% se traduz depois em a qualidade uma tal familiaridade com o leitura real ou não, isso é muito da leitura é automóvel que ‘o seu conduzir’ difícil, nunca poderemos um dos novos será certamente ‘um conduzir saber. Mas que manifestam nos propósitos do Plano Nacional melhor’.” O mesmo para a leitura. inquéritos um maior interesse de Leitura (PNL). Depois do Até há pouco tempo, o pela leitura, isso é verdade”, lema criado há cinco anos, “ler orçamento do PNL permitia dotar diz o comissário. A avaliação é mais”, acrescenta-se outro, muitas bibliotecas escolares de feita por uma equipa do Centro “ler melhor”. O comissário, novos livros, mas agora entrou de Investigação e Estudos de Fernando Pinto do Amaral, numa “fase de restrição”, como Sociologia do Instituto Superior explicou à Pública o que lhe chama, e já não é possível de Ciências do Trabalho e da significa: “Quanto mais o jovem adquirir tantos títulos. “Se até Empresa, sob a coordenação de lê, mais familiaridade cria com aqui tínhamos ‘x’ para apoiar as António Firmino da Costa. os livros. Passa a olhá-los como escolas, agora vamos ter menos. Aos pais, Fernando Pinto um objecto do quotidiano, da E, como vamos ter menos, a do Amaral sugere alguns mesma forma que olha para um ideia de apostar na qualidade procedimentos, como o de computador, uma caneta ou um em detrimento da quantidade tentarem acompanhar as leituras copo de água. O que queremos também nos pode facilitar dos miúdos, estarem atentos ao evitar é que o livro seja ‘aquela no sentido de termos menos que se vai publicando na literatura coisa estranha’ em que ele recursos.” para crianças e jovens, fazerem o nunca pega. Ler mais é a base mais possível para que eles leiam para ler melhor. E tem a ver com Maior interesse logo quando ainda são pequenos. rotinas de leitura, com treino, O relatório de avaliação externa E, chegados à adolescência, capacidade, skill.” apresentado recentemente na “acompanharem-nos à distância, Para reforçar o entendimento V Conferência Internacional pois não reagem bem ao sentir do novo lema, o professor do PNL, na Fundação Calouste que se estão a imiscuir em tudo universitário faz uma analogia Gulbenkian, dá conta de um o que fazem”. É compreensível: com o uso do automóvel: “Quem aumento de interesse na “Eles já têm a sua identidade e conduz mais quase sempre leitura entre os jovens dos não querem intrusos na sua vida. conduz melhor, porque tem 15 aos 24 anos, com 52,4% Acho bem. É altura de fazer um prática de o fazer. E uma pessoa a considerarem-na “muito acompanhamento mais sóbrio, que conduz pouquíssimo, importante”. Há cinco anos, à distância. Podemos aconselhar
  • 2. MONALyN GrACIA/COrbIS/VMI um ou outro título, mas devemos deixá-los escolher. Há que anterior Governo foi o de equipar as escolas, nem todas, recorda a sua própria juventude: “No final do secundário e já “Importante confiar nos jovens.” Nas idades mas muitas”), agora, querem na faculdade, muitas vezes foi é pôr os livros mais baixas, “é preciso criar “apostar mais no software do com os amigos que troquei rotinas, são pequeninos e alguma que no hardware”. Será também experiências de leitura. Lê à disposição obrigatoriedade não lhes faz mal”. O comissário atribui ao PNL o o momento de “aprofundar as acções a nível humano, para que aquele livro, aquele autor… Este é melhor. É uma partilha, o dos jovens nas papel de “abrir as portas para a os equipamentos e materiais boca-a-boca.” bibliotecas leitura” e elogia o trabalho dos não fiquem ali sem utilização. O mais importante, considera, professores-bibliotecários, “os Aí, é muito importante o papel é pôr os livros à disposição dos escolares”, diz verdadeiros agentes do Plano Nacional de Leitura”. “As escolas dos professores-bibliotecários, pois são eles que dinamizam jovens, facultar-lhe condições. “Eles têm de saber que, se Fernando Pinto e agrupamentos escolares que as actividades e as práticas de quiserem ler este ou aquele do Amaral tenham um determinado n.º promoção da leitura”. livro, o têm na biblioteca. de alunos têm um professor- Os outros professores também Sobretudo naquela fase de bibliotecário. São eles que têm um papel fundamental transição, no 3.º ciclo, 14/15 estão no terreno e contactam na orientação dos jovens nas anos, em que se perdem hábitos directamente com as crianças.” escolhas de livros, em sala de de leitura. É muito importante aula, “mais ainda quando a não forçar. Estão numa fase Mais orientação criança vem de meios em que contestatária e pode surtir o Passada a fase de equipar as os pais não conseguem fazê- efeito contrário.” bibliotecas escolares com lo”. Os amigos são igualmente Para os próximos cinco anos, computadores, audiovisuais, importantes na partilha dos está previsto um alargamento do etc. (“um dos méritos do interesses, e Pinto do Amaral plano o mais possível ao 3.º c
  • 3. miúdos ciclo e ao secundário. “A ideia é E, inclusivamente agora que A Fada Oriana não privilegiar exclusivamente mudou o poder político, são Texto: Sophia de Mello as faixas etárias mais baixas, o transpartidários, tal como o da Breyner Andresen; ilustração: 1.º ciclo e o pré-escolar. Embora rede de bibliotecas públicas, Natividade Corrêa; edição: o grosso das nossas acções que começou em 1986/87 e Figueirinhas provavelmente continue a ser depois continuou com governos (aconselhado pelo PNL para para essas idades. É onde temos do PS e PSD. Várias cores o 5.º ano) maior consolidação e não as políticas.” vamos deixar, seria um erro. A Cultura deixar de ter Mas vamos tentar alargar e criar ministro e passar a ter apenas O Olho do Lobo novas acções para públicos mais um secretário de Estado não Texto: Daniel Pennac; velhos.” os assustou, “dependeria da ilustração: Jacques Ferrandez; Durante este último ano, já pessoa que ficasse à frente, edição: Terramar lançaram um projecto-piloto mas o facto de ser um escritor (aconselhado pelo PNL para em articulação com a rede [Francisco José Viegas], do o 5.º ano) de bibliotecas Escolares: “Foi ponto de vista das pessoas posto em prática numa dúzia ligadas ao livro, ao meio de escolas públicas e privadas. editorial, aos autores, aliviou- O Corsário Negro Vila do Conde, Castro Verde, no nos bastante, porque é alguém Texto: Emilio Salgari; Colégio Moderno em Lisboa, por que conhece o sector do livro”. edição: Clube do Autor exemplo.” E está contente com o (aconselhado pelo PNL para São clubes de leitura dirigidos empenho em “manter o IVA o 3.º ciclo) para o secundário, numa base reduzido do livro”, que o voluntária: “Não estamos a secretário terá declarado. inventar a roda. É o princípio Embora o PNL não dependa Poesia de Luís de Camões das comunidades de leitores, da Cultura, mas do Ministério para Todos que se fazem nas livrarias e que da Educação: “A nossa tutela Organização: José António começaram nos Estados Unidos mais directa é da secretária Gomes; ilustração: Ana e nos países anglo-saxónicos.” de Estado do Ensino básico Biscaia; edição: Porto Editora Houve uma boa adesão, e Secundário, a professora (aconselhado pelo PNL para algumas dezenas de estudantes Isabel Leite. Evidentemente o 3.º ciclo) inscreveram-se. “Os clubes são que dependemos do ministro dinamizados por professores da Educação, Nuno Crato, mas que se disponibilizam mais directamente de Isabel voluntariamente. Não ganham Leite, que até tem um percurso horas extraordinárias.” profissional que está ligado a Há cerca de dois anos, quando esta área. É especialista em chegou ao PNL, o comissário aprendizagem da leitura.” encontrou “uma equipa muito O comissário está muito empenhada, entusiasmada e satisfeito com facto de Portugal com projectos estimulantes. ser o país-tema da próxima E uma forte ligação aos que Feira Internacional do Livro em cada comunidade escolar Infantil de bolonha, em Março estavam interessados em de 2012, e diz ser “uma boa promover a leitura. A equipa ocasião para os editores e foi criada essencialmente por autores portugueses divulgarem Isabel Alçada (comissária do as edições de qualidade que se plano até ser chamada para fazem em Portugal”. ministra da Educação) e Teresa Com tanta insistência na Calçada (coordenadora da rede promoção da leitura, faltava a de bibliotecas Escolares). São as pergunta: ler para quê? “Ler é almas deste projecto”. fundamental para conhecermos melhor o mundo que nos rodeia Continuidade e para nos conhecermos a nós Não sentiu necessidade de fazer próprios. O acto de ler estimula grandes alterações, conta: “No a reflexão e o sentido crítico. essencial, continuei as linhas No caso dos melhores livros, ler antes definidas. São projectos também nos permite aceder, de médio e longo prazo, não pelo menos de vez em quando, a são projectos que se possa uma dimensão oculta das coisas, dizer que dão resultado no ano a mundos desconhecidos que a seguir, são de continuidade. podemos ter dentro de nós.” E E em relação aos quais não quanto mais melhor. podemos baixar os braços nem ‘embandeirar em arco’. rpimenta@publico.pt