SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Prece
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia-,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a DistânciaDo mar ou outra, mas que seja nossa!

Introdução:
«Prece» é o último poema da segunda parte de «Mensagem» «Mar Português» - sendo que o poema que o precede é «A Última Nau».
O tema central é a invocação de Pessoa a Deus pedindo-lhe ajuda para
reacender a Alma Lusitana para que de novo "conquistemos a Distância".

Definição:
Prece é um ato religioso pelo qual nos dirigimos a Deus para
suplicar algum benefício, ou para adorá-lo; reza, oração.

Aspetos Formais:
Constatamos que o poema é constituído por três estrofes, de
quatro versos (quadras). Quanto à métrica os versos são
predominantemente decassilábicos. Predomina o ritmo ternário,
conferindo ao poema o tom alto e sublimado próprio do poema épico. A
rima é cruzada, segundo o esquema abab, cdcd, efef. As sonoridades
nasais sugerem uma certa nostalgia e tristeza.

Análise da primeira estrofe:
A expressão «a noite veio», implica a existência prévia do dia e a
passagem deste a noite. Se o dia foi o tempo de grandeza, a noite será o
tempo de abatimento, tristeza e destruição. No passado situam-se a
tormenta («tanta foi a tormenta») e o sonho («a vontade!»). A frase
exclamativa presente no segundo verso confere ao discurso grande
emotividade.
As dificuldades foram muitas, mas a atitude assumida pelo povo
«nós» (sujeito poético mais o povo português) foi de vontade para as
ultrapassar. O desalento é o sentimento assumido pelo sujeito poético e
que deve ser também assumido pelos outros. Resta o silêncio e a
saudade, após a conquista do mar. Estamos portanto diante de um
Portugal marcado pela insensibilidade «pelo silêncio hostil», pelo apego
às coisas materiais, sem capacidade de sonhar «a alma é vil»em
contraste com um passado de «tormenta e vontade».

Análise da segunda estrofe:
A segunda estrofe introduzida pela conjunção adversativa «mas»
opõe-se à primeira estrofe, que termina com a afirmação do desalento e
da conformaçãoda situação presente em que apenas resta «o mar
universal e a saudade».
Em «A mão do vento», a metáfora e a personificação demonstram
a ideia de que pode erguer-se novamente a chama (a esperança),
porque enquanto há vida,(«aindanão é finda»), há esperança. Esta e o
sonho podem ainda ganhar força, tal como o fogo quase extinto pode
ser reavivado por um sopro, a Alma portuguesa pode ainda levantar-se.
A repetição do «ainda» reforça a ideia de que nada está perdido e
de que com uma atitude diferente (a ação do vento) tudo se pode
alterar. Na expressão «o frio morto»o adjetivo morto poderá ter um
sentido conotativo de ocultar vida renovada, como a Fénix que surge
das cinzas.

Análise da terceira estrofe:
Na terceira estrofe, como indica o título, o sujeito poético, em tom
de súplica, pede que um «sopro» divino ajude a atear a «chama do
esforço», ainda que se tenha de pagar com «desgraça» ou suportar o
peso da «ânsia».
Os dois últimos versos deste poema recordam-nos os do poema
«Infante»: «Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez! Senhor, falta
cumprir-se Portugal!». A Distância é o caminho para o conhecimento:
em primeiro lugar do mar na primeira viagem que indica o império
material e agora outra (a nova viagem), que indica o império espiritual.
No último verso, reforça-se assim a ideia de que é necessário procurar a
identidade e o prestígio nacionais perdidos. Estes dois versos traduzem
a crença num futuro risonho.

O discurso na primeira pessoa:
O poema apresenta um discurso na primeira pessoa do plural.
Que é visível, por exemplo, nas expressões: «Restam-nos» (v.3), «nós»
(v.5); «conquistemos» (v.11) e «nossa» (v.12).
O discurso é na primeira pessoa porque se refere ao povo
português. O desejo/sentimento do poeta, em jeito de súplica, não é só
dele, mas deve ser de todos nós portugueses.

As marcas da presença do recetor:
No poema existem marcas que demonstram a presença de um
recetor ao qual o sujeito poético se dirige fazendo um pedido. E essas
marcas são as palavras: «Senhor» (v.1) e «Dá» (v.9).

A formulação do pedido:
Fernando Pessoa apresenta este pedido como uma súplica, sob a
forma de vento, como é notado nas expressões «Dá sopro» e «a
aragem», como forma de reavivar uma chama aparentemente apagada.
Esta súplica é feita para que uma mão divina ajude a erguer novamente
um clarão que restou. E será esta pequena aragem que fará toda a
diferença. Irá consistir assim num reaprender de ideias e de conquistas.

Os tempos verbais predominantes nessas estrofes:
Ao longo do poema predominam tempos verbais no presente do
indicativo e no futuro, mas também se faz referência a marcas passadas.
Estão presentes em expressões como «a noite veio e a alma é vil» /
«Tanta foi a tormenta»; «Resta-nos hoje»; «que a vida em nós criou»;
«pode erguê-la»; «E outra vez conquistemos…». É assim entendido
como algo que se necessita hoje e que se espera que suceda amanhã
bem como algo de revolucionário que se apresente ao nosso ser.

A expressividade da repetição do termo «ainda»:
O termo «ainda» que aparece repetido ao longo da segunda
estrofe remete-nos para uma sensação de esperança, de glória
vindoura. Este termo remete-nos para a possibilidade de ter um pouco
de esperança para erguer o quinto império, ou seja, nem tudo está
perdido e com empenho e dedicação tudo se conseguirá.

O prenúncio do quinto império:
Na terceira estrofeé visível uma referência ao quinto império:
«Com que a chama do esforço se remoça, / E outra vez conquistemos a
Distância - / Do mar ou outra, mas que seja nossa!». Esta é o prenúncio
de que se irá reerguer o glorioso Portugal (quinto império), e com «a
chama do esforço», com o esforço da cultura, não das armas (estas já
não levam a lado algum),tudo se conseguirá

A expressividade dos recursos estilísticos utilizados:
O sujeito poético inicia o poema com uma apóstrofe ao “Senhor”,
umchamamento aorecetor a quem é destinado o discurso – Deus ou D.
Sebastião divinizado.
Em “A mão do vento”, a personificação simboliza a ideia de que
uma mão divina vai fazer com que a chama se reacenda.
Também é visível o emprego de substantivos abstratos,
nomeadamente, «tormenta», «vontade», «silêncio», «saudade»,
«desgraça», «ânsia», «esforço».
Adjetivação como «alma é vil» e «silêncio hostil».
A repetição da palavra «ainda» reforça a ideia de que nada está
perdido e de que com uma atitude diferente (a ação do vento) tudo se
pode alterar.

Justificação para a localização do poema na obra pessoana:
O poema «Prece» está localizado na parte final do «Mar
Português» de «Mensagem», pois nele se encerra o ciclo de tentativa de
transmitir a palavra com uma invocação do poeta à intervenção divina.
Pessoa afirma que os portugueses venceram tantos obstáculos que hoje
perderam a valia. No entanto, tal como um sopro pode reavivar um fogo
extinto, também a Alma Portuguesa pode levantar-se para que seja de
novo grande entre as Nações («E outra vez conquistemos a Distância»).
Então este poema é ideal para encerrar esta parte da «Mensagem».
Sendo «Mar Português» a visão mística da história, Pessoa quer mostrar
que «o mar é nosso», que os Portugueses foram os primeiros a
conquista-lo e que ele é o caminho para a perfeição.

A simbologia da «noite»:
Neste poema, a «noite» pode ser vista sobre dois distintos pontos
de vista:
- As trevas, devido à situação em que a nação se encontra, porque
mesmo com o seu futuro por decidir, esta continua na sombra e na
obscuridade.
- A preparação do dia donde virá a luz da vida, ou seja, a preparação
daquilo que será o glorioso futuro de Portugal, o seu domínio cultural e
a reconstrução da sua essência do seu império.

Símbolo: Cinzas
Podemos ver as cinzas como uma imagem da nação em ruínas,
vestígio do que em tempos foi, mas no entanto a sua essência
permanece a mesma, só que adormecida e esquecida. As cinzas são o
que sobrou do corpo (da nação), mas não deixou de o ser, permanece.
Até que ganhe uma nova alma e das cinzas renasça, como a fénix, o ser
que existia com todo o seu esplendor, glória e essência.
Podemos dizer que mesmo estando Portugal adormecido, «em
cinzas», basta estas voarem, ou seja os portugueses sonharem e
acreditarem no sonho para que delas nasça um Portugal ainda maior do
que o deu origem às cinzas. Um Portugal onde impere a cultura, a
sabedoria, os valores/os ideais justos, a perfeição e a humanidade.

Semelhanças/diferenças do poema pessoano face à epopeia
camoniana:
Camões elogia um herói passado, pois estava numa altura em que
o país entrava em decadência de valores e pretendia tornar o povo
português um herói universal. Por outro lado, Pessoa quer divulgar a
língua e cultura portuguesas e tenta prever um futuro grandioso. No
entanto, para que Portugal alcance esta glória e se expanda pelo
mundo, ambos pedem ajuda divina, suplicando a Deus que auxilie
Portugal na conquista do mar, ou no caso de Pessoa de outra
«Distância- / Do mar ou outra, mas que seja nossa!».

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...FilipaFonseca
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaRaffaella Ergün
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Camposguest3fc89a1
 
Memorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por CapítulosMemorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por CapítulosRui Matos
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas""Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"CatarinaSilva1000
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaVanda Sousa
 
Modalidade do verbo
Modalidade do verboModalidade do verbo
Modalidade do verboAna Martins
 
Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagemameliapadrao
 
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhosAlberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhosBruno Meirim
 
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa Ana Cristina Matias
 
Memorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloMemorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloFilipaFonseca
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemInesa M
 
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"InsdeCastro7
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemPaulo Vitorino
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando PessoaFilipaFonseca
 
Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frasesnando_reis
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiroguest155834
 

Mais procurados (20)

Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...
 
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando PessoaResumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
Resumos de Português: Heterónimos De Fernando Pessoa
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
 
Memorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por CapítulosMemorial- Análise por Capítulos
Memorial- Análise por Capítulos
 
Autopsicografia e Isto
Autopsicografia e IstoAutopsicografia e Isto
Autopsicografia e Isto
 
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas""Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
"Mensagem" de Fernando Pessoa: "O das Quinas"
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
 
Deíticos
DeíticosDeíticos
Deíticos
 
Modalidade do verbo
Modalidade do verboModalidade do verbo
Modalidade do verbo
 
Estrutura mensagem
Estrutura mensagemEstrutura mensagem
Estrutura mensagem
 
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhosAlberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
Alberto Caeiro - poema I do guardador de rebanhos
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa ComemD. João I in  Mensagem, de Fernando Pessoa
ComemD. João I in Mensagem, de Fernando Pessoa
 
Memorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloMemorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estilo
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
 
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
Mensagem: Análise "Escrevo meu livro à beira-mágoa"
 
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e MensagemIntertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
Intertextualidade entre Os Lusíadas e Mensagem
 
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
"Quinto Império" - Mensagem de Fernando Pessoa
 
Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frases
 
O heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto CaeiroO heteronimo Alberto Caeiro
O heteronimo Alberto Caeiro
 

Semelhante a Fernando Pessoa Prece

Apresentação para décimo segundo ano, aula 62
Apresentação para décimo segundo ano, aula 62Apresentação para décimo segundo ano, aula 62
Apresentação para décimo segundo ano, aula 62luisprista
 
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22luisprista
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152luisprista
 
Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)
Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)
Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)AndreiaFilipa63
 
Análise dos poemas
Análise dos poemas Análise dos poemas
Análise dos poemas Goncalo1904
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulasApresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulasluisprista
 
Português - Mod. Nr 8.pptx
Português - Mod. Nr 8.pptxPortuguês - Mod. Nr 8.pptx
Português - Mod. Nr 8.pptxMartaROQUES1
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141luisprista
 
Análise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última NauAnálise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última NauMaria Freitas
 
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas" Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas" Mariana Domingues
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulasApresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulasluisprista
 
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17luisprista
 
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasIntertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasAntónio Teixeira
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112luisprista
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12luisprista
 

Semelhante a Fernando Pessoa Prece (20)

Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
Apresentação para décimo segundo ano, aula 62
Apresentação para décimo segundo ano, aula 62Apresentação para décimo segundo ano, aula 62
Apresentação para décimo segundo ano, aula 62
 
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 22
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 152
 
Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)
Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)
Poemas de Mensagem ( O infante) ( Prece)
 
Análise dos poemas
Análise dos poemas Análise dos poemas
Análise dos poemas
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulasApresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, terceira aula de cábulas
 
Português - Mod. Nr 8.pptx
Português - Mod. Nr 8.pptxPortuguês - Mod. Nr 8.pptx
Português - Mod. Nr 8.pptx
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 140-141
 
Análise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última NauAnálise do Poema - A Última Nau
Análise do Poema - A Última Nau
 
Mensagem de Fernando Pessoa
Mensagem de Fernando Pessoa Mensagem de Fernando Pessoa
Mensagem de Fernando Pessoa
 
Mensagem de fernando pessoa
Mensagem de fernando pessoaMensagem de fernando pessoa
Mensagem de fernando pessoa
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas" Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
Análise dos poemas "Os Colombos" e "Tormentas"
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulasApresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulas
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, segunda aula de cábulas
 
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 17
 
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os LusíadasIntertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas
 
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 111-112
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 11-12
 

Último

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 

Fernando Pessoa Prece

  • 1. Prece Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silêncio hostil, O mar universal e a saudade. Mas a chama, que a vida em nós criou, Se ainda há vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a ocultou: A mão do vento pode erguê-la ainda. Dá sopro, a aragem – ou desgraça ou ânsia-, Com que a chama do esforço se remoça, E outra vez conquistemos a DistânciaDo mar ou outra, mas que seja nossa! Introdução: «Prece» é o último poema da segunda parte de «Mensagem» «Mar Português» - sendo que o poema que o precede é «A Última Nau». O tema central é a invocação de Pessoa a Deus pedindo-lhe ajuda para reacender a Alma Lusitana para que de novo "conquistemos a Distância". Definição: Prece é um ato religioso pelo qual nos dirigimos a Deus para suplicar algum benefício, ou para adorá-lo; reza, oração. Aspetos Formais: Constatamos que o poema é constituído por três estrofes, de quatro versos (quadras). Quanto à métrica os versos são predominantemente decassilábicos. Predomina o ritmo ternário,
  • 2. conferindo ao poema o tom alto e sublimado próprio do poema épico. A rima é cruzada, segundo o esquema abab, cdcd, efef. As sonoridades nasais sugerem uma certa nostalgia e tristeza. Análise da primeira estrofe: A expressão «a noite veio», implica a existência prévia do dia e a passagem deste a noite. Se o dia foi o tempo de grandeza, a noite será o tempo de abatimento, tristeza e destruição. No passado situam-se a tormenta («tanta foi a tormenta») e o sonho («a vontade!»). A frase exclamativa presente no segundo verso confere ao discurso grande emotividade. As dificuldades foram muitas, mas a atitude assumida pelo povo «nós» (sujeito poético mais o povo português) foi de vontade para as ultrapassar. O desalento é o sentimento assumido pelo sujeito poético e que deve ser também assumido pelos outros. Resta o silêncio e a saudade, após a conquista do mar. Estamos portanto diante de um Portugal marcado pela insensibilidade «pelo silêncio hostil», pelo apego às coisas materiais, sem capacidade de sonhar «a alma é vil»em contraste com um passado de «tormenta e vontade». Análise da segunda estrofe: A segunda estrofe introduzida pela conjunção adversativa «mas» opõe-se à primeira estrofe, que termina com a afirmação do desalento e da conformaçãoda situação presente em que apenas resta «o mar universal e a saudade». Em «A mão do vento», a metáfora e a personificação demonstram a ideia de que pode erguer-se novamente a chama (a esperança), porque enquanto há vida,(«aindanão é finda»), há esperança. Esta e o sonho podem ainda ganhar força, tal como o fogo quase extinto pode ser reavivado por um sopro, a Alma portuguesa pode ainda levantar-se.
  • 3. A repetição do «ainda» reforça a ideia de que nada está perdido e de que com uma atitude diferente (a ação do vento) tudo se pode alterar. Na expressão «o frio morto»o adjetivo morto poderá ter um sentido conotativo de ocultar vida renovada, como a Fénix que surge das cinzas. Análise da terceira estrofe: Na terceira estrofe, como indica o título, o sujeito poético, em tom de súplica, pede que um «sopro» divino ajude a atear a «chama do esforço», ainda que se tenha de pagar com «desgraça» ou suportar o peso da «ânsia». Os dois últimos versos deste poema recordam-nos os do poema «Infante»: «Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez! Senhor, falta cumprir-se Portugal!». A Distância é o caminho para o conhecimento: em primeiro lugar do mar na primeira viagem que indica o império material e agora outra (a nova viagem), que indica o império espiritual. No último verso, reforça-se assim a ideia de que é necessário procurar a identidade e o prestígio nacionais perdidos. Estes dois versos traduzem a crença num futuro risonho. O discurso na primeira pessoa: O poema apresenta um discurso na primeira pessoa do plural. Que é visível, por exemplo, nas expressões: «Restam-nos» (v.3), «nós» (v.5); «conquistemos» (v.11) e «nossa» (v.12). O discurso é na primeira pessoa porque se refere ao povo português. O desejo/sentimento do poeta, em jeito de súplica, não é só dele, mas deve ser de todos nós portugueses. As marcas da presença do recetor:
  • 4. No poema existem marcas que demonstram a presença de um recetor ao qual o sujeito poético se dirige fazendo um pedido. E essas marcas são as palavras: «Senhor» (v.1) e «Dá» (v.9). A formulação do pedido: Fernando Pessoa apresenta este pedido como uma súplica, sob a forma de vento, como é notado nas expressões «Dá sopro» e «a aragem», como forma de reavivar uma chama aparentemente apagada. Esta súplica é feita para que uma mão divina ajude a erguer novamente um clarão que restou. E será esta pequena aragem que fará toda a diferença. Irá consistir assim num reaprender de ideias e de conquistas. Os tempos verbais predominantes nessas estrofes: Ao longo do poema predominam tempos verbais no presente do indicativo e no futuro, mas também se faz referência a marcas passadas. Estão presentes em expressões como «a noite veio e a alma é vil» / «Tanta foi a tormenta»; «Resta-nos hoje»; «que a vida em nós criou»; «pode erguê-la»; «E outra vez conquistemos…». É assim entendido como algo que se necessita hoje e que se espera que suceda amanhã bem como algo de revolucionário que se apresente ao nosso ser. A expressividade da repetição do termo «ainda»: O termo «ainda» que aparece repetido ao longo da segunda estrofe remete-nos para uma sensação de esperança, de glória vindoura. Este termo remete-nos para a possibilidade de ter um pouco de esperança para erguer o quinto império, ou seja, nem tudo está perdido e com empenho e dedicação tudo se conseguirá. O prenúncio do quinto império: Na terceira estrofeé visível uma referência ao quinto império: «Com que a chama do esforço se remoça, / E outra vez conquistemos a
  • 5. Distância - / Do mar ou outra, mas que seja nossa!». Esta é o prenúncio de que se irá reerguer o glorioso Portugal (quinto império), e com «a chama do esforço», com o esforço da cultura, não das armas (estas já não levam a lado algum),tudo se conseguirá A expressividade dos recursos estilísticos utilizados: O sujeito poético inicia o poema com uma apóstrofe ao “Senhor”, umchamamento aorecetor a quem é destinado o discurso – Deus ou D. Sebastião divinizado. Em “A mão do vento”, a personificação simboliza a ideia de que uma mão divina vai fazer com que a chama se reacenda. Também é visível o emprego de substantivos abstratos, nomeadamente, «tormenta», «vontade», «silêncio», «saudade», «desgraça», «ânsia», «esforço». Adjetivação como «alma é vil» e «silêncio hostil». A repetição da palavra «ainda» reforça a ideia de que nada está perdido e de que com uma atitude diferente (a ação do vento) tudo se pode alterar. Justificação para a localização do poema na obra pessoana: O poema «Prece» está localizado na parte final do «Mar Português» de «Mensagem», pois nele se encerra o ciclo de tentativa de transmitir a palavra com uma invocação do poeta à intervenção divina. Pessoa afirma que os portugueses venceram tantos obstáculos que hoje perderam a valia. No entanto, tal como um sopro pode reavivar um fogo extinto, também a Alma Portuguesa pode levantar-se para que seja de novo grande entre as Nações («E outra vez conquistemos a Distância»). Então este poema é ideal para encerrar esta parte da «Mensagem». Sendo «Mar Português» a visão mística da história, Pessoa quer mostrar que «o mar é nosso», que os Portugueses foram os primeiros a
  • 6. conquista-lo e que ele é o caminho para a perfeição. A simbologia da «noite»: Neste poema, a «noite» pode ser vista sobre dois distintos pontos de vista: - As trevas, devido à situação em que a nação se encontra, porque mesmo com o seu futuro por decidir, esta continua na sombra e na obscuridade. - A preparação do dia donde virá a luz da vida, ou seja, a preparação daquilo que será o glorioso futuro de Portugal, o seu domínio cultural e a reconstrução da sua essência do seu império. Símbolo: Cinzas Podemos ver as cinzas como uma imagem da nação em ruínas, vestígio do que em tempos foi, mas no entanto a sua essência permanece a mesma, só que adormecida e esquecida. As cinzas são o que sobrou do corpo (da nação), mas não deixou de o ser, permanece. Até que ganhe uma nova alma e das cinzas renasça, como a fénix, o ser que existia com todo o seu esplendor, glória e essência. Podemos dizer que mesmo estando Portugal adormecido, «em cinzas», basta estas voarem, ou seja os portugueses sonharem e acreditarem no sonho para que delas nasça um Portugal ainda maior do que o deu origem às cinzas. Um Portugal onde impere a cultura, a sabedoria, os valores/os ideais justos, a perfeição e a humanidade. Semelhanças/diferenças do poema pessoano face à epopeia camoniana: Camões elogia um herói passado, pois estava numa altura em que o país entrava em decadência de valores e pretendia tornar o povo português um herói universal. Por outro lado, Pessoa quer divulgar a língua e cultura portuguesas e tenta prever um futuro grandioso. No
  • 7. entanto, para que Portugal alcance esta glória e se expanda pelo mundo, ambos pedem ajuda divina, suplicando a Deus que auxilie Portugal na conquista do mar, ou no caso de Pessoa de outra «Distância- / Do mar ou outra, mas que seja nossa!».