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GRUPO APOLLO
UM INVESTIDOR
DE REFERÊNCIA
NO MERCADO
SEGURADOR
PORTUGUÊS
Fundada em 1990, nos EUA, por um grupo
de investidores com grande experiência
no mercado, a Apollo gere um portefólio
de ativos repartidos pelas áreas de private
equity, crédito e imobiliário, estando
presente em 3 continentes – América do
Norte, Europa e Ásia ­– com uma rede de 15
escritórios.
O setor financeiro foi, desde o
início, uma prioridade na estratégia
de desenvolvimento e o seu primeiro
investimento foi numa seguradora. As
áreas da banca e dos seguros têm tido
sempre um papel muito importante no
portefólio de investimentos. A Athene
USA, uma das maiores seguradoras de
fixed annuities (planos de pensões) é
atualmente o maior ativo gerido pela
Apollo.
Mesmo no contexto de adversidade
económica dos últimos anos, a Apollo
registou um crescimento significativo,
passando de 160 mil milhões de dólares
de ativos sob sua gestão, no primeiro
trimestre de 2015, para 192 mil milhões de
dólares no final de 2016.
Gustavo Guimarães explica o que
tem estado por trás da estratégia de
crescimento sustentado do grupo e que
tem contribuído para alcançar estes
resultados: “A Apollo desenvolve as suas
operações de forma integrada e acredita
que esse é um fator diferenciador. Esta
estratégia de investimentos, aplicada
com sucesso ao longo dos anos, tem
permitido identificar boas oportunidades
f u l l c o v e r
43
A Apollo Global Management é uma das principais gestoras de ativos a nível
mundial. O grupo tem um longo curriculum de desenvolvimento de empresas
robustasedequalidade,atravésdaintroduçãodemelhorespráticasinternacionais
e do fornecimento de capital para suportar o investimento e o crescimento. Na
suabaseestãoinvestidoresinstitucionaisdereferência(bluechips),comograndes
fundosdepensõesnorte­‑americanosefundossoberanos.EmPortugal,aApollotem
reforçado a sua presença em especial no setor segurador. Depois do investimento
na Tranquilidade em 2015, seguiu­‑se a Açoreana Seguros em 2016 e no final do
ano concluiu­‑se o processo de fusão numa entidade jurídico­‑legal única sob a
designaçãoSeguradorasUnidas,mantendo­‑seasmarcascomerciaisTranquilidade
e Açoreana. Gustavo M. Guimarães, Presidente do Conselho de Administração
daSeguradorasUnidas,faloucomaFULLCOVERsobreopercursodecrescimento
sólidodo grupo Apollo e da sua estratégia de investimento em Portugal.
GRUPO APOLLO
Gustavo M. Guimarães, Presidente do Conselho de Administração da Seguradoras Unidas.
m d s m a g a z i n e
44
Uma visão diferenciadora
Para Gustavo Guimarães, o grupo Apollo
tem uma abordagem diferente no que
diz respeito ao processo de investimento,
“desde logo pela autonomia que
proporciona às equipas de gestão das
empresas nas quais investe. A Apollo
acredita num modelo em que, enquanto
acionista, pode colaborar com capital,
conhecimento e melhores práticas, mas
valoriza a independência das equipas de
gestão das empresas, compostas pelos
melhores gestores locais. São elas que
devem definir a estratégia, sem conflitos
de interesses, existindo incentivos que
garantem o pleno alinhamento dos
objetivos do acionista e da empresa”.
A Apollo atua em áreas de negócio com
substancial complexidade de regulação
e supervisão, em geografias com longa
história de jurisdições experientes e
exigentes. “A atuação é sempre no sentido
de minimizar os riscos e colocar a sua
vasta experiência em modelos de governo,
compliance e ética empresarial ao serviço
do portefólio de empresas”, assegura.
Outra característica que o gestor
destaca é a experiência do grupo em
realizar investimentos durante períodos
de incerteza na economia e nos mercados
financeiros, conseguindo encontrar
oportunidades de negócio, adicionando
valor não só para os seus investidores, mas
também para os países em que investe.
“A Apollo tem uma história de
investidor responsável, orientado para
resultados, com uma perspetiva de
desenvolvimento dos investimentos a
longo prazo e uma abordagem construtiva
às companhias geridas, como pode ser
já observado nas suas participadas em
Portugal”, salienta.
de investimento, aportar capital em
empresas líderes e criar valor para os seus
investidores em diversas conjunturas de
mercado”.
Gustavo Guimarães refere ainda que a
flexibilidade da Apollo na abordagem e
processo de investimento em diferentes
ciclos de mercado e em toda a estrutura
de capital das empresas evidencia a
sua profunda experiência de mercado.
Por outro lado, a colaboração entre as
equipas de gestão assegura a integração
do portefólio de investimentos do grupo,
contribuindo para o seu desenvolvimento
global.
“O modelo de negócios integrado
combina a força das plataformas de
private equity, crédito e imobiliário com
fatores importantes como as relações
duradouras com investidores que incluem
muitos dos mais importantes fundos de
pensões e fundos soberanos do mundo,
bem como investidores institucionais e
particulares, uma base de capital de longo
prazo, uma forte reputação e uma equipa
com um vasto know­‑how”, destaca.
Para além da área financeira, a Apollo
tem apostado noutros setores, como
a distribuição, transportes, media,
telecomunicações, indústria, recursos
naturais.
“A Apollo está continuamente à
procura de novas oportunidades de
forma a alavancar e diversificar os seus
investimentos em setores com sinergias
significativas entre as suas áreas de
atuação”, afirma.
A aposta estratégica no mercado
português
Os investimentos do grupo Apollo na
Europa começaram em 2001 e têm vindo a
crescer desde então em setores altamente
regulados, como a banca e os seguros,
com aquisições no Reino Unido, Itália,
Alemanha, Espanha e Portugal.
No que diz respeito aos investimentos
em Portugal, o grupo adquiriu no
início de 2015 a Companhia de
Seguros Tranquilidade e em 2016 a
Açoreana Seguros. Este investimento
na Tranquilidade e na Açoreana deu
origem ao segundo operador de seguros
Não-Vida em Portugal e que atualmente
detém mais de 15% da quota de mercado.
A este investimento somou­‑se a compra
da totalidade do capital da AdvanceCare
e a participação na Europ Assistance, o
que demonstra o interesse do grupo nos
setores segurador e de saúde.
“Estes investimentos da Apollo são
um sinal de confiança de um importante
investidor internacional na economia
nacional, em especial no setor segurador
português”, garante.
Perguntámos a Gustavo Guimarães
quais as perspetivas do grupo Apollo para
a Tranquilidade e a Açoreana: “Temos
objetivos claros de crescimento e de
assumir uma posição de liderança em
Portugal. Queremos ter a melhor equipa,
com as melhores práticas e uma cultura
de inovação. Queremos ser uma referência
em termos do desenvolvimento dos
colaboradores, de eficiência, qualidade de
serviço e de solvência. Temos a ambição
de ser a melhor escolha para parceiros
e clientes, de ser a seguradora que lhes
entrega mais valor”.
Gustavo Guimarães afirma que o setor
segurador e, em particular, o mercado
português estão incluídos nos planos
futuros de investimento estratégico
do grupo: “A Apollo está muito atenta
ao mercado português. Pretendemos
investir a médio­‑longo prazo em Portugal
e diversificar os setores de atuação. Prova
disso é a recente aquisição da Verallia,
uma empresa líder de mercado na área de
vidro de embalagens, sedeada na Figueira
da Foz. No que diz respeito ao mercado
segurador, os nossos investimentos
mostram o nosso compromisso em
desenvolver um setor que tem muitos
desafios pela frente”. •
A Apollo está muito atenta
ao mercado português.
Pretendemos investir a
médio­‑longo prazo em
Portugal e diversificar
os setores de atuação.
Equipade986
colaboradores,
incluindo376
profissionaisde
investimentos
$192 mil milhões
de ativos sob
gestão
(a dez 2016)
Empresa
cotada na
bolsa de NY
(NYSE)
Empresa global
com15escritórios
em 3 continentes
IlustraçãoporTiagoGalo
Fundada em 1871, a marca Tranquilidade está presente em todos
os segmentos de negócio, com uma oferta de seguros completa e
especializada para particulares e empresas, e com uma distribuição
assente numa rede de corretores e agentes profissional.
Mais de 145 anos de história, um profundo conhecimento do
mercado, um percurso sólido, bem como a aposta na inovação, na
proximidade e na qualidade permitem à Tranquilidade ambicionar
ser a melhor escolha para clientes e parceiros.
Com a junção, em 2016, da Tranquilidade e da Açoreana ­– outra
marca centenária – nasceu o segundo maior operador Não­‑Vida do
setor segurador português, com uma quota de mercado acima de
15%, 1,4 milhões de clientes e quase 650 milhões de euros de volume
de prémios. Esta união confere escala para crescer e investir e o
plano para os próximos anos incorpora as grandes tendências de
mercado, ambição competitiva e prioridades estratégicas claras:
crescimento, rentabilidade, simplificação e qualidade de serviço.
Jan de Pooter, CEO da seguradora, falou com a FULLCOVER sobre
os desafios, as oportunidades de desenvolvimento e os objetivos de
reforço do posicionamento de liderança.
MANTENDO A VANTAGEM
COMPETITIVA
m d s m a g a z i n e
46
ENTREVISTA A JAN DE POOTER, CEO DA TRANQUILIDADE
Está desde 2015 à frente da Tranquilidade. O que o
levou a aceitar este desafio depois de ter passado por
diferentes áreas e geografias?
A Tranquilidade é uma marca seguradora com história,
muito forte e reconhecida no mercado e poder fazer
parte deste projeto, liderando a sua transformação e
consolidação, fez com que o desafio que o grupo Apollo
me lançou fosse irrecusável.
Para além de Portugal, em que outros países
trabalhou?
Trabalhei na Ásia, vivi durante três anos em Kuala Lumpur.
Lancei uma primeira parceria de bancassurance do
Grupo Fortis na Ásia, com um dos maiores bancos da
Malásia, o Maybank. Viver e trabalhar noutras geografias
foi uma experiência muito enriquecedora, não só a nível
profissional mas também pessoal.
A Tranquilidade tem agora o grupo Apollo como
acionista. Qual o impacto na estratégia da empresa e
a sua adaptação a uma cultura organizacional anglo­
‑saxónica?
O grupo Apollo não é um segurador, mas sim um
investidor e este fator permitiu manter a cultura da
Tranquilidade, conciliando­‑a com novas perspetivas e
aprendizagens.
O novo acionista possibilita o acesso a parceiros,
fornecedores e aos melhores gestores do mundo, o que
é claramente uma vantagem para a companhia. Para
além disso temos acesso a boas práticas e experiências
de outros países. Estabilidade e ambição de crescimento
são duas palavras­‑chave da entrada do Grupo Apollo na
Tranquilidade.
Em 2016 a Açoreana juntou­‑se à Tranquilidade.
Qual a mais­‑valia desta aquisição para o grupo e em
termos de mercado?
A aquisição da Açoreana foi um marco muito importante
de 2016, porque a Tranquilidade e a Açoreana são duas
marcas centenárias, com um percurso de experiência e
reputação que lhes permitiu ter um lugar de referência
no setor segurador português. Realizada a fusão
legal, no final do ano, tornámo­‑nos a segunda maior
seguradora Não-Vida nacional. Com esta operação
estamos melhor preparados para o futuro e para crescer,
porque nos permite ganhar dimensão e eficiência,
maior competitividade e um reforço da capacidade de
investimento em tecnologia, novos processos e produtos,
qualidade de serviço e informação.
A criação de um operador muito forte no mercado vai
ainda trazer valor acrescentado para os nossos clientes,
colaboradores e parceiros.
O mercado português tem­‑se caracterizado por
uma crescente concentração. No seu entender qual
o impacto destas operações no mercado segurador
nacional?
Penso que este processo de consolidação é um passo
natural num mercado maduro como o português. Nos
últimos anos temos assistido a uma grande concentração.
Em 2008 o top 5 das companhias do ramo Não­‑Vida
representava 52% da quota de mercado, atualmente
detêm já 70% e perspetiva­‑se uma continuidade desta
tendência. Do meu ponto de vista, num mercado
com pouco crescimento e com desafios em termos de
rentabilidade e baixas taxas de juro a dimensão traz, por
um lado, ganhos de eficiência e de competitividade e, por
outro, maior capacidade de investimento.
ComoéqueaTranquilidadesepreparouinternamente
para responder ao regime de Solvência II? Qual o
impacto para a empresa e para o mercado?
A preparação para o regime Solvência II não começou
em 2015. Já está em curso há algum tempo e, nos
últimos anos, a Tranquilidade tem vindo a implementar
gradualmente várias iniciativas, definindo políticas em
áreas fundamentais como a gestão de investimentos,
subscrição de riscos, resseguro, remuneração,
outsourcing, compliance e auditoria.
O novo regime é muito mais do que uma regulação
interna e o procedimento de levantamento de processos
e riscos conduz a oportunidades de melhoria. Por
exemplo, o planeamento com base no risco permite
adotar estratégias de venda e desenhar produtos de modo
a otimizar os capitais de risco e proceder a ajustamentos
tarifários mais competitivos. Para mim, o maior impacto
do regime Solvência II, que é risk­‑based capital, é
precisamente a necessidade de ajustar o capital ao perfil
do risco. Em termos de mercado, vai implicar que várias
companhias tenham que ajustar a sua estratégia não
só a nível nacional, mas também a nível internacional.
Por outro lado, pode também ter como consequência a
necessidade de aumento de capital. É uma tendência que
se verifica em toda a Europa.
Outra consequência do Solvência II é a necessidade
de maior transparência ao nível da informação, com
relatórios de solvência detalhados disponíveis para os
vários stakeholders, que aliados à otimização da gestão de
m d s m a g a z i n e
48
Melhoraraexperiênciadoconsumidor
de seguros, desenvolver ofertas
específicasparasegmentosestratégicos
e redesenhar as propostas de valor
dos seguros não obrigatórios são as
nossas áreas de atuação prioritárias.
risco dos capitais das empresas, que referi anteriormente,
traz uma forte confiança aos nossos segurados e
investidores e é um instrumento gerador de valor.
A Tranquilidade tem apostado no desenvolvimento
de soluções inovadoras. Foi, por exemplo, a primeira
seguradora da Europa a lançar o seguro de acidentes
pessoais para os jogadores de Pokémon Go. Qual tem
sido a estratégia para responder às necessidades
dos consumidores, cada vez mais informados e
exigentes, e diferenciar­‑se da concorrência?
Temos de antecipar as tendências de mercado com
produtos, serviços e iniciativas que respondem às novas
necessidades dos clientes. A tecnologia traz novos hábitos
de consumo, novos negócios e novos riscos. Estarmos
atentos ao que nos rodeia, encontrar novas oportunidades
de negócio e olhar para os produtos, serviços e processos
sempre na perspetiva do cliente são fatores determinantes
para o sucesso. Ao aliar o nosso profundo conhecimento
técnico à capacidade de inovação, estamos claramente a
diferenciar­‑nos e vamos continuar a investir nesta vertente.
Melhorar a experiência do consumidor de seguros,
desenvolver ofertas específicas para segmentos
estratégicos e redesenhar as propostas de valor dos seguros
não obrigatórios são as nossas áreas de atuação prioritárias.
Estudos recentes apontam para a alteração
do paradigma da relação dos clientes com as
seguradoras, com a crescente predominância
dos canais digitais. Quais os desafios impostos às
seguradoras pela disrupção tecnológica a que temos
vindo a assistir e qual a resposta da Tranquilidade
nesta adaptação à cultura da digitalização?
Trata­‑se com efeito de um desafio para o mercado e,
naturalmente, para a Tranquilidade. O mercado está em
forte mudança, com uma crescente sofisticação em termos
de padrões e hábitos de consumo, que temos de conhecer
cada vez melhor. Numa indústria onde existem múltiplos
intervenientes e processos complexos temos um projeto
ambicioso: aumentar a eficiência e agilidade dos processos
e garantir um acompanhamento eficaz em tudo que é
relevante, tanto para os clientes como para os mediadores.
Acredito que, nos próximos anos, a tecnologia terá um
enorme impacto no serviço pós­‑venda e na simplificação
dos processos, e muito provavelmente também nos
produtos, pelo que vamos continuar a apostar nestas
tendências, a lançar novos produtos, serviços e processos
mais simplificados.
Um dos nossos focos de atuação é a melhoria constante
da experiência do cliente com a companhia e isso passa não
só pelo serviço, mas também pela comunicação: simplificar
a comunicação com o cliente e garantir um melhor acesso à
informação são dois temas­‑chave para o futuro.
f u l l c o v e r
49
Estabilidade e ambição
de crescimento são duas
palavras­‑chave da entrada
do grupo Apollo na
Tranquilidade.
Paula Rios do Grupo MDS com Jan de Pooter e Cristina Brandão da Tranquilidade.
GRUPO APOLLO
Temos já diversas iniciativas em curso com vista à
simplificação e otimização dos processos relacionados
com produtos, subscrição, pós­‑venda e sinistros,
dos quais destaco a melhoria de simuladores, novos
produtos e serviços associados a Saúde, Casa e Vida
Risco, desmaterialização da comunicação com clientes
e mediadores, lançamento de plataforma e­‑learning,
e novas formas de acompanhamento da evolução dos
processos de sinistro pelos clientes.
Eháalgumaáreaondevejaumamaiorpredominância
dodigital?
Os sinistros são uma área onde a interação com o cliente
via canal digital é perfeitamente possível e temos
exemplos disso noutros mercados, como é o caso da
possibilidade da abertura de um processo de sinistro pelo
simples envio de uma fotografia para o segurador. Outra
área é a da informação. Há cada vez mais informação
disponível e maior capacidade de a analisar. Penso que
a simplificação dos processos e as oportunidades do
data analytics são provavelmente as vertentes mais
importantes que o digital está a oferecer e que pode trazer
muito valor, quer para o cliente quer para as companhias e
redes de distribuição.
ATranquilidadetemrecebidováriosprémios.Foieleita
Superbrand2016erecebeupelasextavezoprémiode
MelhorGrandeSeguradoraNão­‑VidadarevistaExame.
Qualéaimportânciadeserdistinguidacomomarcade
excelênciaporpartedosconsumidores?
Consideroqueestesprémiossãoumreconhecimentodo
nossotrabalho.Sãodistinçõesimportantese,citandoanossa
campanhapublicitária,“trazemmaiorresponsabilidadepara
nósemaisTranquilidadeparaosnossosclientes”.
São um estímulo para continuarmos a melhorar os
serviços e produtos que disponibilizamos. Temos uma
história de quase 150 anos e mantemos a ambição de ser
a melhor escolha para clientes e parceiros. Queremos
ser líderes na satisfação dos clientes, na rentabilidade,
na qualidade das parcerias que estabelecemos com
os corretores e agentes e no envolvimento dos nossos
colaboradores. Sermos reconhecidos é muito gratificante.
Estão a implementar o projeto Ambição 2020. Quais
os objetivos por detrás deste plano estratégico?
O “Ambição 2020” é um projeto que lançámos no início de
2016 e é o nosso caminho para os próximos anos, baseado
numa vontade legítima de crescimento. Este projeto
contou com o envolvimento de toda a companhia (temos
mais de 100 colaboradores diretamente envolvidos),
que analisou as tendências do mercado nacional e
internacional para definir uma estratégia de futuro para a
empresa antecipando o seu impacto.
O “Ambição 2020” está estruturado em cinco pilares,
dos quais o primeiro é a excelência técnica – tudo o que
está relacionado com os sinistros e a sofisticação do
pricing. O segundo pilar tem a ver com a simplificação
e a digitalização dos processos e dos serviços. Em
terceiro lugar aparece a aposta em segmentos e produtos
estratégicos. Em quarto lugar, pretendemos continuar a
apostar na eficácia das diferentes redes de distribuição.
Por último, mas não menos importante – bem pelo
contrário – o desenvolvimento dos nossos colaboradores.
Os objetivos deste plano estão bem definidos e cada
colaborador sabe o seu papel. O progresso já é muito
visível e certamente continuará a evidenciar resultados
nos próximos anos.
Em 2016 tiveram um crescimento em termos dos
resultados obtidos e também de novos clientes. Qual
a aposta da Tranquilidade para os próximos anos?
A visão “Ambição 2020” reflete uma estratégia de
crescimento. Pretendemos crescer em quota de mercado,
em volume, em qualidade, em rentabilidade e em serviço.
As companhias tradicionais têm estado mais focadas nos
ramos obrigatórios — acidentes de trabalho e automóvel
— o que nos dá oportunidade de crescimento nos ramos
não obrigatórios, através do lançamento de produtos e
serviços inovadores. Queremos desenvolver segmentos
estratégicos, como Saúde e Vida Risco e apostar na
inovação e nos seguros que aportem mais valor para
todos. Queremos antecipar e responder às necessidades
dos clientes em todos os segmentos com simplicidade,
inovação e profissionalismo, não nos esquecendo de
áreas que irão, forçosamente, sofrer grandes alterações,
como o ramo automóvel, que deverá reduzir o seu peso na
estrutura das carteiras dos seguradores.
Na sua perspetiva, quais são os grandes desafios
e as oportunidades da indústria seguradora no
futuro próximo e como vê o papel dos brokers e das
companhias de seguros?
Vamos ter um mercado cada vez mais complexo,
marcado pelo digital e pela existência de novos riscos,
nomeadamente na área empresarial, como é o caso dos
riscos cibernéticos, mas também das responsabilidades
decorrentes da internacionalização. Considero que os
brokers terão um papel reforçado na gestão das carteiras
de seguros dos seus clientes, disponibilizando produtos
diferenciadores e serviços complementares que permitam
a prevenção e a mitigação do risco.
E para os seguradores vê alguma grande mudança?
Em Portugal, o processo de consolidação vai ter um
grande impacto no mercado durante os próximos anos
com o aparecimento de novos players, de maior dimensão
e escala, e com mudanças ao nível dos acionistas, o que
irá trazer uma maior racionalidade para o mercado. Penso
que os seguradores, face ao novo regime de risk based
capital, irão fazer opções em termos de assunção de
riscos, abandonando uns para se focar noutros. Por outro
lado, como já referi, há a simplificação dos processos, o
reforço no canal digital na relação com os clientes e com
os parceiros, e serviços pós­‑venda mais simplificados e
com maior qualidade. As oportunidades do data analytics
e os novos riscos também são importantes.
m d s m a g a z i n e
50
A Tranquilidade e a MDS têm colaborado de forma
muito próxima ao longo dos anos. Como descreveria
esta relação?
A relação entre a MDS e a Tranquilidade é muito
importante. É uma relação de grande proximidade,
confiança e profissionalismo e que tem permitido
intensificar a ligação nas diferentes áreas de negócio que
a MDS desenvolveu, como é o caso dos canais alternativos,
da contratação pública, partners e, claro, da corretagem.
É uma parceria que queremos manter e intensificar.
Estabeleceram recentemente uma parceria com a
Universidade Nova­‑SBE, projeto que se enquadra
na aposta na área da educação como um dos pilares
da política de responsabilidade social. Quais os
objetivos associados a esta parceria?
A Nova­‑SBE é uma das mais reputadas e inovadoras
instituições de ensino superior em Portugal e integra
diversos rankings internacionais das melhores escolas
de negócios do mundo. O apoio da Tranquilidade ao
novo campus universitário da NOVA­‑SBE que está ser
construído em Carcavelos faz parte de uma parceria
que tem outras componentes nas áreas de formação,
gestão de talento, transformação digital, conhecimento
de consumidores e redes de distribuição. Da parceria
faz ainda parte o programa ‘Consulting Labs’, em que
a Tranquilidade coloca desafios a alunos e professores
da Nova­‑SBE. É muito interessante, pois os alunos têm
uma experiência absolutamente profissional dentro
do ambiente ainda universitário, e que corresponde à
sua tese de mestrado, e a empresa recebe um projeto
numa área relevante, com uma visão “de fora” e jovem,
elaborado com critérios de qualidade exigentes.
Concorda que o setor segurador tem de comunicar
mais e melhor o seu valor para a sociedade?
Sim. A imagem dos seguros tem vindo a melhorar, mas
considero que há ainda um grande trabalho a fazer.
A importância dos seguros, seja ao nível da vida dos
particulares e famílias seja na proteção dos ativos das
empresas, nem sempre é devidamente percebida. O setor
segurador tem de transmitir essa mensagem de forma
mais eficaz, de comunicar o papel essencial que tem na
economia. É evidente que os seguros são um negócio,
mas trazem valor acrescentado para a sociedade e é
fundamental partilhar essa informação. Grande parte das
pessoas talvez não tenha a perceção da quantidade de
indemnizações e valores pagos, ou seja, o que é devolvido
pelos seguradores à sociedade. Esta comunicação é um
trabalho que cabe a todos: Associação Portuguesa de
Seguradores, seguradores, corretores e agentes.
Por outro lado é importante atrair novos talentos para o
setor, mostrar que é interessante trabalhar em seguros e
dar a conhecer a multiplicidade de áreas de conhecimento
que abarca. Foi também isto que deu o mote para a nossa
parceria com a Nova­‑SBE. •
f u l l c o v e r
51
Queremos ser líderes na satisfação dos
clientes, na rentabilidade, na qualidade
das parcerias que estabelecemos com os
corretores e agentes e no envolvimento
dos nossos colaboradores.
Marcas centenárias, com uma relação histórica e
afetiva com os portugueses, a Tranquilidade e Açoreana
estão presentes em todos os segmentos de negócio,
com uma oferta de seguros completa e especializada,
assente numa rede de corretores e agentes profissional
e próxima. Um profundo conhecimento do mercado, a
solidez do percurso e a reputação das marcas permitem
ambicionar ser a melhor escolha para clientes e parceiros
de distribuição.
Com a junção da Tranquilidade e Açoreana em 2016,
nasceu o segundo maior operador de seguros em
Portugal, com mais de 15% de quota de mercado nos
ramos Não-Vida, cerca de 1,4 milhões de clientes e quase
650 milhões de euros de prémios anuais.
A Tranquilidade e a Açoreana querem ser líderes na
satisfação de clientes, rentabilidade, qualidade das
parcerias que estabelece com os seus mediadores e no
envolvimento dos seus colaboradores.
GRUPO APOLLO

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A Apollo, um investidor de referência no mercado segurador português

  • 1. GRUPO APOLLO UM INVESTIDOR DE REFERÊNCIA NO MERCADO SEGURADOR PORTUGUÊS
  • 2. Fundada em 1990, nos EUA, por um grupo de investidores com grande experiência no mercado, a Apollo gere um portefólio de ativos repartidos pelas áreas de private equity, crédito e imobiliário, estando presente em 3 continentes – América do Norte, Europa e Ásia ­– com uma rede de 15 escritórios. O setor financeiro foi, desde o início, uma prioridade na estratégia de desenvolvimento e o seu primeiro investimento foi numa seguradora. As áreas da banca e dos seguros têm tido sempre um papel muito importante no portefólio de investimentos. A Athene USA, uma das maiores seguradoras de fixed annuities (planos de pensões) é atualmente o maior ativo gerido pela Apollo. Mesmo no contexto de adversidade económica dos últimos anos, a Apollo registou um crescimento significativo, passando de 160 mil milhões de dólares de ativos sob sua gestão, no primeiro trimestre de 2015, para 192 mil milhões de dólares no final de 2016. Gustavo Guimarães explica o que tem estado por trás da estratégia de crescimento sustentado do grupo e que tem contribuído para alcançar estes resultados: “A Apollo desenvolve as suas operações de forma integrada e acredita que esse é um fator diferenciador. Esta estratégia de investimentos, aplicada com sucesso ao longo dos anos, tem permitido identificar boas oportunidades f u l l c o v e r 43 A Apollo Global Management é uma das principais gestoras de ativos a nível mundial. O grupo tem um longo curriculum de desenvolvimento de empresas robustasedequalidade,atravésdaintroduçãodemelhorespráticasinternacionais e do fornecimento de capital para suportar o investimento e o crescimento. Na suabaseestãoinvestidoresinstitucionaisdereferência(bluechips),comograndes fundosdepensõesnorte­‑americanosefundossoberanos.EmPortugal,aApollotem reforçado a sua presença em especial no setor segurador. Depois do investimento na Tranquilidade em 2015, seguiu­‑se a Açoreana Seguros em 2016 e no final do ano concluiu­‑se o processo de fusão numa entidade jurídico­‑legal única sob a designaçãoSeguradorasUnidas,mantendo­‑seasmarcascomerciaisTranquilidade e Açoreana. Gustavo M. Guimarães, Presidente do Conselho de Administração daSeguradorasUnidas,faloucomaFULLCOVERsobreopercursodecrescimento sólidodo grupo Apollo e da sua estratégia de investimento em Portugal. GRUPO APOLLO Gustavo M. Guimarães, Presidente do Conselho de Administração da Seguradoras Unidas.
  • 3. m d s m a g a z i n e 44 Uma visão diferenciadora Para Gustavo Guimarães, o grupo Apollo tem uma abordagem diferente no que diz respeito ao processo de investimento, “desde logo pela autonomia que proporciona às equipas de gestão das empresas nas quais investe. A Apollo acredita num modelo em que, enquanto acionista, pode colaborar com capital, conhecimento e melhores práticas, mas valoriza a independência das equipas de gestão das empresas, compostas pelos melhores gestores locais. São elas que devem definir a estratégia, sem conflitos de interesses, existindo incentivos que garantem o pleno alinhamento dos objetivos do acionista e da empresa”. A Apollo atua em áreas de negócio com substancial complexidade de regulação e supervisão, em geografias com longa história de jurisdições experientes e exigentes. “A atuação é sempre no sentido de minimizar os riscos e colocar a sua vasta experiência em modelos de governo, compliance e ética empresarial ao serviço do portefólio de empresas”, assegura. Outra característica que o gestor destaca é a experiência do grupo em realizar investimentos durante períodos de incerteza na economia e nos mercados financeiros, conseguindo encontrar oportunidades de negócio, adicionando valor não só para os seus investidores, mas também para os países em que investe. “A Apollo tem uma história de investidor responsável, orientado para resultados, com uma perspetiva de desenvolvimento dos investimentos a longo prazo e uma abordagem construtiva às companhias geridas, como pode ser já observado nas suas participadas em Portugal”, salienta. de investimento, aportar capital em empresas líderes e criar valor para os seus investidores em diversas conjunturas de mercado”. Gustavo Guimarães refere ainda que a flexibilidade da Apollo na abordagem e processo de investimento em diferentes ciclos de mercado e em toda a estrutura de capital das empresas evidencia a sua profunda experiência de mercado. Por outro lado, a colaboração entre as equipas de gestão assegura a integração do portefólio de investimentos do grupo, contribuindo para o seu desenvolvimento global. “O modelo de negócios integrado combina a força das plataformas de private equity, crédito e imobiliário com fatores importantes como as relações duradouras com investidores que incluem muitos dos mais importantes fundos de pensões e fundos soberanos do mundo, bem como investidores institucionais e particulares, uma base de capital de longo prazo, uma forte reputação e uma equipa com um vasto know­‑how”, destaca. Para além da área financeira, a Apollo tem apostado noutros setores, como a distribuição, transportes, media, telecomunicações, indústria, recursos naturais. “A Apollo está continuamente à procura de novas oportunidades de forma a alavancar e diversificar os seus investimentos em setores com sinergias significativas entre as suas áreas de atuação”, afirma. A aposta estratégica no mercado português Os investimentos do grupo Apollo na Europa começaram em 2001 e têm vindo a crescer desde então em setores altamente regulados, como a banca e os seguros, com aquisições no Reino Unido, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal. No que diz respeito aos investimentos em Portugal, o grupo adquiriu no início de 2015 a Companhia de Seguros Tranquilidade e em 2016 a Açoreana Seguros. Este investimento na Tranquilidade e na Açoreana deu origem ao segundo operador de seguros Não-Vida em Portugal e que atualmente detém mais de 15% da quota de mercado. A este investimento somou­‑se a compra da totalidade do capital da AdvanceCare e a participação na Europ Assistance, o que demonstra o interesse do grupo nos setores segurador e de saúde. “Estes investimentos da Apollo são um sinal de confiança de um importante investidor internacional na economia nacional, em especial no setor segurador português”, garante. Perguntámos a Gustavo Guimarães quais as perspetivas do grupo Apollo para a Tranquilidade e a Açoreana: “Temos objetivos claros de crescimento e de assumir uma posição de liderança em Portugal. Queremos ter a melhor equipa, com as melhores práticas e uma cultura de inovação. Queremos ser uma referência em termos do desenvolvimento dos colaboradores, de eficiência, qualidade de serviço e de solvência. Temos a ambição de ser a melhor escolha para parceiros e clientes, de ser a seguradora que lhes entrega mais valor”. Gustavo Guimarães afirma que o setor segurador e, em particular, o mercado português estão incluídos nos planos futuros de investimento estratégico do grupo: “A Apollo está muito atenta ao mercado português. Pretendemos investir a médio­‑longo prazo em Portugal e diversificar os setores de atuação. Prova disso é a recente aquisição da Verallia, uma empresa líder de mercado na área de vidro de embalagens, sedeada na Figueira da Foz. No que diz respeito ao mercado segurador, os nossos investimentos mostram o nosso compromisso em desenvolver um setor que tem muitos desafios pela frente”. • A Apollo está muito atenta ao mercado português. Pretendemos investir a médio­‑longo prazo em Portugal e diversificar os setores de atuação.
  • 4. Equipade986 colaboradores, incluindo376 profissionaisde investimentos $192 mil milhões de ativos sob gestão (a dez 2016) Empresa cotada na bolsa de NY (NYSE) Empresa global com15escritórios em 3 continentes IlustraçãoporTiagoGalo
  • 5. Fundada em 1871, a marca Tranquilidade está presente em todos os segmentos de negócio, com uma oferta de seguros completa e especializada para particulares e empresas, e com uma distribuição assente numa rede de corretores e agentes profissional. Mais de 145 anos de história, um profundo conhecimento do mercado, um percurso sólido, bem como a aposta na inovação, na proximidade e na qualidade permitem à Tranquilidade ambicionar ser a melhor escolha para clientes e parceiros. Com a junção, em 2016, da Tranquilidade e da Açoreana ­– outra marca centenária – nasceu o segundo maior operador Não­‑Vida do setor segurador português, com uma quota de mercado acima de 15%, 1,4 milhões de clientes e quase 650 milhões de euros de volume de prémios. Esta união confere escala para crescer e investir e o plano para os próximos anos incorpora as grandes tendências de mercado, ambição competitiva e prioridades estratégicas claras: crescimento, rentabilidade, simplificação e qualidade de serviço. Jan de Pooter, CEO da seguradora, falou com a FULLCOVER sobre os desafios, as oportunidades de desenvolvimento e os objetivos de reforço do posicionamento de liderança. MANTENDO A VANTAGEM COMPETITIVA m d s m a g a z i n e 46 ENTREVISTA A JAN DE POOTER, CEO DA TRANQUILIDADE
  • 6.
  • 7. Está desde 2015 à frente da Tranquilidade. O que o levou a aceitar este desafio depois de ter passado por diferentes áreas e geografias? A Tranquilidade é uma marca seguradora com história, muito forte e reconhecida no mercado e poder fazer parte deste projeto, liderando a sua transformação e consolidação, fez com que o desafio que o grupo Apollo me lançou fosse irrecusável. Para além de Portugal, em que outros países trabalhou? Trabalhei na Ásia, vivi durante três anos em Kuala Lumpur. Lancei uma primeira parceria de bancassurance do Grupo Fortis na Ásia, com um dos maiores bancos da Malásia, o Maybank. Viver e trabalhar noutras geografias foi uma experiência muito enriquecedora, não só a nível profissional mas também pessoal. A Tranquilidade tem agora o grupo Apollo como acionista. Qual o impacto na estratégia da empresa e a sua adaptação a uma cultura organizacional anglo­ ‑saxónica? O grupo Apollo não é um segurador, mas sim um investidor e este fator permitiu manter a cultura da Tranquilidade, conciliando­‑a com novas perspetivas e aprendizagens. O novo acionista possibilita o acesso a parceiros, fornecedores e aos melhores gestores do mundo, o que é claramente uma vantagem para a companhia. Para além disso temos acesso a boas práticas e experiências de outros países. Estabilidade e ambição de crescimento são duas palavras­‑chave da entrada do Grupo Apollo na Tranquilidade. Em 2016 a Açoreana juntou­‑se à Tranquilidade. Qual a mais­‑valia desta aquisição para o grupo e em termos de mercado? A aquisição da Açoreana foi um marco muito importante de 2016, porque a Tranquilidade e a Açoreana são duas marcas centenárias, com um percurso de experiência e reputação que lhes permitiu ter um lugar de referência no setor segurador português. Realizada a fusão legal, no final do ano, tornámo­‑nos a segunda maior seguradora Não-Vida nacional. Com esta operação estamos melhor preparados para o futuro e para crescer, porque nos permite ganhar dimensão e eficiência, maior competitividade e um reforço da capacidade de investimento em tecnologia, novos processos e produtos, qualidade de serviço e informação. A criação de um operador muito forte no mercado vai ainda trazer valor acrescentado para os nossos clientes, colaboradores e parceiros. O mercado português tem­‑se caracterizado por uma crescente concentração. No seu entender qual o impacto destas operações no mercado segurador nacional? Penso que este processo de consolidação é um passo natural num mercado maduro como o português. Nos últimos anos temos assistido a uma grande concentração. Em 2008 o top 5 das companhias do ramo Não­‑Vida representava 52% da quota de mercado, atualmente detêm já 70% e perspetiva­‑se uma continuidade desta tendência. Do meu ponto de vista, num mercado com pouco crescimento e com desafios em termos de rentabilidade e baixas taxas de juro a dimensão traz, por um lado, ganhos de eficiência e de competitividade e, por outro, maior capacidade de investimento. ComoéqueaTranquilidadesepreparouinternamente para responder ao regime de Solvência II? Qual o impacto para a empresa e para o mercado? A preparação para o regime Solvência II não começou em 2015. Já está em curso há algum tempo e, nos últimos anos, a Tranquilidade tem vindo a implementar gradualmente várias iniciativas, definindo políticas em áreas fundamentais como a gestão de investimentos, subscrição de riscos, resseguro, remuneração, outsourcing, compliance e auditoria. O novo regime é muito mais do que uma regulação interna e o procedimento de levantamento de processos e riscos conduz a oportunidades de melhoria. Por exemplo, o planeamento com base no risco permite adotar estratégias de venda e desenhar produtos de modo a otimizar os capitais de risco e proceder a ajustamentos tarifários mais competitivos. Para mim, o maior impacto do regime Solvência II, que é risk­‑based capital, é precisamente a necessidade de ajustar o capital ao perfil do risco. Em termos de mercado, vai implicar que várias companhias tenham que ajustar a sua estratégia não só a nível nacional, mas também a nível internacional. Por outro lado, pode também ter como consequência a necessidade de aumento de capital. É uma tendência que se verifica em toda a Europa. Outra consequência do Solvência II é a necessidade de maior transparência ao nível da informação, com relatórios de solvência detalhados disponíveis para os vários stakeholders, que aliados à otimização da gestão de m d s m a g a z i n e 48 Melhoraraexperiênciadoconsumidor de seguros, desenvolver ofertas específicasparasegmentosestratégicos e redesenhar as propostas de valor dos seguros não obrigatórios são as nossas áreas de atuação prioritárias.
  • 8. risco dos capitais das empresas, que referi anteriormente, traz uma forte confiança aos nossos segurados e investidores e é um instrumento gerador de valor. A Tranquilidade tem apostado no desenvolvimento de soluções inovadoras. Foi, por exemplo, a primeira seguradora da Europa a lançar o seguro de acidentes pessoais para os jogadores de Pokémon Go. Qual tem sido a estratégia para responder às necessidades dos consumidores, cada vez mais informados e exigentes, e diferenciar­‑se da concorrência? Temos de antecipar as tendências de mercado com produtos, serviços e iniciativas que respondem às novas necessidades dos clientes. A tecnologia traz novos hábitos de consumo, novos negócios e novos riscos. Estarmos atentos ao que nos rodeia, encontrar novas oportunidades de negócio e olhar para os produtos, serviços e processos sempre na perspetiva do cliente são fatores determinantes para o sucesso. Ao aliar o nosso profundo conhecimento técnico à capacidade de inovação, estamos claramente a diferenciar­‑nos e vamos continuar a investir nesta vertente. Melhorar a experiência do consumidor de seguros, desenvolver ofertas específicas para segmentos estratégicos e redesenhar as propostas de valor dos seguros não obrigatórios são as nossas áreas de atuação prioritárias. Estudos recentes apontam para a alteração do paradigma da relação dos clientes com as seguradoras, com a crescente predominância dos canais digitais. Quais os desafios impostos às seguradoras pela disrupção tecnológica a que temos vindo a assistir e qual a resposta da Tranquilidade nesta adaptação à cultura da digitalização? Trata­‑se com efeito de um desafio para o mercado e, naturalmente, para a Tranquilidade. O mercado está em forte mudança, com uma crescente sofisticação em termos de padrões e hábitos de consumo, que temos de conhecer cada vez melhor. Numa indústria onde existem múltiplos intervenientes e processos complexos temos um projeto ambicioso: aumentar a eficiência e agilidade dos processos e garantir um acompanhamento eficaz em tudo que é relevante, tanto para os clientes como para os mediadores. Acredito que, nos próximos anos, a tecnologia terá um enorme impacto no serviço pós­‑venda e na simplificação dos processos, e muito provavelmente também nos produtos, pelo que vamos continuar a apostar nestas tendências, a lançar novos produtos, serviços e processos mais simplificados. Um dos nossos focos de atuação é a melhoria constante da experiência do cliente com a companhia e isso passa não só pelo serviço, mas também pela comunicação: simplificar a comunicação com o cliente e garantir um melhor acesso à informação são dois temas­‑chave para o futuro. f u l l c o v e r 49 Estabilidade e ambição de crescimento são duas palavras­‑chave da entrada do grupo Apollo na Tranquilidade. Paula Rios do Grupo MDS com Jan de Pooter e Cristina Brandão da Tranquilidade. GRUPO APOLLO
  • 9. Temos já diversas iniciativas em curso com vista à simplificação e otimização dos processos relacionados com produtos, subscrição, pós­‑venda e sinistros, dos quais destaco a melhoria de simuladores, novos produtos e serviços associados a Saúde, Casa e Vida Risco, desmaterialização da comunicação com clientes e mediadores, lançamento de plataforma e­‑learning, e novas formas de acompanhamento da evolução dos processos de sinistro pelos clientes. Eháalgumaáreaondevejaumamaiorpredominância dodigital? Os sinistros são uma área onde a interação com o cliente via canal digital é perfeitamente possível e temos exemplos disso noutros mercados, como é o caso da possibilidade da abertura de um processo de sinistro pelo simples envio de uma fotografia para o segurador. Outra área é a da informação. Há cada vez mais informação disponível e maior capacidade de a analisar. Penso que a simplificação dos processos e as oportunidades do data analytics são provavelmente as vertentes mais importantes que o digital está a oferecer e que pode trazer muito valor, quer para o cliente quer para as companhias e redes de distribuição. ATranquilidadetemrecebidováriosprémios.Foieleita Superbrand2016erecebeupelasextavezoprémiode MelhorGrandeSeguradoraNão­‑VidadarevistaExame. Qualéaimportânciadeserdistinguidacomomarcade excelênciaporpartedosconsumidores? Consideroqueestesprémiossãoumreconhecimentodo nossotrabalho.Sãodistinçõesimportantese,citandoanossa campanhapublicitária,“trazemmaiorresponsabilidadepara nósemaisTranquilidadeparaosnossosclientes”. São um estímulo para continuarmos a melhorar os serviços e produtos que disponibilizamos. Temos uma história de quase 150 anos e mantemos a ambição de ser a melhor escolha para clientes e parceiros. Queremos ser líderes na satisfação dos clientes, na rentabilidade, na qualidade das parcerias que estabelecemos com os corretores e agentes e no envolvimento dos nossos colaboradores. Sermos reconhecidos é muito gratificante. Estão a implementar o projeto Ambição 2020. Quais os objetivos por detrás deste plano estratégico? O “Ambição 2020” é um projeto que lançámos no início de 2016 e é o nosso caminho para os próximos anos, baseado numa vontade legítima de crescimento. Este projeto contou com o envolvimento de toda a companhia (temos mais de 100 colaboradores diretamente envolvidos), que analisou as tendências do mercado nacional e internacional para definir uma estratégia de futuro para a empresa antecipando o seu impacto. O “Ambição 2020” está estruturado em cinco pilares, dos quais o primeiro é a excelência técnica – tudo o que está relacionado com os sinistros e a sofisticação do pricing. O segundo pilar tem a ver com a simplificação e a digitalização dos processos e dos serviços. Em terceiro lugar aparece a aposta em segmentos e produtos estratégicos. Em quarto lugar, pretendemos continuar a apostar na eficácia das diferentes redes de distribuição. Por último, mas não menos importante – bem pelo contrário – o desenvolvimento dos nossos colaboradores. Os objetivos deste plano estão bem definidos e cada colaborador sabe o seu papel. O progresso já é muito visível e certamente continuará a evidenciar resultados nos próximos anos. Em 2016 tiveram um crescimento em termos dos resultados obtidos e também de novos clientes. Qual a aposta da Tranquilidade para os próximos anos? A visão “Ambição 2020” reflete uma estratégia de crescimento. Pretendemos crescer em quota de mercado, em volume, em qualidade, em rentabilidade e em serviço. As companhias tradicionais têm estado mais focadas nos ramos obrigatórios — acidentes de trabalho e automóvel — o que nos dá oportunidade de crescimento nos ramos não obrigatórios, através do lançamento de produtos e serviços inovadores. Queremos desenvolver segmentos estratégicos, como Saúde e Vida Risco e apostar na inovação e nos seguros que aportem mais valor para todos. Queremos antecipar e responder às necessidades dos clientes em todos os segmentos com simplicidade, inovação e profissionalismo, não nos esquecendo de áreas que irão, forçosamente, sofrer grandes alterações, como o ramo automóvel, que deverá reduzir o seu peso na estrutura das carteiras dos seguradores. Na sua perspetiva, quais são os grandes desafios e as oportunidades da indústria seguradora no futuro próximo e como vê o papel dos brokers e das companhias de seguros? Vamos ter um mercado cada vez mais complexo, marcado pelo digital e pela existência de novos riscos, nomeadamente na área empresarial, como é o caso dos riscos cibernéticos, mas também das responsabilidades decorrentes da internacionalização. Considero que os brokers terão um papel reforçado na gestão das carteiras de seguros dos seus clientes, disponibilizando produtos diferenciadores e serviços complementares que permitam a prevenção e a mitigação do risco. E para os seguradores vê alguma grande mudança? Em Portugal, o processo de consolidação vai ter um grande impacto no mercado durante os próximos anos com o aparecimento de novos players, de maior dimensão e escala, e com mudanças ao nível dos acionistas, o que irá trazer uma maior racionalidade para o mercado. Penso que os seguradores, face ao novo regime de risk based capital, irão fazer opções em termos de assunção de riscos, abandonando uns para se focar noutros. Por outro lado, como já referi, há a simplificação dos processos, o reforço no canal digital na relação com os clientes e com os parceiros, e serviços pós­‑venda mais simplificados e com maior qualidade. As oportunidades do data analytics e os novos riscos também são importantes. m d s m a g a z i n e 50
  • 10. A Tranquilidade e a MDS têm colaborado de forma muito próxima ao longo dos anos. Como descreveria esta relação? A relação entre a MDS e a Tranquilidade é muito importante. É uma relação de grande proximidade, confiança e profissionalismo e que tem permitido intensificar a ligação nas diferentes áreas de negócio que a MDS desenvolveu, como é o caso dos canais alternativos, da contratação pública, partners e, claro, da corretagem. É uma parceria que queremos manter e intensificar. Estabeleceram recentemente uma parceria com a Universidade Nova­‑SBE, projeto que se enquadra na aposta na área da educação como um dos pilares da política de responsabilidade social. Quais os objetivos associados a esta parceria? A Nova­‑SBE é uma das mais reputadas e inovadoras instituições de ensino superior em Portugal e integra diversos rankings internacionais das melhores escolas de negócios do mundo. O apoio da Tranquilidade ao novo campus universitário da NOVA­‑SBE que está ser construído em Carcavelos faz parte de uma parceria que tem outras componentes nas áreas de formação, gestão de talento, transformação digital, conhecimento de consumidores e redes de distribuição. Da parceria faz ainda parte o programa ‘Consulting Labs’, em que a Tranquilidade coloca desafios a alunos e professores da Nova­‑SBE. É muito interessante, pois os alunos têm uma experiência absolutamente profissional dentro do ambiente ainda universitário, e que corresponde à sua tese de mestrado, e a empresa recebe um projeto numa área relevante, com uma visão “de fora” e jovem, elaborado com critérios de qualidade exigentes. Concorda que o setor segurador tem de comunicar mais e melhor o seu valor para a sociedade? Sim. A imagem dos seguros tem vindo a melhorar, mas considero que há ainda um grande trabalho a fazer. A importância dos seguros, seja ao nível da vida dos particulares e famílias seja na proteção dos ativos das empresas, nem sempre é devidamente percebida. O setor segurador tem de transmitir essa mensagem de forma mais eficaz, de comunicar o papel essencial que tem na economia. É evidente que os seguros são um negócio, mas trazem valor acrescentado para a sociedade e é fundamental partilhar essa informação. Grande parte das pessoas talvez não tenha a perceção da quantidade de indemnizações e valores pagos, ou seja, o que é devolvido pelos seguradores à sociedade. Esta comunicação é um trabalho que cabe a todos: Associação Portuguesa de Seguradores, seguradores, corretores e agentes. Por outro lado é importante atrair novos talentos para o setor, mostrar que é interessante trabalhar em seguros e dar a conhecer a multiplicidade de áreas de conhecimento que abarca. Foi também isto que deu o mote para a nossa parceria com a Nova­‑SBE. • f u l l c o v e r 51 Queremos ser líderes na satisfação dos clientes, na rentabilidade, na qualidade das parcerias que estabelecemos com os corretores e agentes e no envolvimento dos nossos colaboradores. Marcas centenárias, com uma relação histórica e afetiva com os portugueses, a Tranquilidade e Açoreana estão presentes em todos os segmentos de negócio, com uma oferta de seguros completa e especializada, assente numa rede de corretores e agentes profissional e próxima. Um profundo conhecimento do mercado, a solidez do percurso e a reputação das marcas permitem ambicionar ser a melhor escolha para clientes e parceiros de distribuição. Com a junção da Tranquilidade e Açoreana em 2016, nasceu o segundo maior operador de seguros em Portugal, com mais de 15% de quota de mercado nos ramos Não-Vida, cerca de 1,4 milhões de clientes e quase 650 milhões de euros de prémios anuais. A Tranquilidade e a Açoreana querem ser líderes na satisfação de clientes, rentabilidade, qualidade das parcerias que estabelece com os seus mediadores e no envolvimento dos seus colaboradores. GRUPO APOLLO