SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Atividade sobre “Relato de Viagem” (Saerjinho, 1º ano)
Questões do Saerjinho de Língua Portuguesa a partir de um "relato de viagem"
Leia o texto abaixo:
Capítulo XII
Partimos com o tempo encoberto, mas estável. Não teríamos de nos preocupar nem com calores cansativos nem
com chuvas desastrosas. Um tempo próprio para o turismo. O prazer de galopar por um país desconhecido
deixava-me de bom humor naquele início de aventura. Sentia toda a felicidade, todo o prazer e liberdade de um
excursionista. Começava a gostar da viagem. “Afinal, o que estou arriscando?”, dizia-me. “Viajar por um país dos
mais curiosos, escalar uma montanha bastante notável, na pior das hipóteses, descer ao fundo de uma cratera
extinta! [...] Quanto à existência de uma galeria que acaba no centro do globo, pura imaginação! Pura
impossibilidade! Vou tratar, então, de aproveitar o que a expedição tem de bom sem maiores problemas”. Quando
concluí esse raciocínio, já havíamos saído de Reykjavik. Hans caminhava à frente num passo rápido, igual e
constante.
Os dois cavalos carregados com nossas bagagens seguiam-no sem que fosse necessário conduzi-los. Eu e meu
tio íamos atrás sem nos sairmos muito mal em nossos animais pequenos, mas vigorosos.
A Islândia é uma das maiores ilhas da Europa. Estende-se por mil e quatrocentas milhas e só conta com sessenta
mil habitantes. Os geógrafos dividiram-na em quatro quartos, e tínhamos de atravessar quase obliquamente o que
tem o nome de região de quarto do Sudvesterfjordhur. Ao deixarmos Reykjavik, Hans seguira imediatamente para
a beira do mar. Atravessávamos magras pastagens que faziam o maior esforço para ser verdes; tinham maior
facilidade em ser amarelas. Os cimos rugosos das massas traquíticas apareciam no horizonte entre as brumas do
leste, e por momentos algumas placas de neve, concentrando a luz difusa, resplandeciam nas inclinações dos
cumes afastados. Alguns picos, mais ousados, perfuravam as nuvens cinzentas e reapareciam acima dos vapores
moventes como escolhos que emergiam em pleno céu. Muitas vezes essas cadeias de rochas áridas lançavam
uma de suas pontas ao mar e cortavam as pastagens; mas sempre havia lugar suficiente para passar. Além disso,
nossos cavalos escolhiam instintivamente os lugares propícios sem nunca diminuir a marcha. Meu tio nem tinha o
consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote; não lhe era permitido ser impaciente. Não podia
evitar sorrir ao vê-lo tão alto em seu cavalinho, e, como suas pernas compridas roçavam o chão, parecia um
centauro de seis pés. [...]
VERNE, Júlio, Viagem ao Centro da Terra
# Exercícios:
1. Esse fragmento de texto apresenta características de
A) biografia.
B) crônica jornalística.
C) diário.
D) relato de viagem.
E) reportagem.
2. De acordo com esse texto, o narrador estava bem-humorado porque
A) fazia um deboche do tio montado no cavalinho.
B) galopava em terras desconhecidas.
C) montava em um cavalo pequeno.
D) sentia-se bem com o clima ameno e agradável.
E) viajava na companhia de seu tio.
3. A linguagem predominante no trecho “Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o
chicote; não lhe era permitido ser impaciente.” (ℓ. 26-27) é
A) científica.
B) informal.
C) padrão.
D) regional.
E) técnica.
4. O terceiro parágrafo desse texto revela um narrador
A) detalhista.
B) impaciente.
C) melancólico.
D) orgulhoso.
E) solidário.
5. No trecho “Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote;...” (ℓ. 26-27), o
termo destacado estabelece uma relação de
A) adição.
B) alternância.
C) conclusão.
D) explicação.
E) oposição.
Aula sobre o Gênero Relato
O texto que segue é um fragmento do livro "Relato de um Náufrago", de Gabriel Garcia Marquez:
EU ERA UM MORTO
Não me lembro do amanhecer do sexto dia. Tenho uma idéia nebulosa de que, durante toda a manhã, fiquei
prostrado no fundo da balsa, entre a vida e a morte. Nesses momentos, pensava em minha família e a via tal
como me contaram agora que esteve durante os dias do meu desaparecimento. Não fiquei surpreso com a notícia
de que tinham me prestado homenagens fúnebres. Naquela sexta manhã de solidão no mar, pensei que tudo isso
estava acontecendo.
Sabia que haviam comunicado à minha família o meu desaparecimento. Como os aviões não voltaram, sabia que
tinham desistido da busca e que me haviam declarado morto.
Nada disso era errado, até certo ponto.
Em todos os momentos, tratei de me defender. Encontrei sempre um meio de me defender. Encontrei sempre um
meio de sobreviver, um ponto de apoio, por insignificante que fosse, para continuar esperando. No sexto dia,
porém, já que não esperava mais nada. Eu era um morto na balsa.
Á tarde, pensando que logo seriam cinco horas e os tubarões voltariam, fiz um desesperado esforço para me
levantar e me amarrar à borda. Em Cartagena, há dois anos, vi na praia os restos de um homem destroçado por
tubarão. Não queria morrer assim. Não queria ser repartido em pedaços entre um montão de animais insaciáveis.
Eram quase cinco horas. Pontuais, os tubarões estavam ali, rodando a balsa. Levantei-me penosamente para
desatar os cabos do estrado.
A tarde era fresca. O mar, tranqüilo. Senti-me ligeiramente fortalecido. Subitamente, vi outra vez as sete gaivotas
do dia anterior e essa visão infundiu em mim renovados desejos de viver.
Nesse instante teria comido qualquer coisa. A fome me incomodava. Mas o pior era a garganta e a dor nas
mandíbulas, endurecidas pela falta de exercício. Precisava mastigar qualquer coisa. Tentei arrancar tiras de
borrachas dos sapatos, mas não tinha com que cortá-las. Foi então que lembrei dos cartões da loja de Mobile.
Estavam num dos bolsos da calça, quase completamente desfeitos pela umidade. Rasguei-os, levei-os à boca e
comecei a mastigar. Foi um milagre: a garganta se aliviou um pouco e a boca se encheu de saliva. Lentamente
continuei mastigando, como se aquilo fosse chiclete.
[...] Pensava continuar mastigando os cartões indefinidamente para aliviar a dor das mandíbulas e até achei que
seria desperdício jogá-los no mar. Senti descer até o estômago a minúscula papa de papelão moído e desde esse
instante tive a sensação de que me salvaria, de que não seria destroçado pelos tubarões. [...]
Afinal, amanheceu o meu sétimo dia no mar. Não sei por que estava certo de que esse não seria o ultimo. O mar
estava tranqüilo e nublado, e quando o sol saiu, mais ou menos às oito da manhã, eu me sentia reconfortado pelo
bom sono da noite. Contra o céu cinza e baixo passaram sobre a balsa as sete gaivotas.
Dois dias antes eu sentira uma grande alegria vendo as sete gaivotas. Mas quando as vi pela terceira vez, depois
de tê-las visto durante dois dias consecutivos, senti o terror renascer. “são sete gaivotas perdidas”, pensei, com
desespero. Todo marinheiro sabe que, às vezes, um bando de gaivotas se perde no mar e voa sem direção,
durante vários dias, até encontrar e seguir um barco que lhes indique a direção do porto. Talvez aquelas gaivotas
que vira durante três dias fossem as mesmas todos os dias, perdidas no mar. Isso significa que eu me distanciava
cada vez mais da terra.
(Gabriel Garcia Márquez, Relato de um náufrago. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1970. p. 70-3.)
Exercícios:
1. Nesse fragmento, o marinheiro relata suas experiências, como náufrago, numa balsa à deriva no mar.
a) A que dias de sobrevivência no mar elas se referem?
b) Duas coisas particularmente o atormentavam: os tubarões e a fome. Apesar de não esperar mais nada, o que
fez?
2. A visão das sete gaivotas infundia no narrador um desejo de viver.
a) Por que, na sua opinião, as gaivotas lhe davam esperança de vida?
b) No sétimo dia, entretanto, já era a terceira vez que ele a via. Com base em que conhecimento o narrador sentiu
o terror renascer?
3. Observe os verbos e os pronomes empregados no texto.
a) Os verbos e pronomes estão em que pessoa?
b) Em que tempo está a maioria dos verbos?
4. Releia o 4º parágrafo do texto. Com base nele é correto dizer que esse texto é exclusivamente narrativo, que
ele é exclusivamente descritivo ou que é narrativo e utiliza a técnica de descrição? Justifique sua resposta.
5. Lembre-se de algum episódio de sua infância que lhe tenha ficado na memória. Relate esse episódio,
observando as características do relato pessoal.
(CEREJA e MAGALHÃES, Português: Linguagem)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4
LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4
LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4GernciadeProduodeMat
 
Jogos de-lingua-portuguesa
Jogos de-lingua-portuguesaJogos de-lingua-portuguesa
Jogos de-lingua-portuguesaJorge Luciano
 
Advérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de Trabalho
Advérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de TrabalhoAdvérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de Trabalho
Advérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de TrabalhoA. Simoes
 
Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras Dilmara Faria
 
21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade
21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade
21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música
Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música
Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música Mary Alvarenga
 
Concordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adrianaConcordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adrianaLucilene Barcelos
 
Ficha de trabalho as conjunções
Ficha de trabalho   as conjunçõesFicha de trabalho   as conjunções
Ficha de trabalho as conjunçõesTeresa Rocha
 
Que Bom Que Você Chegou de Bruna Karla - Análise e entendimento da música
Que Bom Que Você Chegou  de Bruna Karla - Análise e entendimento da música Que Bom Que Você Chegou  de Bruna Karla - Análise e entendimento da música
Que Bom Que Você Chegou de Bruna Karla - Análise e entendimento da música Mary Alvarenga
 
Produção textual: Poemas
Produção textual: Poemas Produção textual: Poemas
Produção textual: Poemas Mary Alvarenga
 
LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)
LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)
LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)GernciadeProduodeMat
 
Aquarela de Toquinho - Análise e entendimento da música
Aquarela  de Toquinho - Análise e entendimento da música Aquarela  de Toquinho - Análise e entendimento da música
Aquarela de Toquinho - Análise e entendimento da música Mary Alvarenga
 
Exercicio oraão subordinada adverbial
Exercicio oraão subordinada adverbialExercicio oraão subordinada adverbial
Exercicio oraão subordinada adverbialEmanuelle Lisboa
 
FICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdf
FICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdfFICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdf
FICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdfNatália Moura
 

Mais procurados (20)

O que é literatura de cordel
O que é literatura de cordelO que é literatura de cordel
O que é literatura de cordel
 
LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4
LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4
LÍNGUA PORTUGUESA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP04) D4
 
Jogos de-lingua-portuguesa
Jogos de-lingua-portuguesaJogos de-lingua-portuguesa
Jogos de-lingua-portuguesa
 
Advérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de Trabalho
Advérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de TrabalhoAdvérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de Trabalho
Advérbios e Locuções Adverbiais: Ficha de Trabalho
 
atividade-literatura-de-cordel-celpe
atividade-literatura-de-cordel-celpeatividade-literatura-de-cordel-celpe
atividade-literatura-de-cordel-celpe
 
Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras Caça-palavras classes de palavras
Caça-palavras classes de palavras
 
21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade
21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade
21 de abril - Dia de Tiradentes - Texto e atividade
 
Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música
Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música
Meu Abrigo - Análise e entendimento da letra da música
 
Concordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adrianaConcordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adriana
 
Gênero poesia
Gênero poesiaGênero poesia
Gênero poesia
 
Ficha de trabalho as conjunções
Ficha de trabalho   as conjunçõesFicha de trabalho   as conjunções
Ficha de trabalho as conjunções
 
Que Bom Que Você Chegou de Bruna Karla - Análise e entendimento da música
Que Bom Que Você Chegou  de Bruna Karla - Análise e entendimento da música Que Bom Que Você Chegou  de Bruna Karla - Análise e entendimento da música
Que Bom Que Você Chegou de Bruna Karla - Análise e entendimento da música
 
Produção textual: Poemas
Produção textual: Poemas Produção textual: Poemas
Produção textual: Poemas
 
Atividade de transitividade verbal
Atividade de transitividade verbalAtividade de transitividade verbal
Atividade de transitividade verbal
 
LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)
LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)
LÍNGUA PORTUGUESA | 2ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13LP06)
 
Interpretação meu abrigo
Interpretação   meu abrigoInterpretação   meu abrigo
Interpretação meu abrigo
 
Aquarela de Toquinho - Análise e entendimento da música
Aquarela  de Toquinho - Análise e entendimento da música Aquarela  de Toquinho - Análise e entendimento da música
Aquarela de Toquinho - Análise e entendimento da música
 
Plano de Aula
Plano de AulaPlano de Aula
Plano de Aula
 
Exercicio oraão subordinada adverbial
Exercicio oraão subordinada adverbialExercicio oraão subordinada adverbial
Exercicio oraão subordinada adverbial
 
FICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdf
FICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdfFICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdf
FICHA - GÊNEROS LITERÁRIOS - EXERCÍCIOS - Gabarito.pdf
 

Semelhante a Relato de Viagem em Júlio Verne

Robinson crusoe
Robinson crusoeRobinson crusoe
Robinson crusoeMorganauca
 
Textos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdf
Textos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdfTextos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdf
Textos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdfThaianeGuerra1
 
Seminario relato de um naufrago noite-serpa
Seminario relato de um naufrago  noite-serpaSeminario relato de um naufrago  noite-serpa
Seminario relato de um naufrago noite-serpadagylla
 
Seminario relato de um naufrago noite-serpa
Seminario relato de um naufrago  noite-serpaSeminario relato de um naufrago  noite-serpa
Seminario relato de um naufrago noite-serpadagylla
 
Navegar...navegar até ao brasil
Navegar...navegar até ao brasilNavegar...navegar até ao brasil
Navegar...navegar até ao brasilMariana Monteiro
 
Adolfo caminha no país dos ianques
Adolfo caminha   no país dos ianquesAdolfo caminha   no país dos ianques
Adolfo caminha no país dos ianquesTulipa Zoá
 
Semear, Resistir, Colher.
Semear, Resistir, Colher.Semear, Resistir, Colher.
Semear, Resistir, Colher.Sílvio Mendes
 
"O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ...
"O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ..."O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ...
"O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ...Gonçalo Silva
 
A Ilha Das Palavras
A Ilha Das PalavrasA Ilha Das Palavras
A Ilha Das Palavrasguest89ce531
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordesteRegina Gouveia
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordesteRegina Gouveia
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordesteRegina Gouveia
 
Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010Gisele Santos
 
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 7317302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73Ana Cristina Freitas
 
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 7317302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73Ana Cristina Freitas
 
Annefrank ficha
Annefrank fichaAnnefrank ficha
Annefrank fichaNuno Belo
 

Semelhante a Relato de Viagem em Júlio Verne (20)

Mergulhar
Mergulhar Mergulhar
Mergulhar
 
Kathársis2009
Kathársis2009Kathársis2009
Kathársis2009
 
Robinson crusoe
Robinson crusoeRobinson crusoe
Robinson crusoe
 
herois_do_mar
herois_do_marherois_do_mar
herois_do_mar
 
Textos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdf
Textos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdfTextos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdf
Textos Literários - Seleção de Cordéis - 1 etapa - 7EF.pdf
 
Seminario relato de um naufrago noite-serpa
Seminario relato de um naufrago  noite-serpaSeminario relato de um naufrago  noite-serpa
Seminario relato de um naufrago noite-serpa
 
Seminario relato de um naufrago noite-serpa
Seminario relato de um naufrago  noite-serpaSeminario relato de um naufrago  noite-serpa
Seminario relato de um naufrago noite-serpa
 
Navegar...navegar até ao brasil
Navegar...navegar até ao brasilNavegar...navegar até ao brasil
Navegar...navegar até ao brasil
 
Adolfo caminha no país dos ianques
Adolfo caminha   no país dos ianquesAdolfo caminha   no país dos ianques
Adolfo caminha no país dos ianques
 
Semear, Resistir, Colher.
Semear, Resistir, Colher.Semear, Resistir, Colher.
Semear, Resistir, Colher.
 
"O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ...
"O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ..."O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ...
"O naufrágio" adaptação de Aquilino Ribeiro da obra "Peregrinação" de Fernão ...
 
A Ilha Das Palavras
A Ilha Das PalavrasA Ilha Das Palavras
A Ilha Das Palavras
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordeste
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordeste
 
Estórias com sabor a nordeste
Estórias com  sabor a nordesteEstórias com  sabor a nordeste
Estórias com sabor a nordeste
 
Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010Calendário Mensal: Outubro 2010
Calendário Mensal: Outubro 2010
 
vadiao
vadiaovadiao
vadiao
 
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 7317302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73
 
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 7317302798 Espiritismo Infantil Historia 73
17302798 Espiritismo Infantil Historia 73
 
Annefrank ficha
Annefrank fichaAnnefrank ficha
Annefrank ficha
 

Mais de Marilza Fuentes

Prova: funções da linguagem
Prova: funções da linguagemProva: funções da linguagem
Prova: funções da linguagemMarilza Fuentes
 
Prova: funçoes da linguagem
Prova: funçoes da linguagemProva: funçoes da linguagem
Prova: funçoes da linguagemMarilza Fuentes
 
Aula os retirantes cândido portinari
Aula  os retirantes cândido portinariAula  os retirantes cândido portinari
Aula os retirantes cândido portinariMarilza Fuentes
 
Aula os retirantes cândido portinari
Aula  os retirantes cândido portinariAula  os retirantes cândido portinari
Aula os retirantes cândido portinariMarilza Fuentes
 

Mais de Marilza Fuentes (8)

Aula1 barroco
Aula1 barrocoAula1 barroco
Aula1 barroco
 
Texto o homem trocado
Texto o homem trocadoTexto o homem trocado
Texto o homem trocado
 
Prova: funções da linguagem
Prova: funções da linguagemProva: funções da linguagem
Prova: funções da linguagem
 
Prova: funçoes da linguagem
Prova: funçoes da linguagemProva: funçoes da linguagem
Prova: funçoes da linguagem
 
Aula os retirantes cândido portinari
Aula  os retirantes cândido portinariAula  os retirantes cândido portinari
Aula os retirantes cândido portinari
 
Aula os retirantes cândido portinari
Aula  os retirantes cândido portinariAula  os retirantes cândido portinari
Aula os retirantes cândido portinari
 
Ficha de leitura
Ficha de leituraFicha de leitura
Ficha de leitura
 
O conto maravilhoso
O conto maravilhosoO conto maravilhoso
O conto maravilhoso
 

Último

Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...LizanSantos1
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoMary Alvarenga
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 anoandrealeitetorres
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 

Último (20)

Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 

Relato de Viagem em Júlio Verne

  • 1. Atividade sobre “Relato de Viagem” (Saerjinho, 1º ano) Questões do Saerjinho de Língua Portuguesa a partir de um "relato de viagem" Leia o texto abaixo: Capítulo XII Partimos com o tempo encoberto, mas estável. Não teríamos de nos preocupar nem com calores cansativos nem com chuvas desastrosas. Um tempo próprio para o turismo. O prazer de galopar por um país desconhecido deixava-me de bom humor naquele início de aventura. Sentia toda a felicidade, todo o prazer e liberdade de um excursionista. Começava a gostar da viagem. “Afinal, o que estou arriscando?”, dizia-me. “Viajar por um país dos mais curiosos, escalar uma montanha bastante notável, na pior das hipóteses, descer ao fundo de uma cratera extinta! [...] Quanto à existência de uma galeria que acaba no centro do globo, pura imaginação! Pura impossibilidade! Vou tratar, então, de aproveitar o que a expedição tem de bom sem maiores problemas”. Quando concluí esse raciocínio, já havíamos saído de Reykjavik. Hans caminhava à frente num passo rápido, igual e constante. Os dois cavalos carregados com nossas bagagens seguiam-no sem que fosse necessário conduzi-los. Eu e meu tio íamos atrás sem nos sairmos muito mal em nossos animais pequenos, mas vigorosos. A Islândia é uma das maiores ilhas da Europa. Estende-se por mil e quatrocentas milhas e só conta com sessenta mil habitantes. Os geógrafos dividiram-na em quatro quartos, e tínhamos de atravessar quase obliquamente o que tem o nome de região de quarto do Sudvesterfjordhur. Ao deixarmos Reykjavik, Hans seguira imediatamente para a beira do mar. Atravessávamos magras pastagens que faziam o maior esforço para ser verdes; tinham maior facilidade em ser amarelas. Os cimos rugosos das massas traquíticas apareciam no horizonte entre as brumas do leste, e por momentos algumas placas de neve, concentrando a luz difusa, resplandeciam nas inclinações dos cumes afastados. Alguns picos, mais ousados, perfuravam as nuvens cinzentas e reapareciam acima dos vapores moventes como escolhos que emergiam em pleno céu. Muitas vezes essas cadeias de rochas áridas lançavam uma de suas pontas ao mar e cortavam as pastagens; mas sempre havia lugar suficiente para passar. Além disso, nossos cavalos escolhiam instintivamente os lugares propícios sem nunca diminuir a marcha. Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote; não lhe era permitido ser impaciente. Não podia evitar sorrir ao vê-lo tão alto em seu cavalinho, e, como suas pernas compridas roçavam o chão, parecia um centauro de seis pés. [...] VERNE, Júlio, Viagem ao Centro da Terra # Exercícios: 1. Esse fragmento de texto apresenta características de A) biografia. B) crônica jornalística. C) diário. D) relato de viagem. E) reportagem. 2. De acordo com esse texto, o narrador estava bem-humorado porque A) fazia um deboche do tio montado no cavalinho. B) galopava em terras desconhecidas. C) montava em um cavalo pequeno. D) sentia-se bem com o clima ameno e agradável. E) viajava na companhia de seu tio. 3. A linguagem predominante no trecho “Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote; não lhe era permitido ser impaciente.” (ℓ. 26-27) é A) científica. B) informal. C) padrão. D) regional. E) técnica.
  • 2. 4. O terceiro parágrafo desse texto revela um narrador A) detalhista. B) impaciente. C) melancólico. D) orgulhoso. E) solidário. 5. No trecho “Meu tio nem tinha o consolo de excitar sua montaria com a voz ou com o chicote;...” (ℓ. 26-27), o termo destacado estabelece uma relação de A) adição. B) alternância. C) conclusão. D) explicação. E) oposição. Aula sobre o Gênero Relato O texto que segue é um fragmento do livro "Relato de um Náufrago", de Gabriel Garcia Marquez: EU ERA UM MORTO Não me lembro do amanhecer do sexto dia. Tenho uma idéia nebulosa de que, durante toda a manhã, fiquei prostrado no fundo da balsa, entre a vida e a morte. Nesses momentos, pensava em minha família e a via tal como me contaram agora que esteve durante os dias do meu desaparecimento. Não fiquei surpreso com a notícia de que tinham me prestado homenagens fúnebres. Naquela sexta manhã de solidão no mar, pensei que tudo isso estava acontecendo. Sabia que haviam comunicado à minha família o meu desaparecimento. Como os aviões não voltaram, sabia que tinham desistido da busca e que me haviam declarado morto. Nada disso era errado, até certo ponto. Em todos os momentos, tratei de me defender. Encontrei sempre um meio de me defender. Encontrei sempre um meio de sobreviver, um ponto de apoio, por insignificante que fosse, para continuar esperando. No sexto dia, porém, já que não esperava mais nada. Eu era um morto na balsa. Á tarde, pensando que logo seriam cinco horas e os tubarões voltariam, fiz um desesperado esforço para me levantar e me amarrar à borda. Em Cartagena, há dois anos, vi na praia os restos de um homem destroçado por tubarão. Não queria morrer assim. Não queria ser repartido em pedaços entre um montão de animais insaciáveis. Eram quase cinco horas. Pontuais, os tubarões estavam ali, rodando a balsa. Levantei-me penosamente para desatar os cabos do estrado. A tarde era fresca. O mar, tranqüilo. Senti-me ligeiramente fortalecido. Subitamente, vi outra vez as sete gaivotas do dia anterior e essa visão infundiu em mim renovados desejos de viver. Nesse instante teria comido qualquer coisa. A fome me incomodava. Mas o pior era a garganta e a dor nas mandíbulas, endurecidas pela falta de exercício. Precisava mastigar qualquer coisa. Tentei arrancar tiras de borrachas dos sapatos, mas não tinha com que cortá-las. Foi então que lembrei dos cartões da loja de Mobile. Estavam num dos bolsos da calça, quase completamente desfeitos pela umidade. Rasguei-os, levei-os à boca e
  • 3. comecei a mastigar. Foi um milagre: a garganta se aliviou um pouco e a boca se encheu de saliva. Lentamente continuei mastigando, como se aquilo fosse chiclete. [...] Pensava continuar mastigando os cartões indefinidamente para aliviar a dor das mandíbulas e até achei que seria desperdício jogá-los no mar. Senti descer até o estômago a minúscula papa de papelão moído e desde esse instante tive a sensação de que me salvaria, de que não seria destroçado pelos tubarões. [...] Afinal, amanheceu o meu sétimo dia no mar. Não sei por que estava certo de que esse não seria o ultimo. O mar estava tranqüilo e nublado, e quando o sol saiu, mais ou menos às oito da manhã, eu me sentia reconfortado pelo bom sono da noite. Contra o céu cinza e baixo passaram sobre a balsa as sete gaivotas. Dois dias antes eu sentira uma grande alegria vendo as sete gaivotas. Mas quando as vi pela terceira vez, depois de tê-las visto durante dois dias consecutivos, senti o terror renascer. “são sete gaivotas perdidas”, pensei, com desespero. Todo marinheiro sabe que, às vezes, um bando de gaivotas se perde no mar e voa sem direção, durante vários dias, até encontrar e seguir um barco que lhes indique a direção do porto. Talvez aquelas gaivotas que vira durante três dias fossem as mesmas todos os dias, perdidas no mar. Isso significa que eu me distanciava cada vez mais da terra. (Gabriel Garcia Márquez, Relato de um náufrago. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1970. p. 70-3.) Exercícios: 1. Nesse fragmento, o marinheiro relata suas experiências, como náufrago, numa balsa à deriva no mar. a) A que dias de sobrevivência no mar elas se referem? b) Duas coisas particularmente o atormentavam: os tubarões e a fome. Apesar de não esperar mais nada, o que fez? 2. A visão das sete gaivotas infundia no narrador um desejo de viver. a) Por que, na sua opinião, as gaivotas lhe davam esperança de vida? b) No sétimo dia, entretanto, já era a terceira vez que ele a via. Com base em que conhecimento o narrador sentiu o terror renascer? 3. Observe os verbos e os pronomes empregados no texto. a) Os verbos e pronomes estão em que pessoa? b) Em que tempo está a maioria dos verbos? 4. Releia o 4º parágrafo do texto. Com base nele é correto dizer que esse texto é exclusivamente narrativo, que ele é exclusivamente descritivo ou que é narrativo e utiliza a técnica de descrição? Justifique sua resposta. 5. Lembre-se de algum episódio de sua infância que lhe tenha ficado na memória. Relate esse episódio, observando as características do relato pessoal. (CEREJA e MAGALHÃES, Português: Linguagem)