O documento discute o pré-modernismo no Brasil no início do século XX. Apresenta Augusto dos Anjos como um poeta pré-modernista que escrevia sobre temas sombrios e trágicos utilizando uma linguagem influenciada pelo simbolismo e naturalismo, com críticas à sociedade da época. O período pré-modernista foi marcado por tensões sociais e revoltas populares contra o regime oligárquico.
2. CONCEITOS
pré-modernismo
o que é
período
de
transição
entre
es/los
do
final
do
século
XIX
e
a
Semana
de
Arte
Moderna
de
1922
3. MARCOS LITERÁRIOS
pré-modernismo
um período de transição
Realismo
Pré-‐Modernismo
Modernismo
Naturalismo
1902
1922
Parnasianismo
Canaã
realização
da
Simbolismo
Os
sertões
Semana
de
Arte
Moderna
4. TENDÊNCIAS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
pré-modernismo
TENDÊNCIA
CONSERVADORA
TENDÊNCIA
RENOVADORA
mentalidade
posi/vista,
agnós/ca
e
liberal
aspectos
problemá/cos
da
realidade
social
es/lo
realista-‐naturalista,
na
prosa
formalismo
linguís/co
[visão
predominante]
es/lo
parnasiano-‐simbolista,
na
poesia
coloquialismo
transparente
Rui
Barbosa
e
Joaquim
Nabuco
autores
pré-‐modernistas
6. O RETRATO DE UM PAÍS OLIGÁRQUICO
pré-modernismo
ARISTOCRACIA
RURAL
ARISTOCRACIA
URBANA
interior
de
São
Paulo
capital
de
São
Paulo
Minas
Gerais
Rio
de
Janeiro
7. UM PERÍODO DE TENSÃO SOCIAL
pré-modernismo
Rebelião de Canudos, Bahia, 1896-1897;
Ciclo do Cangaço, Nordeste, primeiras décadas do século XX;
Revolução do Contestado; Santa Catarina, 1912-1916;
Revolta da Vacina, Rio de Janeiro, 1904;
Revolta da Chibata, Rio de Janeiro, 1910;
Greve dos operários, São Paulo, 1917;
República da Espada, 1889-1894.
8. Revolta
da
Armada:
Soldados
do
quarto
batalhão
da
ar4lharia
da
Guarda
Nacional
posicionados
14. Lampião,
o
rei
do
cangaço.
Fonte:
hVp://www.onne.com.br/materias/cult/2542/lampia%C2%A3o_e_maria_bonita_
15. Maria
Bonita.
Fonte:
hVp://www.eunapolis.ica.edu.br/informa/ca/Sites_Historia_EI_31/cangaco/Site/imagens/mb.html
16. À
direita,
João
Cândido,
o
Almirante
Negro,
líder
da
Revolta
da
Chibata.
17. AUGUSTO DOS ANJOS
pré-modernismo
temas
visão
trágica
e
mórbida
da
existência;
pessimismo,
asco
ao
prazer
e
aproximação
do
grotesco.
linguagem
inflexão
simbolista
[desejo
de
transcendência];
retórica
naturalista
[vocabulário
cien/ficista];
ranços
parnasianos
[apuro
formal]
18. AUGUSTO DOS ANJOS
pré-modernismo
Falas
de
amor,
e
eu
ouço
tudo
e
calo
O
amor
na
Humanidade
é
uma
men/ra.
E
é
por
isto
que
na
minha
lira
De
amores
fúteis
poucas
vezes
falo.
O
amor!
Quando
virei
por
fim
a
amá-‐lo?!
Quando,
se
o
amor
que
a
Humanidade
inspira
É
o
amor
do
sibarita
e
da
hetaira,
De
Messalina
e
de
Sardanapalo?
Pois
é
mister
que,
para
o
amor
sagrado,
O
mundo
fique
imaterializado
—
Alavanca
desviada
do
seu
fulcro
—
E
haja
só
amizade
verdadeira
Duma
caveira
para
outra
caveira,
Do
meu
sepulcro
para
o
teu
sepulcro?!
ANJOS,
Augusto
dos.
Idealismo.
Disponível
em:
hVp://pensador.uol.com.br/frase/NDU5ODU/
soneto
decassílabo
no
qual
há
referências
à
História
e
à
Filosofia;
defesa
da
superioridade
da
Amizade
em
relação
ao
Amor
[herança
da
Grécia
An/ga];
crí/ca
ao
amor
vsico,
carnal,
sensual;
visão
elevada
[transcendental]
do
Amor
[caráter
simbolista].
19. AUGUSTO DOS ANJOS
pré-modernismo
Filho
podre
de
an/gos
Goitacases,
Em
qualquer
parte
onde
a
cabeça
ponha,
Deixa
circunferências
de
peçonha,
Marcas
oriundas
de
úlceras
e
antrazes.
Todos
os
cinocéfalos
vorazes
Cheiram
seu
corpo.
À
noite,
quando
sonha,
Sente
no
tórax
a
pressão
medonha
Do
bruto
embate
férreo
das
tenazes.
Mostra
aos
montes
e
aos
rígidos
rochedos
A
hedionda
elefanxase
dos
dedos...
Há
um
cansaço
no
Cosmos...
Anoitece.
Riem
as
meretrizes
no
Cassino,
E
o
Lázaro
caminha
em
seu
des/no
Para
um
fim
que
ele
mesmo
desconhece!
ANJOS,
Augusto
dos.
O
lázaro
da
pátria.
Disponível
em:
hVp://pensador.uol.com.br/frase/NDU5ODU/
soneto
decassílabo
que
relê
cri/camente
o
indianismo;
o
locutor
se
solidariza
aos
excluídos
[aqui
representado
pelo
Lázaro
da
Pátria];
leitura
crí/ca
do
panorama
histórico-‐social
da
República
Velha.
20. AUGUSTO DOS ANJOS
pré-modernismo
Vês!
Ninguém
assis/u
ao
formidável
Enterro
de
tua
úl/ma
quimera.
Somente
a
Ingra/dão
–
esta
pantera
–
Foi
tua
companheira
inseparável!
Acostuma-‐te
à
lama
que
te
espera!
O
Homem,
que,
nesta
terra
miserável,
Mora,
entre
feras,
sente
inevitável
Necessidade
de
também
ser
fera.
Toma
um
fósforo.
Acende
teu
cigarro!
O
beijo,
amigo,
é
a
véspera
do
escarro,
A
mão
que
afaga
é
a
mesma
que
apedreja.
Se
a
alguém
causa
inda
pena
a
tua
chaga,
Apedreja
essa
mão
vil
que
te
afaga,
Escarra
nessa
boca
que
te
beija!
ANJOS,
Augusto
dos.
Versos
ín/mos.
Disponível
em:
hVp://www.releituras.com/aanjos_versos.asp
soneto
decassílabo
de
tom
veementemente
niilista
niilismo:
visão
nega/va
da
existência
niilismo:
crí/ca
à
visão
materialista
da
existência
metavsica
do
grotesco
21. AUGUSTO DOS ANJOS
pré-modernismo
Eu,
filho
do
carbono
e
do
amoníaco,
Monstro
de
escuridão
e
ru/lância,
Sofro,
desde
a
epigênese
da
infância,
A
influência
má
dos
signos
do
zodíaco.
Profundissimamente
hipocondríaco,
Este
ambiente
me
causa
repugnância...
Sobe-‐me
à
boca
uma
ânsia
análoga
à
ânsia
Que
se
escapa
da
boca
de
um
cardíaco.
Já
o
verme
–
este
operário
das
ruínas
–
Que
o
sangue
podre
das
carnificinas
Come,
e
à
vida
em
geral
declara
guerra,
Anda
a
espreitar
meus
olhos
para
roê-‐los,
E
há
de
deixar-‐me
apenas
os
cabelos,
Na
frialdade
orgânica
da
terra!
ANJOS,
Augusto
dos.
Psicologia
de
um
vencido.
Disponível
em:
hVp://www.releituras.com/aanjos_versos.asp
soneto
decassílabo
de
tom
veementemente
niilista
preferência
por
vocabulário
an/poé/co
metáfora:
verme,
operário
das
ruínas
visão
segundo
a
qual
é
preciso
degradar-‐se
até
o
fim
para
que
se
possa
transcender