O poema descreve uma mulher observando seu reflexo no espelho e sentindo o calor do sol em sua alma gelada, após sonhar com uma cidade encantadora. A mulher passa suas noites entregando-se ao amor e fumando cigarros como se fossem ópio, para aliviar seu tédio. A cidade tem uma vida letárgica igual a dela e de todos.
3. Sobe o fecho éclair, vê seu rosto no espelho;
Mil reflexos mas de um só rosto.
A pele levemente bronzeada, fios loiros mais
Curtos que o normal, com profundas olheiras;
Nada que um corretivo não possa amenizar...
4.
5. Vai à janela, sente o calor do sol
Esquentar sua alma dormente e gelada...
Ele dorme o sono dos justos? Só ele sabe.
Ela sonhou com a primavera em uma cidade grande,
Com rios que exibiam leitos em tom safira
Encapelados pelos ventos...
6.
7. Descobriu uma cidade enrodilhada ao redor
De ruas, igrejas e praças em uma trama
Igual a um cesto de serpentes aninhadas...
Uma cidade silenciosa, tocada em nuvens de
luzes piscantes, árvores verdes delirantes
Que ganham a rua ao anoitecer e a tornam amante;
Que ela aceita sem inibição...
8.
9. Leva o amor todas as noites entregando-se
Com olhos fechados, ouvindo dos bares os
Músicos cansados, óculos escuros com sua insônia
Dando os últimos acordes...
Ao sair acende um cigarro como se fosse ópio,
Adicionado ao ópio o narcótico que aplaca seu
Tédio, um amigo íntimo, amável, presente, fiel...
10.
11. Nesse momento a cidade tem vida letárgica
Tal qual a dela e de todas as pessoas...
Na rua, seus passos são ouvidos pelo único
Brilho que carrega em sua alma cansada;
Sandálias douradas.
12.
13. Criatura
Adormece cantando louvores
Amanhece despida de pudores
Da vida faz sonhos, amores
Doa o ventre, colhe flores
Nos poemas morre em dores
No fogo é labareda
No início caos, no fim pó.
Marcia Portella
Goiânia – Go -Brasil
14. Mil reflexos mas de um só rosto.
A pele levemente bronzeada, fios loiros mais
Curtos que o normal, com profundas olheiras;
Nada que um corretivo não possa amenizar...
Vai à janela, sente o calor do sol
Esquentar sua alma dormente e gelada...
Ele dorme o sono dos justos? Só ele sabe.
Ela sonhou com a primavera em uma cidade grande,
Com rios que exibiam leitos em tom safira
Encapelados pelos ventos...
Descobriu uma cidade enrodilhada ao redor
De ruas, igrejas e praças em uma trama
Igual a um cesto de serpentes aninhadas...
Uma cidade silenciosa, tocada em nuvens de
luzes piscantes, árvores verdes delirantes
Que ganham a rua ao anoitecer e a tornam amante;
Que ela aceita sem inibição...
Leva o amor todas as noites entregando-se
Com olhos fechados, ouvindo dos bares os
Músicos cansados, óculos escuros com sua insônia
Dando os últimos acordes...
Ao sair acende um cigarro como se fosse ópio,
Adicionado ao ópio o narcótico que aplaca seu
Tédio, um amigo íntimo, amável, presente, fiel...
Nesse momento a cidade tem vida letárgica
Tal qual a dela e de todas as pessoas...
Na rua, seus passos são ouvidos pelo único
Brilho que carrega em sua alma cansada;
Sandálias douradas.
Marcia Portella
Dourado
15. Formatação: Luzia Gabriele
E-mail: luziagabriele@hotmail.com
Poetisa: Marcia Portella
http://marciaportellago.blogspo.com
Imagens: Internet e Arquivo Pessoal
Música: Richard Clayderman The Shadow Of Your Smile Instrumental
Criação: Luzia Gabriele
http://www.slideshare.net/luziagabriele
Data: 26 de Outubro de 2016