2. Olegário Mariano Carneiro da Cunha, poeta, diplomata, deputado federal e constituinte, nasceu em Recife, Pernambuco, Estreou na vida literária aos 22 anos com o volume Angelus , em 1911. Segundo os biógrafos da Academia Brasileira de Letras, da qual foi membro, “sua poesia lírica é simples, correntia, de fundo romântico, pertinente à fase do sincretismo parnasiano-simbolista de transição para o Modernismo. Ficou conhecido como o "poeta das cigarras", por causa de um de seus temas prediletos
3. OBRA LITERÁRIA Angelus, 1911; Sonetos , 1912; Evangelho da sombra e do silêncio , 1912; Água corrente , 1918; Últimas cigarras , 1920; Castelos na areia , 1922; Cidade maravilhosa , 1923; Ba-ta-clan , 1924; Canto da minha terra , 1930; Destino , 1931; Teatro, 1932; Vida, caixa de brinquedos ; O enamorado da vida , 1937; Da cadeira 21 , 1938; Quando vem baixando o crepúsculo, 1945; A vida que já vivi ,1945; Cantigas de encurtar caminho , 1949; Tangará conta histórias , 1953; Correio sentimental; Toda uma vida de poesia , 2 volumes, 1957.
4. ARCO-ÍRIS Choveu tanto esta tarde Que as árvores estão pingando de contentes. As crianças pobres, em grande alarde, Molham os pés nas poças reluzentes. A alegria da luz ainda não veio toda. Mas há raios de sol brincando nos rosais. As crianças cantam fazendo roda, Fazendo roda como os tangarás: "Chuva com sol! Casa a raposa com o rouxinol." De repente, no céu desfraldado em bandeira, Quase ao alcance da nossa mão, O Arco-da-Velha abre na tarde brasileira A cauda em sete cores, de pavão. Canto da Minha Terra (1930).
5. O SOL QUE CANTA Quando a cigarra canta é o sol que canta. Por isso o canto dela acorda cedo E vai rolando com veemência tanta Que enche as grotas, os campos e o arvoredo. Desce aos vales, penetra na garganta Da serra e acorda a pedra do rochedo. Parece que da terra se levanta Um punhado de pássaros com medo. Em chispas de ouro e vibrações estranhas Vibram clarins nas notas derramadas ... Estilhaçam-se taças nas montanhas ... E o sol, seguindo o canto que se alteia, Deita fogo na poeira das estradas E põe pingos de luz nos grãos de areia. Últimas cigarras (1920)
6. A TOADA DA CHUVA Chove incessantemente . . . Uma garoa Fina e sutil parece não ter fim. No ar pardacento uma andorinha voa . . . E a chuva bate como um tamborim. Para os seres sem alma a vida é boa, Para mim que sou triste a vida é ruim, Pois me falta o calor de uma pessoa Que é a própria vida boa para mim. E a chuva continua à toa, à toa . . . Chuva, por que vives caindo assim? Será que uma outra força te magoa? Por que teu choro d’água não tem fim? Se eu tivesse o calor de uma pessoa, Seria a vida um sonho para mim. (Cidade Maravilhosa – 1923 Livro dedicado ao Rio de Janeiro)
7. PESQUISA e FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan [email_address] MÚSICA: Abismo de rosas (Américo Jacomino “Canhoto”) Execução: Dilermando Reis IMAGENS: da Internet INFORMAÇÕES: do site de Antonio Miranda (Repasse com os devidos créditos) BLOGs: www.mimabadan.blogspot.com wwwrecantodepalavras .blogspot.com wwwrecantodasreceitas .blogspot.com wwwcasadavovomima .blogspot.com wwwpurezadoutrinaria .blogspot.com PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS em: www.slideshare.net/mimabadan