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ISSN2316-629011ªEDIÇÃO
ATENÇÃO
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
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recomendações de controle e restrições estaduais para os alvos descritos na bula de cada produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a
utilização do produto por menores de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e os restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola.
Copyright. Janeiro 2020 FMC. Todos os direitos reservados.
CADA GRÃO DE CAFÉ
OrgulhoÉ MOTIVO DE
www.fmcagricola.com.br
Por trás de todo bom café, existe uma
história de dedicação e carinho que
só quem planta sabe contar. É por
isso que a FMC faz questão de estar
cada vez mais perto do produtor,
respeitando a sua experiência e
desenvolvendo produtos na medida
certa para proteger o café em cada
uma de suas fases.
FMC CAFÉ
Inseticidas:
ALTACOR®
BENEVIA®
NEXIDE®
Fungicidas:
AUTHORITY®
ROVRAL®
Biopotencializador:
CROP+®
Nematicida:
RUGBY®
Programa
Impact Mix:
WARRANT®
700 WG
IMPACT®
125 SC
Herbicidas:
STONE®
ALLY®
AURORA®
BORAL®
Nematicida
biológico:
QUARTZO®
4
O
cultivo e o consumo de café pelo mundo
seguem uma tendência ao crescimento,
apresentando aumentos significativos des-
de a década de 1990. Dados da Embrapa indicam
que o setor segue uma taxa de crescimento de 2%
ao ano, e estima-se que a produção chegue aos 208
milhões de sacas até 2030.
Nos 10 últimos anos a produção global de café
cresceu a uma taxa média anual de cerca de 2,6%,
passando de 140,16 milhões de sacas em 2010/11 a
um volume estimado de 168,71 milhões em 2019/20.
A queda de produção dos arábicas no ano cafeeiro
corrente é estimada em 4,1%, com 96,22 milhões
de sacas produzidas, refletindo em grande medi-
da o ano de baixa do ciclo produtivo desses cafés no
Brasil.
Calcula-se, porém, que a produção mundial dos
robustas, aumentando 3,7%, alcançou 72,47 mi-
lhões de sacas. Globalmente, os três maiores pro-
dutores de todos os tipos de café são o Brasil,o Viet-
nã e a Colômbia, que agora respondem por quase
70% da produção mundial.Há uma década esses três
países respondiam por pouco menos de 60% da pro-
dução mundial.
Mesmo com grande popularidade pelo mundo,
o mercado mundial de café chegou em 2019 mar-
cando o segundo ano consecutivo em que a oferta
ultrapassa a demanda. Na prática, a abundância do
produto pressiona os preços para baixo e prejudica
a rentabilidade do mercado.
Enfrentar intempéries climáticas, oscilações de
preços no mercado, pragas e a mão de obra cada
vez mais escassa não é para qualquer um,mas o ca-
feicultor brasileiro é mestre nesta arte, ainda mais
Representantes
Agromídia Desenv. de Negócios Publicitários
Tel.: (11) 5092-3305
Foto Capa
Valéria Vidigal
Projeto Gráfico/Diagramação
Impressão
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PABX: (34) 3231-2800
R. Bernardino Fonseca, 88 – B. General Osório
Uberlândia-MG 38.400-220
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O Anuário do Café é imparcial em relação ao seu
conteúdo agronômico. Os textos aqui publicados
são de inteira responsabilidade de seus autores.
Assinaturas
Beatriz Prado Lemes
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4
55
se o assunto são os especiais. Estados Unidos, Ale-
manha, Japão, Itália, Bélgica, Canadá, Reino Uni-
do, Suécia, Finlândia e Espanha já importam a
maioria do café especial produzido em Minas,com
alto valor agregado para os cafeicultores, chegando
a mais de R$ 800,00 a saca de 60 kg comercializa-
da, mostrando uma rentabilidade interessante para
quem aposta no diferenciado.
Em relaççao aos cafés convencionais, esta-
belecendo um ranking do faturamento bru-
to dos seis primeiros Estados produtores
de café, constata-se que Minas Gerais fi-
gura em primeiro lugar, com R$ 10,6
bilhões, equivalentes a 54,92% do
total. Em segundo, o Espírito San-
to se destaca com R$ 4,28 bilhões
(22,17%), seguido por São Paulo
com R$ 1,92 bilhão (9,94%).
Assim, com uma análise apu-
rada feita pelos mais conceituados
profissionais do setor, entregamos
em suas mãos o Anuário do Café
2020, uma obra que desenvolve-
mos com o intuito de potenciali-
zar a produção brasileira e mostrar
a força dos nossos cafeicultores
que, faça chuva ou faça sol, não
desistem de produzir com a me-
lhor qualidade que lhes é desafiada.
É deles toda a gratidão que te-
mos, ao finalizar mais essa etapa!
Miriam Lins Oliveira
Editora
Shutterstock
6
07 Produção
49 Custos
59 Mercado
81 Especiais
09 Brasil enfrenta bienalidade negativa
20 Minas continua líder na cafeicultura
23 Espírito Santo – clima interfere no resultado
24 São Paulo - redução da safra é reflexo da bienalidade
25 Goiás colhe safra positiva
26 Bahia - 2019 marca menor produção
28 Rondônia - produtividade elevada, na contramão do Brasil
29 Paraná - variação acompanha ritmo do País
30 Mato Grosso - área menor, produtividade maior
31 Rio de Janeiro - menos 30% em produção
32 Cafeicultura em ritmo acelerado
38 Perfil produtivo das principais regiões produtoras
42 Café com sabor de Brasil
50 Análise de custos x rentabilidade
56 Projeções da cafeicultura até 2029
60 Brasil bate recorde em exportações
66 Mercados mundiais mais promissores
70 Expressão do potencial das variedades de café
74 Cafés de origem – cresce comercialização em 2019
6
82 Cafés diferenciados têm demanda garantida
85 O que se entende por café especial?
88 Cafeicultores de destaque no Brasil
94 Cafés orgânicos - a volta ao passado
07 Produção
49 Custos
59 Mercado
81 Especiais
09 Brasil enfrenta bienalidade negativa
20 Minas continua líder na cafeicultura
23 Espírito Santo – clima interfere no resultado
24 São Paulo - redução da safra é reflexo da bienalidade
25 Goiás colhe safra positiva
26 Bahia - 2019 marca menor produção
28 Rondônia - produtividade elevada, na contramão do Brasil
29 Paraná - variação acompanha ritmo do País
30 Mato Grosso - área menor, produtividade maior
31 Rio de Janeiro - menos 30% em produção
32 Cafeicultura em ritmo acelerado
38 Perfil produtivo das principais regiões produtoras
42 Café com sabor de Brasil
50 Análise de custos x rentabilidade
56 Projeções da cafeicultura até 2029
60 Brasil bate recorde em exportações
66 Mercados mundiais mais promissores
70 Expressão do potencial das variedades de café
74 Cafés de origem – cresce comercialização em 2019
6
82 Cafés diferenciados têm demanda garantida
85 O que se entende por café especial?
88 Cafeicultores de destaque no Brasil
94 Cafés orgânicos - a volta ao passado
88
PRODUÇÃO
BRASIL
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BIENALIDADE NEGATIVA
REFLETE EM PRODUÇÃO MENOR
A área total cultivada no País com café (arábica e conilon) totaliza
2,13 milhões de hectares. A safra de café em 2019 foi de 49,31
milhões de sacas beneficiadas, representando decréscimo de 20%.
9
Shutterstoc
k
1010
PRODUÇÃO
BRASIL
11
BRASIL - PREÇOS MÍNIMOS DE GARANTIA (R$/60 KG)
Descrição
Café arábica (preço básico)
Café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor,
com até 86 defeitos, peneira 13 acima,
admitido até 10% de vazamento e teor de
umidade de até 12,5% (básico).
Café robusta (conilon) - preço básico
Café conilon, tipo 7, com até 150 defeitos,
peneira 13 acima e teor de umidade de até
12,5% (básico).
Safra
2016/2017
330,24
208,19
Safra
2018/2019
341,21
202,19
Safra
2017/2018
333,03
223,59
Safra
2019/2020
362,53
210,13
C
om a consolidação da safra 2019,confirmou-
-se a expectativa de produção menor que
aquela apresentada no ano anterior. A influ-
ência exercida pelos efeitos fisiológicos oriundos da
bienalidade negativa, sobretudo no café arábica, ex-
plica, em parte, a diminuição expressa nesse volume
colhido.
Além disso, a área destinada à produção tam-
bém foi inferior a 2018,favorecendo a variação ne-
gativa observada no resultado final.De modo geral,
foram obtidas aproximadamente 49,31 milhões de
sacas beneficiadas em 2019, representando decrés-
cimo de 20% em relação ao exercício passado.
O rendimento médio ficou em 27,20 sc/ha, sen-
do 17,8% menor que a produtividade média verifi-
cada no ciclo passado. Além dos fatores já mencio-
nados, algumas intempéries climáticas registradas
em regiões cafeicultoras importantes durante o ci-
clo também impactaram nos números finais.
Arábica: a produção foi de 34,30 milhões de
sacas, representando redução de 27,8% em compa-
ração ao volume obtido na safra passada.
Conilon: foram cerca de 15,01 milhões de sa-
cas colhidas,simbolizando incremento de 5,9% em
relação a 2018.
Café total (arábica e conilon)
A área total cultivada no País com café (arábica
e conilon) totaliza 2,13 milhões de hectares, 1,2%
menor que a cultivada em 2018. Desse total, 318,92
mil hectares (15%) estão em formação e 1,81 mi-
lhão de hectares (85%) em produção.
Em comparação com a safra anterior, a área em
produção reduziu 2,8%, enquanto a área em forma-
ção aumentou 8,4%.Por se tratar de uma safra de bie-
nalidade negativa, é normal que os produtores apro-
veitem para realizar tratos culturais nas lavouras e,
consequentemente, diminuir a área em produção.
Área total de arábica
A área plantada com café arábica no País soma
1,73 milhão de hectares, o que corresponde a 81%
da área existente. Para esta safra, estima-se dimi-
nuição de 0,9% (16,4 mil hectares) em relação à sa-
fra passada.
Minas Gerais concentra a maior área com a es-
pécie, 1,22 milhão de hectares, correspondendo a
70% da área ocupada com café arábica em âmbito
nacional. A área plantada com café arábica no País
tem se mantido estável nas últimas dez safras e gira
em torno de 1,7 milhão de hectares.
Além dos ciclos plurianuais de preços e produ-
ção de café, o café arábica é caracterizado por flu-
tuações de área em produção entre as safras. Essas
variações ocorrem devido ao ciclo de bienalidade
do café.
Nos anos de ciclo de bienalidade negativa a área
em formação aumenta, uma vez que os produtores
optam por manejar as culturas, especialmente as áre-
as mais velhas, onde a produtividade é menor. Em
2019, ano de bienalidade negativa, tivemos um au-
mento de 12,2% na área em formação.
Área total de conilon
Para o café conilon, a estimativa é de redução
de 2,5% na área, estimada em 398,8 mil hectares.
Desse total, 363,1 mil hectares estão em produção
e 35,7 mil hectares em formação. No Espírito San-
to está a maior área, 261,5 mil hectares, seguido
por Rondônia, com 70,5 mil hectares e logo após a
Bahia, com 39,9 mil hectares.
Fonte: Conab
12
PRODUÇÃO
BRASIL
Valéria Vidigal
NORTE 9.538 7.820 (18,0) 63.879 62.729 (1,8) 73.417 70.549 (3,9)
RO 9.538 7.820 (18,0) 63.879 62.729 (1,8) 73.417 70.549 (3,9)
NORDESTE 7.487 12.400 65,6 130.000 97.335 (25,1) 137.487 109.735 (20,2)
BA 7.487 12.400 65,6 130.000 97.335 (25,1) 137.487 109.735 (20,2)
Cerrado 937 2.300 145,5 11.300 9.000 (20,4) 12.237 11.300 (7,7)
Planalto 3.650 7.200 97,3 71.000 51.335 (27,7) 74.650 58.535 (21,6)
Atlântico 2.900 2.900 - 47.700 37.000 (22,4) 50.600 39.900 (21,1)
CENTRO-OESTE 5.001 4.090 (18,2) 15.215 15.354 (0,9) 20.216 19.444 (3,8)
MT 2.856 2.790 (2,3) 9.310 8.422 (9,5) 12.166 11.212 (7,8)
GO 2.145 1.300 (39,4) 5.905 6.932 (17,4) 8.050 8.232 2,3
SUDESTE 267.559 291.157 8,8 1.611.132 1.590.710 (48,2) 1.878.691 1.881.867 0,2
MG 215.038 246.281 14,5 1.008.595 983.726 (2,5) 1.223.633 1.230.007 0,5
Sul e Centro-Oeste 118.186 155.249 31,4 514.193 496.613 (3,4) 632.379 651.862,4 3,1
ES 39.724 31.301 (21,2) 387.926 393.902 (1,5) 427.650 425.203 (0,6)
RJ 1.436 1.433 (0,2) 12.030 11.713 (2,6) 13.466 13.146 (2,4)
SP 11.361 12.142 6,9 202.581 201.369 (0,6) 213.942 213.511 (0,2)
SUL 3.300 2.300 (30,3) 37.500 36.900 (1,6) 40.800 39.200 (3,9)
PR 3.300 2.300 (30,3) 37.500 36.900 (1,6) 40.800 39.200 (3,9)
OUTROS (*) 1.309,1 1.150 (12,2) 6.596,8 9.881 (49,8) 7.905,9 11.031 39,5
NORTE/NORDESTE 17.025 20.220 18,8 193.879 160.064 (17,4) 210.904 180.284 (14,5)
CENTRO-SUL 275.860 297.547 7,9 1.663.847 1.642.964 (1,3) 1.939.707 1.940.511 -
BRASIL 294.194,1 318.917 8,4 1.864.322,8 1.812.909 (2,8) 2.158.516,9 2.131.826 (1,2)
TABELA 1 - CAFÉ TOTAL (ARÁBICA E CONILON) - COMPARATIVO DE ÁREA EM FORMAÇÃO,
EM PRODUÇÃO E TOTAL
REGIÃO/UF
ÁREA EM FORMAÇÃO (ha)
Safra 2018
(a)
Safra 2018
(c)
Safra 2018
(e)
ÁREA EM PRODUÇÃO (ha)
Safra 2019
(b)
Safra 2019
(d)
Safra 2019
(f)
ÁREA TOTAL (ha)
VAR. %
(b/a)
VAR. %
(d/c)
VAR. %
(f/e)
Norte, Jequitinhonha
e Mucuri
2.849 26.408 29.2574.295 24.904,4 29.199,450,8 (5,7)
Triângulo, Alto
Paranaíba e Noroeste
42.829 189.183 232.01240.235 185.688,2 225.923,2(6,1) (1,8) (2,6)
Zona da Mata, Rio
Doce e Central
51.174 278.811 329.98546.502 276.520 323.022(9,1) (0,8) (2,1)
(0,2)
Legenda: (*) Acre, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Fonte: Conab.
Nota: Estimativa em dezembro/2019.
14
Apesar de também sofrer influência da bienali-
dade, normalmente ela ocorre com menor intensi-
dade no conilon. A área dessa espécie vem decres-
cendo a cada ano.Desde 2009 a área reduziu 153,4
mil hectares. A área em formação segue pratica-
mente estável,em torno de 39 mil hectares,varian-
do de 5,0 a 10% em relação à área total.
A diminuição na área está vinculada à tendên-
cia importante na otimização do manejo dessa cul-
tura e à utilização de material genético mais pro-
dutivo.
Histórico
A área cultivada com café nesta safra é 26,7 mil
hectares menor que a de 2018. Nos últimos anos,
a área vem apresentando redução e esse comporta-
mento tem sido compensado pelos ganhos de pro-
dutividade alcançados pelos produtores, tendo em
vista a aplicação de novas tecnologias.
Dos principais Estados produtores, apenas Mi-
nas Gerais apresentou ganho na área cultivada no pe-
ríodo de 2001 a 2019. Na região da Zona da Mata,
em Minas Gerais,a área em produção diminuiu 0,8%
em relação à safra passada em razão da intensificação
das podas nas lavouras mais velhas ou que necessita-
vam de renovação.
Na Bahia, a redução da área produtiva se deve,
principalmente, à erradicação de lavouras de café
que foram abandonadas ou substituídas por pasta-
gens para a criação de bovinos, grãos e pela fruti-
cultura e também ao ajuste na área cultivada, com
base no mapeamento realizado e divulgado em ja-
neiro, no boletim do primeiro levantamento da sa-
fra 2019 de café.
Em relação ao aumento da área em formação,
este se deve ao plantio, impulsionado pelos bons
resultados das últimas safras.
Produtividade total (arábica e conilon)
Para a safra 2019, a produtividade foi de 27,20
sc/ha, que equivale à redução de 17,8% em relação
à safra passada.Tal diminuição ocorreu em pratica-
mente todas as regiões produtoras, principalmente
naquelas que dispõem de café arábica devido aos
impactos ocasionados pela bienalidade nega-
tiva,além da estiagem em dezembro de
2018 e janeiro de 2019.
Esses eventos compro-
meteram a formação
e a granação
dos
14
PRODUÇÃO
BRASIL
Shutterstock
15
frutos.Contribuíram também para a redução de pro-
dutividade a alta incidência de broca-do-café,ocasio-
nando a queda prematura dos frutos e perdas signi-
ficativas no peso.
Na maior parte das regiões onde predomina o
cultivo do conilon,a expectativa é de rendimento mé-
dio superior ao da safra passada devido às caracterís-
ticas fisiológicas dessa espécie e sua maior resistência
aos efeitos da bienalidade.
Os ciclos de bienalidade são uma das caracterís-
ticas do cafeeiro, em especial para o café arábica, e
consiste na alternância de um ano com grande flo-
rada seguido por outro,com florada menos intensa.
Esta é uma característica natural da cultura pe-
rene, ocasionada pelo esgotamento da planta, uma
vez que no ano de bienalidade negativa ela se re-
cupera para produzir melhor na safra subsequente.
No entanto,o melhor manejo e o pacote tecno-
lógico elevado utilizados pelos produtores têm le-
vado, ao longo dos anos, a uma diminuição da di-
ferença entre as produtividades de ciclo positivo e
negativo.
O que esperar para 2020
O 1º Levantamento da safra 2020 de café pre-
vê, em quase todas as regiões produtoras de café
do País, a influência (sobretudo no café arábica) da
bienalidade positiva, estimando assim uma produ-
ção maior que aquela obtida em 2019, devendo al-
cançar entre 57,2 milhões e 62,02 milhões de sa-
cas beneficiadas.
A área destinada a essa produção, 1.885,5 hec-
tares,apresenta crescimento de 4% e o volume a ser
produzido entre 15,9 e 25,8% em relação à tempo-
rada passada.
Arábica
Produção estimada entre 43,2 milhões e 45,93
milhões de sacas,representando aumento em com-
paração ao volume produzido na safra passada en-
tre 26 e 34,1%, respectivamente.
A área plantada do café arábica no País soma
1,75 milhão de hectares,o que corresponde a 81,3%
da área existente com lavouras de café. Para esta sa-
fra, estima-se incremento de 1,4% em relação à sa-
fra passada.
Minas Gerais concentra a maior área com a es-
pécie, 1,22 milhão de hectares, correspondendo,
nesta safra, a 72,1% da área ocupada com café ará-
bica em âmbito nacional.A área plantada com café
arábica no País tem se mantido estável nas últi-
mas dez safras e gira em torno de 1,77 milhão de
hectares.
Além dos ciclos plurianuais de preços e produ-
ção de café, o café arábica é caracterizado por flu-
tuações de área em produção entre as safras. Essas
variações ocorrem devido ao ciclo de bienalida-
de do café.
Nos anos de ciclo de bienalidade negativa a
área em formação aumenta,uma vez que os produ-
tores optam por manejar as culturas, especialmen-
te as áreas mais velhas, onde a produtividade é me-
nor.Em 2020,ano de bienalidade positiva,teremos
uma redução de 14,1% na área em formação.
Conilon
Produção estimada entre 13,95 milhões e 16,04
milhões de sacas, representando redução de 7,1 % e
crescimento de 6,8%, respectivamente, em compa-
ração ao volume produzido na safra passada.
Para o café conilon, a expectativa é de aumento
de 1,4% na área, estimada em 404,3 mil hectares.
Desse total, 371,1 mil hectares estão em produção
e 33,2 mil hectares em formação.No Espírito San-
to está a maior área, 265,2 mil hectares, seguido
por Rondônia, com 71,05 mil hectares e a Bahia,
com 40,9 mil hectares.
Apesar de também sofrer influência da bienali-
dade, no conilon normalmente ela ocorre com me-
nor intensidade. A área dessa espécie vem decres-
cendo a cada ano. No período de uma década a área
em formação manteve-se praticamente estável, em
torno de 35,2 mil hectares.
35.000
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
2017
2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
2016
2018
2019(*)
20.000
30.000
15.000
25.000
10.000
5.000
-
GRÁFICO 1 - PRODUTIVIDADE DE CAFÉ TOTAL (ARÁBICA E CONILON) NO BRASIL
Emsc/ha
Bienalidade negativa Bienalidade positiva
Legenda: (*) Estimativa em dezembro/2019
Fonte: Conab
1616
PRODUÇÃO
BRASIL
Shutterstock
17
A diminuição de área dessa espécie está vincu-
lada a uma tendência importante na otimização do
manejo da cultura e à utilização de material gené-
tico mais produtivo.
Produtividade esperada
Em 2020, estima-se que a produtividade se si-
tue entre 30,31 e 32,89 sc/ha,representando um au-
mento entre 11,4 e 20,9% em relação à safra pas-
sada, que foi de bienalidade negativa. O aumento
deve ocorrer em quase todas as principais regiões
produtoras.
A região sul e centro-oeste de Minas Ge-
rais é a maior produtora de arábica do País. Hou-
ve boas chuvas no final de setembro, que propi-
ciaram a primeira florada dos cafeeiros, porém, os
volumes em outubro foram muito inferiores à mé-
dia histórica e mal distribuídos, o que prejudicou
o desenvolvimento dos chumbinhos das floradas
de outubro, que ficaram estagnados, enquanto os
chumbinhos oriundos da florada de setembro ex-
pandiram-se, destoando em tamanho dos demais
frutos.
Com a volta das chuvas, em novembro, os fru-
tos retomaram seu crescimento (expansão) normal.
Onde predomina o cultivo de conilon, a expec-
tativa é de produtividades próximas à da safra pas-
sada em virtude das boas condições climáticas. O
Espírito Santo, maior produtor de conilon do Bra-
sil, deverá aproximar-se de 65% da produção na-
cional e, por isso, as variações que ocorrem naquele
Estado influenciam a média nacional.
A menor expectativa desta safra é devido às
condições climáticas que não foram tão boas em
2019, quando as chuvas foram abaixo do ideal para
a cultura e as temperaturas altas,visto que em 2018
ocasionou um menor desenvolvimento da copa
dos ramos produtivos.
A incidência de fortes ventos na fase de flora-
da, em agosto e setembro, derrubou muitas flo-
res e folhas das plantas, contribuindo também para
uma estimativa de produtividade menor ou próxi-
ma à safra passada.
Preços internacionais
A safra recorde colhida em 2018 deixou o mer-
cado bastante ofertado,gerando grande volume ex-
cedente de produto, cujos efeitos provocaram que-
da nos preços externos e no mercado nacional, fato
ocorrido com maior intensidade no período de ju-
nho/18, quando o valor médio de comercializa-
ção do arábica saiu de R$ 452,75 para R$ 378,33/
sc, em maio/19 e o conilon de R$ 315,84 para R$
262,32/sc, em idêntico período.
A partir de junho/19 o mercado começou a re-
agir, produtores e demais segmentos da cadeia di-
vidiram suas preocupações com a situação irregu-
lar do clima no Brasil, evento que se estendeu até
setembro.
Predominou, nesse período, a baixa incidên-
cia de chuvas e ocorrência de altas temperaturas na
maioria das regiões produtoras.
Ressalta-se que a valorização do dólar em re-
lação ao real foi um dos mais importantes instru-
mentos de sustentação dos preços do café no mer-
cado interno ao longo do ano, principalmente nos
momentos em que as cotações nos mercados futu-
ros de Nova Iorque e de Londres acenavam com
tendência de baixa.
No mercado internacional, os preços futuros
dos contratos dos cafés arábica e conilon recuaram
no início do ano após as fortes altas verificadas nos
meses de novembro e dezembro/19. A normaliza-
ção do clima com o retorno das chuvas nas regi-
ões cafeeiras do Brasil e a entrada de produto de
origem colombiana e de países da América Cen-
tral tem contribuído para o arrefecimento das co-
tações.
Entre janeiro/18 e outubro/19, os preços in-
ternacionais do café (arábica saiu de US$ 124,01
Cents/lb para US$ 97,37 Cents/lb e o conilon de
US$ 79,43 para US$ 56,63 Cents/lb) seguiram em
uma trajetória de baixa.
No meio desse percurso houve momentos pon-
tuais de recuperação, a exemplo do ocorrido em ou-
tubro/18, no entanto, depois, o mercado retornava
ao comportamento habitual, isto é, de baixa.
Durante esse período o mercado foi pressio-
nado por duas grandes safras, com destaque para a
produção recorde colhida na safra 2018/19, e ou-
tra boa safra em 2019/20,ligeiramente inferior,em
3,1%.
Tamanha oferta de produto superou a deman-
da mundial, que também cresceu, não na mesma
proporção, já que o excedente produzido foi supe-
rior ao aumento da demanda. Portanto, e em con-
sonância com as previsões do USDA, a oferta de
café nos dois últimos anos safra foi superavitária,
notadamente no biênio 2018/19 (9.878 mil sa-
cas), fato que permitiu acumular importantes in-
crementos nos números dos estoques de passa-
gem, já que o volume estimado para o consumo
tem se mostrado inferior ao da produção.
Estes fatores aqui mencionados foram carac-
terizados como importantes pilares dos funda-
mentos do mercado do produto que, na situação
descrita, pressionaram de forma negativa os pre-
ços da commodity nos mercados futuros e dispo-
nível, ao longo do período ora analisado.
A partir de junho/19, com extensão até o mês
de dezembro/19, as operações nos mercados fu-
turos do arábica e do conilon retomaram o mo-
vimento de recuperação dos preços baseados em
informações mais realistas sobre o tamanho e a
qualidade da safra brasileira 2019/20, que ao ser
colhida mostrou-se inferior, quanti e qualitativa-
mente, às projeções divulgadas por agentes espe-
cializados que fazem parte da cadeia mundial do
produto.
Por ocasião do encerramento do ano, consta-
18
tou-se que o valor médio do contrato de primeira
entrega do café arábica negociado no mercado fu-
turo de Nova Iorque, em 2019, foi de US$ 101,84
Cents/lb, valor este inferior em 10,3% à média de
2018, calculada em US$ 113,57 Cents/lb.
Tendo em vista a boa recuperação dos preços,
ocorrida nos dois últimos meses do ano, o valor
médio de comercialização do contrato do arábica
na bolsa ice, em dezembro, ficou estabelecido em
US$ 129,72 Cents/lb.Em se tratando do café coni-
lon, verificou-se que o valor médio do contrato de
primeira entrega, negociado no mercado futuro de
Londres no ano de 2019, foi de US$ 63,67 Cents/
lb, valor este inferior 16,5% à média de 2018, cal-
culada em US$ 76,29 Cents/lb.
Como o mercado do conilon apresentou uma
baixa performance na recuperação dos preços,o valor
médio de comercialização do contrato na bolsa Liffe,
em dezembro, foi de 63,03 Cents/lb.
Inovações ditam o ritmo
Para seguir na atividade, os produtores terão que
continuar inovando,buscando e inserindo novas tec-
nologias no processo de produção, objetivando a re-
dução dos custos e o aumento dos níveis de produ-
tividade.Torna-se oportuno lembrar que, graças ao
avanço da pesquisa e ao uso intenso de novas téc-
nicas de produção, a produtividade do café nos úl-
timos 19 anos apresentou um expressivo incremen-
to de 88,9%,saindo de 14,4 sc/ha em 2001 para 27,2
sc/ha em 2019.
Fontes:
Djalma Fernandes de Aquino, analista de café da
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB
ARÁBICA
34,30 milhões de sacas
- 27,8% em relação a 2018
CONILON
15,01 milhões de sacas
+ 5,9% em relação a 2018
2,13 milhões de hectares
Área total cultivada no País
arábica e conilon
1,2% menor que a cultivada em 2018
318,92 mil hectares
(15%) em formação
1,81 milhão de hectares
(85%) em produção
18
PRODUÇÃO
BRASIL
Shutterstock
20
MINAS GERAIS
LÍDER NA PRODUÇÃO NACIONAL
E
m 2019 a produção no principal Estado pro-
dutor de café do Brasil ficou da seguinte for-
ma:
Sul de Minas (Sul e Centro-Oeste): redução
da área em produção e do rendimento médio da
cultura em comparação ao ano anterior, refletin-
do assim em uma produção final inferior aos 17,9
milhões de sacas colhidas em 2018. Foram produ-
zidas cerca de 13,98 milhões de sacas nesta tem-
porada.
Cerrado Mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba
e Noroeste): diminuição de área, de produtividade
média e de produção, alcançando 4,59 milhões de
sacas beneficiadas.
Zona da Mata Mineira (Zona da Mata, Rio
Doce e Central): redução de área e produtividade
média. O volume final colhido ficou em 5,35 mi-
lhões de sacas.
Norte de Minas (Norte, Jequitinhonha e
Mucuri): produção menor que aquela obtida em
2018, devendo ficar em 628,7 mil sacas beneficia-
das.
A bienalidade negativa e as condições climáticas desfavoráveis fizeram com
que a produção de café em Minas Gerais, na safra 2019, recuasse 26,5% frente
ao ano anterior, com a previsão de colheita de 24,5 milhões de sacas de 60
quilos do grão, ante o volume de 33,3 milhões de sacas em 2018
PRODUÇÃO
ESTADOS
21
70%da área total
nacional
Áreaocupa
da com café arábica em Mina
sGerais
Panorama 2020
30,71 a 32,08 milhões de sacas
Sul de Minas (Sul e Centro-Oeste): pers-
pectiva de ganho de área em produção e ren-
dimento médio da cultura, refletindo assim em
uma projeção também maior na produção final,
quando comparada à safra passada, devendo va-
riar entre 17,03 milhões e 17,79 milhões de sa-
cas, sinalizando crescimento de até 27,3% em
comparação à safra 2019.
As condições climáticas estão adequadas no
momento, com ocorrência de chuvas regula-
res desde novembro de 2019. Contudo, o de-
senvolvimento dos chumbinhos é considera-
do um pouco atrasado devido, principalmente,
ao estresse hídrico verificado em outubro de
2019,com os baixos índices pluviométricos re-
PRODUÇÃO
ESTADOS
22
gistrados à época.
Cerrado Mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba
e Noroeste): há estimativa de aumento de área, de
produtividade média e de produção, podendo al-
cançar entre 5,82 milhões e 6,07 milhões de sa-
cas beneficiadas, o que representa um aumento de
até 32,3% em relação a 2019. Ao longo do desen-
volvimento das lavouras, o clima oscilou bastante
na região. Se por um lado a ausência de precipita-
ções até o final de setembro de 2019 praticamen-
te eliminou a ocorrência de florada prematura ou
o abortamento dos botões que eventualmente flo-
rescessem no período, as chuvas de média a grande
intensidade e bem distribuídas, ocorridas nos últi-
mos dias de setembro de 2019, permitiram que as
lavouras apresentassem um potencial vigoroso de
florescimento no início do mês seguinte.
Vale destacar que a região do Cerrado Mineiro
se caracteriza pelo uso expressivo de tecnologia de
ponta no plantio, nos tratos culturais e na colheita
do café. A colheita é totalmente mecanizada, com
grande percentual de áreas irrigadas nos municí-
pios que integram a região.
De modo geral, estima-se que 20% das lavouras
estejam com bom aspecto vegetativo e bem nutri-
das. O restante apresenta desfolhamento, falhas na
recomposição nutricional e no combate a doenças e
pragas, fruto do baixo índice remuneratório da la-
voura nos últimos anos.
Zona da Mata Mineira (Zona da Mata, Rio
Doce e Central): expectativa de crescimento em
rendimento médio, área em produção e no volume
final produzido, que está estimado entre 7,21 mi-
lhões e 7,53 milhões de sacas,representando incre-
mento de até 40,6% em comparação à temporada
passada. Tal expectativa de crescimento se deve à
bienalidade positiva das lavouras, ao pequeno au-
mento da área em produção e às duas excelentes
floradas ocorridas na região, com condições climá-
ticas favoráveis durante o período.
Norte de Minas (Norte, Jequitinhonha e Mu-
curi): a previsão é de uma produção maior que aque-
la obtida em 2018, devendo ficar entre 655,7 mil e
684,9 mil sacas beneficiadas, apresentando variação
positiva entre 4,3 e 8,9%, respectivamente, quando
comparadas à safra anterior. De maneira geral, no
final de novembro e início de dezembro as lavou-
ras se encontravam em condições regulares e boas,
razoavelmente enfolhadas, sem relatos de doenças
de maior importância.
Nas localidades onde prevalecem as lavouras de
sequeiro e de pequenos produtores, os tratos cul-
turais são reduzidos, com menor dispêndio de re-
cursos. Já as lavouras irrigadas estão submetidas às
boas práticas de manejo e tratos culturais tecnica-
mente recomendados.
Shutterstock
22
PRODUÇÃO
ESTADOS
23
E
m 2019, as condições climáticas verifica-
das ao longo do desenvolvimento da cul-
tura oscilaram e, atrelado a isso, os efeitos
da bienalidade negativa trouxeram a diminuição de
rendimento médio e de produção total em compa-
ração a 2018, alcançando cerca de 13,49 milhões
de sacas, com uma produtividade média de 34,27
sc/ha.
Panorama 2020
13,02 milhões a 15,44 milhões de sacas
A primeira previsão indica, para a espécie co-
nilon,uma produção entre 9,01 e 10,67 milhões de
sacas e para a espécie arábica entre 4,01 e 4,77 mi-
lhões de sacas, o que resulta em uma produção to-
tal entre 13,02 e 15,44 milhões de sacas.
A cafeicultura capixaba é muito relevante no
cenário nacional, sendo, portanto, a segunda maior
do País. Para essa safra, a expectativa é que o pa-
tamar continue elevado, estimando uma produção
entre 13 e 15,4 milhões de sacas.A área em produ-
ção deve se manter próxima àquela verificada em
2018, apontando 400,3 mil hectares (1,6% a mais
do que os 393,9 mil hectares utilizados na tempo-
rada passada).
Com a consolidação da safra 2019 de café no Estado, houve a confirmação da
produção de aproximadamente 13,5 milhões de sacas, sendo cerca de 3,0 mi-
lhões de sacas com o café arábica e 10,5 milhões de sacas com o café conilon
Shutterstock
ESPÍRITO SANTO
CLIMA INTERFERE NO RESULTADO
PRODUÇÃO
ESTADOS
24
C
om uma produção predominantemente de
café arábica e uma safra de bienalidade ne-
gativa, a previsão de redução em 2019 em
relação a 2018 se confirmou. Foram 4,34 milhões
de sacas beneficiadas, representando diminuição
de 31,1% em comparação ao ano passado.
Panorama 2020 - 5,71 a 6,1 milhões de sacas
Com uma produção predominantemente de café
arábica e uma safra de bienalidade positiva, a pre-
visão é de crescimento em relação a 2019, devendo
aumentar entre 31,6 e 40,5%.
O rendimento está estimado entre 27,66 e
29,53 sc/ha, acréscimo de 28,4 a 37% em relação à
temporada passada.
Quanto à produção, o volume previsto é de 5,7
a 6,1 milhões de sacas.A área em produção espera-
da é de 206,4 mil hectares, representando aumen-
to de 2,5% em comparação a 2019.
Shutterstock
A safra paulista de café 2019 ficou em 4.339,5 toneladas, representando redu-
ção de 31,1% em comparação à temporada passada, principalmente pela dimi-
nuição da produtividade média, que fechou em 21,55 sc/ha
REDUÇÃO DA SAFRA É REFLEXO
DA BIENALIDADE
SÃO PAULO
PRODUÇÃO
ESTADOS
25
GOIÁS
O
s incrementos verificados na área em pro-
dução e no rendimento médio potencia-
lizaram o resultado final da safra, que fe-
chou em 249,3 mil sacas beneficiadas. Tal número
foi 27,6% superior à produção alcançada na tem-
porada anterior.
Panorama 2020
265,2 a 276 mil sacas
Estimativa de redução de 8,5% na área em pro-
dução e ganhos na produtividade.Assim,a produção
deverá atingir um volume entre 265,2 e 276 mil sa-
cas, crescimento entre 6,4 e 10,7%.Vale lembrar que
as lavouras de café em Goiás são irrigadas.
Os efeitos da bienalidade positiva influencian-
do a produtividade da cultura, bem como os maio-
res investimentos realizados pelos produtores, es-
timularam o aumento no preço do café pago aos
cafeicultores. Outro importante fator é que produ-
tores que tinham problemas com o manejo conse-
guiram recuperar bem suas lavouras, e haverá um
significativo aumento de área em produção, em es-
pecial na região leste.
Foram cerca de 6,9 mil hectares em produção nesta safra, representando in-
cremento de área de 17,4% em relação à temporada passada. Ao todo foram
colhidas cerca de 249,3 mil sacas de café beneficiadas no Estado, com um ren-
dimento médio na ordem de 35,96 sc/ha
COLHE SAFRA POSITIVA
25
Shutter
stock
PRODUÇÃO
ESTADOS
26
BAHIA
2019 MARCA MENOR PRODUÇÃO
E
m 2019 houve diminuição de área em produ-
ção e de rendimento médio, perfazendo uma
produção aquém daquela obtida em 2018.
Ao todo foram colhidas 3,0 milhões de sacas. As
três regiões produtoras do Estado (Cerrado, Pla-
nalto e Atlântico) apresentaram números inferio-
res aos da safra passada.
Panorama 2020
3,6 a 4,1 milhões de sacas
Cerrado: crescimento de área em produção e ex-
pectativa de produção maior que 2019, podendo va-
riar entre 440 a 470 mil sacas. Na região do Cerrado
predomina o manejo irrigado em grandes proprieda-
des, conduzido por grupos empresariais, com opera-
ções mecanizadas e boas produtividades.
Planalto: previsão de aumento de área em
produção de 13,6% em comparação à safra passa-
da, além de expectativa de rendimento médio su-
perior àquela verificada em 2018. Na região do
Planalto predomina o manejo de sequeiro, em pe-
quenas propriedades, conduzidas por famílias pro-
dutoras, com baixas produtividades, mas ressalta-se a
existência de produtores com excelência produtiva,
com irrigação e colheita mecanizada.
Atlântico: região que sinaliza para incremento
de área em produção nesta safra, cerca de 6,1%, e
de 16,55% na produtividade média esperada, acar-
retando uma projeção de crescimento na produção
final. Na região do Atlântico predomina o manejo
irrigado, com propriedades médias e que apresen-
tam altas produtividades.
Foram destinados cerca de 97,3 mil hectares para a produção de café nesta
safra, sendo 60,3 mil hectares com o café arábica (nas regiões do Planalto e do
Cerrado baiano) e 37 mil hectares para o café conilon (exclusivamente na região
do Atlântico), representando 3,0 milhões de sacas beneficiadas, diminuição de
34,1% em relação a 2018
26
PRODUÇÃO
ESTADOS
27
Shutterstock
97,3 mil
hectares
Área plantada
3,0 milhões
de sacas beneficiadas
Produção
27
PRODUÇÃO
ESTADOS
28
RONDÔNIA
PRODUTIVIDADE
ELEVADA, NA
CONTRAMÃO
DO BRASIL
E
m 2019 a produtividade média cresceu, es-
pecialmente em razão do uso de materiais
genéticos de maior potencial produtivo e
do manejo mais tecnificado que os produtores têm
implantado em suas lavouras.Dessa forma,mesmo
com diminuição da área em produção,o volume fi-
nal obtido foi superior àquele registrado em 2018.
São cerca de 2,2 milhões de sacas de café, exclusi-
vamente do tipo conilon, colhidas em 2019 (au-
mento de 11,1% em relação ao ano passado).
Panorama 2020
2,34 a 2,39 milhões de sacas
A expectativa de aumento da área em produ-
ção e da produtividade média deverá alcançar en-
tre 6,6 e 8,7% em relação àquela apresentada no ano
passado. As condições climáticas para a safra 2020,
na maioria das regiões produtoras, têm se mostra-
do favoráveis ao desenvolvimento das lavouras e
formação dos frutos.
Na safra 2019 houve redução da área
em produção de 1,8% em comparação
com a temporada passada, com 62,7
mil hectares destinados ao café exclu-
sivamente do tipo conilon. A produti-
vidade ficou em cerca de 35,05 sc/ha,
perfazendo uma produção de 2.198,7
sacas beneficiadas
Shutterstock
2,2 milhões
de sacas de café conilon em 2019
+11,1% em relação a 2018
28
PRODUÇÃO
ESTADOS
29
PARANÁ
VARIAÇÃO ACOMPANHA RITMO DO PAÍS
A
área em produção e a produtividade mé-
dia em 2019 reduziram 1,6 e 3,2%, res-
pectivamente, quando comparadas a 2018.
Tais variações perfizeram uma produção inferior à
da safra anterior, ficando em 953 mil sacas de café.
Panorama 2020
880 a 970 mil sacas
A estimativa inicial para a safra 2020 é de redu-
ção na área em produção, devendo ficar em 36,1 mil
hectares, aproximadamente. Tal diminuição é re-
flexo do longo período de preços baixos praticados
no mercado físico,do aumento do custo de produção
e da necessidade de renovação das lavouras, visando
o aumento da produtividade e adaptação para meca-
nização. O intervalo da produção esperada está entre
880 mil e 970 mil sacas de café.
Foram 36,9 mil hectares destinados à cafeicultura na safra 2019, com um ren-
dimento médio de 25,83 sc/ha e uma produção na ordem de 953 mil sacas de
café arábica
Shutterstock
inferior à safra 2018
produção de
953 milsacas de café
PRODUÇÃO
ESTADOS
30
MATO GROSSO
ÁREA MENOR, PRODUTIVIDADE MAIOR
A
cafeicultura mato-grossense, especialmen-
te no Noroeste do Estado, tem se destaca-
do e demonstrado boa fonte de renda para
os produtores,principalmente para agricultores fami-
liares dotados de pequenas áreas.Um dos fatores que
tem contribuído para o aumento dessa renda é a ado-
ção de novas tecnologias,como: café clonal,irrigação,
adubação com recomendação técnica,entre outros.
Panorama 2020
159 a 168,8 mil sacas
Com crescimento de 17,6% na área em produção
e expectativa de ganhos entre 11,4 e 18,3% na produ-
tividade, a produção ficará entre 159 e 168,8 mil sa-
cas. A projeção é que a área em produção de café no
Estado seja de 9,9 mil hectares, exclusivamente do
café conilon, o que representa incremento de 17,6%
em relação à área da temporada passada.
Tal crescimento se deve às lavouras implantadas
nos últimos anos e que agora iniciarão seu período
produtivo. O perfil de cultivo dessas novas lavouras
é majoritariamente caracterizado pelo adensamento
das plantas, cujo espaçamento varia de 3 m x 1 m a
3 m x 0,75 m, típico de variedades de ciclo preco-
ce.
A destinação de área para a produção do café foi menor nesta safra em comparação
ao ano passado. Tal variação foi de 9,5%, perfazendo uma área de 8,4 mil hectares.
A produtividade média obtida foi 28,8% superior a 2018, alcançando 14,41 sc/ha
121,4 milsacas de café beneficiadas
16,5%a mais que em 2018
30
PRODUÇÃO
ESTADOS
Shutterstock
31
RIO DE JANEIRO
MENOS 30% EM PRODUÇÃO
A
produção carioca foi menor 29,2% que as
346 mil sacas de café beneficiadas no ciclo
passado. Ao todo foram produzidas cerca
de 245 mil sacas beneficiadas em 2019.
Panorama 2020
316 a 350 mil sacas
Com área semelhante à cultivada em 2019 e in-
cremento substancial na produtividade, estima-se
uma produção entre 316 e 350 mil sacas. O cultivo
do café arábica predomina no Estado.Os municípios
que produzem exclusivamente café conilon, os quais
se encontram em áreas de baixas altitudes, apresen-
tam uma área total inferior a 100 hectares.
No geral, houve diminuição da produtividade média, ficando em 20,92 sc/ha,
sendo 29,2% inferior ao rendimento obtido na safra passada. A área em pro-
dução também apresentou decréscimo em relação ao ano anterior, chegando
a 11,7 mil hectares
Shutterstock
2018
346 mil
2019
245 mil
SACAS DE CAFÉ BENEFICIADAS
-29,2%
31
PRODUÇÃO
ESTADOS
Fonte:
Companhia Nacional de Abastecimento - Conab
32
CAFEICULTURA MUNDIAL
EM RITMO ACELERADO
A
produção mundial de café, em 2019, foi de
168,1 milhões de sacas de 60 kg e o con-
sumo atingiu o volume físico de 167,9 mi-
lhões de sacas,segundo o Conselho dos Exportado-
res de Café do Brasil - Cecafé. O Brasil se destaca
como o maior produtor mundial, com 49,30 mi-
lhões de sacas, 29,45% de todo café produzido no
mundo, mantendo o protagonismo do País na ca-
feicultura mundial.
A taxa média anual de crescimento da deman-
da no longo prazo é de 2,2%, calculando-se que,
de 90,71 milhões de sacas, o consumo se elevará a
169,34 milhões em 2019/20.Em relação ao ano pas-
sado, o crescimento global da demanda em 2019/20,
estimado em 0,7%, está 2,7 pontos percentuais abai-
xo de 2018/19 mas,mesmo assim,representa um au-
mento de 1,24 milhão de sacas no total da demanda.
Esse aumento segue o de 2018/19, que foi de
3,4% - para 168,1 milhões de sacas, excedendo a
média de longo prazo.
O resultado em 2018/19 deve-se, acima de tudo,
à expansão que se viu tanto na Europa quanto na
América do Norte, onde o consumo aumentou, res-
pectivamente, 4,9%, para 55,73 milhões de sacas; e
5,7%, para 31,64 milhões.
As importações e o consumo nos países das duas
regiões provavelmente foram estimulados por preços
mais baixos durante o ano cafeeiro passado, mas que
neste ano podem se tornar mais lentos.
Além disso, uma desaceleração do crescimento
econômico global,em particular nos mercados emer-
gentes e economias em desenvolvimento, da forma
descrita pelo Fundo Monetário Internacional em
suas Perspectivas Econômicas Mundiais de outu-
bro de 2019, pode limitar o crescimento do con-
sumo de café.
Globalmente, os três maiores produtores de todos os tipos de café são o Brasil,
o Vietnã e a Colômbia, que agora respondem por quase 70% da produção mun-
dial. Há uma década esses três países respondiam por um pouco menos de 60%
da produção mundial
PRODUÇÃO
MUNDO
PRODUÇÃO NO MUNDO (MILHÕES DE SACAS DE 60 KG)
Posição: junho/2019 (divulgação semestral). Fonte: Cecafé
Produção
Safra
Estoque
inicial
Importação Consumo Exportação
Estoque
FinalArábica Robusta Total
2010/11 28,8 87,9 53,5 141,4 109,3 134,5 116,5 28,6
2011/12 28,6 84,5 60,3 144,8 111,5 141,5 117,7 25,7
2012/13 25,7 92,9 65,1 158,0 116,6 142,1 122,8 35,4
2013/14 35,4 92,5 67,6 160,1 117,0 142,4 128,9 41,2
2014/15 41,2 86,6 67,2 153,8 117,4 145,6 123,6 43,1
2015/16 43,1 86,3 66,6 152,9 124,5 152,7 133,4 34,4
2016/17 34,4 101,5 60,2 161,7 126,5 153,8 133,5 35,3
2017/18 35,3 94,3 64,3 158,7 127,7 159,5 131,1 31,0
2018/19 31,0 104,4 70,1 174,5 132,6 163,9 137,9 36,3
2019/20 36,3 97,3 71,9 169,1 132,8 167,9 136,8 33,5
33
PRODUÇÃO
MUNDO
VIETNÃ (MILHÕES DE SACAS DE 60KG)
Posição: junho/2019 (divulgação semestral). Fonte: Cecafé
Produção
Safra
Estoque
inicial
Importação Consumo Exportação
Estoque
FinalArábica Robusta Total
2010/11 1,0 0,7 18,8 19,4 0,4 1,3 18,6 0,8
2011/12 0,8 0,8 25,2 26,0 0,5 1,7 24,5 1,1
2012/13 1,1 0,9 25,6 26,5 0,8 1,8 24,6 1,9
2013/14 1,9 1,2 28,7 29,8 0,6 2,0 28,3 2,1
2014/15 2,1 1,1 26,4 27,4 0,6 2,2 21,5 6,4
2015/16 6,4 1,1 27,8 28,9 0,6 2,6 29,5 3,8
2016/17 3,8 1,1 25,6 26,7 1,0 2,8 27,6 1,2
2017/18 1,2 1,3 28,0 29,3 1,1 2,9 27,9 0,8
2018/19 0,8 1,4 29,0 30,4 1,2 3,0 27,2 2,1
2019/20 2,1 1,4 29,1 30,5 1,2 3,4 28,3 2,1
COLÔMBIA (MILHÕES DE SACAS DE 60KG)
Posição: junho/2019 (divulgação semestral). Fonte: Cecafé
Produção
Safra
Estoque
inicial
Importação Consumo Exportação
Estoque
FinalArábica Robusta Total
2010/11 0,3 8,5 - 8,5 0,8 1,1 8,4 0,1
2011/12 0,1 7,7 - 7,7 1,1 1,3 7,4 0,2
2012/13 0,2 9,9 - 9,9 0,7 1,2 8,9 0,8
2013/14 0,8 12,1 - 12,1 0,5 1,3 11,0 1,0
2014/15 1,0 13,3 - 13,3 0,2 1,4 12,4 0,7
2015/16 0,7 14,0 - 14,0 0,3 1,4 12,4 1,1
2016/17 1,1 14,6 - 14,6 0,4 1,5 13,8 0,9
2017/18 0,9 13,8 - 13,8 0,8 1,7 12,7 1,1
2018/19 1,1 14,3 - 14,3 0,8 2,0 13,4 0,9
2019/20 0,9 14,3 - 14,3 0,8 2,1 13,4 0,5
Shutterstock
34
PRODUÇÃO
MUNDO
Tendências
Em 2019/20 calcula-se que na Europa a de-
manda diminuirá 0,6%, caindo para 55,4 milhões
de sacas. Em suas previsões econômicas de ou-
tono de 2019, a Comissão Europeia notou que a
União Europeia está enfrentando diversos choques
que poderão comprometer o crescimento econômi-
co em 2020.
Estima-se que na América do Norte o consu-
mo alcançará 31,88 milhões de sacas, 0,7% acima
de 2018/19. Depois de registrar uma taxa menor
de crescimento em 2018/19,calcula-se que na Ásia
& Oceania o consumo se recuperará parcialmente,
aumentando 2,9% e alcançando 37,51 milhões de
sacas; na África ele deve aumentar 1,8%, alcançan-
do 11,94 milhões; na América Central & México
ele deve aumentar 1,4%, alcançando 5,47 milhões;
e na América do Sul o consumo deve aumentar
0,1%, alcançando 27,14 milhões de sacas.
Preços continuaram a subir em dezembro
Em dezembro de 2019, o indicativo compos-
to da OIC continuou a subir, variando numa faixa
de 111,80 a 123,69 centavos de dólar dos EUA por
libra-peso. Os preços indicativos de todos os ará-
bicas subiram, mas dos robustas caíram 0,1%, para
73,22 centavos/libra-peso.
A firmeza da demanda e a atual escassez de
oferta no mercado ajudaram a pressionar os preços
para cima. Nos dois primeiros meses do ano ca-
feeiro de 2019/20 exportou-se 10,8% menos café,
com embarques de 18,3 milhões de sacas.
Durante esse período as exportações de todos
os grupos diminuíram, exceto as dos suaves colom-
bianos, que totalizaram 2,6 milhões de sacas, au-
mentando 2,2%.
Estima-se que em 2019/20 a produção global
de café será de 168,71 milhões de sacas,0,9% abai-
xo do ano passado, correspondendo a uma queda
de 4,1% na produção dos arábicas, para 96,22 mi-
lhões, e a um aumento de 3,7% na produção dos
robustas, para 72,5 milhões.
Também se estima que ano cafeeiro de 2019/20
o consumo aumentará 1,24 milhão de sacas, alcan-
çando 169,34 milhões.O déficit resultante,de 0,63
milhão de sacas em 2019/20,geraria pressão altista
sobre os preços. Essa pressão pode diminuir à me-
dida que mais café da safra de 2019/20 for entran-
do no mercado. Além disso, prevê-se que a produ-
35
ção brasileira do ano safra de 2020/21, que começa
em abril, será maior.
O indicativo composto da OIC continuou a su-
bir em dezembro de 2019, culminando em 123,69
centavos de dólar dos EUA por libra-peso no dia
16. A média mensal do composto diário foi de
117,37 centavos/libra-peso, 9,5% acima da média
de novembro, além de ser a média mais alta des-
de outubro de 2017, quando ela alcançou 120,01
centavos.
O nível mais baixo do indicativo composto di-
ário da OIC em dezembro foi de 111,80 centavos/
libra-peso no dia 04 e, mesmo nesse nível, o in-
dicativo esteve acima das médias mensais dos 18
meses anteriores. Nos últimos meses o ritmo das
exportações do Brasil diminuiu em relação a um
ano atrás.
As colheitas de algumas origens com ano safra
de outubro a setembro, além disso, se atrasaram. A
redução consequente da oferta e o vigor da deman-
da contribuíram para o aumento da pressão altis-
ta sobre os preços.
Histórico
Nos 10 últimos anos a produção global de café
PRODUÇÃO
MUNDO
cresceu a uma taxa média anual de cerca de 2,6%,
passando de 140,16 milhões de sacas em 2010/11
a um volume estimado de 168,71 milhões em
2019/20.
A queda de produção dos arábicas no ano cafe-
eiro corrente é estimada em 4,1%, com 96,22 mi-
lhões de sacas produzidas, refletindo em grande
medida o ano de baixa do ciclo produtivo desses
cafés no Brasil. Calcula-se, porém, que a produção
mundial dos robustas, aumentando 3,7%, alcança-
rá 72,47 milhões de sacas.
Lá fora
No Vietnã estima-se um aumento de 4,4% da
produção, para 31,2 milhões de sacas, no ano safra
de 2019/20. A água suficiente para irrigação du-
rante a temporada de crescimento, espera-se, for-
talecerá a produtividade.
A produção nos dois primeiros meses do ano
safra é estimada em 3,25 milhões de sacas, 27,6%
abaixo do volume produzido no primeiro bimes-
tre de 2018/19. Essa queda pode ser atribuída aos
preços baixos que prevalecem internamente,levan-
do os cafeicultores a reterem seu café, e as pesadas
chuvas no início da temporada, que atrasam a co-
lheita.
A Colômbia é o segundo produtor mundial de
arábica,e calcula-se que sua safra de 2019/20 alcan-
çará 14,1 milhões de sacas, 1,7% acima de 2018/19.
A Federação Nacional dos Cafeicultores da Colôm-
bia informou que nos dois primeiros meses do ano
safra de 2019/20 o país produziu 2,88 milhões de
sacas, 20,5% acima do volume produzido no mes-
mo bimestre do ano safra passado.
Durante o mesmo período, a Colômbia em-
barcou 2,37 milhões de sacas de café, 3,1% a mais
que no ano passado.Seus embarques provavelmen-
te incluíram vendas de café da safra anterior pelos
cafeicultores, incentivadas pelos preços mais altos.
Panorama
O aumento da demanda simultaneamente com
uma queda da produção resultou em um déficit glo-
bal estimado em 0,63 milhão de sacas em 2019/20.
É improvável que a atual escassez de oferta dure
o ano todo, pois em 2020/21 estará chegando ao
mercado uma proporção maior da safra atual, além
de café abundante da fase de alta do ciclo produti-
vo bienal brasileiro. Isso poderá restringir aumen-
tos posteriores dos preços do café durante este ano
cafeeiro.
Entenda o mercado mundial do café
O cultivo e o consumo de café pelo mundo
seguem uma tendência de crescimento, apresen-
tando aumentos significativos desde a década de
Shutterstock
36
1990. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) indicam que o setor se-
gue uma taxa de crescimento de 2% ao ano, e esti-
ma-se que a produção chegue aos 208 milhões de
sacas até 2030.
Mesmo com grande popularidade pelo mun-
do, o mercado mundial chegou em 2019 marcando
o segundo ano consecutivo em que a oferta ultra-
passa a demanda. A Organização Internacional do
Café (OIC) estima um superávit de 2,29 milhões
de sacas para o período.
Ainda que esse número indique um estoque en-
calhado, ele nos revela um avanço do setor que ha-
via fechado o período anterior com um excesso ain-
da maior, de 3,29 milhões de sacas. Na prática, a
abundância do produto pressiona os preços para
baixo e prejudica a rentabilidade do mercado.
As variações de oferta e demanda não são no-
vidade, mas um desafio que tem raízes na própria
lógica de funcionamento da economia global. Em
2001, a produção mundial havia atingido um novo
recorde, com 120 milhões de sacas produzidas, en-
quanto o consumo fora de apenas 107 milhões.
A elevação dos preços é um dos motivos mais
comumente atribuídos por especialistas para o re-
cente boom na produção de café. Dois eventos da
década de 1990 contribuíram para este cenário: as
geadas de 1994 e a seca de 1997. Com as lavouras
prejudicadas, a produção foi menor do que o es-
perado naqueles anos e a demanda maior do que
a oferta fez com que houvesse um encarecimento do
produto.
O aumento de preços fez com que os produto-
res voltassem a investir no cultivo do café, elevando
o total da produção. Desde então, uma das maiores
mudanças foi nos estoques, que não diminuíram,
mas foram lentamente se deslocando para os paí-
ses consumidores.
Enquanto na década de 1990 o produto era ar-
mazenado com os produtores, sobretudo no Brasil,
hoje em dia estima-se que 50% dos estoques este-
jam nas mãos dos consumidores.
PRODUÇÃO
MUNDO
Shutterstock
PRODUÇÃO NO ANO CAFEEIRO, POR TIPO
África
Sacas60kg
América Central
& México
Ásia &
Oceania
América
do Sul
90
75
60
45
30
15
0
2018/19 Arábica 2018/19 Robusta 2019/20 Arábica 2019/20 Robusta
37
PRODUÇÃO
MUNDO
Nova York* Londres*
Médias mensais
Dez-18 100.61 127.86 127.10 102.10 77.57 105.79 69.59
Jan-19 101.56 129.28 128.46 102.94 78.24 107.93 70.32
Fev-19 100.67 127.93 128.45 100.06 78.65 104.12 70.52
Mar-19 97.50 125.23 123.89 95.81 76.96 98.84 68.61
Abr-19 94.42 124.42 121.13 92.47 73.28 95.31 65.06
Mai-19 93.33 124.40 120.55 91.95 71.12 94.86 62.45
Jun-19 99.97 133.49 129.73 100.69 74.02 104.44 65.41
Jul-19 103.01 137.63 135.47 105.43 73.93 109.01 64.83
Ago-19 96.07 129.20 126.23 95.85 70.78 99.87 60.90
Set-19 97.74 131.90 128.89 98.73 70.64 102.81 60.31
Out-19 97.35 132.09 126.99 98.10 68.63 102.41 58.34
Nov-19 107.23 146.12 140.98 109.94 73.28 113.31 63.00
Dez-19 117.37 161.50 157.11 126.36 73.22 131.44 63.87
% Oscilação entre Nov-19 e Dez-19
9.5% 10.5% 11.4% 14.9% -0.1% 16.0% 1.4%
Volatilidade (%)
Dez-19 9.7% 9.5% 9.6% 12.1% 8.8% 14.1% 9.4%
Nov-19 7.1% 7.2% 6.9% 9.2% 6.2% 14.3% 7.3%
Variação entre Nov-19 e Dez-19
2.6 2.3 2.7 2.9 2.6 -0.2 2.1
PREÇOS INDICATIVOS DA OIC E DE FUTUROS (EM CENTAVOS DE DÓLAR DOS EUA POR LIBRA-PESO)
* Preço médio da 2a
e 3a
posições
Brazilian
Naturals
ICO
Composição
Robustas
Colombianos
suaves
Outros
suaves
168,1 milhões de sacas
Produção mundial de café, em 2019
167,9 milhões de sacas
Consumo atingiu o volume de
Brasil, maior produtor mundial, com
49,31 milhões de sacas
Fontes:
Observatório do Café
Acompanhamento da Safra Brasileira, vol. 5 – nº4 da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB
Valor Bruto de Produção – novembro de 2019, divulgado mensalmente pelo Mapa
ntensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agr colas da Embrapa
Relatório sobre o mercado de café de dezembro de 2019 da Organização Internacional do Café – OIC
37
38
PRINCIPAIS REGIÕES CAFEEIRAS
PERFIL PRODUTIVO DAS
A
cafeicultura atual é privilegiada no que diz
respeito às tecnologias,isto porque frequen-
temente diversas atualizações são inseridas
nesta cadeia, fazendo com que os cafeicultores sem-
pre possam lançar mão de estratégias e manejos que
impactem diretamente na produção.
Ademais, sabe-se da recorrência de aumentos na
produção mundial deste grão, visto que o consumo
é cada vez maior, devido também ao mercado expo-
nencial de cafés especiais, refletindo diretamente na
produção cafeeira, de modo a demandar incremen-
tos produtivos nas lavouras, sobretudo por meio da
inovação e aperfeiçoamento dos sistemas produtivos
e da aceitação dos cafeicultores quanto às novas tec-
nologias.
Neste sentido, técnicas como o melhoramento
genético, a mecanização, novas técnicas de pós-co-
lheita, além de novos produtos utilizados na cafei-
cultura fazem com que este aperfeiçoamento seja
possível.
Pesquisas a todo vapor
Diversas instituições de pesquisas atuam direta-
mente na obtenção de cultivares de café com maior
teto produtivo, atrelado ainda às características de
resistência ou tolerância a fatores bióticos e abió-
ticos. Ainda, existem pesquisas ligadas à busca por
cafeeiros mais precoces, com maior potencial de
gerar frutos com qualidade sensorial superior à já
existente,e também visando características que au-
xiliem no processo de colheita mecanizada, como
a arquitetura das plantas e força de desprendimen-
to dos frutos.
Dentre estas instituições,se destacam a UFLA,
UFV,Embrapa,Epamig,Incaper,IAC,Iapar,Fun-
dação Procafé, e muitas outras que diariamente
pesquisam por uma cafeicultura mais rentável,sus-
tentável, ecológica e com foco, principalmente na
busca por melhorias em todos os aspectos da ca-
TECNOLOGIAS
3939
TECNOLOGIAS
Minas Gerais 24,55 milhões de sacas 31 milhões de sacas
Sul/Oeste 14 milhões de sacas 17,5 milhões de sacas
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba 4,59 milhões de sacas 6 milhões de sacas
Zona da Mata e Jequitinhonha 5,96 milhões de sacas 7,5 milhões de sacas
Espírito Santo 13,5 milhões de sacas 14 milhões de sacas
Arábica 3 milhões de sacas 4,5 milhões de sacas
Canéfora 10,5 milhões de sacas 9,5 milhões de sacas
São Paulo 4,34 milhões de sacas 6 milhões de sacas
Bahia 3 milhões de sacas 4 milhões de sacas
Rondônia 2,2 milhões de sacas 2,4 milhões de sacas
Paraná 953 mil sacas 900 mil sacas
Outros 766,7 mil sacas 750 mil sacas
Total Brasil ~ 49,31 milhões de sacas ~ 60 milhões de sacas
ESTADOS E REGIÕES
SAFRA 2019
PRODUÇÃO, EM MILHÕES DE SACAS
SAFRA 2020 - 1ª ESTIMATIVA
Área (mil ha)
Nova Adulta Total
Minas Gerais 204.111,0 1.033.443,1 1.237.554,1
Espírito Santo 36.737,0 400.287,0 437.024,0
São Paulo 11.845,0 206.406,0 218.251,0
Paraná 1.980,0 36.120,0 38.100,0
Rondônia 6.180,0 64.878,0 71.058,0
Bahia 9.180,0 107.885,0 117.065,0
Outros 6.576,0 36.479 43.055,0
TOTAL 276.609,0 1.885.498,1 2.162.107,1
Regiões
deia produtiva do café.
Entretanto, verificou-se que, apesar do grande
impacto destas tecnologias que atuam de modo a
impulsionar a produção cafeeira,alguns fatores cli-
máticos fizeram com que a produção desta última
safra fosse reduzida.
Desta forma, no mês de janeiro de 2019 houve
veranico acentuado, sobretudo, ressalta-se que nes-
te mês ocorre grande parte do enchimento dos fru-
tos, e coincidentemente, época das adubações nos
cafeeiros, que pela falta de chuva, foram pouco efi-
Shutterstock
40
cientes, acarretando em problemas com a grana-
ção dos frutos.
Relatos da maioria das regiões cafeeiras dão
conta de que cerca de 30% da produção de cafeei-
ros arábica cultivados em MG e SP tenham sido
afetados em função desta adversidade climática.
Ainda, observou-se a ocorrência de fortes gea-
das em diversas regiões do parque cafeeiro nacio-
nal, principalmente em algumas regiões do Cerrado
Mineiro e do Sul de Minas,afetando assim a produ-
ção desta safra, com consequências negativas para
2020, em função dos danos em lavouras sob siste-
ma de safra zero que estavam podadas e também
de cafeeiros jovens, com produção crescente.
Realidade atual
Na maioria das regiões cafeeiras a florada ocor-
reu no início de outubro, e foram mais de 20 dias
de intensa radiação solar, aliado à condição de es-
tiagem,sem a ocorrência de chuvas.Assim,já é pos-
sível a ocorrência de relatos nas regiões cafeeiras de
perdas em função desta adversidade climática, que
possivelmente, se for realmente verificada, irá in-
fluenciar negativamente na produção do parque ca-
feeiro nacional.
Desta forma, relata-se, com recorrência, grande
queda no número de “chumbinhos”das plantas,além
da mumificação precoce de alguns frutos logo após
a florada, no início do enchimento dos frutos.
Portanto, os dados até então estabelecidos nor-
teiam a produção nacional, porém, já com esta dú-
vida sobre a possível interferência desta condição
de estiagem e calor demasiado no período pós-flo-
rada.
Potencial do Cerrado Mineiro
Sabe-se que a região do Cerrado Mineiro pos-
sui grande destaque na produção cafeeira nacional,
sobretudo por ser relativamente nova quando com-
parada às demais regiões,pois a exploração cafeeira
nestas áreas se iniciou muito depois de outras áre-
as de destaque, como o Sul de Minas, Alta Mogia-
na e o Estado do Paraná.
Neste sentido, após a ocorrência de fortes gea-
das que devastaram a cafeicultura do Paraná, mui-
tos cafeicultores migraram suas produções para a re-
gião do Cerrado Mineiro,fazendo com que,a partir
da década de 70, as áreas com plantio cafeeiro co-
meçassem a ser alavancadas.
Atualmente, o Cerrado Mineiro é conheci-
do como o berço tecnológico das áreas cafeei-
ras, por ser consagrado em técnicas como a irri-
gação e também a predominância da mecanização
em todas as atividades de manejo, aliado também
à cafeicultura empresarial, com grandes polos pro-
dutivos.
Por isso,a região se mostra oposta a outros mo-
delos de cafeicultura, como o Sul de Minas, onde
predominam pequenos polos produtivos e devido
ao fato da ocorrência de áreas declivosas, com me-
nores índices de mecanização.
Tecnologias
Em se tratando de tecnologia, diversos traba-
lhos são realizados na região do Cerrado Mineiro,
muitas vezes em parceria com instituições de pes-
quisa e extensão ligadas à cadeia produtiva do café,
como a Epamig, Fundaccer - Fundação de Desen-
volvimento do Café do Cerrado, Federação dos Ca-
feicultores do Cerrado, e também muitas associações
e cooperativas que ajudam os cafeicultores visando
uma cafeicultura mais sustentável.
TECNOLOGIAS
Shutterstock
4141
Neste sentido, por meio de parcerias destas ins-
tituições, alguns projetos foram criados visando a
busca por incrementos em produtividade, como a
parceria entre a Epamig e a Fundaccer,que originou
um projeto de adaptabilidade e estabilidade de no-
vas cultivares na região do Cerrado Mineiro com o
objetivo de gerar o mapeamento das áreas de apti-
dão cafeeira para cada cultivar testada.
Dentre estas cultivares, se destacam a MGS
Aranãs, MGS Paraíso 2 e também os Catiguás
MG 2 e 3, que são materiais com foco em gran-
des produtividades, com resistência a patógenos
e grande potencial sensorial para qualidade des-
tes cafés.
Com certeza, 27 sacas por hectare de produti-
vidade ainda é muito pouco, pensando no poten-
cial produtivo cafeeiro. Com a adequação de novas
cultivares, associado às novas tecnologias, acredita-
mos que estes valores possam alcançar entre 40 e
50 sc/ha nos próximos anos.
Fontes:
Giovani Belutti Voltolini
Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Agronomia/Fitotecnia - Universidade Federal de Lavras (UFLA)
giovanibelutti77@hotmail.com
Ademilson de Oliveira Alecrim
Engenheiro agrônomo, mestre, doutor em Agronomia/Fitotecnia - UFLA e bolsista do Consórcio Pesquisa Café
TECNOLOGIAS
42
SEGURE UMA XÍCARA
E EXALE O AROMA DE UM BOM CAFÉ
O
café tem tido um efeito transformador na
história do mundo. Desde sua descober-
ta até os dias atuais ele influencia no coti-
diano das pessoas - traçou novas rotas comerciais,
estimulou movimentos revolucionários, inspirou a
literatura e a música.
Conforme Ana Luiza Martins escreveu em seu
livro “História do café”, ele se tornou o elixir do
mundo moderno. Não é à toa que ele é a maior
mercadoria comercializada dentre os alimentos e
bebidas do mundo,existindo cerca de 72 países pro-
dutores da cultura.
Diferenciais brasileiros
Um dos grandes diferenciais do Brasil é que nos
destacamos tanto na produção do café arábica (Co-
ffea arabica), que atualmente ocupa a maior parte da
área de produção,com 81%,quanto do café conilon
(Coffea canephora).
Com relação à espécie arábica, a produção foi
de 34,3 milhões de sacas, o que representou uma
redução de 27,8%.Diferente do conilon que alcan-
çou 15 milhões de sacas colhidas, observou-se um
Na cultura do café, é necessário um maior rigor na análise e interpretação dos
resultados de custos, pois seu ciclo perene, com produção bienal, pode gerar
uma grande diversidade de situações pré e pós-colheita dos grãos.
ANÁLISE
42
43
ANÁLISE
43
Fotos Shutterstock
44
ANÁLISE
aumento de 5,9% em relação ao ano de 2018. Po-
rém,para as duas espécies foi observada redução de
área plantada. A área de arábica soma 1,73 milhão
de hectares,com queda de 0,9%,e a do conilon ocu-
pa 398,8 mil hectares, decréscimo de 2,5%.
Apesar da redução na produção,dados do Con-
selho dos Exportadores de Café do Brasil (Ceca-
fé) mostram que no ano civil de janeiro a novem-
bro de 2019 o Brasil exportou para 128 países um
volume total de 37,4 milhões de sacas, consideran-
do a soma de café verde, solúvel e torrado/moído,
o que representa um crescimento de 18,4% em re-
lação ao mesmo período do ano de 2018 e se des-
taca como o melhor desempenho das exportações
dos últimos cinco anos para o período.
Outra característica importante de ser relata-
da é que, apesar de ser o maior exportador de café,
o Brasil foi responsável por apenas 6,9 milhões de
sacas de cafés especiais, o que representa 18,6% de
participação do total de café exportado no ano de
2019.
Marco de 2019
Além dos valores apresentados,o que marcou o
ano de 2019 foi a baixa nos preços do café. A safra
2018/19, finalizada em junho de 2019, teve preços
bem inferiores aos observados na 2017/18.
O arábica tipo 6 teve média de R$ 422,62/saca
de 60 kg, queda de quase 15% frente à da safra an-
terior, a mais baixa desde a temporada 2001/02, em
termos reais. Quanto ao robusta tipo 6, a média dos
preços em 2018/19 foi de R$ 317,28/saca, 20,1%
inferior à de 2017/18 e a menor desde a tempora-
da 2009/10.
A pressão sobre as cotações do café só não foi
mais significativa por conta do dólar elevado ao lon-
go da safra 2018/19, contudo, a valorização da mo-
eda norte-americana também resultou em aumen-
to dos custos de produção, refletindo notadamente
em alta nos preços de adubos e de outros insumos
agrícolas.
44
45
Na família dele já são três gerações tra-
balhando com este grão no Espírito Santo.
As propriedades estão divididas em três áre-
as de produção de Coffea canephora, em Ja-
guaré (ES).
Ele relata que 2019 foi um ano de recu-
peração e pagamento de dívidas decorrentes
da seca de anos anteriores. Houve queda dos
preços do café e alto custo de produção, por
isso foi preciso reduzir os investimentos na
lavoura, principalmente em adubação. Para
2020 o produtor terá uma safra pequena e
espera que haja aumento dos preços do café.
Valdinei Astori, 36 anos
O produtor trabalha com café na pro-
priedade que leva o nome de Chácara Boa
Esperança, e fica localizada em Novo Hori-
zonte do Oeste (RO), onde é produzido Co-
ffea canephora, das variedades 08, 25 e AS2,
que correspondem a 70% da lavoura e R152,
06,41,G8,01,010,AS3,02,05,80 e 180, que
ocupam o restante.
Ele relata que o fator que mais marcou a
produção em 2019 foi o reduzido preço da
saca de café. Na safra passada ele teve proble-
mas com mancha aureolada, principalmente
em uma cultivar específica. A solução encon-
trada foi a utilização repetitiva de bacterici-
das, com fungicidas multissítios.
O produtor ainda conta que ocorreram
problemas com mão de obra e que nes-
te caso ele não conseguiu encontrar solu-
ção. Contudo, para este ano tem estudado
a implantação da colheita semimecanizada,
e espera uma melhora dos preços em virtu-
de de menor oferta do produto e sonha com
uma redução no preço dos insumos, que re-
presentam a cada dia uma fatia maior do cus-
to de produção.
Douglas Revesse da Silva,26 anos
A propriedade dele se chama Cháca-
ra Boa Esperança e fica localizada em Alto
Alegre dos Parecis (RO), com Coffea ca-
nephora, das variedades 25, 08, 010, 80, 88,
22, 015, 68 e 102.
Segundo ele, 2019 foi um ano com boa
produtividade, mas seu principal problema
foram os ataques de brocas e cochonilhas. O
produtor espera para o ano de 2020 uma boa
produtividade e que haja mais inovações,va-
riedades mais produtivas, além de melho-
ra nos preços.
Marcelo Braun, 34 anos
O produtor trabalha com café há 20
anos. O Sítio Córrego Azul está localizado
em Alvorada do Oeste (RO), onde é plan-
tado Coffea canephora. Para ele, o que mais
marcou 2019 foi a queda brusca no valor de
comercialização do café conilon e os prin-
cipais problemas foram perdas ocasionadas
pela broca e pelo fungo Phoma, necessitan-
do de aplicações preventivas de inseticidas e
fungicidas.
O produtor espera para 2020 uma sa-
fra de alta produtividade, sem perdas com a
broca e o fungo, além de um bom valor co-
mercial.
Celso Giufrida,47 anos
É cafeicultor desde sempre. A Agro-
pecuária Ouro Verde fica em São Manuel
(SP), onde tem sete hectares de café arábica
– Catuaí e Obatã.
Ele relata que o baixo preço do café e a
falta de incentivo na área agrícola foram si-
tuações que marcaram 2019,mas no final do
ano o valor da saca teve uma ligeira melhora.
A esperança dele é a torrefação, para agre-
gar valor ao seu café, e com ela espera que o
produto tenha uma valorização e assim pos-
sa voltar a sonhar com um ano melhor.
Márcio Alexandre C. Basseto, 48 anos
Relatos reais
Diante dessas informações, entrevista-
mos alguns produtores de diferentes regiões
do Brasil que relataram, do seu ponto de vis-
ta, como foi o ano agrícola de 2019:
ANÁLISE
45
46
ANÁLISE
Análise macro
Como é difícil influir nos preços, cabe, então,
analisar como foram os custos de produção dos ca-
fés. Primeiro, deve-se considerar que os custos são
muito variáveis, conforme as condições particulares
de cada região, o sistema de manejo das lavouras, o
grau de mecanização,tipo e eficiência do produtor e
até mesmo das variações climáticas do local,que in-
fluenciam diretamente na produtividade das plan-
tas e na qualidade da bebida do café.
Segundo o trabalho realizado por Almeida et
al., 2010, avaliando o cultivo do café arábica, os
principais fatores de produção que variam entre di-
ferentes regiões produtoras são:
Operação com máquinas;
Aluguel de máquinas;
Mão de obra temporária;
Mão de obra fixa;
Fertilizantes;
Agrotóxicos;
Beneficiamento;
Juros;
Depreciação de máquinas;
Depreciação do cafezal;
Remuneração do cafezal e;
Remuneração do fator terra.
De acordo com os autores, dentre esses fato-
res, a mão de obra temporária e fixa apresentam o
maior impacto sobre o custo na produção de café,
correspondendo a 32% do total. Além disso, fer-
tilizantes e agrotóxicos, juntos, somam 29,5% do
total de gastos.
No estudo publicado pela Companhia Nacio-
nal de Abastecimento (Conab, 2017), analisando a
evolução dos custos de 2008 a 2017, a mão de obra
também foi apresentada como principal fator nos
gastos totais.
Entretanto, foi observado que sua utilização
tem reduzido, em algumas localidades onde o sis-
tema de plantio é mecanizado ou em processo de
47
ANÁLISE
mecanização, como em Luís Eduardo Magalhães
(BA), Patrocínio (MG), Cristalina (GO) e Fran-
ca (SP).
No relatório, as análises dos custos de pro-
dução indicaram que a mão de obra participa com
36,22%; as operações e aluguel de máquinas, em
média, com aproximadamente 15%; e os fertilizan-
tes apresentaram participação média de 18,45%
nos custos operacionais, que estão relacionados
aos investimentos no cultivo, busca de melhoria da
produtividade e qualidade do café.
Rigor na interpretação
Na cultura do café, é necessário ainda um maior
rigor na análise e interpretação dos resultados de cus-
tos, pois seu ciclo perene, com produção bienal, pode
gerar uma grande diversidade de situações pré e pós-
-colheita dos grãos.
Sendo assim, é aconselhável que os investi-
mentos em estruturas internas à propriedade cafe-
eira, como terreiros, tulhas, armazéns, descascador,
lavadores,secadores e máquinas de beneficiamento
sejam incorporados ao custo, de modo que o pro-
dutor tenha condições de realizar uma análise dos
recursos empregados no processo produtivo e a
viabilidade econômica do seu negócio.
Análises de viabilidade econômica da produção
cafeeira podem ser realizadas de maneira simples
pelos produtores rurais, à medida que estes conse-
guirem levantar corretamente seus custos de produ-
ção e a produtividade de suas lavouras.
O investimento anual para produção, a produ-
tividade da cultura, o preço médio da saca de 60 kg
de café beneficiado praticado na safra e a taxa de ju-
ros dos investimentos que o produtor utiliza junto
aos bancos são fatores que permitem o cálculo de
indicadores econômicos, tais como Valor Presen-
te Líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR),
Índice de Lucratividade e Período de Payback, os
quais representam a transferência de todos os flu-
xos de caixa esperados no projeto para o presente,
48
ANÁLISE
indicando se este é viável ou não.
A taxa de juros representa o limite entre a via-
bilidade ou não do negócio; o índice de lucrativida-
de que o produtor terá conforme seu investimento e
o período de recuperação do capital investido, res-
pectivamente.
Estudos com indicadores econômicos simples
podem auxiliar o produtor a observar se realmente
o seu negócio está sendo ou quando será rentável
dentro da propriedade rural, porém, como já dito,
um correto levantamento do custo de produção é
essencial para essa prática.
Cenário futuro
A projeção de cenários, tanto favoráveis, com
valores altos nos preços da saca de 60 kg de café
beneficiado e taxas de juros baixas; quanto desfavo-
ráveis, com o oposto do citado anteriormente, de-
monstram situações em que o produtor não tem
muita influência sobre o fator que está levando seu
negócio à viabilidade ou não.
Sendo assim, algumas são as alternativas que o
cafeicultor possui para tentar manter seu negócio
viável e rentável, as quais são: manutenção de altas
produtividades ao longo dos anos, visando reduzir
ao máximo a bienalidade das safras; produção de
uma bebida de qualidade, colhendo além de peso
de grãos, o aroma e a doçura de um café especial
e; agregação de valor ao produto colhido, por meio
do beneficiamento dos grãos e busca por certifica-
ções de suas lavouras.
Essas alternativas exigem que cada vez mais o
produtor de café procure conhecimento, tecnologia
agregada e capricho nas operações em suas lavouras,
de modo que a produção deste grão de grande im-
portância econômica para o Brasil possa gerar prazer
na xícara e dinheiro no bolso.
Fontes:
Mônica Bartira da Silva
Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia e professora - Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)
monica.bartira@gmail.com
Artur Deperon Gallucci
Engenheiro agrônomo, MBA em Agronegócios, mestrando em Fitotecnia (ESALQ/USP) e pesquisador - Aprimora –
Pesquisa e Assistência Agronômica
48
50
FAÇA AS CONTAS
CUSTOS DE PRODUÇÃO
X RENTABILIDADE
É difícil avaliar, com exata precisão,
os custos e a rentabilidade da lavou-
ra cafeeira, pois eles variam muito,
conforme os sistemas de cultivo uti-
lizados e as produtividades obtidas a
cada ano e a cada lavoura. Além disso,
ainda existe a variação dos preços do
café, estes com grande influência so-
bre a rentabilidade.
CUSTOS
O
s custos de produção do café podem ser
considerados em três níveis, conforme o
tipo de gastos que alcançam. O primei-
ro é o custo direto operacional, ou custo operacio-
nal efetivo (COE), que envolve as despesas reali-
zadas diretamente no processo do trato da lavoura,
os insumos, a mão de obra e outros gastos envolvi-
dos no custeio das práticas de condução anual dos
cafezais.
O segundo nível abrange despesas indiretas, re-
ferentes às depreciações dos equipamentos, benfei-
torias e gastos na formação da lavoura.O terceiro se
refere às remunerações por conta do uso de capital
fixo e pelo trabalho do empresário.
Em uma economia perfeita é correto conside-
rar os três níveis para chegar a um custo de pro-
dução real. No entanto, isso nem sempre é adota-
do e tem sido usado com maior frequência apenas
os dois primeiros níveis, ou o custo operacional to-
tal (COT).
Variações
O custo de produção do café no Brasil varia
muito em função das diferentes regiões e sistemas
de exploração ou cultivo adotados na condução das
lavouras. Os sistemas mais comuns e diferencia-
dos em custos são aqueles com trato predominan-
temente manual,seja em áreas montanhosas ou em
pequenas propriedades, e aqueles com trato meca-
50
Shutterstock
51
nizado.
Além disso, um fator muito importante, com
grande influência no custo de produção das lavou-
ras de café, é a produtividade. Dentro de certos li-
mites o custo cai,quase que proporcionalmente,com
o aumento da produtividade alcançada.
Isso ocorre porque existem muitas despesas fi-
xas,as quais pouco variam conforme a maior ou me-
nor produtividade das lavouras.Assim,os gastos to-
tais, ao serem divididos por um número maior de
sacas produzidas na área tratada, resultam em um
menor valor de custo por saca.
A figura 1 mostra, com base em estudo de cus-
to elaborado por técnico do Educampo, no Cerra-
do Mineiro, que as lavouras mais produtivas, ape-
sar das despesas maiores por área, possuem custo
de produção por saca mais baixo.
Comparativo de gastos em
diferentes sistemas
As despesas necessárias à condução anual das
lavouras de café variam conforme os sistemas em-
pregados. Na comparação de despesas entre os três
sistemas mais utilizados, manejo manual, semime-
canizado e mecanizado, pode-se ver que os itens de
gastos participam de forma bem diferenciada,enquan-
to no sistema manual ou semimecanizado a mão de
obra participa com a maior parte do custo.
No sistema mecanizado,o componente de cus-
to mais significativo é aquele com insumos e, con-
sequentemente, redução de mão de obra (figura 2).
CUSTOS
FIGURA 1. CUSTO OPERACIONAL EFETIVO - COE (R$/HA E R$/SC) E PRODUTIVIDADE (SC/HA),
ARAXÁ (MG)
R$ 12.000,00
R$ 9.470,86
MÉDIAS
INFERIORES
COE/área plantada Produtividade
MÉDIAS
INTERMEDIÁRIAS
MÉDIAS
SUPERIORES
R$ 8.810,22
R$ 11.368,28 60,00
R$ 10.000,00 50,00
R$ 8.000,00 40,00
R$ 6.000,00 30,00
R$ 2.000,00 10,00
R$ 4.000,00 20,00
R$ 0,00
33,77
39,58
50,89
Custo por saca
R$ 280,46
Custo por saca
R$ 229,59
Custo por saca
R$ 223,38
Fonte: Labor Rural/CDPEducampo Coopercitrus/Sebrae; 14 fazendas; Dados Corrigidos pelo IGP-DI de Out/18
FIGURA 2. COMPOSIÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL EFETIVO DE CAFÉ (COE) POR SISTEMAS DE
PRODUÇÃO
Fonte- Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA
17%
10%
17%
56%
21%
31%
39%
9%
25%
23%
50%
2%
Manual Semimecanizado Mecanizado
Pessoas
Mecanização
Insumos
Outros
52
CUSTOS
Custos e rentabilidade em 2019
Na tabela 1, pode-se observar os dados de custo
de produção levantados pelo Projeto Campo Futu-
ro, da CNA.
A margem de renda do cafeicultor brasileiro,
na comparação entre os custos de produção levan-
tados no ano de 2019 e os preços vigentes na maior
parte do ano, cujos valores permaneceram abaixo
de R$ 400,00/sc, na maioria das regiões produto-
ras mostrou-se quase sempre negativa.
Em março de 2019,por exemplo,os custos ope-
racionais totais (COT) mostraram uma média de
R$ 428,00/sc, enquanto o preço do café estava em
R$ 398,00, com R$ 30,00 de margem negativa ou
prejuízo. A figura 3 exemplifica isto com os dados
de Brejetuba (ES).
Outro exemplo típico do que ocorreu em 1º
semestre de 2019 pode ser observado com os da-
dos de Manhumirim, na Zona da Mata Mineira.
Para uma produtividade de 27 sc/ha verificou-se
um custo operacional total de R$ 396,00/sc. Quan-
to aos preços,a média no período foi de R$ 372,00/
sc, o que resulta em margem bruta pouco positi-
va, porém, em margem líquida negativa.
Em setembro de 2019, mesmo sendo um ano
de produção baixa, os preços não haviam reagido,
tendo em consideração os estoques da safra alta em
2018 e, além disso, a expectativa de safra alta tam-
bém prevista para 2020.
Na ocasião, os preços do café arábica padrão se
situavam entre R$ 400,00 e R$ 410,00/sc,e os cus-
tos levantados (COT) pelo Projeto Campo Futuro
da CNA se situavam acima desses preços.
TABELA 1. CUSTOS DE PRODUÇÃO DE CAFÉ (COE), EM 2019, EM DIFERENTES REGIÕES, CONFORME
LEVANTAMENTO DO PROJETO CAMPO FUTURO DA CNA
Fonte. Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA
0
200
400
100
300
500
BA
Luís
Eduardo
Magalhães Atualizado em 12/2019
ES
Brejetuba
MG
Guaxupé
PR
Apucarana
RO
Cacoal
SP
Franca
COT=COE+ Depreciações + pró-labore
COE Depreciações + pró-labore
UF Praça Custo (COE) – sc 60 kg
BA Luís Eduardo Magalhães R$ 296,83
ES Brejetuba R$ 325,77
MG Guaxupé R$ 338,16
PR Apucarana R$ 361,74
RO Cacoal R$ 239,60
SP Franca R$ 394,41
52
53
CUSTOS
FIGURA 3. MARGENS DE LUCRO DA PRODUÇÃO
DE CAFÉ EM BREJETUBA (ES), EM JULHO DE
2019
Fonte. Projeto Campo Futuro CNA, Elaboração CIM/UFLA/
CNA
400,00
R$/SACA
350,00
300,00
250,00
200,00
150,00
100,00
50,00
-
(50,00)
COT
COE
Receita média
MB
ML
Somente a partir de outubro/novembro de 2019,
com a melhoria dos preços do café, que ultrapas-
saram os níveis de R$ 500,00 a R$ 550,00/sc, foi
possível registrar margens de rentabilidade positi-
vas.
Evolução da rentabilidade
A evolução da rentabilidade do café, ou seja, a
margem bruta ou líquida obtida na comparação,de
um lado os custos e de outro os preços, mostra que
ela guarda estreita correlação com os preços regis-
trados ao longo dos anos de cultivo.
Com o exemplo do que ocorre em Brejetuba,
na área de montanha do Espírito Santo, de forma
semelhante ao que ocorre em outras regiões, verifi-
ca-se que de 2011 a 2019 a margem líquida foi ne-
gativa de seis anos, sendo que no período de 2016
a 2018 se tornou positiva, quando os preços foram
mais favoráveis (Figura 4).
Baixa rentabilidade afeta os
tratos da lavoura
Quando ocorrem pequenas margens de renta-
bilidade no café, conforme observado nos últimos
anos, os cafeicultores naturalmente tendem a redu-
zir seus gastos no trato das lavouras. Como é mais
difícil cortar as despesas fixas, pela sua própria na-
tureza, então os produtores tendem a reduzir des-
pesas variáveis, como o uso de insumos, especial-
mente os fertilizantes, item de maior peso dentre
eles.
Porém, a redução no uso da adubação é uma
prática errada, pois ela influi diretamente na ma-
nutenção da produtividade e esta é, como já dito,
determinante nos custos do café produzido.
Em um segundo momento, a baixa rentabili-
dade conduz aos maus tratos em geral das lavou-
ras e até em seu abandono. No entanto, o produtor
deve levar em conta que a condução bem-feita da
lavoura é essencial para manter seu potencial pro-
dutivo de forma adequada e, assim, poderá render
mais nos períodos de rentabilidade favorável.
O produtor de café deve avaliar sua capacida-
de econômica de custear um bom trato nas lavou-
ras, e deve manter o tamanho de suas áreas con-
forme essa capacidade,pois áreas pouco produtivas
consomem a renda daquelas lavouras com boa pro-
dutividade.
Ele deve proceder ao planejamento financeiro,
Shutterstock
5454
CUSTOS
PREÇOS DO CAFÉ ARÁBICA - TIPO 6 (R$/SC 60 KG)
MG
PR
SP
Cerrado de Minas 470,00 (16.05)
Sul de Minas 464,00 (14.99)
Zona da Mata 461,00 (17.08)
Noroeste do Paraná 455,00 (16.48)
467,00 (15.86)
458,00 (16.77)Mogiana Paulista
Praça Preço do dia 30/01/2020 (Variação)
Fonte- Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA
Fonte- Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA
PREÇOS DO CAFÉ ROBUSTA - TIPO 6 (R$/SC 60 KG)
ES
Espírito Santo 304,00 (0.96)
Praça Preço do dia 30/01/2020 (Variação)
54
5555
CUSTOS
Fonte:
José Braz Matiello
Engenheiro agrônomo da Fundação Procafé
jb.matiello@gmail.com
FIGURA 4 - EVOLUÇÃO DAS MARGENS DE LUCRO DA PRODUÇÃO DE CAFÉ EM BREJETUBA (ES), DE
2011 A 2019
Fonte. Projeto Campo Futuro CNA Elaboração - CIM/UFLA/CNA
500,00
400,00
300,00
200,00
100,00
R$/SACA
0,00
-100,00
-200,00
2011
Margem bruta
Margem líquida
Preço de venda
2012
-55,76
-100,31
292,75
13,12
-36,57
347,86
2013
-135,48
-180,03
231,24
2014
21,67
-20,37
353,06
2015
38,91
-7,10
384,20
2016
201,51
159,25
492,28
2017
140,39
82,42
422,30
2018
83,98
28,71
374,02
2019
25,44
-17,15
352,00
técnico e operacional da propriedade, para que os
melhores resultados sejam alcançados, por meio de
boas produtividades nas lavouras e maior raciona-
lização no uso dos fatores de produção. Ressalta-se
que os cafeicultores, em sua maioria, não possuem
controle dos seus custos de produção.
O cafeicultor também deve racionalizar suas
despesas,investindo no essencial,nas práticas prio-
ritárias,ou seja,aquelas com efeito sobre a produti-
vidade. Os investimentos em infraestrutura podem
ser adiados nas épocas menos rentáveis.
Já investimentos na melhoria da qualidade dos
cafés, de forma a alcançar preços melhores para o
produto, são vantajosos, pois normalmente envol-
vem apenas mudanças de procedimentos, que exi-
gem poucos recursos.
Lavouras de café em áreas montanhosas, que
ocupam cerca de 700 mil ha no Brasil, têm seus cus-
tos de produção concentrados em despesas com mão
de obra.Em áreas cafeeiras onde a topografia do ter-
reno favorece a mecanização, os custos de produção,
especialmente pela colheita mecanizada, tendem
a ser menores e as despesas anuais de custeio se con-
centram nos fertilizantes e defensivos.
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56
CUSTOS
PROJEÇÕESDOAGRONEGÓCIO
O QUE ESPERAR DA CAFEICULTURA?
A
s projeções mostram que a produção em
2028/29 deve situar-se em 64,0 milhões
de sacas. Essa produção deve ficar cerca de
25,3% maior do que a observada em 2019. As ex-
portações estão projetadas para 41,0 milhões de
sacas, um aumento de 6,0 milhões de sacas em re-
lação a 2019. Correspondência recebida de cola-
boradores indicam a coerência dos resultados de
exportação de um volume de café beneficiado por
volta de 40 milhões de sacas.
O Brasil, há vários anos, tem-se notabilizado
como o maior produtor,exportador e segundo maior
consumidor de café em nível mundial. Em média,
a produção brasileira tem correspondido a um ter-
ço da safra global e, no âmbito interno, as expor-
tações equivalem a 60% da produção nacional e o
consumo por volta de 40%. O País possui aproxi-
madamente 300 mil estabelecimentos produtores
de café, dos quais 82% são considerados da cafei-
cultura familiar.
Consumo
Em relação ao consumo, a Associação Brasi-
leira da Indústria de Café (ABIC) patrocinou uma
pesquisa sobre as Tendências do Mercado de Café,
as quais indicam dados altamente positivos para o
mercado de café em cápsulas. Esse segmento cor-
respondeu a 0,9% do volume total consumido no
Brasil em 2017, quando a pesquisa foi realizada.
Até 2021,as cápsulas deverão chegar a 1,1% do
consumo, com um crescimento médio anual de 9%
de 2017 a 2021. A pesquisa atribui esse crescimen-
to à maior disponibilidade de cápsulas e também
a preços acessíveis do produto, fatores conjugados
que serão grandes impulsionadores desse consumo.
Com relação ao consumo mundial de café e
projeção para 2030,de acordo com o Conselho dos
Exportadores de Café do Brasil – Cecafé (dezem-
bro/2019), a demanda mundial de café no perío-
do de 2018 a 2030 deverá ter um crescimento mé-
dio anual próximo de 2%,o que elevará as atuais 167
milhões de sacas para aproximadamente 210 milhões
(ponto médio da projeção).
Como o Brasil responde por um terço da produ-
ção mundial, para manter o market share desse mer-
cado terá que elevar sua produção para, pelo me-
nos, 70 milhões de sacas por ano.
Para tanto, terá que promover renovação do
parque cafeeiro e investir mais intensamente em
pesquisas e no desenvolvimento e transferência de
novas tecnologias.
57
CUSTOS
TABELA 1. PRODUÇÃO, CONSUMO E EXPORTAÇÃO DE CAFÉ (MILHÕES SACAS)
Fonte: Elaboração da CGPI/DFI/SPA/MAPA e SIRE/Embrapa com dados da CONAB e Agrostat.
* Modelos utilizados: Para produção, para consumo e para exportação modelo Arma.
2019 51 - 24 - 35 41
2020 61 71 24 25 34 40
2021 52 62 25 26 34 40
2022 65 77 26 27 35 42
2023 56 67 26 27 37 45
2024 68 81 27 29 37 45
2025 58 72 27 29 38 46
2026 71 86 28 30 38 46
2027 61 76 28 30 40 50
2028 73 90 29 32 39 49
2029 64 80 29 32 41 51
Projeção
Produção Consumo
Consumo
Exportação
Projeção ProjeçãoL sup. L sup. L sup.
58
FIGURA 02 – CAFÉ – BIENALIDADE (MILHÕES DE SACAS)
Fontes: IBGE e CONAB
70
milhõessc
2001
2005
2009
2013
2003
2007
2011
2015
2018
2002
2006
2010
2014
2017
2004
2008
2012
2016
201960
50
40
30
20
10
0
IBGE CONAB
Fontes:
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Conselho dos Exportadores de Café do Brasil
(CECAFÉ); Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC)
Bienalidade
Podemos observar que nos anos recentes há
uma tendência de redução da bienalidade entre sa-
fras.Bienalidade é a denominação dada ao compor-
tamento do café em que um ano é de alta produção
e no seguinte de baixa.
Há preocupação e evidências de que as mudan-
ças climáticas possam afetar a produção de café e
de outras culturas e criações. O Bureau de Inteli-
gência Competitiva do Café (2016) observa que a
elevação de temperatura poderá reduzir a área apta
ao cultivo de café pela metade nas próximas três
décadas.
FIGURA 01. CONSUMO MUNDIAL DE CAFÉ E PROJEÇÃO PARA 2030
250
222,16
209,49
197,5200
150
100
Milhõesdesacas
1970-1979
1,3%
1980-1989
1,7%
1990-1999
1,8%
2000-2009
2,5%
2010-2018
2,4%
1970
1974
1978
1982
1986
1990
1994
2002
2010
2018
2026
1998
2006
2014
2022
2030
50
0
Atual Mínimo - 1,5% Média - 2,0% Máximo - 2,5%
Fonte: OIC; Elaboração CECAFÉ
CUSTOS
58
FotosShutterstock
60
BRASIL ALCANÇA RECORDE
HISTÓRICO EM EXPORTAÇÕES
E
m 2019, o Brasil exportou 40,6 milhões de
sacas de café, considerando a soma de café
verde, solúvel e torrado & moído, segundo
relatório consolidado pelo Conselho dos Exporta-
dores de Café do Brasil (Cecafé). O dado repre-
senta um recorde histórico das exportações do pro-
duto,assim como aumento de 13,9% em relação ao
volume total exportado em 2018. A receita cam-
bial com as exportações de café em 2019 alcançou
US$ 5,1 bilhões, enquanto que o preço médio da
saca foi de US$ 125,49.
A performance das exportações de café brasi-
leiro em 2019 apresentou um resultado dentro do
previsto para o ano, com o recorde histórico de 40,6
milhões de sacas embarcadas para o mundo. Os re-
sultados ao longo de 2019 foram,sem dúvidas,mui-
to positivos e refletem a excelência e eficiência do
agronegócio café do Brasil em atender à demanda
global pelo produto.
É importante observar também que, entre os
maiores consumidores de café brasileiro, quase to-
dos apresentaram um aumento substancial nas im-
portações, o que foi de suma relevância para o de-
sempenho das exportações ao longo do ano de
2019.
Liderança
O Brasil mantém sua posição de liderança mun-
dial e é um país protagonista na oferta de cafés sus-
tentáveis para o mundo,oferecendo um produto com
total segurança e qualidade,graças a sua alta compe-
tência e ao foco na sustentabilidade.
Observa-se um quadro importantíssimo de
países importadores – no ano passado foram 128 pa-
íses parceiros que consumiram o café brasileiro –
e é importante salientar também que o País está
preparado para atender a demanda global crescen-
te, com grande possibilidade de incremento nos
próximos anos.
Com relação às variedades embarcadas, no to-
tal do ano de 2019 o País exportou 36,6 milhões de
sacas de café verde (32,6 milhões de sacas de arábi-
ca e 3,9 milhões de robusta), o que representa um
EXPORTAÇÃO
61
EXPORTAÇÃO
aumento de 14,8% em relação a 2018.
Vale destacar que a exportação do café robus-
ta (ou conilon) apresentou crescimento de 59,5%,
se comparado ao ano anterior, enquanto o arábica
registrou aumento de 11% no período.
Já os cafés industrializados apresentaram alta
de 7%, com a exportação de 4,0 milhões de sacas,
sendo 3,98 milhões de café solúvel e 24,4 mil de
torrado & moído. Neste caso, o café solúvel teve
crescimento de 6,9%, enquanto que o torrado &
moído, 27,2%.
Nota-se, também, que tanto as exportações de
café verde (robusta + arábica) quanto de solúvel apre-
sentaram resultados recordes no desempenho das ex-
portações em 2019.
Números de dezembro
No último mês de 2019 foram exportadas 2,99
milhões de sacas de café,com receita cambial de US$
384,2 milhões e preço médio de US$ 128,10. As ex-
portações de cafés verdes somaram 2,7 milhões de
sacas (2,3 milhões de arábica e 340,7 mil de robus-
ta), enquanto que os industrializados corresponde-
ram a 309,1 mil sacas embarcadas (308,2 mil de
café solúvel e 950 sacas de torrado & moído).
Entre as variedades, destaque para o café robus-
ta, que dobrou a exportação no mês, registrando au-
mento de 102,6%.
Ano safra 2019/20
Nos seis primeiros meses do ano safra 2019/20
(jul-dez),o Brasil exportou 20,2 milhões de sacas de
café,com destaque para o crescimento de 17,3% nas
exportações de café robusta na mesma base com-
parativa de 2018. A receita cambial do período até
agora foi de US$ 2,5 bilhões e o preço médio de
US$ 125,34.
No compilado do ano civil de 2019, os Estados
Unidos permaneceram como o país que mais con-
sumiu café exportado do Brasil,com 7,9 milhões de
sacas (19,4% das exportações totais no ano passado).
O segundo maior destino foi a Alemanha, com
Exportações
2019
+59,5%Café Robusta
+11,0%Café Arábica
+6,9%Café solúvel
+27,2%Café torrado & moído
FotosShutterstock
62
EXPORTAÇÃO
6,8 milhões (16,7%) e,em terceiro a Itália,com 3,6
milhões (8,8%).
Na sequência estão: Japão, com 2,6 milhões
de sacas (6,4%); Bélgica, 2,5 milhões (6,2%); Tur-
quia, 1,2 milhão (2,9%); Federação Russa, 1,1 mi-
lhão (2,6%); México, 951 mil (2,3%); Reino Unido,
941 mil (2,3%); e Canadá, 900,2 mil (2,2%).
Exceto o Reino Unido,que apresentou queda de
25,5% nas exportações quando comparado a 2018,
todos os principais destinos registraram aumento
no consumo de café brasileiro, com destaque para o
México, que teve crescimento de 200,8% na com-
pra; seguido por EUA (24,7%); Alemanha (19,4%);
Federação Russa (18,6%) e Turquia (18,2%).
Exportações por continente
Os embarques do café brasileiro por continen-
te apresentaram evolução em quase todas as regi-
ões no ano de 2019. As exportações de café para a
Europa registraram, em comparação com 2018, um
aumento de 10,7% (equivalente a 20,9 milhões de
sacas).
Na América do Norte, o aumento foi de 29,8%
(9,7 milhões); na Ásia, de 6,9% (7,1 milhões);
América do Sul, 4,4% (1,6 milhão); África, 51,6%
(640,9 mil); e Oceania, 4,3% (396,7 mil). Apenas
as exportações para a América Central registraram
queda de 27,7% em comparação a 2018 (total de
128,2 mil).
Também se destaca em 2019 o crescimento
de 35,4% das exportações de café brasileiro para
os países produtores (2,2 milhões de sacas); para
o BRICS, aumento de 28,8% (1,4 milhão); Leste
Europeu, +16,4% (1,7 milhão); União Europeia,
+10,3% (19,3 milhões); Oriente Médio, +6,3%
(2,4 milhões); e Países Árabes, +4,9% (1,8 mi-
lhão).
Cafés diferenciados
Segundo o Cecafé, as exportações brasileiras de
62
63
EXPORTAÇÃO
BRASIL: EXPORTAÇÕES MENSAIS DE CAFÉ SOLÚVEL
MÊS 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 x 2018 2019 x 2017
Jan 5.643.036 4.275.698 244.684 185.288 36.346.535 33.141.539 10% 6%
Fev 7.161.738 6.338.044 310.465 274.681 46.195.641 48.710.293 -5% -7%
Mar 8.452.465 8.829.658 366.311 382.671 52.922.472 63.344.533 -16% -22%
Abr 7.343.503 6.990.015 318.296 302.937 45.106.706 48.779.638 -8% -14%
Mai 9.154.335 5.564.854 396.854 241.284 57.824.999 39.145.467 48% 10%
Jun 8.279.678 7.208.556 358.811 312.486 54.911.623 52.374.768 5% -4%
Jul 8.040.424 7.809.400 348.477 338.542 49.077.621 56.065.695 -12% -3%
Ago 7.718.679 8.755.645 334.522 379.883 51.423.131 60.794.141 -15% -6%
Set 7.877.024 7.104.342 341.397 307.878 50.033.645 48.041.410 4% -2%
Out 7.869.929 7.512.042 341.033 326.211 52.803.229 50.747.801 4% -7%
Nov 7.207.543 6.986.701 312.344 302.813 41.591.085 44.294.334 -6% -8%
Dez - - - - - -
Fonte: ABICS
Total
Acumulado 84.750.372 77.376.972 3.675.213 3.356.692 538.238.707 545.441.638 -1,3% -6,5%
Peso Líquido (kg)
Equivalenteemsacas
60 kg
Receita Cambial US$
Variação %
cafés diferenciados (produto que tem qualidade su-
perior ou certificado de práticas sustentáveis) to-
talizaram 7.546 sacas no ano de 2019 e cresceram
21,2% em comparação com o montante de 6.227
sacas embarcadas em 2018.
Na temporada recém-finalizada o volume em-
barcado totalizou 7.715,6 sacas, contra 5.431,5 sa-
cas do ano safra anterior. O faturamento com a
venda desse tipo de produto para o mercado exter-
no em 2019 foi de US$ 1.201 milhões e em 2018,
US$ 1.091 milhões, respectivamente, resultando
em um crescimento de receita em 2019 de 4,8%.
Apesar do expressivo crescimento de 21,2%, ve-
rificado na quantidade embarcada no ano civil de
2019, a depreciação dos preços internacionais ocor-
rida durante a maior parte do ano impediu que os
cafeicultores contabilizassem um maior faturamen-
to com a venda do produto.
Nesse sentido,é interessante esclarecer que o va-
lor médio de exportação dos cafés diferenciados das
espécies arábica e conilon foram, respectivamen-
te, US$ 159,19/sc e US$ 106,19 /sc, isto é, infe-
riores às médias de US$180,55/sc e US$ 110,33/
sc, observadas em 2018.
O valor médio de venda dos cafés diferencia-
dos é bem superior ao dos cafés arábicas naturais.
Em 2019 o ágio foi em torno de 35,1%, então, ve-
jamos: enquanto a saca do café arábica diferencia-
do foi exportada pelo valor médio US$ 184,15, a
do arábica natural obteve o preço médio de US$
136,36/sc.
Quanto ao café conilon/robusta, o ágio obser-
vado foi de 14,1%, uma vez que o valor médio de
exportação dos robustas diferenciados foi de US$
110,33/sc. No caso dos robustas médios, a média
registrada foi de US$ 96,72/sc.
64
EXPORTAÇÃO
Alemanha
Japão
Turquia
México
Canadá
Estados Unidos
Itália
Bélgica
Federação Russa
Reino Unido
6,8
2,6
1,2
0,95
0,90
7,9
3,6
2,5
1,1
0,94
DO BRASIL PARA O MUNDO
Maiores importadores do café brasileiro
(em milhões de sacas)
Brasil enfrenta bienalidade negativa e colhe safra 20% menor em 2019
Brasil enfrenta bienalidade negativa e colhe safra 20% menor em 2019
Brasil enfrenta bienalidade negativa e colhe safra 20% menor em 2019
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Brasil enfrenta bienalidade negativa e colhe safra 20% menor em 2019

  • 2. ATENÇÃO CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO. Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Siga as recomendações de controle e restrições estaduais para os alvos descritos na bula de cada produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e os restos de produtos. Uso exclusivamente agrícola. Copyright. Janeiro 2020 FMC. Todos os direitos reservados. CADA GRÃO DE CAFÉ OrgulhoÉ MOTIVO DE
  • 3. www.fmcagricola.com.br Por trás de todo bom café, existe uma história de dedicação e carinho que só quem planta sabe contar. É por isso que a FMC faz questão de estar cada vez mais perto do produtor, respeitando a sua experiência e desenvolvendo produtos na medida certa para proteger o café em cada uma de suas fases. FMC CAFÉ Inseticidas: ALTACOR® BENEVIA® NEXIDE® Fungicidas: AUTHORITY® ROVRAL® Biopotencializador: CROP+® Nematicida: RUGBY® Programa Impact Mix: WARRANT® 700 WG IMPACT® 125 SC Herbicidas: STONE® ALLY® AURORA® BORAL® Nematicida biológico: QUARTZO®
  • 4. 4 O cultivo e o consumo de café pelo mundo seguem uma tendência ao crescimento, apresentando aumentos significativos des- de a década de 1990. Dados da Embrapa indicam que o setor segue uma taxa de crescimento de 2% ao ano, e estima-se que a produção chegue aos 208 milhões de sacas até 2030. Nos 10 últimos anos a produção global de café cresceu a uma taxa média anual de cerca de 2,6%, passando de 140,16 milhões de sacas em 2010/11 a um volume estimado de 168,71 milhões em 2019/20. A queda de produção dos arábicas no ano cafeeiro corrente é estimada em 4,1%, com 96,22 milhões de sacas produzidas, refletindo em grande medi- da o ano de baixa do ciclo produtivo desses cafés no Brasil. Calcula-se, porém, que a produção mundial dos robustas, aumentando 3,7%, alcançou 72,47 mi- lhões de sacas. Globalmente, os três maiores pro- dutores de todos os tipos de café são o Brasil,o Viet- nã e a Colômbia, que agora respondem por quase 70% da produção mundial.Há uma década esses três países respondiam por pouco menos de 60% da pro- dução mundial. Mesmo com grande popularidade pelo mundo, o mercado mundial de café chegou em 2019 mar- cando o segundo ano consecutivo em que a oferta ultrapassa a demanda. Na prática, a abundância do produto pressiona os preços para baixo e prejudica a rentabilidade do mercado. Enfrentar intempéries climáticas, oscilações de preços no mercado, pragas e a mão de obra cada vez mais escassa não é para qualquer um,mas o ca- feicultor brasileiro é mestre nesta arte, ainda mais Representantes Agromídia Desenv. de Negócios Publicitários Tel.: (11) 5092-3305 Foto Capa Valéria Vidigal Projeto Gráfico/Diagramação Impressão AgroComunicação PABX: (34) 3231-2800 R. Bernardino Fonseca, 88 – B. General Osório Uberlândia-MG 38.400-220 www.revistacampoenegocios.com.br O Anuário do Café é imparcial em relação ao seu conteúdo agronômico. Os textos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. Assinaturas Beatriz Prado Lemes beatriz@revistacampoenegocios.com.br Marília Gomes Nogueira marilia@revistacampoenegocios.com.br Raíra Cristina Batista dos Santos raira@revistacampoenegocios.com.br Aline Brandão Araújo aline@revistacampoenegocios.com.br Diretora Administrativa Joana D’ark Olímpio joana@revistacampoenegocios.com.br Diretora de Jornalismo Ana Maria Vieira Diniz - MTb 5.915MG anamaria@revistacampoenegocios.com.br Núcleo de Jornalismo Editora: Miriam Lins Oliveira - MTb 10.165MG miriam@revistacampoenegocios.com.br Jornalista: Adrielle Teodoro - MTb 15.406MG adrielle@revistacampoenegocios.com.br Assistente Comercial Raymara Barros de Souza raymara@revistacampoenegocios.com.br Amanda Caroline Souza Ferreira amanda.ferreira@revistacampoenegocios.com.br Departamento Comercial Renata Tufi renata@revistacampoenegocios.com.br Renata Helena Vieira de Ávila renata.vieira@revistacampoenegocios.com.br Departamento Financeiro Rose Mary de Castro Nunes financeiro@revistacampoenegocios.com.br Mírian das Graças Tomé financeiro2@revistacampoenegocios.com.br ISSN 2316-6290 - 11ª Edição (34) 3231-2800 @campo_negocios /revistacen @campoenegocios Acesse nosso cartão virtual 4
  • 5. 55 se o assunto são os especiais. Estados Unidos, Ale- manha, Japão, Itália, Bélgica, Canadá, Reino Uni- do, Suécia, Finlândia e Espanha já importam a maioria do café especial produzido em Minas,com alto valor agregado para os cafeicultores, chegando a mais de R$ 800,00 a saca de 60 kg comercializa- da, mostrando uma rentabilidade interessante para quem aposta no diferenciado. Em relaççao aos cafés convencionais, esta- belecendo um ranking do faturamento bru- to dos seis primeiros Estados produtores de café, constata-se que Minas Gerais fi- gura em primeiro lugar, com R$ 10,6 bilhões, equivalentes a 54,92% do total. Em segundo, o Espírito San- to se destaca com R$ 4,28 bilhões (22,17%), seguido por São Paulo com R$ 1,92 bilhão (9,94%). Assim, com uma análise apu- rada feita pelos mais conceituados profissionais do setor, entregamos em suas mãos o Anuário do Café 2020, uma obra que desenvolve- mos com o intuito de potenciali- zar a produção brasileira e mostrar a força dos nossos cafeicultores que, faça chuva ou faça sol, não desistem de produzir com a me- lhor qualidade que lhes é desafiada. É deles toda a gratidão que te- mos, ao finalizar mais essa etapa! Miriam Lins Oliveira Editora Shutterstock
  • 6. 6 07 Produção 49 Custos 59 Mercado 81 Especiais 09 Brasil enfrenta bienalidade negativa 20 Minas continua líder na cafeicultura 23 Espírito Santo – clima interfere no resultado 24 São Paulo - redução da safra é reflexo da bienalidade 25 Goiás colhe safra positiva 26 Bahia - 2019 marca menor produção 28 Rondônia - produtividade elevada, na contramão do Brasil 29 Paraná - variação acompanha ritmo do País 30 Mato Grosso - área menor, produtividade maior 31 Rio de Janeiro - menos 30% em produção 32 Cafeicultura em ritmo acelerado 38 Perfil produtivo das principais regiões produtoras 42 Café com sabor de Brasil 50 Análise de custos x rentabilidade 56 Projeções da cafeicultura até 2029 60 Brasil bate recorde em exportações 66 Mercados mundiais mais promissores 70 Expressão do potencial das variedades de café 74 Cafés de origem – cresce comercialização em 2019 6 82 Cafés diferenciados têm demanda garantida 85 O que se entende por café especial? 88 Cafeicultores de destaque no Brasil 94 Cafés orgânicos - a volta ao passado 07 Produção 49 Custos 59 Mercado 81 Especiais 09 Brasil enfrenta bienalidade negativa 20 Minas continua líder na cafeicultura 23 Espírito Santo – clima interfere no resultado 24 São Paulo - redução da safra é reflexo da bienalidade 25 Goiás colhe safra positiva 26 Bahia - 2019 marca menor produção 28 Rondônia - produtividade elevada, na contramão do Brasil 29 Paraná - variação acompanha ritmo do País 30 Mato Grosso - área menor, produtividade maior 31 Rio de Janeiro - menos 30% em produção 32 Cafeicultura em ritmo acelerado 38 Perfil produtivo das principais regiões produtoras 42 Café com sabor de Brasil 50 Análise de custos x rentabilidade 56 Projeções da cafeicultura até 2029 60 Brasil bate recorde em exportações 66 Mercados mundiais mais promissores 70 Expressão do potencial das variedades de café 74 Cafés de origem – cresce comercialização em 2019 6 82 Cafés diferenciados têm demanda garantida 85 O que se entende por café especial? 88 Cafeicultores de destaque no Brasil 94 Cafés orgânicos - a volta ao passado
  • 7.
  • 9. 9 BIENALIDADE NEGATIVA REFLETE EM PRODUÇÃO MENOR A área total cultivada no País com café (arábica e conilon) totaliza 2,13 milhões de hectares. A safra de café em 2019 foi de 49,31 milhões de sacas beneficiadas, representando decréscimo de 20%. 9 Shutterstoc k
  • 11. 11 BRASIL - PREÇOS MÍNIMOS DE GARANTIA (R$/60 KG) Descrição Café arábica (preço básico) Café arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, com até 86 defeitos, peneira 13 acima, admitido até 10% de vazamento e teor de umidade de até 12,5% (básico). Café robusta (conilon) - preço básico Café conilon, tipo 7, com até 150 defeitos, peneira 13 acima e teor de umidade de até 12,5% (básico). Safra 2016/2017 330,24 208,19 Safra 2018/2019 341,21 202,19 Safra 2017/2018 333,03 223,59 Safra 2019/2020 362,53 210,13 C om a consolidação da safra 2019,confirmou- -se a expectativa de produção menor que aquela apresentada no ano anterior. A influ- ência exercida pelos efeitos fisiológicos oriundos da bienalidade negativa, sobretudo no café arábica, ex- plica, em parte, a diminuição expressa nesse volume colhido. Além disso, a área destinada à produção tam- bém foi inferior a 2018,favorecendo a variação ne- gativa observada no resultado final.De modo geral, foram obtidas aproximadamente 49,31 milhões de sacas beneficiadas em 2019, representando decrés- cimo de 20% em relação ao exercício passado. O rendimento médio ficou em 27,20 sc/ha, sen- do 17,8% menor que a produtividade média verifi- cada no ciclo passado. Além dos fatores já mencio- nados, algumas intempéries climáticas registradas em regiões cafeicultoras importantes durante o ci- clo também impactaram nos números finais. Arábica: a produção foi de 34,30 milhões de sacas, representando redução de 27,8% em compa- ração ao volume obtido na safra passada. Conilon: foram cerca de 15,01 milhões de sa- cas colhidas,simbolizando incremento de 5,9% em relação a 2018. Café total (arábica e conilon) A área total cultivada no País com café (arábica e conilon) totaliza 2,13 milhões de hectares, 1,2% menor que a cultivada em 2018. Desse total, 318,92 mil hectares (15%) estão em formação e 1,81 mi- lhão de hectares (85%) em produção. Em comparação com a safra anterior, a área em produção reduziu 2,8%, enquanto a área em forma- ção aumentou 8,4%.Por se tratar de uma safra de bie- nalidade negativa, é normal que os produtores apro- veitem para realizar tratos culturais nas lavouras e, consequentemente, diminuir a área em produção. Área total de arábica A área plantada com café arábica no País soma 1,73 milhão de hectares, o que corresponde a 81% da área existente. Para esta safra, estima-se dimi- nuição de 0,9% (16,4 mil hectares) em relação à sa- fra passada. Minas Gerais concentra a maior área com a es- pécie, 1,22 milhão de hectares, correspondendo a 70% da área ocupada com café arábica em âmbito nacional. A área plantada com café arábica no País tem se mantido estável nas últimas dez safras e gira em torno de 1,7 milhão de hectares. Além dos ciclos plurianuais de preços e produ- ção de café, o café arábica é caracterizado por flu- tuações de área em produção entre as safras. Essas variações ocorrem devido ao ciclo de bienalidade do café. Nos anos de ciclo de bienalidade negativa a área em formação aumenta, uma vez que os produtores optam por manejar as culturas, especialmente as áre- as mais velhas, onde a produtividade é menor. Em 2019, ano de bienalidade negativa, tivemos um au- mento de 12,2% na área em formação. Área total de conilon Para o café conilon, a estimativa é de redução de 2,5% na área, estimada em 398,8 mil hectares. Desse total, 363,1 mil hectares estão em produção e 35,7 mil hectares em formação. No Espírito San- to está a maior área, 261,5 mil hectares, seguido por Rondônia, com 70,5 mil hectares e logo após a Bahia, com 39,9 mil hectares. Fonte: Conab
  • 12. 12 PRODUÇÃO BRASIL Valéria Vidigal NORTE 9.538 7.820 (18,0) 63.879 62.729 (1,8) 73.417 70.549 (3,9) RO 9.538 7.820 (18,0) 63.879 62.729 (1,8) 73.417 70.549 (3,9) NORDESTE 7.487 12.400 65,6 130.000 97.335 (25,1) 137.487 109.735 (20,2) BA 7.487 12.400 65,6 130.000 97.335 (25,1) 137.487 109.735 (20,2) Cerrado 937 2.300 145,5 11.300 9.000 (20,4) 12.237 11.300 (7,7) Planalto 3.650 7.200 97,3 71.000 51.335 (27,7) 74.650 58.535 (21,6) Atlântico 2.900 2.900 - 47.700 37.000 (22,4) 50.600 39.900 (21,1) CENTRO-OESTE 5.001 4.090 (18,2) 15.215 15.354 (0,9) 20.216 19.444 (3,8) MT 2.856 2.790 (2,3) 9.310 8.422 (9,5) 12.166 11.212 (7,8) GO 2.145 1.300 (39,4) 5.905 6.932 (17,4) 8.050 8.232 2,3 SUDESTE 267.559 291.157 8,8 1.611.132 1.590.710 (48,2) 1.878.691 1.881.867 0,2 MG 215.038 246.281 14,5 1.008.595 983.726 (2,5) 1.223.633 1.230.007 0,5 Sul e Centro-Oeste 118.186 155.249 31,4 514.193 496.613 (3,4) 632.379 651.862,4 3,1 ES 39.724 31.301 (21,2) 387.926 393.902 (1,5) 427.650 425.203 (0,6) RJ 1.436 1.433 (0,2) 12.030 11.713 (2,6) 13.466 13.146 (2,4) SP 11.361 12.142 6,9 202.581 201.369 (0,6) 213.942 213.511 (0,2) SUL 3.300 2.300 (30,3) 37.500 36.900 (1,6) 40.800 39.200 (3,9) PR 3.300 2.300 (30,3) 37.500 36.900 (1,6) 40.800 39.200 (3,9) OUTROS (*) 1.309,1 1.150 (12,2) 6.596,8 9.881 (49,8) 7.905,9 11.031 39,5 NORTE/NORDESTE 17.025 20.220 18,8 193.879 160.064 (17,4) 210.904 180.284 (14,5) CENTRO-SUL 275.860 297.547 7,9 1.663.847 1.642.964 (1,3) 1.939.707 1.940.511 - BRASIL 294.194,1 318.917 8,4 1.864.322,8 1.812.909 (2,8) 2.158.516,9 2.131.826 (1,2) TABELA 1 - CAFÉ TOTAL (ARÁBICA E CONILON) - COMPARATIVO DE ÁREA EM FORMAÇÃO, EM PRODUÇÃO E TOTAL REGIÃO/UF ÁREA EM FORMAÇÃO (ha) Safra 2018 (a) Safra 2018 (c) Safra 2018 (e) ÁREA EM PRODUÇÃO (ha) Safra 2019 (b) Safra 2019 (d) Safra 2019 (f) ÁREA TOTAL (ha) VAR. % (b/a) VAR. % (d/c) VAR. % (f/e) Norte, Jequitinhonha e Mucuri 2.849 26.408 29.2574.295 24.904,4 29.199,450,8 (5,7) Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste 42.829 189.183 232.01240.235 185.688,2 225.923,2(6,1) (1,8) (2,6) Zona da Mata, Rio Doce e Central 51.174 278.811 329.98546.502 276.520 323.022(9,1) (0,8) (2,1) (0,2) Legenda: (*) Acre, Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Fonte: Conab. Nota: Estimativa em dezembro/2019.
  • 13.
  • 14. 14 Apesar de também sofrer influência da bienali- dade, normalmente ela ocorre com menor intensi- dade no conilon. A área dessa espécie vem decres- cendo a cada ano.Desde 2009 a área reduziu 153,4 mil hectares. A área em formação segue pratica- mente estável,em torno de 39 mil hectares,varian- do de 5,0 a 10% em relação à área total. A diminuição na área está vinculada à tendên- cia importante na otimização do manejo dessa cul- tura e à utilização de material genético mais pro- dutivo. Histórico A área cultivada com café nesta safra é 26,7 mil hectares menor que a de 2018. Nos últimos anos, a área vem apresentando redução e esse comporta- mento tem sido compensado pelos ganhos de pro- dutividade alcançados pelos produtores, tendo em vista a aplicação de novas tecnologias. Dos principais Estados produtores, apenas Mi- nas Gerais apresentou ganho na área cultivada no pe- ríodo de 2001 a 2019. Na região da Zona da Mata, em Minas Gerais,a área em produção diminuiu 0,8% em relação à safra passada em razão da intensificação das podas nas lavouras mais velhas ou que necessita- vam de renovação. Na Bahia, a redução da área produtiva se deve, principalmente, à erradicação de lavouras de café que foram abandonadas ou substituídas por pasta- gens para a criação de bovinos, grãos e pela fruti- cultura e também ao ajuste na área cultivada, com base no mapeamento realizado e divulgado em ja- neiro, no boletim do primeiro levantamento da sa- fra 2019 de café. Em relação ao aumento da área em formação, este se deve ao plantio, impulsionado pelos bons resultados das últimas safras. Produtividade total (arábica e conilon) Para a safra 2019, a produtividade foi de 27,20 sc/ha, que equivale à redução de 17,8% em relação à safra passada.Tal diminuição ocorreu em pratica- mente todas as regiões produtoras, principalmente naquelas que dispõem de café arábica devido aos impactos ocasionados pela bienalidade nega- tiva,além da estiagem em dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Esses eventos compro- meteram a formação e a granação dos 14 PRODUÇÃO BRASIL Shutterstock
  • 15. 15 frutos.Contribuíram também para a redução de pro- dutividade a alta incidência de broca-do-café,ocasio- nando a queda prematura dos frutos e perdas signi- ficativas no peso. Na maior parte das regiões onde predomina o cultivo do conilon,a expectativa é de rendimento mé- dio superior ao da safra passada devido às caracterís- ticas fisiológicas dessa espécie e sua maior resistência aos efeitos da bienalidade. Os ciclos de bienalidade são uma das caracterís- ticas do cafeeiro, em especial para o café arábica, e consiste na alternância de um ano com grande flo- rada seguido por outro,com florada menos intensa. Esta é uma característica natural da cultura pe- rene, ocasionada pelo esgotamento da planta, uma vez que no ano de bienalidade negativa ela se re- cupera para produzir melhor na safra subsequente. No entanto,o melhor manejo e o pacote tecno- lógico elevado utilizados pelos produtores têm le- vado, ao longo dos anos, a uma diminuição da di- ferença entre as produtividades de ciclo positivo e negativo. O que esperar para 2020 O 1º Levantamento da safra 2020 de café pre- vê, em quase todas as regiões produtoras de café do País, a influência (sobretudo no café arábica) da bienalidade positiva, estimando assim uma produ- ção maior que aquela obtida em 2019, devendo al- cançar entre 57,2 milhões e 62,02 milhões de sa- cas beneficiadas. A área destinada a essa produção, 1.885,5 hec- tares,apresenta crescimento de 4% e o volume a ser produzido entre 15,9 e 25,8% em relação à tempo- rada passada. Arábica Produção estimada entre 43,2 milhões e 45,93 milhões de sacas,representando aumento em com- paração ao volume produzido na safra passada en- tre 26 e 34,1%, respectivamente. A área plantada do café arábica no País soma 1,75 milhão de hectares,o que corresponde a 81,3% da área existente com lavouras de café. Para esta sa- fra, estima-se incremento de 1,4% em relação à sa- fra passada. Minas Gerais concentra a maior área com a es- pécie, 1,22 milhão de hectares, correspondendo, nesta safra, a 72,1% da área ocupada com café ará- bica em âmbito nacional.A área plantada com café arábica no País tem se mantido estável nas últi- mas dez safras e gira em torno de 1,77 milhão de hectares. Além dos ciclos plurianuais de preços e produ- ção de café, o café arábica é caracterizado por flu- tuações de área em produção entre as safras. Essas variações ocorrem devido ao ciclo de bienalida- de do café. Nos anos de ciclo de bienalidade negativa a área em formação aumenta,uma vez que os produ- tores optam por manejar as culturas, especialmen- te as áreas mais velhas, onde a produtividade é me- nor.Em 2020,ano de bienalidade positiva,teremos uma redução de 14,1% na área em formação. Conilon Produção estimada entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de sacas, representando redução de 7,1 % e crescimento de 6,8%, respectivamente, em compa- ração ao volume produzido na safra passada. Para o café conilon, a expectativa é de aumento de 1,4% na área, estimada em 404,3 mil hectares. Desse total, 371,1 mil hectares estão em produção e 33,2 mil hectares em formação.No Espírito San- to está a maior área, 265,2 mil hectares, seguido por Rondônia, com 71,05 mil hectares e a Bahia, com 40,9 mil hectares. Apesar de também sofrer influência da bienali- dade, no conilon normalmente ela ocorre com me- nor intensidade. A área dessa espécie vem decres- cendo a cada ano. No período de uma década a área em formação manteve-se praticamente estável, em torno de 35,2 mil hectares. 35.000 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2019(*) 20.000 30.000 15.000 25.000 10.000 5.000 - GRÁFICO 1 - PRODUTIVIDADE DE CAFÉ TOTAL (ARÁBICA E CONILON) NO BRASIL Emsc/ha Bienalidade negativa Bienalidade positiva Legenda: (*) Estimativa em dezembro/2019 Fonte: Conab
  • 17. 17 A diminuição de área dessa espécie está vincu- lada a uma tendência importante na otimização do manejo da cultura e à utilização de material gené- tico mais produtivo. Produtividade esperada Em 2020, estima-se que a produtividade se si- tue entre 30,31 e 32,89 sc/ha,representando um au- mento entre 11,4 e 20,9% em relação à safra pas- sada, que foi de bienalidade negativa. O aumento deve ocorrer em quase todas as principais regiões produtoras. A região sul e centro-oeste de Minas Ge- rais é a maior produtora de arábica do País. Hou- ve boas chuvas no final de setembro, que propi- ciaram a primeira florada dos cafeeiros, porém, os volumes em outubro foram muito inferiores à mé- dia histórica e mal distribuídos, o que prejudicou o desenvolvimento dos chumbinhos das floradas de outubro, que ficaram estagnados, enquanto os chumbinhos oriundos da florada de setembro ex- pandiram-se, destoando em tamanho dos demais frutos. Com a volta das chuvas, em novembro, os fru- tos retomaram seu crescimento (expansão) normal. Onde predomina o cultivo de conilon, a expec- tativa é de produtividades próximas à da safra pas- sada em virtude das boas condições climáticas. O Espírito Santo, maior produtor de conilon do Bra- sil, deverá aproximar-se de 65% da produção na- cional e, por isso, as variações que ocorrem naquele Estado influenciam a média nacional. A menor expectativa desta safra é devido às condições climáticas que não foram tão boas em 2019, quando as chuvas foram abaixo do ideal para a cultura e as temperaturas altas,visto que em 2018 ocasionou um menor desenvolvimento da copa dos ramos produtivos. A incidência de fortes ventos na fase de flora- da, em agosto e setembro, derrubou muitas flo- res e folhas das plantas, contribuindo também para uma estimativa de produtividade menor ou próxi- ma à safra passada. Preços internacionais A safra recorde colhida em 2018 deixou o mer- cado bastante ofertado,gerando grande volume ex- cedente de produto, cujos efeitos provocaram que- da nos preços externos e no mercado nacional, fato ocorrido com maior intensidade no período de ju- nho/18, quando o valor médio de comercializa- ção do arábica saiu de R$ 452,75 para R$ 378,33/ sc, em maio/19 e o conilon de R$ 315,84 para R$ 262,32/sc, em idêntico período. A partir de junho/19 o mercado começou a re- agir, produtores e demais segmentos da cadeia di- vidiram suas preocupações com a situação irregu- lar do clima no Brasil, evento que se estendeu até setembro. Predominou, nesse período, a baixa incidên- cia de chuvas e ocorrência de altas temperaturas na maioria das regiões produtoras. Ressalta-se que a valorização do dólar em re- lação ao real foi um dos mais importantes instru- mentos de sustentação dos preços do café no mer- cado interno ao longo do ano, principalmente nos momentos em que as cotações nos mercados futu- ros de Nova Iorque e de Londres acenavam com tendência de baixa. No mercado internacional, os preços futuros dos contratos dos cafés arábica e conilon recuaram no início do ano após as fortes altas verificadas nos meses de novembro e dezembro/19. A normaliza- ção do clima com o retorno das chuvas nas regi- ões cafeeiras do Brasil e a entrada de produto de origem colombiana e de países da América Cen- tral tem contribuído para o arrefecimento das co- tações. Entre janeiro/18 e outubro/19, os preços in- ternacionais do café (arábica saiu de US$ 124,01 Cents/lb para US$ 97,37 Cents/lb e o conilon de US$ 79,43 para US$ 56,63 Cents/lb) seguiram em uma trajetória de baixa. No meio desse percurso houve momentos pon- tuais de recuperação, a exemplo do ocorrido em ou- tubro/18, no entanto, depois, o mercado retornava ao comportamento habitual, isto é, de baixa. Durante esse período o mercado foi pressio- nado por duas grandes safras, com destaque para a produção recorde colhida na safra 2018/19, e ou- tra boa safra em 2019/20,ligeiramente inferior,em 3,1%. Tamanha oferta de produto superou a deman- da mundial, que também cresceu, não na mesma proporção, já que o excedente produzido foi supe- rior ao aumento da demanda. Portanto, e em con- sonância com as previsões do USDA, a oferta de café nos dois últimos anos safra foi superavitária, notadamente no biênio 2018/19 (9.878 mil sa- cas), fato que permitiu acumular importantes in- crementos nos números dos estoques de passa- gem, já que o volume estimado para o consumo tem se mostrado inferior ao da produção. Estes fatores aqui mencionados foram carac- terizados como importantes pilares dos funda- mentos do mercado do produto que, na situação descrita, pressionaram de forma negativa os pre- ços da commodity nos mercados futuros e dispo- nível, ao longo do período ora analisado. A partir de junho/19, com extensão até o mês de dezembro/19, as operações nos mercados fu- turos do arábica e do conilon retomaram o mo- vimento de recuperação dos preços baseados em informações mais realistas sobre o tamanho e a qualidade da safra brasileira 2019/20, que ao ser colhida mostrou-se inferior, quanti e qualitativa- mente, às projeções divulgadas por agentes espe- cializados que fazem parte da cadeia mundial do produto. Por ocasião do encerramento do ano, consta-
  • 18. 18 tou-se que o valor médio do contrato de primeira entrega do café arábica negociado no mercado fu- turo de Nova Iorque, em 2019, foi de US$ 101,84 Cents/lb, valor este inferior em 10,3% à média de 2018, calculada em US$ 113,57 Cents/lb. Tendo em vista a boa recuperação dos preços, ocorrida nos dois últimos meses do ano, o valor médio de comercialização do contrato do arábica na bolsa ice, em dezembro, ficou estabelecido em US$ 129,72 Cents/lb.Em se tratando do café coni- lon, verificou-se que o valor médio do contrato de primeira entrega, negociado no mercado futuro de Londres no ano de 2019, foi de US$ 63,67 Cents/ lb, valor este inferior 16,5% à média de 2018, cal- culada em US$ 76,29 Cents/lb. Como o mercado do conilon apresentou uma baixa performance na recuperação dos preços,o valor médio de comercialização do contrato na bolsa Liffe, em dezembro, foi de 63,03 Cents/lb. Inovações ditam o ritmo Para seguir na atividade, os produtores terão que continuar inovando,buscando e inserindo novas tec- nologias no processo de produção, objetivando a re- dução dos custos e o aumento dos níveis de produ- tividade.Torna-se oportuno lembrar que, graças ao avanço da pesquisa e ao uso intenso de novas téc- nicas de produção, a produtividade do café nos úl- timos 19 anos apresentou um expressivo incremen- to de 88,9%,saindo de 14,4 sc/ha em 2001 para 27,2 sc/ha em 2019. Fontes: Djalma Fernandes de Aquino, analista de café da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB ARÁBICA 34,30 milhões de sacas - 27,8% em relação a 2018 CONILON 15,01 milhões de sacas + 5,9% em relação a 2018 2,13 milhões de hectares Área total cultivada no País arábica e conilon 1,2% menor que a cultivada em 2018 318,92 mil hectares (15%) em formação 1,81 milhão de hectares (85%) em produção 18 PRODUÇÃO BRASIL Shutterstock
  • 19.
  • 20. 20 MINAS GERAIS LÍDER NA PRODUÇÃO NACIONAL E m 2019 a produção no principal Estado pro- dutor de café do Brasil ficou da seguinte for- ma: Sul de Minas (Sul e Centro-Oeste): redução da área em produção e do rendimento médio da cultura em comparação ao ano anterior, refletin- do assim em uma produção final inferior aos 17,9 milhões de sacas colhidas em 2018. Foram produ- zidas cerca de 13,98 milhões de sacas nesta tem- porada. Cerrado Mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste): diminuição de área, de produtividade média e de produção, alcançando 4,59 milhões de sacas beneficiadas. Zona da Mata Mineira (Zona da Mata, Rio Doce e Central): redução de área e produtividade média. O volume final colhido ficou em 5,35 mi- lhões de sacas. Norte de Minas (Norte, Jequitinhonha e Mucuri): produção menor que aquela obtida em 2018, devendo ficar em 628,7 mil sacas beneficia- das. A bienalidade negativa e as condições climáticas desfavoráveis fizeram com que a produção de café em Minas Gerais, na safra 2019, recuasse 26,5% frente ao ano anterior, com a previsão de colheita de 24,5 milhões de sacas de 60 quilos do grão, ante o volume de 33,3 milhões de sacas em 2018 PRODUÇÃO ESTADOS
  • 21. 21 70%da área total nacional Áreaocupa da com café arábica em Mina sGerais Panorama 2020 30,71 a 32,08 milhões de sacas Sul de Minas (Sul e Centro-Oeste): pers- pectiva de ganho de área em produção e ren- dimento médio da cultura, refletindo assim em uma projeção também maior na produção final, quando comparada à safra passada, devendo va- riar entre 17,03 milhões e 17,79 milhões de sa- cas, sinalizando crescimento de até 27,3% em comparação à safra 2019. As condições climáticas estão adequadas no momento, com ocorrência de chuvas regula- res desde novembro de 2019. Contudo, o de- senvolvimento dos chumbinhos é considera- do um pouco atrasado devido, principalmente, ao estresse hídrico verificado em outubro de 2019,com os baixos índices pluviométricos re- PRODUÇÃO ESTADOS
  • 22. 22 gistrados à época. Cerrado Mineiro (Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste): há estimativa de aumento de área, de produtividade média e de produção, podendo al- cançar entre 5,82 milhões e 6,07 milhões de sa- cas beneficiadas, o que representa um aumento de até 32,3% em relação a 2019. Ao longo do desen- volvimento das lavouras, o clima oscilou bastante na região. Se por um lado a ausência de precipita- ções até o final de setembro de 2019 praticamen- te eliminou a ocorrência de florada prematura ou o abortamento dos botões que eventualmente flo- rescessem no período, as chuvas de média a grande intensidade e bem distribuídas, ocorridas nos últi- mos dias de setembro de 2019, permitiram que as lavouras apresentassem um potencial vigoroso de florescimento no início do mês seguinte. Vale destacar que a região do Cerrado Mineiro se caracteriza pelo uso expressivo de tecnologia de ponta no plantio, nos tratos culturais e na colheita do café. A colheita é totalmente mecanizada, com grande percentual de áreas irrigadas nos municí- pios que integram a região. De modo geral, estima-se que 20% das lavouras estejam com bom aspecto vegetativo e bem nutri- das. O restante apresenta desfolhamento, falhas na recomposição nutricional e no combate a doenças e pragas, fruto do baixo índice remuneratório da la- voura nos últimos anos. Zona da Mata Mineira (Zona da Mata, Rio Doce e Central): expectativa de crescimento em rendimento médio, área em produção e no volume final produzido, que está estimado entre 7,21 mi- lhões e 7,53 milhões de sacas,representando incre- mento de até 40,6% em comparação à temporada passada. Tal expectativa de crescimento se deve à bienalidade positiva das lavouras, ao pequeno au- mento da área em produção e às duas excelentes floradas ocorridas na região, com condições climá- ticas favoráveis durante o período. Norte de Minas (Norte, Jequitinhonha e Mu- curi): a previsão é de uma produção maior que aque- la obtida em 2018, devendo ficar entre 655,7 mil e 684,9 mil sacas beneficiadas, apresentando variação positiva entre 4,3 e 8,9%, respectivamente, quando comparadas à safra anterior. De maneira geral, no final de novembro e início de dezembro as lavou- ras se encontravam em condições regulares e boas, razoavelmente enfolhadas, sem relatos de doenças de maior importância. Nas localidades onde prevalecem as lavouras de sequeiro e de pequenos produtores, os tratos cul- turais são reduzidos, com menor dispêndio de re- cursos. Já as lavouras irrigadas estão submetidas às boas práticas de manejo e tratos culturais tecnica- mente recomendados. Shutterstock 22 PRODUÇÃO ESTADOS
  • 23. 23 E m 2019, as condições climáticas verifica- das ao longo do desenvolvimento da cul- tura oscilaram e, atrelado a isso, os efeitos da bienalidade negativa trouxeram a diminuição de rendimento médio e de produção total em compa- ração a 2018, alcançando cerca de 13,49 milhões de sacas, com uma produtividade média de 34,27 sc/ha. Panorama 2020 13,02 milhões a 15,44 milhões de sacas A primeira previsão indica, para a espécie co- nilon,uma produção entre 9,01 e 10,67 milhões de sacas e para a espécie arábica entre 4,01 e 4,77 mi- lhões de sacas, o que resulta em uma produção to- tal entre 13,02 e 15,44 milhões de sacas. A cafeicultura capixaba é muito relevante no cenário nacional, sendo, portanto, a segunda maior do País. Para essa safra, a expectativa é que o pa- tamar continue elevado, estimando uma produção entre 13 e 15,4 milhões de sacas.A área em produ- ção deve se manter próxima àquela verificada em 2018, apontando 400,3 mil hectares (1,6% a mais do que os 393,9 mil hectares utilizados na tempo- rada passada). Com a consolidação da safra 2019 de café no Estado, houve a confirmação da produção de aproximadamente 13,5 milhões de sacas, sendo cerca de 3,0 mi- lhões de sacas com o café arábica e 10,5 milhões de sacas com o café conilon Shutterstock ESPÍRITO SANTO CLIMA INTERFERE NO RESULTADO PRODUÇÃO ESTADOS
  • 24. 24 C om uma produção predominantemente de café arábica e uma safra de bienalidade ne- gativa, a previsão de redução em 2019 em relação a 2018 se confirmou. Foram 4,34 milhões de sacas beneficiadas, representando diminuição de 31,1% em comparação ao ano passado. Panorama 2020 - 5,71 a 6,1 milhões de sacas Com uma produção predominantemente de café arábica e uma safra de bienalidade positiva, a pre- visão é de crescimento em relação a 2019, devendo aumentar entre 31,6 e 40,5%. O rendimento está estimado entre 27,66 e 29,53 sc/ha, acréscimo de 28,4 a 37% em relação à temporada passada. Quanto à produção, o volume previsto é de 5,7 a 6,1 milhões de sacas.A área em produção espera- da é de 206,4 mil hectares, representando aumen- to de 2,5% em comparação a 2019. Shutterstock A safra paulista de café 2019 ficou em 4.339,5 toneladas, representando redu- ção de 31,1% em comparação à temporada passada, principalmente pela dimi- nuição da produtividade média, que fechou em 21,55 sc/ha REDUÇÃO DA SAFRA É REFLEXO DA BIENALIDADE SÃO PAULO PRODUÇÃO ESTADOS
  • 25. 25 GOIÁS O s incrementos verificados na área em pro- dução e no rendimento médio potencia- lizaram o resultado final da safra, que fe- chou em 249,3 mil sacas beneficiadas. Tal número foi 27,6% superior à produção alcançada na tem- porada anterior. Panorama 2020 265,2 a 276 mil sacas Estimativa de redução de 8,5% na área em pro- dução e ganhos na produtividade.Assim,a produção deverá atingir um volume entre 265,2 e 276 mil sa- cas, crescimento entre 6,4 e 10,7%.Vale lembrar que as lavouras de café em Goiás são irrigadas. Os efeitos da bienalidade positiva influencian- do a produtividade da cultura, bem como os maio- res investimentos realizados pelos produtores, es- timularam o aumento no preço do café pago aos cafeicultores. Outro importante fator é que produ- tores que tinham problemas com o manejo conse- guiram recuperar bem suas lavouras, e haverá um significativo aumento de área em produção, em es- pecial na região leste. Foram cerca de 6,9 mil hectares em produção nesta safra, representando in- cremento de área de 17,4% em relação à temporada passada. Ao todo foram colhidas cerca de 249,3 mil sacas de café beneficiadas no Estado, com um ren- dimento médio na ordem de 35,96 sc/ha COLHE SAFRA POSITIVA 25 Shutter stock PRODUÇÃO ESTADOS
  • 26. 26 BAHIA 2019 MARCA MENOR PRODUÇÃO E m 2019 houve diminuição de área em produ- ção e de rendimento médio, perfazendo uma produção aquém daquela obtida em 2018. Ao todo foram colhidas 3,0 milhões de sacas. As três regiões produtoras do Estado (Cerrado, Pla- nalto e Atlântico) apresentaram números inferio- res aos da safra passada. Panorama 2020 3,6 a 4,1 milhões de sacas Cerrado: crescimento de área em produção e ex- pectativa de produção maior que 2019, podendo va- riar entre 440 a 470 mil sacas. Na região do Cerrado predomina o manejo irrigado em grandes proprieda- des, conduzido por grupos empresariais, com opera- ções mecanizadas e boas produtividades. Planalto: previsão de aumento de área em produção de 13,6% em comparação à safra passa- da, além de expectativa de rendimento médio su- perior àquela verificada em 2018. Na região do Planalto predomina o manejo de sequeiro, em pe- quenas propriedades, conduzidas por famílias pro- dutoras, com baixas produtividades, mas ressalta-se a existência de produtores com excelência produtiva, com irrigação e colheita mecanizada. Atlântico: região que sinaliza para incremento de área em produção nesta safra, cerca de 6,1%, e de 16,55% na produtividade média esperada, acar- retando uma projeção de crescimento na produção final. Na região do Atlântico predomina o manejo irrigado, com propriedades médias e que apresen- tam altas produtividades. Foram destinados cerca de 97,3 mil hectares para a produção de café nesta safra, sendo 60,3 mil hectares com o café arábica (nas regiões do Planalto e do Cerrado baiano) e 37 mil hectares para o café conilon (exclusivamente na região do Atlântico), representando 3,0 milhões de sacas beneficiadas, diminuição de 34,1% em relação a 2018 26 PRODUÇÃO ESTADOS
  • 27. 27 Shutterstock 97,3 mil hectares Área plantada 3,0 milhões de sacas beneficiadas Produção 27 PRODUÇÃO ESTADOS
  • 28. 28 RONDÔNIA PRODUTIVIDADE ELEVADA, NA CONTRAMÃO DO BRASIL E m 2019 a produtividade média cresceu, es- pecialmente em razão do uso de materiais genéticos de maior potencial produtivo e do manejo mais tecnificado que os produtores têm implantado em suas lavouras.Dessa forma,mesmo com diminuição da área em produção,o volume fi- nal obtido foi superior àquele registrado em 2018. São cerca de 2,2 milhões de sacas de café, exclusi- vamente do tipo conilon, colhidas em 2019 (au- mento de 11,1% em relação ao ano passado). Panorama 2020 2,34 a 2,39 milhões de sacas A expectativa de aumento da área em produ- ção e da produtividade média deverá alcançar en- tre 6,6 e 8,7% em relação àquela apresentada no ano passado. As condições climáticas para a safra 2020, na maioria das regiões produtoras, têm se mostra- do favoráveis ao desenvolvimento das lavouras e formação dos frutos. Na safra 2019 houve redução da área em produção de 1,8% em comparação com a temporada passada, com 62,7 mil hectares destinados ao café exclu- sivamente do tipo conilon. A produti- vidade ficou em cerca de 35,05 sc/ha, perfazendo uma produção de 2.198,7 sacas beneficiadas Shutterstock 2,2 milhões de sacas de café conilon em 2019 +11,1% em relação a 2018 28 PRODUÇÃO ESTADOS
  • 29. 29 PARANÁ VARIAÇÃO ACOMPANHA RITMO DO PAÍS A área em produção e a produtividade mé- dia em 2019 reduziram 1,6 e 3,2%, res- pectivamente, quando comparadas a 2018. Tais variações perfizeram uma produção inferior à da safra anterior, ficando em 953 mil sacas de café. Panorama 2020 880 a 970 mil sacas A estimativa inicial para a safra 2020 é de redu- ção na área em produção, devendo ficar em 36,1 mil hectares, aproximadamente. Tal diminuição é re- flexo do longo período de preços baixos praticados no mercado físico,do aumento do custo de produção e da necessidade de renovação das lavouras, visando o aumento da produtividade e adaptação para meca- nização. O intervalo da produção esperada está entre 880 mil e 970 mil sacas de café. Foram 36,9 mil hectares destinados à cafeicultura na safra 2019, com um ren- dimento médio de 25,83 sc/ha e uma produção na ordem de 953 mil sacas de café arábica Shutterstock inferior à safra 2018 produção de 953 milsacas de café PRODUÇÃO ESTADOS
  • 30. 30 MATO GROSSO ÁREA MENOR, PRODUTIVIDADE MAIOR A cafeicultura mato-grossense, especialmen- te no Noroeste do Estado, tem se destaca- do e demonstrado boa fonte de renda para os produtores,principalmente para agricultores fami- liares dotados de pequenas áreas.Um dos fatores que tem contribuído para o aumento dessa renda é a ado- ção de novas tecnologias,como: café clonal,irrigação, adubação com recomendação técnica,entre outros. Panorama 2020 159 a 168,8 mil sacas Com crescimento de 17,6% na área em produção e expectativa de ganhos entre 11,4 e 18,3% na produ- tividade, a produção ficará entre 159 e 168,8 mil sa- cas. A projeção é que a área em produção de café no Estado seja de 9,9 mil hectares, exclusivamente do café conilon, o que representa incremento de 17,6% em relação à área da temporada passada. Tal crescimento se deve às lavouras implantadas nos últimos anos e que agora iniciarão seu período produtivo. O perfil de cultivo dessas novas lavouras é majoritariamente caracterizado pelo adensamento das plantas, cujo espaçamento varia de 3 m x 1 m a 3 m x 0,75 m, típico de variedades de ciclo preco- ce. A destinação de área para a produção do café foi menor nesta safra em comparação ao ano passado. Tal variação foi de 9,5%, perfazendo uma área de 8,4 mil hectares. A produtividade média obtida foi 28,8% superior a 2018, alcançando 14,41 sc/ha 121,4 milsacas de café beneficiadas 16,5%a mais que em 2018 30 PRODUÇÃO ESTADOS Shutterstock
  • 31. 31 RIO DE JANEIRO MENOS 30% EM PRODUÇÃO A produção carioca foi menor 29,2% que as 346 mil sacas de café beneficiadas no ciclo passado. Ao todo foram produzidas cerca de 245 mil sacas beneficiadas em 2019. Panorama 2020 316 a 350 mil sacas Com área semelhante à cultivada em 2019 e in- cremento substancial na produtividade, estima-se uma produção entre 316 e 350 mil sacas. O cultivo do café arábica predomina no Estado.Os municípios que produzem exclusivamente café conilon, os quais se encontram em áreas de baixas altitudes, apresen- tam uma área total inferior a 100 hectares. No geral, houve diminuição da produtividade média, ficando em 20,92 sc/ha, sendo 29,2% inferior ao rendimento obtido na safra passada. A área em pro- dução também apresentou decréscimo em relação ao ano anterior, chegando a 11,7 mil hectares Shutterstock 2018 346 mil 2019 245 mil SACAS DE CAFÉ BENEFICIADAS -29,2% 31 PRODUÇÃO ESTADOS Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento - Conab
  • 32. 32 CAFEICULTURA MUNDIAL EM RITMO ACELERADO A produção mundial de café, em 2019, foi de 168,1 milhões de sacas de 60 kg e o con- sumo atingiu o volume físico de 167,9 mi- lhões de sacas,segundo o Conselho dos Exportado- res de Café do Brasil - Cecafé. O Brasil se destaca como o maior produtor mundial, com 49,30 mi- lhões de sacas, 29,45% de todo café produzido no mundo, mantendo o protagonismo do País na ca- feicultura mundial. A taxa média anual de crescimento da deman- da no longo prazo é de 2,2%, calculando-se que, de 90,71 milhões de sacas, o consumo se elevará a 169,34 milhões em 2019/20.Em relação ao ano pas- sado, o crescimento global da demanda em 2019/20, estimado em 0,7%, está 2,7 pontos percentuais abai- xo de 2018/19 mas,mesmo assim,representa um au- mento de 1,24 milhão de sacas no total da demanda. Esse aumento segue o de 2018/19, que foi de 3,4% - para 168,1 milhões de sacas, excedendo a média de longo prazo. O resultado em 2018/19 deve-se, acima de tudo, à expansão que se viu tanto na Europa quanto na América do Norte, onde o consumo aumentou, res- pectivamente, 4,9%, para 55,73 milhões de sacas; e 5,7%, para 31,64 milhões. As importações e o consumo nos países das duas regiões provavelmente foram estimulados por preços mais baixos durante o ano cafeeiro passado, mas que neste ano podem se tornar mais lentos. Além disso, uma desaceleração do crescimento econômico global,em particular nos mercados emer- gentes e economias em desenvolvimento, da forma descrita pelo Fundo Monetário Internacional em suas Perspectivas Econômicas Mundiais de outu- bro de 2019, pode limitar o crescimento do con- sumo de café. Globalmente, os três maiores produtores de todos os tipos de café são o Brasil, o Vietnã e a Colômbia, que agora respondem por quase 70% da produção mun- dial. Há uma década esses três países respondiam por um pouco menos de 60% da produção mundial PRODUÇÃO MUNDO PRODUÇÃO NO MUNDO (MILHÕES DE SACAS DE 60 KG) Posição: junho/2019 (divulgação semestral). Fonte: Cecafé Produção Safra Estoque inicial Importação Consumo Exportação Estoque FinalArábica Robusta Total 2010/11 28,8 87,9 53,5 141,4 109,3 134,5 116,5 28,6 2011/12 28,6 84,5 60,3 144,8 111,5 141,5 117,7 25,7 2012/13 25,7 92,9 65,1 158,0 116,6 142,1 122,8 35,4 2013/14 35,4 92,5 67,6 160,1 117,0 142,4 128,9 41,2 2014/15 41,2 86,6 67,2 153,8 117,4 145,6 123,6 43,1 2015/16 43,1 86,3 66,6 152,9 124,5 152,7 133,4 34,4 2016/17 34,4 101,5 60,2 161,7 126,5 153,8 133,5 35,3 2017/18 35,3 94,3 64,3 158,7 127,7 159,5 131,1 31,0 2018/19 31,0 104,4 70,1 174,5 132,6 163,9 137,9 36,3 2019/20 36,3 97,3 71,9 169,1 132,8 167,9 136,8 33,5
  • 33. 33 PRODUÇÃO MUNDO VIETNÃ (MILHÕES DE SACAS DE 60KG) Posição: junho/2019 (divulgação semestral). Fonte: Cecafé Produção Safra Estoque inicial Importação Consumo Exportação Estoque FinalArábica Robusta Total 2010/11 1,0 0,7 18,8 19,4 0,4 1,3 18,6 0,8 2011/12 0,8 0,8 25,2 26,0 0,5 1,7 24,5 1,1 2012/13 1,1 0,9 25,6 26,5 0,8 1,8 24,6 1,9 2013/14 1,9 1,2 28,7 29,8 0,6 2,0 28,3 2,1 2014/15 2,1 1,1 26,4 27,4 0,6 2,2 21,5 6,4 2015/16 6,4 1,1 27,8 28,9 0,6 2,6 29,5 3,8 2016/17 3,8 1,1 25,6 26,7 1,0 2,8 27,6 1,2 2017/18 1,2 1,3 28,0 29,3 1,1 2,9 27,9 0,8 2018/19 0,8 1,4 29,0 30,4 1,2 3,0 27,2 2,1 2019/20 2,1 1,4 29,1 30,5 1,2 3,4 28,3 2,1 COLÔMBIA (MILHÕES DE SACAS DE 60KG) Posição: junho/2019 (divulgação semestral). Fonte: Cecafé Produção Safra Estoque inicial Importação Consumo Exportação Estoque FinalArábica Robusta Total 2010/11 0,3 8,5 - 8,5 0,8 1,1 8,4 0,1 2011/12 0,1 7,7 - 7,7 1,1 1,3 7,4 0,2 2012/13 0,2 9,9 - 9,9 0,7 1,2 8,9 0,8 2013/14 0,8 12,1 - 12,1 0,5 1,3 11,0 1,0 2014/15 1,0 13,3 - 13,3 0,2 1,4 12,4 0,7 2015/16 0,7 14,0 - 14,0 0,3 1,4 12,4 1,1 2016/17 1,1 14,6 - 14,6 0,4 1,5 13,8 0,9 2017/18 0,9 13,8 - 13,8 0,8 1,7 12,7 1,1 2018/19 1,1 14,3 - 14,3 0,8 2,0 13,4 0,9 2019/20 0,9 14,3 - 14,3 0,8 2,1 13,4 0,5 Shutterstock
  • 34. 34 PRODUÇÃO MUNDO Tendências Em 2019/20 calcula-se que na Europa a de- manda diminuirá 0,6%, caindo para 55,4 milhões de sacas. Em suas previsões econômicas de ou- tono de 2019, a Comissão Europeia notou que a União Europeia está enfrentando diversos choques que poderão comprometer o crescimento econômi- co em 2020. Estima-se que na América do Norte o consu- mo alcançará 31,88 milhões de sacas, 0,7% acima de 2018/19. Depois de registrar uma taxa menor de crescimento em 2018/19,calcula-se que na Ásia & Oceania o consumo se recuperará parcialmente, aumentando 2,9% e alcançando 37,51 milhões de sacas; na África ele deve aumentar 1,8%, alcançan- do 11,94 milhões; na América Central & México ele deve aumentar 1,4%, alcançando 5,47 milhões; e na América do Sul o consumo deve aumentar 0,1%, alcançando 27,14 milhões de sacas. Preços continuaram a subir em dezembro Em dezembro de 2019, o indicativo compos- to da OIC continuou a subir, variando numa faixa de 111,80 a 123,69 centavos de dólar dos EUA por libra-peso. Os preços indicativos de todos os ará- bicas subiram, mas dos robustas caíram 0,1%, para 73,22 centavos/libra-peso. A firmeza da demanda e a atual escassez de oferta no mercado ajudaram a pressionar os preços para cima. Nos dois primeiros meses do ano ca- feeiro de 2019/20 exportou-se 10,8% menos café, com embarques de 18,3 milhões de sacas. Durante esse período as exportações de todos os grupos diminuíram, exceto as dos suaves colom- bianos, que totalizaram 2,6 milhões de sacas, au- mentando 2,2%. Estima-se que em 2019/20 a produção global de café será de 168,71 milhões de sacas,0,9% abai- xo do ano passado, correspondendo a uma queda de 4,1% na produção dos arábicas, para 96,22 mi- lhões, e a um aumento de 3,7% na produção dos robustas, para 72,5 milhões. Também se estima que ano cafeeiro de 2019/20 o consumo aumentará 1,24 milhão de sacas, alcan- çando 169,34 milhões.O déficit resultante,de 0,63 milhão de sacas em 2019/20,geraria pressão altista sobre os preços. Essa pressão pode diminuir à me- dida que mais café da safra de 2019/20 for entran- do no mercado. Além disso, prevê-se que a produ-
  • 35. 35 ção brasileira do ano safra de 2020/21, que começa em abril, será maior. O indicativo composto da OIC continuou a su- bir em dezembro de 2019, culminando em 123,69 centavos de dólar dos EUA por libra-peso no dia 16. A média mensal do composto diário foi de 117,37 centavos/libra-peso, 9,5% acima da média de novembro, além de ser a média mais alta des- de outubro de 2017, quando ela alcançou 120,01 centavos. O nível mais baixo do indicativo composto di- ário da OIC em dezembro foi de 111,80 centavos/ libra-peso no dia 04 e, mesmo nesse nível, o in- dicativo esteve acima das médias mensais dos 18 meses anteriores. Nos últimos meses o ritmo das exportações do Brasil diminuiu em relação a um ano atrás. As colheitas de algumas origens com ano safra de outubro a setembro, além disso, se atrasaram. A redução consequente da oferta e o vigor da deman- da contribuíram para o aumento da pressão altis- ta sobre os preços. Histórico Nos 10 últimos anos a produção global de café PRODUÇÃO MUNDO cresceu a uma taxa média anual de cerca de 2,6%, passando de 140,16 milhões de sacas em 2010/11 a um volume estimado de 168,71 milhões em 2019/20. A queda de produção dos arábicas no ano cafe- eiro corrente é estimada em 4,1%, com 96,22 mi- lhões de sacas produzidas, refletindo em grande medida o ano de baixa do ciclo produtivo desses cafés no Brasil. Calcula-se, porém, que a produção mundial dos robustas, aumentando 3,7%, alcança- rá 72,47 milhões de sacas. Lá fora No Vietnã estima-se um aumento de 4,4% da produção, para 31,2 milhões de sacas, no ano safra de 2019/20. A água suficiente para irrigação du- rante a temporada de crescimento, espera-se, for- talecerá a produtividade. A produção nos dois primeiros meses do ano safra é estimada em 3,25 milhões de sacas, 27,6% abaixo do volume produzido no primeiro bimes- tre de 2018/19. Essa queda pode ser atribuída aos preços baixos que prevalecem internamente,levan- do os cafeicultores a reterem seu café, e as pesadas chuvas no início da temporada, que atrasam a co- lheita. A Colômbia é o segundo produtor mundial de arábica,e calcula-se que sua safra de 2019/20 alcan- çará 14,1 milhões de sacas, 1,7% acima de 2018/19. A Federação Nacional dos Cafeicultores da Colôm- bia informou que nos dois primeiros meses do ano safra de 2019/20 o país produziu 2,88 milhões de sacas, 20,5% acima do volume produzido no mes- mo bimestre do ano safra passado. Durante o mesmo período, a Colômbia em- barcou 2,37 milhões de sacas de café, 3,1% a mais que no ano passado.Seus embarques provavelmen- te incluíram vendas de café da safra anterior pelos cafeicultores, incentivadas pelos preços mais altos. Panorama O aumento da demanda simultaneamente com uma queda da produção resultou em um déficit glo- bal estimado em 0,63 milhão de sacas em 2019/20. É improvável que a atual escassez de oferta dure o ano todo, pois em 2020/21 estará chegando ao mercado uma proporção maior da safra atual, além de café abundante da fase de alta do ciclo produti- vo bienal brasileiro. Isso poderá restringir aumen- tos posteriores dos preços do café durante este ano cafeeiro. Entenda o mercado mundial do café O cultivo e o consumo de café pelo mundo seguem uma tendência de crescimento, apresen- tando aumentos significativos desde a década de Shutterstock
  • 36. 36 1990. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que o setor se- gue uma taxa de crescimento de 2% ao ano, e esti- ma-se que a produção chegue aos 208 milhões de sacas até 2030. Mesmo com grande popularidade pelo mun- do, o mercado mundial chegou em 2019 marcando o segundo ano consecutivo em que a oferta ultra- passa a demanda. A Organização Internacional do Café (OIC) estima um superávit de 2,29 milhões de sacas para o período. Ainda que esse número indique um estoque en- calhado, ele nos revela um avanço do setor que ha- via fechado o período anterior com um excesso ain- da maior, de 3,29 milhões de sacas. Na prática, a abundância do produto pressiona os preços para baixo e prejudica a rentabilidade do mercado. As variações de oferta e demanda não são no- vidade, mas um desafio que tem raízes na própria lógica de funcionamento da economia global. Em 2001, a produção mundial havia atingido um novo recorde, com 120 milhões de sacas produzidas, en- quanto o consumo fora de apenas 107 milhões. A elevação dos preços é um dos motivos mais comumente atribuídos por especialistas para o re- cente boom na produção de café. Dois eventos da década de 1990 contribuíram para este cenário: as geadas de 1994 e a seca de 1997. Com as lavouras prejudicadas, a produção foi menor do que o es- perado naqueles anos e a demanda maior do que a oferta fez com que houvesse um encarecimento do produto. O aumento de preços fez com que os produto- res voltassem a investir no cultivo do café, elevando o total da produção. Desde então, uma das maiores mudanças foi nos estoques, que não diminuíram, mas foram lentamente se deslocando para os paí- ses consumidores. Enquanto na década de 1990 o produto era ar- mazenado com os produtores, sobretudo no Brasil, hoje em dia estima-se que 50% dos estoques este- jam nas mãos dos consumidores. PRODUÇÃO MUNDO Shutterstock PRODUÇÃO NO ANO CAFEEIRO, POR TIPO África Sacas60kg América Central & México Ásia & Oceania América do Sul 90 75 60 45 30 15 0 2018/19 Arábica 2018/19 Robusta 2019/20 Arábica 2019/20 Robusta
  • 37. 37 PRODUÇÃO MUNDO Nova York* Londres* Médias mensais Dez-18 100.61 127.86 127.10 102.10 77.57 105.79 69.59 Jan-19 101.56 129.28 128.46 102.94 78.24 107.93 70.32 Fev-19 100.67 127.93 128.45 100.06 78.65 104.12 70.52 Mar-19 97.50 125.23 123.89 95.81 76.96 98.84 68.61 Abr-19 94.42 124.42 121.13 92.47 73.28 95.31 65.06 Mai-19 93.33 124.40 120.55 91.95 71.12 94.86 62.45 Jun-19 99.97 133.49 129.73 100.69 74.02 104.44 65.41 Jul-19 103.01 137.63 135.47 105.43 73.93 109.01 64.83 Ago-19 96.07 129.20 126.23 95.85 70.78 99.87 60.90 Set-19 97.74 131.90 128.89 98.73 70.64 102.81 60.31 Out-19 97.35 132.09 126.99 98.10 68.63 102.41 58.34 Nov-19 107.23 146.12 140.98 109.94 73.28 113.31 63.00 Dez-19 117.37 161.50 157.11 126.36 73.22 131.44 63.87 % Oscilação entre Nov-19 e Dez-19 9.5% 10.5% 11.4% 14.9% -0.1% 16.0% 1.4% Volatilidade (%) Dez-19 9.7% 9.5% 9.6% 12.1% 8.8% 14.1% 9.4% Nov-19 7.1% 7.2% 6.9% 9.2% 6.2% 14.3% 7.3% Variação entre Nov-19 e Dez-19 2.6 2.3 2.7 2.9 2.6 -0.2 2.1 PREÇOS INDICATIVOS DA OIC E DE FUTUROS (EM CENTAVOS DE DÓLAR DOS EUA POR LIBRA-PESO) * Preço médio da 2a e 3a posições Brazilian Naturals ICO Composição Robustas Colombianos suaves Outros suaves 168,1 milhões de sacas Produção mundial de café, em 2019 167,9 milhões de sacas Consumo atingiu o volume de Brasil, maior produtor mundial, com 49,31 milhões de sacas Fontes: Observatório do Café Acompanhamento da Safra Brasileira, vol. 5 – nº4 da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB Valor Bruto de Produção – novembro de 2019, divulgado mensalmente pelo Mapa ntensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agr colas da Embrapa Relatório sobre o mercado de café de dezembro de 2019 da Organização Internacional do Café – OIC 37
  • 38. 38 PRINCIPAIS REGIÕES CAFEEIRAS PERFIL PRODUTIVO DAS A cafeicultura atual é privilegiada no que diz respeito às tecnologias,isto porque frequen- temente diversas atualizações são inseridas nesta cadeia, fazendo com que os cafeicultores sem- pre possam lançar mão de estratégias e manejos que impactem diretamente na produção. Ademais, sabe-se da recorrência de aumentos na produção mundial deste grão, visto que o consumo é cada vez maior, devido também ao mercado expo- nencial de cafés especiais, refletindo diretamente na produção cafeeira, de modo a demandar incremen- tos produtivos nas lavouras, sobretudo por meio da inovação e aperfeiçoamento dos sistemas produtivos e da aceitação dos cafeicultores quanto às novas tec- nologias. Neste sentido, técnicas como o melhoramento genético, a mecanização, novas técnicas de pós-co- lheita, além de novos produtos utilizados na cafei- cultura fazem com que este aperfeiçoamento seja possível. Pesquisas a todo vapor Diversas instituições de pesquisas atuam direta- mente na obtenção de cultivares de café com maior teto produtivo, atrelado ainda às características de resistência ou tolerância a fatores bióticos e abió- ticos. Ainda, existem pesquisas ligadas à busca por cafeeiros mais precoces, com maior potencial de gerar frutos com qualidade sensorial superior à já existente,e também visando características que au- xiliem no processo de colheita mecanizada, como a arquitetura das plantas e força de desprendimen- to dos frutos. Dentre estas instituições,se destacam a UFLA, UFV,Embrapa,Epamig,Incaper,IAC,Iapar,Fun- dação Procafé, e muitas outras que diariamente pesquisam por uma cafeicultura mais rentável,sus- tentável, ecológica e com foco, principalmente na busca por melhorias em todos os aspectos da ca- TECNOLOGIAS
  • 39. 3939 TECNOLOGIAS Minas Gerais 24,55 milhões de sacas 31 milhões de sacas Sul/Oeste 14 milhões de sacas 17,5 milhões de sacas Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba 4,59 milhões de sacas 6 milhões de sacas Zona da Mata e Jequitinhonha 5,96 milhões de sacas 7,5 milhões de sacas Espírito Santo 13,5 milhões de sacas 14 milhões de sacas Arábica 3 milhões de sacas 4,5 milhões de sacas Canéfora 10,5 milhões de sacas 9,5 milhões de sacas São Paulo 4,34 milhões de sacas 6 milhões de sacas Bahia 3 milhões de sacas 4 milhões de sacas Rondônia 2,2 milhões de sacas 2,4 milhões de sacas Paraná 953 mil sacas 900 mil sacas Outros 766,7 mil sacas 750 mil sacas Total Brasil ~ 49,31 milhões de sacas ~ 60 milhões de sacas ESTADOS E REGIÕES SAFRA 2019 PRODUÇÃO, EM MILHÕES DE SACAS SAFRA 2020 - 1ª ESTIMATIVA Área (mil ha) Nova Adulta Total Minas Gerais 204.111,0 1.033.443,1 1.237.554,1 Espírito Santo 36.737,0 400.287,0 437.024,0 São Paulo 11.845,0 206.406,0 218.251,0 Paraná 1.980,0 36.120,0 38.100,0 Rondônia 6.180,0 64.878,0 71.058,0 Bahia 9.180,0 107.885,0 117.065,0 Outros 6.576,0 36.479 43.055,0 TOTAL 276.609,0 1.885.498,1 2.162.107,1 Regiões deia produtiva do café. Entretanto, verificou-se que, apesar do grande impacto destas tecnologias que atuam de modo a impulsionar a produção cafeeira,alguns fatores cli- máticos fizeram com que a produção desta última safra fosse reduzida. Desta forma, no mês de janeiro de 2019 houve veranico acentuado, sobretudo, ressalta-se que nes- te mês ocorre grande parte do enchimento dos fru- tos, e coincidentemente, época das adubações nos cafeeiros, que pela falta de chuva, foram pouco efi- Shutterstock
  • 40. 40 cientes, acarretando em problemas com a grana- ção dos frutos. Relatos da maioria das regiões cafeeiras dão conta de que cerca de 30% da produção de cafeei- ros arábica cultivados em MG e SP tenham sido afetados em função desta adversidade climática. Ainda, observou-se a ocorrência de fortes gea- das em diversas regiões do parque cafeeiro nacio- nal, principalmente em algumas regiões do Cerrado Mineiro e do Sul de Minas,afetando assim a produ- ção desta safra, com consequências negativas para 2020, em função dos danos em lavouras sob siste- ma de safra zero que estavam podadas e também de cafeeiros jovens, com produção crescente. Realidade atual Na maioria das regiões cafeeiras a florada ocor- reu no início de outubro, e foram mais de 20 dias de intensa radiação solar, aliado à condição de es- tiagem,sem a ocorrência de chuvas.Assim,já é pos- sível a ocorrência de relatos nas regiões cafeeiras de perdas em função desta adversidade climática, que possivelmente, se for realmente verificada, irá in- fluenciar negativamente na produção do parque ca- feeiro nacional. Desta forma, relata-se, com recorrência, grande queda no número de “chumbinhos”das plantas,além da mumificação precoce de alguns frutos logo após a florada, no início do enchimento dos frutos. Portanto, os dados até então estabelecidos nor- teiam a produção nacional, porém, já com esta dú- vida sobre a possível interferência desta condição de estiagem e calor demasiado no período pós-flo- rada. Potencial do Cerrado Mineiro Sabe-se que a região do Cerrado Mineiro pos- sui grande destaque na produção cafeeira nacional, sobretudo por ser relativamente nova quando com- parada às demais regiões,pois a exploração cafeeira nestas áreas se iniciou muito depois de outras áre- as de destaque, como o Sul de Minas, Alta Mogia- na e o Estado do Paraná. Neste sentido, após a ocorrência de fortes gea- das que devastaram a cafeicultura do Paraná, mui- tos cafeicultores migraram suas produções para a re- gião do Cerrado Mineiro,fazendo com que,a partir da década de 70, as áreas com plantio cafeeiro co- meçassem a ser alavancadas. Atualmente, o Cerrado Mineiro é conheci- do como o berço tecnológico das áreas cafeei- ras, por ser consagrado em técnicas como a irri- gação e também a predominância da mecanização em todas as atividades de manejo, aliado também à cafeicultura empresarial, com grandes polos pro- dutivos. Por isso,a região se mostra oposta a outros mo- delos de cafeicultura, como o Sul de Minas, onde predominam pequenos polos produtivos e devido ao fato da ocorrência de áreas declivosas, com me- nores índices de mecanização. Tecnologias Em se tratando de tecnologia, diversos traba- lhos são realizados na região do Cerrado Mineiro, muitas vezes em parceria com instituições de pes- quisa e extensão ligadas à cadeia produtiva do café, como a Epamig, Fundaccer - Fundação de Desen- volvimento do Café do Cerrado, Federação dos Ca- feicultores do Cerrado, e também muitas associações e cooperativas que ajudam os cafeicultores visando uma cafeicultura mais sustentável. TECNOLOGIAS Shutterstock
  • 41. 4141 Neste sentido, por meio de parcerias destas ins- tituições, alguns projetos foram criados visando a busca por incrementos em produtividade, como a parceria entre a Epamig e a Fundaccer,que originou um projeto de adaptabilidade e estabilidade de no- vas cultivares na região do Cerrado Mineiro com o objetivo de gerar o mapeamento das áreas de apti- dão cafeeira para cada cultivar testada. Dentre estas cultivares, se destacam a MGS Aranãs, MGS Paraíso 2 e também os Catiguás MG 2 e 3, que são materiais com foco em gran- des produtividades, com resistência a patógenos e grande potencial sensorial para qualidade des- tes cafés. Com certeza, 27 sacas por hectare de produti- vidade ainda é muito pouco, pensando no poten- cial produtivo cafeeiro. Com a adequação de novas cultivares, associado às novas tecnologias, acredita- mos que estes valores possam alcançar entre 40 e 50 sc/ha nos próximos anos. Fontes: Giovani Belutti Voltolini Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Agronomia/Fitotecnia - Universidade Federal de Lavras (UFLA) giovanibelutti77@hotmail.com Ademilson de Oliveira Alecrim Engenheiro agrônomo, mestre, doutor em Agronomia/Fitotecnia - UFLA e bolsista do Consórcio Pesquisa Café TECNOLOGIAS
  • 42. 42 SEGURE UMA XÍCARA E EXALE O AROMA DE UM BOM CAFÉ O café tem tido um efeito transformador na história do mundo. Desde sua descober- ta até os dias atuais ele influencia no coti- diano das pessoas - traçou novas rotas comerciais, estimulou movimentos revolucionários, inspirou a literatura e a música. Conforme Ana Luiza Martins escreveu em seu livro “História do café”, ele se tornou o elixir do mundo moderno. Não é à toa que ele é a maior mercadoria comercializada dentre os alimentos e bebidas do mundo,existindo cerca de 72 países pro- dutores da cultura. Diferenciais brasileiros Um dos grandes diferenciais do Brasil é que nos destacamos tanto na produção do café arábica (Co- ffea arabica), que atualmente ocupa a maior parte da área de produção,com 81%,quanto do café conilon (Coffea canephora). Com relação à espécie arábica, a produção foi de 34,3 milhões de sacas, o que representou uma redução de 27,8%.Diferente do conilon que alcan- çou 15 milhões de sacas colhidas, observou-se um Na cultura do café, é necessário um maior rigor na análise e interpretação dos resultados de custos, pois seu ciclo perene, com produção bienal, pode gerar uma grande diversidade de situações pré e pós-colheita dos grãos. ANÁLISE 42
  • 44. 44 ANÁLISE aumento de 5,9% em relação ao ano de 2018. Po- rém,para as duas espécies foi observada redução de área plantada. A área de arábica soma 1,73 milhão de hectares,com queda de 0,9%,e a do conilon ocu- pa 398,8 mil hectares, decréscimo de 2,5%. Apesar da redução na produção,dados do Con- selho dos Exportadores de Café do Brasil (Ceca- fé) mostram que no ano civil de janeiro a novem- bro de 2019 o Brasil exportou para 128 países um volume total de 37,4 milhões de sacas, consideran- do a soma de café verde, solúvel e torrado/moído, o que representa um crescimento de 18,4% em re- lação ao mesmo período do ano de 2018 e se des- taca como o melhor desempenho das exportações dos últimos cinco anos para o período. Outra característica importante de ser relata- da é que, apesar de ser o maior exportador de café, o Brasil foi responsável por apenas 6,9 milhões de sacas de cafés especiais, o que representa 18,6% de participação do total de café exportado no ano de 2019. Marco de 2019 Além dos valores apresentados,o que marcou o ano de 2019 foi a baixa nos preços do café. A safra 2018/19, finalizada em junho de 2019, teve preços bem inferiores aos observados na 2017/18. O arábica tipo 6 teve média de R$ 422,62/saca de 60 kg, queda de quase 15% frente à da safra an- terior, a mais baixa desde a temporada 2001/02, em termos reais. Quanto ao robusta tipo 6, a média dos preços em 2018/19 foi de R$ 317,28/saca, 20,1% inferior à de 2017/18 e a menor desde a tempora- da 2009/10. A pressão sobre as cotações do café só não foi mais significativa por conta do dólar elevado ao lon- go da safra 2018/19, contudo, a valorização da mo- eda norte-americana também resultou em aumen- to dos custos de produção, refletindo notadamente em alta nos preços de adubos e de outros insumos agrícolas. 44
  • 45. 45 Na família dele já são três gerações tra- balhando com este grão no Espírito Santo. As propriedades estão divididas em três áre- as de produção de Coffea canephora, em Ja- guaré (ES). Ele relata que 2019 foi um ano de recu- peração e pagamento de dívidas decorrentes da seca de anos anteriores. Houve queda dos preços do café e alto custo de produção, por isso foi preciso reduzir os investimentos na lavoura, principalmente em adubação. Para 2020 o produtor terá uma safra pequena e espera que haja aumento dos preços do café. Valdinei Astori, 36 anos O produtor trabalha com café na pro- priedade que leva o nome de Chácara Boa Esperança, e fica localizada em Novo Hori- zonte do Oeste (RO), onde é produzido Co- ffea canephora, das variedades 08, 25 e AS2, que correspondem a 70% da lavoura e R152, 06,41,G8,01,010,AS3,02,05,80 e 180, que ocupam o restante. Ele relata que o fator que mais marcou a produção em 2019 foi o reduzido preço da saca de café. Na safra passada ele teve proble- mas com mancha aureolada, principalmente em uma cultivar específica. A solução encon- trada foi a utilização repetitiva de bacterici- das, com fungicidas multissítios. O produtor ainda conta que ocorreram problemas com mão de obra e que nes- te caso ele não conseguiu encontrar solu- ção. Contudo, para este ano tem estudado a implantação da colheita semimecanizada, e espera uma melhora dos preços em virtu- de de menor oferta do produto e sonha com uma redução no preço dos insumos, que re- presentam a cada dia uma fatia maior do cus- to de produção. Douglas Revesse da Silva,26 anos A propriedade dele se chama Cháca- ra Boa Esperança e fica localizada em Alto Alegre dos Parecis (RO), com Coffea ca- nephora, das variedades 25, 08, 010, 80, 88, 22, 015, 68 e 102. Segundo ele, 2019 foi um ano com boa produtividade, mas seu principal problema foram os ataques de brocas e cochonilhas. O produtor espera para o ano de 2020 uma boa produtividade e que haja mais inovações,va- riedades mais produtivas, além de melho- ra nos preços. Marcelo Braun, 34 anos O produtor trabalha com café há 20 anos. O Sítio Córrego Azul está localizado em Alvorada do Oeste (RO), onde é plan- tado Coffea canephora. Para ele, o que mais marcou 2019 foi a queda brusca no valor de comercialização do café conilon e os prin- cipais problemas foram perdas ocasionadas pela broca e pelo fungo Phoma, necessitan- do de aplicações preventivas de inseticidas e fungicidas. O produtor espera para 2020 uma sa- fra de alta produtividade, sem perdas com a broca e o fungo, além de um bom valor co- mercial. Celso Giufrida,47 anos É cafeicultor desde sempre. A Agro- pecuária Ouro Verde fica em São Manuel (SP), onde tem sete hectares de café arábica – Catuaí e Obatã. Ele relata que o baixo preço do café e a falta de incentivo na área agrícola foram si- tuações que marcaram 2019,mas no final do ano o valor da saca teve uma ligeira melhora. A esperança dele é a torrefação, para agre- gar valor ao seu café, e com ela espera que o produto tenha uma valorização e assim pos- sa voltar a sonhar com um ano melhor. Márcio Alexandre C. Basseto, 48 anos Relatos reais Diante dessas informações, entrevista- mos alguns produtores de diferentes regiões do Brasil que relataram, do seu ponto de vis- ta, como foi o ano agrícola de 2019: ANÁLISE 45
  • 46. 46 ANÁLISE Análise macro Como é difícil influir nos preços, cabe, então, analisar como foram os custos de produção dos ca- fés. Primeiro, deve-se considerar que os custos são muito variáveis, conforme as condições particulares de cada região, o sistema de manejo das lavouras, o grau de mecanização,tipo e eficiência do produtor e até mesmo das variações climáticas do local,que in- fluenciam diretamente na produtividade das plan- tas e na qualidade da bebida do café. Segundo o trabalho realizado por Almeida et al., 2010, avaliando o cultivo do café arábica, os principais fatores de produção que variam entre di- ferentes regiões produtoras são: Operação com máquinas; Aluguel de máquinas; Mão de obra temporária; Mão de obra fixa; Fertilizantes; Agrotóxicos; Beneficiamento; Juros; Depreciação de máquinas; Depreciação do cafezal; Remuneração do cafezal e; Remuneração do fator terra. De acordo com os autores, dentre esses fato- res, a mão de obra temporária e fixa apresentam o maior impacto sobre o custo na produção de café, correspondendo a 32% do total. Além disso, fer- tilizantes e agrotóxicos, juntos, somam 29,5% do total de gastos. No estudo publicado pela Companhia Nacio- nal de Abastecimento (Conab, 2017), analisando a evolução dos custos de 2008 a 2017, a mão de obra também foi apresentada como principal fator nos gastos totais. Entretanto, foi observado que sua utilização tem reduzido, em algumas localidades onde o sis- tema de plantio é mecanizado ou em processo de
  • 47. 47 ANÁLISE mecanização, como em Luís Eduardo Magalhães (BA), Patrocínio (MG), Cristalina (GO) e Fran- ca (SP). No relatório, as análises dos custos de pro- dução indicaram que a mão de obra participa com 36,22%; as operações e aluguel de máquinas, em média, com aproximadamente 15%; e os fertilizan- tes apresentaram participação média de 18,45% nos custos operacionais, que estão relacionados aos investimentos no cultivo, busca de melhoria da produtividade e qualidade do café. Rigor na interpretação Na cultura do café, é necessário ainda um maior rigor na análise e interpretação dos resultados de cus- tos, pois seu ciclo perene, com produção bienal, pode gerar uma grande diversidade de situações pré e pós- -colheita dos grãos. Sendo assim, é aconselhável que os investi- mentos em estruturas internas à propriedade cafe- eira, como terreiros, tulhas, armazéns, descascador, lavadores,secadores e máquinas de beneficiamento sejam incorporados ao custo, de modo que o pro- dutor tenha condições de realizar uma análise dos recursos empregados no processo produtivo e a viabilidade econômica do seu negócio. Análises de viabilidade econômica da produção cafeeira podem ser realizadas de maneira simples pelos produtores rurais, à medida que estes conse- guirem levantar corretamente seus custos de produ- ção e a produtividade de suas lavouras. O investimento anual para produção, a produ- tividade da cultura, o preço médio da saca de 60 kg de café beneficiado praticado na safra e a taxa de ju- ros dos investimentos que o produtor utiliza junto aos bancos são fatores que permitem o cálculo de indicadores econômicos, tais como Valor Presen- te Líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Índice de Lucratividade e Período de Payback, os quais representam a transferência de todos os flu- xos de caixa esperados no projeto para o presente,
  • 48. 48 ANÁLISE indicando se este é viável ou não. A taxa de juros representa o limite entre a via- bilidade ou não do negócio; o índice de lucrativida- de que o produtor terá conforme seu investimento e o período de recuperação do capital investido, res- pectivamente. Estudos com indicadores econômicos simples podem auxiliar o produtor a observar se realmente o seu negócio está sendo ou quando será rentável dentro da propriedade rural, porém, como já dito, um correto levantamento do custo de produção é essencial para essa prática. Cenário futuro A projeção de cenários, tanto favoráveis, com valores altos nos preços da saca de 60 kg de café beneficiado e taxas de juros baixas; quanto desfavo- ráveis, com o oposto do citado anteriormente, de- monstram situações em que o produtor não tem muita influência sobre o fator que está levando seu negócio à viabilidade ou não. Sendo assim, algumas são as alternativas que o cafeicultor possui para tentar manter seu negócio viável e rentável, as quais são: manutenção de altas produtividades ao longo dos anos, visando reduzir ao máximo a bienalidade das safras; produção de uma bebida de qualidade, colhendo além de peso de grãos, o aroma e a doçura de um café especial e; agregação de valor ao produto colhido, por meio do beneficiamento dos grãos e busca por certifica- ções de suas lavouras. Essas alternativas exigem que cada vez mais o produtor de café procure conhecimento, tecnologia agregada e capricho nas operações em suas lavouras, de modo que a produção deste grão de grande im- portância econômica para o Brasil possa gerar prazer na xícara e dinheiro no bolso. Fontes: Mônica Bartira da Silva Engenheira agrônoma, doutora em Agronomia e professora - Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) monica.bartira@gmail.com Artur Deperon Gallucci Engenheiro agrônomo, MBA em Agronegócios, mestrando em Fitotecnia (ESALQ/USP) e pesquisador - Aprimora – Pesquisa e Assistência Agronômica 48
  • 49.
  • 50. 50 FAÇA AS CONTAS CUSTOS DE PRODUÇÃO X RENTABILIDADE É difícil avaliar, com exata precisão, os custos e a rentabilidade da lavou- ra cafeeira, pois eles variam muito, conforme os sistemas de cultivo uti- lizados e as produtividades obtidas a cada ano e a cada lavoura. Além disso, ainda existe a variação dos preços do café, estes com grande influência so- bre a rentabilidade. CUSTOS O s custos de produção do café podem ser considerados em três níveis, conforme o tipo de gastos que alcançam. O primei- ro é o custo direto operacional, ou custo operacio- nal efetivo (COE), que envolve as despesas reali- zadas diretamente no processo do trato da lavoura, os insumos, a mão de obra e outros gastos envolvi- dos no custeio das práticas de condução anual dos cafezais. O segundo nível abrange despesas indiretas, re- ferentes às depreciações dos equipamentos, benfei- torias e gastos na formação da lavoura.O terceiro se refere às remunerações por conta do uso de capital fixo e pelo trabalho do empresário. Em uma economia perfeita é correto conside- rar os três níveis para chegar a um custo de pro- dução real. No entanto, isso nem sempre é adota- do e tem sido usado com maior frequência apenas os dois primeiros níveis, ou o custo operacional to- tal (COT). Variações O custo de produção do café no Brasil varia muito em função das diferentes regiões e sistemas de exploração ou cultivo adotados na condução das lavouras. Os sistemas mais comuns e diferencia- dos em custos são aqueles com trato predominan- temente manual,seja em áreas montanhosas ou em pequenas propriedades, e aqueles com trato meca- 50 Shutterstock
  • 51. 51 nizado. Além disso, um fator muito importante, com grande influência no custo de produção das lavou- ras de café, é a produtividade. Dentro de certos li- mites o custo cai,quase que proporcionalmente,com o aumento da produtividade alcançada. Isso ocorre porque existem muitas despesas fi- xas,as quais pouco variam conforme a maior ou me- nor produtividade das lavouras.Assim,os gastos to- tais, ao serem divididos por um número maior de sacas produzidas na área tratada, resultam em um menor valor de custo por saca. A figura 1 mostra, com base em estudo de cus- to elaborado por técnico do Educampo, no Cerra- do Mineiro, que as lavouras mais produtivas, ape- sar das despesas maiores por área, possuem custo de produção por saca mais baixo. Comparativo de gastos em diferentes sistemas As despesas necessárias à condução anual das lavouras de café variam conforme os sistemas em- pregados. Na comparação de despesas entre os três sistemas mais utilizados, manejo manual, semime- canizado e mecanizado, pode-se ver que os itens de gastos participam de forma bem diferenciada,enquan- to no sistema manual ou semimecanizado a mão de obra participa com a maior parte do custo. No sistema mecanizado,o componente de cus- to mais significativo é aquele com insumos e, con- sequentemente, redução de mão de obra (figura 2). CUSTOS FIGURA 1. CUSTO OPERACIONAL EFETIVO - COE (R$/HA E R$/SC) E PRODUTIVIDADE (SC/HA), ARAXÁ (MG) R$ 12.000,00 R$ 9.470,86 MÉDIAS INFERIORES COE/área plantada Produtividade MÉDIAS INTERMEDIÁRIAS MÉDIAS SUPERIORES R$ 8.810,22 R$ 11.368,28 60,00 R$ 10.000,00 50,00 R$ 8.000,00 40,00 R$ 6.000,00 30,00 R$ 2.000,00 10,00 R$ 4.000,00 20,00 R$ 0,00 33,77 39,58 50,89 Custo por saca R$ 280,46 Custo por saca R$ 229,59 Custo por saca R$ 223,38 Fonte: Labor Rural/CDPEducampo Coopercitrus/Sebrae; 14 fazendas; Dados Corrigidos pelo IGP-DI de Out/18 FIGURA 2. COMPOSIÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL EFETIVO DE CAFÉ (COE) POR SISTEMAS DE PRODUÇÃO Fonte- Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA 17% 10% 17% 56% 21% 31% 39% 9% 25% 23% 50% 2% Manual Semimecanizado Mecanizado Pessoas Mecanização Insumos Outros
  • 52. 52 CUSTOS Custos e rentabilidade em 2019 Na tabela 1, pode-se observar os dados de custo de produção levantados pelo Projeto Campo Futu- ro, da CNA. A margem de renda do cafeicultor brasileiro, na comparação entre os custos de produção levan- tados no ano de 2019 e os preços vigentes na maior parte do ano, cujos valores permaneceram abaixo de R$ 400,00/sc, na maioria das regiões produto- ras mostrou-se quase sempre negativa. Em março de 2019,por exemplo,os custos ope- racionais totais (COT) mostraram uma média de R$ 428,00/sc, enquanto o preço do café estava em R$ 398,00, com R$ 30,00 de margem negativa ou prejuízo. A figura 3 exemplifica isto com os dados de Brejetuba (ES). Outro exemplo típico do que ocorreu em 1º semestre de 2019 pode ser observado com os da- dos de Manhumirim, na Zona da Mata Mineira. Para uma produtividade de 27 sc/ha verificou-se um custo operacional total de R$ 396,00/sc. Quan- to aos preços,a média no período foi de R$ 372,00/ sc, o que resulta em margem bruta pouco positi- va, porém, em margem líquida negativa. Em setembro de 2019, mesmo sendo um ano de produção baixa, os preços não haviam reagido, tendo em consideração os estoques da safra alta em 2018 e, além disso, a expectativa de safra alta tam- bém prevista para 2020. Na ocasião, os preços do café arábica padrão se situavam entre R$ 400,00 e R$ 410,00/sc,e os cus- tos levantados (COT) pelo Projeto Campo Futuro da CNA se situavam acima desses preços. TABELA 1. CUSTOS DE PRODUÇÃO DE CAFÉ (COE), EM 2019, EM DIFERENTES REGIÕES, CONFORME LEVANTAMENTO DO PROJETO CAMPO FUTURO DA CNA Fonte. Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA 0 200 400 100 300 500 BA Luís Eduardo Magalhães Atualizado em 12/2019 ES Brejetuba MG Guaxupé PR Apucarana RO Cacoal SP Franca COT=COE+ Depreciações + pró-labore COE Depreciações + pró-labore UF Praça Custo (COE) – sc 60 kg BA Luís Eduardo Magalhães R$ 296,83 ES Brejetuba R$ 325,77 MG Guaxupé R$ 338,16 PR Apucarana R$ 361,74 RO Cacoal R$ 239,60 SP Franca R$ 394,41 52
  • 53. 53 CUSTOS FIGURA 3. MARGENS DE LUCRO DA PRODUÇÃO DE CAFÉ EM BREJETUBA (ES), EM JULHO DE 2019 Fonte. Projeto Campo Futuro CNA, Elaboração CIM/UFLA/ CNA 400,00 R$/SACA 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 - (50,00) COT COE Receita média MB ML Somente a partir de outubro/novembro de 2019, com a melhoria dos preços do café, que ultrapas- saram os níveis de R$ 500,00 a R$ 550,00/sc, foi possível registrar margens de rentabilidade positi- vas. Evolução da rentabilidade A evolução da rentabilidade do café, ou seja, a margem bruta ou líquida obtida na comparação,de um lado os custos e de outro os preços, mostra que ela guarda estreita correlação com os preços regis- trados ao longo dos anos de cultivo. Com o exemplo do que ocorre em Brejetuba, na área de montanha do Espírito Santo, de forma semelhante ao que ocorre em outras regiões, verifi- ca-se que de 2011 a 2019 a margem líquida foi ne- gativa de seis anos, sendo que no período de 2016 a 2018 se tornou positiva, quando os preços foram mais favoráveis (Figura 4). Baixa rentabilidade afeta os tratos da lavoura Quando ocorrem pequenas margens de renta- bilidade no café, conforme observado nos últimos anos, os cafeicultores naturalmente tendem a redu- zir seus gastos no trato das lavouras. Como é mais difícil cortar as despesas fixas, pela sua própria na- tureza, então os produtores tendem a reduzir des- pesas variáveis, como o uso de insumos, especial- mente os fertilizantes, item de maior peso dentre eles. Porém, a redução no uso da adubação é uma prática errada, pois ela influi diretamente na ma- nutenção da produtividade e esta é, como já dito, determinante nos custos do café produzido. Em um segundo momento, a baixa rentabili- dade conduz aos maus tratos em geral das lavou- ras e até em seu abandono. No entanto, o produtor deve levar em conta que a condução bem-feita da lavoura é essencial para manter seu potencial pro- dutivo de forma adequada e, assim, poderá render mais nos períodos de rentabilidade favorável. O produtor de café deve avaliar sua capacida- de econômica de custear um bom trato nas lavou- ras, e deve manter o tamanho de suas áreas con- forme essa capacidade,pois áreas pouco produtivas consomem a renda daquelas lavouras com boa pro- dutividade. Ele deve proceder ao planejamento financeiro, Shutterstock
  • 54. 5454 CUSTOS PREÇOS DO CAFÉ ARÁBICA - TIPO 6 (R$/SC 60 KG) MG PR SP Cerrado de Minas 470,00 (16.05) Sul de Minas 464,00 (14.99) Zona da Mata 461,00 (17.08) Noroeste do Paraná 455,00 (16.48) 467,00 (15.86) 458,00 (16.77)Mogiana Paulista Praça Preço do dia 30/01/2020 (Variação) Fonte- Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA Fonte- Projeto Campo Futuro CNA. Elaboração CIM/UFLA/CNA PREÇOS DO CAFÉ ROBUSTA - TIPO 6 (R$/SC 60 KG) ES Espírito Santo 304,00 (0.96) Praça Preço do dia 30/01/2020 (Variação) 54
  • 55. 5555 CUSTOS Fonte: José Braz Matiello Engenheiro agrônomo da Fundação Procafé jb.matiello@gmail.com FIGURA 4 - EVOLUÇÃO DAS MARGENS DE LUCRO DA PRODUÇÃO DE CAFÉ EM BREJETUBA (ES), DE 2011 A 2019 Fonte. Projeto Campo Futuro CNA Elaboração - CIM/UFLA/CNA 500,00 400,00 300,00 200,00 100,00 R$/SACA 0,00 -100,00 -200,00 2011 Margem bruta Margem líquida Preço de venda 2012 -55,76 -100,31 292,75 13,12 -36,57 347,86 2013 -135,48 -180,03 231,24 2014 21,67 -20,37 353,06 2015 38,91 -7,10 384,20 2016 201,51 159,25 492,28 2017 140,39 82,42 422,30 2018 83,98 28,71 374,02 2019 25,44 -17,15 352,00 técnico e operacional da propriedade, para que os melhores resultados sejam alcançados, por meio de boas produtividades nas lavouras e maior raciona- lização no uso dos fatores de produção. Ressalta-se que os cafeicultores, em sua maioria, não possuem controle dos seus custos de produção. O cafeicultor também deve racionalizar suas despesas,investindo no essencial,nas práticas prio- ritárias,ou seja,aquelas com efeito sobre a produti- vidade. Os investimentos em infraestrutura podem ser adiados nas épocas menos rentáveis. Já investimentos na melhoria da qualidade dos cafés, de forma a alcançar preços melhores para o produto, são vantajosos, pois normalmente envol- vem apenas mudanças de procedimentos, que exi- gem poucos recursos. Lavouras de café em áreas montanhosas, que ocupam cerca de 700 mil ha no Brasil, têm seus cus- tos de produção concentrados em despesas com mão de obra.Em áreas cafeeiras onde a topografia do ter- reno favorece a mecanização, os custos de produção, especialmente pela colheita mecanizada, tendem a ser menores e as despesas anuais de custeio se con- centram nos fertilizantes e defensivos. 55 Shutterstock
  • 56. 56 CUSTOS PROJEÇÕESDOAGRONEGÓCIO O QUE ESPERAR DA CAFEICULTURA? A s projeções mostram que a produção em 2028/29 deve situar-se em 64,0 milhões de sacas. Essa produção deve ficar cerca de 25,3% maior do que a observada em 2019. As ex- portações estão projetadas para 41,0 milhões de sacas, um aumento de 6,0 milhões de sacas em re- lação a 2019. Correspondência recebida de cola- boradores indicam a coerência dos resultados de exportação de um volume de café beneficiado por volta de 40 milhões de sacas. O Brasil, há vários anos, tem-se notabilizado como o maior produtor,exportador e segundo maior consumidor de café em nível mundial. Em média, a produção brasileira tem correspondido a um ter- ço da safra global e, no âmbito interno, as expor- tações equivalem a 60% da produção nacional e o consumo por volta de 40%. O País possui aproxi- madamente 300 mil estabelecimentos produtores de café, dos quais 82% são considerados da cafei- cultura familiar. Consumo Em relação ao consumo, a Associação Brasi- leira da Indústria de Café (ABIC) patrocinou uma pesquisa sobre as Tendências do Mercado de Café, as quais indicam dados altamente positivos para o mercado de café em cápsulas. Esse segmento cor- respondeu a 0,9% do volume total consumido no Brasil em 2017, quando a pesquisa foi realizada. Até 2021,as cápsulas deverão chegar a 1,1% do consumo, com um crescimento médio anual de 9% de 2017 a 2021. A pesquisa atribui esse crescimen- to à maior disponibilidade de cápsulas e também a preços acessíveis do produto, fatores conjugados que serão grandes impulsionadores desse consumo. Com relação ao consumo mundial de café e projeção para 2030,de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé (dezem- bro/2019), a demanda mundial de café no perío- do de 2018 a 2030 deverá ter um crescimento mé- dio anual próximo de 2%,o que elevará as atuais 167 milhões de sacas para aproximadamente 210 milhões (ponto médio da projeção). Como o Brasil responde por um terço da produ- ção mundial, para manter o market share desse mer- cado terá que elevar sua produção para, pelo me- nos, 70 milhões de sacas por ano. Para tanto, terá que promover renovação do parque cafeeiro e investir mais intensamente em pesquisas e no desenvolvimento e transferência de novas tecnologias.
  • 57. 57 CUSTOS TABELA 1. PRODUÇÃO, CONSUMO E EXPORTAÇÃO DE CAFÉ (MILHÕES SACAS) Fonte: Elaboração da CGPI/DFI/SPA/MAPA e SIRE/Embrapa com dados da CONAB e Agrostat. * Modelos utilizados: Para produção, para consumo e para exportação modelo Arma. 2019 51 - 24 - 35 41 2020 61 71 24 25 34 40 2021 52 62 25 26 34 40 2022 65 77 26 27 35 42 2023 56 67 26 27 37 45 2024 68 81 27 29 37 45 2025 58 72 27 29 38 46 2026 71 86 28 30 38 46 2027 61 76 28 30 40 50 2028 73 90 29 32 39 49 2029 64 80 29 32 41 51 Projeção Produção Consumo Consumo Exportação Projeção ProjeçãoL sup. L sup. L sup.
  • 58. 58 FIGURA 02 – CAFÉ – BIENALIDADE (MILHÕES DE SACAS) Fontes: IBGE e CONAB 70 milhõessc 2001 2005 2009 2013 2003 2007 2011 2015 2018 2002 2006 2010 2014 2017 2004 2008 2012 2016 201960 50 40 30 20 10 0 IBGE CONAB Fontes: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECAFÉ); Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) Bienalidade Podemos observar que nos anos recentes há uma tendência de redução da bienalidade entre sa- fras.Bienalidade é a denominação dada ao compor- tamento do café em que um ano é de alta produção e no seguinte de baixa. Há preocupação e evidências de que as mudan- ças climáticas possam afetar a produção de café e de outras culturas e criações. O Bureau de Inteli- gência Competitiva do Café (2016) observa que a elevação de temperatura poderá reduzir a área apta ao cultivo de café pela metade nas próximas três décadas. FIGURA 01. CONSUMO MUNDIAL DE CAFÉ E PROJEÇÃO PARA 2030 250 222,16 209,49 197,5200 150 100 Milhõesdesacas 1970-1979 1,3% 1980-1989 1,7% 1990-1999 1,8% 2000-2009 2,5% 2010-2018 2,4% 1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 2002 2010 2018 2026 1998 2006 2014 2022 2030 50 0 Atual Mínimo - 1,5% Média - 2,0% Máximo - 2,5% Fonte: OIC; Elaboração CECAFÉ CUSTOS 58 FotosShutterstock
  • 59.
  • 60. 60 BRASIL ALCANÇA RECORDE HISTÓRICO EM EXPORTAÇÕES E m 2019, o Brasil exportou 40,6 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, segundo relatório consolidado pelo Conselho dos Exporta- dores de Café do Brasil (Cecafé). O dado repre- senta um recorde histórico das exportações do pro- duto,assim como aumento de 13,9% em relação ao volume total exportado em 2018. A receita cam- bial com as exportações de café em 2019 alcançou US$ 5,1 bilhões, enquanto que o preço médio da saca foi de US$ 125,49. A performance das exportações de café brasi- leiro em 2019 apresentou um resultado dentro do previsto para o ano, com o recorde histórico de 40,6 milhões de sacas embarcadas para o mundo. Os re- sultados ao longo de 2019 foram,sem dúvidas,mui- to positivos e refletem a excelência e eficiência do agronegócio café do Brasil em atender à demanda global pelo produto. É importante observar também que, entre os maiores consumidores de café brasileiro, quase to- dos apresentaram um aumento substancial nas im- portações, o que foi de suma relevância para o de- sempenho das exportações ao longo do ano de 2019. Liderança O Brasil mantém sua posição de liderança mun- dial e é um país protagonista na oferta de cafés sus- tentáveis para o mundo,oferecendo um produto com total segurança e qualidade,graças a sua alta compe- tência e ao foco na sustentabilidade. Observa-se um quadro importantíssimo de países importadores – no ano passado foram 128 pa- íses parceiros que consumiram o café brasileiro – e é importante salientar também que o País está preparado para atender a demanda global crescen- te, com grande possibilidade de incremento nos próximos anos. Com relação às variedades embarcadas, no to- tal do ano de 2019 o País exportou 36,6 milhões de sacas de café verde (32,6 milhões de sacas de arábi- ca e 3,9 milhões de robusta), o que representa um EXPORTAÇÃO
  • 61. 61 EXPORTAÇÃO aumento de 14,8% em relação a 2018. Vale destacar que a exportação do café robus- ta (ou conilon) apresentou crescimento de 59,5%, se comparado ao ano anterior, enquanto o arábica registrou aumento de 11% no período. Já os cafés industrializados apresentaram alta de 7%, com a exportação de 4,0 milhões de sacas, sendo 3,98 milhões de café solúvel e 24,4 mil de torrado & moído. Neste caso, o café solúvel teve crescimento de 6,9%, enquanto que o torrado & moído, 27,2%. Nota-se, também, que tanto as exportações de café verde (robusta + arábica) quanto de solúvel apre- sentaram resultados recordes no desempenho das ex- portações em 2019. Números de dezembro No último mês de 2019 foram exportadas 2,99 milhões de sacas de café,com receita cambial de US$ 384,2 milhões e preço médio de US$ 128,10. As ex- portações de cafés verdes somaram 2,7 milhões de sacas (2,3 milhões de arábica e 340,7 mil de robus- ta), enquanto que os industrializados corresponde- ram a 309,1 mil sacas embarcadas (308,2 mil de café solúvel e 950 sacas de torrado & moído). Entre as variedades, destaque para o café robus- ta, que dobrou a exportação no mês, registrando au- mento de 102,6%. Ano safra 2019/20 Nos seis primeiros meses do ano safra 2019/20 (jul-dez),o Brasil exportou 20,2 milhões de sacas de café,com destaque para o crescimento de 17,3% nas exportações de café robusta na mesma base com- parativa de 2018. A receita cambial do período até agora foi de US$ 2,5 bilhões e o preço médio de US$ 125,34. No compilado do ano civil de 2019, os Estados Unidos permaneceram como o país que mais con- sumiu café exportado do Brasil,com 7,9 milhões de sacas (19,4% das exportações totais no ano passado). O segundo maior destino foi a Alemanha, com Exportações 2019 +59,5%Café Robusta +11,0%Café Arábica +6,9%Café solúvel +27,2%Café torrado & moído FotosShutterstock
  • 62. 62 EXPORTAÇÃO 6,8 milhões (16,7%) e,em terceiro a Itália,com 3,6 milhões (8,8%). Na sequência estão: Japão, com 2,6 milhões de sacas (6,4%); Bélgica, 2,5 milhões (6,2%); Tur- quia, 1,2 milhão (2,9%); Federação Russa, 1,1 mi- lhão (2,6%); México, 951 mil (2,3%); Reino Unido, 941 mil (2,3%); e Canadá, 900,2 mil (2,2%). Exceto o Reino Unido,que apresentou queda de 25,5% nas exportações quando comparado a 2018, todos os principais destinos registraram aumento no consumo de café brasileiro, com destaque para o México, que teve crescimento de 200,8% na com- pra; seguido por EUA (24,7%); Alemanha (19,4%); Federação Russa (18,6%) e Turquia (18,2%). Exportações por continente Os embarques do café brasileiro por continen- te apresentaram evolução em quase todas as regi- ões no ano de 2019. As exportações de café para a Europa registraram, em comparação com 2018, um aumento de 10,7% (equivalente a 20,9 milhões de sacas). Na América do Norte, o aumento foi de 29,8% (9,7 milhões); na Ásia, de 6,9% (7,1 milhões); América do Sul, 4,4% (1,6 milhão); África, 51,6% (640,9 mil); e Oceania, 4,3% (396,7 mil). Apenas as exportações para a América Central registraram queda de 27,7% em comparação a 2018 (total de 128,2 mil). Também se destaca em 2019 o crescimento de 35,4% das exportações de café brasileiro para os países produtores (2,2 milhões de sacas); para o BRICS, aumento de 28,8% (1,4 milhão); Leste Europeu, +16,4% (1,7 milhão); União Europeia, +10,3% (19,3 milhões); Oriente Médio, +6,3% (2,4 milhões); e Países Árabes, +4,9% (1,8 mi- lhão). Cafés diferenciados Segundo o Cecafé, as exportações brasileiras de 62
  • 63. 63 EXPORTAÇÃO BRASIL: EXPORTAÇÕES MENSAIS DE CAFÉ SOLÚVEL MÊS 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 x 2018 2019 x 2017 Jan 5.643.036 4.275.698 244.684 185.288 36.346.535 33.141.539 10% 6% Fev 7.161.738 6.338.044 310.465 274.681 46.195.641 48.710.293 -5% -7% Mar 8.452.465 8.829.658 366.311 382.671 52.922.472 63.344.533 -16% -22% Abr 7.343.503 6.990.015 318.296 302.937 45.106.706 48.779.638 -8% -14% Mai 9.154.335 5.564.854 396.854 241.284 57.824.999 39.145.467 48% 10% Jun 8.279.678 7.208.556 358.811 312.486 54.911.623 52.374.768 5% -4% Jul 8.040.424 7.809.400 348.477 338.542 49.077.621 56.065.695 -12% -3% Ago 7.718.679 8.755.645 334.522 379.883 51.423.131 60.794.141 -15% -6% Set 7.877.024 7.104.342 341.397 307.878 50.033.645 48.041.410 4% -2% Out 7.869.929 7.512.042 341.033 326.211 52.803.229 50.747.801 4% -7% Nov 7.207.543 6.986.701 312.344 302.813 41.591.085 44.294.334 -6% -8% Dez - - - - - - Fonte: ABICS Total Acumulado 84.750.372 77.376.972 3.675.213 3.356.692 538.238.707 545.441.638 -1,3% -6,5% Peso Líquido (kg) Equivalenteemsacas 60 kg Receita Cambial US$ Variação % cafés diferenciados (produto que tem qualidade su- perior ou certificado de práticas sustentáveis) to- talizaram 7.546 sacas no ano de 2019 e cresceram 21,2% em comparação com o montante de 6.227 sacas embarcadas em 2018. Na temporada recém-finalizada o volume em- barcado totalizou 7.715,6 sacas, contra 5.431,5 sa- cas do ano safra anterior. O faturamento com a venda desse tipo de produto para o mercado exter- no em 2019 foi de US$ 1.201 milhões e em 2018, US$ 1.091 milhões, respectivamente, resultando em um crescimento de receita em 2019 de 4,8%. Apesar do expressivo crescimento de 21,2%, ve- rificado na quantidade embarcada no ano civil de 2019, a depreciação dos preços internacionais ocor- rida durante a maior parte do ano impediu que os cafeicultores contabilizassem um maior faturamen- to com a venda do produto. Nesse sentido,é interessante esclarecer que o va- lor médio de exportação dos cafés diferenciados das espécies arábica e conilon foram, respectivamen- te, US$ 159,19/sc e US$ 106,19 /sc, isto é, infe- riores às médias de US$180,55/sc e US$ 110,33/ sc, observadas em 2018. O valor médio de venda dos cafés diferencia- dos é bem superior ao dos cafés arábicas naturais. Em 2019 o ágio foi em torno de 35,1%, então, ve- jamos: enquanto a saca do café arábica diferencia- do foi exportada pelo valor médio US$ 184,15, a do arábica natural obteve o preço médio de US$ 136,36/sc. Quanto ao café conilon/robusta, o ágio obser- vado foi de 14,1%, uma vez que o valor médio de exportação dos robustas diferenciados foi de US$ 110,33/sc. No caso dos robustas médios, a média registrada foi de US$ 96,72/sc.
  • 64. 64 EXPORTAÇÃO Alemanha Japão Turquia México Canadá Estados Unidos Itália Bélgica Federação Russa Reino Unido 6,8 2,6 1,2 0,95 0,90 7,9 3,6 2,5 1,1 0,94 DO BRASIL PARA O MUNDO Maiores importadores do café brasileiro (em milhões de sacas)