Conjunto de 15 fichas sobre culturas sem solo (hidroponia) resumindo alguns trabalhos que decorreram no âmbito do Programa AGRO Medida 8 - Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração, Acção 8.1 - Desenvolvimento e Demonstarção (DE&D) - Projecto nº 197
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
1.
2. Projecto nº197 - Cultura sem solo com reutilização dos efluentes,
em estufa com controlo ambiental melhorado
Período de execução: 21 de Novembro de 2001 a 19 de Junho de 2005
Programa AGRO
Medida 8 Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração
Acção 8.1 Desenvolvimento Experimental e Demonstração (DE&D)
Instituições participantes:
Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Universidade do Algarve
Prof. Doutor Mário M. F. Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor José G. T. Beltrão
Prof. Doutor João M. Carrasco de Brito
Prof. Doutora Lídia A. P. C. Dionísio
Prof. Doutor Júlio Osório
Prof. Doutor António A. Monteiro (Instituto Superior de Agronomia, consultor)
Centro de Hidroponia:
Engº João C. G. B. Caço (responsável pela instituição)
Eng.º Jorge Pereira
Eng.º Nelson F. S. Martins
Direcção Regional de Agricultura do Algarve:
Eng.º Téc. Agr. Armindo J. G. Rosa (responsável pela instituição)
Eng.º João M. G. Costa
Eng.º Paulo M. G. Oliveira
Eng.º Téc. Agr. José M. Baguinho de Sousa
Eng.º Margarida S. J. Costa
Eng.º Maria Isabel G. N. R. Monteiro
Eng.º Téc. Agr. Florentino G. Valente
Eng.º Téc. Agr. Vítor A. R. Pereira
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4. 1
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 1 Introdução e objectivos do Projecto
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Introdução:
A produção hortícola em estufa, em
sistemas de cultura sem solo,
desenvolveu-se a partir dos anos 20, tendo
entrado numa fase de grande expansão a
partir dos anos 70, com o desenvolvimento
da lã-de-rocha como substrato. Entretanto,
novos materiais foram sendo testados
como substratos de cultivo, existindo hoje
uma gama diversificada de opções à
disposição do agricultor.
Mais recentemente, os aperfeiçoamentos
técnicos na cultura sem solo permitiram reciclar a drenagem com segurança, reduzindo o
consumo de água e adubos.
No País, e em particular na região do
Algarve, a cultura sem solo tem vindo a
expandir-se. Contudo a recuperação da
drenagem é pouco utilizada, sendo quase
desconhecida a sua aplicação pela maioria
dos agricultores e técnicos que trabalham
nesta área.
O primeiro projecto de I&D onde se aplicou a
reciclagem na cultura sem solo foi
desenvolvido no final dos anos 90, fruto da
cooperação entre a Universidade do Algarve,
o Centro de Hidroponia e a Direcção Regional de Agricultura do Algarve, concretizada no
Projecto PAMAF nº 6156.
Simultaneamente, têm sido melhorados as características das estufas e aperfeiçoados os
equipamentos de controlo ambiental, de forma a melhorar as condições de crescimento e
desenvolvimento das culturas, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos
hortícolas.
Os ensaios de cultivo decorreram em estufas localizadas no Centro de Experimentação
Horto-Frutícola do Patacão da DRAALG.
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
5. 2
Objectivo geral
• Testar e divulgar técnicas de cultura de hortaliças e flores em estufa, utilizando lã-de-rocha e
materiais orgânicos como substratos. Este objectivo foi concretizado através das seguintes
acções:
. Cultura de gerbera em substratos orgânicos em sistema aberto
. Cultura de pimento e tomate em lã-de-rocha
em sistema fechado
. Reciclagem e Reutilização da
drenagem, com vista á redução do
impacte ambiental da cultura sem solo
. Avaliação económica dos sistemas de cultura sem solo
. Regulação automatizada das condições ambientais, através do controlo de:
abertura das janelas
abertura da cortina térmica
sistema de aquecimento por água quente
com acumulação de calor
. utilização de teto duplo
. enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2
. Medição do teor de
humidade dos substratos
. Comparação da qualidade dos produtos hortícolas de cultura sem
solo com a dos obtidos em cultura no solo (tradicional e biológica)
. Edição de publicações escritas e audiovisuais, para divulgação das técnicas empregues e dos
resultados alcançados
6. 3
Figura 2 – Filtro de areia (A) e
lâmpada de UV (UV)
Figura 1 – Programador de rega
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 2 Sistema de rega e de fertilização
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Descrição do sistema
O sistema de rega e fertilização foi concebido para regar culturas em lã-de-rocha em
sistema fechado, isto é, com reciclagem da drenagem, e culturas em substratos
orgânicos, em sistema aberto, com reutilização da drenagem na rega de outras culturas.
No sistema fechado, a drenagem que não se podia reciclar era também reutilizada. Deste
modo, no sistema instalado, não havia perdas, nem de água nem de nutrientes.
O sistema era constituído no essencial por um programador de rega (AMI 1000, DGT
Volmatic, Dinamarca) (Fig. 1), com capacidade de
preparar soluções nutritivas para rega a partir de
soluções concentradas de adubos, baseado no
controlo da condutividade eléctrica (CE) e do pH. Este
equipamento possuia a capacidade de controlar a
frequência de rega por radiação solar e/ou por tempo.
O sistema de bombeamento estava dimensionado
para sectores de 3,5 m-3
h-1
com 40 m.c.a. Toda a
água utilizada era filtrada numa unidade de filtração
constituída por um filtro de areia de 1 1/2” (Fig. 2 - A)
e um filtro de lamelas de 1 1/2”. A solução do sistema
fechado passava ainda por uma unidade de
desinfecção constituída por uma lâmpada de UV (254
nm, 95 W, capaz de garantir 30 mJ cm-2
) (Fig 2 - UV).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
UV
A
7. 4
Figura 3 – Reservatório de
armazenamento da mistura
de drenagem e água doce
Figura 4 – Charca de recolha da drenagem
Fig. 5 - Colocação dos gotejadores nos substratos orgânicos (à
esquerda) e na lã de rocha (à direita)
Para a recolha e armazenamento temporário da drenagem,
existiam dois depósitos: um depósito enterrado, de recolha da
drenagem por gravidade (em PE, de 200 L de capacidade), e outro
à superfície (Fig. 3), para armazenamento daquela drenagem, para
onde a drenagem do depósito anterior era bombeada (em PE, de
3000 L de capacidade). Existia ainda uma charca (Fig. 4), com
capacidade de 14 m3
, revestida com filme de PVC, para a recolha
da
drenagem
do sistema
aberto e
da fracção
excluída
do sistema
fechado.
A rega foi controlada diariamente,
medindo-se o volume, a CE e o pH da
solução de rega e da drenagem. A
frequência de rega foi controlada por
temporizador (as primeiras duas rega de
cada dia) e por radiação solar.
Na rega utilizaram-se gotejadores auto-
compensantes e anti-drenantes de 3 Lh-1
(Supertif®, Plastro). Na cultura em lã-de-
rocha (Fig.5) utilizaram-se 3 gotejadores por placa de 1 m de comprimento (1 por cada duas
plantas) e na cultura em substratos orgânicos utilizaram-se 5 gotejadores em cada vaso de 30L (1
por planta)
Sistema fechado
Controlo da drenagem a
reciclar
No sistema fechado, a solução
drenada após cada rega era
recolhida e bombeada
automaticamente para o
depósito de armazenagem, o
qual recebia também água
doce (até um nível máximo
pré-determinado), de modo a
existir sempre solução neste depósito. A drenagem, misturada com água doce neste depósito,
constituía a base para o ciclo de rega que se seguia.
Quando ocorria uma nova rega aquela mistura era bombeada, filtrada, desinfectada e eram-lhe
adicionados os fertilizantes e a solução ácida de forma a obter a solução de rega com a CE e o pH
desejados.
Existe um limite para a reutilização da drenagem que se prende com a acumulação dos sais não
consumidos nos sucessivos ciclos de rega/ drenagem. Para não regar com solução nutritiva com
uma CE excessiva ou com desequilíbrio de nutrientes, convencionou-se que a CE máxima permitida
no depósito de armazenamento teria um valor de aproximadamente 0,5 dSm-1
abaixo do valor de
CE pretendido na solução de rega. Na prática, sempre que a CE da mistura no depósito de
armazenamento excedesse 1,8 dS m-1
(os valores de CE na rega rondaram 2,3 dS m-1
), a
drenagem recolhida não chegava a entrar neste depósito, sendo enviada de forma automática para
a charca, situação que se mantinha até o valor da CE da solução no depósito de armazenamento
baixar de 1,8 dSm-1
.
8. 5
Figura 6 – Depósitos de preparação das soluções-
mãe (azuis) e da solução ácida (branco)
Duração e Frequência de rega
A duração de cada rega variou entre 4 e 6 minutos, equivalente a 200 a 300 mL por gotejador.
A frequência de rega foi definida por horário pré-estabelecido e também por integração do valor da
radiação solar. Regra geral, por dia, eram feitas duas regas fixas e regas variáveis que estavam
indexadas ao valor de radiação solar acumulada. Era estabelecido o horário em que podiam ser
realizadas estas regas, assim como o valor acumulado (Wh m-2
) que desencadearia uma nova rega.
Desta forma, a frequência das regas foi maior ou menor em função da hora do dia e das condições
climatéricas (céu limpo ou nublado). O valor de radiação solar foi diariamente ajustado de forma a
tentar manter uma percentagem de drenagem entre 20 e 40%.
Sistema aberto
A diferença deste sistema em relação ao sistema fechado residiu no facto de cada ciclo de rega ser
sempre iniciado a partir de água-doce e de toda a drenagem ser canalizada directamente para a
charca. A partir da charca foi efectuada a fertirrega de um pomar de citrinos. Como não havia
recirculação não houve necessidade de proceder à desinfecção da água de rega. O controlo da
rega foi semelhante ao empregue no sistema fechado (regas fixas e regas variáveis).
Preparação das soluções nutritivas
Utilizou-se água de um furo, de boa qualidade. A fertilização foi efectuada através do fornecimento
de soluções nutritivas, distintas para as diferentes culturas e estádios de desenvolvimento das
plantas. As soluções nutritivas eram preparadas de acordo com equilíbrios iónicos e quantidades de
nutrientes optimizadas, denominadas soluções de referência (ver Fichas das culturas).
As soluções nutritivas caracterizam-se principalmente por três parâmetros: o pH, condutividade
eléctrica e equilíbrio iónico.
Nas soluções nutritivas estão sempre todos os macronutrientes (K+
, Ca ++
+, Mg++
, NO3
-
, H2PO4
-
e
SO4
=
, NH4
+
) e micronutrientes (Fe, Mo, Mn, B, Cu e Zn) necessários às plantas, nas formas iónicas
adequadas. Estes nutrientes são incorporados em soluções concentradas (100 a 200 vezes),
designadas por soluções-mãe.
Para a preparação das soluções nutritivas concentradas, recorreu-se ao uso de fertilizantes sólidos
solúveis: nitrato de cálcio (CaNO3 2H2O), nitrato de potássio (KNO3), sulfato de potássio (K2SO4),
sulfato de magnésio (MgSO4 7H2O), nitrato de amónio (NH4NO3) e ácido fosfórico (H2PO4
-
).
Para os micronutrientes foi usado um produto comercial (Micro-Integral®) que contém os elementos
necessários à preparação das soluções em proporções adequadas às exigências das culturas.
Estes elementos são apresentados naquele produto na norma de quelatos (7,0% de Fe-EDTA e
EDDHA; 3,8% de Mn-EDTA; 0,6% de Zn-EDTA; 0,4% de Cu-EDTA, e 0,7% de B e 0,3% de Mo,
ambos na forma mineral). Sempre que necessário aplicou-se Fe suplementar na forma de quelatos
(EDDHSA).
Para evitar reacções químicas indesejadas que podem conduzir a insolubilização de nutrientes e a
formação de precipitados, é necessário preparar, no mínimo, duas soluções-mãe, em depósitos
separados. Na elaboração das soluções
nutritivas concentradas optou-se por utilizar
tanques distintos para o sistema fechado
(depósitos A e B) e o sistema aberto
(depósitos C e D) (Fig. 6) o que permitiu o
controlo do consumo de adubos em cada
sistema de cultura. O tanque com a solução
ácida (HNO3) foi utilizado em comum para os
dois sistemas. Através das sondas de pH e
de CE, o programador de rega controlava
automaticamente a acidificação e a
concentração total dos sais na solução
nutritiva de rega, num processo contínuo de
leitura e correcção. As soluções nutritivas
foram controladas mensalmente através de
análises de nutrientes completas, que
serviram de orientação para as correcções às solução de referência.
9. 7
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 3
Automatização do controlo ambiental
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivo:
• Divulgar o programa informático empregue nos ensaios: S – Monitor®,
desenvolvido pela empresa Intelmatis Lda, e configurado para o controlo ambiental
de estufas pelas empresas Hubel Lda., Friavac Lda. e Intelmatis Lda. Este sistema
integra uma estação meteorológica para recolha dos dados necessários ao
controlo ambiental em estufas hortícolas.
Aplicações do sistema S - Monitor ao controlo ambiental em estufas:
• Controlo da temperatura na estufa, por intervalo de tempo ou por objectivo
definido;
• Controlo da humidade relativa na estufa, por intervalo de tempo ou objectivo
definido, tendo em conta a humidade específica do ar;
• Controlo da humidade relativa do ar, por intermédio de janelas motorizadas,
desumidificador e aquecimento;
• Definição de prioridades no uso dos equipamentos: para controlo da temperatura
ou controlo da humidade relativa;
• Correcção da temperatura-objectivo em função da temperatura do ponto de
orvalho;
• Correcção da temperatura-objectivo em função da energia solar acumulada ao
longo do dia;
• Controlo do aquecimento da água de um reservatório, por rampa de aquecimento:
a) fixa, b) com objectivo definido ou c) automática (isto é, de forma a atingir a
temperatura desejada à hora desejada);
10. 8
S-Monitor - Sistema de Monitorização e Controlo Industrial
O S-Monitor é um programa informático para controlo climático nas estufas idealizado e
desenvolvido, a partir de uma versão para monitorização e controlo industrial, pela firma
Intelmatis Lda. que, associado a uma
instalação baseada em autómatos,
permite aceder à parametrização,
controlar e monitorizar os parâmetros. O
programa permite a análise do
comportamento do sistema através de
tabelas de dados, gráficos 2D ou 3D, e
simulação de registos. O programa está
equipado com sistema de controlo remoto
por SMS que permite controlar toda a
instalação à distância através de
mensagens SMS, de entre outros serviços.
• Controlo do funcionamento das caldeiras de aquecimento, de forma escalonada ou não;
• Definição da ordem de arranque das caldeiras;
• Funcionamento de alarmes: CO elevado, vento, avaria de equipamentos, etc.;
• Controlo automático, semi-automático e manual de: janelas, válvulas de mistura, cortina
térmica, bombas de circulação, desumidificador, caldeiras, etc.;
• Controlo de custos: contabilização de gastos em energia eléctrica e outros combustíveis;
• Sistema totalmente ampliável em sondas e equipamentos.
Características gerais do S-Monitor:
• Registo on-line da actividade do sistema: por tempo, por acção ou por ambos;
• Elaboração de gráficos 2D e 3D sobre o funcionamento do sistema;
• Criação de gráficos personalizados com dados on-line e off-line;
• Gráficos de linhas, barras, áreas, etc;
• Exportação manual e automática dos dados para Excel®, ou outra folha de cálculo, para
elaboração de relatórios personalizados;
• Criação automática e on-line de ficheiros em Excel® com os dados obtidos a partir de
variáveis da instalação;
• Parametrização do sistema por intermédio de ecrãs de design gráfico agradável e user
friendly, com animações associadas a equipamentos e botões;
• Elaboração de programas horários e/ou condicionais de todos os parâmetros e botões do
sistema;
• Activação, desactivação e execução de programas por SMS;
• Controlo remoto, identificação de alarmes e relatórios de funcionamento automáticos ou a
pedido do utilizador via telemóvel através do envio e recepção de mensagens SMS;
• Envio automático ou a pedido (por SMS) de mensagens SMS inteligentes capazes de
adaptarem o seu conteúdo em função do estado de variáveis;
• Mensagens SMS personalizáveis com conteúdo definido pelo utilizador com ou sem
valores e estados de variáveis enviadas automaticamente ou a pedido por SMS;
• Personalização das ordens que teremos que enviar ao sistema para comandá-lo ou
interrogá-lo por SMS;
• Controlo de acessos dos utilizadores ao sistema local e por SMS;
• Activação e desactivação de utilizadores SMS;
11. 9
• Escolha dos dados a acompanhar por SMS;
• Gestão remota por SMS: desactivação dos serviços SMS, activação e desactivação do
modo transparente, activação de aplicação externa, reinicio do S-Monitor, etc;
• Envio de mensagens/ recomendações SMS aos utilizadores do sistema;
• Sistema de validação de mensagens para impedir a execução de mensagens SMS
demasiado atrasadas;
• Aviso por SMS de falhas e retornos de energia;
• Registo de todas as mensagens SMS recebidas e enviadas;
• Acerto da data e hora do computador por SMS (mesmo quando a mensagem chega
atrasada);
• Impressão on-line da actividade do sistema;
• Mensagens de texto e voz entre utilizadores dos diversos sistemas existentes numa rede e
entre os utilizadores de um determinado sistema;
• Possibilidade de trabalhar em computadores antigos por ser possível regular o grau de
exigência do software;
• Visualização do Replay de funcionamento do sistema pelos dados acumulados nos
registos;
• Acesso via modem ao sistema;
• Acesso via modem ao autómato que está ligado ao S-Monitor (Modo transparente);
• Execução de aplicação externa para serviços diversos (ex.: aplicação de gestão remota do
computador onde está instalado o S-Monitor);
• Partilha de dados entre sistemas S-Monitor (É possível partilhar valores e estados entre
sistemas e outros equipamentos baseados no S-Monitor ou compatíveis);
• Funcionamento em rede: pode-se aceder aos sistemas a partir de qualquer computador
que se queira, desde que ligados em rede;
• Sincronização automática e manual da data e hora de todos os computadores da rede S-
Monitor (estações locais e estações remotas).
12. 11
Figura 1 – Caldeiras (A) e tanque de armazenamento de
água aquecida (B)
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 4 Sistema de aquecimento
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Introdução
Na cultura sem solo, o aquecimento, não só do ar mas também do substrato, é muito
importante. Aquecer o substrato é, simultaneamente, quase uma exigência do método de
cultura, mas é também uma técnica mais fácil de aplicar do que no solo. Desenvolvendo-
se as raizes num meio com menor inércia térmica que o solo, estão sujeitas a maiores
amplitudes térmicas, sobretudo nos dias quentes e longos do final da Primavera e Verão,
e nas noites frias e longas de Inverno. Felizmente, na cultura em substratos, a menor
inércia térmica do meio em que as raizes se desenvolvem facilita o seu aquecimento
reduzindo os custos necessários para obter a temperatura desejada.
Descrição do sistema
Utilizou-se um sistema de aquecimento por circulação de água aquecida, constituído por:
• duas caldeiras a gás propano
para o aquecimento da água
com potencia total de 100 kW
(Fig. 1 A)
• um tanque de armazenamento
da água aquecida, isolado
termicamente, de 60 m3
de
capacidade (Fig. 1 B)
• tubagem de circulação em
PVC
• tubagem de dissipação de
calor nas estufas em tubo
corrugado de polietileno, com
20 mm, (3,6m de tubo por m2
de estufa). Instalaram-se 8
tubos por linha de cultura na
estufa metálica (Fig. 2) e 4
tubos na estufa de madeira
(Fig. 3)
• uma sonda de radiação exterior
• duas sondas de temperatura do ar: interior e exterior da estufa
• duas sondas de humidade do ar: interior e exterior da estufa
• três sondas de temperatura da água: no tanque de armazenamento de água quente e
nas condutas de saída e de retorno
• bomba eléctrica de recirculação de 20 m3
h-1
• válvula motorizada de 3 vias
Além dos componentes referidos, especificos do sistema de aquecimento, instalaram-se
ainda, na estufa metálica, os seguintes meios complementares para o controlo ambiental:
• cortina térmica metalizada, com malha de 60% de sombreamento
• janelas zenitais, uma por módulo, automatizadas, com cerca de 20% de área de
arejamento
• tecto duplo, para reduzir a queda de condensação sobre as plantas (também na estufa
de madeira).
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Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
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Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
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Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
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e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
B
A
A
13. 12
Figura 2 – Tubagem de dissipação do
calor na estufa metálica (tubos verdes)
Figura 3 – Tubagem de dissipação do
calor na estufa de madeira (tubos verdes)
O funcionamento do sistema de aquecimento era controlado por um sistema informatizado
constituído por um “autómato” e um programa específico: “S-Monitor” (ver Fichas nº 15 e 6).
Funcionamento do sistema de aquecimento
O sistema tínha dois objectivos: aquecer as estufas e, durante o dia, aproveitar os gases
provenientes da combustão nas caldeiras para enriquecer a atmosfera no interior da estufa metálica
em dióxido de carbono (CO2).
Foram definidos os seguintes parâmetros iniciais de funcionamento do sistema:
• de dia: a temperatura do ar devia manter-se entre 22 e 28 ºC e a humidade relativa não devia
baixar de 60%
• de noite: a temperatura não devia baixar de 14ºC e a humidade relativa não deveria exceder
85%.
• no tanque de armazenamento: temperatura da água devia estar entre 45 a 50ºC.
Houve correcções pontuais destes limites. A água circulava em circuito fechado, do seguinte modo:
a água era aquecida nas caldeiras e enviada para o tanque de armazenamento. Daqui era
bombeada, passava pela válvula de três vias e chegava às estufas, onde passava a circular nos
tubos corrugados, que dissipavam o calor para o ambiente. A água arrefecia e retornava ao tanque,
provocando o arrefecimento gradual da água aí armazenada. Quando a temperatura da água neste
tanque baixava do intervalo-objectivo (45 a 50ºC), reiniciava-se, ou continuava, o funcionamento
das caldeiras (repondo o calor libertado nas estufas). Um sistema de segurança desligava
automaticamente as caldeiras se a temperatura da água do tanque ultrapassasse 50ºC. O
decréscimo de temperatura da água, entre a entrada e a saida das estufas, deve ser inferior a 3ºC,
para que a distribuição de calor nas estufas seja o mais uniforme possível.
No retorno, a água arrefecida podia entrar no tanque para ser novamente aquecida, ou voltar a
circular nas estufas. Assim, se a necessidade de aquecimento fosse grande, a válvula de 3 vias
abria o circuito directo do tanque para a
electrobomba de recirculação e a água que
circulava era a mais quente disponível no
momento. Se, pelo contrário, não havia grande
necessidade de aquecimento, toda a água de
retorno era imediatamente recirculada não
chegando a reentrar no tanque. Na prática, a
válvula de três vias geria a mistura de água de
retorno com a água quente do tanque, de forma a
que a água nos tubos corrugados, tivesse a
temperatura mais adequada para atingir o
objectivo de temperatura, e que este objectivo se
mantivesse com o mínimo de oscilações.
É muito importante que o aquecimento não seja
brusco (+ de 3ºC por hora) para que os corpos
14. 13
Quadro 1 - Temperatura média do ar na estufa
(a 1,5 m de altura) e na lã-de-rocha, no ensaio
de pimento.
máxima mínima
ºC ºC ºC
Abril 31.2 12.2 18.2
Maio 32.3 12.8 19.1
Junho 31.7 15.9 21.4
Julho 31.1 18.0 21.9
Agosto 30.5 16.2 20.9
Média 31.4 15.5 20.7
Mês
Temperatura
1,5 m de altura
substrato
Quadro 2 - Temperatura média do ar na estufa (a
1,5 m de altura) e na lã-de-rocha, no 1º ensaio de
tomate.
máxima mínima
ºC ºC ºC
Dezembro 23.9 10.9 15.8
Janeiro 27.1 8.8 13.9
Fevereiro 26.9 10.2 16.1
Março 24.8 11.0 17.2
Abril 26.0 13.0 17.9
Maio 28.7 14.1 19.3
Junho 31.8 17.1 21.0
Julho 33.5 16.6 22.1
Média 28.2 12.9 18.3
Temperatura
1,5 m de altura
substratoMês
sólidos, neste caso as plantas, com maior inércia térmica que o ar, aumentem a sua temperatura à
mesma velocidade que o ar, e assim não ocorram fenómenos de condensação. Como se sabe, esta
condensação pode acentuar doenças, como a podridão cinzenta (Botrytis cinerea).
A manutenção da temperatura da água do tanque era controlada pelo programa informático, através
do estabelecimento de uma “rampa de aquecimento” e de uma “rampa de arrefecimento” para
minimizar o custo do aquecimento. Para aquecer a água do tanque podiam funcionar as duas
caldeiras ou apenas uma, em função do cumprimento da rampa de aquecimento.
Para obter CO2, durante o dia, uma das caldeira funcionava no período compreendido geralmente
entre as 9 - 10h e entre as 16 - 17 h, durante o qual se aplicava os gases da combustão na estufa.
A água aquecida durante este processo era armazenada no tanque, para apoiar o aquecimento
durante a noite. A constituição desta reserva de água quente durante o dia, reduzia a potência de
caldeiras necessária para produzir o calor suficiente para o aquecimento nocturno.
A cortina térmica foi utilizada em duas situações
distintas: á noite, com comando por horário, a
cortina era desenrolada para reduzir as perdas
de calor (radiação e convecção). De dia, a
cortina permanecia recolhida para nível de
radiação solar inferior a 700 Wm-2
. Na Primavera
- Verão este valor era suficiente para manter a
cortina desenrolada às horas mais quentes do
dia, período em que a ventilação não era
suficiente para baixar a temperatura na estufa.
As janelas zenitais foram utilizadas juntamente com o sistema de
aquecimento para controlar a temperatura e a humidade relativa. O sistema
computorizado actuava em função das condições ambientais interiores e
exteriores e da amplitude do desvio em relação aos objectivos programados.
Assim, se o parâmetro com maior diferencial em relação ao objectivo fosse
a temperatura, as janelas seriam fechadas e o aquecimento reforçado. Se
fosse a humidade do ar (HR) o factor mais crítico poderiam ser tomadas
duas opções distintas: aumentar a temperatura para diminuir a HR ou abrir
mais a janelas para aumentar a renovação do ar. Nesta última opção, era
considerada a humidade absoluta do ar exterior e avaliado efeito que este
ar, ao entrar, teria sobre a atmosfera interior.
Resultados
Normalmente, foi necessário apenas aquecer à noite. Durante os ensaios, conseguiu-se manter a
temperatura média das mínimas do ar na estufa metálica superior a 12ºC, embora por vezes esta
temperatura tenha descido abaixo de 10ºC (Quadros 1 a 4). Contudo, nunca foram visíveis nas
plantas danos causados pelo frio. A baixa temperatura, por vezes observada, foi causada, não por
limitação do sistema, mas pela necessidade de contenção nos custos com o aquecimento. A
temperatura dos substratos manteve-se bastante mais elevada, normalmente acima de 16ºC, só
tendo descido a cerca de 14 ºC no mês de Janeiro
de 2003. (Quadros 1 e 2), o que é uma
situação bastante favorável para as plantas. O
eventual problema de temperatura elevada na
15. 14
Consumo de gás propano
0,0
0,0
0,0
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,2
.
Nov Dez Jan Fev
Mês
(Kg/m2
/dia)
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
(Kg/m2
)
Gás- consumo diário (Kg/m2/dia)
Gás - consumo acumulado (Kg/m2)
Figura 1 - Consumo de gás no aquecimento da estufa metálica com 1170 m2
(2004-05).
lã-de-rocha durante o Verão não se observou, praticamente não se ultrapassando 22ºC de
temperatura média nos meses mais quentes.
O consumo de
gás propano,
por ex. durante
o Inverno frio
de 2004/05, foi
de 4,7 kg m-2
(cerca de 60
gm2
dia-1
),
tendo variado
sobretudo em
função da
temperatura
nocturna.
Conclusões:
• O sistema informático permitiu controlar um elevado conjunto de variáveis e de
equipamentos, melhorando a eficiência do consumo de gás,
• A recuperação de calor durante o aproveitamento do CO2 é uma técnica com interesse,
• O consumo de gás apresenta acentuadas variações em função das condições
meteorológicas, justificando a aplicação de técnicas de redução das trocas de calor, por ex.:
as cortinas térmicas e a boa calafetação de portas e janelas,
• Apesar do elevado custo do aquecimento, há um aumento da produtividade e melhoria da
qualidade, que pode compensar este custo, tanto mais facilmente quanto mais severas as
condições exteriores,
• O aquecimento constitui uma garantia de produção, condição cada vez mais decisiva para a
competitividade na comercialização,
• A exploração de mercados que compensem a melhoria da qualidade deve orientar os
produtores.
Quadro 3 – Temperatura média do ar na estufa (a
1,5 m de altura), no 2º ensaio de tomate.
máxima mínima
ºC ºC
Novembro 29.0 13.0
Dezembro 26.1 9.5
Janeiro 27.5 10.2
Fevereiro 26.7 10.7
Março 26.6 10.5
Abril 28.4 11.3
Maio 28.6 12.7
Junho 32.5 16.5
Julho 38.3 17.2
Média 28.7 12.0
1,5 m de altura
Temperatura
Mês
Quadro 4 - Temperatura média do ar na estufa
(a 1,5 m de altura), no 3º ensaio de tomate.
máxima mínima
ºC ºC
Novembro 20,9 10,1
Dezembro 27,1 11,9
Janeiro 27,1 10,1
Fevereiro 26,3 8,4
Março 26,2 11,8
Abril 28,7 12,1
Maio 31,2 14,4
Junho 35,5 17,9
Média 28,1 11,9
1,5 m de altura
Temperatura
Mês
16. 15
Figura 2 – Corte da sonda
Figura 3 – Caixa do
logger do EnviroSCAN
Figura 1 – Sonda colocada
numa placa de lã-de-rocha
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 5 Medição da humidade nos substratos
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Introdução
Na cultura sem solo, o volume disponível para a expansão das raízes é reduzido,
tornando mais importante o controlo da rega, para evitar deficiência e/ou gastos
escessivos de água, e de nutrientes, sobretudo nos sistema abertos. Por isso, é
importante monitorizar continuamente o teor de água no substrato. Com este fim, podem-
se usar diferentes tipos de sondas, entre as quais as sondas de medição da
permissividade dieléctrica do meio, através da medição da capacitância. Por esta técnica,
determina-se a permissividade dieléctrica do meio medindo o tempo de carga de um
capacitor que utiliza o meio como dieléctrico. O volume de água no meio influencía
fortemente a sua permissividade dieléctrica porque a
constante dieléctrica da água (80) é muito superior à do
solo (fracção orgânica e mineral: 4, ar: 1). Assim, ao variar
o conteúdo de água no meio (solo ou substrato) a sonda
mede a variação da capacitância através da variação da
permissividade dieléctrica, o que pode ser correlacinado
com a alteração do teor de água, obtendo-se o conteúdo
volumétrico de água do meio
Descrição do ensaio
Utilizou-se o equipamento EnviroSCAN RT6 (Sentek,
Austrália), que permite monitorizar a humidade do substrato, de uma forma contínua a
diferentes profundidades. Este equipamento foi testado na cultura sem solo em substratos
orgânicos (misturas de composto de casca de pinheiro e de composto de bagaço de uva
com fibra de coco (2:1 v/v)), em cultivo de gerbera, e num substrato inorgânico (lã-de-
rocha) com cultivo de tomate
(Grodan, Med 1x0,15x0,01m).
Este equipamento é constituído
por 3 sondas, com 1 sensor cada
(Fig. 1), colocadas à profundidade
de 10 cm, e inseridas dentro de
um tubo de acesso (Fig. 2). O
registador cronológico, logger (Fig.
3), armazena os dados de cada
sensor e pode fazer leituras com intervalos programados. Esta
informação é transferida para um computador para ser
interpretada a dinâmica da água no meio. O programa
Windows (Microsoft, E.U.A.) do EnviroSCAN apresenta
graficamente as regas e a água utilizada pelas culturas,
permitindo tomar decisões precisas e em tempo real sobre
quando e quanto regar.
A localização das sondas nas parcelas é um dos passos mais
importantes, pois é a partir destes pontos de leitura que se irá
extrapolar para a restante área de cultura.
Instalaram-se duas sondas nos substratos orgânicos (cultura
de gerbera): uma na mistura casca de pinho:fibra de coco (CP) e outra na mistura bagaço
de uva:fibra de coco (BU), e uma sonda na lã-de-rocha (LR).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
17. 16
Gráfico 1 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra
de coco (Fev. a Set.)
Nos substratos orgânicos, cada sonda foi instalada no centro de um vaso, junto a uma planta
representativa. Na lã-de-rocha, ao colocar a sonda, houve o cuidado de não romper o fundo do
filme plástico que envolve o substrato. Efectuaram-se 2 regas fixas por dia, e as restantes baseadas
na radiação solar acumulada.
Resultados
Valores de referência para a rega
Para cada substrato definiram-se duas referências para a condução da rega: a “linha de máximo de
rega” (Full Point ou banda superior) e a “linha de limiar de stress” (Onset of Stress” ou banda
inferior), de acordo com os valores máximos e mínimos observados de teor em água dos substratos
(Soil Water Content). Os valores das linhas “máximo de rega” e “limiar de stress” foram cerca de
23,3% e 16% (v/v) em CP (Gráf. 1), 42 e 32% em BU (Gráf. 4) e 11 e 2% em LR (Gráf. 7).
Monitorização da humidade nos substratos orgânicos
Nos substratos orgânicos (estufa de madeira, cultura de gerbera), as regas controladas por
radiação, começaram no dia 5 de Março de 2003, e variaram diariamente entre: 3 a 4 regas em
Maio, 7 a 8 em Julho, e 4 a 5 em Setembro.
Ao analisar o gráfico da sonda instalada no substrato CP (Gráf. 1), é possível definir 3 níveis de
humidade no substrato, em parte
consequência da evolução da
estrutura do substrato, afectando a
porosidade e consequentemente o
valor da capacitância medida pelo
equipamento
Analisando um período mais curto, é
possível verificar o número diário de
regas (Gráf. 3). Pode-se visualizar o
início e o final de cada rega, o nível
de humidade no final de cada dia, a
drenagem nocturna, bem como
outras condições que podem levar à
diminuição da humidade no
substrato.
Gráfico 2 - Leituras da sonda na mistura casca
de pinho: fibra de coco (1 a 28 de Julho)
Gráfico 3 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra de
coco (3 a 6 de Julho)
18. 17
Gráfico 4 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra
de coco (Fev. a Set.)
Gráfico 5 - Leituras da sonda na mistura
bagaço de uva: fibra de coco (1 a 28 Jul.)
Gráfico 6 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra de coco (3
a 6 de Julho)
Na sonda instalada em BU (Fig. 4) não se conseguiram definir os diferentes níveis de humidade
definidos no substrato CP ao longo
do ensaio, mas puderam-se
visualizar outras informações, como
por exemplo, a capacidade de
retenção de água deste substrato
(Gráf. 4).
Tal como no substrato anterior (CP),
ao analisar em pormenor, é possível
verificar determinadas ocorrências
de uma forma mais nítida (Graf. 6).
Neste caso, pode-se visualizar o
período de rápida drenagem e
consumo logo após a rega, e a
posterior redução mais lenta da
humidade, a partir da observação do
declive da curva de humidade no
substrato (Gráfico 6). Assim,
podem-se definir, para cada período
vegetativo, a hora da última rega, permitindo que o substrato permaneça com a humidade ideal
durante o período nocturno, com vantagem ao nível do estado sanitário da cultura.
Figura 4 – Sonda instalada em substrato orgânico
consumo
drenagem + consumo
19. 18
Gráfico 7 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (Fev. a Set.)
Gráfico 8 - Leituras da sonda na lã-de-rocha
(1 a 28 de Julho)
Gráfico 9 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (3 a 6 de Julho)
Monitorização da humidade em lã-de-rocha
Os resultados na lã-de-rocha sugerem uma aparente fraca capacidade de retenção de água, quer
em valores absolutos, quer em
relação aos substratos orgânicos
(Graf. 7).
De facto, a variação no teor em
água, antes e depois de regar, foi
em média próximo de 1 a 1,5%,
enquanto que em BU foi cerca de 4
a 5%, e em CP, cerca de 2 %. Estes
valores de teor em água após a
rega são claramente inferiores aos
valores das respectivas
capacidades de retenção em água
determinados por métodos
adequados. Estes baixos valores de
capacidade de retenção de água,
determinados pelas leituras das
sondas, podem ser explicados pelo
facto de se ter usado para todos os substratos a mesma equação standard de calibração no
equipamento. Sendo a medida da capacitância
fortemente afectada pela existência de espaços com
ar no substrato e sendo os substratos normalmente
bastante porosos, torna-se necessário, para obter
valores de teor em água próximos dos valores reais,
usar equações de regressão
adequadas a cada material. Do
ponto de vista do controlo da rega
(quanto e quando regar), é no
entanto suficiente a visualização da
variação relativa da humidade, entre
o seu teor máximo e mínimo, para
cada substrato e tipo de contentor.
Conclusões:
O equipamento de monitorização da humidade nos substratos EnviroSCAN permitiu:
• visualizar o número e a hora das regas realmente efectuadas,
• visualizar em tempo real o respectivo estado hídrico,
• estabelecer os valores máximo e mínimo do teor em água dos substratos testados,
• definir quando e quanto regar.
Com base nas linhas de referência determinadas para cada substrato, a rega pode ser
conduzida de forma mais ajustada, baseada no controlo directo e em tempo real do teor de
água no substrato e não em parâmetros indirectos ou de aplicação à posteriori.
20. 19
Figura 1 – Caldeira a gás e depósito
de armazenamento de água (fundo)
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 6 Enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
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Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
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Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
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Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
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Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivo:
• Testar o aumento da concentração de CO2 na estufa, recorrendo ao
aproveitamento dos gases da combustão de caldeira a gás propano, utilizada no
aquecimento.
Introdução
Em condições ambientais adequadas, nomeadamente temperatura, luz, água e
nutrientes, o enriquecimento da atmosfera das estufas em CO2 pode aumentar a taxa
de fotossíntese. Por isso, a aplicação de CO2 pode ser uma evolução técnica natural,
sempre que seja possível melhorar os restantes factores ambientais. Valores de
concentração de CO2 entre 700 e 1000 ppm são normalmente indicados como
adequados ao cultivo de hortícolas. Abaixo de 300 ppm, o que pode suceder quando
não há arejamento e as condições são favoráveis á fotossíntese, esta diminui
consideravelmente. Acima dos 1500 ppm podem ocorrer problemas de toxicidade.
No período de Outono/ Inverno, com temperatura mais baixa, areja-se menos,
mantendo-se as janelas mais tempo fechadas para aumentar a temperatura do ar, do
que resulta uma diminuição do teor de CO2 na estufa. Para contrariar esta situação e
aumentar a concentração de CO2 a níveis mais favoráveis, pode-se recorrer à sua
injecção a partir de CO2 liquefeito, de queimadores de gás específicos ou, como
neste trabalho, aproveitando os gases da combustão das caldeiras de aquecimento e
injectando-os na atmosfera da estufa.
Material e métodos utilizados
O ensaio decorreu numa estufa metálica
aquecida, com cultura de tomate (2003/04 e
2004/05), no período de Outono/ Inverno. Para
obter CO2 utilizou-se uma caldeira a gás
propano (Fig. 1 - A, ver caixa), cujos gases de
combustão eram conduzidos para a estufa. O
caudal de entrada dos gases de combustão na
estufa era controlado pelo programa informático
“S-Monitor” que, de acordo com a concentração
de CO2 na estufa, regulava a abertura da
válvula (B), que controlava a entrada dos gases
na estufa. Para a eficaz repartição dos gases na
estufa, a tubagem principal de distribuição de
CO2 dispunha de 4 saídas a 2m de altura (C), e
de 1 saída junto a cada linha de cultura (D), ao
nível do solo, ligadas a mangas de PVC
perfuradas, ao longo das linhas de cultura.
Para enriquecer a atmosfera da estufa em CO2
durante as horas de maior radiação, a caldeira
funcionava entre as 9 - 10 horas até às 16 - 17
horas. Durante o funcionamento da caldeira
aumentava-se o teor de CO2 na estufa e
aquecia-se água, que era armazenada para
empregar no aquecimento durante a noite.
Marca: SIME – Mod. RM5
Gasto Calorífico: kW max.: 43,1
Potência Útil: kW max.: 37,2
Capacidade de água: 16 L
Temperatura máx. da água: 85 ºC
A
21. 20
Para evitar acidentes, caso se
libertasse monóxido de carbono (E)
(por mau funcionamento da caldeira),
existia um sistema de interrupção da
injecção dos gases de combustão
sempre que se entrava na estufa (F).
Além deste, outro sistema accionava
um alarme sonoro e abria as janelas
automaticamente, se os níveis de
monóxido de carbono na atmosfera da
estufa ultrapassassem 50 ppm.
Além dos registos da sonda de
controlo do CO2 (G) ligada ao
programa “S-Monitor”, efectuaram-se
também leituras pontuais regulares do
teor de CO2 na estufa (Testo 535) (H).
C
B D
F
E
H
F
G
E
Resultados
Ensaio de 2003/04
Iniciou-se o aquecimento da estufa (1170 m2
) em meados de Dezembro, mas só a partir de
Janeiro foi possível iniciar os testes de injecção dos gases da combustão no interior da estufa.
Controlou-se diariamente o nível de CO2 no interior da estufa até ao inicio de Janeiro, e 2 a 3
vezes por dia (9-10 h; 12-14 h; 16-17 h) desde esta data até aos primeiros dias de Março, altura
em que se terminou o aquecimento e a injecção dos gases na atmosfera da estufa.
O teor de CO2, no exterior e no interior da estufa, foi semelhante até Janeiro, com valores
médios de 335 e 333 ppm respectivamente (Fig. 1). De Janeiro a Março, em consequência da
22. 21
injecção dos gases da combustão, aumentou o teor de CO2 na estufa, alcançando-se o valor
médio de 507 ppm, valor, em média, 64 ppm mais elevado que no exterior.
Os valores de CO2 registados no interior da estufa, inferiores aos valores de ar livre,
correspondem a medições realizadas durante períodos de trabalho no interior da estufa, alturas
em que a injecção dos gases era interrompida.
Ensaio de 2004/05
Neste ensaio, a estufa foi dividida ao meio, com uma cortina de filme plástico colocada no
sentido das linhas de cultura, para comparar parcelas com e sem injecção de CO2.. Injectou-se
CO2 desde 25 de Nov. de 2004 até 11 de Fev. de 2005. Na parcela com injecção de CO2 (Com/
CO2), o teor médio de CO2 de Dez. a Fev. (período em que aqueceu a estufa e se usaram os
gases da combustão) foi de 681 ppm (Fig. 2). Este valor foi 296 ppm superior ao valor médio
registado no exterior, e 250 ppm superior ao valor médio registado na parcela sem injecção de
CO2 (Sem/ CO2).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Dezembro/03 Janeiro/04 Fevereiro/04 Março/04
(CO2-ppm)
Exterior
Interior
Média no
exterior
Média no
interior
IniciodainjecçãodeCO2
Figura 1 – Valores médios diários dos níveis de CO2 no exterior e no interior da estufa (2003/04)
0
200
400
600
800
1000
1200
2
7
10
14
16
20
22
27
29
3
5
7
11
13
17
19
21
27
31
2
4
10
15
17
22
24
26
4
15
18
(CO2-ppm)
Exterior
Sem / CO2
Com / CO2
Média no Exterior
Média Sem / CO2
Média Com / CO2
Dezembro/ Janeiro/ Fevereiro/0 Março/0
FinaldaaplicaçãodeCO2
Figura 2 – Níveis médios diários de CO2 no exterior e int. da estufa, com e sem injecção de CO2 (2004/05)
Na parcela “Sem/ CO2
”
, os valores registados foram superiores aos medidos no ar exterior,
devido ao facto de a divisória da estufa não ser suficientemente estanque para evitar a entrada
de alguns gases proveniente da parcela com injecção de gases.
23. 22
Exemplo de registo do funcionamento do sistema durante um dia
Na Fig. 3 apresentam-se valores típicos diários do teor de CO2 na atmosfera da estufa,
extraídos dos registos da sonda que regulava a entrada dos gases de combustão na estufa.
Verifica-se que o nível de CO2, entre as 10h e as 17h, se situou entre 450 e 900 ppm. Nesta
situação, os factores com influência nos níveis de CO2 na estufa foram: a caldeira 1, que
produzia os gases com CO2; a válvula motorizada, que controlava a entrada destes gases na
estufa; as janelas que, pela sua abertura, permitiam a renovação da atmosfera. No período
considerado, a caldeira esteve em funcionamento e a válvula 100 % aberta.
Durante a noite, a válvula motorizada encontrava-se fechada, pelo que os elevados níveis
registados de CO2 terão sido originados pela respiração das plantas.
Observa-se também que, durante o dia, o período de injecção do CO2 correspondeu às horas
de maior radiação solar.
CO2
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800
850
900
9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 0:00 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00
Janelas(0/100%)-C02AberturaRM-CO2(ppm)-Radiação(W/m2)
0
1
2
3
4
Caldeira1(1=0N/0=OFF)
Co2 -
Valor
actual
Radiacao
solar -
Actual
Janelas -
Abertura
actual
Co2 -
Abertura
actual RM
Caldeira
1 -
Estado
actual
Figura 3 - Exemplo do nível de CO2 registado na atmosfera da estufa ao longo de um dia típico
A partir da suspensão da injecção dos gases de combustão, os valores do teor de CO2 no
interior da estufa desceram para valores inferiores aos do ar exterior. O valor médio foi de 319
e 302 ppm respectivamente, nas parcelas que, até esta data, tinham estado sem e com
injecção de CO2.
Tal como no ensaio de 2003-04, valores de CO2 no interior da estufa, iguais ou inferiores aos
medidos no exterior, correspondem a medições durante períodos de trabalho nas estufas,
altura em que a injecção do gás era interrompida.
Nesta cultura de tomate observou-se um ligeiro aumento do nº de cachos vingados nas
plantas da zona enriquecida da estufa. Contudo, a produção final não apresentou diferenças,
nem em peso nem em número de frutos, nas diferentes classes de qualidade do tomate.
Conclusões
• Não se observaram efeitos da aplicação de CO2 na produtividade do tomate: no primeiro ano
de aplicação por o sistema não estar adaptado a esta comparação, e no segundo ano,
provavelmente, pelo curto período em que foi possível aplicar CO2.
• Embora se saiba que o aumento do teor de CO2 nas estufas aumenta a produção, em
condições de elevada necessidade de arejamento (para controlo da temperatura e/ou da
humidade relativa do ar), o custo da aplicação de CO2 pode limitar os períodos, do dia e do
ano, em que esta técnica apresente benefícios económicos.
• O enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2 nos períodos mais frios do ano, mas com
boa luz, e a conservação do calor libertado na combustão (quando se opte por este método
de fornecer o CO2) constituem condições favoráveis á justificação desta técnica.
• O enriquecimento em CO2 é uma técnica cara e complexa, que só produz resultados notórios
quando há uma optimização dos outros factores ambientais.
24. 23
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 7 Substratos testados: lã de rocha e materiais orgânicos
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Lã de rocha
Utilizou-se lã de rocha (Med Grodan) em
placas, com 1m de comprimento, 0,15m de
largura e 0,1m de altura, envoltas em PE
branco/negro. São placas plurianuais, de
fibras horizontais.
As propriedades físicas da lã de rocha
indicam-se no quadro seguinte:
Plantaram-se 3 cubos (com duas plantas) por placa, (2,2
plantas m-2
).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora
Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro
(consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de
Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
(% v/v)
Capacidade de arejamento 14,9
Capacidade de retenção de água 77,8
Água dificilmente utilizável 4,0
Água total 81,8
Espaço poroso total 96,7
Densidade aparente 0,065
25. 24
Substratos orgânicos
Testaram-se quatro materiais-base: bagaço de uva
compostada e não compostada, e casca de pinheiro
compostado e não compostado.
Cada um dos materiais foi
misturado com fibra de coco na
proporção de 2:1 (v/v), obtendo-
se 4 substratos, com a
propriedades abaixo indicadas:
Os substratos foram colocados em vasos de 30 L,
em poliestireno, com 5 plantas de gerbera por contentor
(6,6 plantas m-2
)
Substrato com: bagaço de uva casca de pinheiro
não compostado compostado não compostada compostada
Densidade real 1,53 1,54 1,51 1,52
Densidade aparente 0,219 0,204 0,156 0,157
Espaço poroso total 85,7 86,8 89,7 89,7
Contracção após secagem (% v/v) 35,7 33,3 20,2 36,9
Capacidade de arejamento (% v/v) 10,4 53,5 43,7 57,9
Água facilmente utilizável (% v/v) 7,9 6,7 30,0 8,2
Água de reserva (% v/v) 1,7 1,4 1,5 1,4
Água dificilmente utilizável (% v/v) 65,7 25,3 14,6 22,2
Água útil (% v/v) 9,6 8,1 31,5 9,7
Água total (% v/v) 75,3 33,4 46,1 31,9
pH 6,15 5,97 4,53 4,31
Condutividade eléctrica (dS m-1
) 0,63 1,04 0,28 1,37
Matéria orgânica (% p/p) 88,3 86,7 91,6 89,9
26. 25
Figura 1 –
Lâmpada de
radiação UV
Figura 2 - Charca
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 8 Reciclagem e reutilização da drenagem
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Introdução
Uma das vantagens da cultura sem solo é a relativa facilidade de recuperar a água e os
nutrientes que se perdem na cultura no solo, podendo chegar a constituir importantes
fontes de poluição ambiental.
A drenagem que ocorre normalmente, pode e deve ser recuperada, pois é uma
quantidade apreciável de água e de nutrientes. Esta recuperação pode-se realizar através
da reciclagem na preparação de nova solução nutritiva, ou da reutilização na rega de
outras culturas.
Na cultura em substratos estes estão em sacos ou vasos de volume reduzido, sendo
normalmente fácil a instalação de um sistema de recolha da drenagem até um ponto de
tratamento. Este ponto de recolha deve ser um depósito opaco á luz, evitando a
proliferação de organismos que prejudiquem o funcionamento do sistema de rega. Em
alternativa uma charca vulgar pode ser suficiente.
A desinfecção da drenagem, necessária para a reciclagem, pode-se realizar por
tratamento térmico, ozonização, produtos químicos, filtração lenta ou por radiação ultra
violeta. A comprovação da eficácia da lâmpada pode fazer-se através da contagem de
microrganismos na solução em circulação.
Reciclagem
A drenagem das culturas em lã-de-rocha foi reciclada. O volume da drenagem reciclada
dependeu da sua CE, pois é necessário deixar um “intervalo” entre o
valor da CE na drenagem e o valor máximo desejado na rega, de forma
a poder adicionar novos nutrientes com o equilíbrio iónico desejado.
Este intervalo foi de aproximadamente 0,75 dS m-1
. A mistura: água
doce e drenagem que foi reincorporada na rega, foi armazenada num
depósito opaco (ver Ficha 2) e foi previamente filtrada (filtros de areia e
de lamelas) e desinfectada por radiação UV (254 nm, 95 W, capaz de
garantir 30 mJ cm-2
) (Fig. 1). Quando a CE da mistura: água-doce e
drenagem ultrapassava o limite máximo estabelecido, a drenagem,
vinda da cultura, era rejeitada e enviada directamente para uma charca
de recolha, para posterior reutilização.
Reutilização
A drenagem das culturas em substratos orgânicos e parte da drenagem das culturas em
lã-de-rocha, foi reutilizada. Normalmente, a drenagem pode ser aplicada directamente na
rega de outras culturas ou diluída para baixar a condutividade eléctrica. Com água doce
de boa qualidade e com a cultura a ser bem conduzida, a drenagem terá um adequado
equilíbrio iónico e não necessitará de ser corrigida com
adição de fertilizantes. Para evitar a contaminação do
solo com agentes patogénicos é preferível não utilizar a
água de drenagem para rega de culturas botânicamente
afins.
A drenagem a reutilizar foi recolhida numa numa charca
vulgar, impermeabilizada (Fig.2). Esta drenagem foi
aplicada sem qualquer correcção na fertirrega de um
pomar de citrinos.
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Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
27. 26
Contagem de bactérias
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
14-ene-03
21-ene-03
28-ene-03
4-feb-03
11-feb-03
18-feb-03
25-feb-03
4-m
ar-03
11-m
ar-03
18-m
ar-03
25-m
ar-03
1-abr-03
8-abr-03
15-abr-03
22-abr-03
29-abr-03
6-m
ay-03
13-m
ay-03
20-m
ay-03
27-m
ay-03
3-jun-03
10-jun-03
17-jun-03
24-jun-03
Data
Antes da lâmpada de UV
Após a lâmpada
Furo
nº ufc mL-1
Percentagem de eliminação
média: 21%
Limpeza da
lâmpada
Instalação de
filtro de areia
Contagem de fungos
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
14-ene-03
21-ene-03
28-ene-03
4-feb-03
11-feb-03
18-feb-03
25-feb-03
4-m
ar-03
11-m
ar-03
18-m
ar-03
25-m
ar-03
1-abr-03
8-abr-03
15-abr-03
22-abr-03
29-abr-03
6-m
ay-03
13-m
ay-03
20-m
ay-03
27-m
ay-03
3-jun-03
10-jun-03
17-jun-03
24-jun-03
Data
Antes da lâmpada de UV
Após a lâmpada
Furo
nº ufc mL-1
Percentagem de eliminação
média: 29%
Limpeza da
lâmpada
Instalação de
filtro de areia
Figura 3 - Contagem de microrganismos em 2003
Quadro 1 - Balanço da solução nutritiva aplicada e da drenagem
Rega Evapotranspiração Drenagem (A+B) reciclagem (A) reutilização (B)
cultura ano L m
-2
dia
-1 L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
%
pimento 2002 2,6 1,5 57 1,1 42 0,4 14 0,7 28
tomate 2003 3,8 2,2 59 1,6 42 1,1 30 0,5 11
2004 3,4 1,8 52 1,6 47 0,8 24 0,8 24
2005 3,4 2,0 60 1,3 39 1,1 33 0,3 7
média tomate 3,5 2,0 57 1,5 43 1,0 29 0,5 14
média geral 3,0 1,8 57 1,3 43 0,7 22 0,6 21
Quadro 2 – Reaproveitamento da drenagem
Drenagem (A+B) reciclagem (A) reutilização (B)
cultura ano L m
-2
dia
-1
L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
%
pimento 2002 1,1 0,4 36 0,7 64
tomate 2003 1,6 1,1 69 0,5 31
2004 1,6 0,8 51 0,8 49
2005 1,3 1,1 84 0,3 19
média tomate 1,5 1,0 66 0,5 34
Resultados
Nas culturas realizadas em sistema fechado, pimento e tomate, a drenagem representou 42 a 47%
da solução
nutritiva
fornecida na
rega e foi
toda
recuperada
(Quadro 1).
Esta
recuperação
dividiu-se,
em média, em cerca de metade para reciclagem e metade para a reutilização. Contudo o
desempenho foi bastante diferenciado nas duas espécies cultivadas. Assim, no pimento a
reciclagem e a reutilização atingiram respectivamente 14 e 28% do volume da solução fornecida na
rega, enquanto que no tomate a reciclagem e a reutilização atingiram 29 e 14% daqueles valores
(em média nas três culturas realizadas) (Quadro 1).
Drenagem reciclada
Nas culturas em lã-de-rocha,
em sistema fechado,
reciclou-se 36 a 84% da
drenagem (Quadro 2), sendo
a restante misturada com a
drenagem das culturas em
substratos orgânicos, e
finalmente toda reutilizada.
No entanto, houve grande diferença entre as espécies cultivadas. Na cultura de pimento reciclou-se
36% da drenagem sendo a restante enviada para a charca para reutilização. No tomate, pelo
contrário, 66% da drenagem ocorrida foi enviada para reciclagem e a restante foi para reutilização.
Com a lâmpada de radiação ultra-violeta empregue, verificou-se uma elevada variação na eficácia
de desinfecção. Os resultados evidenciaram a exigência de limpeza frequente (Fig. 3), e mesmo
assim nem sempre atingia o objectivo pretendido. Por exemplo, durante a cultura de 2002-03, a
percentagem média de eliminação de bactérias e fungos foi de 21 e 29% respectivamente. Nota-se
imediatamente após
cada limpeza uma
maior diferença na
contagem à entrada e
à saída do elemento
que contém a
lâmpada.
28. 27
Figura 4 - Pomar de citrinos onde se reutilizou a drenagem
Drenagem reutilizada
A drenagem recolhida na charca foi proveniente da cultura em substratos orgânicos em sistema
aberto e das culturas em lã-de-rocha em sistema fechado. Na cultura em sistema aberto, a
drenagem representou 54% do volume de solução nutritiva aplicada à cultura. Nas culturas em
sistema fechado a parte da drenagem que foi reutilizada variou entre 19 e 64% da drenagem total
nessas culturas (Quadro 2), pois a restante era reciclada.
Toda a solução recolhida na charca
foi usada na fertirrega de um pomar
de citrinos com 1,4 ha.
De Abril de 2003 a Junho de 2004,
contabilizou-se a drenagem
reutilizada na fertirrega de 1,4 ha de
citrinos, obtida de uma área total se
culturas em substratos de 2150 m2
.
Durante aquele período, a
drenagem foi reutilizada sem
qualquer correcção. O volume de
drenagem aplicado correspondeu a
0,95 L de solução por m2
e por dia,
no período considerado. Esta
solução apresentou um equilíbrio
iónico aceitável, relativamente às
exigências dos citrinos, embora com
um ligeiro excesso em magnésio,
teores adequados em fósforo, e um
pouco deficitária em azoto e
potássio.
Conclusões
• Tanto a reciclagem como a reutilização da drenagem
foram soluções de fácil aplicação.
• Na reciclagem, para se obter a desinfecção da
solução é necessário garantir: uma adequada
filtragem da solução, adequada potência da lâmpada
(para obter uma radiação superior a 30 mJ cm-2
), e
ainda a constante limpeza da lâmpada.
• Na reutilização, pode ser necessário ajustar a
solução recolhida, compensando os nutrientes que
possam estar deficitários em relação às exigências
das culturas, como o azoto ou o potássio.
29. 29
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 9 Cultura de pimento em lã-de-rocha
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
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Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivos:
• Testar a cultura com reciclagem da solução nutritiva
• Testar a poda pelo método “holandês” (ver caixa), em alternativa à não
realização de poda
• Comparar com a qualidade da produção em solo
Caracterização do ensaio:
Cultivar : ‘Genil’ (Fitó, Espanha)
Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med
1x0,15x0,1m)
Modo de cultivo: com reciclagem (sistema
fechado)
N.º de utilizações da lã-de-rocha: 1ª utilização
N.º de plantas/ placa: 6
Distância entre linhas: 2,25 m
Distância na linha: 1,20 m
Densidade de plantação: 2,22 plantas/m2
Área /parcela: 5,4 m2
N.º de plantas /parcela: 12
N.º de repetições/parcela: 4
Sementeira: 2 plantas/cubo de lã-de-rocha
Data de plantação: 15/04/2002
Início da produção: 03/06/2002
Final da produção – 12/08/2002
Nº de colheitas: 10
Método “holandês”:
Na poda pelo método “holandês” procura-se obter 3 a
4 lançamentos por m
2
. Para isso, limpam-se os
lançamentos até á denominada zona da cruzeta.
Nesta zona deixam-se 2 lançamento para
continuação do desenvolvimento vegetativo e os
restantes para frutificação. Em cada um dos
lançamentos de crescimento vai-se deixando um
lançamento para crescimento e os restantes para
frutificação, ficando cada planta com 2 eixos de
crescimento.
Resultados
Consumo de solução nutritiva e recuperação da drenagem
No período de Abril a Agosto, foram aplicados, em média, 2,6 L de água m-2
dia-1
,
dos quais:
• 1,5 L (57%) foram utilizados pela planta,
• 0,4 L (14%) foram reciclados na fertirrega da cultura,
• 0,7 L, (28%), foram reutilizados na fertirrega de um pomar de citrinos.
aplicada
às plantas
(L/m2
/dia) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada)
Abril 1,6 0,6 41 0,9 59 0,5 29 0,5 31
Maio 1,9 1,1 61 0,7 39 0,3 14 0,5 25
Junho 2,8 1,5 53 1,3 47 0,7 27 0,6 20
Julho 3,2 1,9 61 1,3 39 1,2 37 0,1 2
Agosto 3,8 2,3 60 1,5 40 1,1 30 0,4 10
Total 2,6 1,5 57 1,1 43 0,7 28 0,4 14
Mês
Solução nutritiva
consumida drenada
pelas plantas Total não recuperada recuperada
30. 30
Equilíbrio da solução nutritiva
A preparação da solução nutritiva com recurso à reciclagem de uma parte da drenagem é
mais difícil do que a partir de água-doce. As soluções de referência seguidas foram as
seguintes:
Data N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE pH
2002 mmol/L µmol/L dS/m
17Abr 16,2 15,3 0,95 1,77 4,56 5,07 1,77 2,16 2,43 1,61 0,50 39,8 21,1 28,9 3,48 4,31 0,95 2,2 5,5
06Jun 15,7 14,8 0,91 1,78 5,31 4,96 1,24 1,11 2,43 1,61 0,50 31,3 14,2 21,8 2,80 3,31 0,61 2,1 5,5
04Jul 13,4 12,7 0,75 1,71 5,8 4,45 1,81 1,11 2,43 1,61 0,50 30,6 11,8 19,4 2,56 2,97 0,49 2,0 5,5
21Jul 13,4 12,7 0,75 1,71 5,8 4,45 1,81 1,11 2,43 1,61 0,50 25,7 11,8 19,4 2,56 2,97 0,49 2,0 5,5
Registaram-se algumas diferenças entre os teores médios de nutrientes das soluções
nutritivas de referência e os conseguidos nas soluções nutritivas aplicadas, sendo de destacar
o seguinte:
• a maioria dos nutrientes apresentou valores inferiores aos da solução de referência,
excepto: HCO3, Na, Cl, Mg, Ca, e Cu.
• as diferenças mais acentuadas em relação à solução de referência registaram-se nos
elementos Na, Cl, e Cu, com valores superiores, e no K, H2PO4 e B com valor inferiores.
Valores médios dos
teores de macro-
nutrientes
e de micro-nutrientes
das soluções de
referência (Valor de
referência) e dos
resultados das análises
de controlo das
soluções nutritivas
(Valor da análise). 193,2
852,0
1,1
13,5
33,0
215,0
110,0
64,0
121,0
68,0
37,5
205,7
859,2
15,1
170,8
209,3
189,3
159,1
32,9
86,3
37,0
30,5
0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1000,0
N
NO3
NH4
H2PO4
K
Ca
SO4
Mg
Cl
Na
HCO3
Macronutrientes
mg/litro
Valor da análise Valor de referência
1,3
0,6
0,1
0,4
0,2
1,8
0,8
0,2
0,2
0,2
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
Fe
Mn
B
Cu
Zn
Micronutrientes
mg/litro
Valor da análise Valor de referência
31. 31
P ro d u çã o a cu m u lad a d e p im e n to ('G en il', 2 00 2)
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
3 -
J u n
1 0-
J u n
17 -
J u n
24 -
J u n
1 -
J u l
8-
J u l
15 -
J u l
22-
J u l
29-
J ul
5-
A go
12-
A go
D ata d e c o lh e ita
P eso
(kg m -2
)
N P c o m ercia lizá vel P co m erc ia lizá vel
N P T o ta l P T o ta l
As plantas podadas apresentaram maior número de frutos com necrose apical, e maior nº total
de frutos incomerciais
Produção
a, b
Incomercial Comercial Total
nº peso nº peso nº peso
Podadas 16,3** 1,32** 16,2*** 1,89*** 32,4 3.22*
Não podadas 8,7** 0,74** 21,6*** 2,75*** 30,3 3.49*
com necrose apical
Podadas 13,0** 1,14**
Não podadas 5,3** 0,51**
a
Produção: em peso, expressa em kg m-2
; em nº, número de frutos por m2
.
b
Análise de variância. Diferenças significativas para: * p ≤ 0,05, ** p ≤ 0,01, ***. ≤ 0,001.
Produtividade
As produções obtidas foram consequência do curto ciclo cultural (o possível no primeiro ano
de ensaios do projecto), sendo a mais elevada, 3,50 kg m-2
, obtida nas plantas não podadas
(NP)
Variação do pH e CE da rega e da
drenagem
• O pH da solução nutritiva manteve-se
dentro dos limites estabelecidos, mas
aumentaram na drenagem.
• CE: a partir do mês de Junho foi
necessário diminuir os valores da
condutividade na solução nutritiva. Os
valores registados na drenagem foram
sempre superiores aos observados na
solução nutritiva aplicada
CE pH CE pH
Abril 2.06 6.38 2.10 7.01
Maio 2.00 6.81 3.04 8.64
Junho 1.95 4.66 3.05 7.69
Julho 1.77 5.74 2.49 6.96
Agosto 1.01 6.96 1.55 8.21
Média 1.83 5.95 2.62 7.71
Mês
Solução nutritiva
aplicada às plantas drenada total
32. 32
Qualidade do pimento
• A poda não afectou o tamanho, o peso e os parâmetros de qualidade: teor de matéria
seca, firmeza e teor de sólidos solúveis totais (ºBrix) (Quadro 1).
• Os frutos obtidos na cultura em solo, por produtores da região, apresentaram maior
comprimento, diâmetro e peso, mas o teor de matéria seca, firmeza e teor de sólidos solúveis
totais não apresentou diferenças significativas relativamente aos obtidos na cultura em lã-de-
rocha.
Quadro 1 – Características dos frutos produzidos em lã-de-rocha e no solo (valores das médias seguido
do erro padrão entre parênteses)
Cultura em lã-de-rocha Cultura no solo
Podadas Não podadas Solo Sig.
Comprimento (mm)a
98,7 (1,55)b 97,3 (1,42)b 112,9 (2,01)a 0,000
Diâmetro (mm) 72,3 (1,28)b 73,8 (0,95)b 78,0 (1,18)a 0,001
Matéria seca (%) 8,99 (1,08) 7,68 (0,588) 10,5 (1,81) 0,316
Firmeza 1,50 (0,041) 1,53 (0,044) 1,44 (0,046) 0,344
SST (ºBrix) 5,19 (0,099) 5,09 (0,077) 4,93 (0,167) 0,317
Peso médio (g) 120,9 (3,84)b 123,1 (2,90)b 160,9 (5,46)a 0,000
a
Na mesma linha, os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤0,05
Conclusões:
• Apesar do ciclo cultural ter sido mais curto que o habitual, observaram-se diferenças
significativas na produção segundo os dois sistemas de condução, sendo a produção, total e
comercial, maior nas plantas não podadas.
• Nas plantas não podadas a ocorrência de necrose apical foi menor.
• A poda não afectou a qualidade do pimento, expressa pelas variáveis: comprimento,
diâmetro e peso médio dos frutos, teor de matéria seca, firmeza da polpa e teor de sólidos
solúveis totais.
• Os pimentos produzidos em lã-de-rocha foram de menor tamanho, mas de qualidade
idêntica (em teor de matéria seca, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis totais) aos
obtidos no solo.
33. 33
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 10 Cultura de tomate: 1ª cultura (2002 - 2003)
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivos:
• Testar a cultura de tomate ‘Daniela’
em estufa aquecida, em lã-de-rocha, com
reciclagem.
• Testar a aplicação foliar de cálcio na
redução da necrose apical.
Modalidades:
1: testemunha.(sem aplicação de cálcio)
2: Naturamin-Ca®
3: Naturquel-Ca®
4: Natursal®
5: Nitrato de cálcio
Ajustou-se a diluição dos produtos
comerciais (ver caixa) de forma a obter
soluções com o equivalente a 0,52 g de
CaO/L de água
• Comparar a qualidade de tomate
produzido em cultura sem solo em lã-de-
rocha e em cultura convencional no solo.
Técnica cultural:
Cultivar: ‘Daniela’ (Hazera, Israel)
Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med
1x0,15x0,1m)
Distância entre linhas de placa: 2,25 m
Distância entre placas na linha: 1,20 m
N.º de utilizações da lã-de-rocha: 2ª
N.º de plantas/ placa: 6
Densidade de plantação: 2,22 plantas/m2
Área /parcela: 5,4 m2
N.º de plantas/parcela: 12
N.º de repetições/parcela: 4
Sementeira: 2 pl/cubo de lã-de-rocha
Data de plantação: 17 de Dez. de 2002
Início da produção: 23 de Abril de 2003
Final da produção: 31 de Julho de 2003
Soluções nutritivas utilizadas durante a cultura:
Data N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE pH
mmol/L µmol/L dS/m
1Dez02 17,3 16,0 1,28 1,78 5,01 4,99 1,35 1,38 2,40 1,96 0,50 37 14 22 3 3 0,6 2,2 5,5
14Fev03 16,2 15,6 0,63 1,77 5,59 4,82 1,29 1,35 2,40 1,95 0,50 35 13 21 3 3 0,6 2,2 5,5
26Mar03 15,1 14,5 0,57 1,80 5,87 4,59 1,98 1,72 2,40 1,96 0,50 32 12 20 3 3 0,5 2,2 5,5
17Abr03 12,2 10,3 1,90 1,37 3,38 6,18 3,95 1,53 3,41 2,30 0,50 35 5 55 2 2 0,1 2,1 5,5
14Mai03 12,0 11,1 0,94 1,51 4,76 4,53 2,46 1,94 3,85 3,04 0,50 23 6 14 2 6 0,2 2,1 5,5
17Jun03 12,3 11,4 0,96 1,77 4,61 4,60 2,23 1,93 3,86 3,04 0,50 23 6 14 2 6 0,2 2,1 5,5
Natursal® : Contém Ácidos (trihidroxiglutárico,
glucónico, glutárico, etc,), com 18% p/v de CaO, 1,4%
p/v de MgO e 21,1% p/v de ácidos
polihidroxicarboxílicos (2,8mL/L de água).
Naturquel-Ca®– Contém Hexa/Heptagluconatos, com
13% p/v de CaO, agentes quelatantes (ácidos
hexa/heptagluconicos estáveis com pH entre 4-9)
(4mL/L de água).
Naturamin-Ca® – Contém aminoácidos e Ca, com:
16,5% p/v de aminoácidos livres, 13% p/v de CaO;
0,8% p/v de N orgânico; 7% p/v de N nítrico; 6,5% de
matéria orgânica (4mL/L de água).
Nitrato de cálcio – Adubo sólido solúvel com: 15% p/p
de N; 27;5% p/p de CaO (0,52 g/L de água).
34. 34
Resultados:
Consumo de solução nutritiva
O balanço da solução aplicada à cultura
mostra que, no período de Dezembro a
Junho, foi aplicada em média 3,8 L de
solução nutritiva/ m2
dia, da qual:
• 2,2 L (58,6%) foi evapotranspirada,
• 1,1 L (30,1%) foi reciclada
• 0,5 L (11,3%) foi reutilizada na fertirrega
de pomar de citrinos (Quadro 1, Fig. 1).
Valores de pH e CE da rega e drenagem
O pH e a CE medidos durante o ciclo
cultural mantiveram-se dentro dos limites
previamente estabelecidos, apresentando
a drenagem, em ambos os parâmetros,
valores superiores aos medidos na
solução nutritiva fornecida na rega
(Quadro 2).
Equilíbrio da solução nutritiva
A fertirrega com incorporação de parte da
drenagem dificulta o reequilíbrio das
soluções nutritivas. Registaram-se
diferenças entre os valores médios das
soluções nutritivas de referência e os
valores médios obtidos nas análises
efectuadas às soluções aplicadas à
cultura, sendo de realçar os seguintes
aspectos:
• A maioria dos elementos apresentou
valores superiores em relação à “Solução
de referência”, excepto em: Mg, H2P04,
N03, Cu e Mn.
• As diferenças mais acentuadas
registaram-se no S04 e B, com valores
claramente superiores, e no H2P04, com
valor claramente inferior (Fig. 3).
0
10
20
30
40
50
60
70
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Meses
SNaplicada
(%)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
SNaplicada
(L/m2
)
%SNconsumida
pelasplantas
%SNdrenada
nãorecuperada
%SNdrenada
recuperada
SNconsumida
pelasplantas
SNaplicadaà
cultura
SNdrenadanão
recuperada
SNdrenada
recuperada
Figura 1 – Solução nutritiva (valores acumulados)
Quadro 1 – Solução nutritiva aplicada à cultura e drenagem
aplicada
às plantas
(L/m2
/dia) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada)
Dezembro 0,4 0,1 23,1 0,3 76,9 0,1 16,3 0,2 60,6
Janeiro 0,5 0,3 65,5 0,2 34,5 0,1 15,9 0,1 18,6
Fevereiro 2,0 1,2 60,4 0,8 39,6 0,2 11,7 0,6 27,9
Março 2,9 1,9 66,3 1,0 33,7 0,6 20,0 0,4 13,7
Abril 4,5 2,5 55,9 2,0 44,1 0,9 19,0 1,1 25,1
Maio 5,7 3,1 54,2 2,6 45,8 0,8 13,8 1,8 32,0
Junho 6,2 3,4 54,6 2,8 45,4 0,4 5,8 2,5 39,6
Julho 5,9 3,8 65,0 2,0 35,0 0,2 3,7 1,8 31,3
Total 3,8 2,2 58,6 1,6 41,4 0,4 11,3 1,1 30,1
Mês
pelas plantas Total não recuperada
Solução nutritiva
consumida drenada
recuperada
Quadro 2 – Valores de pH e CE da rega e drenagem
CE pH CE pH
Dezem bro 2.25 5.91 2.04 7.28
Janeiro 2.13 5.62 1.98 7.47
Fevereiro 2.10 5.97 1.85 8.29
M arço 2.21 6.01 3.32 8.37
Abril 2.09 5.97 3.09 7.48
M aio 2.18 5.26 3.25 6.35
Junho 2.14 5.82 3.31 6.05
Julho 1.49 6.92 2.55 7.69
M édia 2.06 5.93 2.74 7.36
Mês
S olução nutritiva
aplicada às plantas drenada total
198,59
814,47
18,84
163,33
189,93
198,07
212,16
39,40
108,39
54,63
30,50
183,48
711,00
29,50
88,24
190,00
238,50
405,90
39,15
143,00
67,45
50,00
0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00
N
NO3
NH4
H2PO4
K
Ca
SO4
Mg
Cl
Na
HCO3
(macro-nutrientes)
(mg/litro)
ValorBase ValorAnálise
1,74
0,52
0,26
0,15
0,26
1,99
0,48
0,41
0,12
0,37
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
Fe
Mn
B
Cu
Zn
(micro-nutrientes)
(mg/litro)
ValorBase ValorAnálise
Figura 3 – Comparação dos valores médios de referência das soluções nutritivas (Valores Base) e dos
valores médios registados nas análises efectuadas às soluções nutritivas aplicadas às culturas (Valores
Análise).
35. 35
Qualidade
As análises físico-químicas aos frutos da cultura em lã-de-rocha e do solo (modo
convencional) indicam valores semelhantes (Quadro 5). Os frutos da cultura em lã-de-rocha
apresentaram menor % de humidade, valores mais elevados de pH, ºBrix, acidez total, cinzas,
índice de maturação e nitratos.
Quadro 3 – Produção de tomate ‘Daniela’
Produçãoa, b
comercializável Produção
Classe Extra Classe I Classe II Total total
Tratamentosd
nº peso nº peso nº peso nº peso nº peso
Testemunha 23,7 3,38 52,8a 6,45 51,7ab 5,78 128 15,6 141 16,3
Naturamin-Ca 20,3 3,11 51,4a 6,39 46,6b 5,48 118 15,0 133 15,9
Naturquel-Ca® 18,3 2,65 43,8b 5,58 53,6a 6,05 116 14,3 136 15,9
Natursal 20,7 3,13 53,0a 6,44 52,3a 5,91 126 15,5 140 16,2
CaNO3 21,2 3,17 51,4a 6,60 46,1b 5,19 119 15,0 130 15,4
a
Produção: em peso, expressa em kg m
-2
; em nº, número de frutos por m
2
.
b
*Resultado da Análise de variância multivariada e teste de Duncan (na mesma coluna, os valores seguidos da
mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05)
Quadro 4 – Produção incomercializável, sem e com necrose apical
Produçãoa, b
Incomercial c
s/ NA c/ NA Total incomercial
nº peso nº peso nº peso
Testemunha 8,4b 0,42 4,10 0,30 12,6b 0,72b
Naturamin-Ca 12,6b 0,67 2,50 0,20 15,1ab 0,88b
Naturquel-Ca® 16,6a 1,31 4,08 0,27 20,7a 1,58a
Natursal 9,4b 0,43 3,83 0,25 13,3b 0,69b
CaNO3 10,0b 0,48 1,35 0,12 11,4b 0,59b
a
Produção: em peso, expressa em kg m
-2
; em nº, número de frutos por m
2
.
b
*Resultado da Análise de variância multivariada e teste de Duncan (na mesma coluna, os valores seguidos da mesma letra não
são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05).
c
s/NA, sem necrose apical; c/NA, com necrose apical.
d
Produtividade
As modalidades testadas não afectaram a
produção comercializável, que variou entre
14,3 Kg/m2
(Naturquel-Ca) e 15,6 Kg/m2
(testemunha) (Quadro 3). Em média, a
produção incomercializável representou
5,6% da produção total.
A análise à produção incomercializável
não demonstra a esperada influência
positiva dos produtos comerciais testados
na ocorrência da necrose apical (NA,
Quadro 4). Em média, a produção
incomercializável com NA foi muito
reduzida, cerca de 1,4% da produção total
(em peso). O peso e o nº de frutos com
NA foi idêntico em todas as modalidades.
Na produção incomercializável sem NA, o
peso foi também idêntico, e o nº de frutos
foi superior com alguns dos produtos
comerciais.
Quadro 5 –Análises físico-químicas aos frutos de cultura sem solo (lã-de-rocha) e no solo
Humidade º Brix Acidez total Cinzas Mat. seca Índice de Nitratos
(%) (%) (g/cm3
) (%) (%) Maturação (mg/Kg)
Cultura sem solo 93,20 5,08 5,13 0,39 0,53 6,82 13,15 324,00
Cultura no solo 94,58 4,64 4,32 0,36 0,51 5,43 12,06 300,00
pHModo de produção
36. 36
Provas organolépticas
Os valores médios da avaliação pelo painel de provadores foram bastante semelhantes. Na
escala de 1 (Mau) a 5 (Muito bom), as características exteriores e as da polpa situaram-se
entre 3 (satisfatório) e 4,1 (bom) (Quadro 5). Os parâmetros consistência da pele e sabor
(doce e ácido) foram, em ambas os modos de produção, classificados entre 2 (Medíocre) e 3
(Satisfatório) e a aceitabilidade geral foi considerada satisfatória (3) em ambos os casos
Quadro 5 – Resultadosa
das provas organolépticas ao tomate produzido em estufa sem solo (lã-de-
rocha) e no solo (modo convencional)
Relação
polpa/semente
Cultura sem solo 3,4 3,6 3,2 3,0 3,1
Cultura no solo 3,5 3,4 3,6 3,6 3,0
Características interiores
Modo de Produção
aspecto cor aspecto cor
Características exteriores
Pele Sabor Aceitabilidade
Carnudo Suculento Farináceo Consistência Consistência Doce Ácido Estranho Geral
Cultura sem solo 3,2 3,2 3,9 3,7 2,1 2,6 2,7 N 3,0
Cultura no solo 3,5 3,7 4,1 3,4 2,4 2,7 2,5 N 3,0
Polpa
Modo de Produção
a
Valores médios das classificações do painel de provadores, segundo uma escala de 1 a 5 (1: mau, 2: medíocre, 3:
satisfatório, 4: bom, 5: muito bom).
Cultura sem solo
(lã-de-rocha)
Cultura no solo
(modo convencional)
Conclusões
• A produção comercializável foi cerca de 50% superior à média regional em lã-de-rocha
• Neste ensaio, os produtos testados para a redução da necrose apical não apresentaram
efeitos positivos em relação à não aplicação de qualquer suplemento de cálcio, evidenciando
a importância das condições ambientais na ocorrência deste acidente fisiológico.
• De uma forma global, praticamente não se podem referenciar diferenças de qualidade entre
o tomate obtido em lã-de-rocha e o obtido no solo.
37. 37
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 11 Cultura de tomate: 2ª cultura (2003 - 2004)
ProgramaPOAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivos:
• Testar a cultura de tomate de duas cultivares, ‘Zinac’ e ‘Sinatra’, cultivadas em
lã-de-rocha (3ª utilização), com reutilização das soluções drenadas.
• Avaliar as possíveis vantagens da cultura em ambiente enriquecido, durante o
dia, com CO2 proveniente da queima de Gás propano utilizado no aquecimento
da estufa.
• Avaliar a qualidade dos frutos obtidos em culturas segundo o método de
produção biológica (Biológico), no solo segundo o método tradicional (Solo) e
sem solo em lã-de-rocha (Hidroponia).
Técnica cultural:
Cultivares: ‘Zinac’ (Ruitter Seeds, Holanda) e
‘Sinatra'(Sluis & Groot (Syngenta), Holanda)
Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med 1x0,15x0,1m)
Distância entre linhas de placa: 2,25 m
Distância entre placas na linha: 1,20 m
N.º de utilizações da lã-de-rocha: 3ª
N.º de plantas/ placa: 6
Densidade de plantação: 2,22 plantas/ m2
Área /parcela: 5,4 m2
N.º de plantas/parcela: 12
N.º de repetições/parcela: 4
Sementeira: 2 plantas/cubo de lã-de-rocha
Data de plantação: 24 de Novembro de 2003
Início da produção: 9 de Março de 2004
Final da produção: 15 de Julho de 2004
Soluções nutritivas utilizadas durante a condução da cultura:
N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE
ms/cm
03-11-2003 15,09 14,49 0,59 1,77 5,21 4,67 1,44 1,38 2,40 1,96 0,50 38,53 15,44 23,07 2,92 3,49 0,67 2,10 5,50
07-01-2004 17,29 16,54 0,76 1,79 6,28 5,39 2,06 1,38 2,40 1,96 0,50 49,71 19,58 27,28 3,33 4,09 0,87 2,40 5,50
17-05-2004 12,47 12,06 0,41 1,82 7,59 3,88 3,20 1,85 2,40 1,96 0,50 39,90 14,48 22,09 2,82 3,35 0,62 2,20 5,50
Data pH
µmol/Lmmol/L
38. 38
Resultados:
Consumo de solução nutritiva
O balanço da solução aplicada à cultura
mostra que, no período de Novembro a
Julho, foi aplicada, em média, 3,42 L de
solução nutritiva/m2
dia, da qual:
• 1,79 L (52%) foi evapotranspirada
• 0,82 L (24%) foi reciclada
• 0,82 L (24%) foi reutilizada na
fertirrega de pomar de citrinos
(Quadro 1, Fig. 1).
Valores de pH e CE da rega e drenagem
Os valores de pH e de CE registados
durante o ciclo cultural mantiveram-se
dentro dos limites previamente
estabelecidos, apresentando as soluções
drenadas, em ambos os parâmetros,
valores superiores aos medidos na
solução nutritiva fornecida na rega
(Quadro 2).
Equilíbrio da solução nutritiva
Registaram-se diferenças entre os valores
previstos nas soluções nutritivas de
referência e os valores medidos nas
soluções fornecidas à cultura, sendo de
realçar os seguintes aspectos:
• A maioria dos elementos analisados
apresentou valores superiores em
relação à “Solução de referência”,
excepto em: HCO3, K, H2P04, Cu e Mn.
• Em relação à solução de referência, as
diferenças mais acentuadas registaram-
se no Zn e Na, com valores claramente
superiores, e no H2P04 e Cu, com
valores inferiores (Fig.3).
0
10
20
30
40
50
60
Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Meses
SNaplicada
(%)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
SNaplicada
(L/m2
)
%SNconsumida
pelas plantas
%SNdrenada
nãorecuperada
%SNdrenada
recuperada
SNconsumida
pelas plantas
SNaplicadaà
cultura
SNdrenadanão
recuperada
SNdrenada
recuperada
Figura 1 – Solução nutritiva (valores acumulados)
Quadro 1 – Solução nutritiva aplicada à cultura e
drenagem
aplicada
às plantas
(L/m2
/dia) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada)
Novembro 0,61 0,22 37 0,39 63 0,02 3 0,37 61
Dezembro 0,52 0,31 59 0,21 41 0,10 19 0,12 22
Janeiro 1,42 0,85 60 0,56 40 0,08 6 0,48 34
Fevereiro 2,17 1,21 56 0,96 44 0,24 11 0,71 33
Março 3,29 2,03 62 1,26 38 0,23 7 1,03 31
Abril 4,63 2,76 60 1,88 40 1,28 28 0,60 13
Maio 4,90 2,58 53 2,32 47 0,84 17 1,48 30
Junho 6,39 2,77 43 3,62 57 2,18 34 1,44 23
Julho 5,39 2,16 40 3,23 60 2,59 48 0,64 12
Total 3,42 1,79 52 1,63 48 0,82 24 0,82 24
Mês
Solução nutritiva
consumida drenada
pelas plantas Total não recuperada recuperada
Quadro 2 – Valores de pH e CE da rega e drenagem
CE pH CE pH
Novembro 2.15 6.63 1.91 7.72
Dezembro 2.21 5.95 2.11 7.63
Janeiro 2.51 5.59 2.36 7.39
Fevereiro 2.13 5.61 2.63 7.11
Março 2.00 6.00 3.22 7.24
Abril 2.02 5.75 2.94 6.95
Maio 2.01 5.59 2.92 6.69
Junho 2.00 5.62 2.78 6.05
Julho 2.04 5.91 2.83 5.59
Média 2.11 5.76 2.71 6.92
Mês
Solução nutritiva
aplicada às plantas drenada total
239,5
1002,0
17,1
75,5
199,0
286,5
352,5
44,1
137,4
81,5
21,3
209,3
890,5
10,6
175,7
248,0
185,9
214,4
36,9
85,2
45,1
30,5
0,0 200,0 400,0 600,0 800,0 1000,0
N
NO3
NH4
H2PO4
K
Ca
SO4
Mg
Cl
Na
HCO3
macro-nutrientes
(mg/litro)
Valor Análise Valor Base
4,0
0,6
0,5
0,1
0,4
2,4
0,9
0,3
0,2
0,2
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Fe
Mn
B
Cu
Zn
micro-nutrientes
(mg/litro)
Valor análise Valor base
Figura 3 – Comparação dos valores médios de referência das soluções nutritivas (Valores Base) e dos
valores médios registados nas análises efectuadas às soluções nutritivas aplicadas às culturas (Valores
Análise).
39. 39
Quadro 4 – Escalonamento da produção por calibres (%) e peso médio dos frutos (g)
Produtividade
As produções obtidas foram
superiores às registadas no ano
anterior (‘Daniela’), situando-se
a produção comercializável
entre 17,6 e 18 kg m-2
. (Quadro
3). A cv. ‘Sinatra’ foi a mais
produtiva. Os frutos da cv.
‘Sinatra’ apresentaram o maior
peso médio (174 g).
Em ambas as cv. a maior
produção, foi no calibre 67-82
mm (Quadros 3, 4 e Fig. 4),
mas a cv. ‘Zinac’ apresentou a
maior produção nas Classes I e
Extra.
Quadro 3 – Produção de tomate ‘Zinac’ e ‘Sinatra’
Produçãoa, b
Comercial
Extra I II Total comercial Total
nº peso nº peso nº peso nº peso nº peso
Zinac 14,4* 2,89 34,5 6,12 71,4* 8,78 121,2 17,8 148,6* 19,7
Sinatra 9,6* 2,32 30,8 6,14 65,6* 9,91 106,0 18,4 131,1* 20,4
a
Produção: em peso, expressa em kg m
-2
; em nº, número de frutos por m
2
.
b
*Resultado da Análise de variância univariada: *, diferenças significativas entre cv., para p < 0,05
Peso
Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % médio do
fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto
(g) total (g) total (g) total (g) total (g) total (g) total (g)
Zinac 0 0,0 112 30,3 156 34,3 185 34,4 290 1,0 0 0,0 147
Sinatra 43 0,3 120 19,4 159 20,5 204 46,9 283 11,9 365 1,0 174
Modalidades
>102 mm82 - 102 mm67 - 82 mm57 - 67 mm47 - 57 mm<47 mm
Quadro 5 – Resultados das análises físico-químicas ao tomate de estufa obtido em agricultura na
cultura em lã de rocha e na cultura em solo (modo convencional e biológico)
Cultura cv. pH ºBrix
(%)
Acidez total (g
ác. citríco kg-1
)
Cinzas
(%)
M. seca
(%)
Índice de
maturação
Nitratos
(mg kg-1
)
Lã de Zinac 4,28 4,75 3,97 0,40 5,66 12 148
rocha Sinatra 4,13 5,17 5,06 0,43 5,92 10 176
média 4,21 4,96 4,52 0,42 5,79 11 162
Biológico Zinac 4,18 4,66 3,92 0,45 6,00 12 148
Sinatra 4,04 5,11 4,32 0,47 6,55 12 188
média 4,11 4,89 4,12 0,46 6,28 12 168
Solo Zinac 4,20 4,67 5,08 0,48 5,77 9 128
Sinatra 4,11 5,02 5,47 0,44 6,09 9 164
média 4,16 4,85 5,28 0,46 5,93 9 146
Qualidade: comparação da qualidade do tomate
produzido em lã de rocha e no solo (segundo os
modos convencional e biológico)
Durante a época de colheita, analisou-se o tomate em 5
momentos, entre 12/4 e 30/6/2004. As diferenças foram
relativamente reduzidas, destacando-se na cultura sem
solo o valor um pouco mais baixo de matéria seca, mas
intermédio em nitratos e mais elevado no ºBrix (Quadro 5).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
<47 mm 47 - 57 mm 57 - 67 mm 67 - 82 mm 82 - 102 mm >102 mm
Caibres dos Frutos
PesoMédiodoFruto
(g)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
24,0
26,0
28,0
30,0
32,0
34,0
36,0
38,0
40,0
42,0
44,0
46,0
48,0
50,0
pesoZ pesoS %Z %S
Figura 4 – Escalonamento da produção por calibres (%) e peso
médio dos frutos (g)
40. 40
Quadro 6 –Resultados das provas organolépticas ao tomate de estufa obtido
em cultura em lã de rocha e em cultura no solo (modos convencional e biológico)
Características exteriores Características interiores
Cultura cv. aspecto cor aspecto cor relação polpa/
semente
Lã de Zinac 3,8 3,6 3,3 3,3 3,0
rocha Sinatra 3,9 3,5 3,5 3,3 3,3
média 3,9 3,6 3,4 3,3 3,2
Biológico Zinac 3,2 3,1 3,2 3,6 3
Sinatra 2,2 2,6 3,1 3,3 3,8
média 2,7 2,9 3,2 3,5 3,4
Solo Zinac 3,5 3,3 3,3 3,3 2,8
Sinatra 3,6 3 3,5 3,3 3
média 3,6 3,2 3,4 3,3 2,9
Polpa Pele Sabor Aceitabilidade
Cultura cv. carnuda suculenta farinácea consistência consistência doce àcido estranho geral
Hidroponia Zinac 3,5 3,4 4,2 3,5 3,2 3,2 3,4 não 3,4
Sinatra 3,4 3,1 2,9 3,2 3,3 2,9 3,1 não 3,1
média 3,5 3,3 3,6 3,4 3,3 3,1 3,3 3,3
Biológico Zinac 3,1 3,4 3,5 3,4 2,8 2,9 3,3 não 2,8
Sinatra 3,8 2,8 2,7 2,9 2,8 2,9 2,9 não 2,5
média 3,5 3,1 3,1 3,2 2,8 2,9 3,1 2,7
Solo Zinac 3,2 3,3 3,7 3,4 3,2 4,2 3,1 não 3,3
Sinatra 3,3 3,1 3 3,3 3,2 2,9 3,1 não 3
média 3,3 3,2 3,4 3,4 3,2 3,6 3,1 3,2
Provas organolépticas
Os valores da média ponderada da avaliação do painel de provadores foram bastante
semelhantes. Na escala de 1 (mau) a 5 (muito bom), as características avaliadas situaram-se
entre 2,7 (satisfatório) e 3,9 (bom) (Quadro 6). De destacar que a cultura em lã de rocha
apresentou normalmente os valores mais altos, nomeadamente no aspecto exterior, cor,
consistência da polpa, sabor ácido e aceitabilidade geral.
Conclusões
• A produção comercializável foi cerca de 80% superior à média regional em lã de rocha.
• As diferenças de qualidade do tomate produzido, relativamente ao obtido em solo pelos
métodos convencional e biológico, são reduzidas, aliás, com vantagens para a cultura
em lã de rocha em algumas das variáveis de qualidade analisadas.
Lã de rocha Solo
(convencional)
Solo
Modo biológico