SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 64
Baixar para ler offline
Projecto nº197 - Cultura sem solo com reutilização dos efluentes,
em estufa com controlo ambiental melhorado
Período de execução: 21 de Novembro de 2001 a 19 de Junho de 2005
Programa AGRO
Medida 8 Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração
Acção 8.1 Desenvolvimento Experimental e Demonstração (DE&D)
Instituições participantes:
Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Universidade do Algarve
Prof. Doutor Mário M. F. Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor José G. T. Beltrão
Prof. Doutor João M. Carrasco de Brito
Prof. Doutora Lídia A. P. C. Dionísio
Prof. Doutor Júlio Osório
Prof. Doutor António A. Monteiro (Instituto Superior de Agronomia, consultor)
Centro de Hidroponia:
Engº João C. G. B. Caço (responsável pela instituição)
Eng.º Jorge Pereira
Eng.º Nelson F. S. Martins
Direcção Regional de Agricultura do Algarve:
Eng.º Téc. Agr. Armindo J. G. Rosa (responsável pela instituição)
Eng.º João M. G. Costa
Eng.º Paulo M. G. Oliveira
Eng.º Téc. Agr. José M. Baguinho de Sousa
Eng.º Margarida S. J. Costa
Eng.º Maria Isabel G. N. R. Monteiro
Eng.º Téc. Agr. Florentino G. Valente
Eng.º Téc. Agr. Vítor A. R. Pereira
This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com.
The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
1
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 1 Introdução e objectivos do Projecto
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Introdução:
A produção hortícola em estufa, em
sistemas de cultura sem solo,
desenvolveu-se a partir dos anos 20, tendo
entrado numa fase de grande expansão a
partir dos anos 70, com o desenvolvimento
da lã-de-rocha como substrato. Entretanto,
novos materiais foram sendo testados
como substratos de cultivo, existindo hoje
uma gama diversificada de opções à
disposição do agricultor.
Mais recentemente, os aperfeiçoamentos
técnicos na cultura sem solo permitiram reciclar a drenagem com segurança, reduzindo o
consumo de água e adubos.
No País, e em particular na região do
Algarve, a cultura sem solo tem vindo a
expandir-se. Contudo a recuperação da
drenagem é pouco utilizada, sendo quase
desconhecida a sua aplicação pela maioria
dos agricultores e técnicos que trabalham
nesta área.
O primeiro projecto de I&D onde se aplicou a
reciclagem na cultura sem solo foi
desenvolvido no final dos anos 90, fruto da
cooperação entre a Universidade do Algarve,
o Centro de Hidroponia e a Direcção Regional de Agricultura do Algarve, concretizada no
Projecto PAMAF nº 6156.
Simultaneamente, têm sido melhorados as características das estufas e aperfeiçoados os
equipamentos de controlo ambiental, de forma a melhorar as condições de crescimento e
desenvolvimento das culturas, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos
hortícolas.
Os ensaios de cultivo decorreram em estufas localizadas no Centro de Experimentação
Horto-Frutícola do Patacão da DRAALG.
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
2
Objectivo geral
• Testar e divulgar técnicas de cultura de hortaliças e flores em estufa, utilizando lã-de-rocha e
materiais orgânicos como substratos. Este objectivo foi concretizado através das seguintes
acções:
. Cultura de gerbera em substratos orgânicos em sistema aberto
. Cultura de pimento e tomate em lã-de-rocha
em sistema fechado
. Reciclagem e Reutilização da
drenagem, com vista á redução do
impacte ambiental da cultura sem solo

. Avaliação económica dos sistemas de cultura sem solo
. Regulação automatizada das condições ambientais, através do controlo de:
abertura das janelas
abertura da cortina térmica
sistema de aquecimento por água quente
com acumulação de calor
. utilização de teto duplo
. enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2
. Medição do teor de
humidade dos substratos
. Comparação da qualidade dos produtos hortícolas de cultura sem
solo com a dos obtidos em cultura no solo (tradicional e biológica)

. Edição de publicações escritas e audiovisuais, para divulgação das técnicas empregues e dos
resultados alcançados
3
Figura 2 – Filtro de areia (A) e
lâmpada de UV (UV)
Figura 1 – Programador de rega
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 2 Sistema de rega e de fertilização
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Descrição do sistema
O sistema de rega e fertilização foi concebido para regar culturas em lã-de-rocha em
sistema fechado, isto é, com reciclagem da drenagem, e culturas em substratos
orgânicos, em sistema aberto, com reutilização da drenagem na rega de outras culturas.
No sistema fechado, a drenagem que não se podia reciclar era também reutilizada. Deste
modo, no sistema instalado, não havia perdas, nem de água nem de nutrientes.
O sistema era constituído no essencial por um programador de rega (AMI 1000, DGT
Volmatic, Dinamarca) (Fig. 1), com capacidade de
preparar soluções nutritivas para rega a partir de
soluções concentradas de adubos, baseado no
controlo da condutividade eléctrica (CE) e do pH. Este
equipamento possuia a capacidade de controlar a
frequência de rega por radiação solar e/ou por tempo.
O sistema de bombeamento estava dimensionado
para sectores de 3,5 m-3
h-1
com 40 m.c.a. Toda a
água utilizada era filtrada numa unidade de filtração
constituída por um filtro de areia de 1 1/2” (Fig. 2 - A)
e um filtro de lamelas de 1 1/2”. A solução do sistema
fechado passava ainda por uma unidade de
desinfecção constituída por uma lâmpada de UV (254
nm, 95 W, capaz de garantir 30 mJ cm-2
) (Fig 2 - UV).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
UV
A
4
Figura 3 – Reservatório de
armazenamento da mistura
de drenagem e água doce
Figura 4 – Charca de recolha da drenagem
Fig. 5 - Colocação dos gotejadores nos substratos orgânicos (à
esquerda) e na lã de rocha (à direita)
Para a recolha e armazenamento temporário da drenagem,
existiam dois depósitos: um depósito enterrado, de recolha da
drenagem por gravidade (em PE, de 200 L de capacidade), e outro
à superfície (Fig. 3), para armazenamento daquela drenagem, para
onde a drenagem do depósito anterior era bombeada (em PE, de
3000 L de capacidade). Existia ainda uma charca (Fig. 4), com
capacidade de 14 m3
, revestida com filme de PVC, para a recolha
da
drenagem
do sistema
aberto e
da fracção
excluída
do sistema
fechado.
A rega foi controlada diariamente,
medindo-se o volume, a CE e o pH da
solução de rega e da drenagem. A
frequência de rega foi controlada por
temporizador (as primeiras duas rega de
cada dia) e por radiação solar.
Na rega utilizaram-se gotejadores auto-
compensantes e anti-drenantes de 3 Lh-1
(Supertif®, Plastro). Na cultura em lã-de-
rocha (Fig.5) utilizaram-se 3 gotejadores por placa de 1 m de comprimento (1 por cada duas
plantas) e na cultura em substratos orgânicos utilizaram-se 5 gotejadores em cada vaso de 30L (1
por planta)
Sistema fechado
Controlo da drenagem a
reciclar
No sistema fechado, a solução
drenada após cada rega era
recolhida e bombeada
automaticamente para o
depósito de armazenagem, o
qual recebia também água
doce (até um nível máximo
pré-determinado), de modo a
existir sempre solução neste depósito. A drenagem, misturada com água doce neste depósito,
constituía a base para o ciclo de rega que se seguia.
Quando ocorria uma nova rega aquela mistura era bombeada, filtrada, desinfectada e eram-lhe
adicionados os fertilizantes e a solução ácida de forma a obter a solução de rega com a CE e o pH
desejados.
Existe um limite para a reutilização da drenagem que se prende com a acumulação dos sais não
consumidos nos sucessivos ciclos de rega/ drenagem. Para não regar com solução nutritiva com
uma CE excessiva ou com desequilíbrio de nutrientes, convencionou-se que a CE máxima permitida
no depósito de armazenamento teria um valor de aproximadamente 0,5 dSm-1
abaixo do valor de
CE pretendido na solução de rega. Na prática, sempre que a CE da mistura no depósito de
armazenamento excedesse 1,8 dS m-1
(os valores de CE na rega rondaram 2,3 dS m-1
), a
drenagem recolhida não chegava a entrar neste depósito, sendo enviada de forma automática para
a charca, situação que se mantinha até o valor da CE da solução no depósito de armazenamento
baixar de 1,8 dSm-1
.
5
Figura 6 – Depósitos de preparação das soluções-
mãe (azuis) e da solução ácida (branco)
Duração e Frequência de rega
A duração de cada rega variou entre 4 e 6 minutos, equivalente a 200 a 300 mL por gotejador.
A frequência de rega foi definida por horário pré-estabelecido e também por integração do valor da
radiação solar. Regra geral, por dia, eram feitas duas regas fixas e regas variáveis que estavam
indexadas ao valor de radiação solar acumulada. Era estabelecido o horário em que podiam ser
realizadas estas regas, assim como o valor acumulado (Wh m-2
) que desencadearia uma nova rega.
Desta forma, a frequência das regas foi maior ou menor em função da hora do dia e das condições
climatéricas (céu limpo ou nublado). O valor de radiação solar foi diariamente ajustado de forma a
tentar manter uma percentagem de drenagem entre 20 e 40%.
Sistema aberto
A diferença deste sistema em relação ao sistema fechado residiu no facto de cada ciclo de rega ser
sempre iniciado a partir de água-doce e de toda a drenagem ser canalizada directamente para a
charca. A partir da charca foi efectuada a fertirrega de um pomar de citrinos. Como não havia
recirculação não houve necessidade de proceder à desinfecção da água de rega. O controlo da
rega foi semelhante ao empregue no sistema fechado (regas fixas e regas variáveis).
Preparação das soluções nutritivas
Utilizou-se água de um furo, de boa qualidade. A fertilização foi efectuada através do fornecimento
de soluções nutritivas, distintas para as diferentes culturas e estádios de desenvolvimento das
plantas. As soluções nutritivas eram preparadas de acordo com equilíbrios iónicos e quantidades de
nutrientes optimizadas, denominadas soluções de referência (ver Fichas das culturas).
As soluções nutritivas caracterizam-se principalmente por três parâmetros: o pH, condutividade
eléctrica e equilíbrio iónico.
Nas soluções nutritivas estão sempre todos os macronutrientes (K+
, Ca ++
+, Mg++
, NO3
-
, H2PO4
-
e
SO4
=
, NH4
+
) e micronutrientes (Fe, Mo, Mn, B, Cu e Zn) necessários às plantas, nas formas iónicas
adequadas. Estes nutrientes são incorporados em soluções concentradas (100 a 200 vezes),
designadas por soluções-mãe.
Para a preparação das soluções nutritivas concentradas, recorreu-se ao uso de fertilizantes sólidos
solúveis: nitrato de cálcio (CaNO3 2H2O), nitrato de potássio (KNO3), sulfato de potássio (K2SO4),
sulfato de magnésio (MgSO4 7H2O), nitrato de amónio (NH4NO3) e ácido fosfórico (H2PO4
-
).
Para os micronutrientes foi usado um produto comercial (Micro-Integral®) que contém os elementos
necessários à preparação das soluções em proporções adequadas às exigências das culturas.
Estes elementos são apresentados naquele produto na norma de quelatos (7,0% de Fe-EDTA e
EDDHA; 3,8% de Mn-EDTA; 0,6% de Zn-EDTA; 0,4% de Cu-EDTA, e 0,7% de B e 0,3% de Mo,
ambos na forma mineral). Sempre que necessário aplicou-se Fe suplementar na forma de quelatos
(EDDHSA).
Para evitar reacções químicas indesejadas que podem conduzir a insolubilização de nutrientes e a
formação de precipitados, é necessário preparar, no mínimo, duas soluções-mãe, em depósitos
separados. Na elaboração das soluções
nutritivas concentradas optou-se por utilizar
tanques distintos para o sistema fechado
(depósitos A e B) e o sistema aberto
(depósitos C e D) (Fig. 6) o que permitiu o
controlo do consumo de adubos em cada
sistema de cultura. O tanque com a solução
ácida (HNO3) foi utilizado em comum para os
dois sistemas. Através das sondas de pH e
de CE, o programador de rega controlava
automaticamente a acidificação e a
concentração total dos sais na solução
nutritiva de rega, num processo contínuo de
leitura e correcção. As soluções nutritivas
foram controladas mensalmente através de
análises de nutrientes completas, que
serviram de orientação para as correcções às solução de referência.
7
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 3
Automatização do controlo ambiental
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivo:
• Divulgar o programa informático empregue nos ensaios: S – Monitor®,
desenvolvido pela empresa Intelmatis Lda, e configurado para o controlo ambiental
de estufas pelas empresas Hubel Lda., Friavac Lda. e Intelmatis Lda. Este sistema
integra uma estação meteorológica para recolha dos dados necessários ao
controlo ambiental em estufas hortícolas.
Aplicações do sistema S - Monitor ao controlo ambiental em estufas:
• Controlo da temperatura na estufa, por intervalo de tempo ou por objectivo
definido;
• Controlo da humidade relativa na estufa, por intervalo de tempo ou objectivo
definido, tendo em conta a humidade específica do ar;
• Controlo da humidade relativa do ar, por intermédio de janelas motorizadas,
desumidificador e aquecimento;
• Definição de prioridades no uso dos equipamentos: para controlo da temperatura
ou controlo da humidade relativa;
• Correcção da temperatura-objectivo em função da temperatura do ponto de
orvalho;
• Correcção da temperatura-objectivo em função da energia solar acumulada ao
longo do dia;
• Controlo do aquecimento da água de um reservatório, por rampa de aquecimento:
a) fixa, b) com objectivo definido ou c) automática (isto é, de forma a atingir a
temperatura desejada à hora desejada);
8
S-Monitor - Sistema de Monitorização e Controlo Industrial
O S-Monitor é um programa informático para controlo climático nas estufas idealizado e
desenvolvido, a partir de uma versão para monitorização e controlo industrial, pela firma
Intelmatis Lda. que, associado a uma
instalação baseada em autómatos,
permite aceder à parametrização,
controlar e monitorizar os parâmetros. O
programa permite a análise do
comportamento do sistema através de
tabelas de dados, gráficos 2D ou 3D, e
simulação de registos. O programa está
equipado com sistema de controlo remoto
por SMS que permite controlar toda a
instalação à distância através de
mensagens SMS, de entre outros serviços.
• Controlo do funcionamento das caldeiras de aquecimento, de forma escalonada ou não;
• Definição da ordem de arranque das caldeiras;
• Funcionamento de alarmes: CO elevado, vento, avaria de equipamentos, etc.;
• Controlo automático, semi-automático e manual de: janelas, válvulas de mistura, cortina
térmica, bombas de circulação, desumidificador, caldeiras, etc.;
• Controlo de custos: contabilização de gastos em energia eléctrica e outros combustíveis;
• Sistema totalmente ampliável em sondas e equipamentos.
Características gerais do S-Monitor:
• Registo on-line da actividade do sistema: por tempo, por acção ou por ambos;
• Elaboração de gráficos 2D e 3D sobre o funcionamento do sistema;
• Criação de gráficos personalizados com dados on-line e off-line;
• Gráficos de linhas, barras, áreas, etc;
• Exportação manual e automática dos dados para Excel®, ou outra folha de cálculo, para
elaboração de relatórios personalizados;
• Criação automática e on-line de ficheiros em Excel® com os dados obtidos a partir de
variáveis da instalação;
• Parametrização do sistema por intermédio de ecrãs de design gráfico agradável e user
friendly, com animações associadas a equipamentos e botões;
• Elaboração de programas horários e/ou condicionais de todos os parâmetros e botões do
sistema;
• Activação, desactivação e execução de programas por SMS;
• Controlo remoto, identificação de alarmes e relatórios de funcionamento automáticos ou a
pedido do utilizador via telemóvel através do envio e recepção de mensagens SMS;
• Envio automático ou a pedido (por SMS) de mensagens SMS inteligentes capazes de
adaptarem o seu conteúdo em função do estado de variáveis;
• Mensagens SMS personalizáveis com conteúdo definido pelo utilizador com ou sem
valores e estados de variáveis enviadas automaticamente ou a pedido por SMS;
• Personalização das ordens que teremos que enviar ao sistema para comandá-lo ou
interrogá-lo por SMS;
• Controlo de acessos dos utilizadores ao sistema local e por SMS;
• Activação e desactivação de utilizadores SMS;
9
• Escolha dos dados a acompanhar por SMS;
• Gestão remota por SMS: desactivação dos serviços SMS, activação e desactivação do
modo transparente, activação de aplicação externa, reinicio do S-Monitor, etc;
• Envio de mensagens/ recomendações SMS aos utilizadores do sistema;
• Sistema de validação de mensagens para impedir a execução de mensagens SMS
demasiado atrasadas;
• Aviso por SMS de falhas e retornos de energia;
• Registo de todas as mensagens SMS recebidas e enviadas;
• Acerto da data e hora do computador por SMS (mesmo quando a mensagem chega
atrasada);
• Impressão on-line da actividade do sistema;
• Mensagens de texto e voz entre utilizadores dos diversos sistemas existentes numa rede e
entre os utilizadores de um determinado sistema;
• Possibilidade de trabalhar em computadores antigos por ser possível regular o grau de
exigência do software;
• Visualização do Replay de funcionamento do sistema pelos dados acumulados nos
registos;
• Acesso via modem ao sistema;
• Acesso via modem ao autómato que está ligado ao S-Monitor (Modo transparente);
• Execução de aplicação externa para serviços diversos (ex.: aplicação de gestão remota do
computador onde está instalado o S-Monitor);
• Partilha de dados entre sistemas S-Monitor (É possível partilhar valores e estados entre
sistemas e outros equipamentos baseados no S-Monitor ou compatíveis);
• Funcionamento em rede: pode-se aceder aos sistemas a partir de qualquer computador
que se queira, desde que ligados em rede;
• Sincronização automática e manual da data e hora de todos os computadores da rede S-
Monitor (estações locais e estações remotas).
11
Figura 1 – Caldeiras (A) e tanque de armazenamento de
água aquecida (B)
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 4 Sistema de aquecimento
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Introdução
Na cultura sem solo, o aquecimento, não só do ar mas também do substrato, é muito
importante. Aquecer o substrato é, simultaneamente, quase uma exigência do método de
cultura, mas é também uma técnica mais fácil de aplicar do que no solo. Desenvolvendo-
se as raizes num meio com menor inércia térmica que o solo, estão sujeitas a maiores
amplitudes térmicas, sobretudo nos dias quentes e longos do final da Primavera e Verão,
e nas noites frias e longas de Inverno. Felizmente, na cultura em substratos, a menor
inércia térmica do meio em que as raizes se desenvolvem facilita o seu aquecimento
reduzindo os custos necessários para obter a temperatura desejada.
Descrição do sistema
Utilizou-se um sistema de aquecimento por circulação de água aquecida, constituído por:
• duas caldeiras a gás propano
para o aquecimento da água
com potencia total de 100 kW
(Fig. 1 A)
• um tanque de armazenamento
da água aquecida, isolado
termicamente, de 60 m3
de
capacidade (Fig. 1 B)
• tubagem de circulação em
PVC
• tubagem de dissipação de
calor nas estufas em tubo
corrugado de polietileno, com
20 mm, (3,6m de tubo por m2
de estufa). Instalaram-se 8
tubos por linha de cultura na
estufa metálica (Fig. 2) e 4
tubos na estufa de madeira
(Fig. 3)
• uma sonda de radiação exterior
• duas sondas de temperatura do ar: interior e exterior da estufa
• duas sondas de humidade do ar: interior e exterior da estufa
• três sondas de temperatura da água: no tanque de armazenamento de água quente e
nas condutas de saída e de retorno
• bomba eléctrica de recirculação de 20 m3
h-1
• válvula motorizada de 3 vias
Além dos componentes referidos, especificos do sistema de aquecimento, instalaram-se
ainda, na estufa metálica, os seguintes meios complementares para o controlo ambiental:
• cortina térmica metalizada, com malha de 60% de sombreamento
• janelas zenitais, uma por módulo, automatizadas, com cerca de 20% de área de
arejamento
• tecto duplo, para reduzir a queda de condensação sobre as plantas (também na estufa
de madeira).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
B
A
A
12
Figura 2 – Tubagem de dissipação do
calor na estufa metálica (tubos verdes)
Figura 3 – Tubagem de dissipação do
calor na estufa de madeira (tubos verdes)
O funcionamento do sistema de aquecimento era controlado por um sistema informatizado
constituído por um “autómato” e um programa específico: “S-Monitor” (ver Fichas nº 15 e 6).
Funcionamento do sistema de aquecimento
O sistema tínha dois objectivos: aquecer as estufas e, durante o dia, aproveitar os gases
provenientes da combustão nas caldeiras para enriquecer a atmosfera no interior da estufa metálica
em dióxido de carbono (CO2).
Foram definidos os seguintes parâmetros iniciais de funcionamento do sistema:
• de dia: a temperatura do ar devia manter-se entre 22 e 28 ºC e a humidade relativa não devia
baixar de 60%
• de noite: a temperatura não devia baixar de 14ºC e a humidade relativa não deveria exceder
85%.
• no tanque de armazenamento: temperatura da água devia estar entre 45 a 50ºC.
Houve correcções pontuais destes limites. A água circulava em circuito fechado, do seguinte modo:
a água era aquecida nas caldeiras e enviada para o tanque de armazenamento. Daqui era
bombeada, passava pela válvula de três vias e chegava às estufas, onde passava a circular nos
tubos corrugados, que dissipavam o calor para o ambiente. A água arrefecia e retornava ao tanque,
provocando o arrefecimento gradual da água aí armazenada. Quando a temperatura da água neste
tanque baixava do intervalo-objectivo (45 a 50ºC), reiniciava-se, ou continuava, o funcionamento
das caldeiras (repondo o calor libertado nas estufas). Um sistema de segurança desligava
automaticamente as caldeiras se a temperatura da água do tanque ultrapassasse 50ºC. O
decréscimo de temperatura da água, entre a entrada e a saida das estufas, deve ser inferior a 3ºC,
para que a distribuição de calor nas estufas seja o mais uniforme possível.
No retorno, a água arrefecida podia entrar no tanque para ser novamente aquecida, ou voltar a
circular nas estufas. Assim, se a necessidade de aquecimento fosse grande, a válvula de 3 vias
abria o circuito directo do tanque para a
electrobomba de recirculação e a água que
circulava era a mais quente disponível no
momento. Se, pelo contrário, não havia grande
necessidade de aquecimento, toda a água de
retorno era imediatamente recirculada não
chegando a reentrar no tanque. Na prática, a
válvula de três vias geria a mistura de água de
retorno com a água quente do tanque, de forma a
que a água nos tubos corrugados, tivesse a
temperatura mais adequada para atingir o
objectivo de temperatura, e que este objectivo se
mantivesse com o mínimo de oscilações.
É muito importante que o aquecimento não seja
brusco (+ de 3ºC por hora) para que os corpos
13
Quadro 1 - Temperatura média do ar na estufa
(a 1,5 m de altura) e na lã-de-rocha, no ensaio
de pimento.
máxima mínima
ºC ºC ºC
Abril 31.2 12.2 18.2
Maio 32.3 12.8 19.1
Junho 31.7 15.9 21.4
Julho 31.1 18.0 21.9
Agosto 30.5 16.2 20.9
Média 31.4 15.5 20.7
Mês
Temperatura
1,5 m de altura
substrato
Quadro 2 - Temperatura média do ar na estufa (a
1,5 m de altura) e na lã-de-rocha, no 1º ensaio de
tomate.
máxima mínima
ºC ºC ºC
Dezembro 23.9 10.9 15.8
Janeiro 27.1 8.8 13.9
Fevereiro 26.9 10.2 16.1
Março 24.8 11.0 17.2
Abril 26.0 13.0 17.9
Maio 28.7 14.1 19.3
Junho 31.8 17.1 21.0
Julho 33.5 16.6 22.1
Média 28.2 12.9 18.3
Temperatura
1,5 m de altura
substratoMês
sólidos, neste caso as plantas, com maior inércia térmica que o ar, aumentem a sua temperatura à
mesma velocidade que o ar, e assim não ocorram fenómenos de condensação. Como se sabe, esta
condensação pode acentuar doenças, como a podridão cinzenta (Botrytis cinerea).
A manutenção da temperatura da água do tanque era controlada pelo programa informático, através
do estabelecimento de uma “rampa de aquecimento” e de uma “rampa de arrefecimento” para
minimizar o custo do aquecimento. Para aquecer a água do tanque podiam funcionar as duas
caldeiras ou apenas uma, em função do cumprimento da rampa de aquecimento.
Para obter CO2, durante o dia, uma das caldeira funcionava no período compreendido geralmente
entre as 9 - 10h e entre as 16 - 17 h, durante o qual se aplicava os gases da combustão na estufa.
A água aquecida durante este processo era armazenada no tanque, para apoiar o aquecimento
durante a noite. A constituição desta reserva de água quente durante o dia, reduzia a potência de
caldeiras necessária para produzir o calor suficiente para o aquecimento nocturno.
A cortina térmica foi utilizada em duas situações
distintas: á noite, com comando por horário, a
cortina era desenrolada para reduzir as perdas
de calor (radiação e convecção). De dia, a
cortina permanecia recolhida para nível de
radiação solar inferior a 700 Wm-2
. Na Primavera
- Verão este valor era suficiente para manter a
cortina desenrolada às horas mais quentes do
dia, período em que a ventilação não era
suficiente para baixar a temperatura na estufa.
As janelas zenitais foram utilizadas juntamente com o sistema de
aquecimento para controlar a temperatura e a humidade relativa. O sistema
computorizado actuava em função das condições ambientais interiores e
exteriores e da amplitude do desvio em relação aos objectivos programados.
Assim, se o parâmetro com maior diferencial em relação ao objectivo fosse
a temperatura, as janelas seriam fechadas e o aquecimento reforçado. Se
fosse a humidade do ar (HR) o factor mais crítico poderiam ser tomadas
duas opções distintas: aumentar a temperatura para diminuir a HR ou abrir
mais a janelas para aumentar a renovação do ar. Nesta última opção, era
considerada a humidade absoluta do ar exterior e avaliado efeito que este
ar, ao entrar, teria sobre a atmosfera interior.
Resultados
Normalmente, foi necessário apenas aquecer à noite. Durante os ensaios, conseguiu-se manter a
temperatura média das mínimas do ar na estufa metálica superior a 12ºC, embora por vezes esta
temperatura tenha descido abaixo de 10ºC (Quadros 1 a 4). Contudo, nunca foram visíveis nas
plantas danos causados pelo frio. A baixa temperatura, por vezes observada, foi causada, não por
limitação do sistema, mas pela necessidade de contenção nos custos com o aquecimento. A
temperatura dos substratos manteve-se bastante mais elevada, normalmente acima de 16ºC, só
tendo descido a cerca de 14 ºC no mês de Janeiro
de 2003. (Quadros 1 e 2), o que é uma
situação bastante favorável para as plantas. O
eventual problema de temperatura elevada na
14
Consumo de gás propano
0,0
0,0
0,0
0,1
0,1
0,1
0,1
0,1
0,2
.
Nov Dez Jan Fev
Mês
(Kg/m2
/dia)
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
(Kg/m2
)
Gás- consumo diário (Kg/m2/dia)
Gás - consumo acumulado (Kg/m2)
Figura 1 - Consumo de gás no aquecimento da estufa metálica com 1170 m2
(2004-05).
lã-de-rocha durante o Verão não se observou, praticamente não se ultrapassando 22ºC de
temperatura média nos meses mais quentes.
O consumo de
gás propano,
por ex. durante
o Inverno frio
de 2004/05, foi
de 4,7 kg m-2
(cerca de 60
gm2
dia-1
),
tendo variado
sobretudo em
função da
temperatura
nocturna.
Conclusões:
• O sistema informático permitiu controlar um elevado conjunto de variáveis e de
equipamentos, melhorando a eficiência do consumo de gás,
• A recuperação de calor durante o aproveitamento do CO2 é uma técnica com interesse,
• O consumo de gás apresenta acentuadas variações em função das condições
meteorológicas, justificando a aplicação de técnicas de redução das trocas de calor, por ex.:
as cortinas térmicas e a boa calafetação de portas e janelas,
• Apesar do elevado custo do aquecimento, há um aumento da produtividade e melhoria da
qualidade, que pode compensar este custo, tanto mais facilmente quanto mais severas as
condições exteriores,
• O aquecimento constitui uma garantia de produção, condição cada vez mais decisiva para a
competitividade na comercialização,
• A exploração de mercados que compensem a melhoria da qualidade deve orientar os
produtores.
Quadro 3 – Temperatura média do ar na estufa (a
1,5 m de altura), no 2º ensaio de tomate.
máxima mínima
ºC ºC
Novembro 29.0 13.0
Dezembro 26.1 9.5
Janeiro 27.5 10.2
Fevereiro 26.7 10.7
Março 26.6 10.5
Abril 28.4 11.3
Maio 28.6 12.7
Junho 32.5 16.5
Julho 38.3 17.2
Média 28.7 12.0
1,5 m de altura
Temperatura
Mês
Quadro 4 - Temperatura média do ar na estufa
(a 1,5 m de altura), no 3º ensaio de tomate.
máxima mínima
ºC ºC
Novembro 20,9 10,1
Dezembro 27,1 11,9
Janeiro 27,1 10,1
Fevereiro 26,3 8,4
Março 26,2 11,8
Abril 28,7 12,1
Maio 31,2 14,4
Junho 35,5 17,9
Média 28,1 11,9
1,5 m de altura
Temperatura
Mês
15
Figura 2 – Corte da sonda
Figura 3 – Caixa do
logger do EnviroSCAN
Figura 1 – Sonda colocada
numa placa de lã-de-rocha
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 5 Medição da humidade nos substratos
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Introdução
Na cultura sem solo, o volume disponível para a expansão das raízes é reduzido,
tornando mais importante o controlo da rega, para evitar deficiência e/ou gastos
escessivos de água, e de nutrientes, sobretudo nos sistema abertos. Por isso, é
importante monitorizar continuamente o teor de água no substrato. Com este fim, podem-
se usar diferentes tipos de sondas, entre as quais as sondas de medição da
permissividade dieléctrica do meio, através da medição da capacitância. Por esta técnica,
determina-se a permissividade dieléctrica do meio medindo o tempo de carga de um
capacitor que utiliza o meio como dieléctrico. O volume de água no meio influencía
fortemente a sua permissividade dieléctrica porque a
constante dieléctrica da água (80) é muito superior à do
solo (fracção orgânica e mineral: 4, ar: 1). Assim, ao variar
o conteúdo de água no meio (solo ou substrato) a sonda
mede a variação da capacitância através da variação da
permissividade dieléctrica, o que pode ser correlacinado
com a alteração do teor de água, obtendo-se o conteúdo
volumétrico de água do meio
Descrição do ensaio
Utilizou-se o equipamento EnviroSCAN RT6 (Sentek,
Austrália), que permite monitorizar a humidade do substrato, de uma forma contínua a
diferentes profundidades. Este equipamento foi testado na cultura sem solo em substratos
orgânicos (misturas de composto de casca de pinheiro e de composto de bagaço de uva
com fibra de coco (2:1 v/v)), em cultivo de gerbera, e num substrato inorgânico (lã-de-
rocha) com cultivo de tomate
(Grodan, Med 1x0,15x0,01m).
Este equipamento é constituído
por 3 sondas, com 1 sensor cada
(Fig. 1), colocadas à profundidade
de 10 cm, e inseridas dentro de
um tubo de acesso (Fig. 2). O
registador cronológico, logger (Fig.
3), armazena os dados de cada
sensor e pode fazer leituras com intervalos programados. Esta
informação é transferida para um computador para ser
interpretada a dinâmica da água no meio. O programa
Windows (Microsoft, E.U.A.) do EnviroSCAN apresenta
graficamente as regas e a água utilizada pelas culturas,
permitindo tomar decisões precisas e em tempo real sobre
quando e quanto regar.
A localização das sondas nas parcelas é um dos passos mais
importantes, pois é a partir destes pontos de leitura que se irá
extrapolar para a restante área de cultura.
Instalaram-se duas sondas nos substratos orgânicos (cultura
de gerbera): uma na mistura casca de pinho:fibra de coco (CP) e outra na mistura bagaço
de uva:fibra de coco (BU), e uma sonda na lã-de-rocha (LR).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
16
Gráfico 1 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra
de coco (Fev. a Set.)
Nos substratos orgânicos, cada sonda foi instalada no centro de um vaso, junto a uma planta
representativa. Na lã-de-rocha, ao colocar a sonda, houve o cuidado de não romper o fundo do
filme plástico que envolve o substrato. Efectuaram-se 2 regas fixas por dia, e as restantes baseadas
na radiação solar acumulada.
Resultados
Valores de referência para a rega
Para cada substrato definiram-se duas referências para a condução da rega: a “linha de máximo de
rega” (Full Point ou banda superior) e a “linha de limiar de stress” (Onset of Stress” ou banda
inferior), de acordo com os valores máximos e mínimos observados de teor em água dos substratos
(Soil Water Content). Os valores das linhas “máximo de rega” e “limiar de stress” foram cerca de
23,3% e 16% (v/v) em CP (Gráf. 1), 42 e 32% em BU (Gráf. 4) e 11 e 2% em LR (Gráf. 7).
Monitorização da humidade nos substratos orgânicos
Nos substratos orgânicos (estufa de madeira, cultura de gerbera), as regas controladas por
radiação, começaram no dia 5 de Março de 2003, e variaram diariamente entre: 3 a 4 regas em
Maio, 7 a 8 em Julho, e 4 a 5 em Setembro.
Ao analisar o gráfico da sonda instalada no substrato CP (Gráf. 1), é possível definir 3 níveis de
humidade no substrato, em parte
consequência da evolução da
estrutura do substrato, afectando a
porosidade e consequentemente o
valor da capacitância medida pelo
equipamento
Analisando um período mais curto, é
possível verificar o número diário de
regas (Gráf. 3). Pode-se visualizar o
início e o final de cada rega, o nível
de humidade no final de cada dia, a
drenagem nocturna, bem como
outras condições que podem levar à
diminuição da humidade no
substrato.
Gráfico 2 - Leituras da sonda na mistura casca
de pinho: fibra de coco (1 a 28 de Julho)
Gráfico 3 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra de
coco (3 a 6 de Julho)
17
Gráfico 4 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra
de coco (Fev. a Set.)
Gráfico 5 - Leituras da sonda na mistura
bagaço de uva: fibra de coco (1 a 28 Jul.)
Gráfico 6 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra de coco (3
a 6 de Julho)
Na sonda instalada em BU (Fig. 4) não se conseguiram definir os diferentes níveis de humidade
definidos no substrato CP ao longo
do ensaio, mas puderam-se
visualizar outras informações, como
por exemplo, a capacidade de
retenção de água deste substrato
(Gráf. 4).
Tal como no substrato anterior (CP),
ao analisar em pormenor, é possível
verificar determinadas ocorrências
de uma forma mais nítida (Graf. 6).
Neste caso, pode-se visualizar o
período de rápida drenagem e
consumo logo após a rega, e a
posterior redução mais lenta da
humidade, a partir da observação do
declive da curva de humidade no
substrato (Gráfico 6). Assim,
podem-se definir, para cada período
vegetativo, a hora da última rega, permitindo que o substrato permaneça com a humidade ideal
durante o período nocturno, com vantagem ao nível do estado sanitário da cultura.
Figura 4 – Sonda instalada em substrato orgânico
consumo
drenagem + consumo
18
Gráfico 7 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (Fev. a Set.)
Gráfico 8 - Leituras da sonda na lã-de-rocha
(1 a 28 de Julho)
Gráfico 9 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (3 a 6 de Julho)
Monitorização da humidade em lã-de-rocha
Os resultados na lã-de-rocha sugerem uma aparente fraca capacidade de retenção de água, quer
em valores absolutos, quer em
relação aos substratos orgânicos
(Graf. 7).
De facto, a variação no teor em
água, antes e depois de regar, foi
em média próximo de 1 a 1,5%,
enquanto que em BU foi cerca de 4
a 5%, e em CP, cerca de 2 %. Estes
valores de teor em água após a
rega são claramente inferiores aos
valores das respectivas
capacidades de retenção em água
determinados por métodos
adequados. Estes baixos valores de
capacidade de retenção de água,
determinados pelas leituras das
sondas, podem ser explicados pelo
facto de se ter usado para todos os substratos a mesma equação standard de calibração no
equipamento. Sendo a medida da capacitância
fortemente afectada pela existência de espaços com
ar no substrato e sendo os substratos normalmente
bastante porosos, torna-se necessário, para obter
valores de teor em água próximos dos valores reais,
usar equações de regressão
adequadas a cada material. Do
ponto de vista do controlo da rega
(quanto e quando regar), é no
entanto suficiente a visualização da
variação relativa da humidade, entre
o seu teor máximo e mínimo, para
cada substrato e tipo de contentor.
Conclusões:
O equipamento de monitorização da humidade nos substratos EnviroSCAN permitiu:
• visualizar o número e a hora das regas realmente efectuadas,
• visualizar em tempo real o respectivo estado hídrico,
• estabelecer os valores máximo e mínimo do teor em água dos substratos testados,
• definir quando e quanto regar.
Com base nas linhas de referência determinadas para cada substrato, a rega pode ser
conduzida de forma mais ajustada, baseada no controlo directo e em tempo real do teor de
água no substrato e não em parâmetros indirectos ou de aplicação à posteriori.
19
Figura 1 – Caldeira a gás e depósito
de armazenamento de água (fundo)
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 6 Enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivo:
• Testar o aumento da concentração de CO2 na estufa, recorrendo ao
aproveitamento dos gases da combustão de caldeira a gás propano, utilizada no
aquecimento.
Introdução
Em condições ambientais adequadas, nomeadamente temperatura, luz, água e
nutrientes, o enriquecimento da atmosfera das estufas em CO2 pode aumentar a taxa
de fotossíntese. Por isso, a aplicação de CO2 pode ser uma evolução técnica natural,
sempre que seja possível melhorar os restantes factores ambientais. Valores de
concentração de CO2 entre 700 e 1000 ppm são normalmente indicados como
adequados ao cultivo de hortícolas. Abaixo de 300 ppm, o que pode suceder quando
não há arejamento e as condições são favoráveis á fotossíntese, esta diminui
consideravelmente. Acima dos 1500 ppm podem ocorrer problemas de toxicidade.
No período de Outono/ Inverno, com temperatura mais baixa, areja-se menos,
mantendo-se as janelas mais tempo fechadas para aumentar a temperatura do ar, do
que resulta uma diminuição do teor de CO2 na estufa. Para contrariar esta situação e
aumentar a concentração de CO2 a níveis mais favoráveis, pode-se recorrer à sua
injecção a partir de CO2 liquefeito, de queimadores de gás específicos ou, como
neste trabalho, aproveitando os gases da combustão das caldeiras de aquecimento e
injectando-os na atmosfera da estufa.
Material e métodos utilizados
O ensaio decorreu numa estufa metálica
aquecida, com cultura de tomate (2003/04 e
2004/05), no período de Outono/ Inverno. Para
obter CO2 utilizou-se uma caldeira a gás
propano (Fig. 1 - A, ver caixa), cujos gases de
combustão eram conduzidos para a estufa. O
caudal de entrada dos gases de combustão na
estufa era controlado pelo programa informático
“S-Monitor” que, de acordo com a concentração
de CO2 na estufa, regulava a abertura da
válvula (B), que controlava a entrada dos gases
na estufa. Para a eficaz repartição dos gases na
estufa, a tubagem principal de distribuição de
CO2 dispunha de 4 saídas a 2m de altura (C), e
de 1 saída junto a cada linha de cultura (D), ao
nível do solo, ligadas a mangas de PVC
perfuradas, ao longo das linhas de cultura.
Para enriquecer a atmosfera da estufa em CO2
durante as horas de maior radiação, a caldeira
funcionava entre as 9 - 10 horas até às 16 - 17
horas. Durante o funcionamento da caldeira
aumentava-se o teor de CO2 na estufa e
aquecia-se água, que era armazenada para
empregar no aquecimento durante a noite.
Marca: SIME – Mod. RM5
Gasto Calorífico: kW max.: 43,1
Potência Útil: kW max.: 37,2
Capacidade de água: 16 L
Temperatura máx. da água: 85 ºC
A
20
Para evitar acidentes, caso se
libertasse monóxido de carbono (E)
(por mau funcionamento da caldeira),
existia um sistema de interrupção da
injecção dos gases de combustão
sempre que se entrava na estufa (F).
Além deste, outro sistema accionava
um alarme sonoro e abria as janelas
automaticamente, se os níveis de
monóxido de carbono na atmosfera da
estufa ultrapassassem 50 ppm.
Além dos registos da sonda de
controlo do CO2 (G) ligada ao
programa “S-Monitor”, efectuaram-se
também leituras pontuais regulares do
teor de CO2 na estufa (Testo 535) (H).
C
B D
F
E
H
F
G
E
Resultados
Ensaio de 2003/04
Iniciou-se o aquecimento da estufa (1170 m2
) em meados de Dezembro, mas só a partir de
Janeiro foi possível iniciar os testes de injecção dos gases da combustão no interior da estufa.
Controlou-se diariamente o nível de CO2 no interior da estufa até ao inicio de Janeiro, e 2 a 3
vezes por dia (9-10 h; 12-14 h; 16-17 h) desde esta data até aos primeiros dias de Março, altura
em que se terminou o aquecimento e a injecção dos gases na atmosfera da estufa.
O teor de CO2, no exterior e no interior da estufa, foi semelhante até Janeiro, com valores
médios de 335 e 333 ppm respectivamente (Fig. 1). De Janeiro a Março, em consequência da
21
injecção dos gases da combustão, aumentou o teor de CO2 na estufa, alcançando-se o valor
médio de 507 ppm, valor, em média, 64 ppm mais elevado que no exterior.
Os valores de CO2 registados no interior da estufa, inferiores aos valores de ar livre,
correspondem a medições realizadas durante períodos de trabalho no interior da estufa, alturas
em que a injecção dos gases era interrompida.
Ensaio de 2004/05
Neste ensaio, a estufa foi dividida ao meio, com uma cortina de filme plástico colocada no
sentido das linhas de cultura, para comparar parcelas com e sem injecção de CO2.. Injectou-se
CO2 desde 25 de Nov. de 2004 até 11 de Fev. de 2005. Na parcela com injecção de CO2 (Com/
CO2), o teor médio de CO2 de Dez. a Fev. (período em que aqueceu a estufa e se usaram os
gases da combustão) foi de 681 ppm (Fig. 2). Este valor foi 296 ppm superior ao valor médio
registado no exterior, e 250 ppm superior ao valor médio registado na parcela sem injecção de
CO2 (Sem/ CO2).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Dezembro/03 Janeiro/04 Fevereiro/04 Março/04
(CO2-ppm)
Exterior
Interior
Média no
exterior
Média no
interior
IniciodainjecçãodeCO2
Figura 1 – Valores médios diários dos níveis de CO2 no exterior e no interior da estufa (2003/04)
0
200
400
600
800
1000
1200
2
7
10
14
16
20
22
27
29
3
5
7
11
13
17
19
21
27
31
2
4
10
15
17
22
24
26
4
15
18
(CO2-ppm)
Exterior
Sem / CO2
Com / CO2
Média no Exterior
Média Sem / CO2
Média Com / CO2
Dezembro/ Janeiro/ Fevereiro/0 Março/0
FinaldaaplicaçãodeCO2
Figura 2 – Níveis médios diários de CO2 no exterior e int. da estufa, com e sem injecção de CO2 (2004/05)
Na parcela “Sem/ CO2
”
, os valores registados foram superiores aos medidos no ar exterior,
devido ao facto de a divisória da estufa não ser suficientemente estanque para evitar a entrada
de alguns gases proveniente da parcela com injecção de gases.
22
Exemplo de registo do funcionamento do sistema durante um dia
Na Fig. 3 apresentam-se valores típicos diários do teor de CO2 na atmosfera da estufa,
extraídos dos registos da sonda que regulava a entrada dos gases de combustão na estufa.
Verifica-se que o nível de CO2, entre as 10h e as 17h, se situou entre 450 e 900 ppm. Nesta
situação, os factores com influência nos níveis de CO2 na estufa foram: a caldeira 1, que
produzia os gases com CO2; a válvula motorizada, que controlava a entrada destes gases na
estufa; as janelas que, pela sua abertura, permitiam a renovação da atmosfera. No período
considerado, a caldeira esteve em funcionamento e a válvula 100 % aberta.
Durante a noite, a válvula motorizada encontrava-se fechada, pelo que os elevados níveis
registados de CO2 terão sido originados pela respiração das plantas.
Observa-se também que, durante o dia, o período de injecção do CO2 correspondeu às horas
de maior radiação solar.
CO2
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
800
850
900
9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 0:00 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00
Janelas(0/100%)-C02AberturaRM-CO2(ppm)-Radiação(W/m2)
0
1
2
3
4
Caldeira1(1=0N/0=OFF)
Co2 -
Valor
actual
Radiacao
solar -
Actual
Janelas -
Abertura
actual
Co2 -
Abertura
actual RM
Caldeira
1 -
Estado
actual
Figura 3 - Exemplo do nível de CO2 registado na atmosfera da estufa ao longo de um dia típico
A partir da suspensão da injecção dos gases de combustão, os valores do teor de CO2 no
interior da estufa desceram para valores inferiores aos do ar exterior. O valor médio foi de 319
e 302 ppm respectivamente, nas parcelas que, até esta data, tinham estado sem e com
injecção de CO2.
Tal como no ensaio de 2003-04, valores de CO2 no interior da estufa, iguais ou inferiores aos
medidos no exterior, correspondem a medições durante períodos de trabalho nas estufas,
altura em que a injecção do gás era interrompida.
Nesta cultura de tomate observou-se um ligeiro aumento do nº de cachos vingados nas
plantas da zona enriquecida da estufa. Contudo, a produção final não apresentou diferenças,
nem em peso nem em número de frutos, nas diferentes classes de qualidade do tomate.
Conclusões
• Não se observaram efeitos da aplicação de CO2 na produtividade do tomate: no primeiro ano
de aplicação por o sistema não estar adaptado a esta comparação, e no segundo ano,
provavelmente, pelo curto período em que foi possível aplicar CO2.
• Embora se saiba que o aumento do teor de CO2 nas estufas aumenta a produção, em
condições de elevada necessidade de arejamento (para controlo da temperatura e/ou da
humidade relativa do ar), o custo da aplicação de CO2 pode limitar os períodos, do dia e do
ano, em que esta técnica apresente benefícios económicos.
• O enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2 nos períodos mais frios do ano, mas com
boa luz, e a conservação do calor libertado na combustão (quando se opte por este método
de fornecer o CO2) constituem condições favoráveis á justificação desta técnica.
• O enriquecimento em CO2 é uma técnica cara e complexa, que só produz resultados notórios
quando há uma optimização dos outros factores ambientais.
23
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 7 Substratos testados: lã de rocha e materiais orgânicos
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Lã de rocha
Utilizou-se lã de rocha (Med Grodan) em
placas, com 1m de comprimento, 0,15m de
largura e 0,1m de altura, envoltas em PE
branco/negro. São placas plurianuais, de
fibras horizontais.
As propriedades físicas da lã de rocha
indicam-se no quadro seguinte:
Plantaram-se 3 cubos (com duas plantas) por placa, (2,2
plantas m-2
).
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora
Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro
(consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de
Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
(% v/v)
Capacidade de arejamento 14,9
Capacidade de retenção de água 77,8
Água dificilmente utilizável 4,0
Água total 81,8
Espaço poroso total 96,7
Densidade aparente 0,065
24
Substratos orgânicos
Testaram-se quatro materiais-base: bagaço de uva
compostada e não compostada, e casca de pinheiro
compostado e não compostado.
Cada um dos materiais foi
misturado com fibra de coco na
proporção de 2:1 (v/v), obtendo-
se 4 substratos, com a
propriedades abaixo indicadas:
Os substratos foram colocados em vasos de 30 L,
em poliestireno, com 5 plantas de gerbera por contentor
(6,6 plantas m-2
)
Substrato com: bagaço de uva casca de pinheiro
não compostado compostado não compostada compostada
Densidade real 1,53 1,54 1,51 1,52
Densidade aparente 0,219 0,204 0,156 0,157
Espaço poroso total 85,7 86,8 89,7 89,7
Contracção após secagem (% v/v) 35,7 33,3 20,2 36,9
Capacidade de arejamento (% v/v) 10,4 53,5 43,7 57,9
Água facilmente utilizável (% v/v) 7,9 6,7 30,0 8,2
Água de reserva (% v/v) 1,7 1,4 1,5 1,4
Água dificilmente utilizável (% v/v) 65,7 25,3 14,6 22,2
Água útil (% v/v) 9,6 8,1 31,5 9,7
Água total (% v/v) 75,3 33,4 46,1 31,9
pH 6,15 5,97 4,53 4,31
Condutividade eléctrica (dS m-1
) 0,63 1,04 0,28 1,37
Matéria orgânica (% p/p) 88,3 86,7 91,6 89,9
25
Figura 1 –
Lâmpada de
radiação UV
Figura 2 - Charca
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 8 Reciclagem e reutilização da drenagem
ProgramaAGRO
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197
Introdução
Uma das vantagens da cultura sem solo é a relativa facilidade de recuperar a água e os
nutrientes que se perdem na cultura no solo, podendo chegar a constituir importantes
fontes de poluição ambiental.
A drenagem que ocorre normalmente, pode e deve ser recuperada, pois é uma
quantidade apreciável de água e de nutrientes. Esta recuperação pode-se realizar através
da reciclagem na preparação de nova solução nutritiva, ou da reutilização na rega de
outras culturas.
Na cultura em substratos estes estão em sacos ou vasos de volume reduzido, sendo
normalmente fácil a instalação de um sistema de recolha da drenagem até um ponto de
tratamento. Este ponto de recolha deve ser um depósito opaco á luz, evitando a
proliferação de organismos que prejudiquem o funcionamento do sistema de rega. Em
alternativa uma charca vulgar pode ser suficiente.
A desinfecção da drenagem, necessária para a reciclagem, pode-se realizar por
tratamento térmico, ozonização, produtos químicos, filtração lenta ou por radiação ultra
violeta. A comprovação da eficácia da lâmpada pode fazer-se através da contagem de
microrganismos na solução em circulação.
Reciclagem
A drenagem das culturas em lã-de-rocha foi reciclada. O volume da drenagem reciclada
dependeu da sua CE, pois é necessário deixar um “intervalo” entre o
valor da CE na drenagem e o valor máximo desejado na rega, de forma
a poder adicionar novos nutrientes com o equilíbrio iónico desejado.
Este intervalo foi de aproximadamente 0,75 dS m-1
. A mistura: água
doce e drenagem que foi reincorporada na rega, foi armazenada num
depósito opaco (ver Ficha 2) e foi previamente filtrada (filtros de areia e
de lamelas) e desinfectada por radiação UV (254 nm, 95 W, capaz de
garantir 30 mJ cm-2
) (Fig. 1). Quando a CE da mistura: água-doce e
drenagem ultrapassava o limite máximo estabelecido, a drenagem,
vinda da cultura, era rejeitada e enviada directamente para uma charca
de recolha, para posterior reutilização.
Reutilização
A drenagem das culturas em substratos orgânicos e parte da drenagem das culturas em
lã-de-rocha, foi reutilizada. Normalmente, a drenagem pode ser aplicada directamente na
rega de outras culturas ou diluída para baixar a condutividade eléctrica. Com água doce
de boa qualidade e com a cultura a ser bem conduzida, a drenagem terá um adequado
equilíbrio iónico e não necessitará de ser corrigida com
adição de fertilizantes. Para evitar a contaminação do
solo com agentes patogénicos é preferível não utilizar a
água de drenagem para rega de culturas botânicamente
afins.
A drenagem a reutilizar foi recolhida numa numa charca
vulgar, impermeabilizada (Fig.2). Esta drenagem foi
aplicada sem qualquer correcção na fertirrega de um
pomar de citrinos.
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-137 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
26
Contagem de bactérias
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
14-ene-03
21-ene-03
28-ene-03
4-feb-03
11-feb-03
18-feb-03
25-feb-03
4-m
ar-03
11-m
ar-03
18-m
ar-03
25-m
ar-03
1-abr-03
8-abr-03
15-abr-03
22-abr-03
29-abr-03
6-m
ay-03
13-m
ay-03
20-m
ay-03
27-m
ay-03
3-jun-03
10-jun-03
17-jun-03
24-jun-03
Data
Antes da lâmpada de UV
Após a lâmpada
Furo
nº ufc mL-1
Percentagem de eliminação
média: 21%
Limpeza da
lâmpada
Instalação de
filtro de areia
Contagem de fungos
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
100000
14-ene-03
21-ene-03
28-ene-03
4-feb-03
11-feb-03
18-feb-03
25-feb-03
4-m
ar-03
11-m
ar-03
18-m
ar-03
25-m
ar-03
1-abr-03
8-abr-03
15-abr-03
22-abr-03
29-abr-03
6-m
ay-03
13-m
ay-03
20-m
ay-03
27-m
ay-03
3-jun-03
10-jun-03
17-jun-03
24-jun-03
Data
Antes da lâmpada de UV
Após a lâmpada
Furo
nº ufc mL-1
Percentagem de eliminação
média: 29%
Limpeza da
lâmpada
Instalação de
filtro de areia
Figura 3 - Contagem de microrganismos em 2003
Quadro 1 - Balanço da solução nutritiva aplicada e da drenagem
Rega Evapotranspiração Drenagem (A+B) reciclagem (A) reutilização (B)
cultura ano L m
-2
dia
-1 L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
%
pimento 2002 2,6 1,5 57 1,1 42 0,4 14 0,7 28
tomate 2003 3,8 2,2 59 1,6 42 1,1 30 0,5 11
2004 3,4 1,8 52 1,6 47 0,8 24 0,8 24
2005 3,4 2,0 60 1,3 39 1,1 33 0,3 7
média tomate 3,5 2,0 57 1,5 43 1,0 29 0,5 14
média geral 3,0 1,8 57 1,3 43 0,7 22 0,6 21
Quadro 2 – Reaproveitamento da drenagem
Drenagem (A+B) reciclagem (A) reutilização (B)
cultura ano L m
-2
dia
-1
L m
-2
dia
-1
% L m
-2
dia
-1
%
pimento 2002 1,1 0,4 36 0,7 64
tomate 2003 1,6 1,1 69 0,5 31
2004 1,6 0,8 51 0,8 49
2005 1,3 1,1 84 0,3 19
média tomate 1,5 1,0 66 0,5 34
Resultados
Nas culturas realizadas em sistema fechado, pimento e tomate, a drenagem representou 42 a 47%
da solução
nutritiva
fornecida na
rega e foi
toda
recuperada
(Quadro 1).
Esta
recuperação
dividiu-se,
em média, em cerca de metade para reciclagem e metade para a reutilização. Contudo o
desempenho foi bastante diferenciado nas duas espécies cultivadas. Assim, no pimento a
reciclagem e a reutilização atingiram respectivamente 14 e 28% do volume da solução fornecida na
rega, enquanto que no tomate a reciclagem e a reutilização atingiram 29 e 14% daqueles valores
(em média nas três culturas realizadas) (Quadro 1).
Drenagem reciclada
Nas culturas em lã-de-rocha,
em sistema fechado,
reciclou-se 36 a 84% da
drenagem (Quadro 2), sendo
a restante misturada com a
drenagem das culturas em
substratos orgânicos, e
finalmente toda reutilizada.
No entanto, houve grande diferença entre as espécies cultivadas. Na cultura de pimento reciclou-se
36% da drenagem sendo a restante enviada para a charca para reutilização. No tomate, pelo
contrário, 66% da drenagem ocorrida foi enviada para reciclagem e a restante foi para reutilização.
Com a lâmpada de radiação ultra-violeta empregue, verificou-se uma elevada variação na eficácia
de desinfecção. Os resultados evidenciaram a exigência de limpeza frequente (Fig. 3), e mesmo
assim nem sempre atingia o objectivo pretendido. Por exemplo, durante a cultura de 2002-03, a
percentagem média de eliminação de bactérias e fungos foi de 21 e 29% respectivamente. Nota-se
imediatamente após
cada limpeza uma
maior diferença na
contagem à entrada e
à saída do elemento
que contém a
lâmpada.
27
Figura 4 - Pomar de citrinos onde se reutilizou a drenagem
Drenagem reutilizada
A drenagem recolhida na charca foi proveniente da cultura em substratos orgânicos em sistema
aberto e das culturas em lã-de-rocha em sistema fechado. Na cultura em sistema aberto, a
drenagem representou 54% do volume de solução nutritiva aplicada à cultura. Nas culturas em
sistema fechado a parte da drenagem que foi reutilizada variou entre 19 e 64% da drenagem total
nessas culturas (Quadro 2), pois a restante era reciclada.
Toda a solução recolhida na charca
foi usada na fertirrega de um pomar
de citrinos com 1,4 ha.
De Abril de 2003 a Junho de 2004,
contabilizou-se a drenagem
reutilizada na fertirrega de 1,4 ha de
citrinos, obtida de uma área total se
culturas em substratos de 2150 m2
.
Durante aquele período, a
drenagem foi reutilizada sem
qualquer correcção. O volume de
drenagem aplicado correspondeu a
0,95 L de solução por m2
e por dia,
no período considerado. Esta
solução apresentou um equilíbrio
iónico aceitável, relativamente às
exigências dos citrinos, embora com
um ligeiro excesso em magnésio,
teores adequados em fósforo, e um
pouco deficitária em azoto e
potássio.
Conclusões
• Tanto a reciclagem como a reutilização da drenagem
foram soluções de fácil aplicação.
• Na reciclagem, para se obter a desinfecção da
solução é necessário garantir: uma adequada
filtragem da solução, adequada potência da lâmpada
(para obter uma radiação superior a 30 mJ cm-2
), e
ainda a constante limpeza da lâmpada.
• Na reutilização, pode ser necessário ajustar a
solução recolhida, compensando os nutrientes que
possam estar deficitários em relação às exigências
das culturas, como o azoto ou o potássio.
29
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 9 Cultura de pimento em lã-de-rocha
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivos:
• Testar a cultura com reciclagem da solução nutritiva
• Testar a poda pelo método “holandês” (ver caixa), em alternativa à não
realização de poda
• Comparar com a qualidade da produção em solo
Caracterização do ensaio:
Cultivar : ‘Genil’ (Fitó, Espanha)
Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med
1x0,15x0,1m)
Modo de cultivo: com reciclagem (sistema
fechado)
N.º de utilizações da lã-de-rocha: 1ª utilização
N.º de plantas/ placa: 6
Distância entre linhas: 2,25 m
Distância na linha: 1,20 m
Densidade de plantação: 2,22 plantas/m2
Área /parcela: 5,4 m2
N.º de plantas /parcela: 12
N.º de repetições/parcela: 4
Sementeira: 2 plantas/cubo de lã-de-rocha
Data de plantação: 15/04/2002
Início da produção: 03/06/2002
Final da produção – 12/08/2002
Nº de colheitas: 10
Método “holandês”:
Na poda pelo método “holandês” procura-se obter 3 a
4 lançamentos por m
2
. Para isso, limpam-se os
lançamentos até á denominada zona da cruzeta.
Nesta zona deixam-se 2 lançamento para
continuação do desenvolvimento vegetativo e os
restantes para frutificação. Em cada um dos
lançamentos de crescimento vai-se deixando um
lançamento para crescimento e os restantes para
frutificação, ficando cada planta com 2 eixos de
crescimento.
Resultados
Consumo de solução nutritiva e recuperação da drenagem
No período de Abril a Agosto, foram aplicados, em média, 2,6 L de água m-2
dia-1
,
dos quais:
• 1,5 L (57%) foram utilizados pela planta,
• 0,4 L (14%) foram reciclados na fertirrega da cultura,
• 0,7 L, (28%), foram reutilizados na fertirrega de um pomar de citrinos.
aplicada
às plantas
(L/m2
/dia) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada)
Abril 1,6 0,6 41 0,9 59 0,5 29 0,5 31
Maio 1,9 1,1 61 0,7 39 0,3 14 0,5 25
Junho 2,8 1,5 53 1,3 47 0,7 27 0,6 20
Julho 3,2 1,9 61 1,3 39 1,2 37 0,1 2
Agosto 3,8 2,3 60 1,5 40 1,1 30 0,4 10
Total 2,6 1,5 57 1,1 43 0,7 28 0,4 14
Mês
Solução nutritiva
consumida drenada
pelas plantas Total não recuperada recuperada
30
Equilíbrio da solução nutritiva
A preparação da solução nutritiva com recurso à reciclagem de uma parte da drenagem é
mais difícil do que a partir de água-doce. As soluções de referência seguidas foram as
seguintes:
Data N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE pH
2002 mmol/L µmol/L dS/m
17Abr 16,2 15,3 0,95 1,77 4,56 5,07 1,77 2,16 2,43 1,61 0,50 39,8 21,1 28,9 3,48 4,31 0,95 2,2 5,5
06Jun 15,7 14,8 0,91 1,78 5,31 4,96 1,24 1,11 2,43 1,61 0,50 31,3 14,2 21,8 2,80 3,31 0,61 2,1 5,5
04Jul 13,4 12,7 0,75 1,71 5,8 4,45 1,81 1,11 2,43 1,61 0,50 30,6 11,8 19,4 2,56 2,97 0,49 2,0 5,5
21Jul 13,4 12,7 0,75 1,71 5,8 4,45 1,81 1,11 2,43 1,61 0,50 25,7 11,8 19,4 2,56 2,97 0,49 2,0 5,5
Registaram-se algumas diferenças entre os teores médios de nutrientes das soluções
nutritivas de referência e os conseguidos nas soluções nutritivas aplicadas, sendo de destacar
o seguinte:
• a maioria dos nutrientes apresentou valores inferiores aos da solução de referência,
excepto: HCO3, Na, Cl, Mg, Ca, e Cu.
• as diferenças mais acentuadas em relação à solução de referência registaram-se nos
elementos Na, Cl, e Cu, com valores superiores, e no K, H2PO4 e B com valor inferiores.
Valores médios dos
teores de macro-
nutrientes
e de micro-nutrientes
das soluções de
referência (Valor de
referência) e dos
resultados das análises
de controlo das
soluções nutritivas
(Valor da análise). 193,2
852,0
1,1
13,5
33,0
215,0
110,0
64,0
121,0
68,0
37,5
205,7
859,2
15,1
170,8
209,3
189,3
159,1
32,9
86,3
37,0
30,5
0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1000,0
N
NO3
NH4
H2PO4
K
Ca
SO4
Mg
Cl
Na
HCO3
Macronutrientes
mg/litro
Valor da análise Valor de referência
1,3
0,6
0,1
0,4
0,2
1,8
0,8
0,2
0,2
0,2
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
Fe
Mn
B
Cu
Zn
Micronutrientes
mg/litro
Valor da análise Valor de referência
31
P ro d u çã o a cu m u lad a d e p im e n to ('G en il', 2 00 2)
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
3 -
J u n
1 0-
J u n
17 -
J u n
24 -
J u n
1 -
J u l
8-
J u l
15 -
J u l
22-
J u l
29-
J ul
5-
A go
12-
A go
D ata d e c o lh e ita
P eso
(kg m -2
)
N P c o m ercia lizá vel P co m erc ia lizá vel
N P T o ta l P T o ta l
As plantas podadas apresentaram maior número de frutos com necrose apical, e maior nº total
de frutos incomerciais
Produção
a, b
Incomercial Comercial Total
nº peso nº peso nº peso
Podadas 16,3** 1,32** 16,2*** 1,89*** 32,4 3.22*
Não podadas 8,7** 0,74** 21,6*** 2,75*** 30,3 3.49*
com necrose apical
Podadas 13,0** 1,14**
Não podadas 5,3** 0,51**
a
Produção: em peso, expressa em kg m-2
; em nº, número de frutos por m2
.
b
Análise de variância. Diferenças significativas para: * p ≤ 0,05, ** p ≤ 0,01, ***. ≤ 0,001.
Produtividade
As produções obtidas foram consequência do curto ciclo cultural (o possível no primeiro ano
de ensaios do projecto), sendo a mais elevada, 3,50 kg m-2
, obtida nas plantas não podadas
(NP)
Variação do pH e CE da rega e da
drenagem
• O pH da solução nutritiva manteve-se
dentro dos limites estabelecidos, mas
aumentaram na drenagem.
• CE: a partir do mês de Junho foi
necessário diminuir os valores da
condutividade na solução nutritiva. Os
valores registados na drenagem foram
sempre superiores aos observados na
solução nutritiva aplicada
CE pH CE pH
Abril 2.06 6.38 2.10 7.01
Maio 2.00 6.81 3.04 8.64
Junho 1.95 4.66 3.05 7.69
Julho 1.77 5.74 2.49 6.96
Agosto 1.01 6.96 1.55 8.21
Média 1.83 5.95 2.62 7.71
Mês
Solução nutritiva
aplicada às plantas drenada total
32
Qualidade do pimento
• A poda não afectou o tamanho, o peso e os parâmetros de qualidade: teor de matéria
seca, firmeza e teor de sólidos solúveis totais (ºBrix) (Quadro 1).
• Os frutos obtidos na cultura em solo, por produtores da região, apresentaram maior
comprimento, diâmetro e peso, mas o teor de matéria seca, firmeza e teor de sólidos solúveis
totais não apresentou diferenças significativas relativamente aos obtidos na cultura em lã-de-
rocha.
Quadro 1 – Características dos frutos produzidos em lã-de-rocha e no solo (valores das médias seguido
do erro padrão entre parênteses)
Cultura em lã-de-rocha Cultura no solo
Podadas Não podadas Solo Sig.
Comprimento (mm)a
98,7 (1,55)b 97,3 (1,42)b 112,9 (2,01)a 0,000
Diâmetro (mm) 72,3 (1,28)b 73,8 (0,95)b 78,0 (1,18)a 0,001
Matéria seca (%) 8,99 (1,08) 7,68 (0,588) 10,5 (1,81) 0,316
Firmeza 1,50 (0,041) 1,53 (0,044) 1,44 (0,046) 0,344
SST (ºBrix) 5,19 (0,099) 5,09 (0,077) 4,93 (0,167) 0,317
Peso médio (g) 120,9 (3,84)b 123,1 (2,90)b 160,9 (5,46)a 0,000
a
Na mesma linha, os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤0,05
Conclusões:
• Apesar do ciclo cultural ter sido mais curto que o habitual, observaram-se diferenças
significativas na produção segundo os dois sistemas de condução, sendo a produção, total e
comercial, maior nas plantas não podadas.
• Nas plantas não podadas a ocorrência de necrose apical foi menor.
• A poda não afectou a qualidade do pimento, expressa pelas variáveis: comprimento,
diâmetro e peso médio dos frutos, teor de matéria seca, firmeza da polpa e teor de sólidos
solúveis totais.
• Os pimentos produzidos em lã-de-rocha foram de menor tamanho, mas de qualidade
idêntica (em teor de matéria seca, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis totais) aos
obtidos no solo.
33
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 10 Cultura de tomate: 1ª cultura (2002 - 2003)
ProgramaAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivos:
• Testar a cultura de tomate ‘Daniela’
em estufa aquecida, em lã-de-rocha, com
reciclagem.
• Testar a aplicação foliar de cálcio na
redução da necrose apical.
Modalidades:
1: testemunha.(sem aplicação de cálcio)
2: Naturamin-Ca®
3: Naturquel-Ca®
4: Natursal®
5: Nitrato de cálcio
Ajustou-se a diluição dos produtos
comerciais (ver caixa) de forma a obter
soluções com o equivalente a 0,52 g de
CaO/L de água
• Comparar a qualidade de tomate
produzido em cultura sem solo em lã-de-
rocha e em cultura convencional no solo.
Técnica cultural:
Cultivar: ‘Daniela’ (Hazera, Israel)
Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med
1x0,15x0,1m)
Distância entre linhas de placa: 2,25 m
Distância entre placas na linha: 1,20 m
N.º de utilizações da lã-de-rocha: 2ª
N.º de plantas/ placa: 6
Densidade de plantação: 2,22 plantas/m2
Área /parcela: 5,4 m2
N.º de plantas/parcela: 12
N.º de repetições/parcela: 4
Sementeira: 2 pl/cubo de lã-de-rocha
Data de plantação: 17 de Dez. de 2002
Início da produção: 23 de Abril de 2003
Final da produção: 31 de Julho de 2003
Soluções nutritivas utilizadas durante a cultura:
Data N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE pH
mmol/L µmol/L dS/m
1Dez02 17,3 16,0 1,28 1,78 5,01 4,99 1,35 1,38 2,40 1,96 0,50 37 14 22 3 3 0,6 2,2 5,5
14Fev03 16,2 15,6 0,63 1,77 5,59 4,82 1,29 1,35 2,40 1,95 0,50 35 13 21 3 3 0,6 2,2 5,5
26Mar03 15,1 14,5 0,57 1,80 5,87 4,59 1,98 1,72 2,40 1,96 0,50 32 12 20 3 3 0,5 2,2 5,5
17Abr03 12,2 10,3 1,90 1,37 3,38 6,18 3,95 1,53 3,41 2,30 0,50 35 5 55 2 2 0,1 2,1 5,5
14Mai03 12,0 11,1 0,94 1,51 4,76 4,53 2,46 1,94 3,85 3,04 0,50 23 6 14 2 6 0,2 2,1 5,5
17Jun03 12,3 11,4 0,96 1,77 4,61 4,60 2,23 1,93 3,86 3,04 0,50 23 6 14 2 6 0,2 2,1 5,5
Natursal® : Contém Ácidos (trihidroxiglutárico,
glucónico, glutárico, etc,), com 18% p/v de CaO, 1,4%
p/v de MgO e 21,1% p/v de ácidos
polihidroxicarboxílicos (2,8mL/L de água).
Naturquel-Ca®– Contém Hexa/Heptagluconatos, com
13% p/v de CaO, agentes quelatantes (ácidos
hexa/heptagluconicos estáveis com pH entre 4-9)
(4mL/L de água).
Naturamin-Ca® – Contém aminoácidos e Ca, com:
16,5% p/v de aminoácidos livres, 13% p/v de CaO;
0,8% p/v de N orgânico; 7% p/v de N nítrico; 6,5% de
matéria orgânica (4mL/L de água).
Nitrato de cálcio – Adubo sólido solúvel com: 15% p/p
de N; 27;5% p/p de CaO (0,52 g/L de água).
34
Resultados:
Consumo de solução nutritiva
O balanço da solução aplicada à cultura
mostra que, no período de Dezembro a
Junho, foi aplicada em média 3,8 L de
solução nutritiva/ m2
dia, da qual:
• 2,2 L (58,6%) foi evapotranspirada,
• 1,1 L (30,1%) foi reciclada
• 0,5 L (11,3%) foi reutilizada na fertirrega
de pomar de citrinos (Quadro 1, Fig. 1).
Valores de pH e CE da rega e drenagem
O pH e a CE medidos durante o ciclo
cultural mantiveram-se dentro dos limites
previamente estabelecidos, apresentando
a drenagem, em ambos os parâmetros,
valores superiores aos medidos na
solução nutritiva fornecida na rega
(Quadro 2).
Equilíbrio da solução nutritiva
A fertirrega com incorporação de parte da
drenagem dificulta o reequilíbrio das
soluções nutritivas. Registaram-se
diferenças entre os valores médios das
soluções nutritivas de referência e os
valores médios obtidos nas análises
efectuadas às soluções aplicadas à
cultura, sendo de realçar os seguintes
aspectos:
• A maioria dos elementos apresentou
valores superiores em relação à “Solução
de referência”, excepto em: Mg, H2P04,
N03, Cu e Mn.
• As diferenças mais acentuadas
registaram-se no S04 e B, com valores
claramente superiores, e no H2P04, com
valor claramente inferior (Fig. 3).
0
10
20
30
40
50
60
70
Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Meses
SNaplicada
(%)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
SNaplicada
(L/m2
)
%SNconsumida
pelasplantas
%SNdrenada
nãorecuperada
%SNdrenada
recuperada
SNconsumida
pelasplantas
SNaplicadaà
cultura
SNdrenadanão
recuperada
SNdrenada
recuperada
Figura 1 – Solução nutritiva (valores acumulados)
Quadro 1 – Solução nutritiva aplicada à cultura e drenagem
aplicada
às plantas
(L/m2
/dia) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada)
Dezembro 0,4 0,1 23,1 0,3 76,9 0,1 16,3 0,2 60,6
Janeiro 0,5 0,3 65,5 0,2 34,5 0,1 15,9 0,1 18,6
Fevereiro 2,0 1,2 60,4 0,8 39,6 0,2 11,7 0,6 27,9
Março 2,9 1,9 66,3 1,0 33,7 0,6 20,0 0,4 13,7
Abril 4,5 2,5 55,9 2,0 44,1 0,9 19,0 1,1 25,1
Maio 5,7 3,1 54,2 2,6 45,8 0,8 13,8 1,8 32,0
Junho 6,2 3,4 54,6 2,8 45,4 0,4 5,8 2,5 39,6
Julho 5,9 3,8 65,0 2,0 35,0 0,2 3,7 1,8 31,3
Total 3,8 2,2 58,6 1,6 41,4 0,4 11,3 1,1 30,1
Mês
pelas plantas Total não recuperada
Solução nutritiva
consumida drenada
recuperada
Quadro 2 – Valores de pH e CE da rega e drenagem
CE pH CE pH
Dezem bro 2.25 5.91 2.04 7.28
Janeiro 2.13 5.62 1.98 7.47
Fevereiro 2.10 5.97 1.85 8.29
M arço 2.21 6.01 3.32 8.37
Abril 2.09 5.97 3.09 7.48
M aio 2.18 5.26 3.25 6.35
Junho 2.14 5.82 3.31 6.05
Julho 1.49 6.92 2.55 7.69
M édia 2.06 5.93 2.74 7.36
Mês
S olução nutritiva
aplicada às plantas drenada total
198,59
814,47
18,84
163,33
189,93
198,07
212,16
39,40
108,39
54,63
30,50
183,48
711,00
29,50
88,24
190,00
238,50
405,90
39,15
143,00
67,45
50,00
0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00
N
NO3
NH4
H2PO4
K
Ca
SO4
Mg
Cl
Na
HCO3
(macro-nutrientes)
(mg/litro)
ValorBase ValorAnálise
1,74
0,52
0,26
0,15
0,26
1,99
0,48
0,41
0,12
0,37
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
Fe
Mn
B
Cu
Zn
(micro-nutrientes)
(mg/litro)
ValorBase ValorAnálise
Figura 3 – Comparação dos valores médios de referência das soluções nutritivas (Valores Base) e dos
valores médios registados nas análises efectuadas às soluções nutritivas aplicadas às culturas (Valores
Análise).
35
Qualidade
As análises físico-químicas aos frutos da cultura em lã-de-rocha e do solo (modo
convencional) indicam valores semelhantes (Quadro 5). Os frutos da cultura em lã-de-rocha
apresentaram menor % de humidade, valores mais elevados de pH, ºBrix, acidez total, cinzas,
índice de maturação e nitratos.
Quadro 3 – Produção de tomate ‘Daniela’
Produçãoa, b
comercializável Produção
Classe Extra Classe I Classe II Total total
Tratamentosd
nº peso nº peso nº peso nº peso nº peso
Testemunha 23,7 3,38 52,8a 6,45 51,7ab 5,78 128 15,6 141 16,3
Naturamin-Ca 20,3 3,11 51,4a 6,39 46,6b 5,48 118 15,0 133 15,9
Naturquel-Ca® 18,3 2,65 43,8b 5,58 53,6a 6,05 116 14,3 136 15,9
Natursal 20,7 3,13 53,0a 6,44 52,3a 5,91 126 15,5 140 16,2
CaNO3 21,2 3,17 51,4a 6,60 46,1b 5,19 119 15,0 130 15,4
a
Produção: em peso, expressa em kg m
-2
; em nº, número de frutos por m
2
.
b
*Resultado da Análise de variância multivariada e teste de Duncan (na mesma coluna, os valores seguidos da
mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05)
Quadro 4 – Produção incomercializável, sem e com necrose apical
Produçãoa, b
Incomercial c
s/ NA c/ NA Total incomercial
nº peso nº peso nº peso
Testemunha 8,4b 0,42 4,10 0,30 12,6b 0,72b
Naturamin-Ca 12,6b 0,67 2,50 0,20 15,1ab 0,88b
Naturquel-Ca® 16,6a 1,31 4,08 0,27 20,7a 1,58a
Natursal 9,4b 0,43 3,83 0,25 13,3b 0,69b
CaNO3 10,0b 0,48 1,35 0,12 11,4b 0,59b
a
Produção: em peso, expressa em kg m
-2
; em nº, número de frutos por m
2
.
b
*Resultado da Análise de variância multivariada e teste de Duncan (na mesma coluna, os valores seguidos da mesma letra não
são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05).
c
s/NA, sem necrose apical; c/NA, com necrose apical.
d
  
Produtividade
As modalidades testadas não afectaram a
produção comercializável, que variou entre
14,3 Kg/m2
(Naturquel-Ca) e 15,6 Kg/m2
(testemunha) (Quadro 3). Em média, a
produção incomercializável representou
5,6% da produção total.
A análise à produção incomercializável
não demonstra a esperada influência
positiva dos produtos comerciais testados
na ocorrência da necrose apical (NA,
Quadro 4). Em média, a produção
incomercializável com NA foi muito
reduzida, cerca de 1,4% da produção total
(em peso). O peso e o nº de frutos com
NA foi idêntico em todas as modalidades.
Na produção incomercializável sem NA, o
peso foi também idêntico, e o nº de frutos
foi superior com alguns dos produtos
comerciais.
Quadro 5 –Análises físico-químicas aos frutos de cultura sem solo (lã-de-rocha) e no solo
Humidade º Brix Acidez total Cinzas Mat. seca Índice de Nitratos
(%) (%) (g/cm3
) (%) (%) Maturação (mg/Kg)
Cultura sem solo 93,20 5,08 5,13 0,39 0,53 6,82 13,15 324,00
Cultura no solo 94,58 4,64 4,32 0,36 0,51 5,43 12,06 300,00
pHModo de produção
36
Provas organolépticas
Os valores médios da avaliação pelo painel de provadores foram bastante semelhantes. Na
escala de 1 (Mau) a 5 (Muito bom), as características exteriores e as da polpa situaram-se
entre 3 (satisfatório) e 4,1 (bom) (Quadro 5). Os parâmetros consistência da pele e sabor
(doce e ácido) foram, em ambas os modos de produção, classificados entre 2 (Medíocre) e 3
(Satisfatório) e a aceitabilidade geral foi considerada satisfatória (3) em ambos os casos
Quadro 5 – Resultadosa
das provas organolépticas ao tomate produzido em estufa sem solo (lã-de-
rocha) e no solo (modo convencional)
Relação
polpa/semente
Cultura sem solo 3,4 3,6 3,2 3,0 3,1
Cultura no solo 3,5 3,4 3,6 3,6 3,0
Características interiores
Modo de Produção
aspecto cor aspecto cor
Características exteriores
Pele Sabor Aceitabilidade
Carnudo Suculento Farináceo Consistência Consistência Doce Ácido Estranho Geral
Cultura sem solo 3,2 3,2 3,9 3,7 2,1 2,6 2,7 N 3,0
Cultura no solo 3,5 3,7 4,1 3,4 2,4 2,7 2,5 N 3,0
Polpa
Modo de Produção
a
Valores médios das classificações do painel de provadores, segundo uma escala de 1 a 5 (1: mau, 2: medíocre, 3:
satisfatório, 4: bom, 5: muito bom).
Cultura sem solo
(lã-de-rocha)
Cultura no solo
(modo convencional)
Conclusões
• A produção comercializável foi cerca de 50% superior à média regional em lã-de-rocha
• Neste ensaio, os produtos testados para a redução da necrose apical não apresentaram
efeitos positivos em relação à não aplicação de qualquer suplemento de cálcio, evidenciando
a importância das condições ambientais na ocorrência deste acidente fisiológico.
• De uma forma global, praticamente não se podem referenciar diferenças de qualidade entre
o tomate obtido em lã-de-rocha e o obtido no solo.
37
Entidades
financiadoras
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes
em estufa com controlo ambiental melhorado
Ficha
nº 11 Cultura de tomate: 2ª cultura (2003 - 2004)
ProgramaPOAGROnº197
Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração
Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)
Entidades responsáveis Contactos Equipa
Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais
Campus de Gambelas, 8005-139 Faro
Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419
e-mail: cdfern@ualg.pt
Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto)
Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia
Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.)
Direcção Regional de Agricultura do Algarve
Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro
Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003
e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt
Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira
Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa,
Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira
Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda.
Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão
Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516
e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt
Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
Objectivos:
• Testar a cultura de tomate de duas cultivares, ‘Zinac’ e ‘Sinatra’, cultivadas em
lã-de-rocha (3ª utilização), com reutilização das soluções drenadas.
• Avaliar as possíveis vantagens da cultura em ambiente enriquecido, durante o
dia, com CO2 proveniente da queima de Gás propano utilizado no aquecimento
da estufa.
• Avaliar a qualidade dos frutos obtidos em culturas segundo o método de
produção biológica (Biológico), no solo segundo o método tradicional (Solo) e
sem solo em lã-de-rocha (Hidroponia).
Técnica cultural:
Cultivares: ‘Zinac’ (Ruitter Seeds, Holanda) e
‘Sinatra'(Sluis & Groot (Syngenta), Holanda)
Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med 1x0,15x0,1m)
Distância entre linhas de placa: 2,25 m
Distância entre placas na linha: 1,20 m
N.º de utilizações da lã-de-rocha: 3ª
N.º de plantas/ placa: 6
Densidade de plantação: 2,22 plantas/ m2
Área /parcela: 5,4 m2
N.º de plantas/parcela: 12
N.º de repetições/parcela: 4
Sementeira: 2 plantas/cubo de lã-de-rocha
Data de plantação: 24 de Novembro de 2003
Início da produção: 9 de Março de 2004
Final da produção: 15 de Julho de 2004
Soluções nutritivas utilizadas durante a condução da cultura:
N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE
ms/cm
03-11-2003 15,09 14,49 0,59 1,77 5,21 4,67 1,44 1,38 2,40 1,96 0,50 38,53 15,44 23,07 2,92 3,49 0,67 2,10 5,50
07-01-2004 17,29 16,54 0,76 1,79 6,28 5,39 2,06 1,38 2,40 1,96 0,50 49,71 19,58 27,28 3,33 4,09 0,87 2,40 5,50
17-05-2004 12,47 12,06 0,41 1,82 7,59 3,88 3,20 1,85 2,40 1,96 0,50 39,90 14,48 22,09 2,82 3,35 0,62 2,20 5,50
Data pH
µmol/Lmmol/L
38
Resultados:
Consumo de solução nutritiva
O balanço da solução aplicada à cultura
mostra que, no período de Novembro a
Julho, foi aplicada, em média, 3,42 L de
solução nutritiva/m2
dia, da qual:
• 1,79 L (52%) foi evapotranspirada
• 0,82 L (24%) foi reciclada
• 0,82 L (24%) foi reutilizada na
fertirrega de pomar de citrinos
(Quadro 1, Fig. 1).
Valores de pH e CE da rega e drenagem
Os valores de pH e de CE registados
durante o ciclo cultural mantiveram-se
dentro dos limites previamente
estabelecidos, apresentando as soluções
drenadas, em ambos os parâmetros,
valores superiores aos medidos na
solução nutritiva fornecida na rega
(Quadro 2).
Equilíbrio da solução nutritiva
Registaram-se diferenças entre os valores
previstos nas soluções nutritivas de
referência e os valores medidos nas
soluções fornecidas à cultura, sendo de
realçar os seguintes aspectos:
• A maioria dos elementos analisados
apresentou valores superiores em
relação à “Solução de referência”,
excepto em: HCO3, K, H2P04, Cu e Mn.
• Em relação à solução de referência, as
diferenças mais acentuadas registaram-
se no Zn e Na, com valores claramente
superiores, e no H2P04 e Cu, com
valores inferiores (Fig.3).
0
10
20
30
40
50
60
Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho
Meses
SNaplicada
(%)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
SNaplicada
(L/m2
)
%SNconsumida
pelas plantas
%SNdrenada
nãorecuperada
%SNdrenada
recuperada
SNconsumida
pelas plantas
SNaplicadaà
cultura
SNdrenadanão
recuperada
SNdrenada
recuperada
Figura 1 – Solução nutritiva (valores acumulados)
Quadro 1 – Solução nutritiva aplicada à cultura e
drenagem
aplicada
às plantas
(L/m2
/dia) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada) (L/m2
/dia) % (aplicada)
Novembro 0,61 0,22 37 0,39 63 0,02 3 0,37 61
Dezembro 0,52 0,31 59 0,21 41 0,10 19 0,12 22
Janeiro 1,42 0,85 60 0,56 40 0,08 6 0,48 34
Fevereiro 2,17 1,21 56 0,96 44 0,24 11 0,71 33
Março 3,29 2,03 62 1,26 38 0,23 7 1,03 31
Abril 4,63 2,76 60 1,88 40 1,28 28 0,60 13
Maio 4,90 2,58 53 2,32 47 0,84 17 1,48 30
Junho 6,39 2,77 43 3,62 57 2,18 34 1,44 23
Julho 5,39 2,16 40 3,23 60 2,59 48 0,64 12
Total 3,42 1,79 52 1,63 48 0,82 24 0,82 24
Mês
Solução nutritiva
consumida drenada
pelas plantas Total não recuperada recuperada
Quadro 2 – Valores de pH e CE da rega e drenagem
CE pH CE pH
Novembro 2.15 6.63 1.91 7.72
Dezembro 2.21 5.95 2.11 7.63
Janeiro 2.51 5.59 2.36 7.39
Fevereiro 2.13 5.61 2.63 7.11
Março 2.00 6.00 3.22 7.24
Abril 2.02 5.75 2.94 6.95
Maio 2.01 5.59 2.92 6.69
Junho 2.00 5.62 2.78 6.05
Julho 2.04 5.91 2.83 5.59
Média 2.11 5.76 2.71 6.92
Mês
Solução nutritiva
aplicada às plantas drenada total
239,5
1002,0
17,1
75,5
199,0
286,5
352,5
44,1
137,4
81,5
21,3
209,3
890,5
10,6
175,7
248,0
185,9
214,4
36,9
85,2
45,1
30,5
0,0 200,0 400,0 600,0 800,0 1000,0
N
NO3
NH4
H2PO4
K
Ca
SO4
Mg
Cl
Na
HCO3
macro-nutrientes
(mg/litro)
Valor Análise Valor Base
4,0
0,6
0,5
0,1
0,4
2,4
0,9
0,3
0,2
0,2
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Fe
Mn
B
Cu
Zn
micro-nutrientes
(mg/litro)
Valor análise Valor base
Figura 3 – Comparação dos valores médios de referência das soluções nutritivas (Valores Base) e dos
valores médios registados nas análises efectuadas às soluções nutritivas aplicadas às culturas (Valores
Análise).
39
Quadro 4 – Escalonamento da produção por calibres (%) e peso médio dos frutos (g)
Produtividade
As produções obtidas foram
superiores às registadas no ano
anterior (‘Daniela’), situando-se
a produção comercializável
entre 17,6 e 18 kg m-2
. (Quadro
3). A cv. ‘Sinatra’ foi a mais
produtiva. Os frutos da cv.
‘Sinatra’ apresentaram o maior
peso médio (174 g).
Em ambas as cv. a maior
produção, foi no calibre 67-82
mm (Quadros 3, 4 e Fig. 4),
mas a cv. ‘Zinac’ apresentou a
maior produção nas Classes I e
Extra.
Quadro 3 – Produção de tomate ‘Zinac’ e ‘Sinatra’
Produçãoa, b
Comercial
Extra I II Total comercial Total
nº peso nº peso nº peso nº peso nº peso
Zinac 14,4* 2,89 34,5 6,12 71,4* 8,78 121,2 17,8 148,6* 19,7
Sinatra 9,6* 2,32 30,8 6,14 65,6* 9,91 106,0 18,4 131,1* 20,4
a
Produção: em peso, expressa em kg m
-2
; em nº, número de frutos por m
2
.
b
*Resultado da Análise de variância univariada: *, diferenças significativas entre cv., para p < 0,05
Peso
Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % médio do
fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto
(g) total (g) total (g) total (g) total (g) total (g) total (g)
Zinac 0 0,0 112 30,3 156 34,3 185 34,4 290 1,0 0 0,0 147
Sinatra 43 0,3 120 19,4 159 20,5 204 46,9 283 11,9 365 1,0 174
Modalidades
>102 mm82 - 102 mm67 - 82 mm57 - 67 mm47 - 57 mm<47 mm
Quadro 5 – Resultados das análises físico-químicas ao tomate de estufa obtido em agricultura na
cultura em lã de rocha e na cultura em solo (modo convencional e biológico)
Cultura cv. pH ºBrix
(%)
Acidez total (g
ác. citríco kg-1
)
Cinzas
(%)
M. seca
(%)
Índice de
maturação
Nitratos
(mg kg-1
)
Lã de Zinac 4,28 4,75 3,97 0,40 5,66 12 148
rocha Sinatra 4,13 5,17 5,06 0,43 5,92 10 176
média 4,21 4,96 4,52 0,42 5,79 11 162
Biológico Zinac 4,18 4,66 3,92 0,45 6,00 12 148
Sinatra 4,04 5,11 4,32 0,47 6,55 12 188
média 4,11 4,89 4,12 0,46 6,28 12 168
Solo Zinac 4,20 4,67 5,08 0,48 5,77 9 128
Sinatra 4,11 5,02 5,47 0,44 6,09 9 164
média 4,16 4,85 5,28 0,46 5,93 9 146
Qualidade: comparação da qualidade do tomate
produzido em lã de rocha e no solo (segundo os
modos convencional e biológico)
Durante a época de colheita, analisou-se o tomate em 5
momentos, entre 12/4 e 30/6/2004. As diferenças foram
relativamente reduzidas, destacando-se na cultura sem
solo o valor um pouco mais baixo de matéria seca, mas
intermédio em nitratos e mais elevado no ºBrix (Quadro 5).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
<47 mm 47 - 57 mm 57 - 67 mm 67 - 82 mm 82 - 102 mm >102 mm
Caibres dos Frutos
PesoMédiodoFruto
(g)
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
24,0
26,0
28,0
30,0
32,0
34,0
36,0
38,0
40,0
42,0
44,0
46,0
48,0
50,0
pesoZ pesoS %Z %S
Figura 4 – Escalonamento da produção por calibres (%) e peso
médio dos frutos (g)
40
Quadro 6 –Resultados das provas organolépticas ao tomate de estufa obtido
em cultura em lã de rocha e em cultura no solo (modos convencional e biológico)
Características exteriores Características interiores
Cultura cv. aspecto cor aspecto cor relação polpa/
semente
Lã de Zinac 3,8 3,6 3,3 3,3 3,0
rocha Sinatra 3,9 3,5 3,5 3,3 3,3
média 3,9 3,6 3,4 3,3 3,2
Biológico Zinac 3,2 3,1 3,2 3,6 3
Sinatra 2,2 2,6 3,1 3,3 3,8
média 2,7 2,9 3,2 3,5 3,4
Solo Zinac 3,5 3,3 3,3 3,3 2,8
Sinatra 3,6 3 3,5 3,3 3
média 3,6 3,2 3,4 3,3 2,9
Polpa Pele Sabor Aceitabilidade
Cultura cv. carnuda suculenta farinácea consistência consistência doce àcido estranho geral
Hidroponia Zinac 3,5 3,4 4,2 3,5 3,2 3,2 3,4 não 3,4
Sinatra 3,4 3,1 2,9 3,2 3,3 2,9 3,1 não 3,1
média 3,5 3,3 3,6 3,4 3,3 3,1 3,3 3,3
Biológico Zinac 3,1 3,4 3,5 3,4 2,8 2,9 3,3 não 2,8
Sinatra 3,8 2,8 2,7 2,9 2,8 2,9 2,9 não 2,5
média 3,5 3,1 3,1 3,2 2,8 2,9 3,1 2,7
Solo Zinac 3,2 3,3 3,7 3,4 3,2 4,2 3,1 não 3,3
Sinatra 3,3 3,1 3 3,3 3,2 2,9 3,1 não 3
média 3,3 3,2 3,4 3,4 3,2 3,6 3,1 3,2
Provas organolépticas
Os valores da média ponderada da avaliação do painel de provadores foram bastante
semelhantes. Na escala de 1 (mau) a 5 (muito bom), as características avaliadas situaram-se
entre 2,7 (satisfatório) e 3,9 (bom) (Quadro 6). De destacar que a cultura em lã de rocha
apresentou normalmente os valores mais altos, nomeadamente no aspecto exterior, cor,
consistência da polpa, sabor ácido e aceitabilidade geral.
Conclusões
• A produção comercializável foi cerca de 80% superior à média regional em lã de rocha.
• As diferenças de qualidade do tomate produzido, relativamente ao obtido em solo pelos
métodos convencional e biológico, são reduzidas, aliás, com vantagens para a cultura
em lã de rocha em algumas das variáveis de qualidade analisadas.
Lã de rocha Solo
(convencional)
Solo
Modo biológico
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado
Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Maça
MaçaMaça
Maça
 
Mip- mandioca
Mip- mandiocaMip- mandioca
Mip- mandioca
 
Amostragem de solo
Amostragem de soloAmostragem de solo
Amostragem de solo
 
10 semeadoras iv und
10   semeadoras iv und10   semeadoras iv und
10 semeadoras iv und
 
Agricultura de Precisão e Utilização de VANTs
Agricultura de Precisão e Utilização de VANTsAgricultura de Precisão e Utilização de VANTs
Agricultura de Precisão e Utilização de VANTs
 
Amostragem de Solo
Amostragem de SoloAmostragem de Solo
Amostragem de Solo
 
Citrus de mesa
Citrus de mesaCitrus de mesa
Citrus de mesa
 
Horta
HortaHorta
Horta
 
Análise de solos
Análise de solosAnálise de solos
Análise de solos
 
Apostila de silvicultura
Apostila de silviculturaApostila de silvicultura
Apostila de silvicultura
 
Cultivo da Couve
Cultivo da CouveCultivo da Couve
Cultivo da Couve
 
apostila-de-olericultura-nad-pdf
apostila-de-olericultura-nad-pdfapostila-de-olericultura-nad-pdf
apostila-de-olericultura-nad-pdf
 
Cultura da Cenoura
Cultura da CenouraCultura da Cenoura
Cultura da Cenoura
 
Os coentros
Os coentros Os coentros
Os coentros
 
Comercialização de Hortaliças
Comercialização de Hortaliças Comercialização de Hortaliças
Comercialização de Hortaliças
 
Importancia Sementes
Importancia SementesImportancia Sementes
Importancia Sementes
 
Colheita do café
Colheita do caféColheita do café
Colheita do café
 
Agricultura de precisão
Agricultura de precisãoAgricultura de precisão
Agricultura de precisão
 
Palestra - análise de solo ÊNFASE EM MORANGO E BANANEIRA
Palestra - análise de solo ÊNFASE EM MORANGO E BANANEIRAPalestra - análise de solo ÊNFASE EM MORANGO E BANANEIRA
Palestra - análise de solo ÊNFASE EM MORANGO E BANANEIRA
 
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPFIntegração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
Integração Lavoura Pecuaria Floresta ILPF
 

Destaque

Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...
Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...
Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...Armindo Rosa
 
Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...
Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...
Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...Armindo Rosa
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...
ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...
ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...Armindo Rosa
 
Folheto elementos climáticos nas estufa.
Folheto   elementos climáticos nas estufa.Folheto   elementos climáticos nas estufa.
Folheto elementos climáticos nas estufa.Armindo Rosa
 
CULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO DO SUBSTRATO
CULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO   DO SUBSTRATOCULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO   DO SUBSTRATO
CULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO DO SUBSTRATOArmindo Rosa
 
Melancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rochaMelancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rochaArmindo Rosa
 
Cultura sem solo tomate
Cultura sem solo   tomateCultura sem solo   tomate
Cultura sem solo tomateArmindo Rosa
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...Armindo Rosa
 
Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...
Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...
Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...Armindo Rosa
 
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...Armindo Rosa
 
Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...
Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...
Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...Armindo Rosa
 
Oliveiras fichas de caracterização
Oliveiras   fichas de caracterizaçãoOliveiras   fichas de caracterização
Oliveiras fichas de caracterizaçãoArmindo Rosa
 
A cultura da figueira no algarve
A cultura da figueira no algarveA cultura da figueira no algarve
A cultura da figueira no algarveArmindo Rosa
 
GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)
GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)
GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)Armindo Rosa
 
Rega das figueiras 1
Rega das figueiras 1Rega das figueiras 1
Rega das figueiras 1Armindo Rosa
 
Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…
Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…
Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…Armindo Rosa
 
Plano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenadosPlano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenadosArmindo Rosa
 
CARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINA
CARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINACARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINA
CARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINAArmindo Rosa
 
Estimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do Algarve
Estimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do AlgarveEstimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do Algarve
Estimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do AlgarveArmindo Rosa
 

Destaque (20)

Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...
Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...
Culturas sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambie...
 
Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...
Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...
Reutilização dos efluentes e substratos alternativos em cultura sem solo de t...
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...
ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...
ESTUDO DA VIABILIDADE DO AUMENTO DA DENSIDADE DE PLANTAÇÃO, EM 5 CULTIVARES D...
 
Folheto elementos climáticos nas estufa.
Folheto   elementos climáticos nas estufa.Folheto   elementos climáticos nas estufa.
Folheto elementos climáticos nas estufa.
 
CULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO DO SUBSTRATO
CULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO   DO SUBSTRATOCULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO   DO SUBSTRATO
CULTURA DO TOMATEIRO, EM PLACAS DE LÃ DE ROCHA, COM AQUECIMENTO DO SUBSTRATO
 
Melancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rochaMelancia em substrato de lã de rocha
Melancia em substrato de lã de rocha
 
Cultura sem solo tomate
Cultura sem solo   tomateCultura sem solo   tomate
Cultura sem solo tomate
 
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
ESTUDO DA VIABILIDADE DA PODA, NA CULTURA DO PIMENTEIRO (Capsicum annuum L.),...
 
Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...
Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...
Comparação da qualidade do tomate obtido segundo o modo de produção biológico...
 
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
 
Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...
Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...
Principais características das sete Coleções de fruteiras (Alfarrobeiras, Ame...
 
Oliveiras fichas de caracterização
Oliveiras   fichas de caracterizaçãoOliveiras   fichas de caracterização
Oliveiras fichas de caracterização
 
A cultura da figueira no algarve
A cultura da figueira no algarveA cultura da figueira no algarve
A cultura da figueira no algarve
 
GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)
GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)
GEADAS (Algumas práticas de luta contra as geadas)
 
Rega das figueiras 1
Rega das figueiras 1Rega das figueiras 1
Rega das figueiras 1
 
Figueiras
Figueiras Figueiras
Figueiras
 
Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…
Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…
Estimativa de rega e fertilização para um pomar de alfarro…
 
Plano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenadosPlano para recuperação de drenados
Plano para recuperação de drenados
 
CARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINA
CARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINACARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINA
CARACTERIZAÇÃO de ABÓBORA MENINA
 
Estimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do Algarve
Estimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do AlgarveEstimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do Algarve
Estimativa de resíduos plásticos em agricultura na região do Algarve
 

Semelhante a Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado

Anuário de patentes USP 2010-2011
Anuário de patentes USP 2010-2011Anuário de patentes USP 2010-2011
Anuário de patentes USP 2010-2011USP
 
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...Rural Pecuária
 
Áreas verdes e contaminação do solo
Áreas verdes e contaminação do soloÁreas verdes e contaminação do solo
Áreas verdes e contaminação do soloRosa De Maio
 
Boletim técnico tupanciretã
Boletim técnico tupanciretãBoletim técnico tupanciretã
Boletim técnico tupanciretãgepaunipampa
 
Tratamento de águas residuárias raimunda
Tratamento de águas residuárias raimundaTratamento de águas residuárias raimunda
Tratamento de águas residuárias raimundaFATEC Cariri
 
Tratamento de águas residuárias
Tratamento de águas residuárias Tratamento de águas residuárias
Tratamento de águas residuárias FATEC Cariri
 
Tratamento de Águas Residuárias II
Tratamento de Águas Residuárias IITratamento de Águas Residuárias II
Tratamento de Águas Residuárias IIAlan Delamaykon
 
Artigo Sobre Águas Residuárias!
Artigo Sobre Águas Residuárias!Artigo Sobre Águas Residuárias!
Artigo Sobre Águas Residuárias!Alan Delamaykon
 
1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez
1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez
1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apezcrisqueda
 
Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoEuvaldo Junior
 
Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia
Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia
Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia Rural Pecuária
 
Agricultura ecológica príncipios básicos 2010
Agricultura ecológica   príncipios básicos 2010Agricultura ecológica   príncipios básicos 2010
Agricultura ecológica príncipios básicos 2010Edson Talarico
 
Cartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicaCartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicaLenildo Araujo
 
Cartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicaCartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicagimalucelli_bio
 
Anuário de Patentes USP - 2012
Anuário de Patentes USP - 2012 Anuário de Patentes USP - 2012
Anuário de Patentes USP - 2012 USP
 

Semelhante a Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado (20)

Suinos i
Suinos iSuinos i
Suinos i
 
Anuário de patentes USP 2010-2011
Anuário de patentes USP 2010-2011Anuário de patentes USP 2010-2011
Anuário de patentes USP 2010-2011
 
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
Compostagem orgânica: método eficiente para a gestão de resíduos de animais d...
 
AGROECOLOGIA
AGROECOLOGIAAGROECOLOGIA
AGROECOLOGIA
 
AGROECOLOGIA
AGROECOLOGIAAGROECOLOGIA
AGROECOLOGIA
 
Áreas verdes e contaminação do solo
Áreas verdes e contaminação do soloÁreas verdes e contaminação do solo
Áreas verdes e contaminação do solo
 
Boletim técnico tupanciretã
Boletim técnico tupanciretãBoletim técnico tupanciretã
Boletim técnico tupanciretã
 
Tratamento de águas residuárias raimunda
Tratamento de águas residuárias raimundaTratamento de águas residuárias raimunda
Tratamento de águas residuárias raimunda
 
Tratamento de águas residuárias
Tratamento de águas residuárias Tratamento de águas residuárias
Tratamento de águas residuárias
 
Tratamento de Águas Residuárias II
Tratamento de Águas Residuárias IITratamento de Águas Residuárias II
Tratamento de Águas Residuárias II
 
Artigo Sobre Águas Residuárias!
Artigo Sobre Águas Residuárias!Artigo Sobre Águas Residuárias!
Artigo Sobre Águas Residuárias!
 
1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez
1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez
1ªCircular 3 Cnhb 1 Cnpab Aph Apez
 
Artigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completoArtigo alface 04.11 completo
Artigo alface 04.11 completo
 
Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia
Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia
Novos Negócios: Cultivo de Agrião em Sistema de Hidroponia
 
Cartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicaCartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologica
 
Agricultura ecológica príncipios básicos 2010
Agricultura ecológica   príncipios básicos 2010Agricultura ecológica   príncipios básicos 2010
Agricultura ecológica príncipios básicos 2010
 
Cartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicaCartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologica
 
Cartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologicaCartilha agricultura ecologica
Cartilha agricultura ecologica
 
Encuentro Periodistas 2008: Experimentacao em agrossilvicultura e participaca...
Encuentro Periodistas 2008: Experimentacao em agrossilvicultura e participaca...Encuentro Periodistas 2008: Experimentacao em agrossilvicultura e participaca...
Encuentro Periodistas 2008: Experimentacao em agrossilvicultura e participaca...
 
Anuário de Patentes USP - 2012
Anuário de Patentes USP - 2012 Anuário de Patentes USP - 2012
Anuário de Patentes USP - 2012
 

Mais de Armindo Rosa

Património varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do AlgarvePatrimónio varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do AlgarveArmindo Rosa
 
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...Armindo Rosa
 
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das CulturasCuriosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das CulturasArmindo Rosa
 
Colecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em TaviraColecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em TaviraArmindo Rosa
 
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.Armindo Rosa
 
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEATVinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEATArmindo Rosa
 
Colecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveColecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveArmindo Rosa
 
Colecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do AlgarveColecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do AlgarveArmindo Rosa
 
Colecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do AlgarveColecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do AlgarveArmindo Rosa
 
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaRega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaArmindo Rosa
 
Percurso sete fontes
Percurso sete fontesPercurso sete fontes
Percurso sete fontesArmindo Rosa
 
Percurso serra e montes
Percurso serra e montesPercurso serra e montes
Percurso serra e montesArmindo Rosa
 
Percurso amendoeira
Percurso amendoeiraPercurso amendoeira
Percurso amendoeiraArmindo Rosa
 
Relação Carbono / Azoto
Relação Carbono / AzotoRelação Carbono / Azoto
Relação Carbono / AzotoArmindo Rosa
 
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...Armindo Rosa
 
Mangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão PrecoceMangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão PrecoceArmindo Rosa
 
Folheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiroFolheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiroArmindo Rosa
 
Rega localizada do tomate em estufa
Rega localizada do tomate em estufaRega localizada do tomate em estufa
Rega localizada do tomate em estufaArmindo Rosa
 

Mais de Armindo Rosa (20)

Património varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do AlgarvePatrimónio varietal de fruteiras da região do Algarve
Património varietal de fruteiras da região do Algarve
 
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOTAÇÕES DE REGA, EM CITRINOS...
 
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das CulturasCuriosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
Curiosidades - O Rendimento da Água na Rega das Culturas
 
Colecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em TaviraColecções do CEAT em Tavira
Colecções do CEAT em Tavira
 
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
Contributo para o estudo taxonómico da espécie - FICUS CARICA, L.
 
Norte / Sul
Norte  /  SulNorte  /  Sul
Norte / Sul
 
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEATVinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
Vinha - Colecção Ampelográfica do CEAT
 
Colecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do AlgarveColecção de Figueiras do Algarve
Colecção de Figueiras do Algarve
 
Colecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do AlgarveColecção de Amendoeiras do Algarve
Colecção de Amendoeiras do Algarve
 
Colecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do AlgarveColecção de Alfarrobeiras do Algarve
Colecção de Alfarrobeiras do Algarve
 
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da ÁguaRega das Culturas / Uso <eficiente da Água
Rega das Culturas / Uso <eficiente da Água
 
Percurso sete fontes
Percurso sete fontesPercurso sete fontes
Percurso sete fontes
 
Percurso serra e montes
Percurso serra e montesPercurso serra e montes
Percurso serra e montes
 
Percurso amendoeira
Percurso amendoeiraPercurso amendoeira
Percurso amendoeira
 
Relação Carbono / Azoto
Relação Carbono / AzotoRelação Carbono / Azoto
Relação Carbono / Azoto
 
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
Breve História Sobre a Evolução e Situação Actual da Cultura do Abacateiro no...
 
Mangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão PrecoceMangas de Água na Produção de Melão Precoce
Mangas de Água na Produção de Melão Precoce
 
Fertirrega
Fertirrega Fertirrega
Fertirrega
 
Folheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiroFolheto analise foliar no abacateiro
Folheto analise foliar no abacateiro
 
Rega localizada do tomate em estufa
Rega localizada do tomate em estufaRega localizada do tomate em estufa
Rega localizada do tomate em estufa
 

Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado

  • 1.
  • 2. Projecto nº197 - Cultura sem solo com reutilização dos efluentes, em estufa com controlo ambiental melhorado Período de execução: 21 de Novembro de 2001 a 19 de Junho de 2005 Programa AGRO Medida 8 Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração Acção 8.1 Desenvolvimento Experimental e Demonstração (DE&D) Instituições participantes: Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Universidade do Algarve Prof. Doutor Mário M. F. Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor José G. T. Beltrão Prof. Doutor João M. Carrasco de Brito Prof. Doutora Lídia A. P. C. Dionísio Prof. Doutor Júlio Osório Prof. Doutor António A. Monteiro (Instituto Superior de Agronomia, consultor) Centro de Hidroponia: Engº João C. G. B. Caço (responsável pela instituição) Eng.º Jorge Pereira Eng.º Nelson F. S. Martins Direcção Regional de Agricultura do Algarve: Eng.º Téc. Agr. Armindo J. G. Rosa (responsável pela instituição) Eng.º João M. G. Costa Eng.º Paulo M. G. Oliveira Eng.º Téc. Agr. José M. Baguinho de Sousa Eng.º Margarida S. J. Costa Eng.º Maria Isabel G. N. R. Monteiro Eng.º Téc. Agr. Florentino G. Valente Eng.º Téc. Agr. Vítor A. R. Pereira
  • 3. This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.
  • 4. 1 Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 1 Introdução e objectivos do Projecto ProgramaAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Introdução: A produção hortícola em estufa, em sistemas de cultura sem solo, desenvolveu-se a partir dos anos 20, tendo entrado numa fase de grande expansão a partir dos anos 70, com o desenvolvimento da lã-de-rocha como substrato. Entretanto, novos materiais foram sendo testados como substratos de cultivo, existindo hoje uma gama diversificada de opções à disposição do agricultor. Mais recentemente, os aperfeiçoamentos técnicos na cultura sem solo permitiram reciclar a drenagem com segurança, reduzindo o consumo de água e adubos. No País, e em particular na região do Algarve, a cultura sem solo tem vindo a expandir-se. Contudo a recuperação da drenagem é pouco utilizada, sendo quase desconhecida a sua aplicação pela maioria dos agricultores e técnicos que trabalham nesta área. O primeiro projecto de I&D onde se aplicou a reciclagem na cultura sem solo foi desenvolvido no final dos anos 90, fruto da cooperação entre a Universidade do Algarve, o Centro de Hidroponia e a Direcção Regional de Agricultura do Algarve, concretizada no Projecto PAMAF nº 6156. Simultaneamente, têm sido melhorados as características das estufas e aperfeiçoados os equipamentos de controlo ambiental, de forma a melhorar as condições de crescimento e desenvolvimento das culturas, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos hortícolas. Os ensaios de cultivo decorreram em estufas localizadas no Centro de Experimentação Horto-Frutícola do Patacão da DRAALG. Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-137 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
  • 5. 2 Objectivo geral • Testar e divulgar técnicas de cultura de hortaliças e flores em estufa, utilizando lã-de-rocha e materiais orgânicos como substratos. Este objectivo foi concretizado através das seguintes acções: . Cultura de gerbera em substratos orgânicos em sistema aberto . Cultura de pimento e tomate em lã-de-rocha em sistema fechado . Reciclagem e Reutilização da drenagem, com vista á redução do impacte ambiental da cultura sem solo  . Avaliação económica dos sistemas de cultura sem solo . Regulação automatizada das condições ambientais, através do controlo de: abertura das janelas abertura da cortina térmica sistema de aquecimento por água quente com acumulação de calor . utilização de teto duplo . enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2 . Medição do teor de humidade dos substratos . Comparação da qualidade dos produtos hortícolas de cultura sem solo com a dos obtidos em cultura no solo (tradicional e biológica)  . Edição de publicações escritas e audiovisuais, para divulgação das técnicas empregues e dos resultados alcançados
  • 6. 3 Figura 2 – Filtro de areia (A) e lâmpada de UV (UV) Figura 1 – Programador de rega Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 2 Sistema de rega e de fertilização ProgramaAGRO Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197 Descrição do sistema O sistema de rega e fertilização foi concebido para regar culturas em lã-de-rocha em sistema fechado, isto é, com reciclagem da drenagem, e culturas em substratos orgânicos, em sistema aberto, com reutilização da drenagem na rega de outras culturas. No sistema fechado, a drenagem que não se podia reciclar era também reutilizada. Deste modo, no sistema instalado, não havia perdas, nem de água nem de nutrientes. O sistema era constituído no essencial por um programador de rega (AMI 1000, DGT Volmatic, Dinamarca) (Fig. 1), com capacidade de preparar soluções nutritivas para rega a partir de soluções concentradas de adubos, baseado no controlo da condutividade eléctrica (CE) e do pH. Este equipamento possuia a capacidade de controlar a frequência de rega por radiação solar e/ou por tempo. O sistema de bombeamento estava dimensionado para sectores de 3,5 m-3 h-1 com 40 m.c.a. Toda a água utilizada era filtrada numa unidade de filtração constituída por um filtro de areia de 1 1/2” (Fig. 2 - A) e um filtro de lamelas de 1 1/2”. A solução do sistema fechado passava ainda por uma unidade de desinfecção constituída por uma lâmpada de UV (254 nm, 95 W, capaz de garantir 30 mJ cm-2 ) (Fig 2 - UV). Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-137 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira UV A
  • 7. 4 Figura 3 – Reservatório de armazenamento da mistura de drenagem e água doce Figura 4 – Charca de recolha da drenagem Fig. 5 - Colocação dos gotejadores nos substratos orgânicos (à esquerda) e na lã de rocha (à direita) Para a recolha e armazenamento temporário da drenagem, existiam dois depósitos: um depósito enterrado, de recolha da drenagem por gravidade (em PE, de 200 L de capacidade), e outro à superfície (Fig. 3), para armazenamento daquela drenagem, para onde a drenagem do depósito anterior era bombeada (em PE, de 3000 L de capacidade). Existia ainda uma charca (Fig. 4), com capacidade de 14 m3 , revestida com filme de PVC, para a recolha da drenagem do sistema aberto e da fracção excluída do sistema fechado. A rega foi controlada diariamente, medindo-se o volume, a CE e o pH da solução de rega e da drenagem. A frequência de rega foi controlada por temporizador (as primeiras duas rega de cada dia) e por radiação solar. Na rega utilizaram-se gotejadores auto- compensantes e anti-drenantes de 3 Lh-1 (Supertif®, Plastro). Na cultura em lã-de- rocha (Fig.5) utilizaram-se 3 gotejadores por placa de 1 m de comprimento (1 por cada duas plantas) e na cultura em substratos orgânicos utilizaram-se 5 gotejadores em cada vaso de 30L (1 por planta) Sistema fechado Controlo da drenagem a reciclar No sistema fechado, a solução drenada após cada rega era recolhida e bombeada automaticamente para o depósito de armazenagem, o qual recebia também água doce (até um nível máximo pré-determinado), de modo a existir sempre solução neste depósito. A drenagem, misturada com água doce neste depósito, constituía a base para o ciclo de rega que se seguia. Quando ocorria uma nova rega aquela mistura era bombeada, filtrada, desinfectada e eram-lhe adicionados os fertilizantes e a solução ácida de forma a obter a solução de rega com a CE e o pH desejados. Existe um limite para a reutilização da drenagem que se prende com a acumulação dos sais não consumidos nos sucessivos ciclos de rega/ drenagem. Para não regar com solução nutritiva com uma CE excessiva ou com desequilíbrio de nutrientes, convencionou-se que a CE máxima permitida no depósito de armazenamento teria um valor de aproximadamente 0,5 dSm-1 abaixo do valor de CE pretendido na solução de rega. Na prática, sempre que a CE da mistura no depósito de armazenamento excedesse 1,8 dS m-1 (os valores de CE na rega rondaram 2,3 dS m-1 ), a drenagem recolhida não chegava a entrar neste depósito, sendo enviada de forma automática para a charca, situação que se mantinha até o valor da CE da solução no depósito de armazenamento baixar de 1,8 dSm-1 .
  • 8. 5 Figura 6 – Depósitos de preparação das soluções- mãe (azuis) e da solução ácida (branco) Duração e Frequência de rega A duração de cada rega variou entre 4 e 6 minutos, equivalente a 200 a 300 mL por gotejador. A frequência de rega foi definida por horário pré-estabelecido e também por integração do valor da radiação solar. Regra geral, por dia, eram feitas duas regas fixas e regas variáveis que estavam indexadas ao valor de radiação solar acumulada. Era estabelecido o horário em que podiam ser realizadas estas regas, assim como o valor acumulado (Wh m-2 ) que desencadearia uma nova rega. Desta forma, a frequência das regas foi maior ou menor em função da hora do dia e das condições climatéricas (céu limpo ou nublado). O valor de radiação solar foi diariamente ajustado de forma a tentar manter uma percentagem de drenagem entre 20 e 40%. Sistema aberto A diferença deste sistema em relação ao sistema fechado residiu no facto de cada ciclo de rega ser sempre iniciado a partir de água-doce e de toda a drenagem ser canalizada directamente para a charca. A partir da charca foi efectuada a fertirrega de um pomar de citrinos. Como não havia recirculação não houve necessidade de proceder à desinfecção da água de rega. O controlo da rega foi semelhante ao empregue no sistema fechado (regas fixas e regas variáveis). Preparação das soluções nutritivas Utilizou-se água de um furo, de boa qualidade. A fertilização foi efectuada através do fornecimento de soluções nutritivas, distintas para as diferentes culturas e estádios de desenvolvimento das plantas. As soluções nutritivas eram preparadas de acordo com equilíbrios iónicos e quantidades de nutrientes optimizadas, denominadas soluções de referência (ver Fichas das culturas). As soluções nutritivas caracterizam-se principalmente por três parâmetros: o pH, condutividade eléctrica e equilíbrio iónico. Nas soluções nutritivas estão sempre todos os macronutrientes (K+ , Ca ++ +, Mg++ , NO3 - , H2PO4 - e SO4 = , NH4 + ) e micronutrientes (Fe, Mo, Mn, B, Cu e Zn) necessários às plantas, nas formas iónicas adequadas. Estes nutrientes são incorporados em soluções concentradas (100 a 200 vezes), designadas por soluções-mãe. Para a preparação das soluções nutritivas concentradas, recorreu-se ao uso de fertilizantes sólidos solúveis: nitrato de cálcio (CaNO3 2H2O), nitrato de potássio (KNO3), sulfato de potássio (K2SO4), sulfato de magnésio (MgSO4 7H2O), nitrato de amónio (NH4NO3) e ácido fosfórico (H2PO4 - ). Para os micronutrientes foi usado um produto comercial (Micro-Integral®) que contém os elementos necessários à preparação das soluções em proporções adequadas às exigências das culturas. Estes elementos são apresentados naquele produto na norma de quelatos (7,0% de Fe-EDTA e EDDHA; 3,8% de Mn-EDTA; 0,6% de Zn-EDTA; 0,4% de Cu-EDTA, e 0,7% de B e 0,3% de Mo, ambos na forma mineral). Sempre que necessário aplicou-se Fe suplementar na forma de quelatos (EDDHSA). Para evitar reacções químicas indesejadas que podem conduzir a insolubilização de nutrientes e a formação de precipitados, é necessário preparar, no mínimo, duas soluções-mãe, em depósitos separados. Na elaboração das soluções nutritivas concentradas optou-se por utilizar tanques distintos para o sistema fechado (depósitos A e B) e o sistema aberto (depósitos C e D) (Fig. 6) o que permitiu o controlo do consumo de adubos em cada sistema de cultura. O tanque com a solução ácida (HNO3) foi utilizado em comum para os dois sistemas. Através das sondas de pH e de CE, o programador de rega controlava automaticamente a acidificação e a concentração total dos sais na solução nutritiva de rega, num processo contínuo de leitura e correcção. As soluções nutritivas foram controladas mensalmente através de análises de nutrientes completas, que serviram de orientação para as correcções às solução de referência.
  • 9. 7 Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 3 Automatização do controlo ambiental ProgramaAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-139 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira Objectivo: • Divulgar o programa informático empregue nos ensaios: S – Monitor®, desenvolvido pela empresa Intelmatis Lda, e configurado para o controlo ambiental de estufas pelas empresas Hubel Lda., Friavac Lda. e Intelmatis Lda. Este sistema integra uma estação meteorológica para recolha dos dados necessários ao controlo ambiental em estufas hortícolas. Aplicações do sistema S - Monitor ao controlo ambiental em estufas: • Controlo da temperatura na estufa, por intervalo de tempo ou por objectivo definido; • Controlo da humidade relativa na estufa, por intervalo de tempo ou objectivo definido, tendo em conta a humidade específica do ar; • Controlo da humidade relativa do ar, por intermédio de janelas motorizadas, desumidificador e aquecimento; • Definição de prioridades no uso dos equipamentos: para controlo da temperatura ou controlo da humidade relativa; • Correcção da temperatura-objectivo em função da temperatura do ponto de orvalho; • Correcção da temperatura-objectivo em função da energia solar acumulada ao longo do dia; • Controlo do aquecimento da água de um reservatório, por rampa de aquecimento: a) fixa, b) com objectivo definido ou c) automática (isto é, de forma a atingir a temperatura desejada à hora desejada);
  • 10. 8 S-Monitor - Sistema de Monitorização e Controlo Industrial O S-Monitor é um programa informático para controlo climático nas estufas idealizado e desenvolvido, a partir de uma versão para monitorização e controlo industrial, pela firma Intelmatis Lda. que, associado a uma instalação baseada em autómatos, permite aceder à parametrização, controlar e monitorizar os parâmetros. O programa permite a análise do comportamento do sistema através de tabelas de dados, gráficos 2D ou 3D, e simulação de registos. O programa está equipado com sistema de controlo remoto por SMS que permite controlar toda a instalação à distância através de mensagens SMS, de entre outros serviços. • Controlo do funcionamento das caldeiras de aquecimento, de forma escalonada ou não; • Definição da ordem de arranque das caldeiras; • Funcionamento de alarmes: CO elevado, vento, avaria de equipamentos, etc.; • Controlo automático, semi-automático e manual de: janelas, válvulas de mistura, cortina térmica, bombas de circulação, desumidificador, caldeiras, etc.; • Controlo de custos: contabilização de gastos em energia eléctrica e outros combustíveis; • Sistema totalmente ampliável em sondas e equipamentos. Características gerais do S-Monitor: • Registo on-line da actividade do sistema: por tempo, por acção ou por ambos; • Elaboração de gráficos 2D e 3D sobre o funcionamento do sistema; • Criação de gráficos personalizados com dados on-line e off-line; • Gráficos de linhas, barras, áreas, etc; • Exportação manual e automática dos dados para Excel®, ou outra folha de cálculo, para elaboração de relatórios personalizados; • Criação automática e on-line de ficheiros em Excel® com os dados obtidos a partir de variáveis da instalação; • Parametrização do sistema por intermédio de ecrãs de design gráfico agradável e user friendly, com animações associadas a equipamentos e botões; • Elaboração de programas horários e/ou condicionais de todos os parâmetros e botões do sistema; • Activação, desactivação e execução de programas por SMS; • Controlo remoto, identificação de alarmes e relatórios de funcionamento automáticos ou a pedido do utilizador via telemóvel através do envio e recepção de mensagens SMS; • Envio automático ou a pedido (por SMS) de mensagens SMS inteligentes capazes de adaptarem o seu conteúdo em função do estado de variáveis; • Mensagens SMS personalizáveis com conteúdo definido pelo utilizador com ou sem valores e estados de variáveis enviadas automaticamente ou a pedido por SMS; • Personalização das ordens que teremos que enviar ao sistema para comandá-lo ou interrogá-lo por SMS; • Controlo de acessos dos utilizadores ao sistema local e por SMS; • Activação e desactivação de utilizadores SMS;
  • 11. 9 • Escolha dos dados a acompanhar por SMS; • Gestão remota por SMS: desactivação dos serviços SMS, activação e desactivação do modo transparente, activação de aplicação externa, reinicio do S-Monitor, etc; • Envio de mensagens/ recomendações SMS aos utilizadores do sistema; • Sistema de validação de mensagens para impedir a execução de mensagens SMS demasiado atrasadas; • Aviso por SMS de falhas e retornos de energia; • Registo de todas as mensagens SMS recebidas e enviadas; • Acerto da data e hora do computador por SMS (mesmo quando a mensagem chega atrasada); • Impressão on-line da actividade do sistema; • Mensagens de texto e voz entre utilizadores dos diversos sistemas existentes numa rede e entre os utilizadores de um determinado sistema; • Possibilidade de trabalhar em computadores antigos por ser possível regular o grau de exigência do software; • Visualização do Replay de funcionamento do sistema pelos dados acumulados nos registos; • Acesso via modem ao sistema; • Acesso via modem ao autómato que está ligado ao S-Monitor (Modo transparente); • Execução de aplicação externa para serviços diversos (ex.: aplicação de gestão remota do computador onde está instalado o S-Monitor); • Partilha de dados entre sistemas S-Monitor (É possível partilhar valores e estados entre sistemas e outros equipamentos baseados no S-Monitor ou compatíveis); • Funcionamento em rede: pode-se aceder aos sistemas a partir de qualquer computador que se queira, desde que ligados em rede; • Sincronização automática e manual da data e hora de todos os computadores da rede S- Monitor (estações locais e estações remotas).
  • 12. 11 Figura 1 – Caldeiras (A) e tanque de armazenamento de água aquecida (B) Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 4 Sistema de aquecimento ProgramaAGRO Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197 Introdução Na cultura sem solo, o aquecimento, não só do ar mas também do substrato, é muito importante. Aquecer o substrato é, simultaneamente, quase uma exigência do método de cultura, mas é também uma técnica mais fácil de aplicar do que no solo. Desenvolvendo- se as raizes num meio com menor inércia térmica que o solo, estão sujeitas a maiores amplitudes térmicas, sobretudo nos dias quentes e longos do final da Primavera e Verão, e nas noites frias e longas de Inverno. Felizmente, na cultura em substratos, a menor inércia térmica do meio em que as raizes se desenvolvem facilita o seu aquecimento reduzindo os custos necessários para obter a temperatura desejada. Descrição do sistema Utilizou-se um sistema de aquecimento por circulação de água aquecida, constituído por: • duas caldeiras a gás propano para o aquecimento da água com potencia total de 100 kW (Fig. 1 A) • um tanque de armazenamento da água aquecida, isolado termicamente, de 60 m3 de capacidade (Fig. 1 B) • tubagem de circulação em PVC • tubagem de dissipação de calor nas estufas em tubo corrugado de polietileno, com 20 mm, (3,6m de tubo por m2 de estufa). Instalaram-se 8 tubos por linha de cultura na estufa metálica (Fig. 2) e 4 tubos na estufa de madeira (Fig. 3) • uma sonda de radiação exterior • duas sondas de temperatura do ar: interior e exterior da estufa • duas sondas de humidade do ar: interior e exterior da estufa • três sondas de temperatura da água: no tanque de armazenamento de água quente e nas condutas de saída e de retorno • bomba eléctrica de recirculação de 20 m3 h-1 • válvula motorizada de 3 vias Além dos componentes referidos, especificos do sistema de aquecimento, instalaram-se ainda, na estufa metálica, os seguintes meios complementares para o controlo ambiental: • cortina térmica metalizada, com malha de 60% de sombreamento • janelas zenitais, uma por módulo, automatizadas, com cerca de 20% de área de arejamento • tecto duplo, para reduzir a queda de condensação sobre as plantas (também na estufa de madeira). Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-137 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira B A A
  • 13. 12 Figura 2 – Tubagem de dissipação do calor na estufa metálica (tubos verdes) Figura 3 – Tubagem de dissipação do calor na estufa de madeira (tubos verdes) O funcionamento do sistema de aquecimento era controlado por um sistema informatizado constituído por um “autómato” e um programa específico: “S-Monitor” (ver Fichas nº 15 e 6). Funcionamento do sistema de aquecimento O sistema tínha dois objectivos: aquecer as estufas e, durante o dia, aproveitar os gases provenientes da combustão nas caldeiras para enriquecer a atmosfera no interior da estufa metálica em dióxido de carbono (CO2). Foram definidos os seguintes parâmetros iniciais de funcionamento do sistema: • de dia: a temperatura do ar devia manter-se entre 22 e 28 ºC e a humidade relativa não devia baixar de 60% • de noite: a temperatura não devia baixar de 14ºC e a humidade relativa não deveria exceder 85%. • no tanque de armazenamento: temperatura da água devia estar entre 45 a 50ºC. Houve correcções pontuais destes limites. A água circulava em circuito fechado, do seguinte modo: a água era aquecida nas caldeiras e enviada para o tanque de armazenamento. Daqui era bombeada, passava pela válvula de três vias e chegava às estufas, onde passava a circular nos tubos corrugados, que dissipavam o calor para o ambiente. A água arrefecia e retornava ao tanque, provocando o arrefecimento gradual da água aí armazenada. Quando a temperatura da água neste tanque baixava do intervalo-objectivo (45 a 50ºC), reiniciava-se, ou continuava, o funcionamento das caldeiras (repondo o calor libertado nas estufas). Um sistema de segurança desligava automaticamente as caldeiras se a temperatura da água do tanque ultrapassasse 50ºC. O decréscimo de temperatura da água, entre a entrada e a saida das estufas, deve ser inferior a 3ºC, para que a distribuição de calor nas estufas seja o mais uniforme possível. No retorno, a água arrefecida podia entrar no tanque para ser novamente aquecida, ou voltar a circular nas estufas. Assim, se a necessidade de aquecimento fosse grande, a válvula de 3 vias abria o circuito directo do tanque para a electrobomba de recirculação e a água que circulava era a mais quente disponível no momento. Se, pelo contrário, não havia grande necessidade de aquecimento, toda a água de retorno era imediatamente recirculada não chegando a reentrar no tanque. Na prática, a válvula de três vias geria a mistura de água de retorno com a água quente do tanque, de forma a que a água nos tubos corrugados, tivesse a temperatura mais adequada para atingir o objectivo de temperatura, e que este objectivo se mantivesse com o mínimo de oscilações. É muito importante que o aquecimento não seja brusco (+ de 3ºC por hora) para que os corpos
  • 14. 13 Quadro 1 - Temperatura média do ar na estufa (a 1,5 m de altura) e na lã-de-rocha, no ensaio de pimento. máxima mínima ºC ºC ºC Abril 31.2 12.2 18.2 Maio 32.3 12.8 19.1 Junho 31.7 15.9 21.4 Julho 31.1 18.0 21.9 Agosto 30.5 16.2 20.9 Média 31.4 15.5 20.7 Mês Temperatura 1,5 m de altura substrato Quadro 2 - Temperatura média do ar na estufa (a 1,5 m de altura) e na lã-de-rocha, no 1º ensaio de tomate. máxima mínima ºC ºC ºC Dezembro 23.9 10.9 15.8 Janeiro 27.1 8.8 13.9 Fevereiro 26.9 10.2 16.1 Março 24.8 11.0 17.2 Abril 26.0 13.0 17.9 Maio 28.7 14.1 19.3 Junho 31.8 17.1 21.0 Julho 33.5 16.6 22.1 Média 28.2 12.9 18.3 Temperatura 1,5 m de altura substratoMês sólidos, neste caso as plantas, com maior inércia térmica que o ar, aumentem a sua temperatura à mesma velocidade que o ar, e assim não ocorram fenómenos de condensação. Como se sabe, esta condensação pode acentuar doenças, como a podridão cinzenta (Botrytis cinerea). A manutenção da temperatura da água do tanque era controlada pelo programa informático, através do estabelecimento de uma “rampa de aquecimento” e de uma “rampa de arrefecimento” para minimizar o custo do aquecimento. Para aquecer a água do tanque podiam funcionar as duas caldeiras ou apenas uma, em função do cumprimento da rampa de aquecimento. Para obter CO2, durante o dia, uma das caldeira funcionava no período compreendido geralmente entre as 9 - 10h e entre as 16 - 17 h, durante o qual se aplicava os gases da combustão na estufa. A água aquecida durante este processo era armazenada no tanque, para apoiar o aquecimento durante a noite. A constituição desta reserva de água quente durante o dia, reduzia a potência de caldeiras necessária para produzir o calor suficiente para o aquecimento nocturno. A cortina térmica foi utilizada em duas situações distintas: á noite, com comando por horário, a cortina era desenrolada para reduzir as perdas de calor (radiação e convecção). De dia, a cortina permanecia recolhida para nível de radiação solar inferior a 700 Wm-2 . Na Primavera - Verão este valor era suficiente para manter a cortina desenrolada às horas mais quentes do dia, período em que a ventilação não era suficiente para baixar a temperatura na estufa. As janelas zenitais foram utilizadas juntamente com o sistema de aquecimento para controlar a temperatura e a humidade relativa. O sistema computorizado actuava em função das condições ambientais interiores e exteriores e da amplitude do desvio em relação aos objectivos programados. Assim, se o parâmetro com maior diferencial em relação ao objectivo fosse a temperatura, as janelas seriam fechadas e o aquecimento reforçado. Se fosse a humidade do ar (HR) o factor mais crítico poderiam ser tomadas duas opções distintas: aumentar a temperatura para diminuir a HR ou abrir mais a janelas para aumentar a renovação do ar. Nesta última opção, era considerada a humidade absoluta do ar exterior e avaliado efeito que este ar, ao entrar, teria sobre a atmosfera interior. Resultados Normalmente, foi necessário apenas aquecer à noite. Durante os ensaios, conseguiu-se manter a temperatura média das mínimas do ar na estufa metálica superior a 12ºC, embora por vezes esta temperatura tenha descido abaixo de 10ºC (Quadros 1 a 4). Contudo, nunca foram visíveis nas plantas danos causados pelo frio. A baixa temperatura, por vezes observada, foi causada, não por limitação do sistema, mas pela necessidade de contenção nos custos com o aquecimento. A temperatura dos substratos manteve-se bastante mais elevada, normalmente acima de 16ºC, só tendo descido a cerca de 14 ºC no mês de Janeiro de 2003. (Quadros 1 e 2), o que é uma situação bastante favorável para as plantas. O eventual problema de temperatura elevada na
  • 15. 14 Consumo de gás propano 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 . Nov Dez Jan Fev Mês (Kg/m2 /dia) -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 (Kg/m2 ) Gás- consumo diário (Kg/m2/dia) Gás - consumo acumulado (Kg/m2) Figura 1 - Consumo de gás no aquecimento da estufa metálica com 1170 m2 (2004-05). lã-de-rocha durante o Verão não se observou, praticamente não se ultrapassando 22ºC de temperatura média nos meses mais quentes. O consumo de gás propano, por ex. durante o Inverno frio de 2004/05, foi de 4,7 kg m-2 (cerca de 60 gm2 dia-1 ), tendo variado sobretudo em função da temperatura nocturna. Conclusões: • O sistema informático permitiu controlar um elevado conjunto de variáveis e de equipamentos, melhorando a eficiência do consumo de gás, • A recuperação de calor durante o aproveitamento do CO2 é uma técnica com interesse, • O consumo de gás apresenta acentuadas variações em função das condições meteorológicas, justificando a aplicação de técnicas de redução das trocas de calor, por ex.: as cortinas térmicas e a boa calafetação de portas e janelas, • Apesar do elevado custo do aquecimento, há um aumento da produtividade e melhoria da qualidade, que pode compensar este custo, tanto mais facilmente quanto mais severas as condições exteriores, • O aquecimento constitui uma garantia de produção, condição cada vez mais decisiva para a competitividade na comercialização, • A exploração de mercados que compensem a melhoria da qualidade deve orientar os produtores. Quadro 3 – Temperatura média do ar na estufa (a 1,5 m de altura), no 2º ensaio de tomate. máxima mínima ºC ºC Novembro 29.0 13.0 Dezembro 26.1 9.5 Janeiro 27.5 10.2 Fevereiro 26.7 10.7 Março 26.6 10.5 Abril 28.4 11.3 Maio 28.6 12.7 Junho 32.5 16.5 Julho 38.3 17.2 Média 28.7 12.0 1,5 m de altura Temperatura Mês Quadro 4 - Temperatura média do ar na estufa (a 1,5 m de altura), no 3º ensaio de tomate. máxima mínima ºC ºC Novembro 20,9 10,1 Dezembro 27,1 11,9 Janeiro 27,1 10,1 Fevereiro 26,3 8,4 Março 26,2 11,8 Abril 28,7 12,1 Maio 31,2 14,4 Junho 35,5 17,9 Média 28,1 11,9 1,5 m de altura Temperatura Mês
  • 16. 15 Figura 2 – Corte da sonda Figura 3 – Caixa do logger do EnviroSCAN Figura 1 – Sonda colocada numa placa de lã-de-rocha Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 5 Medição da humidade nos substratos ProgramaAGRO Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197 Introdução Na cultura sem solo, o volume disponível para a expansão das raízes é reduzido, tornando mais importante o controlo da rega, para evitar deficiência e/ou gastos escessivos de água, e de nutrientes, sobretudo nos sistema abertos. Por isso, é importante monitorizar continuamente o teor de água no substrato. Com este fim, podem- se usar diferentes tipos de sondas, entre as quais as sondas de medição da permissividade dieléctrica do meio, através da medição da capacitância. Por esta técnica, determina-se a permissividade dieléctrica do meio medindo o tempo de carga de um capacitor que utiliza o meio como dieléctrico. O volume de água no meio influencía fortemente a sua permissividade dieléctrica porque a constante dieléctrica da água (80) é muito superior à do solo (fracção orgânica e mineral: 4, ar: 1). Assim, ao variar o conteúdo de água no meio (solo ou substrato) a sonda mede a variação da capacitância através da variação da permissividade dieléctrica, o que pode ser correlacinado com a alteração do teor de água, obtendo-se o conteúdo volumétrico de água do meio Descrição do ensaio Utilizou-se o equipamento EnviroSCAN RT6 (Sentek, Austrália), que permite monitorizar a humidade do substrato, de uma forma contínua a diferentes profundidades. Este equipamento foi testado na cultura sem solo em substratos orgânicos (misturas de composto de casca de pinheiro e de composto de bagaço de uva com fibra de coco (2:1 v/v)), em cultivo de gerbera, e num substrato inorgânico (lã-de- rocha) com cultivo de tomate (Grodan, Med 1x0,15x0,01m). Este equipamento é constituído por 3 sondas, com 1 sensor cada (Fig. 1), colocadas à profundidade de 10 cm, e inseridas dentro de um tubo de acesso (Fig. 2). O registador cronológico, logger (Fig. 3), armazena os dados de cada sensor e pode fazer leituras com intervalos programados. Esta informação é transferida para um computador para ser interpretada a dinâmica da água no meio. O programa Windows (Microsoft, E.U.A.) do EnviroSCAN apresenta graficamente as regas e a água utilizada pelas culturas, permitindo tomar decisões precisas e em tempo real sobre quando e quanto regar. A localização das sondas nas parcelas é um dos passos mais importantes, pois é a partir destes pontos de leitura que se irá extrapolar para a restante área de cultura. Instalaram-se duas sondas nos substratos orgânicos (cultura de gerbera): uma na mistura casca de pinho:fibra de coco (CP) e outra na mistura bagaço de uva:fibra de coco (BU), e uma sonda na lã-de-rocha (LR). Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-137 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
  • 17. 16 Gráfico 1 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra de coco (Fev. a Set.) Nos substratos orgânicos, cada sonda foi instalada no centro de um vaso, junto a uma planta representativa. Na lã-de-rocha, ao colocar a sonda, houve o cuidado de não romper o fundo do filme plástico que envolve o substrato. Efectuaram-se 2 regas fixas por dia, e as restantes baseadas na radiação solar acumulada. Resultados Valores de referência para a rega Para cada substrato definiram-se duas referências para a condução da rega: a “linha de máximo de rega” (Full Point ou banda superior) e a “linha de limiar de stress” (Onset of Stress” ou banda inferior), de acordo com os valores máximos e mínimos observados de teor em água dos substratos (Soil Water Content). Os valores das linhas “máximo de rega” e “limiar de stress” foram cerca de 23,3% e 16% (v/v) em CP (Gráf. 1), 42 e 32% em BU (Gráf. 4) e 11 e 2% em LR (Gráf. 7). Monitorização da humidade nos substratos orgânicos Nos substratos orgânicos (estufa de madeira, cultura de gerbera), as regas controladas por radiação, começaram no dia 5 de Março de 2003, e variaram diariamente entre: 3 a 4 regas em Maio, 7 a 8 em Julho, e 4 a 5 em Setembro. Ao analisar o gráfico da sonda instalada no substrato CP (Gráf. 1), é possível definir 3 níveis de humidade no substrato, em parte consequência da evolução da estrutura do substrato, afectando a porosidade e consequentemente o valor da capacitância medida pelo equipamento Analisando um período mais curto, é possível verificar o número diário de regas (Gráf. 3). Pode-se visualizar o início e o final de cada rega, o nível de humidade no final de cada dia, a drenagem nocturna, bem como outras condições que podem levar à diminuição da humidade no substrato. Gráfico 2 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra de coco (1 a 28 de Julho) Gráfico 3 - Leituras da sonda na mistura casca de pinho: fibra de coco (3 a 6 de Julho)
  • 18. 17 Gráfico 4 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra de coco (Fev. a Set.) Gráfico 5 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra de coco (1 a 28 Jul.) Gráfico 6 - Leituras da sonda na mistura bagaço de uva: fibra de coco (3 a 6 de Julho) Na sonda instalada em BU (Fig. 4) não se conseguiram definir os diferentes níveis de humidade definidos no substrato CP ao longo do ensaio, mas puderam-se visualizar outras informações, como por exemplo, a capacidade de retenção de água deste substrato (Gráf. 4). Tal como no substrato anterior (CP), ao analisar em pormenor, é possível verificar determinadas ocorrências de uma forma mais nítida (Graf. 6). Neste caso, pode-se visualizar o período de rápida drenagem e consumo logo após a rega, e a posterior redução mais lenta da humidade, a partir da observação do declive da curva de humidade no substrato (Gráfico 6). Assim, podem-se definir, para cada período vegetativo, a hora da última rega, permitindo que o substrato permaneça com a humidade ideal durante o período nocturno, com vantagem ao nível do estado sanitário da cultura. Figura 4 – Sonda instalada em substrato orgânico consumo drenagem + consumo
  • 19. 18 Gráfico 7 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (Fev. a Set.) Gráfico 8 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (1 a 28 de Julho) Gráfico 9 - Leituras da sonda na lã-de-rocha (3 a 6 de Julho) Monitorização da humidade em lã-de-rocha Os resultados na lã-de-rocha sugerem uma aparente fraca capacidade de retenção de água, quer em valores absolutos, quer em relação aos substratos orgânicos (Graf. 7). De facto, a variação no teor em água, antes e depois de regar, foi em média próximo de 1 a 1,5%, enquanto que em BU foi cerca de 4 a 5%, e em CP, cerca de 2 %. Estes valores de teor em água após a rega são claramente inferiores aos valores das respectivas capacidades de retenção em água determinados por métodos adequados. Estes baixos valores de capacidade de retenção de água, determinados pelas leituras das sondas, podem ser explicados pelo facto de se ter usado para todos os substratos a mesma equação standard de calibração no equipamento. Sendo a medida da capacitância fortemente afectada pela existência de espaços com ar no substrato e sendo os substratos normalmente bastante porosos, torna-se necessário, para obter valores de teor em água próximos dos valores reais, usar equações de regressão adequadas a cada material. Do ponto de vista do controlo da rega (quanto e quando regar), é no entanto suficiente a visualização da variação relativa da humidade, entre o seu teor máximo e mínimo, para cada substrato e tipo de contentor. Conclusões: O equipamento de monitorização da humidade nos substratos EnviroSCAN permitiu: • visualizar o número e a hora das regas realmente efectuadas, • visualizar em tempo real o respectivo estado hídrico, • estabelecer os valores máximo e mínimo do teor em água dos substratos testados, • definir quando e quanto regar. Com base nas linhas de referência determinadas para cada substrato, a rega pode ser conduzida de forma mais ajustada, baseada no controlo directo e em tempo real do teor de água no substrato e não em parâmetros indirectos ou de aplicação à posteriori.
  • 20. 19 Figura 1 – Caldeira a gás e depósito de armazenamento de água (fundo) Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 6 Enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2 ProgramaAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-139 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira Objectivo: • Testar o aumento da concentração de CO2 na estufa, recorrendo ao aproveitamento dos gases da combustão de caldeira a gás propano, utilizada no aquecimento. Introdução Em condições ambientais adequadas, nomeadamente temperatura, luz, água e nutrientes, o enriquecimento da atmosfera das estufas em CO2 pode aumentar a taxa de fotossíntese. Por isso, a aplicação de CO2 pode ser uma evolução técnica natural, sempre que seja possível melhorar os restantes factores ambientais. Valores de concentração de CO2 entre 700 e 1000 ppm são normalmente indicados como adequados ao cultivo de hortícolas. Abaixo de 300 ppm, o que pode suceder quando não há arejamento e as condições são favoráveis á fotossíntese, esta diminui consideravelmente. Acima dos 1500 ppm podem ocorrer problemas de toxicidade. No período de Outono/ Inverno, com temperatura mais baixa, areja-se menos, mantendo-se as janelas mais tempo fechadas para aumentar a temperatura do ar, do que resulta uma diminuição do teor de CO2 na estufa. Para contrariar esta situação e aumentar a concentração de CO2 a níveis mais favoráveis, pode-se recorrer à sua injecção a partir de CO2 liquefeito, de queimadores de gás específicos ou, como neste trabalho, aproveitando os gases da combustão das caldeiras de aquecimento e injectando-os na atmosfera da estufa. Material e métodos utilizados O ensaio decorreu numa estufa metálica aquecida, com cultura de tomate (2003/04 e 2004/05), no período de Outono/ Inverno. Para obter CO2 utilizou-se uma caldeira a gás propano (Fig. 1 - A, ver caixa), cujos gases de combustão eram conduzidos para a estufa. O caudal de entrada dos gases de combustão na estufa era controlado pelo programa informático “S-Monitor” que, de acordo com a concentração de CO2 na estufa, regulava a abertura da válvula (B), que controlava a entrada dos gases na estufa. Para a eficaz repartição dos gases na estufa, a tubagem principal de distribuição de CO2 dispunha de 4 saídas a 2m de altura (C), e de 1 saída junto a cada linha de cultura (D), ao nível do solo, ligadas a mangas de PVC perfuradas, ao longo das linhas de cultura. Para enriquecer a atmosfera da estufa em CO2 durante as horas de maior radiação, a caldeira funcionava entre as 9 - 10 horas até às 16 - 17 horas. Durante o funcionamento da caldeira aumentava-se o teor de CO2 na estufa e aquecia-se água, que era armazenada para empregar no aquecimento durante a noite. Marca: SIME – Mod. RM5 Gasto Calorífico: kW max.: 43,1 Potência Útil: kW max.: 37,2 Capacidade de água: 16 L Temperatura máx. da água: 85 ºC A
  • 21. 20 Para evitar acidentes, caso se libertasse monóxido de carbono (E) (por mau funcionamento da caldeira), existia um sistema de interrupção da injecção dos gases de combustão sempre que se entrava na estufa (F). Além deste, outro sistema accionava um alarme sonoro e abria as janelas automaticamente, se os níveis de monóxido de carbono na atmosfera da estufa ultrapassassem 50 ppm. Além dos registos da sonda de controlo do CO2 (G) ligada ao programa “S-Monitor”, efectuaram-se também leituras pontuais regulares do teor de CO2 na estufa (Testo 535) (H). C B D F E H F G E Resultados Ensaio de 2003/04 Iniciou-se o aquecimento da estufa (1170 m2 ) em meados de Dezembro, mas só a partir de Janeiro foi possível iniciar os testes de injecção dos gases da combustão no interior da estufa. Controlou-se diariamente o nível de CO2 no interior da estufa até ao inicio de Janeiro, e 2 a 3 vezes por dia (9-10 h; 12-14 h; 16-17 h) desde esta data até aos primeiros dias de Março, altura em que se terminou o aquecimento e a injecção dos gases na atmosfera da estufa. O teor de CO2, no exterior e no interior da estufa, foi semelhante até Janeiro, com valores médios de 335 e 333 ppm respectivamente (Fig. 1). De Janeiro a Março, em consequência da
  • 22. 21 injecção dos gases da combustão, aumentou o teor de CO2 na estufa, alcançando-se o valor médio de 507 ppm, valor, em média, 64 ppm mais elevado que no exterior. Os valores de CO2 registados no interior da estufa, inferiores aos valores de ar livre, correspondem a medições realizadas durante períodos de trabalho no interior da estufa, alturas em que a injecção dos gases era interrompida. Ensaio de 2004/05 Neste ensaio, a estufa foi dividida ao meio, com uma cortina de filme plástico colocada no sentido das linhas de cultura, para comparar parcelas com e sem injecção de CO2.. Injectou-se CO2 desde 25 de Nov. de 2004 até 11 de Fev. de 2005. Na parcela com injecção de CO2 (Com/ CO2), o teor médio de CO2 de Dez. a Fev. (período em que aqueceu a estufa e se usaram os gases da combustão) foi de 681 ppm (Fig. 2). Este valor foi 296 ppm superior ao valor médio registado no exterior, e 250 ppm superior ao valor médio registado na parcela sem injecção de CO2 (Sem/ CO2). 0 100 200 300 400 500 600 700 800 Dezembro/03 Janeiro/04 Fevereiro/04 Março/04 (CO2-ppm) Exterior Interior Média no exterior Média no interior IniciodainjecçãodeCO2 Figura 1 – Valores médios diários dos níveis de CO2 no exterior e no interior da estufa (2003/04) 0 200 400 600 800 1000 1200 2 7 10 14 16 20 22 27 29 3 5 7 11 13 17 19 21 27 31 2 4 10 15 17 22 24 26 4 15 18 (CO2-ppm) Exterior Sem / CO2 Com / CO2 Média no Exterior Média Sem / CO2 Média Com / CO2 Dezembro/ Janeiro/ Fevereiro/0 Março/0 FinaldaaplicaçãodeCO2 Figura 2 – Níveis médios diários de CO2 no exterior e int. da estufa, com e sem injecção de CO2 (2004/05) Na parcela “Sem/ CO2 ” , os valores registados foram superiores aos medidos no ar exterior, devido ao facto de a divisória da estufa não ser suficientemente estanque para evitar a entrada de alguns gases proveniente da parcela com injecção de gases.
  • 23. 22 Exemplo de registo do funcionamento do sistema durante um dia Na Fig. 3 apresentam-se valores típicos diários do teor de CO2 na atmosfera da estufa, extraídos dos registos da sonda que regulava a entrada dos gases de combustão na estufa. Verifica-se que o nível de CO2, entre as 10h e as 17h, se situou entre 450 e 900 ppm. Nesta situação, os factores com influência nos níveis de CO2 na estufa foram: a caldeira 1, que produzia os gases com CO2; a válvula motorizada, que controlava a entrada destes gases na estufa; as janelas que, pela sua abertura, permitiam a renovação da atmosfera. No período considerado, a caldeira esteve em funcionamento e a válvula 100 % aberta. Durante a noite, a válvula motorizada encontrava-se fechada, pelo que os elevados níveis registados de CO2 terão sido originados pela respiração das plantas. Observa-se também que, durante o dia, o período de injecção do CO2 correspondeu às horas de maior radiação solar. CO2 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 0:00 1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 Janelas(0/100%)-C02AberturaRM-CO2(ppm)-Radiação(W/m2) 0 1 2 3 4 Caldeira1(1=0N/0=OFF) Co2 - Valor actual Radiacao solar - Actual Janelas - Abertura actual Co2 - Abertura actual RM Caldeira 1 - Estado actual Figura 3 - Exemplo do nível de CO2 registado na atmosfera da estufa ao longo de um dia típico A partir da suspensão da injecção dos gases de combustão, os valores do teor de CO2 no interior da estufa desceram para valores inferiores aos do ar exterior. O valor médio foi de 319 e 302 ppm respectivamente, nas parcelas que, até esta data, tinham estado sem e com injecção de CO2. Tal como no ensaio de 2003-04, valores de CO2 no interior da estufa, iguais ou inferiores aos medidos no exterior, correspondem a medições durante períodos de trabalho nas estufas, altura em que a injecção do gás era interrompida. Nesta cultura de tomate observou-se um ligeiro aumento do nº de cachos vingados nas plantas da zona enriquecida da estufa. Contudo, a produção final não apresentou diferenças, nem em peso nem em número de frutos, nas diferentes classes de qualidade do tomate. Conclusões • Não se observaram efeitos da aplicação de CO2 na produtividade do tomate: no primeiro ano de aplicação por o sistema não estar adaptado a esta comparação, e no segundo ano, provavelmente, pelo curto período em que foi possível aplicar CO2. • Embora se saiba que o aumento do teor de CO2 nas estufas aumenta a produção, em condições de elevada necessidade de arejamento (para controlo da temperatura e/ou da humidade relativa do ar), o custo da aplicação de CO2 pode limitar os períodos, do dia e do ano, em que esta técnica apresente benefícios económicos. • O enriquecimento da atmosfera da estufa em CO2 nos períodos mais frios do ano, mas com boa luz, e a conservação do calor libertado na combustão (quando se opte por este método de fornecer o CO2) constituem condições favoráveis á justificação desta técnica. • O enriquecimento em CO2 é uma técnica cara e complexa, que só produz resultados notórios quando há uma optimização dos outros factores ambientais.
  • 24. 23 Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 7 Substratos testados: lã de rocha e materiais orgânicos ProgramaAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Lã de rocha Utilizou-se lã de rocha (Med Grodan) em placas, com 1m de comprimento, 0,15m de largura e 0,1m de altura, envoltas em PE branco/negro. São placas plurianuais, de fibras horizontais. As propriedades físicas da lã de rocha indicam-se no quadro seguinte: Plantaram-se 3 cubos (com duas plantas) por placa, (2,2 plantas m-2 ). Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-139 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira (% v/v) Capacidade de arejamento 14,9 Capacidade de retenção de água 77,8 Água dificilmente utilizável 4,0 Água total 81,8 Espaço poroso total 96,7 Densidade aparente 0,065
  • 25. 24 Substratos orgânicos Testaram-se quatro materiais-base: bagaço de uva compostada e não compostada, e casca de pinheiro compostado e não compostado. Cada um dos materiais foi misturado com fibra de coco na proporção de 2:1 (v/v), obtendo- se 4 substratos, com a propriedades abaixo indicadas: Os substratos foram colocados em vasos de 30 L, em poliestireno, com 5 plantas de gerbera por contentor (6,6 plantas m-2 ) Substrato com: bagaço de uva casca de pinheiro não compostado compostado não compostada compostada Densidade real 1,53 1,54 1,51 1,52 Densidade aparente 0,219 0,204 0,156 0,157 Espaço poroso total 85,7 86,8 89,7 89,7 Contracção após secagem (% v/v) 35,7 33,3 20,2 36,9 Capacidade de arejamento (% v/v) 10,4 53,5 43,7 57,9 Água facilmente utilizável (% v/v) 7,9 6,7 30,0 8,2 Água de reserva (% v/v) 1,7 1,4 1,5 1,4 Água dificilmente utilizável (% v/v) 65,7 25,3 14,6 22,2 Água útil (% v/v) 9,6 8,1 31,5 9,7 Água total (% v/v) 75,3 33,4 46,1 31,9 pH 6,15 5,97 4,53 4,31 Condutividade eléctrica (dS m-1 ) 0,63 1,04 0,28 1,37 Matéria orgânica (% p/p) 88,3 86,7 91,6 89,9
  • 26. 25 Figura 1 – Lâmpada de radiação UV Figura 2 - Charca Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 8 Reciclagem e reutilização da drenagem ProgramaAGRO Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D)–Projectonº197 Introdução Uma das vantagens da cultura sem solo é a relativa facilidade de recuperar a água e os nutrientes que se perdem na cultura no solo, podendo chegar a constituir importantes fontes de poluição ambiental. A drenagem que ocorre normalmente, pode e deve ser recuperada, pois é uma quantidade apreciável de água e de nutrientes. Esta recuperação pode-se realizar através da reciclagem na preparação de nova solução nutritiva, ou da reutilização na rega de outras culturas. Na cultura em substratos estes estão em sacos ou vasos de volume reduzido, sendo normalmente fácil a instalação de um sistema de recolha da drenagem até um ponto de tratamento. Este ponto de recolha deve ser um depósito opaco á luz, evitando a proliferação de organismos que prejudiquem o funcionamento do sistema de rega. Em alternativa uma charca vulgar pode ser suficiente. A desinfecção da drenagem, necessária para a reciclagem, pode-se realizar por tratamento térmico, ozonização, produtos químicos, filtração lenta ou por radiação ultra violeta. A comprovação da eficácia da lâmpada pode fazer-se através da contagem de microrganismos na solução em circulação. Reciclagem A drenagem das culturas em lã-de-rocha foi reciclada. O volume da drenagem reciclada dependeu da sua CE, pois é necessário deixar um “intervalo” entre o valor da CE na drenagem e o valor máximo desejado na rega, de forma a poder adicionar novos nutrientes com o equilíbrio iónico desejado. Este intervalo foi de aproximadamente 0,75 dS m-1 . A mistura: água doce e drenagem que foi reincorporada na rega, foi armazenada num depósito opaco (ver Ficha 2) e foi previamente filtrada (filtros de areia e de lamelas) e desinfectada por radiação UV (254 nm, 95 W, capaz de garantir 30 mJ cm-2 ) (Fig. 1). Quando a CE da mistura: água-doce e drenagem ultrapassava o limite máximo estabelecido, a drenagem, vinda da cultura, era rejeitada e enviada directamente para uma charca de recolha, para posterior reutilização. Reutilização A drenagem das culturas em substratos orgânicos e parte da drenagem das culturas em lã-de-rocha, foi reutilizada. Normalmente, a drenagem pode ser aplicada directamente na rega de outras culturas ou diluída para baixar a condutividade eléctrica. Com água doce de boa qualidade e com a cultura a ser bem conduzida, a drenagem terá um adequado equilíbrio iónico e não necessitará de ser corrigida com adição de fertilizantes. Para evitar a contaminação do solo com agentes patogénicos é preferível não utilizar a água de drenagem para rega de culturas botânicamente afins. A drenagem a reutilizar foi recolhida numa numa charca vulgar, impermeabilizada (Fig.2). Esta drenagem foi aplicada sem qualquer correcção na fertirrega de um pomar de citrinos. Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-137 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira
  • 27. 26 Contagem de bactérias 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 14-ene-03 21-ene-03 28-ene-03 4-feb-03 11-feb-03 18-feb-03 25-feb-03 4-m ar-03 11-m ar-03 18-m ar-03 25-m ar-03 1-abr-03 8-abr-03 15-abr-03 22-abr-03 29-abr-03 6-m ay-03 13-m ay-03 20-m ay-03 27-m ay-03 3-jun-03 10-jun-03 17-jun-03 24-jun-03 Data Antes da lâmpada de UV Após a lâmpada Furo nº ufc mL-1 Percentagem de eliminação média: 21% Limpeza da lâmpada Instalação de filtro de areia Contagem de fungos 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 14-ene-03 21-ene-03 28-ene-03 4-feb-03 11-feb-03 18-feb-03 25-feb-03 4-m ar-03 11-m ar-03 18-m ar-03 25-m ar-03 1-abr-03 8-abr-03 15-abr-03 22-abr-03 29-abr-03 6-m ay-03 13-m ay-03 20-m ay-03 27-m ay-03 3-jun-03 10-jun-03 17-jun-03 24-jun-03 Data Antes da lâmpada de UV Após a lâmpada Furo nº ufc mL-1 Percentagem de eliminação média: 29% Limpeza da lâmpada Instalação de filtro de areia Figura 3 - Contagem de microrganismos em 2003 Quadro 1 - Balanço da solução nutritiva aplicada e da drenagem Rega Evapotranspiração Drenagem (A+B) reciclagem (A) reutilização (B) cultura ano L m -2 dia -1 L m -2 dia -1 % L m -2 dia -1 % L m -2 dia -1 % L m -2 dia -1 % pimento 2002 2,6 1,5 57 1,1 42 0,4 14 0,7 28 tomate 2003 3,8 2,2 59 1,6 42 1,1 30 0,5 11 2004 3,4 1,8 52 1,6 47 0,8 24 0,8 24 2005 3,4 2,0 60 1,3 39 1,1 33 0,3 7 média tomate 3,5 2,0 57 1,5 43 1,0 29 0,5 14 média geral 3,0 1,8 57 1,3 43 0,7 22 0,6 21 Quadro 2 – Reaproveitamento da drenagem Drenagem (A+B) reciclagem (A) reutilização (B) cultura ano L m -2 dia -1 L m -2 dia -1 % L m -2 dia -1 % pimento 2002 1,1 0,4 36 0,7 64 tomate 2003 1,6 1,1 69 0,5 31 2004 1,6 0,8 51 0,8 49 2005 1,3 1,1 84 0,3 19 média tomate 1,5 1,0 66 0,5 34 Resultados Nas culturas realizadas em sistema fechado, pimento e tomate, a drenagem representou 42 a 47% da solução nutritiva fornecida na rega e foi toda recuperada (Quadro 1). Esta recuperação dividiu-se, em média, em cerca de metade para reciclagem e metade para a reutilização. Contudo o desempenho foi bastante diferenciado nas duas espécies cultivadas. Assim, no pimento a reciclagem e a reutilização atingiram respectivamente 14 e 28% do volume da solução fornecida na rega, enquanto que no tomate a reciclagem e a reutilização atingiram 29 e 14% daqueles valores (em média nas três culturas realizadas) (Quadro 1). Drenagem reciclada Nas culturas em lã-de-rocha, em sistema fechado, reciclou-se 36 a 84% da drenagem (Quadro 2), sendo a restante misturada com a drenagem das culturas em substratos orgânicos, e finalmente toda reutilizada. No entanto, houve grande diferença entre as espécies cultivadas. Na cultura de pimento reciclou-se 36% da drenagem sendo a restante enviada para a charca para reutilização. No tomate, pelo contrário, 66% da drenagem ocorrida foi enviada para reciclagem e a restante foi para reutilização. Com a lâmpada de radiação ultra-violeta empregue, verificou-se uma elevada variação na eficácia de desinfecção. Os resultados evidenciaram a exigência de limpeza frequente (Fig. 3), e mesmo assim nem sempre atingia o objectivo pretendido. Por exemplo, durante a cultura de 2002-03, a percentagem média de eliminação de bactérias e fungos foi de 21 e 29% respectivamente. Nota-se imediatamente após cada limpeza uma maior diferença na contagem à entrada e à saída do elemento que contém a lâmpada.
  • 28. 27 Figura 4 - Pomar de citrinos onde se reutilizou a drenagem Drenagem reutilizada A drenagem recolhida na charca foi proveniente da cultura em substratos orgânicos em sistema aberto e das culturas em lã-de-rocha em sistema fechado. Na cultura em sistema aberto, a drenagem representou 54% do volume de solução nutritiva aplicada à cultura. Nas culturas em sistema fechado a parte da drenagem que foi reutilizada variou entre 19 e 64% da drenagem total nessas culturas (Quadro 2), pois a restante era reciclada. Toda a solução recolhida na charca foi usada na fertirrega de um pomar de citrinos com 1,4 ha. De Abril de 2003 a Junho de 2004, contabilizou-se a drenagem reutilizada na fertirrega de 1,4 ha de citrinos, obtida de uma área total se culturas em substratos de 2150 m2 . Durante aquele período, a drenagem foi reutilizada sem qualquer correcção. O volume de drenagem aplicado correspondeu a 0,95 L de solução por m2 e por dia, no período considerado. Esta solução apresentou um equilíbrio iónico aceitável, relativamente às exigências dos citrinos, embora com um ligeiro excesso em magnésio, teores adequados em fósforo, e um pouco deficitária em azoto e potássio. Conclusões • Tanto a reciclagem como a reutilização da drenagem foram soluções de fácil aplicação. • Na reciclagem, para se obter a desinfecção da solução é necessário garantir: uma adequada filtragem da solução, adequada potência da lâmpada (para obter uma radiação superior a 30 mJ cm-2 ), e ainda a constante limpeza da lâmpada. • Na reutilização, pode ser necessário ajustar a solução recolhida, compensando os nutrientes que possam estar deficitários em relação às exigências das culturas, como o azoto ou o potássio.
  • 29. 29 Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 9 Cultura de pimento em lã-de-rocha ProgramaAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-139 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira Objectivos: • Testar a cultura com reciclagem da solução nutritiva • Testar a poda pelo método “holandês” (ver caixa), em alternativa à não realização de poda • Comparar com a qualidade da produção em solo Caracterização do ensaio: Cultivar : ‘Genil’ (Fitó, Espanha) Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med 1x0,15x0,1m) Modo de cultivo: com reciclagem (sistema fechado) N.º de utilizações da lã-de-rocha: 1ª utilização N.º de plantas/ placa: 6 Distância entre linhas: 2,25 m Distância na linha: 1,20 m Densidade de plantação: 2,22 plantas/m2 Área /parcela: 5,4 m2 N.º de plantas /parcela: 12 N.º de repetições/parcela: 4 Sementeira: 2 plantas/cubo de lã-de-rocha Data de plantação: 15/04/2002 Início da produção: 03/06/2002 Final da produção – 12/08/2002 Nº de colheitas: 10 Método “holandês”: Na poda pelo método “holandês” procura-se obter 3 a 4 lançamentos por m 2 . Para isso, limpam-se os lançamentos até á denominada zona da cruzeta. Nesta zona deixam-se 2 lançamento para continuação do desenvolvimento vegetativo e os restantes para frutificação. Em cada um dos lançamentos de crescimento vai-se deixando um lançamento para crescimento e os restantes para frutificação, ficando cada planta com 2 eixos de crescimento. Resultados Consumo de solução nutritiva e recuperação da drenagem No período de Abril a Agosto, foram aplicados, em média, 2,6 L de água m-2 dia-1 , dos quais: • 1,5 L (57%) foram utilizados pela planta, • 0,4 L (14%) foram reciclados na fertirrega da cultura, • 0,7 L, (28%), foram reutilizados na fertirrega de um pomar de citrinos. aplicada às plantas (L/m2 /dia) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) Abril 1,6 0,6 41 0,9 59 0,5 29 0,5 31 Maio 1,9 1,1 61 0,7 39 0,3 14 0,5 25 Junho 2,8 1,5 53 1,3 47 0,7 27 0,6 20 Julho 3,2 1,9 61 1,3 39 1,2 37 0,1 2 Agosto 3,8 2,3 60 1,5 40 1,1 30 0,4 10 Total 2,6 1,5 57 1,1 43 0,7 28 0,4 14 Mês Solução nutritiva consumida drenada pelas plantas Total não recuperada recuperada
  • 30. 30 Equilíbrio da solução nutritiva A preparação da solução nutritiva com recurso à reciclagem de uma parte da drenagem é mais difícil do que a partir de água-doce. As soluções de referência seguidas foram as seguintes: Data N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE pH 2002 mmol/L µmol/L dS/m 17Abr 16,2 15,3 0,95 1,77 4,56 5,07 1,77 2,16 2,43 1,61 0,50 39,8 21,1 28,9 3,48 4,31 0,95 2,2 5,5 06Jun 15,7 14,8 0,91 1,78 5,31 4,96 1,24 1,11 2,43 1,61 0,50 31,3 14,2 21,8 2,80 3,31 0,61 2,1 5,5 04Jul 13,4 12,7 0,75 1,71 5,8 4,45 1,81 1,11 2,43 1,61 0,50 30,6 11,8 19,4 2,56 2,97 0,49 2,0 5,5 21Jul 13,4 12,7 0,75 1,71 5,8 4,45 1,81 1,11 2,43 1,61 0,50 25,7 11,8 19,4 2,56 2,97 0,49 2,0 5,5 Registaram-se algumas diferenças entre os teores médios de nutrientes das soluções nutritivas de referência e os conseguidos nas soluções nutritivas aplicadas, sendo de destacar o seguinte: • a maioria dos nutrientes apresentou valores inferiores aos da solução de referência, excepto: HCO3, Na, Cl, Mg, Ca, e Cu. • as diferenças mais acentuadas em relação à solução de referência registaram-se nos elementos Na, Cl, e Cu, com valores superiores, e no K, H2PO4 e B com valor inferiores. Valores médios dos teores de macro- nutrientes e de micro-nutrientes das soluções de referência (Valor de referência) e dos resultados das análises de controlo das soluções nutritivas (Valor da análise). 193,2 852,0 1,1 13,5 33,0 215,0 110,0 64,0 121,0 68,0 37,5 205,7 859,2 15,1 170,8 209,3 189,3 159,1 32,9 86,3 37,0 30,5 0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 900,0 1000,0 N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Macronutrientes mg/litro Valor da análise Valor de referência 1,3 0,6 0,1 0,4 0,2 1,8 0,8 0,2 0,2 0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 Fe Mn B Cu Zn Micronutrientes mg/litro Valor da análise Valor de referência
  • 31. 31 P ro d u çã o a cu m u lad a d e p im e n to ('G en il', 2 00 2) 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 3 - J u n 1 0- J u n 17 - J u n 24 - J u n 1 - J u l 8- J u l 15 - J u l 22- J u l 29- J ul 5- A go 12- A go D ata d e c o lh e ita P eso (kg m -2 ) N P c o m ercia lizá vel P co m erc ia lizá vel N P T o ta l P T o ta l As plantas podadas apresentaram maior número de frutos com necrose apical, e maior nº total de frutos incomerciais Produção a, b Incomercial Comercial Total nº peso nº peso nº peso Podadas 16,3** 1,32** 16,2*** 1,89*** 32,4 3.22* Não podadas 8,7** 0,74** 21,6*** 2,75*** 30,3 3.49* com necrose apical Podadas 13,0** 1,14** Não podadas 5,3** 0,51** a Produção: em peso, expressa em kg m-2 ; em nº, número de frutos por m2 . b Análise de variância. Diferenças significativas para: * p ≤ 0,05, ** p ≤ 0,01, ***. ≤ 0,001. Produtividade As produções obtidas foram consequência do curto ciclo cultural (o possível no primeiro ano de ensaios do projecto), sendo a mais elevada, 3,50 kg m-2 , obtida nas plantas não podadas (NP) Variação do pH e CE da rega e da drenagem • O pH da solução nutritiva manteve-se dentro dos limites estabelecidos, mas aumentaram na drenagem. • CE: a partir do mês de Junho foi necessário diminuir os valores da condutividade na solução nutritiva. Os valores registados na drenagem foram sempre superiores aos observados na solução nutritiva aplicada CE pH CE pH Abril 2.06 6.38 2.10 7.01 Maio 2.00 6.81 3.04 8.64 Junho 1.95 4.66 3.05 7.69 Julho 1.77 5.74 2.49 6.96 Agosto 1.01 6.96 1.55 8.21 Média 1.83 5.95 2.62 7.71 Mês Solução nutritiva aplicada às plantas drenada total
  • 32. 32 Qualidade do pimento • A poda não afectou o tamanho, o peso e os parâmetros de qualidade: teor de matéria seca, firmeza e teor de sólidos solúveis totais (ºBrix) (Quadro 1). • Os frutos obtidos na cultura em solo, por produtores da região, apresentaram maior comprimento, diâmetro e peso, mas o teor de matéria seca, firmeza e teor de sólidos solúveis totais não apresentou diferenças significativas relativamente aos obtidos na cultura em lã-de- rocha. Quadro 1 – Características dos frutos produzidos em lã-de-rocha e no solo (valores das médias seguido do erro padrão entre parênteses) Cultura em lã-de-rocha Cultura no solo Podadas Não podadas Solo Sig. Comprimento (mm)a 98,7 (1,55)b 97,3 (1,42)b 112,9 (2,01)a 0,000 Diâmetro (mm) 72,3 (1,28)b 73,8 (0,95)b 78,0 (1,18)a 0,001 Matéria seca (%) 8,99 (1,08) 7,68 (0,588) 10,5 (1,81) 0,316 Firmeza 1,50 (0,041) 1,53 (0,044) 1,44 (0,046) 0,344 SST (ºBrix) 5,19 (0,099) 5,09 (0,077) 4,93 (0,167) 0,317 Peso médio (g) 120,9 (3,84)b 123,1 (2,90)b 160,9 (5,46)a 0,000 a Na mesma linha, os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤0,05 Conclusões: • Apesar do ciclo cultural ter sido mais curto que o habitual, observaram-se diferenças significativas na produção segundo os dois sistemas de condução, sendo a produção, total e comercial, maior nas plantas não podadas. • Nas plantas não podadas a ocorrência de necrose apical foi menor. • A poda não afectou a qualidade do pimento, expressa pelas variáveis: comprimento, diâmetro e peso médio dos frutos, teor de matéria seca, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis totais. • Os pimentos produzidos em lã-de-rocha foram de menor tamanho, mas de qualidade idêntica (em teor de matéria seca, firmeza da polpa e teor de sólidos solúveis totais) aos obtidos no solo.
  • 33. 33 Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 10 Cultura de tomate: 1ª cultura (2002 - 2003) ProgramaAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-139 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira Objectivos: • Testar a cultura de tomate ‘Daniela’ em estufa aquecida, em lã-de-rocha, com reciclagem. • Testar a aplicação foliar de cálcio na redução da necrose apical. Modalidades: 1: testemunha.(sem aplicação de cálcio) 2: Naturamin-Ca® 3: Naturquel-Ca® 4: Natursal® 5: Nitrato de cálcio Ajustou-se a diluição dos produtos comerciais (ver caixa) de forma a obter soluções com o equivalente a 0,52 g de CaO/L de água • Comparar a qualidade de tomate produzido em cultura sem solo em lã-de- rocha e em cultura convencional no solo. Técnica cultural: Cultivar: ‘Daniela’ (Hazera, Israel) Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med 1x0,15x0,1m) Distância entre linhas de placa: 2,25 m Distância entre placas na linha: 1,20 m N.º de utilizações da lã-de-rocha: 2ª N.º de plantas/ placa: 6 Densidade de plantação: 2,22 plantas/m2 Área /parcela: 5,4 m2 N.º de plantas/parcela: 12 N.º de repetições/parcela: 4 Sementeira: 2 pl/cubo de lã-de-rocha Data de plantação: 17 de Dez. de 2002 Início da produção: 23 de Abril de 2003 Final da produção: 31 de Julho de 2003 Soluções nutritivas utilizadas durante a cultura: Data N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE pH mmol/L µmol/L dS/m 1Dez02 17,3 16,0 1,28 1,78 5,01 4,99 1,35 1,38 2,40 1,96 0,50 37 14 22 3 3 0,6 2,2 5,5 14Fev03 16,2 15,6 0,63 1,77 5,59 4,82 1,29 1,35 2,40 1,95 0,50 35 13 21 3 3 0,6 2,2 5,5 26Mar03 15,1 14,5 0,57 1,80 5,87 4,59 1,98 1,72 2,40 1,96 0,50 32 12 20 3 3 0,5 2,2 5,5 17Abr03 12,2 10,3 1,90 1,37 3,38 6,18 3,95 1,53 3,41 2,30 0,50 35 5 55 2 2 0,1 2,1 5,5 14Mai03 12,0 11,1 0,94 1,51 4,76 4,53 2,46 1,94 3,85 3,04 0,50 23 6 14 2 6 0,2 2,1 5,5 17Jun03 12,3 11,4 0,96 1,77 4,61 4,60 2,23 1,93 3,86 3,04 0,50 23 6 14 2 6 0,2 2,1 5,5 Natursal® : Contém Ácidos (trihidroxiglutárico, glucónico, glutárico, etc,), com 18% p/v de CaO, 1,4% p/v de MgO e 21,1% p/v de ácidos polihidroxicarboxílicos (2,8mL/L de água). Naturquel-Ca®– Contém Hexa/Heptagluconatos, com 13% p/v de CaO, agentes quelatantes (ácidos hexa/heptagluconicos estáveis com pH entre 4-9) (4mL/L de água). Naturamin-Ca® – Contém aminoácidos e Ca, com: 16,5% p/v de aminoácidos livres, 13% p/v de CaO; 0,8% p/v de N orgânico; 7% p/v de N nítrico; 6,5% de matéria orgânica (4mL/L de água). Nitrato de cálcio – Adubo sólido solúvel com: 15% p/p de N; 27;5% p/p de CaO (0,52 g/L de água).
  • 34. 34 Resultados: Consumo de solução nutritiva O balanço da solução aplicada à cultura mostra que, no período de Dezembro a Junho, foi aplicada em média 3,8 L de solução nutritiva/ m2 dia, da qual: • 2,2 L (58,6%) foi evapotranspirada, • 1,1 L (30,1%) foi reciclada • 0,5 L (11,3%) foi reutilizada na fertirrega de pomar de citrinos (Quadro 1, Fig. 1). Valores de pH e CE da rega e drenagem O pH e a CE medidos durante o ciclo cultural mantiveram-se dentro dos limites previamente estabelecidos, apresentando a drenagem, em ambos os parâmetros, valores superiores aos medidos na solução nutritiva fornecida na rega (Quadro 2). Equilíbrio da solução nutritiva A fertirrega com incorporação de parte da drenagem dificulta o reequilíbrio das soluções nutritivas. Registaram-se diferenças entre os valores médios das soluções nutritivas de referência e os valores médios obtidos nas análises efectuadas às soluções aplicadas à cultura, sendo de realçar os seguintes aspectos: • A maioria dos elementos apresentou valores superiores em relação à “Solução de referência”, excepto em: Mg, H2P04, N03, Cu e Mn. • As diferenças mais acentuadas registaram-se no S04 e B, com valores claramente superiores, e no H2P04, com valor claramente inferior (Fig. 3). 0 10 20 30 40 50 60 70 Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Meses SNaplicada (%) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 SNaplicada (L/m2 ) %SNconsumida pelasplantas %SNdrenada nãorecuperada %SNdrenada recuperada SNconsumida pelasplantas SNaplicadaà cultura SNdrenadanão recuperada SNdrenada recuperada Figura 1 – Solução nutritiva (valores acumulados) Quadro 1 – Solução nutritiva aplicada à cultura e drenagem aplicada às plantas (L/m2 /dia) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) Dezembro 0,4 0,1 23,1 0,3 76,9 0,1 16,3 0,2 60,6 Janeiro 0,5 0,3 65,5 0,2 34,5 0,1 15,9 0,1 18,6 Fevereiro 2,0 1,2 60,4 0,8 39,6 0,2 11,7 0,6 27,9 Março 2,9 1,9 66,3 1,0 33,7 0,6 20,0 0,4 13,7 Abril 4,5 2,5 55,9 2,0 44,1 0,9 19,0 1,1 25,1 Maio 5,7 3,1 54,2 2,6 45,8 0,8 13,8 1,8 32,0 Junho 6,2 3,4 54,6 2,8 45,4 0,4 5,8 2,5 39,6 Julho 5,9 3,8 65,0 2,0 35,0 0,2 3,7 1,8 31,3 Total 3,8 2,2 58,6 1,6 41,4 0,4 11,3 1,1 30,1 Mês pelas plantas Total não recuperada Solução nutritiva consumida drenada recuperada Quadro 2 – Valores de pH e CE da rega e drenagem CE pH CE pH Dezem bro 2.25 5.91 2.04 7.28 Janeiro 2.13 5.62 1.98 7.47 Fevereiro 2.10 5.97 1.85 8.29 M arço 2.21 6.01 3.32 8.37 Abril 2.09 5.97 3.09 7.48 M aio 2.18 5.26 3.25 6.35 Junho 2.14 5.82 3.31 6.05 Julho 1.49 6.92 2.55 7.69 M édia 2.06 5.93 2.74 7.36 Mês S olução nutritiva aplicada às plantas drenada total 198,59 814,47 18,84 163,33 189,93 198,07 212,16 39,40 108,39 54,63 30,50 183,48 711,00 29,50 88,24 190,00 238,50 405,90 39,15 143,00 67,45 50,00 0,00 100,00 200,00 300,00 400,00 500,00 600,00 700,00 800,00 900,00 N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 (macro-nutrientes) (mg/litro) ValorBase ValorAnálise 1,74 0,52 0,26 0,15 0,26 1,99 0,48 0,41 0,12 0,37 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 Fe Mn B Cu Zn (micro-nutrientes) (mg/litro) ValorBase ValorAnálise Figura 3 – Comparação dos valores médios de referência das soluções nutritivas (Valores Base) e dos valores médios registados nas análises efectuadas às soluções nutritivas aplicadas às culturas (Valores Análise).
  • 35. 35 Qualidade As análises físico-químicas aos frutos da cultura em lã-de-rocha e do solo (modo convencional) indicam valores semelhantes (Quadro 5). Os frutos da cultura em lã-de-rocha apresentaram menor % de humidade, valores mais elevados de pH, ºBrix, acidez total, cinzas, índice de maturação e nitratos. Quadro 3 – Produção de tomate ‘Daniela’ Produçãoa, b comercializável Produção Classe Extra Classe I Classe II Total total Tratamentosd nº peso nº peso nº peso nº peso nº peso Testemunha 23,7 3,38 52,8a 6,45 51,7ab 5,78 128 15,6 141 16,3 Naturamin-Ca 20,3 3,11 51,4a 6,39 46,6b 5,48 118 15,0 133 15,9 Naturquel-Ca® 18,3 2,65 43,8b 5,58 53,6a 6,05 116 14,3 136 15,9 Natursal 20,7 3,13 53,0a 6,44 52,3a 5,91 126 15,5 140 16,2 CaNO3 21,2 3,17 51,4a 6,60 46,1b 5,19 119 15,0 130 15,4 a Produção: em peso, expressa em kg m -2 ; em nº, número de frutos por m 2 . b *Resultado da Análise de variância multivariada e teste de Duncan (na mesma coluna, os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05) Quadro 4 – Produção incomercializável, sem e com necrose apical Produçãoa, b Incomercial c s/ NA c/ NA Total incomercial nº peso nº peso nº peso Testemunha 8,4b 0,42 4,10 0,30 12,6b 0,72b Naturamin-Ca 12,6b 0,67 2,50 0,20 15,1ab 0,88b Naturquel-Ca® 16,6a 1,31 4,08 0,27 20,7a 1,58a Natursal 9,4b 0,43 3,83 0,25 13,3b 0,69b CaNO3 10,0b 0,48 1,35 0,12 11,4b 0,59b a Produção: em peso, expressa em kg m -2 ; em nº, número de frutos por m 2 . b *Resultado da Análise de variância multivariada e teste de Duncan (na mesma coluna, os valores seguidos da mesma letra não são estatisticamente diferentes para p ≤ 0,05). c s/NA, sem necrose apical; c/NA, com necrose apical. d    Produtividade As modalidades testadas não afectaram a produção comercializável, que variou entre 14,3 Kg/m2 (Naturquel-Ca) e 15,6 Kg/m2 (testemunha) (Quadro 3). Em média, a produção incomercializável representou 5,6% da produção total. A análise à produção incomercializável não demonstra a esperada influência positiva dos produtos comerciais testados na ocorrência da necrose apical (NA, Quadro 4). Em média, a produção incomercializável com NA foi muito reduzida, cerca de 1,4% da produção total (em peso). O peso e o nº de frutos com NA foi idêntico em todas as modalidades. Na produção incomercializável sem NA, o peso foi também idêntico, e o nº de frutos foi superior com alguns dos produtos comerciais. Quadro 5 –Análises físico-químicas aos frutos de cultura sem solo (lã-de-rocha) e no solo Humidade º Brix Acidez total Cinzas Mat. seca Índice de Nitratos (%) (%) (g/cm3 ) (%) (%) Maturação (mg/Kg) Cultura sem solo 93,20 5,08 5,13 0,39 0,53 6,82 13,15 324,00 Cultura no solo 94,58 4,64 4,32 0,36 0,51 5,43 12,06 300,00 pHModo de produção
  • 36. 36 Provas organolépticas Os valores médios da avaliação pelo painel de provadores foram bastante semelhantes. Na escala de 1 (Mau) a 5 (Muito bom), as características exteriores e as da polpa situaram-se entre 3 (satisfatório) e 4,1 (bom) (Quadro 5). Os parâmetros consistência da pele e sabor (doce e ácido) foram, em ambas os modos de produção, classificados entre 2 (Medíocre) e 3 (Satisfatório) e a aceitabilidade geral foi considerada satisfatória (3) em ambos os casos Quadro 5 – Resultadosa das provas organolépticas ao tomate produzido em estufa sem solo (lã-de- rocha) e no solo (modo convencional) Relação polpa/semente Cultura sem solo 3,4 3,6 3,2 3,0 3,1 Cultura no solo 3,5 3,4 3,6 3,6 3,0 Características interiores Modo de Produção aspecto cor aspecto cor Características exteriores Pele Sabor Aceitabilidade Carnudo Suculento Farináceo Consistência Consistência Doce Ácido Estranho Geral Cultura sem solo 3,2 3,2 3,9 3,7 2,1 2,6 2,7 N 3,0 Cultura no solo 3,5 3,7 4,1 3,4 2,4 2,7 2,5 N 3,0 Polpa Modo de Produção a Valores médios das classificações do painel de provadores, segundo uma escala de 1 a 5 (1: mau, 2: medíocre, 3: satisfatório, 4: bom, 5: muito bom). Cultura sem solo (lã-de-rocha) Cultura no solo (modo convencional) Conclusões • A produção comercializável foi cerca de 50% superior à média regional em lã-de-rocha • Neste ensaio, os produtos testados para a redução da necrose apical não apresentaram efeitos positivos em relação à não aplicação de qualquer suplemento de cálcio, evidenciando a importância das condições ambientais na ocorrência deste acidente fisiológico. • De uma forma global, praticamente não se podem referenciar diferenças de qualidade entre o tomate obtido em lã-de-rocha e o obtido no solo.
  • 37. 37 Entidades financiadoras Cultura sem solo com reutilização dos efluentes em estufa com controlo ambiental melhorado Ficha nº 11 Cultura de tomate: 2ª cultura (2003 - 2004) ProgramaPOAGROnº197 Medida8–DesenvolvimentoTecnológicoeDemonstração Acção8.1–DesenvolvimentoExperimentaleDemonstração(DE&D) Entidades responsáveis Contactos Equipa Universidade do Algarve - Faculdade de Engenharia de Recursos Naturais Campus de Gambelas, 8005-139 Faro Tel.: 289 800939; Fax: 289 818419 e-mail: cdfern@ualg.pt Prof. Doutor Mário Reis (chefe de projecto) Prof. Doutor Carrasco de Brito, Prof. Doutor José Beltrão, Prof. Doutora Lídia Dionísio, Prof. Doutor Júlio Osório, Prof. Doutor António Monteiro (consultor, I.S.A.) Direcção Regional de Agricultura do Algarve Apartado 282 – Patacão, 8001-904 Faro Tel.: 289 870700; Fax: 289 816003 e-mail: draalg@draalg.min-agricultura.pt Engº João Costa, Engº Téc. Agr. Armindo Rosa, Engº Paulo Oliveira Engª Isabel Monteiro, Engª Margarida Costa, Engº Téc. Agr. Baguinho de Sousa, Engº Téc. Agr. Florentino Valente, Engº Téc. Agr. Vitor Pereira Centro de Hidroponia e Utilidades Hortoflorícolas Lda. Parque Hubel – Pechão, 8700-179 Olhão Tel.: 289 710515; Fax: 289 710516 e-mail: centrodehidroponia@hubel.pt Engº João Caço, Engº Nelson Martins, Engº Jorge Pereira Objectivos: • Testar a cultura de tomate de duas cultivares, ‘Zinac’ e ‘Sinatra’, cultivadas em lã-de-rocha (3ª utilização), com reutilização das soluções drenadas. • Avaliar as possíveis vantagens da cultura em ambiente enriquecido, durante o dia, com CO2 proveniente da queima de Gás propano utilizado no aquecimento da estufa. • Avaliar a qualidade dos frutos obtidos em culturas segundo o método de produção biológica (Biológico), no solo segundo o método tradicional (Solo) e sem solo em lã-de-rocha (Hidroponia). Técnica cultural: Cultivares: ‘Zinac’ (Ruitter Seeds, Holanda) e ‘Sinatra'(Sluis & Groot (Syngenta), Holanda) Substrato: lã-de-rocha (Grodan, Med 1x0,15x0,1m) Distância entre linhas de placa: 2,25 m Distância entre placas na linha: 1,20 m N.º de utilizações da lã-de-rocha: 3ª N.º de plantas/ placa: 6 Densidade de plantação: 2,22 plantas/ m2 Área /parcela: 5,4 m2 N.º de plantas/parcela: 12 N.º de repetições/parcela: 4 Sementeira: 2 plantas/cubo de lã-de-rocha Data de plantação: 24 de Novembro de 2003 Início da produção: 9 de Março de 2004 Final da produção: 15 de Julho de 2004 Soluções nutritivas utilizadas durante a condução da cultura: N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 Fe Mn B Cu Zn Mo CE ms/cm 03-11-2003 15,09 14,49 0,59 1,77 5,21 4,67 1,44 1,38 2,40 1,96 0,50 38,53 15,44 23,07 2,92 3,49 0,67 2,10 5,50 07-01-2004 17,29 16,54 0,76 1,79 6,28 5,39 2,06 1,38 2,40 1,96 0,50 49,71 19,58 27,28 3,33 4,09 0,87 2,40 5,50 17-05-2004 12,47 12,06 0,41 1,82 7,59 3,88 3,20 1,85 2,40 1,96 0,50 39,90 14,48 22,09 2,82 3,35 0,62 2,20 5,50 Data pH µmol/Lmmol/L
  • 38. 38 Resultados: Consumo de solução nutritiva O balanço da solução aplicada à cultura mostra que, no período de Novembro a Julho, foi aplicada, em média, 3,42 L de solução nutritiva/m2 dia, da qual: • 1,79 L (52%) foi evapotranspirada • 0,82 L (24%) foi reciclada • 0,82 L (24%) foi reutilizada na fertirrega de pomar de citrinos (Quadro 1, Fig. 1). Valores de pH e CE da rega e drenagem Os valores de pH e de CE registados durante o ciclo cultural mantiveram-se dentro dos limites previamente estabelecidos, apresentando as soluções drenadas, em ambos os parâmetros, valores superiores aos medidos na solução nutritiva fornecida na rega (Quadro 2). Equilíbrio da solução nutritiva Registaram-se diferenças entre os valores previstos nas soluções nutritivas de referência e os valores medidos nas soluções fornecidas à cultura, sendo de realçar os seguintes aspectos: • A maioria dos elementos analisados apresentou valores superiores em relação à “Solução de referência”, excepto em: HCO3, K, H2P04, Cu e Mn. • Em relação à solução de referência, as diferenças mais acentuadas registaram- se no Zn e Na, com valores claramente superiores, e no H2P04 e Cu, com valores inferiores (Fig.3). 0 10 20 30 40 50 60 Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Meses SNaplicada (%) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 SNaplicada (L/m2 ) %SNconsumida pelas plantas %SNdrenada nãorecuperada %SNdrenada recuperada SNconsumida pelas plantas SNaplicadaà cultura SNdrenadanão recuperada SNdrenada recuperada Figura 1 – Solução nutritiva (valores acumulados) Quadro 1 – Solução nutritiva aplicada à cultura e drenagem aplicada às plantas (L/m2 /dia) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) (L/m2 /dia) % (aplicada) Novembro 0,61 0,22 37 0,39 63 0,02 3 0,37 61 Dezembro 0,52 0,31 59 0,21 41 0,10 19 0,12 22 Janeiro 1,42 0,85 60 0,56 40 0,08 6 0,48 34 Fevereiro 2,17 1,21 56 0,96 44 0,24 11 0,71 33 Março 3,29 2,03 62 1,26 38 0,23 7 1,03 31 Abril 4,63 2,76 60 1,88 40 1,28 28 0,60 13 Maio 4,90 2,58 53 2,32 47 0,84 17 1,48 30 Junho 6,39 2,77 43 3,62 57 2,18 34 1,44 23 Julho 5,39 2,16 40 3,23 60 2,59 48 0,64 12 Total 3,42 1,79 52 1,63 48 0,82 24 0,82 24 Mês Solução nutritiva consumida drenada pelas plantas Total não recuperada recuperada Quadro 2 – Valores de pH e CE da rega e drenagem CE pH CE pH Novembro 2.15 6.63 1.91 7.72 Dezembro 2.21 5.95 2.11 7.63 Janeiro 2.51 5.59 2.36 7.39 Fevereiro 2.13 5.61 2.63 7.11 Março 2.00 6.00 3.22 7.24 Abril 2.02 5.75 2.94 6.95 Maio 2.01 5.59 2.92 6.69 Junho 2.00 5.62 2.78 6.05 Julho 2.04 5.91 2.83 5.59 Média 2.11 5.76 2.71 6.92 Mês Solução nutritiva aplicada às plantas drenada total 239,5 1002,0 17,1 75,5 199,0 286,5 352,5 44,1 137,4 81,5 21,3 209,3 890,5 10,6 175,7 248,0 185,9 214,4 36,9 85,2 45,1 30,5 0,0 200,0 400,0 600,0 800,0 1000,0 N NO3 NH4 H2PO4 K Ca SO4 Mg Cl Na HCO3 macro-nutrientes (mg/litro) Valor Análise Valor Base 4,0 0,6 0,5 0,1 0,4 2,4 0,9 0,3 0,2 0,2 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 Fe Mn B Cu Zn micro-nutrientes (mg/litro) Valor análise Valor base Figura 3 – Comparação dos valores médios de referência das soluções nutritivas (Valores Base) e dos valores médios registados nas análises efectuadas às soluções nutritivas aplicadas às culturas (Valores Análise).
  • 39. 39 Quadro 4 – Escalonamento da produção por calibres (%) e peso médio dos frutos (g) Produtividade As produções obtidas foram superiores às registadas no ano anterior (‘Daniela’), situando-se a produção comercializável entre 17,6 e 18 kg m-2 . (Quadro 3). A cv. ‘Sinatra’ foi a mais produtiva. Os frutos da cv. ‘Sinatra’ apresentaram o maior peso médio (174 g). Em ambas as cv. a maior produção, foi no calibre 67-82 mm (Quadros 3, 4 e Fig. 4), mas a cv. ‘Zinac’ apresentou a maior produção nas Classes I e Extra. Quadro 3 – Produção de tomate ‘Zinac’ e ‘Sinatra’ Produçãoa, b Comercial Extra I II Total comercial Total nº peso nº peso nº peso nº peso nº peso Zinac 14,4* 2,89 34,5 6,12 71,4* 8,78 121,2 17,8 148,6* 19,7 Sinatra 9,6* 2,32 30,8 6,14 65,6* 9,91 106,0 18,4 131,1* 20,4 a Produção: em peso, expressa em kg m -2 ; em nº, número de frutos por m 2 . b *Resultado da Análise de variância univariada: *, diferenças significativas entre cv., para p < 0,05 Peso Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % Peso do % médio do fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto do peso fruto (g) total (g) total (g) total (g) total (g) total (g) total (g) Zinac 0 0,0 112 30,3 156 34,3 185 34,4 290 1,0 0 0,0 147 Sinatra 43 0,3 120 19,4 159 20,5 204 46,9 283 11,9 365 1,0 174 Modalidades >102 mm82 - 102 mm67 - 82 mm57 - 67 mm47 - 57 mm<47 mm Quadro 5 – Resultados das análises físico-químicas ao tomate de estufa obtido em agricultura na cultura em lã de rocha e na cultura em solo (modo convencional e biológico) Cultura cv. pH ºBrix (%) Acidez total (g ác. citríco kg-1 ) Cinzas (%) M. seca (%) Índice de maturação Nitratos (mg kg-1 ) Lã de Zinac 4,28 4,75 3,97 0,40 5,66 12 148 rocha Sinatra 4,13 5,17 5,06 0,43 5,92 10 176 média 4,21 4,96 4,52 0,42 5,79 11 162 Biológico Zinac 4,18 4,66 3,92 0,45 6,00 12 148 Sinatra 4,04 5,11 4,32 0,47 6,55 12 188 média 4,11 4,89 4,12 0,46 6,28 12 168 Solo Zinac 4,20 4,67 5,08 0,48 5,77 9 128 Sinatra 4,11 5,02 5,47 0,44 6,09 9 164 média 4,16 4,85 5,28 0,46 5,93 9 146 Qualidade: comparação da qualidade do tomate produzido em lã de rocha e no solo (segundo os modos convencional e biológico) Durante a época de colheita, analisou-se o tomate em 5 momentos, entre 12/4 e 30/6/2004. As diferenças foram relativamente reduzidas, destacando-se na cultura sem solo o valor um pouco mais baixo de matéria seca, mas intermédio em nitratos e mais elevado no ºBrix (Quadro 5). 0 50 100 150 200 250 300 350 400 <47 mm 47 - 57 mm 57 - 67 mm 67 - 82 mm 82 - 102 mm >102 mm Caibres dos Frutos PesoMédiodoFruto (g) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0 34,0 36,0 38,0 40,0 42,0 44,0 46,0 48,0 50,0 pesoZ pesoS %Z %S Figura 4 – Escalonamento da produção por calibres (%) e peso médio dos frutos (g)
  • 40. 40 Quadro 6 –Resultados das provas organolépticas ao tomate de estufa obtido em cultura em lã de rocha e em cultura no solo (modos convencional e biológico) Características exteriores Características interiores Cultura cv. aspecto cor aspecto cor relação polpa/ semente Lã de Zinac 3,8 3,6 3,3 3,3 3,0 rocha Sinatra 3,9 3,5 3,5 3,3 3,3 média 3,9 3,6 3,4 3,3 3,2 Biológico Zinac 3,2 3,1 3,2 3,6 3 Sinatra 2,2 2,6 3,1 3,3 3,8 média 2,7 2,9 3,2 3,5 3,4 Solo Zinac 3,5 3,3 3,3 3,3 2,8 Sinatra 3,6 3 3,5 3,3 3 média 3,6 3,2 3,4 3,3 2,9 Polpa Pele Sabor Aceitabilidade Cultura cv. carnuda suculenta farinácea consistência consistência doce àcido estranho geral Hidroponia Zinac 3,5 3,4 4,2 3,5 3,2 3,2 3,4 não 3,4 Sinatra 3,4 3,1 2,9 3,2 3,3 2,9 3,1 não 3,1 média 3,5 3,3 3,6 3,4 3,3 3,1 3,3 3,3 Biológico Zinac 3,1 3,4 3,5 3,4 2,8 2,9 3,3 não 2,8 Sinatra 3,8 2,8 2,7 2,9 2,8 2,9 2,9 não 2,5 média 3,5 3,1 3,1 3,2 2,8 2,9 3,1 2,7 Solo Zinac 3,2 3,3 3,7 3,4 3,2 4,2 3,1 não 3,3 Sinatra 3,3 3,1 3 3,3 3,2 2,9 3,1 não 3 média 3,3 3,2 3,4 3,4 3,2 3,6 3,1 3,2 Provas organolépticas Os valores da média ponderada da avaliação do painel de provadores foram bastante semelhantes. Na escala de 1 (mau) a 5 (muito bom), as características avaliadas situaram-se entre 2,7 (satisfatório) e 3,9 (bom) (Quadro 6). De destacar que a cultura em lã de rocha apresentou normalmente os valores mais altos, nomeadamente no aspecto exterior, cor, consistência da polpa, sabor ácido e aceitabilidade geral. Conclusões • A produção comercializável foi cerca de 80% superior à média regional em lã de rocha. • As diferenças de qualidade do tomate produzido, relativamente ao obtido em solo pelos métodos convencional e biológico, são reduzidas, aliás, com vantagens para a cultura em lã de rocha em algumas das variáveis de qualidade analisadas. Lã de rocha Solo (convencional) Solo Modo biológico