1) O documento descreve a Revista Espírita fundada por Allan Kardec em 1858 e a Sociedade Espírita de Paris fundada em 1858.
2) Fala sobre a intervenção do general Charles-Marie-Esprit Espinasse para a obtenção da autorização para a Sociedade Espírita de Paris.
3) Menciona acontecimentos históricos como as guerras da independência italiana e a batalha de Magenta onde Espinasse morreu em 1859.
3. escreveu a REVISTA ESPÍRITA
(1º Jornal Espiritista do mundo)
desde o dia 01/01/1858
[há 150 anos] até abril de 1869 …
4. … constituindo 4409 páginas de Luz escritas sem
interrupção durante 11 anos e 4 meses, cujos 12
volumes contêm nada menos que 1453 artigos
doutrinários, quase desconhecidos dos espíritas.
Mais de 125 artigos por ano.
5. Eis os 12 volumes da Revista Espírita - Jornal
de Estudos Psicológicos (1858-1869), Coleção
imprescindível que complementa a Codificação.
6. O Espiritismo estabeleceu-se para sempre como monumento
granítico em seu tríplice aspecto: ciência, filosofia e religião; e a
CODIFICAÇÃO cita constantemente a REVISTA ESPÍRITA.
7. Obras Completas de Allan Kardec
No total somam 7780 pp. de Luz (orig.100 %) [30]
Das quais são: 2413 pp. (Codificação: 31 %) [05]
O. Subsidiárias: 958 pp. (Complement. 12 %) [13]
Revue Spirite: 4409 pp. (Revista Esp.: 57 %) [12]
Devemos honrar o sublime Legado Kardequiano
estudando-O, vivenciando-O e transmitindo-O às
novas gerações na família e no CENTRO ESPÍRITA
8. Carta muito
rara escrita do
próprio punho
por Allan
Kardec,
solicitando ao
Prefeito de
Polícia de
Paris
autorização
para a
formação da
Sociedade
Espírita de
Paris.
(Gentileza do
CEI)
9. «Ao Sr. Prefeito de Polícia da cidade de
Paris. Sr. Prefeito:
Os membros fundadores do Círculo
Parisiense de Estudos Espíritas, que
solicitaram junto a vós a autorização
necessária para constituir-nos em Sociedade,
temos a honra de pedir-vos que consintais
permitir-nos reuniões preparatórias, enquanto
esperamos a autorização regular.
Com o mais profundo respeito, Sr.
Prefeito, tenho a honra de ser vosso muito
humilde e muito obediente servidor, H. L. D.
Rivail, dito Allan Kardec. Rua dos Mártires nº
8.» (Tradução nossa.)
10. CONTEXTO HISTÓRICO
ACONTECIMENTOS: 7/5/1856 (OBRAS
Pergunta - APÓSTUMAS) há dias dada
comunicação
faz presumir, ao que parece,
acontecimentos muito graves. Poderás dar-
nos algumas explicações a respeito?
Resposta - Não podemos precisar os
fatos. O que podemos dizer é que haverá
muitas ruínas e desolações, pois são
chegados os tempos preditos de uma
renovação da Humanidade.
P. - Quem causará essas ruínas? Será
um cataclismo?
11. CONTEXTO HISTÓRICO
ACONTECIMENTOS: 7/5/1856 (OBRAS
R. - Nenhum cataclismo de ordem
PÓSTUMAS)
material haverá, como o entendeis, mas
flagelos de toda espécie assolarão as
nações; a guerra dizimará os povos; as
instituições vetustas se abismarão em
ondas de sangue. Faz-se mister que o
velho mundo se esboroe, para que uma
nova era se abra ao progresso.
P. - A guerra não se circunscreverá
então a uma região?
R. - Não, abrangerá a Terra. (Grifos
nossos)
12. CONTEXTO HISTÓRICO
ACONTECIMENTOS: 7/5/1856 (OBRAS
P. - Nada, entretanto, neste
PÓSTUMAS)
momento, parece pressagiar uma
tempestade próxima.
R. - As coisas estão por fio de teia de
aranha, meio partido.
P. - Poder-se-á, sem indiscrição,
perguntar donde partirá a primeira
centelha?
R. - Da Itália. (Grifos nossos.)
(Obras Póstumas, 26ª ed. Rio/RJ, FEB, 1994,
pp. 278-279, Acontecimentos, 7 de maio de 1856.)
13. Lombardia
Savóia Império
e Austro-
Nice húngaro
Es
M
ar
tad
Ad
os
riá
tic
Pa
o
pa
is
M no Reino de
Ti
Reino do Nápoles
ar
rr
e
Piemonte
Reino das
Duas
Sicílias
14. França escolhe para Presidente (1848-1851) o sobrinho de Napoleão I,
chamado Charles Louis Napoléon Bonaparte (1808-1873), que após
um auto-golpe de Estado avoca-se o título de…
15. …imperador Napoleão III (1852-1870). Em 14 de janeiro de 1858
Napoleão III sofreu um atentado, da autoria de Félix Orsini,
revolucionário nacionalista italiano, o que provocou em 19/02/1858 a
sanção da lei de Segurança Geral, promulgada em 27/02/1858. Orsini
foi guilhotinado em 13/03/1858, vinte dias antes da fundação da SPEE.
16. Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas (SPEE), fundada por Kardec
em 1º de abril de 1858 (há 150 anos)
«[...] Mas, então, fazia-se necessária uma
autorização legal, a fim de se evitar que a
autoridade nos fosse perturbar.
O Sr. Dufaux, que se dava pessoalmente
com o Prefeito de Polícia, encarregou-se de
tratar do caso.
A autorização também dependia do
Ministro do Interior… (Grifos nossos.)
17. … Coube então ao general X, que era,
sem que ninguém o soubesse, simpático
às nossas idéias, embora sem as conhecer
inteiramente, obter a autorização.
Esta, graças à sua influência, pôde
ser concedida em quinze dias, quando, de
ordinário, leva três meses para ser dada.
[...]» (Grifos nossos.)
[Obras Póstumas, 26ª ed. Rio/RJ, FEB, 1994,
p. 295, Fundação da Sociedade Espírita de Paris, 1º
de abril de 1858.]
18. UM OFICIAL SUPERIOR MORTO EM MAGENTA
(Sociedade, 10 de junho de 1859 - RE julho 1859)
1. Evocação. Resp. – Eis-me aqui.
2. Poderíeis dizer-nos como atendestes
tão prontamente ao nosso apelo? Resp. –
Eu estava prevenido do vosso desejo.
3. Por quem fostes prevenido? Resp. –
Por um emissário de Luís.
4. Tínheis conhecimento da existência
de nossa Sociedade?
Resp. – Vós o sabeis. (Grifos nossos.)
19. Nota – O oficial em questão tinha
realmente auxiliado a Sociedade para a
obtenção do seu registro de
funcionamento. (Grifos nossos.)
5. Sob que ponto de vista
consideráveis a nossa Sociedade quando
concorrestes para a sua formação?
R. – Eu não estava ainda inteiramente
decidido, mas me inclinava muito a crer;
não fossem os acontecimentos que
sobrevieram, por certo teria ido instruir-me
no vosso Círculo.
20. […] 9. Ainda vos interessais pelo sucesso
de nossos exércitos? Resp. – Muito mais do
que nunca, pois hoje conheço o seu objetivo.
10. Tende a bondade de definir o vosso
pensamento; o objetivo sempre foi
abertamente confessado e, sobretudo em
vossa posição, devíeis conhecê-lo? Resp. – O
fim que Deus se propôs, vós o sabeis?
Nota – Ninguém desconhecerá a
gravidade e a profundeza desta resposta.
Assim, quando vivo, ele conhecia o objetivo
dos homens; como Espírito, vê o que há de
providencial nos acontecimentos.
21. 11. Que pensais da guerra em geral? Resp.
– Desejo que progridais rapidamente, a fim de
que ela se torne tão impossível quanto inútil.
12. Acreditais que chegará o dia em que
ela será impossível e inútil? Resp. – Sim, sem
dúvida, e posso dizer que esse momento não
está tão longe quanto pensais, embora não
vos possa dar esperança de que o vereis.
13. Vós vos reconhecestes imediatamente
no momento da morte? Resp. – Quase que
imediatamente, graças às vagas noções que
possuía do Espiritismo. (Grifos nossos.)
22. Nota – O conhecimento do Espiritismo auxilia o
desprendimento da alma após a morte; assim,
concebe-se que abrevie o período de perturbação
que acompanha a separação; o Espírito conhecia
antecipadamente o mundo em que ora se encontra.
[…] 15. Assististes à entrada de nossas tropas
em Milão? Resp. – Sim, e com alegria. Fiquei
encantado pela ovação com que nosso exército foi
acolhido, a princípio por patriotismo; depois, pelo
futuro que o aguarda.
16. Como Espírito, podeis exercer uma influência
qualquer sobre a estratégia militar? Resp. Acreditais
que isso não tenha sido feito desde o princípio, e
tendes dificuldade de adivinhar por quem?
23. […] Nota – Aqui a intervenção dos Espíritos
nos acontecimentos é inequívoca. Eles
preparam os caminhos para a realização dos
desígnios da Providência. Os antigos teriam
dito que era obra dos deuses; nós dizemos
que é dos Espíritos, por ordem de Deus. […]
20. Voltaríeis de bom grado se vos
pedíssemos? Resp. – Estou à vossa
disposição e prometo vir, mesmo sem ser
chamado. A simpatia que eu nutria por vós
não fez senão aumentar. Adeus.
(RE jul. 1859: Um oficial superior morto em Magenta,
p. 283.) - [Cf. RE setembro 1859: 2ª Conversa, p. 362]
24. O General X: Charles-Marie-Esprit Espinasse, ministro
do Interior e de Segurança Geral (de 07/02/1858 até
14/06/1858) do governo imperial francês de Napoleão III.
Nasceu em Castelnaudary, França, em 02/04/1815 e faleceu
em Magenta (Milão), hoje Itália, em 04/06/1859. Em 1842 foi
nomeado cavalheiro da Legião de Honra. (Foto rara: RMN)
25. Placa-homenagem ao general francês Espinasse, por parte da
província de Milão (1859), em gratidão à sua coragem e
heroísmo, demonstrados com a entrega da própria vida na
batalha vitoriosa de Magenta. (Foto: Lettini)
26. CONTEXTO HISTÓRICO
ACONTECIMENTOS: 28/01/1860 (OBRAS
PÓSTUMAS)
P. (ao Espírito Ch.) – Foste
embaixador em Roma e a esse tempo
predisseste a queda do governo papal.
Que pensas hoje a esse respeito?
R. – Creio que se aproxima o tempo em
que a minha profecia se cumprirá, porém,
não sem grandes dores. Tudo se complica;
exacerbam-se as paixões e uma coisa que se
poderia fazer sem comoção, empolgou a
todos, e de tal maneira que a cristandade
inteira será abalada. (Grifos nossos.)
27. CONTEXTO HISTÓRICO
ACONTECIMENTOS: 28/01/1860 (OBRAS
PÓSTUMAS)
[…] P. - Nesse conflito não será de temer-
se que a infeliz Itália sucumba e seja posta sob o
cetro da Áustria?
R. - Não, é impossível. A Itália sairá
vitoriosa da luta, e a liberdade raiará para essa
terra gloriosa. Ela nos salvou da barbárie, foi
nossa mestra em tudo o que a inteligência tem
de mais nobre e de mais elevado. Não recairá
absolutamente sob o jugo dos que a rebaixaram.
(Grifos nossos.)
(Obras Póstumas, pp. 297-298, Acontecimentos:
Papado, 28 de janeiro de 1860. Pelo Espírito Ch.)
28. Eis alguns dos protagonistas da Guerra da Itália (2ª guerra de
independência: 1859), cujas batalhas foram: Montebello (20/05),
Magenta (04/06), Solferino e São Martinho (24/06/1859). À esquerda,
Francisco José I (1830-1916), imperador austro-húngaro; à direita, o
rei da Itália unificada (20/09/1870): Vítor Emanuel II (1820-1878).
29. No centro, o aliado francês Napoleão III (1808-1873); à
esquerda, o conde de Cavour (1810-1861), e à direita,
Giuseppe Garibaldi (1807-1882), ambos patriotas italianos,
este último excomungado, junto de Vítor Emanuel II, pelo...
30. …papa Pio IX (1792-1878), que ademais colocou no Índex as
Obras Espíritas (01/05/1864) e que decretou a Infalibilidade
Papal em 1870, cujo papado foi o mais longo da História:
entre 1846 e 1878 (quase 32 anos). Mas há outros homens…
31. ...Ao terminar o terrível combate de
Solferino (24/06/1859) ficaram no campo de
batalha quase 40.000 homens mortos e
feridos, totalmente abandonados.
Este cenário foi visto pelo célebre
filantropo e humanitário suíço Jean-Henri
Dunant (1828-1910), que viajava pelo norte da
Europa, cujos horrores da guerra deixaram-
no tristemente impressionado.
Vendo como os soldados feridos
morriam sem assistência – testemunha
presencial que era da agonia e do sofrimento
dos mesmos –, se dedicou a socorrê-los com
a ajuda de algumas pessoas da região.
32. Henri Dunant esteve refletindo e chegou
à conclusão de que era necessária uma
organização neutral que atendesse aos
feridos de um e de outro lado sem distinção,
por meio de voluntários.
Suas reflexões e seu dramático
testemunho estão escritos no seu livro (de
1862): «Lembranças de Solferino», que foi a
inspiração para criar posteriormente a CRUZ
VERMELHA INTERNACIONAL.
Em 1863-1864 a Convenção de Genebra
baseou-se nas idéias de Dunant e, em 1901,
recebeu o primeiro Prêmio Nobel da Paz,
junto ao pacifista francês Frédéric Passy.
34. “Sr. Allan Kardec:
Permiti que a mais jovem de vossas crianças
espíritas venha hoje, dia para sempre
gravado em nossos corações, expressar-vos a
alegria causada pela vossa vinda ao nosso
meio. Ainda me encontro na infância; mas o
meu pai já ensinou-me que os Espíritos
manifestam-se a nós; a docilidade com que
devemos seguir os seus conselhos; as penas e
as recompensas que lhes são outorgadas…
35. ... E em alguns anos, se Deus o permitir,
também quero, sob a vossa proteção, tornar-
me um digno e fervoroso apóstolo do
Espiritismo, sempre submisso ao vosso saber
e à vossa experiência. Em troca destas poucas
palavras, ditadas por meu pequeno coração,
conceder-me-ías um beijo, que não ouso
pedir?” (grifamos)
(RE nov. 1861–III: O Espiritismo em Bordéus – Discurso de
Joseph Sabò, criança de 5 anos e meio de idade, p. 330.)
36. Tudo isso e muito mais mostra-nos a Revista Espírita em seus
12 brilhantes volumes, que homenageamos hoje no Ano do
Sesquicentenário do seu Lançamento.
Honra e gratidão a ALLAN KARDEC!