Compreender as implicações da liberdade de educação para a escola, num sistema educativo assente nos valores do empenho e da significância, é um exercício essencial para se perceber a amplitude das potencialidades que daí resultam para Portugal. Reforçando a sua autonomia e regulando um sistema no qual o Estado assume o papel de garante do funcionamento e da equidade, a escola torna-se no fulcro de toda a mudança, dela dependendo a consciência crítica e a capacidade de escolha dos cidadãos. Fernando Adão da Fonseca, Presidente do FLE - Fórum para a Liberdade de Educação, explica de forma sucinta as principais mudanças que urge empreender no sistema educativo Português.

1. Implicações da
Liberdade de
Educação para a
Escola
Por Fernando Adão da Fonseca
A principal implicação da Liberdade de Educação para a
escola, num contexto em que alunos, professores e pais
convivem e partilham objectivos comuns e se focam nos
resultados das aprendizagens, significa que o enfoque deixa
de estar colocado em questões burocráticas e
administrativas e seja colocado, de forma definitiva no
aluno.
De facto, é no aluno que reside a grande responsabilidade
da escola e nele se devem centrar as preocupações e a
capacidade de trabalho da escola. Ao redireccionar o seu
foco para o aluno, a escola vê restabelecidos os laços de
interacção com a generalidade dos membros da comunidade
educativa, designadamente com o seu corpo discente mas
também com a própria família.
(…)
FLE – Fórum para a Liberdade de Educação
www.fle.pt / secretariado@fle.pt

2. Ao dirigir-se directamente às crianças, a escola ganha a
capacidade de dirigir os seus currículos, a sua orientação
pedagógica e os seus métodos para as características
específicas dos seus alunos, respondendo assim de uma forma
mais célere e adequada aos seus anseios, expectativas e
necessidades.
As necessidades concretas dos seus alunos, assentes numa
dinâmica de interacção profundamente significante, passam s
ser o cerne do trabalho a efectuar pela escola. Como é
evidente, as instalações, a equipa de apoio e o corpo docente
terá de ser escolhido e orientado para essas especificidades,
fomentando uma cultura promotora de significância e
focalizada nos resultados. Em suma, toda a organização da
escola é virada para as necessidades concretas das suas
crianças e da sua comunidade.
O Estado, a única coisa que tem de assumir, é a definição das
metas relativas a alguns aspectos do currículo que têm de ser
atingidos em função da idade. Determinando quais são os
objectivos da escola em termos de fomento das capacidades e
das competências dos seus alunos, a escola deve ser
completamente livre, porque é ela que conhece aquelas
crianças e as suas características e necessidades específicas,
para definir as dinâmicas que melhor servem aqueles com
quem trabalha.
FLE – Fórum para a Liberdade de Educação
(…)
www.fle.pt / secretariado@fle.pt

3. Por isso, num sistema educativo assente na Liberdade de
Educação, a principal implicação para a escola, é que ela fica
livre para poder decidir como intervir junto daqueles com quem
trabalha.
FLE – Fórum para a Liberdade de Educação
www.fle.pt / secretariado@fle.pt