Este poema de Camões descreve o descontentamento com o mundo, onde os bons sofrem tormentos enquanto os maus desfrutam de contentamentos. O poeta expressa surpresa ao ver os bons sempre passando por dificuldades, enquanto os maus nadam em um mar de alegrias.
10. Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
e ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar de Vigo
Vistes o meu amigo?
Ai, Deus! Eu o verei logo?
11. Ondas do mar levado,
se vistes meu amado?
e ai Deus, se verrá cedo
Ondas do mar revolto
Vistes o meu amado?
Ai, Deus! Eu o verei logo?
12. Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
e ai Deus, se verrá cedo
Vistes o meu amigo?
Aquele por quem suspiro?
Ai, Deus! Eu o verei logo?
13. Se vistes meu amado,
Por que ei gran cuidado?
E ai Deus, se verrá cedo!
Vistes o meu amado?
Aquele por quem tanto sofro?
Ai, Deus! Eu o verei logo?
14. FEITO POR LAIS RODRIGUES PEREIRA
1ºB
PARA O PROJETO SARAU DO CEMSO 2014
16. Sedia la fremosa seu sirgo torcendo,
As voz manselinha fremoso dizendo
Cantigas d’amigo.
Estava a formosa seu fio tecendo,
Sua voz harmoniosa, suave dizendo
Cantigas de amigo.
17. Sedia la fremosa seu sirgo lavrando,
As voz manselinha fremoso cantando
Cantigas d’amigo.
Estava a formosa, sentada, bordando,
Sua voz harmoniosa, suave cantando
Cantigas de amigo.
18. - Par Deus de Cruz, dona, sey que avedes
Amor muy coytado que tan bem dizedes
Cantigas d’amigo.
Por Jesus, senhora, vejo que sofreis
De amor infeliz, pois tão bem dizeis
Cantigas de amigo.
19. Par Deus de Cruz, dona, sey que andades
D’amor muy coytada que tan bem cantades
Cantigas d’amigo.
Por Jesus, senhora, eu vejo que andais
De pena de amor, pois tão bem cantais
Cantigas de amigo.
20. Feito por Layssa Poncio Lima
Para Projeto Sarau do CEMSO de 2014
1º B
51. Um mover de olhos brando e piedoso
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso
●
52. Um despejo quieto e vergonhoso,
Um repouso gravíssimo e modesto,
Uma pura bondade, manifesto,
Indício da alma, limpo e gracioso;
●
53. Um encolhido ousar, uma brandura,
Um medo sem ter culpa, um ar sereno,
Um longo e obediente sofrimento;
●
54. Esta foi a celeste formosura
da minha circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento;
●
55. ●
Feito por Andressa Gomes
Para o Sarau do CEMSO de 2014
1ºB
57. Quem vê, Senhora, claro e
manifesto
O lindo ser de vossos olhos belos,
Se não perder a vista só em vê-los,
Já não paga o que deve a vosso
gesto.
Este me parecia preço honesto;
Mas eu, por de vantagem
merecê-los,
Dei mais a vida e alma por
querê-los,
Donde já não me fica mais de
resto.
58. Assim que a vida e alma e
esperança,
E tudo quanto tenho, tudo é
vosso,
E o proveito disso eu só o levo.
Porque é tamanha bem-aventurança
O dar-vos quanto tenho e quanto
posso,
Que, quanto mais vos pago, mais
vos devo.
60. Amor é fogo que arde sem se ver
Luís Vaz de Camões
61. Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que
bem querer;
é um andar solitário entre a
gente;
é nunca contentar-se de
contente;
é um cuidar que ganha em se
perder.
62. É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata,
lealdade.
Mas como causar pode
seu favor
nos corações humanos
amizade,
se tão contrário a si é o
mesmo Amor?
63. Feito por Caio Santos Pereira
Para Projeto Sarau do CEMSO de 2014
1°B
65. NA FONTE ESTÁ LIANOR
LAVANDO A TALHA E
CHORANDO,
ÀS AMIGAS PERGUNTANDO:
- VISTES LÁ O MEU AMOR?
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
66. O ROSTO SOBRE UMA MÃO,
OS OLHOS NO CHÃO
PREGADOS,
QUE, DO CHORAR JÁ
CANSADOS,
ALGUM DESCANSO LHE DÃO.
DESTA SORTE LIANOR
SUSPENDE DE QUANDO EM
QUANDO
SUA DOR; E, EM SI TORNANDO,
MAIS PESADA SENTE A DOR.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
67. FEITO POR EDUARDA CARVALHO
SILVEIRA
PARA PROJETO SARAU DO
CEMSO DE 2014
1ºANO B
68.
69. Busque Amor novas artes, novo
engenho,
para matar me, e novas
esquivanças;
que não pode tirar me as
esperanças,
que mal me tirará o que eu não
tenho.
Olhai de que esperanças me
mantenho!
Vede que perigosas
seguranças!
Que não temo contrastes nem
mudanças,
andando em bravo mar, perdido
o lenho.
Mas, conquanto não pode haver
desgosto
onde esperança falta, lá me
esconde
Amor um mal, que mata e não
se vê.
Que dias há que n'alma me tem
posto
um não sei quê, que nasce não
sei onde,
vem não sei como, e dói não sei
porquê.
70. Feito por Gabriella Maria Marinho Mesquita Pinheiro
Para Projeto Sarau do CEMSO de 2014
1ª B
78. De quantas graças
tinha, a Natureza
Fez um belo e
riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas,
neve e ouro,
Formou sublime e
angélica beleza.
79. Pôs na boca os rubis, e
na pureza
Do belo rosto as rosas,
por quem mouro;
No cabelo o valor do
metal louro;
No peito a neve em que
a alma tenho acesa.
80. Mas nos olhos mostrou
quanto podia,
E fez deles um sol,
onde se apura
A luz mais clara que a
do claro dia.
81. Enfim, Senhora, em
vossa compostura
Ela a apurar chegou
quanto sabia
De ouro, rosas, rubis,
neve e luz pura.