SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
1) Os textos abaixo são letras de música de nosso tempo, cujas características relembram as cantigas
trovadorescas. Classifique-as de acordo com os tipos de cantiga estudadas.
Texto I
Meu amigo, meu herói
Oh meu amigo, meu herói
Oh como dói saber que a ti também corrói
A dor da solidão
Oh meu amado, minha luz
Descansa tua mão cansada sobre a minha
Sobre a minha mão
Gilberto Gil
________________________________
Texto II
Luís Inácio (300 picaretas)
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
[...]
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão
Rádio FM e televisão
Paralamas do Sucesso
_____________________________________
Texto III
Vossa Excelência
Estão nas mangas
Dos Senhores Ministros
Nas capas
Dos Senhores Magistrados
Nas golas
Dos Senhores Deputados
Nos fundilhos
Dos Senhores Vereadores
Nas perucas
Dos Senhores Senadores...
[...]
Senhores! Corrupto! Ladrão!...
Titãs
____________________________________
4) Os fragmentos textuais abaixo fazem parte das obras Senhor branco ou o indesejado das gentes, de
Paulo Roberto Sodré; Kitty aos 22: divertimento, de Reinaldo Santos Neves e O noviço, de Martins Pena,
leituras obrigatórias para o Vest-Ufes 2013. Leia-os com atenção e solucione as questões propostas.
TEXTO I
Choram pelo que tu levas.
Choram pelo que tu levas.
Riem pelo que deixas.
As ruas cheias de passos
esquecem teu itinerário
vazado em não e ruptura.
No café, no cais, na varanda,
o cortejo e suas flores sem tino.
Choram, riem, esperam
que teu dedo nunca os aponte.
( Senhor branco ou o indesejado das gentes, de Paulo Roberto Sodré
TEXTO II
[....]
Bruno teve pernas pra erguer-se mas não pra ir embora. Ficou ali, de pé, de sentinela. Viu Kitty descer a praia até o mar,
bela como uma estrela de cinema. Viu-a entrar n’água como uma náiade e abrir caminho por entre a camada de mar até
que a água lhe chegou ao busto; viu-a desaparecer num súbito mergulho, voltar à tona, nadar com braçadas elegantes
de lá pra cá, de cá pra lá.
[....]
(Kitty aos 22: divertimento, de Reinaldo Santos Neves)
TEXTO III
AMBRÓSIO — Senhores, denuncio-vos um criminoso.
MEIRINHO — É verdade que tenho aqui uma ordem contra um noviço...
MESTRE —... Que já de nada vale. (Prevenção.)
TODOS — O Padre-Mestre!
MESTRE (para Carlos) – Carlos, o Dom Abade julgou mais prudente que lá não voltásseis. Aqui tens a permissão por
ele assinada para saíres do convento.
CARLOS (abraçando-o) — Meu bom Padre-Mestre, este ato reconcilia-me com os frades.
(O noviço, de Martins Pena)
a) Classifique os trechos citados quanto ao gênero literário.
_______________________________________________________________________________
b) Os gêneros literários foram divididos em quatro categorias por Platão e Aristóteles. Qual o gênero
literário que não está presente nos trechos citados?
_______________________________________________________________________________
c) Os trechos citados pertencem às obras dos séculos XIX e XXI. Relacione isso à ausência do gênero
que você respondeu na questão anterior.
____________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
5) Com o auxílio da tradução, leia as seguintes cantigas trovadorescas para em seguida responder a
questão proposta.
Cantiga 1
Senhor do corpo delgado,
em forte pont’eu fui nado!
que nunca perdi cuidado
nem afam, dês que vos vi.
Em forte pont’eu fui nado,
Senhor, por vós e por mi!
Com est’afam tam alongado
em forte pont’eu fui nado!
que vos amo sem meu grado
e faço a vós pesar i.
Em forte pont’eu fui nado,
Senhor, pos vós e por mi!
Pero da Ponte
Tradução livre: Senhora do corpo delgado, / em má hora nasci! / porque nunca cuidado nem sofrimento, / desde que
vos vi. Em má hora nasci, / senhora, por vós e por mim! // Com este sofrimento tão prolongado / em má hora
nasci ! / já que vos amo sem ser correspondido / e vos faço sofrer. / Em hora etc. //
Cantiga 2
Bailemos agora, por Deus, ai velidas,
so aquestas avelaneiras frolidas
e quem for velida, como nós velidas,
s’ amig’ amar,
so aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar!
Bailemos agora, por Deus, ai loadas,
so aquestas avelaneiras granadas
e quem for loada, como nós loadas,
s’ amig’ amar,
so aquestas avelaneiras granadas
verrá bailar!
Joam Zorro
Tradução livre: Bailemos agora, por Deus, ai formosas, / sob estas avelaneiras floridas / e quem for
formosa, como nós formosas, / se amigo amar / sob estas avelaneiras floridas/ virá bailar. // Bailemos
agora, por Deus, ai louvadas, / sob estas avelaneiras granadas/ e quem for elogiada, como nós
elogiadas, / se amigo amar / sob estas avelaneiras granadas/ virá bailar.
Classifique as cantigas lidas, indicando características que as sustentem.
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
6) Leia o seguinte fragmento de uma cantiga do trovador Joam Garcia de Guilhade para em seguida
responder as questões que se seguem.
Ai, dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loari toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
loar: louvar, elogiar. sandia: louca
a) Loarei (louvarei) e loar (louvar) ganham, no contexto da cantiga, um sentido figurado. Qual é a
intenção do trovador ao utilizar este verbo?
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
b) Classifique essa cantiga, justificando sua resposta. 7) (Mack-SP) Assinale a alternativa incorreta com
respeito ao Trovadorismo em Portugal.
a) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.
b) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e o vassalo na sociedade feudal:
distância e extrema submissão.
c) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.
d) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre a poesia e a música.
e) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de
cancioneiros.
8) O soneto é uma das principais formas de composição poética, apresentando como principal
característica o ritmo e a musicalidade. Essa forma de composição pode ser classificada no seguinte
gênero literário:
a) Dramático, que se caracteriza ainda pela tragédia.
b) Épico, cujo maior exemplo é a obra Troia, de Homero.
c) Lírico, que também está presente em letras de música.
d) Dramático, que é uma subdivisão do gênero lírico.
e) Lírico, que se restringe a poemas do tipo soneto.
9) Os gêneros literários constituem modelos aos quais se deve submeter a criação artística. Deles não
se deve considerar como verdadeiro:
a) Segundo concepção clássica, são quatro os gêneros literários.
b) Embora a obra literária possa encerrar emoções diversas, podendo haver intersecção de elementos
líricos, narrativos e dramáticos, há sempre a prevalência de uma destas modalidades.
c) A criação poética, de caráter lírico, privilegiará os diálogos dos personagens.
d) Novelas, crônicas, romances e contos são espécies literárias de caráter narrativo.
e) O discurso literário é considerado dramático quando permite, em princípio, ser representado.
10) (Fuvest – SP) Observe atentamente o texto abaixo:
‘’Coube ao século XIX, a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a
edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaelis de Vasconcelos, tivemos a
grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto. ’’
Costa Pimpão
a) Qual é essa ‘’primeira época lírica’’ portuguesa de que nos fala Costa Pimpão?
______________________________________________________________________________
b) Que tipos de composições poéticas foram cultivadas nessa época?
1- Seguem-se abaixo, vários exemplos de Cantigas Trovadorescas. Classifique-as entre: amor, amigo, escárnio e maldizer e dê, pelo
menos, duas justificativas, que permitiram sua escolha
a)
No mundo não me sei parelha,
mentre me for’ como me vai
cá já moiro por vós – e aí
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos vi em saia!
Mao dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a minha vida continuar como vai
porque morro por vós, e ai
minha senhora de pele alva e faces rosadas
quereis que vos descreva
quando vos vi sem roupa íntima
Maldito dia! me levantei!
que não vos via feia ( a vi mais bela)!
b)
Martim Gil, um omen vil
se quer de vós querelar;
que o mandastes atar
cruamente a um esteo,
dando-lhe açoutes bem mil;
aquesto, Martin Gil,
parece a todo mui feo.
Martin Gil, um homem vil
se quer briga brigar convosco
porque o mandastes atar
cruamente a um poste
dando-lhe milhares de chicotadas
estes, Martim Gil,
parece a todos muito feio
c)
Um tal ome* sei eu, ai bem-talhada,
que por vós tem a sa morte chegada;
vedes quen é seed’ em nembrada:
eu, mia dona.
Um tal ome sei eu que preto sente
de si chegada certamente;
vedes quen é e venha-vos em mente:
eu, mia dona.
Um tal homem sei eu, aí bem formosa
que por vós tem a sua morte chegada
vedes quem é, lembrai-vos:
eu, minha senhora
Um tal homem sei eu que perto sente
de si a morte chegada certamente
vedes quem é e tende em mente:
eu, minha senhora
d)
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo?
E ai Deus se verrá cedo!
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo?
Aí Deus, ele virá logo?
e)
Don Foão, que eu sei que á preço de livão,
vedes que fez en guerra – daquesto sôo certão:
sol que viu os genetes, come boi que fer tavão
sacudiu-se e revolveu-se, al-
çou rab’ e foi s a via a Portugal.
Dom Fulano, que eu sei que tem fama de covarde
vede o que fez durante a guerra – disto estou certo:
logo que viu os cavaleiros, como boi aferroado por um
moscão
sacudiu-se e revolveu-se,
levantou o rabo e fugiu para Portugal.
f)
Aquestas noites tan longas
que Deus fez em grave dia
por mi, por que as non dormiu,
e por que as non fazia
no tempo que meu amigo
soia falar comigo?
Estas noites tão longas
que Deus fez em penoso dia
por mim, por que as não fazia
no tempo que meu amigo
costumava falar comigo?
g)
Ay flores, ay flores do verde pinho, se sabedes novas do meu amigo?
Ay Deus, e u é?
Ay flores, ay flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ay Deus, e eu é?
Ai flores, ai flores do verde pinheiro,
sabeis novidades do meu amigo?
Ai Deus, onde ele está?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
sabeis novidades do meu amado?
Ai Deus, onde ele está?
h)
Ai dona fea! Fostes-vos queixar
porque nunca vos louv’em meu trobar,
mais ora quero fazer um cantar
en que vos loarei toda via.
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia.
Ai dona feia! Fostes reclamar
porque nunca vos elogio em minhas cantigas,
mas agora quero fazer um cantar
em que, contudo, vos louvarei toda a vida
dona feia, velha e louca.
2- A respeito das cantigas acima apresentadas, responda:
a) Destaque da cantiga A, um verso que contenha a vassalagem amorosa.
b) Quais cantigas apresentam refrão?
c) Qual é a reclamação feito a Deus na cantiga F?
3- (FUVEST-SP) Leia a cantiga abaixo e complete as lacunas:
Ay flores, ay flores do verde pinho,
se sabedes novas do meu amigo!
Ay Deus, e u é?
“Os versos acima pertencem a uma cantiga de _______________, característica do ________________ português, estética literária
dos séculos XII, XIII e XIV.
Leia, a seguir, uma cantiga de amigo, do trovador Fernando Esguio, que viveu entre os séculos XIII e XIV.
Vaiamos, irmãa, vaiamos dormir
(en) nas ribas do lago, u eu andar vi
a las aves meu amigo.
Vaiamos, irmãa, vaiamos folgar
(en) nas ribas do lago, u eu vi andar
a las aves meu amigo.
Em nas ribas do lago, u eu andar vi,
seu arco na maão a lãs aves ferir
a lãs aves meu amigo.
Em nas ribas do lago, u eu vi andar,
seu arco na maão a lãs aves tirar
a lãs aves meu amigo.
Seu arco na mãao as aves ferir,
a las que cantavam leixa-las guarir
a lãs aves meu amigo.
Seu arco na mãao as aves tirar,
a las que cantavam non nas quer matar,
a lãs aves meu amigo.
Vamos, irmã, vamos dormir
Na beira do lago onde eu andar vi
As aves do meu amigo
Vamos, irmã, vamos descansar
Na beira do lago onde eu vi andar
As aves do meu amigo
Na beira do lago, onde eu andar vi,
Seu arco na mão a ferir as aves
As aves do meu amigo.
Na beira do lago, onde eu vi andar
Seu arco na mão a atirar nas aves
As aves do meu amigo.
Seu arco na mão a ferir nas aves
As que cantavam, deixava-as salvarem-se,
As aves do meu amigo.
Seu arco na mão a atirar nas aves
As que cantavam, não as quer matar,
As aves do meu amigo.
1- Na época, era comum as pessoas irem à beira do lago, nas tardes quentes, para refrescar-s. Nessa cantiga, entretanto, é possível depreender outro
interesse por parte do eu-lírico. Qual é esse interesse?
2- Ao referir-se ao namorado, o eu-lírico destaca as qualidade da pessoa amada, especialmente sua bondade. Explique: em que consiste essa
bondade?
3- A repetição constantes de versos confere maior ritmo e musicalidade ao texto. Por outro lado, você observa maior profundidade ou maior
superficialidade de idéias e sentimentos?
4- Na cantiga, o eu-lírico é uma moça que se dirige a uma irmã, fazendo-lhe um convite. Que convite é esse?
5- Seguem-se abaixo, vários exemplos de Cantigas Trovadorescas. Classifique-as entre: amor, amigo, escárnio e maldizer e dê, pelo menos, duas
justificativas, que permitiram sua escolha
a)
Quer’eu em maneira de proença!
fazer agora um cantar d’amor
e querrei muit’i loar mia senhor
a que prez nem fremosura nom fal,
nem bondade; e mais vos direi ém:
tanto a fez Deus comprida de bem
que mais que todas las do mundo val.
Quero à moda provençal
fazer agora um cantar de amor,
e quererei muito aí louvar minha senhora
a quem honra nem formosura não faltam
nem bondade; e mais vos direi sobre ela:
Deus a fez tão cheia de qualidades
que ela mais que todas do mundo.
b)
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi á jurado!
Ai Deus, e u é?
Se sabeis novidades do meu amigo,
Aquele que mentiu sobre o que prometeu a mim!
Ai Deus, e onde ele está?
Se sabeis novidades do meu amado,
Aquele que mentiu sobre o que tinha me jurado!
Ai Deus, e onde ele está?
c)
De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade
de quantas outras eno mundo sei;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade[...]
Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa estupidez
do que a de quantas outras conheço no mundo
tanto na feiúra quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.
I - “CANTAR D’AMIGO”
Vi eu, mia madr’, andar
as barcas eno mar:
e moiro-me d’amor.
Fui eu, madre, veer
as barcas eno ler (1):
e moiro-me d’amor.
As barcas eno mar
a foi-las aguardar:
e moiro-me d’amor
As barcas eno ler
E foi-las atender (2)
e moiro-me d’amor
E foi-las aguardar
e non o pud’achar:
e moiro-me d’amor.
(Nuno Fernandes Torneol)
1. praia; 2. esperar.
II - “CANTIGAS SATÍRICAS”
Ai, dona fea, foste-vos queixar
porque vos nunca louv’-en meu trobar
mais ora quero fazer un cantar
en que vos loarei toda via (1),
e vedes como vos quero loar
dona fea, velha e sandia (2).
(João Garcia de Guilhade)
1. para sempre;
2. louca, demente;
3. que eu a louve por este motivo;
4. porém, todavia.
Meu senhor arcebispo, and’eu escomungado
porque fiz lealdade; enganou-me o pecado (1)!
Soltade-m’, ai (2), senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
Se traiçon fezesse, nunca vo-la diria;
mais (3) pois fiz lealdade, vel (4) por Santa Maria,
soltade-m’, ai, senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
Per mia maleventura tive hun en Sousa
e dei-o a seu don’ e tenho que fiz gran cousa (5).
Soltade-m’ ai, senhor, e jurarei, mandado
que seja traëdor.
Por meus negros pecados tive hun castelo forte
e dei-o a seu don’, e hei medo da morte.
Soltad-m’, ai, senhor, mandado
que seja traëdor.
(Diego Pezelho)
1. o demônio enganou-me;
2. absolvei-me, ai;
3. mas;
4. oh!, ah!, ai! (segundo Rodrigues Lapa);
5. parece-me ter cometido um ato grave
1) Identifique as principais características dos três textos analisando suas diferenças.
2) Faça um estudo do eu-lírico nas cantigas acima e explique esse tipo de produção literária da época medieval.
“Rui Queimado morreu con amor
en seus cantares, por Sancta Maria
por ua dona que gran ben queria,
e, por se meter por mais trovador,
porque lh’ela non quis [o] ben fazer(1),
fez - s’el en seus cantares morrer,
mas ressurgiu depois ao tercer dia!
Esto fez el por ua sa senhor
que quer gran ben, e mais vos en diria:
porque cuida que faz i maestria (2),
enos cantares que fez sabor(3)
de morrer i e desi d’ar viver (4);
esto faz el que x’o pode fazer,
mas outr’omem per ren non [n] o faria.
1. porque ela não lhe quis atender as súplicas;
2. porque ele imagina que tem talento;
3. a gosto, satisfeito;
4. de aí morrer e, mais tarde, reviver.
3) A cantiga anterior é de autoria de Pedro Maria Burgalês. Por suas características e conteúdo, ela é uma cantiga:
a) de amigo;
b) de escárnio;
c) de amor;
d) de maldizer;
e) n.d.a.
4) Fazem parte da prosa trovadoresca em Portugal:
a) as hagiografias e as cantigas de maldizer;
b) os livros de linhagem e os cronicões;
c) as novelas de cavalaria e os romances;
d) os cronicões e as crônicas;
e) os livros de linhagem e os sonetos.
5) Assinale a alternativa incorreta:
a) Na cantiga de amigo, o “eu-lírico” feminino lamenta a ausência do amigo distante;
b) Na cantiga de escárnio, a sátira é feita indiretamente e usam-se a ironia e as ambigüidades;
c) Na cantiga de maldizer, o erotismo pode estar presente;
d) Na cantiga de amor, o apelo erótico é purificado e ocorre a idealização do amor;
e) Na cantiga de amigo, usa-se o refrão, mas não existe paralelismo.
6. A que se deveu a visão teocêntrica de mundo durante o Trovadorismo?
7. Qual é o nome do sistema socioeconômico vigente à época desse movimento em Portugal?
8. Quais as datas de início e término do Trovadorismo em Portugal? Que fatos marcaram tais datas?
9. Qual era a métrica empregada nas cantigas medievais? Em que idioma elas eram escritas?
10. Por que a poesia se desenvolveu mais do que a prosa na primeira fase da era medieval em Portugal?
GALAAZ
[...] Pois que se ambos os cavaleiros deitarom em ua câmara, a donzela, que bem cuidava que já dormiam e que
sabia o leito de Galaaz, saio de seu leito em camisa, emepro mui vergonhosa e com grã pesar de que havia de
fazer contra sua vontade o que lhe amor mandava, Ca por sua má ventura tinha a donzela de rogar o caveleiro. E
pois ela veio câmara u eles jaziam, entrou dentro e foi tam espantada que eu nom soube o que fazer. E pero
tomou em seu primeiro pensar que lhe o amor aconselhava, e esforçou-se tanto contra sua vontade, que foi a
Galaaz e ergueo o cobertor e deitou-se a cabo dele. E Galaaz, que dormia mui feramente pelo trabalho que
houvera, nom se espertou.}
Quando a donzela viu que dormia, nom soube o que fizesse, Ca, se o espertasse, teria-a por sandia e que assi soia
fazer aos outros que i vinham; e haveria ende maior espanto e maior sanha, quando visse que se assi desnudava
sem rogo.
COMPREENSÃO DO TEXTO
1- Por que a donzela temia despertar a ira de Galaaz, deitando-se em sua cama?
2- Que tipo de sentimento a donzela experimentara enquanto se dirigia ao quarto de Galaaz?
3- Que reação ela temia por parte de Galaaz?
4- A que ciclo pertence a novela de cavalaria A demanda do Santo Graal?
01. No inicio do século XIII, a intransigência religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores,
mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia ocidental com a beleza melódica e a delicadeza
emocional de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do amor e da mulher.
a) Verdadeiro
b) Falso
02. A canção associava o amor-elevação, puro, nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico;
a alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos.
a) Verdadeiro
b) Falso
03. Assinale a afirmação falsa:
a) O judeu Maimônides e o islamista Averróis são expressões do que as culturas dominadas produziram
de mais significativo na Península Ibérica
b) A cultura portuguesa, no século XII, conciliava três matrizes contraditórias: a católica, a islâmica e
a hebraica
c) Pode-se dizer que a cultura portuguesa esteve desde seu início assentada na diversidade e na
contradição, do que resultaram alguns de seus traços positivos (miscibilidade, aclimatabilidade etc.) e
negativos (tendência ao ceticismo quanto a idéias, desconfiança etc.
d) A cultura católica, técnica e literariamente superior às culturas islâmica e hebraica, impôs-se
naturalmente desde os primórdios da formação de Portugal
e) A expulsão dos mouros e judeus e a Inquisição foram os aspectos mais dramáticos da destruição
sistemática que a cultura triunfante impôs às culturas opostas
04. O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn
e aufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga
e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e
associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra
Pound.
a) Verdadeiro
b) Falso
05. A Provença, região sul da França, chamada Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras
manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua
inspiração poética e musical
a) Verdadeiro
b) Falso
06. A língua portuguesa não é falada:
a) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca
b) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola
e em Moçambique
c) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima da Oceania, mas que os mapas geopolíticos
atuais incorporam ao Sudeste Asiático
d) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira
e) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias
07. Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco,
voltado para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no norte predominava o espírito
guerreiro, épico, que celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria medieval.
a) Verdadeiro
b) Falso
08. A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha,
em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma
mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram.
a) Verdadeiro
b) Falso
09. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer:
a) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade,
adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas),
os próprios poetas (trovadores e jograis eram freqüentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e
a própria arte de trovar
b) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego-
portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura
(institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de
a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade
c) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa
atingida
d) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam
a obrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores
e) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade
do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambigüidade e da ironia, ausentes na cantiga
de maldizer.
10. Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e
à coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar
do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística
a) Verdadeiro
b) Falso
01 - A 02 - A 03 - D 04 - A 05 - A
06 - E 07 - A 08 - A 09 - C 10 - A
04. O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn
e aufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga
e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e
associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra
Pound.
a) Verdadeiro
b) Falso
05. A Provença, região sul da França, chamada Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras
manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua
inspiração poética e musical
a) Verdadeiro
b) Falso
06. A língua portuguesa não é falada:
a) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca
b) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola
e em Moçambique
c) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima da Oceania, mas que os mapas geopolíticos
atuais incorporam ao Sudeste Asiático
d) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira
e) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias
07. Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco,
voltado para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no norte predominava o espírito
guerreiro, épico, que celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria medieval.
a) Verdadeiro
b) Falso
08. A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha,
em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma
mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram.
a) Verdadeiro
b) Falso
09. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer:
a) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade,
adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas),
os próprios poetas (trovadores e jograis eram freqüentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e
a própria arte de trovar
b) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego-
portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura
(institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de
a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade
c) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa
atingida
d) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam
a obrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores
e) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade
do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambigüidade e da ironia, ausentes na cantiga
de maldizer.
10. Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e
à coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar
do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística
a) Verdadeiro
b) Falso
01 - A 02 - A 03 - D 04 - A 05 - A
06 - E 07 - A 08 - A 09 - C 10 - A

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Poetas do séc.xx Sophia de Mello Breyner
Poetas do séc.xx  Sophia de Mello BreynerPoetas do séc.xx  Sophia de Mello Breyner
Poetas do séc.xx Sophia de Mello Breyner
Rosário Cunha
 
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdfFicha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
elisimcar
 
8ºano cn teste fatores abióticos
8ºano cn teste fatores abióticos8ºano cn teste fatores abióticos
8ºano cn teste fatores abióticos
silvia_lfr
 
Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
heleira02
 
Teste origem e evolução da lp
Teste  origem e evolução da  lpTeste  origem e evolução da  lp
Teste origem e evolução da lp
Cristina Seiça
 

Mais procurados (20)

Mapa mundo 9 caderno de apoio ao professor
Mapa mundo 9   caderno de apoio ao professorMapa mundo 9   caderno de apoio ao professor
Mapa mundo 9 caderno de apoio ao professor
 
Poetas do séc.xx Sophia de Mello Breyner
Poetas do séc.xx  Sophia de Mello BreynerPoetas do séc.xx  Sophia de Mello Breyner
Poetas do séc.xx Sophia de Mello Breyner
 
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdfFicha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
Ficha avaliação módulo 9 f.pessoa_heterónimo.pdf
 
Ciências Naturais 8º Ficha de preparação para o segundo teste
Ciências Naturais 8º Ficha de preparação para o segundo testeCiências Naturais 8º Ficha de preparação para o segundo teste
Ciências Naturais 8º Ficha de preparação para o segundo teste
 
Ficha 3 funções sintáticas
Ficha 3 funções sintáticasFicha 3 funções sintáticas
Ficha 3 funções sintáticas
 
Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»
 
Ficha ava 1a
Ficha ava 1aFicha ava 1a
Ficha ava 1a
 
Avaliação 8º ano
Avaliação 8º anoAvaliação 8º ano
Avaliação 8º ano
 
Mensagem
MensagemMensagem
Mensagem
 
Caderno de-apoio-ao-professor
Caderno de-apoio-ao-professorCaderno de-apoio-ao-professor
Caderno de-apoio-ao-professor
 
Asa novos percprof_teste mod.5
Asa novos percprof_teste mod.5Asa novos percprof_teste mod.5
Asa novos percprof_teste mod.5
 
Teste diagnã“stico do 8⺠ano[1]
Teste diagnã“stico do 8⺠ano[1]Teste diagnã“stico do 8⺠ano[1]
Teste diagnã“stico do 8⺠ano[1]
 
8ºano cn teste fatores abióticos
8ºano cn teste fatores abióticos8ºano cn teste fatores abióticos
8ºano cn teste fatores abióticos
 
Cantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizerCantigas de escárnio e maldizer
Cantigas de escárnio e maldizer
 
11841757 teste-geografia-populacao-8º-ano (1)
11841757 teste-geografia-populacao-8º-ano (1)11841757 teste-geografia-populacao-8º-ano (1)
11841757 teste-geografia-populacao-8º-ano (1)
 
1.o teste 7.o_b
1.o teste 7.o_b1.o teste 7.o_b
1.o teste 7.o_b
 
Teste origem e evolução da lp
Teste  origem e evolução da  lpTeste  origem e evolução da  lp
Teste origem e evolução da lp
 
Saresp 2010
Saresp 2010Saresp 2010
Saresp 2010
 
Prova de artes 3º ano
Prova de artes   3º anoProva de artes   3º ano
Prova de artes 3º ano
 
Matriz teste
Matriz testeMatriz teste
Matriz teste
 

Semelhante a Trovadorismo

Exercícios especiais literatura 2
Exercícios especiais literatura 2Exercícios especiais literatura 2
Exercícios especiais literatura 2
Sergio Proença
 
Avaliação de literatura1
Avaliação de literatura1Avaliação de literatura1
Avaliação de literatura1
Kênia Machado
 
Exercício literatura professor alexandre
 Exercício literatura   professor alexandre Exercício literatura   professor alexandre
Exercício literatura professor alexandre
tamandarealfamanha
 

Semelhante a Trovadorismo (20)

03i1pdf
03i1pdf03i1pdf
03i1pdf
 
Romantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilRomantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasil
 
Revisão poesia romântica brasileira
Revisão poesia romântica brasileiraRevisão poesia romântica brasileira
Revisão poesia romântica brasileira
 
Avaliacao literatura 2 bimestre 1
Avaliacao literatura 2 bimestre 1Avaliacao literatura 2 bimestre 1
Avaliacao literatura 2 bimestre 1
 
Avaliacao literatura 2 bimestre
Avaliacao literatura 2 bimestreAvaliacao literatura 2 bimestre
Avaliacao literatura 2 bimestre
 
Avaliação literatura 2° bimestre
Avaliação literatura 2° bimestreAvaliação literatura 2° bimestre
Avaliação literatura 2° bimestre
 
Romantismo slide
Romantismo   slideRomantismo   slide
Romantismo slide
 
Gênero Lírico - Conceito, exemplificação e exercícios resolvidos
Gênero Lírico - Conceito, exemplificação e exercícios resolvidosGênero Lírico - Conceito, exemplificação e exercícios resolvidos
Gênero Lírico - Conceito, exemplificação e exercícios resolvidos
 
Revisão (ii)
Revisão (ii)Revisão (ii)
Revisão (ii)
 
Literatura 1º-ano
Literatura 1º-anoLiteratura 1º-ano
Literatura 1º-ano
 
Avaliaçãoii unidade
Avaliaçãoii unidadeAvaliaçãoii unidade
Avaliaçãoii unidade
 
Avaliação multimídia da 2001
Avaliação multimídia da 2001Avaliação multimídia da 2001
Avaliação multimídia da 2001
 
Avaliação mensal 2col2bi
Avaliação mensal 2col2biAvaliação mensal 2col2bi
Avaliação mensal 2col2bi
 
Revisão (ii)
Revisão (ii)Revisão (ii)
Revisão (ii)
 
Provas gabarito-unicap-2014-1.
Provas gabarito-unicap-2014-1.Provas gabarito-unicap-2014-1.
Provas gabarito-unicap-2014-1.
 
3ª serie literatura avaliação
3ª serie literatura avaliação3ª serie literatura avaliação
3ª serie literatura avaliação
 
Exercícios especiais literatura 2
Exercícios especiais literatura 2Exercícios especiais literatura 2
Exercícios especiais literatura 2
 
ROMANTISMO
ROMANTISMOROMANTISMO
ROMANTISMO
 
Avaliação de literatura1
Avaliação de literatura1Avaliação de literatura1
Avaliação de literatura1
 
Exercício literatura professor alexandre
 Exercício literatura   professor alexandre Exercício literatura   professor alexandre
Exercício literatura professor alexandre
 

Último

O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
azulassessoria9
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 

Último (20)

Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdfAula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
Aula prática JOGO-Regencia-Verbal-e-Nominal.pdf
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .pptAula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
Aula 1 - Psicologia Cognitiva, aula .ppt
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 

Trovadorismo

  • 1. 1) Os textos abaixo são letras de música de nosso tempo, cujas características relembram as cantigas trovadorescas. Classifique-as de acordo com os tipos de cantiga estudadas. Texto I Meu amigo, meu herói Oh meu amigo, meu herói Oh como dói saber que a ti também corrói A dor da solidão Oh meu amado, minha luz Descansa tua mão cansada sobre a minha Sobre a minha mão Gilberto Gil ________________________________ Texto II Luís Inácio (300 picaretas) Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou São trezentos picaretas com anel de doutor Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou São trezentos picaretas com anel de doutor Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou [...] Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez O congresso continua a serviço de vocês Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena De exemplo em exemplo aprendemos a lição Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão De rádio FM e de televisão Rádio FM e televisão Paralamas do Sucesso _____________________________________ Texto III Vossa Excelência Estão nas mangas Dos Senhores Ministros Nas capas Dos Senhores Magistrados Nas golas Dos Senhores Deputados Nos fundilhos Dos Senhores Vereadores Nas perucas Dos Senhores Senadores... [...] Senhores! Corrupto! Ladrão!... Titãs ____________________________________ 4) Os fragmentos textuais abaixo fazem parte das obras Senhor branco ou o indesejado das gentes, de Paulo Roberto Sodré; Kitty aos 22: divertimento, de Reinaldo Santos Neves e O noviço, de Martins Pena, leituras obrigatórias para o Vest-Ufes 2013. Leia-os com atenção e solucione as questões propostas. TEXTO I Choram pelo que tu levas. Choram pelo que tu levas. Riem pelo que deixas. As ruas cheias de passos esquecem teu itinerário vazado em não e ruptura. No café, no cais, na varanda,
  • 2. o cortejo e suas flores sem tino. Choram, riem, esperam que teu dedo nunca os aponte. ( Senhor branco ou o indesejado das gentes, de Paulo Roberto Sodré TEXTO II [....] Bruno teve pernas pra erguer-se mas não pra ir embora. Ficou ali, de pé, de sentinela. Viu Kitty descer a praia até o mar, bela como uma estrela de cinema. Viu-a entrar n’água como uma náiade e abrir caminho por entre a camada de mar até que a água lhe chegou ao busto; viu-a desaparecer num súbito mergulho, voltar à tona, nadar com braçadas elegantes de lá pra cá, de cá pra lá. [....] (Kitty aos 22: divertimento, de Reinaldo Santos Neves) TEXTO III AMBRÓSIO — Senhores, denuncio-vos um criminoso. MEIRINHO — É verdade que tenho aqui uma ordem contra um noviço... MESTRE —... Que já de nada vale. (Prevenção.) TODOS — O Padre-Mestre! MESTRE (para Carlos) – Carlos, o Dom Abade julgou mais prudente que lá não voltásseis. Aqui tens a permissão por ele assinada para saíres do convento. CARLOS (abraçando-o) — Meu bom Padre-Mestre, este ato reconcilia-me com os frades. (O noviço, de Martins Pena) a) Classifique os trechos citados quanto ao gênero literário. _______________________________________________________________________________ b) Os gêneros literários foram divididos em quatro categorias por Platão e Aristóteles. Qual o gênero literário que não está presente nos trechos citados? _______________________________________________________________________________ c) Os trechos citados pertencem às obras dos séculos XIX e XXI. Relacione isso à ausência do gênero que você respondeu na questão anterior. ____________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 5) Com o auxílio da tradução, leia as seguintes cantigas trovadorescas para em seguida responder a questão proposta. Cantiga 1 Senhor do corpo delgado, em forte pont’eu fui nado! que nunca perdi cuidado nem afam, dês que vos vi. Em forte pont’eu fui nado, Senhor, por vós e por mi! Com est’afam tam alongado em forte pont’eu fui nado! que vos amo sem meu grado e faço a vós pesar i. Em forte pont’eu fui nado, Senhor, pos vós e por mi! Pero da Ponte Tradução livre: Senhora do corpo delgado, / em má hora nasci! / porque nunca cuidado nem sofrimento, / desde que vos vi. Em má hora nasci, / senhora, por vós e por mim! // Com este sofrimento tão prolongado / em má hora nasci ! / já que vos amo sem ser correspondido / e vos faço sofrer. / Em hora etc. // Cantiga 2 Bailemos agora, por Deus, ai velidas, so aquestas avelaneiras frolidas e quem for velida, como nós velidas, s’ amig’ amar, so aquestas avelaneiras frolidas verrá bailar! Bailemos agora, por Deus, ai loadas, so aquestas avelaneiras granadas e quem for loada, como nós loadas,
  • 3. s’ amig’ amar, so aquestas avelaneiras granadas verrá bailar! Joam Zorro Tradução livre: Bailemos agora, por Deus, ai formosas, / sob estas avelaneiras floridas / e quem for formosa, como nós formosas, / se amigo amar / sob estas avelaneiras floridas/ virá bailar. // Bailemos agora, por Deus, ai louvadas, / sob estas avelaneiras granadas/ e quem for elogiada, como nós elogiadas, / se amigo amar / sob estas avelaneiras granadas/ virá bailar. Classifique as cantigas lidas, indicando características que as sustentem. ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6) Leia o seguinte fragmento de uma cantiga do trovador Joam Garcia de Guilhade para em seguida responder as questões que se seguem. Ai, dona fea, fostes-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loari toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! loar: louvar, elogiar. sandia: louca a) Loarei (louvarei) e loar (louvar) ganham, no contexto da cantiga, um sentido figurado. Qual é a intenção do trovador ao utilizar este verbo? ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) Classifique essa cantiga, justificando sua resposta. 7) (Mack-SP) Assinale a alternativa incorreta com respeito ao Trovadorismo em Portugal. a) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino. b) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e o vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão. c) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas. d) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre a poesia e a música. e) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros. 8) O soneto é uma das principais formas de composição poética, apresentando como principal característica o ritmo e a musicalidade. Essa forma de composição pode ser classificada no seguinte gênero literário: a) Dramático, que se caracteriza ainda pela tragédia. b) Épico, cujo maior exemplo é a obra Troia, de Homero. c) Lírico, que também está presente em letras de música. d) Dramático, que é uma subdivisão do gênero lírico. e) Lírico, que se restringe a poemas do tipo soneto. 9) Os gêneros literários constituem modelos aos quais se deve submeter a criação artística. Deles não se deve considerar como verdadeiro: a) Segundo concepção clássica, são quatro os gêneros literários. b) Embora a obra literária possa encerrar emoções diversas, podendo haver intersecção de elementos líricos, narrativos e dramáticos, há sempre a prevalência de uma destas modalidades. c) A criação poética, de caráter lírico, privilegiará os diálogos dos personagens. d) Novelas, crônicas, romances e contos são espécies literárias de caráter narrativo. e) O discurso literário é considerado dramático quando permite, em princípio, ser representado. 10) (Fuvest – SP) Observe atentamente o texto abaixo: ‘’Coube ao século XIX, a descoberta surpreendente da nossa primeira época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaelis de Vasconcelos, tivemos a grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto. ’’ Costa Pimpão a) Qual é essa ‘’primeira época lírica’’ portuguesa de que nos fala Costa Pimpão? ______________________________________________________________________________
  • 4. b) Que tipos de composições poéticas foram cultivadas nessa época? 1- Seguem-se abaixo, vários exemplos de Cantigas Trovadorescas. Classifique-as entre: amor, amigo, escárnio e maldizer e dê, pelo menos, duas justificativas, que permitiram sua escolha a) No mundo não me sei parelha, mentre me for’ como me vai cá já moiro por vós – e aí mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia quando vos vi em saia! Mao dia me levantei, Que vos enton non vi fea! No mundo ninguém se assemelha a mim enquanto a minha vida continuar como vai porque morro por vós, e ai minha senhora de pele alva e faces rosadas quereis que vos descreva quando vos vi sem roupa íntima Maldito dia! me levantei! que não vos via feia ( a vi mais bela)! b) Martim Gil, um omen vil se quer de vós querelar; que o mandastes atar cruamente a um esteo, dando-lhe açoutes bem mil; aquesto, Martin Gil, parece a todo mui feo. Martin Gil, um homem vil se quer briga brigar convosco porque o mandastes atar cruamente a um poste dando-lhe milhares de chicotadas estes, Martim Gil, parece a todos muito feio c) Um tal ome* sei eu, ai bem-talhada, que por vós tem a sa morte chegada; vedes quen é seed’ em nembrada: eu, mia dona. Um tal ome sei eu que preto sente de si chegada certamente; vedes quen é e venha-vos em mente: eu, mia dona. Um tal homem sei eu, aí bem formosa que por vós tem a sua morte chegada vedes quem é, lembrai-vos: eu, minha senhora Um tal homem sei eu que perto sente de si a morte chegada certamente vedes quem é e tende em mente: eu, minha senhora d) Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo? E ai Deus se verrá cedo! Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo? Aí Deus, ele virá logo? e) Don Foão, que eu sei que á preço de livão, vedes que fez en guerra – daquesto sôo certão: sol que viu os genetes, come boi que fer tavão sacudiu-se e revolveu-se, al- çou rab’ e foi s a via a Portugal. Dom Fulano, que eu sei que tem fama de covarde vede o que fez durante a guerra – disto estou certo: logo que viu os cavaleiros, como boi aferroado por um moscão sacudiu-se e revolveu-se, levantou o rabo e fugiu para Portugal. f) Aquestas noites tan longas que Deus fez em grave dia por mi, por que as non dormiu, e por que as non fazia no tempo que meu amigo soia falar comigo? Estas noites tão longas que Deus fez em penoso dia por mim, por que as não fazia no tempo que meu amigo costumava falar comigo? g) Ay flores, ay flores do verde pinho, se sabedes novas do meu amigo?
  • 5. Ay Deus, e u é? Ay flores, ay flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! Ay Deus, e eu é? Ai flores, ai flores do verde pinheiro, sabeis novidades do meu amigo? Ai Deus, onde ele está? Ai flores, ai flores do verde ramo, sabeis novidades do meu amado? Ai Deus, onde ele está? h) Ai dona fea! Fostes-vos queixar porque nunca vos louv’em meu trobar, mais ora quero fazer um cantar en que vos loarei toda via. E vedes como vos quero loar: Dona fea, velha e sandia. Ai dona feia! Fostes reclamar porque nunca vos elogio em minhas cantigas, mas agora quero fazer um cantar em que, contudo, vos louvarei toda a vida dona feia, velha e louca. 2- A respeito das cantigas acima apresentadas, responda: a) Destaque da cantiga A, um verso que contenha a vassalagem amorosa. b) Quais cantigas apresentam refrão? c) Qual é a reclamação feito a Deus na cantiga F? 3- (FUVEST-SP) Leia a cantiga abaixo e complete as lacunas: Ay flores, ay flores do verde pinho, se sabedes novas do meu amigo! Ay Deus, e u é? “Os versos acima pertencem a uma cantiga de _______________, característica do ________________ português, estética literária dos séculos XII, XIII e XIV. Leia, a seguir, uma cantiga de amigo, do trovador Fernando Esguio, que viveu entre os séculos XIII e XIV. Vaiamos, irmãa, vaiamos dormir (en) nas ribas do lago, u eu andar vi a las aves meu amigo. Vaiamos, irmãa, vaiamos folgar (en) nas ribas do lago, u eu vi andar a las aves meu amigo. Em nas ribas do lago, u eu andar vi, seu arco na maão a lãs aves ferir a lãs aves meu amigo. Em nas ribas do lago, u eu vi andar, seu arco na maão a lãs aves tirar a lãs aves meu amigo. Seu arco na mãao as aves ferir, a las que cantavam leixa-las guarir a lãs aves meu amigo. Seu arco na mãao as aves tirar, a las que cantavam non nas quer matar, a lãs aves meu amigo. Vamos, irmã, vamos dormir Na beira do lago onde eu andar vi As aves do meu amigo Vamos, irmã, vamos descansar Na beira do lago onde eu vi andar As aves do meu amigo Na beira do lago, onde eu andar vi, Seu arco na mão a ferir as aves As aves do meu amigo. Na beira do lago, onde eu vi andar Seu arco na mão a atirar nas aves As aves do meu amigo. Seu arco na mão a ferir nas aves As que cantavam, deixava-as salvarem-se, As aves do meu amigo. Seu arco na mão a atirar nas aves As que cantavam, não as quer matar, As aves do meu amigo. 1- Na época, era comum as pessoas irem à beira do lago, nas tardes quentes, para refrescar-s. Nessa cantiga, entretanto, é possível depreender outro interesse por parte do eu-lírico. Qual é esse interesse? 2- Ao referir-se ao namorado, o eu-lírico destaca as qualidade da pessoa amada, especialmente sua bondade. Explique: em que consiste essa bondade? 3- A repetição constantes de versos confere maior ritmo e musicalidade ao texto. Por outro lado, você observa maior profundidade ou maior superficialidade de idéias e sentimentos? 4- Na cantiga, o eu-lírico é uma moça que se dirige a uma irmã, fazendo-lhe um convite. Que convite é esse? 5- Seguem-se abaixo, vários exemplos de Cantigas Trovadorescas. Classifique-as entre: amor, amigo, escárnio e maldizer e dê, pelo menos, duas justificativas, que permitiram sua escolha a) Quer’eu em maneira de proença! fazer agora um cantar d’amor e querrei muit’i loar mia senhor a que prez nem fremosura nom fal, nem bondade; e mais vos direi ém: tanto a fez Deus comprida de bem que mais que todas las do mundo val. Quero à moda provençal fazer agora um cantar de amor, e quererei muito aí louvar minha senhora
  • 6. a quem honra nem formosura não faltam nem bondade; e mais vos direi sobre ela: Deus a fez tão cheia de qualidades que ela mais que todas do mundo. b) Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi á jurado! Ai Deus, e u é? Se sabeis novidades do meu amigo, Aquele que mentiu sobre o que prometeu a mim! Ai Deus, e onde ele está? Se sabeis novidades do meu amado, Aquele que mentiu sobre o que tinha me jurado! Ai Deus, e onde ele está? c) De vós, senhor, quer’eu dizer verdade e nom ja sobr’[o] amor que vos ei: senhor, bem [moor] é vossa torpicidade de quantas outras eno mundo sei; assi de fea come de maldade nom vos vence oje senom filha dum rei [Eu] nom vos amo nem me perderei, u vos nom vir, por vós de soidade[...] Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade e não já sobre o amor que tenho por vós: senhora, bem maior é vossa estupidez do que a de quantas outras conheço no mundo tanto na feiúra quanto na maldade não vos vence hoje senão a filha de um rei Eu não vos amo nem me perderei de saudade por vós, quando não vos vir. I - “CANTAR D’AMIGO” Vi eu, mia madr’, andar as barcas eno mar: e moiro-me d’amor. Fui eu, madre, veer as barcas eno ler (1): e moiro-me d’amor. As barcas eno mar a foi-las aguardar: e moiro-me d’amor As barcas eno ler E foi-las atender (2) e moiro-me d’amor E foi-las aguardar e non o pud’achar: e moiro-me d’amor. (Nuno Fernandes Torneol) 1. praia; 2. esperar. II - “CANTIGAS SATÍRICAS” Ai, dona fea, foste-vos queixar porque vos nunca louv’-en meu trobar mais ora quero fazer un cantar en que vos loarei toda via (1), e vedes como vos quero loar dona fea, velha e sandia (2). (João Garcia de Guilhade) 1. para sempre; 2. louca, demente; 3. que eu a louve por este motivo; 4. porém, todavia. Meu senhor arcebispo, and’eu escomungado porque fiz lealdade; enganou-me o pecado (1)!
  • 7. Soltade-m’, ai (2), senhor, e jurarei, mandado que seja traëdor. Se traiçon fezesse, nunca vo-la diria; mais (3) pois fiz lealdade, vel (4) por Santa Maria, soltade-m’, ai, senhor, e jurarei, mandado que seja traëdor. Per mia maleventura tive hun en Sousa e dei-o a seu don’ e tenho que fiz gran cousa (5). Soltade-m’ ai, senhor, e jurarei, mandado que seja traëdor. Por meus negros pecados tive hun castelo forte e dei-o a seu don’, e hei medo da morte. Soltad-m’, ai, senhor, mandado que seja traëdor. (Diego Pezelho) 1. o demônio enganou-me; 2. absolvei-me, ai; 3. mas; 4. oh!, ah!, ai! (segundo Rodrigues Lapa); 5. parece-me ter cometido um ato grave 1) Identifique as principais características dos três textos analisando suas diferenças. 2) Faça um estudo do eu-lírico nas cantigas acima e explique esse tipo de produção literária da época medieval. “Rui Queimado morreu con amor en seus cantares, por Sancta Maria por ua dona que gran ben queria, e, por se meter por mais trovador, porque lh’ela non quis [o] ben fazer(1), fez - s’el en seus cantares morrer, mas ressurgiu depois ao tercer dia! Esto fez el por ua sa senhor que quer gran ben, e mais vos en diria: porque cuida que faz i maestria (2), enos cantares que fez sabor(3) de morrer i e desi d’ar viver (4); esto faz el que x’o pode fazer, mas outr’omem per ren non [n] o faria. 1. porque ela não lhe quis atender as súplicas; 2. porque ele imagina que tem talento; 3. a gosto, satisfeito; 4. de aí morrer e, mais tarde, reviver. 3) A cantiga anterior é de autoria de Pedro Maria Burgalês. Por suas características e conteúdo, ela é uma cantiga: a) de amigo; b) de escárnio; c) de amor; d) de maldizer; e) n.d.a. 4) Fazem parte da prosa trovadoresca em Portugal: a) as hagiografias e as cantigas de maldizer; b) os livros de linhagem e os cronicões; c) as novelas de cavalaria e os romances; d) os cronicões e as crônicas; e) os livros de linhagem e os sonetos.
  • 8. 5) Assinale a alternativa incorreta: a) Na cantiga de amigo, o “eu-lírico” feminino lamenta a ausência do amigo distante; b) Na cantiga de escárnio, a sátira é feita indiretamente e usam-se a ironia e as ambigüidades; c) Na cantiga de maldizer, o erotismo pode estar presente; d) Na cantiga de amor, o apelo erótico é purificado e ocorre a idealização do amor; e) Na cantiga de amigo, usa-se o refrão, mas não existe paralelismo. 6. A que se deveu a visão teocêntrica de mundo durante o Trovadorismo? 7. Qual é o nome do sistema socioeconômico vigente à época desse movimento em Portugal? 8. Quais as datas de início e término do Trovadorismo em Portugal? Que fatos marcaram tais datas? 9. Qual era a métrica empregada nas cantigas medievais? Em que idioma elas eram escritas? 10. Por que a poesia se desenvolveu mais do que a prosa na primeira fase da era medieval em Portugal? GALAAZ [...] Pois que se ambos os cavaleiros deitarom em ua câmara, a donzela, que bem cuidava que já dormiam e que sabia o leito de Galaaz, saio de seu leito em camisa, emepro mui vergonhosa e com grã pesar de que havia de fazer contra sua vontade o que lhe amor mandava, Ca por sua má ventura tinha a donzela de rogar o caveleiro. E pois ela veio câmara u eles jaziam, entrou dentro e foi tam espantada que eu nom soube o que fazer. E pero tomou em seu primeiro pensar que lhe o amor aconselhava, e esforçou-se tanto contra sua vontade, que foi a Galaaz e ergueo o cobertor e deitou-se a cabo dele. E Galaaz, que dormia mui feramente pelo trabalho que houvera, nom se espertou.} Quando a donzela viu que dormia, nom soube o que fizesse, Ca, se o espertasse, teria-a por sandia e que assi soia fazer aos outros que i vinham; e haveria ende maior espanto e maior sanha, quando visse que se assi desnudava sem rogo. COMPREENSÃO DO TEXTO 1- Por que a donzela temia despertar a ira de Galaaz, deitando-se em sua cama? 2- Que tipo de sentimento a donzela experimentara enquanto se dirigia ao quarto de Galaaz? 3- Que reação ela temia por parte de Galaaz? 4- A que ciclo pertence a novela de cavalaria A demanda do Santo Graal? 01. No inicio do século XIII, a intransigência religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores, mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia ocidental com a beleza melódica e a delicadeza emocional de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do amor e da mulher. a) Verdadeiro b) Falso 02. A canção associava o amor-elevação, puro, nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico; a alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos. a) Verdadeiro b) Falso 03. Assinale a afirmação falsa: a) O judeu Maimônides e o islamista Averróis são expressões do que as culturas dominadas produziram de mais significativo na Península Ibérica b) A cultura portuguesa, no século XII, conciliava três matrizes contraditórias: a católica, a islâmica e a hebraica c) Pode-se dizer que a cultura portuguesa esteve desde seu início assentada na diversidade e na contradição, do que resultaram alguns de seus traços positivos (miscibilidade, aclimatabilidade etc.) e negativos (tendência ao ceticismo quanto a idéias, desconfiança etc. d) A cultura católica, técnica e literariamente superior às culturas islâmica e hebraica, impôs-se naturalmente desde os primórdios da formação de Portugal e) A expulsão dos mouros e judeus e a Inquisição foram os aspectos mais dramáticos da destruição sistemática que a cultura triunfante impôs às culturas opostas
  • 9. 04. O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn e aufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra Pound. a) Verdadeiro b) Falso 05. A Provença, região sul da França, chamada Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua inspiração poética e musical a) Verdadeiro b) Falso 06. A língua portuguesa não é falada: a) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca b) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola e em Moçambique c) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima da Oceania, mas que os mapas geopolíticos atuais incorporam ao Sudeste Asiático d) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira e) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias 07. Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco, voltado para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no norte predominava o espírito guerreiro, épico, que celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria medieval. a) Verdadeiro b) Falso 08. A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram. a) Verdadeiro b) Falso 09. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer: a) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas (trovadores e jograis eram freqüentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar b) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura (institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade c) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida d) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam a obrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores e) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambigüidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer. 10. Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e à coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística a) Verdadeiro b) Falso 01 - A 02 - A 03 - D 04 - A 05 - A 06 - E 07 - A 08 - A 09 - C 10 - A
  • 10. 04. O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn e aufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra Pound. a) Verdadeiro b) Falso 05. A Provença, região sul da França, chamada Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua inspiração poética e musical a) Verdadeiro b) Falso 06. A língua portuguesa não é falada: a) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca b) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola e em Moçambique c) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima da Oceania, mas que os mapas geopolíticos atuais incorporam ao Sudeste Asiático d) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira e) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias 07. Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco, voltado para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no norte predominava o espírito guerreiro, épico, que celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria medieval. a) Verdadeiro b) Falso 08. A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram. a) Verdadeiro b) Falso 09. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer: a) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas (trovadores e jograis eram freqüentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar b) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura (institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade c) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida d) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam a obrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores e) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambigüidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer. 10. Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e à coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística a) Verdadeiro b) Falso 01 - A 02 - A 03 - D 04 - A 05 - A 06 - E 07 - A 08 - A 09 - C 10 - A