Este documento discute procedimentos de emergência para partos, incluindo cuidados com a mãe e o bebê durante e após o parto. Ele descreve os estágios do parto normal, sinais de alerta, cuidados no transporte e procedimentos para lidar com situações como partos múltiplos, apresentações anormais e abortamentos.
3. O nascimento é historicamente um evento
natural. As primeiras civilizações agregaram a
este acontecimento, inúmeros significados
culturais que através de gerações sofreram
transformações, porém até hoje o nascimento
é comemorado como um dos fatos marcante
da vida.
O parto é o estágio resolutivo da gestação, o
nascimento do ser que se formou nos meses
anteriores
4. Conceitos e termos relacionados ao
Parto
Em condições normais, o parto deverá
acontecer apenas quando o bebê estiver
maduro, ou seja, com idade gestacional entre
37 semanas completas e 42 semanas
incompletas.- Parto a Termo
Quando o feto nasce antes da sua maturidade
(antes de completar 37 semanas de gestação),
porém após 20-22 semanas é chamado de
Parto Pré-Termo ou Prematuro
Se a gestação prossegue e ultrapassa as 42
semanas, é considerada Pós-Termo
5. Períodos do Parto Normal
1- Dilatação
2- Expulsão
3- Dequitação da placenta
6. PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO
1. DILATAÇÃO (1º estágio do parto)
O sinal mais importante neste período de dilatação são as contrações do útero,
que fazem com que o colo se dilate de O (zero) a 10 (dez)centímetros.
As contrações uterinas são reconhecidas pela dor tipo cólica referida pela
gestante e pelo endurecimento do útero, perceptível à palpação do abdômen.
Estágio longo e variável
. Multíparas 1h
. Primíparas, até 20h
Fase latente (domicílio): nesta etapa as contrações uterinas tornam-se mais
coordenadas e eficientes.
Primigestas: tem duração média de 6 a 7 horas.
Multíparas: tem duração média de 4 a 5 horas.
7. Cuidados de Emergência
Tranqüilize a gestante. Demonstre uma atitude alegre, simpática e
encorajadora para com ela.
Observe e anote as características das contrações: freqüência, duração e
intensidade.
A presença do "sinal" (tampão muco sanguinolento, sem sangramento vivo
em quantidade substancial) sugere estar havendo rápido desenvolvimento
para o parto, particularmente se associado a freqüentes e fortes
contrações.
Insista para que a paciente não faça força e, em vez disso, encoraje-a para
que respire ofegantemente durante as contrações (respiração de
"cachorrinho cansado").
Durante o primeiro período do trabalho, as contrações uterinas são
involuntárias e destinam-se a dilatar o colo uterino e não a expulsar o feto.
Fazer força, além de ser inútil, leva à exaustão e pode rasgar (dilacerar)
partes do canal do parto. Se você reconhecer que a mulher está no primeiro
período do trabalho de parto, prepare-a para transporte ao hospital.
8. Cuidados no Transporte
Inclinar a gestante para a
esquerda
o decúbito lateral esquerdo
deixa livre a veia cava, que
devolve o sangue da parte
inferior do corpo para o coração.
Conforme sua barriga vai
aumentado, o útero pressiona
mais e mais essa veia quando
você se deita do lado direito, o
que pode trazer falta de ar.
Monitorar sinais vitais
Avaliar respiração
9. Procedimentos Gerais
A parturiente deverá ser transportada deitada
ou semi-reclinada de modo a sentir-se
confortável;
Sem expor a parturiente, ela deverá estar livre
de todas as vestimentas que possam obstruir
o canal do nascimento;
Por hipótese alguma o processo de
nascimento do bebê, poderá ser impedido,
retardado ou acelerado;
10. 2. EXPULSÃO (2º estágio do parto)
Tem início com a dilatação completa e progressão fetal
e termina com a expulsão do feto.
Duração média de 57 min na 1ª gestação e de 14 min
nas subseqüentes.
Varia com:
paridade,
tamanho do feto,
variedade de posição,
qualidade das contrações (puxo),
etc.
11. Sinais sugestivos de início do 2º estágio (expulsão):
Súbito aparecimento suor no buço
Um episódio de vômito
Aumento sinal de sangue
Tremor das extremidades
Agitação crescente
Verbalização “ Eu não agüento mais”
Esforço de expulsão involuntário
12. paciente tem a sensação de necessidade de evacuar,
sintoma decorrente da pressão exercida pela cabeça do feto
no períneo e, conseqüentemente, contra o reto.
As membranas rompem-se e extravasam líquido amniótico.
Embora a "bolsa“ possa romper se a qualquer hora, é mais
freqüente seu rompimento no começo do segundo período.
Episódios de vômito a essa altura são freqüentes. Caso haja
vômito, cuide para não ocorrer aspiração e obstrução da via
aérea.
Coroamento: a abertura vaginal ficará abaulada e o pólo
cefálico da criança poderá ser visto. Isso é o coroamento, o
último sintoma antes que a cabeça e o resto da criança
nasçam.
13. Reconhecimento do Parto
próximo
Contrações regulares a cada 2 minutos;
Visualização da cabeça do bebê no canal do
nascimento;
Rompimento da bolsa;
18. Sempre o marido, pais ou outro parente próximo
deverá acompanhar durante todo o tempo a
parturiente;
Não permita a presença de curiosos, sendo o
mais discreto possível e mantendo ao máximo a
privacidade da gestante;
Não permita que a gestante vá ao banheiro, se
constatar que o parto esta próximo;
Observe o estado geral da gestante, verificando
se não apresenta intercorrências, como:
convulsões, hemorragias, choque.
19. Procedimentos para o Parto
Posicione a parturiente deitada de costas em
posição ginecológica e faça higiene da área
genital com água e sabão (se possível).
20. Conduta Geral
Cubra a gestante com lençóis limpos;
Oriente a parturiente para respirar pela boca e
fazer força durante as contrações,
descansando no período de relaxamento;
Durante a saída, apóie a cabeça do bebê com
as mãos, evitando que ele saia violentamente;
Verifique se o cordão envolve o pescoço do
bebê, retirando-o com o dedo.
21.
22. Segure firmemente o bebê, apoiando seu
corpo, evitando que ele caia.
Anote o horário do nascimento, quando todo o
bebê sair da mãe.
23. Cuidados com o Bebê
Após a saída, envolva o bebê em um pano
limpo, colocando-o com a cabeça mais baixa
que o corpo.
Limpe com z e
observe s
um pano sua boca e nari
ua respiração.
24. Cuidados com o Bebê
Deite o bebê sobre o abdômen
da mãe, em decúbito lateral,
com a cabeça rebaixada, para
drenar fluidos contidos nas
vias aéreas.
Limpeza das vias aéreas:
limpe a boca por fora, com
compressas de gaze; enrole a
gaze no dedo indicador para
limpar por dentro a boca do
recém-nascido (RN), sempre
delicadamente, tentando
retirar corpos estranhos e
muco.
25. Cuidados com o Bebê
Estimule a criança, friccionando-a com a mão.
Não bata na criança. Pode fazer cócegas nas
plantas dos pés, com o dedo indicador.
Manter a criança em decúbito lateral esquerdo
para as manobras de estimulação.
Quando a criança começar a respirar, volte
sua atenção para a mãe e o cordão umbilical.
26. Observar o pulsar do cordão umbilical, se ele
parar de pulsar, realizar o seguinte
procedimento:
Medir cerca de quatro dedos a partir da barriga d
o
bebê e fazer uma amarração,
Medir mais quatro dedos a partir da p
r
i
m
e
i
r
a
amarração e realizar outra amarração,
Em seguida corte entre as amarrações.
27. Cuidados com o Bebê
Envolva a criança em lençol limpo e
cobertores e passe-a ao cuidado de outra
pessoa (pode ser o acompanhante da mulher).
A criança deve ser mantida em decúbito
lateral, com a cabeça levemente mais baixa
que o resto do corpo e aquecida.
28. 3. Dequitação da Placenta
(3º estágio do parto)
O terceiro período estende-se desde a hora em
que a criança nasce até a eliminação da placenta,
que normalmente acontece em até 30 minutos.
Junto com ela vem uma a duas xícaras de
sangue. Não se alarme, porque é normal. Não
puxe a placenta: aguarde sua expulsão natural.
Retirada, guardar a placenta em um saco plástico
e leve junto para o hospital, juntamente com a
mãe e a criança, para ser examinada quanto à
possibilidade de algum pedaço ter ficado na
cavidade uterina.
Registre o horário de saída da placenta
29. Controle de hemorragia após o
parto
Coloque um lençol limpo na vagina da mãe;
Mantenha suas pernas unidas e elevadas;
Mantenha a mãe em repouso absoluto;
Faça massagens externas no útero e peça
para que ela continue fazendo durante alguns
minutos;
Se permanecer restos da placenta no interior
do útero, a hemorragia não será controlada e
a mulher poderá entrar em choque;
30. Passos Finais no Parto de
Emergência
Leve a mãe a um hospital pelas seguintes razões:
A criança deve passar por exame médico geral.
A mãe também deve ser examinada por médico, que se
encarregará de verificar possíveis lace rações no canal do
parto.
Os olhos do RN devem ser bem cuidados para prevenir
infecção. Colírio de nitrato de prata é aplicado após o
nascimento.
O cordão umbilical deve ser examinado por especialista.
Mãe e filho devem ser observados por um período de tempo.
33. Criança invertida (sentada)
A criança apresenta-se "invertida", surgindo as nádegas antesda
cabeça. Em parto normal, a criança começa a respirar tão logo o
tórax nasça ou dentro de breve espaço de tempo. No parto de
nádegas, o tórax sai primeiro que a cabeça, sendo impossível a
inspiração, pois as vias aéreas estão bloqueadas dentro do canal
vaginal.
Imediatamente após perceber que se trata de parto em posição
"invertida", prepare- se para segurar a criança, deixando-a
descansar sobre sua mão e antebraço, de barriga para baixo. Em
determinado momento, pernas, quadril, abdômen e tórax estarão
fora da vagina, faltando apenas a exteriorização da cabeça, o que
pode ser, às vezes, demorado. Se isso acontecer, não puxe a
cabeça da criança.
Neste caso, deve-se transportar a grávida para o hospital, com as
pernas e as nádegas elevadas.
35. Apresentação Inicial de
Pé ou Mão ou Cordão Umbilical
Transporte rapidamente a mãe para um serviço de
emergência, tomando especial cuidado para não machucar a
parte exteriorizada. Não tente repor a parte exteriorizada
para dentro do canal.
Se um pé, ou mão, ou o cordão estiver para fora, cubra com
algo (gaze, compressa ou toalha). No caso do cordão fora,
seja ágil: a criança pode estar em perigo, causado pela
compressão do cordão entre a cabeça e o canal de parto.
Enquanto o cordão estiver comprimido, a criança não
receberá quantidades adequadas de sangue e oxigênio.
Transporte a mãe em decúbito dorsal, com os quadris
elevados sobre dois ou três travesseiros ou cobertores
dobrados. Isso fará com que a criança escorregue um pouco
para dentro do útero e receba mais oxigênio.
37. Partos Múltiplos
O parto de gêmeos (dois ou mais bebês) não
deve ser considerado, em princípio, uma
complicação; em partos normais, será como
fazer o de uma só criança a cada vez.
Os partos sucessivos podem ocorrer com
alguns ou muitos minutos de diferença.
Depois que a primeira criança nasceu, amarre
o cordão como faria no parto simples. Faça o
mesmo na(s) outra(s) criança(s).
39. Abortamento
O abortamento é a expulsão das membranas e do feto antes que ele tenha
condições de sobrevivência por si só. Geralmente isso ocorre antes de 22 semanas
de gestação.
A gestação normal (ou a termo) dura 38 a 40 semanas.
Sinais e Sintomas
Pulso rápido
Transpiração (sudorese)
Palidez
Fraqueza
Cólicas abdominais
Sangramento vaginal moderado ou abundante
Saída de partículas de pequeno ou grande tamanho pelo canal vaginal.
Em outras palavras, poderão estar presentes todos os sintomas de choque
somados ao sangramento vaginal e cólicas abdominais.
40. Hipertensão na Gestação
Eclâmpsia:
É a ocorrência de:
CEFALÉIA,
VERTIGEM,
TORPOR,
SONOLÊNCIA,
DOR EPIGÁSTRICA,
NAÚSEAS ,
VÔMITOS;
PA 160 X 110 mmHg
41. Diabetes na gestação
A diabetes mellitus é uma alteração dos valores sanguíneos de glicose
(açúcar simples) devido o organismo não liberar insulina ou utiliza-la de
forma errada.
Tipo 1 - Insulino-dependentes (Desde o nascimento até <30 anos
Tipo 2 - Medicação (Surge em Adultos > 40 anos).
Diabetes gestacional - ocorre durante a gravidez
Sinais e sintomas:
- Náuseas e vômitos;
- Fraqueza muscular e tonturas;
- Pele avermelhada e seca;
- Sensação de sede;
- Sonolência, confusão mental;
- Desorientação.
42. Trauma na Gestação
As prioridades do tratamento da gestante
traumatizada são as mesmas que a da
não-gestante (ABCDE). Os socorristas
devem lembrar que estão diante de duas
vítimas, devendo dispensar o melhor
tratamento à mãe.
Transporte
Como no final da gestação o peso que o
útero exerce sobre a veia cava inferior
promove redução de 30 a 40% do débito
cardíaco, a grávida deverá ser
transportada em decúbito lateral
esquerdo sempre que possível, a menos
que tenha alguma contra-indicação,
como, por exemplo, suspeita de fratura
de coluna ou bacia. Transportá-Ia, então,
em decúbito dorsal, mas empurrar
manualmente o útero para o lado
esquerdo.
Esse cuidado no transporte é um dos