Este documento descreve os diferentes tipos de orações coordenadas no português, incluindo aditivas, adversativas, alternativas e conclusivas. Explica os valores particulares das conjunções "e" e "mas" e distingue orações coordenadas explicativas de orações subordinadas causais.
2. ADITIVAS
Leonor voltou-se e desfilou
Ele não me agradece, nem eu lhe dou tempo
Ela não só escreve muito bem, como também lê
perfeitamente.
Obs.: se o conectivo aditivo e representar outra semântica além da adição, pode ser
que ele seja virgulado caso contrário, não. O conectivo e pode ser elíptico,
chamamos de assíndeto
Obs.: Se o conectivo nem iniciar uma oração, a semântica continua a mesma. Ex.:
“No Brasil, nem a esquerda é direita.”
3. VALORES PARTICULARES DO e
Certas conjunções podem assumir variados matizes significativos
de acordo com a relação que estabelece entre outros membros
(palavras, orações) coordenados:
a)Valor adversativo
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
b) Indicar uma consequência
Qualquer movimento, e será um homem morto
4. VALORES PARTICULARES DO e
c) Finalidade
Ia decorá-la e transmiti-la ao seu irmão.
d) Enfático
Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu.
e) Iniciar frase de alta intensidade afetiva (valor de
interjeição)
Ele foi preso! E ninguém se comove para ajudá-lo.
5. ADVERSATIVAS
Liga dois termos acrescentando uma ideia de contraste: mas,
porém, todavia, no entanto, entretanto:
Apetece cantar, mas ninguém canta.
Não havia muitas casas – nenhum edifício de apartamentos,
porém, sobravam, grades.
6. VALORES PARTICULARES DO mas
O mas além de valores afetivos, pode também exprimir ideia
de:
a) restrição
Continuou a conversa interrompida com a senhora gorda, que
tinha muitos brilhantes, mas uma terrível falta de ouvido,
porque não se pode ter tudo.
b) Retificação
Eram mãos nuas, quietas, essas mãos: serenas, modestas e
avessas a qualquer exibicionismo. Mas não acanhadas, isso
nunca.
7. VALORES PARTICULARES DO mas
c)Atenuação ou compensação
Vinha um pouco transtornado, mas dissimulava, afetando sossego e
até alegria.
Uma luz bruxuleante, mas teimosa continuava a brilhar.
d) Adição
Era bela, mas principalmente rara.
Obs.: O MAS é usado para mudar a sequência de um assunto,
geralmente com o intuito de retornar ao enunciado anterior que
ficara suspenso. Normalmente, a ideia central do texto vem depois
do mas.
8. ALTERNATIVA
Que ligam dois termos ou orações de sentido distinto,
indicando que, ao cumprir-se um fato, o outro não se
cumpre. São as conjunções: ou (repetida ou não) ora, quer,
seja (repetidas).
Ora lia, ora fingia ler para impressionar os demais.
Obs.: Pode-se perceber uma certa semântica de oposição na
relação:Todos achavam que ela lia, mas ela só fingia.
9. CONCLUSIVAS
Se ligam a oração anterior expressando a semântica de
conclusão, consequência de um fato. Logo,portanto,por
conseguinte.
Conheci, pois,Ari Ferreira, quando comecei a trabalhar em
Clínica Médica.
Nas duas frases a experiência é a mesma. Na primeira não
instrui, logo prejudica.
10. EXPLICATIVAS
A oração explicativa justifica a ideia contida na primeira
oração coordenada.
Vamos comer, que estou morrendo de fome.
Dorme cá, pois quero mostrar-lhe as minhas fazendas.
11. DIFERENÇA ENTRE COORDENADA
EXPLICATIVA E SUBORDINADA CAUSAL
- Orações Coordenadas Explicativas:
caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração anterior.
A criança devia estar doente, porque chorava muito.
(O choro da criança não poderia ser a causa de sua doença.)
- Orações Subordinadas Adverbiais Causais:
exprimem a causa do fato.
Henrique está triste porque perdeu seu emprego.
(A perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.)
Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração
explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não
acontece com a oração adverbial causal.