Este documento apresenta uma análise feita por João Alves dos Reis à matriz de uma colega, Anabela Martins. Ele concorda com a maioria dos pontos, mas levanta algumas dúvidas e pontos de divergência, principalmente no que diz respeito ao apoio do diretor, à falta de tempo e à colaboração de colegas. Defende também a importância da formação, das novas tecnologias e da avaliação através de planos de ação.
Análise à matriz de competências do professor bibliotecário
1. Sessão 1 Análise a Matriz
Formando: João Alves dos Reis
Análise à Matriz da colega Anabela Martins
Breve Introdução
Escolhi analisar a matriz da colega Anabela Martins porque, com a minha falta de
experiência enquanto Professor Bibliotecário, optei por escolher a “opinião” de alguém
com bastantes anos de contacto com a realidade das bibliotecas, que conheça o seu
dia a dia e os seus constrangimentos.
A minha falta de experiência ao nível das bibliotecas escolares aporta-me um
lirismo em excesso que, certamente, se reflectiu na minha matriz (como a colega
Anabela Martins apontou na sua análise, e bem). Espero não vir a perdê-lo
completamente, mas que a minha veia poética possa, doravante, ser mais pragmática
e real.
Passando à análise da matriz, irei observar os diferentes itens e tentar apontar
caminhos que considere divergentes daqueles que eu próprio defendo.
Importa dizer que, no geral, concordo com a maioria dos pontos referenciados, embora
me pareça pertinente referir alguns que me levantaram algumas dúvidas ou com os
quais eu possa não estar completamente de acordo.
Em relação às Competências do professor bibliotecário permaneço com algumas
dúvidas relativamente ao conceito de Apoio individualizado, no item “Pontos Fortes” –
Quererá a colega dizer que o PB enquadra a sua acção num apoio contínuo e
permanente ao seu território (a Biblioteca) e a tudo o que com ele interage?
A primeira questão que me suscita algumas reticências (mas cada escola é uma
escola…) é quando refere, no ponto dedicado às competências do Professor
Bibliotecário, no item “fraquezas”, a falta de apoio do Director. Poderá sê-lo
circunstancialmente. No meu caso, não o sinto, e pressinto que as direcções escolares
irão ter, doravante, um interlocutor importante com poderes “legalmente” mais
abrangentes e um parceiro importante na gestão do currículo e do sucesso escolar.
Nas “fraquezas”, ainda, não vejo citada a “falta de tempo”, que no meu caso, de
pouca ou nenhuma experiência bibliotecária, tem sido um verdadeiro calcanhar de
Aquiles (provavelmente por circunstâncias próprias do meu agrupamento).
Relativamente às “oportunidades”, concordo que a formação profissional constitui
uma mais-valia importante e crucial (neste caso, decisiva para mim), a inovação e os
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2. Sessão 1 Análise a Matriz
novos desafios que se prendem com uma questão muito cara à colega Anabela: os
novos desafios TIC e PTE.
No item “ameaças”, ao contrário da colega, tenho sorte de contar com uma Técnica
Operacional bastante qualificada e interessada. Penso até que, neste caso, a ameaça
está no vazio de carreira para esses técnicos operacionais que, com formação, vão
deixando as escolas e procurando outras paragens.
No que respeita à Organização e Gestão da BE, penso ser importante a
colaboração e a abertura das Bibliotecas Escolares à comunidade onde se inserem,
sobretudo tratando-se de meios pequenos – como é o caso de Pataias, e a criação de
uma equipa nesse âmbito, como sugere a colega. No mais, e neste subtema, deparo-
me também eu com um espaço reduzido, mas contrariamente à colega, tenho muita
colaboração dos diferentes colegas e departamentos curriculares.
A falta de verba é uma questão transversal a todos nós, Professores Bibliotecários.
Importante, neste ponto, que a colecção vá ao encontro das necessidades do currículo
e da procura dos alunos.
Quanto à “Gestão da Colecção”, observo, nesta ainda curta experiência e concordo
com a colega Anabela, quando ela se refere à falta de tempo para catalogação, à falta
de recursos humanos, sobretudo quando, os que há, são despejados na Biblioteca
para cumprimento de pequenas parcelas de tempo.
Relativamente à “Formação Para a Leitura e Para as Literacias”, importa referir a
necessidade de educar para as novas tecnologias, em geral tão mal utilizadas pelos
nossos alunos e fazer a ponte entre a tecnologia e a leitura e as aprendizagens
significativas para a construção do conhecimento. (a “invasão” tecnológica deve ser
acompanhada e gerida com muitos cuidados – propositadamente no plural)
No ponto BE e novos ambientes digitais, reparo que aponta a pouca formação e a
pouca integração das TIC nas práticas lectivas. Sempre me bati, ao longo dos últimos
anos, pelo combate contra os professores “info-auto-excluidos”, tentando adivinhar os
tempos que aí vinham e penso que a utilização das TIC nas práticas lectivas é agora
“quase” uma constante, bem como a preparação de materiais em formato digital e a
utilização de plataformas de comunicação e aprendizagem e-learning, como o
“Moodle”, que tanto poderão beneficiar as nossas bibliotecas.
A resistência à inovação e à integração das novas tecnologias, como refere nos
“Obstáculos a Vencer”, já foi, portanto, muito maior, pelo menos nas realidades que
conheço melhor.
Concordo e reforço a ideia da colega, relativamente á gestão de
evidências/avaliação, no que respeita à importância do Plano de Acção como factor de
medição de sucesso do papel dos intervenientes na Biblioteca e do Professor
Bibliotecário.
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