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Comentário à análise SWOT efectuada por Zulmira Fernandes

      A Biblioteca Escolar no contexto da mudança; A avaliação no contexto da mudança



       A análise efectuada pela colega aponta para uma realidade que, no meu entender, é
comum a muitas das BE’s, sendo que alguns dos aspectos mencionados são muito semelhantes
ao diagnóstico por mim elaborado relativamente à Biblioteca da minha escola.

       Vou apenas referir-me aos aspectos que considero mais pertinentes, começando pela
necessidade de se valorizar o trabalho desenvolvido pela BE. Apesar da minha pouca
experiência, a partilha que se tem verificado desde o início do ano lectivo, bem como a
pesquisa efectuada, indicam que muitos PB’s sentem que ainda não existe uma verdadeira
cultura de Biblioteca Escolar nas nossas escolas. No entanto, não podemos ignorar a série de
transformações a que têm estado sujeitas as BE’s, que se pretende que passem de espaços
organizados com recursos destinadas ao acesso da informação e ao lazer, a espaços de
trabalho e de construção de conhecimento. E digo “pretende-se”, pois parece-me que, tendo
em conta a análise efectuada, este objectivo ainda não estará totalmente alcançado nesta BE.
De facto, a missão da BE não depende única e exclusivamente do desempenho do PB e da sua
equipa, sendo necessária a existência de um verdadeiro trabalho colaborativo, o qual se refere
como sendo difícil de implementar. Ora esta relutância que existe da parte de docentes e
órgãos de orientação pedagógica em colaborar com a BE e em reconhecer que a BE pode
efectivamente contribuir para o sucesso educativo dos alunos e para o desenvolvimento das
literacias, acaba por condicionar a acção da BE no desenvolvimento do seu verdadeiro papel.
Tal como a colega, reconheço que existem muitos professores que continuam com práticas
individualistas e apenas vêem nas actividades da BE mais um entrave ao cumprimento do
programa, não reconhecendo que as actividades levadas a cabo pela BE visam o
desenvolvimento das competências e o sucesso educativo. Ao mesmo tempo verifico, em
muitos alunos, falta de vontade em utilizar os recursos da BE de forma a construir saberes.

       Voltando atrás, achei interessante e pertinente a referência ao facto de a auto-
avaliação da BE e os seus resultados poderem ser confundidos com o desempenho do PB. Esta
questão surge com alguma frequência, sendo difícil reconhecer que no modelo de auto-
avaliação da BE não está em causa o desempenho individual dos PB’s ou da equipa, mas a
qualidade e eficácia da BE, sendo a auto-avaliação um processo pedagógico e regulador que
pressupõe a procura da melhoria da sua acção. Assim, é necessária a mobilização de toda a
escola neste processo, o que ambas consideramos algo difícil de alcançar.




                     Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares           1
Comentário à análise SWOT efectuada por Zulmira Fernandes

      A Biblioteca Escolar no contexto da mudança; A avaliação no contexto da mudança
        Outro aspecto convergente com a análise por mim efectuada e que considero
significativo é a referência à necessidade de envolver pais e encarregados de educação nos
projectos de leitura. Presumo que, ao referir a insuficiência de projectos de promoção de
leitura, esteja a referir o facto de, tal como no concelho da minha escola, ser necessária uma
acção mais significativa nesta área, devido à falta de hábitos de leitura dos alunos. Na minha
opinião, a intervenção dos pais e encarregados de educação é de extrema importância, pois
contribui para uma maior motivação da parte dos alunos, em especial quando esta
intervenção surge em idades mais tenras. A vinda dos pais à escola, contar ou ler uma história
com os seus filhos, constitui uma experiência única que pode levar à descoberta do prazer pela
leitura, que normalmente começa com os livros e que é transformada em conhecimento à
medida que os alunos lêem mais e mais, em diversos suportes.

        Daqui podemos fazer a ponte para a Biblioteca e os novos ambientes digitais. Tal como
a literatura indica, a organização da informação digital e a criação de ambientes virtuais de
aprendizagem, são factores críticos de sobrevivência para as BE’s, facto que também foi
referido na análise efectuada.

        Para concluir, e comparando com a análise que apresentei, considero que este
trabalho refere, ainda que de forma mais sucinta, os aspectos mais significativos da realidade
das nossas BE´s, apontando aspectos que precisam de ser trabalhados em conjunto pela BE e
pelos seus parceiros internos e externos no sentido de cumprir a sua verdadeira missão.

        E termino citando Kelly Kuntz, que antecipou a visão das BE’s tal como hoje as
entendemos e trabalhamos para que o sejam, fazendo a diferença no dia-a-dia com as suas
acções, como se fossem “octopus programs” (octopus = polvo):

        “A strong library program would be like an octopus. It would work its way into every
classroom, and if you tried to cut off the tentacles you couldn’t because it was so interwoven
into the fabric of the school.”



                                                                     Lurdes Silva – 7/11/2009




                      Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares        2

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Análise SWOT de biblioteca escolar

  • 1. Comentário à análise SWOT efectuada por Zulmira Fernandes A Biblioteca Escolar no contexto da mudança; A avaliação no contexto da mudança A análise efectuada pela colega aponta para uma realidade que, no meu entender, é comum a muitas das BE’s, sendo que alguns dos aspectos mencionados são muito semelhantes ao diagnóstico por mim elaborado relativamente à Biblioteca da minha escola. Vou apenas referir-me aos aspectos que considero mais pertinentes, começando pela necessidade de se valorizar o trabalho desenvolvido pela BE. Apesar da minha pouca experiência, a partilha que se tem verificado desde o início do ano lectivo, bem como a pesquisa efectuada, indicam que muitos PB’s sentem que ainda não existe uma verdadeira cultura de Biblioteca Escolar nas nossas escolas. No entanto, não podemos ignorar a série de transformações a que têm estado sujeitas as BE’s, que se pretende que passem de espaços organizados com recursos destinadas ao acesso da informação e ao lazer, a espaços de trabalho e de construção de conhecimento. E digo “pretende-se”, pois parece-me que, tendo em conta a análise efectuada, este objectivo ainda não estará totalmente alcançado nesta BE. De facto, a missão da BE não depende única e exclusivamente do desempenho do PB e da sua equipa, sendo necessária a existência de um verdadeiro trabalho colaborativo, o qual se refere como sendo difícil de implementar. Ora esta relutância que existe da parte de docentes e órgãos de orientação pedagógica em colaborar com a BE e em reconhecer que a BE pode efectivamente contribuir para o sucesso educativo dos alunos e para o desenvolvimento das literacias, acaba por condicionar a acção da BE no desenvolvimento do seu verdadeiro papel. Tal como a colega, reconheço que existem muitos professores que continuam com práticas individualistas e apenas vêem nas actividades da BE mais um entrave ao cumprimento do programa, não reconhecendo que as actividades levadas a cabo pela BE visam o desenvolvimento das competências e o sucesso educativo. Ao mesmo tempo verifico, em muitos alunos, falta de vontade em utilizar os recursos da BE de forma a construir saberes. Voltando atrás, achei interessante e pertinente a referência ao facto de a auto- avaliação da BE e os seus resultados poderem ser confundidos com o desempenho do PB. Esta questão surge com alguma frequência, sendo difícil reconhecer que no modelo de auto- avaliação da BE não está em causa o desempenho individual dos PB’s ou da equipa, mas a qualidade e eficácia da BE, sendo a auto-avaliação um processo pedagógico e regulador que pressupõe a procura da melhoria da sua acção. Assim, é necessária a mobilização de toda a escola neste processo, o que ambas consideramos algo difícil de alcançar. Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares 1
  • 2. Comentário à análise SWOT efectuada por Zulmira Fernandes A Biblioteca Escolar no contexto da mudança; A avaliação no contexto da mudança Outro aspecto convergente com a análise por mim efectuada e que considero significativo é a referência à necessidade de envolver pais e encarregados de educação nos projectos de leitura. Presumo que, ao referir a insuficiência de projectos de promoção de leitura, esteja a referir o facto de, tal como no concelho da minha escola, ser necessária uma acção mais significativa nesta área, devido à falta de hábitos de leitura dos alunos. Na minha opinião, a intervenção dos pais e encarregados de educação é de extrema importância, pois contribui para uma maior motivação da parte dos alunos, em especial quando esta intervenção surge em idades mais tenras. A vinda dos pais à escola, contar ou ler uma história com os seus filhos, constitui uma experiência única que pode levar à descoberta do prazer pela leitura, que normalmente começa com os livros e que é transformada em conhecimento à medida que os alunos lêem mais e mais, em diversos suportes. Daqui podemos fazer a ponte para a Biblioteca e os novos ambientes digitais. Tal como a literatura indica, a organização da informação digital e a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, são factores críticos de sobrevivência para as BE’s, facto que também foi referido na análise efectuada. Para concluir, e comparando com a análise que apresentei, considero que este trabalho refere, ainda que de forma mais sucinta, os aspectos mais significativos da realidade das nossas BE´s, apontando aspectos que precisam de ser trabalhados em conjunto pela BE e pelos seus parceiros internos e externos no sentido de cumprir a sua verdadeira missão. E termino citando Kelly Kuntz, que antecipou a visão das BE’s tal como hoje as entendemos e trabalhamos para que o sejam, fazendo a diferença no dia-a-dia com as suas acções, como se fossem “octopus programs” (octopus = polvo): “A strong library program would be like an octopus. It would work its way into every classroom, and if you tried to cut off the tentacles you couldn’t because it was so interwoven into the fabric of the school.” Lurdes Silva – 7/11/2009 Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares 2