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Farmacologia II
Terapêutica farmacológica - Sistema respiratório
Terapêutica farmacológica nas vias aéreas superiores
Congestão Nasal
Problema:
-A congestão nasal é uma sensação de nariz entupido devido a um edema nasal. Ou seja o
nariz não pinga mas há edema ( há uma acumulação de líquido).

Tratamento:
-O tratamento da congestão nasal é feito com recurso a descongestionantes nasais.

Nível farmacológico:
-A nível farmacológico podemos fazer a estimulação dos recetores da musculatura vascular
nasal (por ação simpaticomimética alfa) que vai originar vasoconstrição. 

-A vasoconstrição diminui o fluxo de sangue, que por sua vez vai diminuir o edema nasal,
vai fazer com que haja um aumento da drenagem e ventilação do local e diminuição da
sensação de nariz entupido.

-Os descongestionantes nasais
podem ser de ação tópica ou de
ação sistémica.

-Os de ação tópico têm poucos
efeitos secundários porque vão
atuar diretamente no local. 

-Os descongestionantes nasais de ação sistémica vão atuar a nível periférico, estes vão ter
muitos efeitos secundários.

Jaime Oliveira de1 35
O edema é o extravasamento de plasma
para o espaço extravascular. Ficamos com
muito líquido no exterior e as trocas
gasosas não podem ocorrer.
Descongestionantes nasais tópicos:
-Estes descongestionantes devem ser utilizados no máximo até
3-4 dias. 

-Os descongestionantes nasais tópicos podem ser gotas
nasais ou aerossóis.

Descongestionantes nasais sistémicos:
-Estes descongestionantes vão atuar a nível sistémico, vão
desencadear muitos efeitos secundários.

-Vão ter muitos efeitos secundários tais como:

	 -Estimulação do SNC

	 -Constrição do esfíncter urinário

	 -Midríase e aumento da pressão intra-ocular

	 -Cefaleias

	 -Aumento da glicémia

	 -Aumento pressão arterial

	 -Estimulação cardiovascular (arritmias) 

Atenção!! 

Os descongestionantes nasais sistémicos não
devem ser dados a pessoas com estas
características:

Jaime Oliveira de2 35
Rinorreia
Problema:
-A rinorreia é a sensação de nariz entupido devido ao excesso de corrimento nasal. O nariz
pinga.

Tratamento:
-O tratamento da rinorreia é feito com recurso a anti-histamínicos H1 de 1ª geração.

Nível farmacológico:
-O objetivo é parar a secreção porque temos excesso de corrimento nasal. 

-Podíamos utilizar fármacos anti-colinérgicos mas não os utilizamos porque eles têm muitos
efeitos secundários. Vamos utilizar anti-histamínicos que têm efeito anti-colinérgico.

-Então vai haver uma secura das mucosas o que leva a diminuição da rinorreia, no entanto
vamos ficar com olhos secos e irritados e com espirros. 

-Os anti-histamínicos de 1ª
geração provocam sono! 

-Os anti-histamínicos de 2ª
geração não provocam sedação.

Anti-histamínicos H1 de 1ª geração:
Jaime Oliveira de3 35
-Eles impedem que a histamina se ligue ao seu recetor. MAS também vão bloquear outros
receptores.

	 	 Efeitos Secundários	 	 	 	 Contra indicações

Rinite alérgica:
Problema:
-A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa nasal mediada por IgE.

-Leva a prurido (comichão), espirros, rinorreia serosa (escoamento de fluído) e obstrução
nasal.

Tratamento:
-O tratamento da rinite alérgica é efectuado com anti-histamínicos H1( vão impedir que a
histamina ative os recetores H1) e corticosteroides nasais (vão ter uma ação anti-
inflamatória).

Nível farmacológico:
-O tratamento da rinite
a l é r g i c a n ã o p r o v o c a
sonolência.

Jaime Oliveira de4 35
Anti-histamínicos H1 de 2ª geração:
-Os recetores da histamina são recetores acoplados à proteína Gq. Estes recetores estão
em dois estados que se encontram em equilíbrio (estado ativo ou inativo).

-Os anti-histamínicos vão atuar na forma de repouso/inativa e vão fazer com que hajam
mais recetores na forma de repouso para se restabelecer o equilíbrio. 

Atenção!! São anti-histamínicos, eles não bloqueiam a histamina. 

Ação da histamina:
-Quando a histamina se liga há a expressão de
genes pró-inflamatórios.

-Bloqueando a ativação dos recetores da
histamina diminuímos a inflamação.

Jaime Oliveira de5 35
Corticosteroides Nasais:
-Temos a Beclometasona, Budenosida, Fluticasona, Mometasona.

-Eles têm uma ação anti-inflamatória.

-Vão estimular a transcrição de genes anti-inflamatórios e vão impedir a transcrição de
genes pró-inflamatórios. 

!! Atenção. Eles não são utilizados em SOS porque demoram algum tempo a atuar. 

Outras afeções nasais:
-Soluções isotónicas de água do mar / soro fisiológico
São indicadas para a higiene nasal, a humidificação da mucosa nasal, a fluidificação
das secreções nasais, a libertação das secreções do nariz, facilitam o acto de assoar e
coadjuvam da terapêutica em O.R.L.

-Ácido hialurónico / Dexpantenol
-São indicados para a rinite seca.

Jaime Oliveira de6 35
Terapêutica farmacológica nas vias aéreas inferiores
Tosse
Problema:
-A tosse é um reflexo de defesa / alarme
em consequência da irritação das vias
aéreas.

-A tosse pode ser irritativa/seca ou
produtiva (produz expectoração)

Antitússicos
-Eles vão inibir a tosse seca ou irritativa.

-Existem dois tipos de antitússicos, os antitússicos de ação central
que vão inibir diretamente o centro da tosse e os de ação periférica
que atuam nos recetores do tracto respiratório.

-Devem ser utilizados em doentes traumatizados, doentes pós-
operatório cardiotorácico, em aneurismas, em hérnias e em casos
de tosse nocturna. 

-Também podemos
utilizar demulcentes,
que têm uma ação
mecânica e evitam
q u e o a g e n t e
mecânico entre em
contacto com as
t e r m i n a ç õ e s
n e r v o s a s e
d e s e n c a d e i e o
processo da tosse.

Jaime Oliveira de7 35
-Os antitússicos de ação central vão apresentar maiores efeitos secundários.

Hidratação:
-A hidratação ajuda bastante na eliminação da expectoração! As secreções vão ficando
mais fluídas e são mais facilmente eliminadas. 

-Não deve ser utilizada em doentes cardíacas (porque vamos aumentar o volume de sangue
e o coração destes já não está muito funcional), em doentes renais e em lactentes (bebés).

Expectorantes:
-Servem para libertar as secreções.

-Vão fazer com que haja um aumento do volume das secreções e diminuição da
viscosidade do muco com consequente facilitação na sua remoção.

-São indicados para tosses produtivas (expectorantes).

-Dividem-se em 3 grupos:

Jaime Oliveira de8 35
Antitússicos centrais narcóticos
Depressão respiratória
Contratura da musculatura lisa da árvore
traqueo-brônquica
Redução da atividade das glândulas da mucosa
brônquica
Diminuição da atividade ciliar e dos movimentos
peristálticos
Depressão do SNC
Dependência
Antitússicos centrais não narcóticos

-O Dextrometorfano provoca
broncoconstrição por libertação de
histamina

-A Oxolamina provoca alucinações
em crianças
-Expectorantes de ação reflexa:
-Provocam a irritação da mucosa gástrica que vai desencadear o reflexo vagal que faz com
que aumente a secreção da mucosa brônquica para o exterior.

-Expectorantes de ação direta:
-Há uma estimulação direta das células secretoras ao nível dos brônquios

-Mucolíticos:
-Vão fazer a fluidificação específica. Vai haver a ruptura das ligações di-sulfeto das
mucoproteínas sem que haja o aumento do volume das secreções.

-Os mucolíticos têm um efeito secundário que são transtornos gastrointestinais, porque
também temos muco no estômago.

Terapêutica farmacológica na ASMA e DPOC
Asma
-A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas. 

-A asma é uma doença muito variável de indivíduo para indivíduo.

-É caracterizada por:

	 -Sibilância expiratória

	 -Dispneia

	 -Aperto torácio

	 -Tosse

Jaime Oliveira de9 35
Fisiopatologia da Asma
-O alergeno liga-se às IgE presentes no
mastócito que vão fazer com que haja a
libertação da histamina e outros
mediadores.

-A libertação destes mediadores leva a
que haja broncoconstrição.

-A terapêutica convencional consiste em
evitar a desgranulação dos mastócitos.

-Na asma estão envolvidas várias células pró-inflamatórias como mastócitos, neutrófilos,
eosinólifos que vão libertar vários mediadores pró-inflamatórios que vão fazer com que haja
broncoconstrição.

-Pessoas que tenham asma possuem eosinofilia.

Na asma temos:

	 -Disfunção do músculo liso

	 -Inflamação das vias aéreas

	 -Remodelling - Fibrose das vias aéreas

Jaime Oliveira de10 35
Disfunção do músculo liso:
-Há uma hipertrofia (crescimento anormal) do músculo
liso. 

-Temos libertação de mediadores inflamatórios

-Há uma contração exagerada (broncoconstrição)

-Como há inflamação e broncoconstrição o ar tem
menos espaço para passar!

Inflamação das vias aéreas:
-A inflamação aguda se não for controlada
pode-se tornar numa inflamação crónica.

-Na inflamação aguda há uma ativação de
células inflamatórias e a libertação de
mediadores inflamatórios. 

-Na inflamação crónica temos um aumento do
número de células inflamatórias e alterações a
nível do epitélio. 

-As principais células envolvidas na inflamação
são os mastócitos, eosinófilos e linfócitos T
CD4.

Remodelling - Fibrose das vias aéreas:
-Há uma proliferação de células do músculo liso e de células produtoras de muco.

-Há um aumento da deposição da matriz proteica, hipertrofia da membrana basal e
angiogénese (crescimento de novos vasos sanguíneos).

EM SUMA:
Jaime Oliveira de11 35
Crises de Asma Vs Asma crónica
Crises de Asma:
Jaime Oliveira de12 35
Asma crónica:
-A asma crónica pode ser
desencadeada por vários
fatores.

DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crónica
-É caracterizada por:

	 -Dispneia de esforço 

	 -Cansaço

	 -Tosse crónica

	 -Expectoração	 

	 -Sibilância e aperto torácico

	 -Fadiga, perda de peso, anorexia, síncope (perda sentidos), fractura das costelas,
inchaço dos tornozelos, depressão, ansiedade

-A DPOC é prevenível! A DPOC não é reversível, ao contrário da asma.

-É mais frequente em pessoas de idade.

Jaime Oliveira de13 35
-Os sintomas da DPOC
s ã o s i n t o m a s
persistentes. 

-A DPOC é caracterizada por bronquite crónica (tosse
produtiva >3 meses em 2 anos consecutivos) e por
enfisema (alargamento dos espaços aéreos distais
aos bronquíolos terminais por destruição das suas
paredes, há destruição alveolar, ficam disponíveis
menos membranas para as trocas alveolares).

Na DPOC temos:	 

	 -Obstrução persistente das vias aéreas

	 -Diminuição dos débitos expiratórios

	 -Hipersecreção crónica de muco

	 -Redução do movimento ciliar 

-A DPOC tem vários fenótipos, cada doente tem um certo tipo de fenótipo. 

Jaime Oliveira de14 35
Fatores de risco para a DPOC:
	 -TABACO (20% DPOC são fumadores) - Principal causa!!

	 -Poluição

	 -Ocupação profissional

	 -Dieta pobre em antioxidantes 

	 -Baixo estrato social

	 -Hiperreatividade brônquica Infeções respiratórias 

	 -Sexo

	 -Idade

	 -Deficiência em alfa-1-antitripsina 

Fisiopatologia da DPOC:
-Na DPOC vamos ter:

	 -Inflamação das vias aéreas

	 -Disfunção mucociliar

	 -Alterações estruturais das vias aéreas

	 -Obstrução das vias aéreas

Inflamação das vias aéreas:
-Os mediadores inflamatórios na
DPOC são diferentes daqueles
que se encontram na asma.

-Na DPOC vamos ter neutrofilia.

Jaime Oliveira de15 35
-A alfa-1-antitripsina é uma anti-proteína!

-A tripsina faz com que a protease que
degrada a elastina do tecido conjuntivo do
parênquima fique livre, degradando-a. Isto
causa enfisema pulmonar.

-Então a anti-proteína é essencial para que
isto aconteça.
Obstrução das vias aéreas:
-Vamos ter a contração do músculo liso
aumentada

-Tónus colinérgico aumentado

-Hiperreatividade brônquica 

-Perda da retração elástica

-Hiperinsuflação

Alterações estruturais das vias aéreas:
-Há destruição alveolar

-Hiperplasia epitelial

-Hipertrofia glandular

-Metaplasia das células caliciformes

-Fibrose das vias aéreas

Disfunção mucociliar:

-Hipersecreção de muco

-Aumento da viscosidade do muco 

-Diminuição do transporte mucociliar

-Lesão da mucosa

EM SUMA:
Jaime Oliveira de16 35
-Na prática farmacêutica é necessário entender se a DPOC está estável ou se existem
exacerbações da DPOC.
Avaliação da severidade da DPOC:
-Pode ser feita com recurso a espirometria. 

Avaliação da sintomatologia da DPOC:
-É efectuada através de guidelines e do mMRC e CAT

Avaliação do risco de exacerbações na DPOC:
Sobreposição ASMA-DPOC
-As pessoas podem ter sintomas de ambas as patologias, há uma sobreposição de ASMA
com DPOC.

Nota: as tabelas seguintes não são para decorar, mas ajudam a sistematizar a matéria.

Jaime Oliveira de17 35
Jaime Oliveira de18 35
Jaime Oliveira de19 35
Terapêutica farmacológica na ASMA e na DPOC:
-Em ambas as patologias a administração de fármacos é
efectuada pela via inalatória!

-Esta via tem elevada rapidez de ação, elevada eficácia
com doses mais baixas e menor efeitos adversos
sistémicos. 

Terapêutica farmacológica na ASMA:
-Fazemos uma terapêutica de controlo - trata a componente inflamatória da asma

	 -tem por base corticosteroides inalados

-Fazemos uma terapêutica de alívio (SOS) - trata a componente da broncoconstrição (é a
crise asmática).

	 -Utilizamos agonistas adrenérgicos B2 seletivos inalados.

-Se o tratamento não estiver a dar resultado devemos primeiro averiguar a gravidade da
ASMA e o controlo da ASMA.

Gravidade da ASMA:
-A gravidade da asma pode ser avaliada retrospectivamente a partir do nível de tratamento.

-De notar que uma asma grave não é o mesmo que uma asma não controlada!

-Tanto a asma ligeira como a asma grave podem ter crises de asma. 

Jaime Oliveira de20 35
Controlo da ASMA:
-Antes de mexer na terapêutica devemos ver se o paciente está a fazer corretamente a
técnica de inalação, se aderiu à terapêutica ou se foi exposto a fatores de risco ou
indutores.

Terapêutica de controlo da
ASMA:
-A terapêutica de controlo da asma visa a
parte inflamatória.

-Preferencialmente utilizamos corticosteroides,
mas também podemos utilizar outros
mediadores como:

Corticosteroides:
-Os corticosteroides são um anti-inflamatório potente.

-Devido ao seu mecanismo de ação, são precisas 6 horas para se começar a demonstrar
os efeitos terapêuticos.

-São utilizados na asma persistente e na asma persistente muito grave (grau 5).

Porque é que utilizamos corticosteroides e não utilizamos AINE’s?

Jaime Oliveira de21 35
-Os AINE’s vão inibir a COX e impedir a
síntese de prostaglandinas. Porém
continuamos com ácido araquidónico
disponível, ele vai seguir a via da
lipooxigenase, o que vai levar à síntese de
leucotrienos (que são broncoconstritores).
N ã o p o d e m o s p e r m i t i r q u e h a j a
broncoconstrição na ASMA por isso em vez
de AINE’s utilizamos corticosteroides que
inibem a fosfolipase A2, assim não vai haver
a síntese de leucotrienos.
-Os corticosteroides são lipossolúveis.
Quando elas entram na célula por
difusão e encontram o seu recetor
formam o complexo fármaco-recetor
que migra para o núcleo onde vai
estimular a transcrição génica de
proteínas e inibem outras.

- A a t i v a ç ã o d o r e c e t o r d o s
corticosteroides vai fazer com que haja
a produção de lipocortina-1 que vai
inibir a fosfolipase A2.

Os corticosteroides fazem:

	 -Redução do edema

	 -Inibem a ativação e a migração das células inflamatórias

	 -Reduzem a secreção de muco

	 -Provocam broncodilatação indireta



Os corticosteroides vão ser administrados por via oral e causam:

	 -Disfonia (rouquidão)

	 -Tosse irritativa

	 -Candidíase orofaríngica 

	 -Podem atrasar o crescimento se forem muito utilizados nas crianças, ou seja vão
atingir a puberdade mais tarde.

Os corticosteroides possuem alguns efeitos secundários, tais como:

Jaime Oliveira de22 35
-Os corticosteroides têm efeito imunosupressor, através da inalação dos
mesmos podemos ficar com alguns retidos na zona da orofaringe, isto pode
provocar o crescimento bacteriano! Então é recomendado que depois da
inalação se bocheche água para que os corticosteroides sejam eliminados.
Os fármacos podem ser:

Antagonistas dos Leucotrienos:
-São uma alternativa aos corticosteroides mas são inferiores aos mesmos, não são
superiores nem preferíveis aos corticosteroides. 

-Os antagonistas dos Leucotrienos vão atuar no recetor dos leucotrienos. 

-O Zileuton inibe a síntese da 5-Lpo evitando a formação de leucotrienos. 

-Temos o Montelucaste que se toma 1x dia (via oral)

-Temos o Zafirlucaste que se toma 2x dia fora das refeições (via oral)

-Os leucotrienos fazem:

	 -Redução dos sintomas (ex: tosse)

	 -Melhoria ligeira da função pulmonar

	 -Exacerbações da asma mais espaçadas

Inaladores Via oral
Beclometasona Metilprednisolona
Budenosida Prednisolona
Fluticasona Prednisona
Mometasona Deflazacorte
Jaime Oliveira de23 35
Os leucotrienos têm:

	 -efeito anti-inflamatório moderado

	 -efeito broncodilatador ligeiro

	 -prevenção da broncoconstrição induzida pelo exercício, pela aspirina ou por alergeno

Os leucotrienos são utilizados em:

	 -Asma ligeira a moderada (alternativa aos corticosteroides inalados)

	 -Asma induzida pelo exercício

	 -Asma induzida pela aspirina

	 -Asma alérgica (doentes com rinite)

-Os leucotrienos ligam-se muito às proteínas plasmáticas >99% e são metabolizados pelo
citocromo P-450 

-O doente pode ou não responder a estes fármacos, caso não responda mudamos de
medicação, não vamos aumentando a dose sucessivamente. 

-Os leucotrienos têm efeitos secundários como:

Agonistas adrenérgicos B2 seletivos de longa duração de ação (LABA):
-Estes fármacos vão causar broncodilatação e podem ser utilizados com os fármacos
anteriores.

-O recetor beta é acoplado a uma
proteina G reguladores, que quando é
estimulado faz com que a proteina Gs vá
estimular a adenilciclase que vai dar ao
início da formação do AMPc que vai
estimular a proteína cinase que provoca
que haja relaxamento do músculo liso,
vai haver broncodilatação.

Jaime Oliveira de24 35
Não podemos dar somente este fármaco, podemos ter taquifilaxia (diminuição do efeito de
um fármaco em doses consecutivas). 

-Temos estes fármacos de longa duração

Estes fármacos têm uma componente
lipofílica que faz que com que o fármaco fique
na membrana mais tempo promovendo uma
interação mais duradoura com o recetor. 

Os LABA fazem:

	 -Broncodilatação

	 -Aumento da motilidade ciliar

	 -Inibição de células inflamatórias (dessensibilização dos recetores)

Os LABA são utilizados:

	 -Asma persistente moderada a grave em associação com corticosteroides inalados

	 -Asma noturna

O tratamento com LABA visa:

	 -Melhorar a sintomatologia

	 -Melhorar a função pulmonar

	 -Diminuir a asma nocturna

	 -Prevenir o broncoespasmo induzido pelo exercício

	 -Reduzir o número de exacerbações da asma

	 -Reduzir o número de hospitalizações

Os LABA são utilizados em sinergismo com outros fármacos!

	 

	 	 

	 	 Agonista adrenérgico B2 seletivo de longa duração de ação

	 	 	 	 	 	 +

	 	 	 	 	 Corticoesteroide

Jaime Oliveira de25 35
Sinergismo:

Os LABA têm vários efeitos secundários como:

Exemplos:

Jaime Oliveira de26 35
Metilxantinas
- A s m e t i l x a n t i n a s i n i b e m a P D E
(Fosfodiesterase) o que faz com que haja
um aumento do AMPc o que provoca
broncodilatação. Assim evitando a
d e g r a d a ç ã o d o A M P c v a m o s t e r
broncodilatação. 

-A Teofilina é um alcaloide e é um
bloqueador do recetor da adenosina
provocando broncodilatação.

-A teofilina tem uma margem terapêutica
estreita.

As metilxantinas causam:

	 -Broncodilatação

	 -Inibição da libertação de mediadores pelos mastócitos

	 -Inibição do edema 

	 -Aumento do transporte mucociliar

	 -Melhoria da contractilidade do diafragma

	 -Diminuição da fadiga dos músculos respiratórios

	 -Estimulação dos centros respiratórios medulares

-As metilxantinas são utilizadas na asma resistente aos
corticosteroides e agonistas B2 e na asma noturna.

-Temos como exemplo de fármacos a aminofilina, diprofilina
e teofilina. São comprimidos administrados em ambulatório
por via oral. Eles são formulados em comprimidos de
libertação prolongada para controlar a sua margem
terapêutica estreita. 

Jaime Oliveira de27 35
Anticorpos monoclonais: Anti-IgE

-São utilizados na asma alérgica na qual temos uma
quantidade elevada de IgE.

-O anticorpo liga-se ao mastócito ou ao basófilo e vai
desencadear o processo de desgranulação do
mastócito e de libertação de vários mediadores.

-Queremos bloquear esta libertação, então vamos
capturar os anticorpos que ativam estas células.

-Vamos utilizar anticorpos anti-IgE que vão formar
complexos com as IgE’s livres evitando assim a
ativação dos mastócitos e basófilos.

Os anticorpos monoclonais fazem:	 

	 -Redução dos sintomas

	 -Redução da medicação SOS

	 -Redução da dependência dos corticosteroides

	 -Diminuição das exacerbações numa asma moderada a grave 

Os anticorpos monoclonais são utilizados na asma alérgica moderada a severa (porque têm
níveis elevados de IgE).

-São administrados via sub-cutânea a cada 2-4 semanas no hospital. O efeito secundário é
urticária no local da injeção.

-Como exemplo temos o Omalizumab.

Terapêutica de alívio da ASMA:
-Para o tratamento das crises de asma
temos:

Jaime Oliveira de28 35
Agonistas adrenérgicos B2 seletivos de curta duração de ação (SABA)
-Fazem broncodilatação em SOS

-Temos por exemplo o Salbutamol e a Terbutalina

-Podem causar taquifilaxia e broncoespamo rebound.

Anticolinérgicos:
-Podemos utilizar agonistas do simpático ou antagonistas do parassimpático.

-Eles vão causar broncodilatação e uma redução da secreção crónica.

-São indicados clinicamente como uma alternativa dos agonistas beta.

-São utilizados por via inalatória e temos o SAMA (brometo de ipratrópio) de curta duração
ou o LAMA (brometo de tiotrópio) que é de longa duração e é utilizado em associação a
corticosteroides e agonista beta.

Metilxantinas
-São utilizadas na crise asmática grave (hospitalar)

-Temos a aminofilina

Jaime Oliveira de29 35
Corticosteroides
-São utilizados em exacerbações agudas da asma.

-Temos como exemplo a Metilprednisolona, prednisolona, prednisona e o deflazacorte

Terapêutica farmacológica na DPOC:
-Queremos:

	 -Prevenir e controlar os sintomas

	 -Reduzir a frequência e a severidade das exacerbações

	 -Melhorar o estado geral da saúde do doente

	 -Melhorar a tolerância ao exercício (e não apenas a otimização da função respiratória)

-Podemos ter uma terapêutica não farmacológica na DPOC:

	 -Reabilitação respiratória

	 -Oxigenoterapia de longa duração

	 -Assistência respiratória

	 -Cirurgia

-Os fármacos na DPOC são administrados via inalatória.

Terapêutica de alívio da DPOC:
Jaime Oliveira de30 35
Agonistas adrenérgicos B2 seletivos de ultralonga duração de ação:
-São duradouros, rápidos e seguros

-Os agonistas adrenérgicos vão:	 

	 -Alívio sintomático

	 -Prevenção das exacerbações

	 -Aumento da tolerância ao exercício

-Temos o Indacaterol e o Olodaterol

Anticolinérgicos (SAMA e LAMA)
Jaime Oliveira de31 35
Anticolinérgicos de ultralonga duração de ação:
-São rápidos, duradouros e seguros

-Promovem:

	 -Alívio sintomático (diminuição da dispneia)

	 -Prevenção das exacerbações

	 -Aumento da qualidade de vida

Temos por exemplo o Brometo de glicopirrónio ou Brometo de glicopirrónio + indacaterol

Jaime Oliveira de32 35
Terapêutica para a DPOC agudizada:
Jaime Oliveira de33 35
Jaime Oliveira de34 35
Jaime Oliveira de35 35
Contracepção
Sistema reprodutor masculino

-Aquando da ejaculação junta-se o
líquido seminal com o líquido
prostático com o muco da uretra
originando o sémen.

-A próstata produz uma substância
básica para os espermatozóides
sobreviverem à acidez da vagina!

-No sémen vem frutose que é o
ú n i c o a ç ú c a r q u e o s
e s p e r m a t o z o i d e s u t i l i z a m e
prostaglandinas que facilitam a
passagem dos espermatozoides. 

Jaime Oliveira Página de1 17
-Tudo isto é controlado por
hormonas, pelo eixo hipotalâmico-
hipofisário-gonadal.



-Este eixo pode ter um controlo por
feedback negativo, a testosterona
em excesso vai inibir a LH e a
GnRH. 

-A inibina vai inibir a FSH.

-As células de sertoli são as células
que suportam a espermatogênese e
são estimuladas pela FSH. 

GnRh= hormona libertadora de
gonadotrofinas.

Sistema reprodutor feminino
-Os ovários femininos são simultaneamente glândulas sexuais (produzem progesterona e
estrogénio) e gônadas (orgãos onde se produzem as células sexuais para a reprodução).

-A primeira menstruação é denominada de menarca.

-A última menstruação é denominada de menopausa.

-Pensa-se que as mulheres nascem com um determinado número de ovos. E que este
número decai rapidamente com o avançar da idade.

Jaime Oliveira Página de2 17
Ciclo menstrual:
Ciclo ovárico:
Jaime Oliveira Página de3 17
-Inicialmente, 6-12 oocitos começam a sua maturação. Destes todos apenas um (o mais
desenvolvido) permanece viável.

-No momento da ovulação o ovo é expelido do ovário e o estroma forma o corpo amarelo
que produz progesterona. Ou seja, as células do estroma que estavam a produzir
estrogénio vão-se modificar e passam a produzir progesterona. Esta fase tem uma
duração fixa de cerca de 12/14 dias.

Ciclo hormonal:


-Este ciclo hormonal designa-se por eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonodal. 

-Pode ter um feedback positivo ou negativo. 

-A ovulação ocorre quando há um pico de LH.

-Quando ocorre um pico na LH vai
haver a ovulação, então impedindo
que este pico seja atingido vamos
conseguir impedir a ovulação!

-Nos primeiros dias do ciclo
menstrual temos um aumento do
estradiol que é produzido pelo ovário.
Quando há ovulação deixa de haver
estradiol porque agora o corpo
a m a r e l o e s t á a p r o d u z i r
progesterona, verificando-se um
aumento da progesterona e uma
diminuição do estradiol.

-Nos últimos dias do ciclo ambas as hormonas diminuem, dai os sintomas pré-
menstruais.

Ciclo endometrial:
-Há medida que o ciclo endometrail
a v a n ç a v e r i fi c a - s e u m
espessamento do endométrio, que
no final do ciclo vai ser expelido.

Jaime Oliveira Página de4 17
-Esta hormona, a EPF “early
pregnancy factor”, é um sinal
químico dado ao sistema imune
para não destruir aquela nova
célula que foi fecundada e que é
estranha ao organismo!

-A GCH liga-se a recetores da
LH (hormona luteinizante) que
estão presentes no corpo
amarelo e que fazem com que
este não evolua e se mantenha a
produzir progesterona mantendo
assim o endométrio! 

Estrogénio Vs Progesterona:
-Os estrogénios vão fazer tudo
para que o espermatozóide
possa encontrar o ovo, por
exemplo vão fluidificar o muco.

-A progesterona se houver
f e c u n d a ç ã o d o o v o v a i
“conservar” o ovo, vai fazer com
que o muco fique mais espesso
e cria um rolhão de muco para
que não saia nada.

Sinais:
Muco cervical:
-No período fértil não há muco espesso no
cervix.

Temperatura basal:
-Quando há progesterona verifica-se que a
temperatura basal aumenta (cerca de
0,2/0,3ºC).

Jaime Oliveira Página de5 17
Período Fértil:


Métodos de Planeamento Familiar Natural
-Existem várias maneiras de fazer uma
regulação natural da fertilidade!

	 

	 1) Método da temperatura basal

-A pessoa mede a sua temperatura
basal diariamente, quando houver uma
oscilação significativa a pessoa iniciou a
ovulação!

-Tem de haver abstinência na fase pré-
ovulatória e até à 3ª manhã de
temperaturas altas.

	 

	 2) Método de Billings (ovulação)

-Tem de haver abstinência na fase do período fértil. 

-Este método tem uma eficácia de 97,8%

Jaime Oliveira Página de6 17
Não fértil
Não fértil Fértil
3) Método sintotérmico

-Há uma abstinência na fase fértil.

-É o método mais eficaz.

-É uma combinação dos 2 métodos. 

Métodos contraceptivos:
-Temos vários métodos:

	 -Métodos não-hormonais:

	 	 -mecânicos

	 	 -químicos

	 -Métodos hormonais:

	 	 -contraceptivos orais

	 	 -contraceptivos não orais 

	 -Dispositivos intra-uterinos

	 -Métodos definitivos

	 	 -laqueação das trompas

	 	 -vasectomia

Métodos não hormonais:
-Podem ser métodos mecânicos
(métodos de barreira):

	 -Preservativos

	 -Diafragma

	 -Capa cervical

	 -Esponja

-Podem ser métodos químicos:

	 -Espermicidas 

	 	 -Agentes de superfície
(9-nonoxinol, cloreto de benzalcónio)

	 	 -Agentes bactericidas

	 	 -Agentes fortemente
ácidos

	 -Os espermicidas têm um eficácia de 60-90%

Jaime Oliveira Página de7 17
Métodos hormonais:
-Contracepção hormonal masculina:
-Podemos atuar no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal!

-Contraceptivos orais:
	 -pílula combinada (monofásica, trifásica)

	 -pílula progestativa

	 -pílula do dia seguinte

-Contraceptivos não-oral:
	 -anéis vaginais

	 -transdérmicos

	 -implantes

	 -injetáveis

Pílula combinada:
Benefícios da pílula:
Jaime Oliveira Página de8 17
Nota: mulheres que tomam a pílula passam a ter ciclos da pílula = vão passar a ter
hemorragias de privação!

Nota: endometriose é uma localização anormal do endométrio.

Efeitos adversos da pílula:
-É de notar que os efeitos adversos das pílulas são dependentes da dose!

-É preferível utilizar pílulas com doses mais baixas.

Nota: Podem causar tromboembolismo porque os estrogénios vão interferir com as
proteínas da cascata de coagulação.

Nota: Causam hipertensão porque interagem com o sitema renina-angiotensina-
aldosterona e aumentam não a pressão arterial. 

Efeitos laterais da pílula:
Devido ao Estrogénio:	 

	 -Cefaleias, irritabilidade, fadiga, náuseas, vómitos, cólicas abdominais, retenção
hídrica, congestão varicosa, tensão mamária.

Devido aos Progestogénios:

	 -Tendências depressivas, hirsutismo, diminuição da líbido, aumento do peso, acne.

Contra-indicações da pílula:
Contra indicações absolutas:	 	 	 	 Contra indicações gerais:

Jaime Oliveira Página de9 17
Mecanismo de ação da pílula:
-No caso de haver fecundação atua pelos mecanismos 3 e 4

-O principal mecanismo de ação é o nº 1

Composição da pílula:
- A q u a n t i d a d e d e
estrogénio diz-nos a
dosagem da pílula!

Entre 15-20 são de baixa
dosagem

Entre 30-35 são de
dosagem normal

-Os fármacos que estão
dentro dos quadrados
são análogos estruturais
do estrogénio e dos
progestagénios. 

-O ratio de estogénios e
progestagénios varia
consoante a mulher.

!!! Importante !!! - O progestagénio garante a eficácia da pílula! o estrogénio sozinho não
consegue porque a sua dosagem é muito baixa!

Jaime Oliveira Página de10 17
-O estrogénio e o progestagénio fazem com que a FSH e a LH fiquem em níveis basais.

-Os derivados da 19-nortestosterona possuem características androgénicas,
dão como efeito secundário o crescimento de pelos, acne etc. 

-Os derivados da progesterona são anti-androgénicos, são os que se
encontram na pílula do acne

-Os derivados da espironolactona evitam a retenção de água.





Jaime Oliveira Página de11 17
Informação / Aconselhamento:
-1ª toma no 1º dia da menstruação

-21 dias consecutivas (à mesma hora)

-7 dias de descanso (hemorragia de privação)

Nota: Por vezes diminuímos o período de descanso! Neste período de descanso não há
hormonas, então o organismo vai reagir, os folículos estão a crescer, mas com a toma da
pílula ficam num certo estadío do seu crescimento (quanto maior a dosagem da pílula
mais atrasado será). Quando estamos no período de descanso estes folículos podem-se
desenvolver. Ao utilizar pílulas de baixa dosagem estes folículos podem-se desenvolver,
mas a pílula contínua a ser eficaz porque os outros mecanismos entram em ação! Então
nas pílulas de baixa dosagem encurtamos o período de descanso.

-Métodos contraceptivos alternativos podem causar vómitos e/ou diarreira até 6/8h após
a toma.

-Podem haver interações medicamentosas com potenciação do efeito de outros
fármacos, como os fármacos que também são metabolizados pelo CYP450 como as
benzodiazepinas, os antidepressivos tricíclicos, teofilina e derivados, corticosteróides e
bloqueadores B).

-Podem haver interações medicamentosas com diminuição da atividade contracetiva, ou
seja indutores enzimáticos (ex: hipericão) ou fármacos capazes de diminuir a circulação
enterohepática.

-No caso do esquecimento da toma temos de ter em atenção a dosagem do
contraceptivo, a altura do ciclo e o número de esquecimento e o período de
descanso. 

————————————————————————————————————————

-Esta pílula não tem
estrogénios, é bom
para mães recentes
porque não seca o
leite!

-Os efeitos adversos
dos progestagénios
são por exemplo o
risco de TEV.

Jaime Oliveira Página de12 17
-A pílula do dia
s e g u i n t e s ã o
progestagénios em
alta dosagem!

- N e m s e m p r e é
preciso tomar a
p í l u l a d o d i a
seguinte! Se tiver
relações sexuais e o
período vier passado
1/2 dias, não há
n e c e s s i d a d e d e
tomar a pílula do dia
seguinte.

Jaime Oliveira Página de13 17
Jaime Oliveira Página de14 17
Jaime Oliveira Página de15 17
-Contraceptivos não-oral:
-Anel vaginal:
-Trandérmicos:
-Implante:
-Injectável:
Jaime Oliveira Página de16 17
-Dispositivos intra-uterino (DIU)
-
Métodos definitivos:
-Laqueação das trompas de Falópio

-Vasectomia
Jaime Oliveira Página de17 17
Terapêutica hormonal de substituição
Menopausa:
-Há uma interrupção permanente da menstruação (12 meses contínuos de amenorreira)
causada pela perda da sensibilidade dos folículos ovários (>50 anos).

-Há uma diminuição da produção de estrogénio o que vai causar várias alterações a nível:

	 -Cérebro e sistema neuroendócrino

	 -Sistema cardiovascular

	 -Sistema genitourinário

	 -Esqueleto

	 -Pele

(Peri)menopausa:
- H á u m a i n t e r r u p ç ã o d a
menstruação de 3-5 meses mas
ela volta passado algum tempo.

-A (peri)menopausa tem muitos
sintomas mas eles não aparecem
todos ao mesmo tempo:

Terapêutica Hormonal de Substituição:
-O objetivo da THS é evitar o abaixamento abrupto dos estrogénios, queremos que haja
um abaixamento gradual! Vamos promover este decréscimo com o auxílio de estrogénios!

	 Mulheres histerectomizadas - Estrogénios
-Damos estradiol.

	 	 -Em mulheres sem útero podemos dar só estrogénios. Ao dar apenas os
estrogénios o útero da mulher estava sempre na fase proliferativa! Isto podia levar a
hiperplasias e a cancro, mas como estas mulheres não possuem útero não há problema!

	 Mulheres com útero - Estrogénios +
Progestagénios
-Damos os dois porque as mulheres
possuem útero, no entanto a progesterona trás os
seus efeitos secundários e os seus riscos
associados a esta terapêutica (risco de
tromboembulismo, etc…)

Jaime Oliveira de1 5
-Na THS os compostos dados são diferentes dos das pílulas. Aqui temos estradiol, nas
pílulas não. 

Via de administração:
-Só estrogénios:
	 -A melhor via para os administrar é a via transdérmica porque eles têm um grande
metabolismo de primeira passagem, eliminado assim este problema

	 -Também podem ser administrado em formulações vaginais. Evita os efeitos 2º
sistémicos. Há um alívio dos sintomas resultantes da atrofia do trato urogenital inferior. 

-Estrogénios e progestagénios:
	 -São tomados por via oral (na maioria das
mulheres).

	 -Para distinguir se é THS ou contracepção
vemos o estrogénio utilizado.

	 -Para ver a maneira da toma vemos o
progestagénio.

-Estas combinações são tomadas em diferentes
doses:

-Temos um novo medicamento que
tem estrogénios conjugados +
bazedoxifeno (vai bloquear o efeito
dos estrogénios no útero mas
potencia o seu efeito no osso). É um
modulador seletivo dos recetores dos
estrogénios: é agonista dos
estrogénios no osso mas antagonista
dos estrogénios no útero.

Benefícios da THS:
-Tudo o que piorava com
a menopausa vai ser
melhorado! 

Jaime Oliveira de2 5
Efeitos adversos da THS:
-Podem ocorrer hemorragias irregulares (com estrogénios + progestagénios)

-Pode ocorrer tensão mamária (estrogénios em dose elevada)

Riscos da THS a longo prazo:
	 -Podem desenvolver-se doenças cardiovasculares como:

	 	 -Doença cardíaca coronária

	 	 -Acidentes vasculares cerebrais

	 	 -Tromboembolismos venosos

	 -Há um aumento do risco de:

	 	 -Cancro da mama

	 	 -Cancro do endométrio

	 	 -Cancro do ovário

-Apenas devemos utilizar a THS se:

	 -Os sintomas da menopausa forem moderados ou intensos

	 -Deve-se iniciar logo a seguir à última menstruação

	 -Deve ser utilizada no máximo durante 5 anos

THS e Doença Coronária Cardíaca (DCC):
-“Timing hypothesis”- a THS instituída no momento ou logo após a instalação da
menopausa é cardioprotetora, enquanto que a THS iniciada alguma tempo após o
início da menopausa pode ser prejudicial para a doença cardíaca coronária (porque
já não conseguimos evitar o desenvolvimento das placas ateroscleróticas).

-A THS leva a um aumento da HDL e a uma diminuição da LDL, isto potencia a sua
ação cardioprotetora. (isto se já não existirem placas ateroscleróticas).

-A THS é cardioprotetora se for iniciada no início dos sintomas!

-Para a DCC há vantagem em
fazer a THS logo no início da
m e n o p a u s a p o r q u e v a i
proporcionar cardioproteção.

THS e Acidente Vascular Cerebral (AVC):
-A THS aumenta o risco de AVC independentemente se é instituída logo após a
menopausa ou se é algum tempo depois.

-A THS tem um risco de acidente vascular cerebral modesto.

-A THS é indicada para mulheres que:

	 -Mulheres na menopausa

	 -Baixo risco cardiovacular

Jaime Oliveira de3 5
-A THS deve ser:	

	 -Tomada em baixas doses

	 -Efectuada por um curto período de tempo

THS e Tromboembolismo:
-A THS aumenta o risco de tromboembolismo (aumentam a produção do fator de
coagulação) enquanto é administrada, particularmente se for utilizada a via oral.

THS e Cancro da Mama:
-“Gap time hypothesis” - a THS iniciada algum tempo após o início da menopausa
implica um menor risco de desenvolvimento de cancro da mama do que quando
iniciada precocemente. 

-Provavelmente a THS promove o desenvolvimento de tumores ocultos pré-
existentes (não iniciando novos tumores).

-Então aqui é o oposto, iniciada precocemente tem elevado risco de cancro da
mama, enquanto que se for iniciada precocemente há uma vantagem para a menor
probabilidade da DCC.

THS e Cancro do Endométrio:
-O risco é tanto maior quanto menor a quantidade de progestagénios (mas com
menor quantidade de estrogénios também temos menor probabilidade de haver
tromboembolismos).

THS e Cancro do Ovário:
-Verifica-se que uma terapêutica com estrogénios e progestagénios é melhor do
que só com estrogénios no caso do cancro do ovário.

Jaime Oliveira de4 5
Contra-indicações da THS:
Indicações da THS:
Jaime Oliveira de5 5
Hormonas Sexuais
Androgénios e Anabolizantes
-Os androgénios e anabolizantes
são administrados quando há
falta deles!

-Por exemplo a pessoa pode ter
hipogonadismo.

Indicações clínicas dos androgénios e anabolizantes:
-São indicados na terapêutica de substituição no hipogonadismo primário (há uma
produção testicular deficiente das hormonas androgénicas - testosterona e
mesterolona)

-São utilizados no Doping (são os esteróides anabolizantes - nandrolona)

-Cancro da mama

-Osteoporose

-Anemia aplásticas

Efeitos secundários:
-Causam a inibição da secreção das gonadotrofinas.

-Têm efeitos virilizantes

-Têm efeitos tóxicos (edemas, hepatites colestática, peliose hepática, carcinoma
hepático…)

Estimulantes da Ovulação e Gonadotropinas
Indicações clínicas das gonadotropinas:
-Indicadas para infertilidade por anovulação (porque elas vão induzir a ovulação)

-Desenvolvimento multifolicular na procriação medicamente assistida (mulher)

-Oligospermia com origem em insuficiência hipotalâmico-hipofisária (homem)

-Hipogonadismo (adolescentes)

Jaime Oliveira de1 3
Efeitos secundários das gonadotropinas:
-Ovulações múltiplas

-Quistos ováricos

-Reações alérgicas

-Ginecomastia nos adolescentes

-Edemas

-Cefaleias

-Alterações de humor

Anti-Hormonas:
Anti-estrogénios:
-São antagonistas/agonistas parciais dos recetores estrogénicos

-São inibidores da síntese de estrogénios

-São compostos com ações fisiológicas opostas às dos estrogénios

-Eles são antagonistas ou agonistas parciais dos recetores estrogénicos.

Exemplo:

	 -clomifeno: indutor da ovulação

	 -tamoxifeno: terapêutica do cancro da mama

	 -raloxifeno: terapêutica da osteoporose

-Têm como efeitos 2º:

Anti-progestagénios:
-São antagonistas competitivos da progesterona

-Temos como exemplo a Mifepristona: temos a RU-486–pílula abortiva (+ PG como
o misoprostol).

-A progesterona é o que está a aguentar o bebé no útero, ao bloquear os
recetores da progesterona vai haver descamação do endométrio e o embrião
morre. Depois com o auxílio de prostaglandinas vamos expulsar o embrião morto.
Jaime Oliveira de2 3
Anti-androgénios:
-São antagonistas dos recetores do androgénios

-São inibidores da 5-alfa-redutase tipo III (é a enzima que converte a testosterona
em dihidrotestosterona). 

Temos:

	 -Ciproterona: contraceção e terapêutica do cancro da próstata

	 -Bicalutamida, Flutamida, Nilutamida : terapêutica do cancro da próstata

	 -Finasterida: terapêutica da hiperplasia benigna da próstata

Jaime Oliveira de3 3
Fármacos que atuam no metabolismo do
osso
-Os osteoblasto (vem dos fibroblastos) regeneram o osso

-Os osteoclasto (vem dos monócitos) destroem o osso

-Entre os 20 e os 30 anos é onde se verifica a maior formação de massa óssea. 

-Com o decorrer da idade há uma diminuição mais acentuada nas mulheres do
que nos homens.

Alterações no metabolismo do osso: osteoporose
-A osteoporose é a fragilidade óssea devida a baixa massa óssea e a deterioração
do tecido ósseo, conduzindo a um aumento do risco de fracturas!

-Passamos de massa óssea normal - osteopenia - osteoporose

Jaime Oliveira de1 4
Terapêutica não farmacológica na osteoporose:
-Passa por ter uma vida ativa, fazer exercício físico, restrição do tabaco e café
(porque aumentam a excreção de cálcio), fazer dietas equilibradas (com cálcio,
vitamina D e restrição de substâncias osteoporóticas).

Terapêutica farmacológica na osteoporose:
-Temos dois tipos de terapêutica:

	 -Terapêutica anti-reabsortiva:

	 	 -Esta terapêutica vai evitar a reabsorção óssea, com auxílio de:

	 	 	 -Bifosfonatos

	 	 	 -Raloxifeno

	 	 	 -Ranelato de estrôncio

	 	 	 -Denosumab

	 	 	 -(calcitonina)

	 -Terapêutica anabólica

	 	 -Teripartida

Bifosfonatos:
-São a primeira linha de fármacos no tratamento da osteoporose.

-Há medida que foram desenvolvidos (gerações) há um aumento da potencia anti-
reabsortiva.

Mecanismo de ação dos bifosfonatos:
Inibição da reabsorção óssea osteoclástica:

-Os osteoclastos captam os bifosfonatos por endocitose; depois de
internalizados, os bifosfonatos vão inibir a função reabsortiva destas células – os
aminobifosfonatos inibem enzimaticamente a formação de isoprenoides que são
essenciais para o bom funcionamento celular 

Inibição da mineralização do osteoide:

-Devido à sua forte analogia com o pirofosfato, inibem a deposição de sais de
cálcio na matriz orgânica; dada a sua estrutura química, fixam- se avidamente aos
cristais de hidroxiapatite, integrando-se na estrutura do osso onde permanecem
durante anos 

Jaime Oliveira de2 4
Características dos bifosfonatos:
-Têm uma fraca absorção oral (1-5%) e é ainda mais diminuída na presença de
alimentos (devem ser tomados em jejum).

-Têm um semi-vida plasmática curta mas têm longa duração de ação, sendo o
osso o seu reservatório.

-São eliminados na forma inalterada no rim.

-Os bifosfonatos são ácidos! Devem ser tomados com muita água e devem ser
tomados em pé. A pessoa durante este período de jejum tem de estar ativa, não
pode dormir porque o ácido pode ficar no tudo digestivo e queimar a mucosa.

Efeitos secundários dos bifosfonatos:
-Causam sintomas gastrointestinais (perfuração da mucosa esofágica)

-Osteonecrose maxilar 

-Risco acrescido de fibrilhação auricular

Raloxifeno
Ranelato de Estrôncio:
-Faz uma estimulação dos osteoblastos e inibição dos osteoclastos. 

-Deve-se tomar 2g/dia após a última refeição.

Efeitos secundários:
-Reações de hipersensibilidade

	 -Naúseas e diarreia	 

	 -Cefaleias

	 -Tromboembolismo venoso

Jaime Oliveira de3 4
Denosumab:
-É um anticorpo monoclonal humano que tem por alvo o RANKL, prevenindo
a ativação do seu recetor, RANK, na superfície dos precursores dos
osteoclastos e dos osteoclastos, o que inibe a formação, função e
sobrevivência dos osteoclastos, levando a uma diminuição da reabsorção
óssea. 

-É administrado via subcutânea única de 6 em 6 meses.

Efeitos secundários:
-Pode causar dores nas extremidades

-Pode causar dores músculo esqueléticas

Teriparatida:
-É um análogo da paratormona que leva à diminuição da apoptose dos
osteoblastos e ao aumento da formação óssea 

-É de administração subcutânea diária até 18-24 meses.

Efeitos secundários:
	 -Sintomas gastrointestinais

	 -Hipotensão postural

	 -Tonturas e vertigens

	 -Cãibras nos membros inferiores

	 -Osteossarcomas	
Jaime Oliveira de4 4
Hormonas da tiroide e antitiroideos
Tiroide:
-A tiróide é uma glândula endócrina.

-Produz várias hormonas tiroideias
como a tiroxina (T4) e a triiodotironina
(T3).

- Te m u m p a p e l i m p o r t a n t e n a
estimulação do metabolismo.

Biossíntese das hormonas
tiroideias - molecular:
-A tiróide precisa de iodo para
sintetizar as T3 e as T4.

- Te m o s v á r i a s r e a ç õ e s d e
organificação do Iodo. 

Biossíntese das hormonas tiroideias - celular:
Jaime Oliveira de1 10
-O Iodo entra por transporte
ativo através da Na+/K+
-O iodo provém da dieta.

-Um dos principais órgãos que captam iodo
circulante é a tiroide para sintetizar as
hormonas tiroideias.

80% do iodo é excretado pelos rins na urina.

-No organismo forma-se mais T4 do que T3,
sendo que a T4 quando chega aos tecidos se
transforma em T3. 

-80% da T3 circulante forma-se nos tecidos
periféricos nomeadamente no fígado.

-A T3 é mais potente do que a T4 (porque tem maior afinidade para os recetores
celulares).

Regulação hormonal da tiroide:
-A TSH estimula a tiróide a produzir
as T3 e as T4. 

-A dopaminas, os glucocorticóides podem
interagir com a regulação da tiróide e
originar problemas na tiróide devido à
medicamentarão do utente.

Cinética das hormonas tiroideias:
-As hormonas da tiroide ligam-se muito À TBG (thyroxine-binding globulin). Têm uma
baixa porção livre (0,04% T4 e 0,40%T3), estão altamente ligadas a proteínas do plasma
e quando são necessárias são facilmente acessíveis.

Jaime Oliveira de2 10
Nível enzimático:
-A D3 permite produzir uma forma hormonal com reduzida atividade metabólica.

-A T4 tem uma semi-vida de 7 dias

-A T3 tem uma semi-vida de 1 dia

Ações das hormonas tiroideias:
-As hormonas tiroideias
encontram o seu recetor no
núcleo, ativando-o e culmina
na síntese de muitas proteínas.

Jaime Oliveira de3 10
Alterações funcionais da tiróide:
-Podemos ter hipertiroidismo ou
hipotiroidismo! 

Hipotiroidismo:
-O hipotiroidismo pode ser:

	 -Congénito (creatinismo)

	 -Adquirido 

-O hipotiroidismo pode ser:

	 -Secundário (central) - há uma
deficiência hipotalâmica ou pituitárica

	 -Primária

-Pode ter várias causas:

	 -Défice de iodo (endémico)

	 -Deficiência enzimática para a
produção das T3 e T4

	 -Ablação cirúrgica da tiroide (nódulos)

	 -Destruição da tiroide com iodo
radioativo (doença de graves)

	 -Iatrogénico (refere-se a doenças ou
alterações patológicas criadas por efeitos
colaterais dos medicamentos).

	 -Tiroidite de Hashimoto (tiroidite
autoimune crónica = doença autoimune +
bócio indolor).

Jaime Oliveira de4 10
Efeitos secundários do hipotiroidismo:
Hipertiroidismo:
Efeitos secundários do hipertiroidismo:
Jaime Oliveira de5 10
-O hipertiroidismo pode ser causado pela
doença de graves (bócio difuso tóxico=
doença autoimune + bócio volumoso +
exoftalmia). 

Terapêutica do HIPOTIROIDISMO:
-A terapêutica é feita com
recurso a Levotiroxina
sódica 

Mecanismo de ação da Levotiroxina sódica:
-Estamos a dar T4 ao organismo para que ele o
transforme em T3. 

Jaime Oliveira de6 10
Características da Levotiroxina sódica:
A dose ideal é atingida quando:

	 -Há um desaparecimento da sintomatologia do hipotiroidismo

	 -Obtemos a TSH sérica normal

-Tem um lento início de ação, demoram mais tempo a fazer efeito. 

-Pode haver uma difícil adesão à terapêutica.

-Como tem um baixo tempo de semi-vida curto dai demorar muito tempo a fazer efeito.

Jaime Oliveira de7 10
Terapêutica do HIPERTIROIDISMO:
-Vamos bloquear as hormonas da tiróide.

-Temos Propiltiouracilo ou tiamazol ou 

Carbimazol

-Podemos inibir as peroxidases com
PTU ou tiamazol

-Também podemos inibir a entrada
do iodo

-O PTU impede as reações de
organificação do iodo, impede
também a transformação da T4
em T3. 

Jaime Oliveira de8 10
-Se estes fármacos não funcionaram podemos recorrer a:

Jaime Oliveira de9 10
-O PTU tem um problema que é o facto de ter de ser tomado várias vezes ao dia! Pode
haver uma falta de adesão à terapêutica!

Efeitos adversos:
Jaime Oliveira de10 10
Hormonas reguladoras do metabolismo do
cálcio
Homeostase do cálcio:
-O nível do cálcio no sangue é a calcémia.

-O cálcio anda no sangue e está
complexado ou ligado a proteínas ou está
ionizado!

-O cálcio também é um 2º mensageiro muito
importante.

-O cálcio tem de estar
entre valores restritos!

-Cerca de 8,8-10,2 mg/
dL

Equilíbrio de Cálcio:
-O cácio é depositado no
osso, é absorvido a nível
intestinal e está em equilíbrio
com vários componentes do
corpo.

Jaime Oliveira de1 8
Regulação hormonal do cálcio:
-Temos 3 substâncias importantes:

	 -vitamina D

	 -Calcitonina

	 -Paratormona

Paratormona:
-Se houver baixos níveis de cálcio vão aumentar os níveis desta hormona que vai
ao rim, ao intestino ao osso buscar cálcio para restabelecer a calcémia.

-São produzidas na para-tiroide.

Jaime Oliveira de2 8
Calcitonina:
-Se houverem elevados níveis de cálcio no sangue, a calcitonina vai ser segregada
e vai fazer com que estes níveis baixas!

-É produzida pelas células C

Vitamina D:
-É sintetizada na pele e é transformada no fígado e de seguida vai para o rim.

-Permite a absorção do cálcio a nível intestinal.

Jaime Oliveira de3 8
Jaime Oliveira de4 8
Disfunções das glândulas paratiroides:
-Quanto temos muita paratormona temos hiperparatiroidismo

-Quando temos pouca paratormona temos hipoparatiroidismo 

Alterações na homeostase do cálcio:
Jaime Oliveira de5 8
Terapêutica da HIPOCALCÉMIA:
-Para o tratamento da hipocalcémia temos:

	 -Cálcio

	 -Vitamina D

-Atenção: este cálcio e vitamina D não são para o tratamento da osteoporose, são
para repor os níveis de cálcio no sangue!

-Este tratamento causa obstipação

Cálcio:
Vitamina D:
Jaime Oliveira de6 8
O excesso de
v i t a m i n a D
causa:
Informações sobre a vitamina D:
Jaime Oliveira de7 8
Terapêutica da HIPERCALCÉMIA:
Jaime Oliveira de8 8
Diabetes
Epidemiologia:
-Verifica-se a existência de uma diferença estatisticamente significativa na prevalência da
diabetes entre os homens (15,9%) e as mulheres (10,9%).

-Verifica-se também a existência de um forte aumento da prevalência da diabetes com a
idade.

-Mais de um quarto das pessoal entre os 60-79 anos tem Diabetes. 

-Existe uma relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Diabetes:

	 -com perto de 90% da população com Diabetes apresenta:

	 	 -excesso de peso (49,2%)

	 	 -ou obesidade (39,6%)

-A prevalência da Diabetes nas pessoas obesas (IMC>30) é cerca de 4 vezes superior do que
nas pessoas com um IMC normal (IMC<25).

-A Diabetes Mellitus é um
problema de saúde pública:

	 -É a principal causa de
cegueira nas pessoas em
idade de trabalhar

	 -É a principal causa de
amputações dos membros
inferiores

	 -É a principal causa da
insuficiência renal 

Complicações:
Jaime Oliveira de1 28
Classificação da Diabetes Mellitus:
Diabetes Mellitus tipo 1:
-É uma diabetes se divide em duas categorias:

	 -Diabetes imunomediada

	 -Diabetes idiopática

Diabetes Mellitus tipo 1 imunomediada:

-Estes indivíduos deixaram de reconhecer como suas as células B pancreáticas dos ilhéus de
langerhans. A insulina é produzida nos ilhéus de langerhans onde temos reservas de pré-pro-
insulina, que dá a pro-insulina que depois dá insulina. A insulina está armazenada em
vesículas que existem nas células B porque é uma proteína que é facilmente degradada por
enzimas. Quando precisamos de insulina elas libertam-na por exocitose. 

-Neste diabetes existe uma doença autoimune caracterizada pela presença de anticorpos. É
hereditária e caracteriza-se pela existência de um gene no HLA (complexo major de
histocompatibilidade) que é o DR3/DR4, só quem transporta este gene é que pode vir a
desenvolver a doença. 

-Como vamos ter uma destruição das
células B pancreáticas vamos ter
hipoinsulinémia que com o decorrer do
tempo se vai traduzir numa total
ausência de insulina! Estes indivíduos
perdem a sua capacidade de
produção de insulina. 

Jaime Oliveira de2 28
-Estes indivíduos são passíveis de serem tratados com recurso à insulina, é uma diabetes
insulinotratável. 

-Nota: inicialmente algumas células do pâncreas ainda trabalham, podemos fazer uma
terapêutica sem recurso a insulina (a insulina tem uma fraca adesão).

-O maior efeito secundário da insulinoterapia são as hipoglicémias. 

Diabetes Mellitus tipo 2:
-É a situação mais vulgar.

-É própria do adulto obeso, adulto não obeso e do idoso.

-Há uma normal
p r o d u ç ã o d e
insulina, mas as
c é l u l a s s ã o
re s i s t e n t e s a
esta insulina, não
deixando que
e n t re g l i c o s e
d e n t r o d a s
células.

Jaime Oliveira de3 28
A diabetes Mellitus tipo 2 pode ter várias origens como:

-Há uma destruição das
células B, vai haver menor
produção de insulina, as
células não vão ter acesso
à glucose, e vão mandar
s i n a i s q u í m i c o s a o
pâncreas para produzir
glucagon que vai estimular
o fígado a produzir mais
glicose. Mas como há uma
deficiência na captação da
glicose apenas vai haver
um aumento da glicémia no
sangue.

-Tudo vai culminar no
aumento da glicémia.

Jaime Oliveira de4 28
-Porque é que há resistência há insulina?

-Temos 2 tipos de adipocitos: os viscerais e os subcutâneos. O visceral é mais pequeno do
que o subcutâneo. 

-Os adipócitos armazenam triglicéridos provenientes do fígado. O adipócito visceral tem
pouca capacidade de armazenar os ácidos gordos. Estes ácidos gordos que se vão
acumulando, vão ser lançados para dois sítios: vão novamente para o fígado ou vão para
outros orgãos alvo. 

	 -Estes adipocitos viscerais vão lançar os ácidos gordos para a corrente sanguínea, que
no fígado entram através do sistema porta, vão ser metabolizados e vão aumentar a
concentração dos triglicéridos. 

	 -Também pode ir para os orgãos alvo - músculos e no tecido adiposo

-Estes ácidos gordos são
problemáticos!

-No músculo e no tecido
adiposo vamos ter glicose,
a insulina vai atuar no
recetor da insulina que faz
com que ative cascatas de
sinalização que levam à
a t i v a ç ã o d o s
transportadores que vão
transportar a glicose para
dentro. Isto é o normal
funcionamento. A insulina
tem de atuar na sub-
unidade alfa dos recetores
que depois vai ativar a sub-
unidade B que de seguida vai ativar a tirosina cinase que desencadeia uma série de cascatas
bioquímicas que vão ativar vários transportadores para a glicose. 

-Os ácidos gordos vão impedir a ativação da tirosina cinase, a acumulação de ácidos gordos
faz com que haja uma alteração pós-recetor. 

Diabetes Mellitus tipo 1 Vs Diabetes Mellitus tipo 2:

-A grande maioria dos doentes tem o seu diagnóstico atribuído quando têm: 

	 -poliuria (muito urina)

	 -polidipsia (muita sede)

	 -polifagia (muita fome)

	 -perda de peso 

	 -várias infeções.

Jaime Oliveira de5 28
-A diabetes tipo 1 acontece com muitos sintomas e com uma hiperglicémia imensa. 

-Os diabéticos tipo 2 podem ter um diagnóstico quando vão a um oftalmologista porque
podem ter cataratas diabéticas (acumulação de sódio no olho) ou então retinopatias
diabéticas. Estes doente têm há pelos menos 8 anos hiperglicémias crónicas. É uma diabetes
sem sintomas, é uma diabetes muito frequente, os doentes conseguem viver bem com as
hiperglicémias. Ao fim de muito tempo com diabetes os pacientes apresentam neuropatia
diabética: há uma alteração da transmissão nervosa, os nervos que transmitem a
sensibilidade ao cérebro deixam de funcionar. Ao deixar de sentir não conseguem identificar,
por exemplo, feridas nos pés.

-A diabetes está associada a amputações, perda de visão, perda de sensibilidade, vivem
menos tempo.

Não conseguimos reverter as diabetes! Exceto a diabetes do obeso! Se ele perder tecido
adiposo visceral deixa de ser diabético, hipertenso e dislipidémico.

Tratamento Tipo 1: Insulinoterapia ou Antidiabéticos Orais (ADO)

Tratamento Tipo 2: Podemos atuar em vários locais (ver tratamento farmacológico DM2)

-Temos hiperglicémia porque a insulina não entra nas células, a informação que as células dão
ao fígado é a ausência de glicose e obrigam que ele produza mais glicose. As células também
dizem ao pâncreas que não temos insulina no sangue porque a glicose não está a entrar nas
células. Ele vai produzir mais insulina. É um ciclo vicioso!

-São indivíduos que têm imensa insulina, mas ela não atua porque temos muita produção de
ácidos gordos pelo tecido gordo visceral que faz com que a insulina se ligue aos recetores
mas que não ative os transportadores. Então temos hiperinsulinémia e hiperglicémia.

-Os fármacos que vão atuar nos orgãos alvos são insulinosensibilizadores, vão atuar onde a
insulina tem recetores. 

-Fármacos que atuam no pâncreas são fármacos insulinosecretores. 

-Os indivíduos que sofrem de diabetes têm de controlar os seus níveis de glicémia. O SNS
causa taquicardia, mau feitio, etc, como sintomas de alerta quando estamos em hipoglicémia,
faz tudo isso por ativação dos recetores B adrenérgicos. 

NOTA: indivíduos que façam terapêutica com B bloqueantes sofrem elevado risco de
hipoglicémias, porque não vão sofrer estes efeitos secundários. 

Jaime Oliveira de6 28
Diabetes Mellitus tipo 2 - tratamento farmacológico:
-Na DM2 há insulinoresistência. Podemos atuar em vários locais para melhorar esta situação:

	 -Fígado: vamos diminuir a produção da glicose hepática

	 -Rim: vamos diminuir a reabsorção de glicose

	 -Tracto gastrointestinal: vamos diminuir a reabsorção da glicose

	 -Músculo e tecido adiposo: vamos sensibilizar as células à insulina

	 -Pâncreas: vamos aumentar a secreção de insulina

Aumento da secreção de Insulina - Insulinosecretores
Sulfonilureias e Meglitinidas
Jaime Oliveira de7 28
-As sulfonilureias e as Meglitinidas atuam diretamente sobre o pâncreas, vão aumentar a
exocitose de insulina. São insulinosecretores. 

-Neste grupo temos fármacos que podem atuar sob as células B fazendo com que haja um
aumento da exocitose, temos as sulfonilureias (podem causar hipoglicémias) e as meglitinidas
(também podem causar hipoglicémias).

Secreção de Insulina:

-Numa célula normal a
glicose entra dentro da
célula, entra no ciclo de
k r e b s , v a i l e v a r à
produção de ATP que
vai encerrar os canais de
potássio (são os canais
d e p o t á s s i o AT P -
dependentes).

-Estes canais encerram
d e a c o r d o c o m a
concentração de ATP
que temos na célula. 

-Quando estes canais estão completamente encerrados vai haver abertura dos canais de
cálcio, vai entrar para dentro da célula e vai levar a um processo de exocitose! Estes canais
de cálcio só abrem quando os canais de potássio fechem!

-Numa célula em que não haja glicose dentro da célula, não vamos ter ATP, não vai haver um
encerramentos dos canais de potássio, então não vamos conseguir abrir os canais de cálcio,
logo não vamos ter exocitose de insulina!

-Fisiológicamente temos uma secreção basal de insulina que nos permite manter os níveis da
glicémia entre 70-110mg/dl. Mas na fase pós-prandeal temos insulina nas vesículas que vai
ser libertada (resposta rápida em 3-5 minutos) e depois temos uma fase mais persistente e
prolongada através da ativação de sistemas enzimáticos.

Mecanismo de ação das Sulfonilureias e Meglitinidas:
-O objetivo é promover a abertura dos canais de cálcio, então:

	 -O fármaco liga-se ao canal de K+ (encerramento) que leva a uma despolarização que
promove o influxo de cálcio promovendo a libertação de insulina.

Jaime Oliveira de8 28
Sulfonilureias
-Estamos a promover
u m a l i b e r t a ç ã o d e
insulina pelas células B,
eventualmente vai haver
uma exaustão destas
células B.

Ações:
-A sulfonilureias vão promover que haja um aumento na secreção de insulina

-Vão permitir reduzir a glicémia de jejum em cerca de 60-70 mg/dl

-Vão reduzir a hemoglobina glicosilada em 1,5-2%

Indicações:
-São indicadas para Diabetes Mellitus tipo 2

-Indivíduos com IMC<26 (magros ou peso normal)

-Podem ser associadas com metformina, glitazonas, acarbose, insulina.

Efeitos secundários:
-O principal efeito secundário é a hipoglicémia.

-Elas ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas

-Podem aumentar o peso

-São contra-indicados na Gravidez e no Aleitamento 

Interações:
-Antagonistas do efeito hipoglicemiante:

	 -Corticosteróides

	 -Contracetivos orais

	 -Diuréticos da ansa e tiazídicos

-Indutores enzimáticos:

	 -Barbitúricos

	 -Rifampicina

	 -Ingestão crónica de álcool

Jaime Oliveira de9 28
-Potenciação do efeito hipoglicemiante:

	 -antagonista recetores B

	 -AINEs
-A glibenclamida tem uma semi-vida longa. Pode causar hipoglicémias (Não é seletivo dos
canais de K+).

-A glipizida e a gliclazida têm uma semi-vida curta. Diminuem o risco das hipoglicémias.

-A glimepirida tem um efeito hipoglicemiante menor do que a gliblenclamida. É de toma única,
há maior adesão à terapêutica. (este fármaco tem uma vantagem, é seletivo dos canais de K+
pancreáticos, os canais de K+ do coração não são afetados). 

Meglitinidas
-Temos a Nateglinida

-O seu mecanismo de ação é igual ao das sulfonilureias. 

-Ligam-se ao recetor das sulfonilureias. 

-Têm um início de ação rápida e um tempo de semi-vida curto.

-Deve ser administrado no início das refeições ou antes das mesmas.

-Tem um período de ação mais curto.

-Restaura a primeira fase de secreção de insulina (rápida).

-Diminuem a hiperglicémia de jejum e pós prandial

-Diminui a Hba1c 1,0-1,5%

-Pode haver aumento de peso

-São dadas em monoterapia ou em associações com metformina. 

Integração da matéria:
-Faz sentido utilizar sulfonilureia e nateglinida em conjunto?

Sim se for DM2 magro

Não se for DM2 gordo

Jaime Oliveira de10 28
-Podemos dar uma sulfonilureia e uma insulina?

-Sim, o indivíduo tem de controlar as glicémias. Esta associação é vantajosa porque estamos
a ajudar o pâncreas, estamos a preservar as células B. 

Incretinas
Análogos do GLP-1
-Temos 

	 -Exanatide
-Liraglutide

-São todos injetáveis.

Inibidores da DPP-4
-Temos 

	 -Sitagliptina
-Saxaglipetina
-Vildagliptina
-Estes dois grupos de fármacos não atuam diretamente nas células B pancreáticas, não
produzem hipoglicémias nem produzem exaustão das células B. eles vão atuar no eixo
gastrointestinal.

Jaime Oliveira de11 28
-Existem várias hormonas gastrointestinais que estimulam a secreção de insulina sem atuar
diretamente nas células B pancreáticas. 

-Os aminoácidos também aumentam a taxa de secreção de insulina, numa situação de
hiperglicémia.

-O stress aumenta a resistência há insulina porque aumenta a expressão de hormonas de
contra-regulação. 

Mecanismo de ação dos inibidores da GLP-1 e agonistas da DPP-4:
-Ingerimos alimentos que chegam ao tubo GI, aqui vai aumentar a produção das incretinas
que vão estimular o pâncreas a produzir insulina. Estas incretinas são inibidas pela DPP-4.
Então degradando a DPP-4 não vamos ter a degradação das incretinas e vamos ter um
aumento destas incretinas, que culminam num aumento da secreção de insulina. 

-As incretinas são importantes e estimulam o pâncreas sem produzir hipoglicémias. Posso ter
análogos destas incretinas, que são os análogos do GLP-1. 

Inibidores da DPP-4:
-Reduzem a glicémia pos-prandeal

-Reduzem a Hba1c 1,05% em 12 semanas

-Redução ponderal

-Não causam hipoglicémias

-Podem ser associados com outros ADO,
com metformina ou glitazona quando o exercício fisico e a dieta não controlam a glicémia

Jaime Oliveira de12 28
Agonistas do GLP-1:
-Como análogos das incretinas, mimetizam as incretinas naturais libertadas no intestino após
a ingestão de alimentos.

-Estimulam a libertação de insulina pelo pâncreas proporcional aos níveis de glicose.

-Podem também reduzir o glucagon caso este esteja elevado, em relação inversa à glicose.

-Desta forma caso a glicose do sangue esteja elevada o fármaco irá estimular a secreção da
insulina e inibirá glucagon.

-A sua utilização deve ser limitada ao tratamento dos doentes com DM2 obesos.

-Em 2ª linha (adicionado a metformina ou sulfonilureia ou glitazona, se houver intolerância a
estes fármacos)

-Em 3ª linha (após dois dos anteriores e também inibidores das DPP-4)

-A sua utilização foi associada a riscos de pancreatites.

-A utilização de análogos GLP-1 em combinação com sulfonilureias poderão ter um risco
acrescido de hipoglicémia. 

Jaime Oliveira de13 28
Aumento da sensibilização à insulina - Insulinosensibilizadores
Biguanidas e Glitazonas
-As Biguanidas e as Glitazonas têm um mecanismo de ação semelhantes. Ambas vão
sensibilizar as células à ação da insulina, portanto vão reduzir a resistência à insulina. 

Biguanidas - Metformina:
-Atuam independentemente da insulina

-Atuam na célula alvo

	 -não aumentam a produção de insulina

	 -actuam a nível pós-recetor - melhoram
o uptake da glicose 

-Atuam nas células alvo da insulina, que são
as células que precisam de insulina para que
a glucose entre nas células.

-Estes fármacos não produzem hipoglicémias.
Porque não aumentam a secreção de insulina.

-Vão diminuir a produção hepática de glicose
(neoglicogénese)

-Vão diminuir a absorção intestinal de glucose

-Vão aumentar a recaptação periférica de
glicose.

A metformina:
-Reduz a hiperglicémia sem aumentar a produção de insulina - não tem ação nas
células B

	 -Não produz hipoglicémias

	 -Não está associado a ganho de peso - Induz anorexia

	 -Interfere no metabolismo lipídico

	 	 -Diminui os triglicéridos até 10-20%

	 	 -Diminuem os níveis plasmáticos de ácidos gordos

Jaime Oliveira de14 28
-Melhoram a função endotelial

	 	 -Corrigem a hiperadesividade

	 	 -Diminuem a hiperagregabilidade das plaquetas

	 -Aumentam a fibrinólise

A metformina é indicada:

	 -Doentes com IMC>26

	 	 -1ª escolha no diabético obeso

	 -Há uma redução significativa das complicações microvasculares

	 -Redução da mortalidade global

	 -Pode ser associado com:

	 	 -Sulfoniluréias, glitazonas e insulina

	 -Não se liga às proteínas plasmáticas: isto é muito importante porque há menos
interações! 

A metformina tem vários efeitos secundários:
	 -Acidose láctica - principalmente em insuficientes renais. 

	 -A nível do tracto gastrointestinais causam diarreia, vómitos, flatulência e anorexia

	 	 -Deve ser iniciada em baixas doses, após as refeições (com alimentos). Nalguns
casos leva a interrupção do tratamento. Geralmente são 2 a 3 tomas diárias.

	 -Má absorção da vitamina B12 e ácido fólico.

	 -Pode causar reações alérgicas como:

	 	 -Prurido/ Urticária/ Erupções cutâneas

A metformina é contra-indicada:

	 -Em doentes com insuficiências renais, hepáticas, doenças pulmonares, ICC, infeções
graves, história de acidose láctica, utilização de contraste com iodo (exames radiológicos). 

	 -Contra indicados na Gravidez e Aleitamento.

Jaime Oliveira de15 28
Revisão:

-As interações de fármacos podem ser farmacocinéticas ou farmacodinâmicas. As de natureza
farmacocinética (como as da metformina) englobam todas as alterações a nível da ADME. As proteínas
plasmáticas que são proteínas de transporte de fármacos são categorizadas a nível da distribuição. 

-A maior proteína de transporte é a Albumina. O fármaco que se ligar mais à albumina fica menos disponível
no sangue. Um AINE como o AAS liga-se 99% à albumina. Numa dose baixa (75mg) têm efeitos
cardioprotectores, dose média (500mg) tem efeito anti-pirético e analgésico e doses altas (1000mg) tem
efeitos anti-inflamatórios. Nestas doses baixas vai inibir a agregação das plaquetas até o fim da sua vida
(cerca de 10 dias). A Warfarina liga-se 99% às proteínas plasmáticas. 

-Um fármaco liga-se fortemente às proteínas plasmáticas mas não interage com AAS nem com a Warfarina,
então este fármaco liga-se fortemente às proteínas plasmáticas que não são a albumina.
A metformina deve ser tomada:
-Por adultos e crianças com idades superiores a 10 anos.

	 -Começamos com doses sub-terapêuticas de 500mg durante 1 semana, aumentar para
850mg de 12 em 12 horas até chegar a uma dose que seja eficaz, sendo que o máximo que
podemos atingir é de 3g/dia.

Glitazonas - Pioglitazona:
-Há um ligeiro risco de indivíduos come esta terapêutica desenvolverem cancro da bexiga.

-Este fármaco já pode ser utilizado em doentes com insuficiência renal.

-É um medicamento de toma única - pode ser tomado em associação com ADO

-Tem um mecanismo indireto, o controlo metabólico da diabetes só se nota ao fim de algumas
semanas.

-Reduz a glicémia em jejum

-Reduz a tensão sistólica e diastólica

-Melhora o fluxo miocárdico

-Reduz a hiperplasia da íntima das coronárias

-Reduz a microalbuminúria

-Preserva a função das células beta
Jaime Oliveira de16 28
Interligação da matéria:
-Sob o ponto de vista farmacológico faz sentido associar no mesmo doente metformina e
pioglitazona? 

-Faz sentido se for em DM2 obeso em que estamos a controlar a insulinoresistência e o papel
da glitazona é de controlar a insulinoresistência pós-prandeal. 

-Em DM2 magro não faz sentido porque nestes diabéticos temos hipoinsulinémia. Na DM2
dos magros não temos insulinoresistência, temos uma alteração funcional das células beta. 

-A associação de sulfonilureias com metformina faz sentido?

-As sulfonilureias vão produzir insulina. em determinados indivíduos em que a
insulinoresistência é residual e o problema está nas células pancreáticas podemos dar a
sulfonilureia para dar mais insulina e a metformina para sensibilizar as células. (do ponto de
vista clinico temos de medir glicémias e hemoglobinas para ver se a terapêutica está a ser
eficaz).

Diminuição da reabsorção da glucose
Inibidores das proteínas de transporte - Dapagliflozina
-Temos a Dapaglifozina (Forxiga) que vai inibir a reabsorção de glicose, diminuindo assim a
glicémia.

Proteínas de transporte de sódio-glucose:
-São uma família de transportadores de glucose encontrados:	

	 -na mucosa do intestino delgado, nos enterócitos - SGLT-1

	 -no túbulo proximal do nefrónio - SLGT-2 / SGLT-1

-Contribuem para a reabsorção renal de glucose

-Nos rins, a 100% da glicose filtrada no glomérulo tem de ser reabsorvida ao longo do
nefrónio (+-90% através do SGLT2).

-Em situações de hiperglicémia a glicose é excretada na urina (glicosúria), porque as SGLT
estão saturadas. 

Jaime Oliveira de17 28
-Tem interesse desenvolver fármacos específicos para a SGLT-2 porque ele é responsável por
90% da reabsorção tubular da glicose enquanto que os SGLT-1 é apenas responsável por
10%. 

-A dapaglifozina pode ser associada com uma sulfonilureia (promove a libertação de insulina)
ou uma insulina é possível que haja um hipoglicémia. Estes indivíduos têm de ser controlados
medindo a glicémia. 

-Este fármaco não é passível de ser utilizado em doentes com insuficiência renal.

Diminuição da absorção da glucose
Inibidores da alfa glicosidase
-Temos a Acarbose:
Jaime Oliveira de18 28
-Os inibidores da alfa glicosidade das vilosidades intestinais atrasam a absorção dos
hidratos de carbono, bloqueando competitivamente as dissacaridases e dificultando a
clivagem dos oligossacáridos em monossacáridos.

	 -Desta forma, reduzem as concentrações de insulina pós-prandial.

	 -A acarbose (ACARB) é um pseudotetrassacárido com grande afinidade para o recetor
das alfa-glucosidases na bordura do intestino delgado, que bloqueia de forma reversível a
hidrólise enzimática dos polissacáridos atrasando a sua digestão.

	 -Há uma redução da absorção de glicose.

	 -A acarbose apenas funciona se for administrada por via oral e antes das refeições.

	 

	 -Pode causar flatulências, aerofagia, diarreira ou distensão abdominal. Estes efeitos são
dose dependentes.

	 -Raramente é utilizada em monoterapia.

	 -Pode causar um aumento das transaminases

A acarbose é contra-indicada:
-Na gravidez

	 -No aleitamento

	 -Nas doenças do intestino grosso

	 -Em transtornos crónicos da digestão e absorção intestinal

Resumo
Jaime Oliveira de19 28
Diabetes Mellitus tipo 1 - tratamento farmacológico:
Jaime Oliveira de20 28
Insulinas:
-Temos 4 tipos de insulinas:

	 -Insulinas de ação ultra-rápidas

	 -Insulinas de ação rápida

	 -Insulinas de ação intermédia

	 -Insulinas de ação longa



Insulinas de ação rápida:
-Têm uma absorção muito rápida e
uma duração muito curta.

-São uma solução com aspeto
cristalino de rápida absorção
subcutânea.

-Têm grande variabilidade inter e intra-
individual

-Podem ser misturadas com insulinas
de ação retardada

-É a única insulina passível de ser utilizada com Bombas infusoras.

-É a única insulina que pode ser administrada por via endovenosa. Quando há hiperglicémias
que precisam de ser tratadas de imediato (ex: urgência hospitalar).

Insulinas de ação intermédia (NPH):
-Têm uma duração máxima que não ultrapassa as 24 horas.

-É uma suspensão o que vai atrasar a absorção
subcutânea.

-A sua duração de ação pode ser retardada pela adição de:

	 -Protamina (proteína de origem animal - pode dar alergia)

	 -Zinco

-A insulina NPH pode misturar-se com a insulina de ação rápida (pré-misturas).

Insulinas de ação lenta ou longa:
-Tem um início de ação muito lento e
prolongado.

-É uma suspensão de Zinco cristalina
com tampão acetato.

-Não tem um pico de ação detectável.

Jaime Oliveira de21 28
Análogos da Insulina
-São as Insulinas Ultra-rápidas.

-São insulinas modificadas na sua molécula de alguns
aminoácidos das 2 cadeias.

-Há uma modificação da molécula por forma a tornar a
sua farmacocinética mais fisiológica.

-Temos a Insulina Lispro
	 -Aminoácido lisina e prolina nas posições 28 e 29 da cadeia B

	 	 -Maior rapidez de ação

	 	 -Duração mais curta

	 	 -Agregação 300X menor do que a insulina regular

	 	 -O dobro da ação em metade do tempo

-Este tipo de insulina tem uma grande vantagem:

	 -A sua administração pode ser depois da refeição

	 -Mimetiza uma libertação fisiológica

	 -Evita os risco de hipoglicémias tardias

Insulinas em Portugal:
Jaime Oliveira de22 28
Tipos de Insulinas:
Jaime Oliveira de23 28
Indicações da Insulina:
-Diabéticos de qualquer idade excessivamente magros

-Diabéticos do tipo 1:

	 -Insulinoterapia é perpétua, ao contrário de outras situações clínicas, em que pode ser
transitória.

-Diabetes da grávidas:

	 -Durante a gravidez, o uso de ADO está contra-indicado

	 -Diabetes gestacional, a insulina é a terapêutica da diabetes diagnosticada na gravidez

-Diabetes sintomática com hiperglicémia marcada

	 -Adultos magros ou adultos/jovens obesos muito sintomáticos.

	 -em presença de uma provável falência dos ADO

-Diabéticos do tipo 2

	 -Nas intercorrências médicas graves

	 	 -Tendencias para um descompensação metabólica

	 	 -Agravamento do controlo da glicémia

	 	 -Aumentos das hormonas de contra-regulação

	 -Durante a cirurgia e no pré e pós-operatório imedaitos

	 -Lesões isquémicas dos membros inferiores

	 	 -A insulina pode ser benéfica na cicatrização, nomeadamente nas úlceras
isquémicas

	 	 -Melhor controlo glicémico

-Falência dos ADO

	 -Ao fim de alguns anos de terapêutica com ADO, habitualmente após 10-15 anos com
sulfonilureias, pode ocorrer uma verdadeira falência da resposta pancreática à sua ação, pelo
que se toma imperioso o início da insulinoterapia, ainda que por vezes se possam associar os
ADO, em terapêuticas mistas.

Formas de administração da Insulina.
Jaime Oliveira de24 28
Principais fatores que podem influenciar a velocidade de absorção da insulina
administrada por via subcutânea
-Dependem de vários fatores como:

	 -Da insulina:

	 	 -Estado físico (solúvel ou em suspensçao)

	 	 -Dose

	 	 -Concentração

	 	 -Volume

	 -Da circulação capilar local

	 -Dos locais de injeção:

	 	
	 

-Convém que o diabético altere o local de
administração da insulina porque se for
administrada sempre no mesmo local vai
causar lipodistrofia que é insensível. 

Perfil da Insulina:
Jaime Oliveira de25 28
Esquemas de utilização da Insulina:
Insulinoterapia - Efeitos secundários:
-Os principais efeitos secundários são:

	 -Hipoglicémia

	 -Ganho ponderal

-Pode causar efeitos menos comuns como:

	 -Lipoatrofia, perda de tecido subcutâneo, porque há uma área de injeção repetida

	 -Alergia local, muito rara, com manchas, prurido e pápulas

	 -Alergias generalizadas, muito rara, pode dar uma reação anafilática

-Pode causar Lipo-hipertrofia, que é um aumento da gordura do tecido subcutâneo.

Jaime Oliveira de26 28
Interações com a insulina:
Fatores a considerar na escolha da terapêutica:
Diabetes Mellitus Gestacional:
Jaime Oliveira de27 28
-Aparece apenas na grávida por volta das 23/25 semanas da gravidez. Nesta fase a mulher
produz hormonas contra o efeito da insulina. 

-Esta gravidez pode-se controlar com uma terapêutica não farmacológica através da dieta. 

-Todas as grávidas perto das 24 semanas fazem o teste de Sullivan que consiste em beber
50g de açúcar num copo de água e depois fazemos a prova de tolerância à glicose.
Queremos saber se a grávida nas 2 horas seguintes vai metabolizar este açúcar. 

Jaime Oliveira de28 28
1
2
-Também podemos fazer um tratamento não farmacológico!

Alvos Farmacológicos no tratamento da hipertensão arterial:
3
-Temos pre-loud e o after-loud. A pós-carga é a força que o coração tem de vencer para
bombear para a circulação sistémica. Na insuficiência cardíaca temos um aumento da pre-carga. 

-Aqueles que têm capacidade de reduzir as resistências periféricas totais vão diminuir a pós-
carga. Ao diminuir a RVP a pressão que as artérias exercem é menor. Todos os fármacos que
reduzam as RVP são vasodilatadoras. Ao reduzir as RVP estamos a reduzir o esforço do coração,
assim ele trabalha mais tranquilamente e aumento a perfusão dos tecidos.

-Temos vários fármacos que reduzem as RPT. Os BEC- bloqueadores da entrada de cálcio,
todos eles vão diminuir a RPT porque são muito vasodilatadoras. 

-Todos eles podem ter efeito secundário de hipotensão.

-Podemos ter fármacos que aumentam a saída de água do organismo levando a um menor
volume de sangue, diminuindo o débito cardíaco. 

-Também podemos atuar no sistema nervoso simpático. Dependendo do efeito pretendido
podemos agonizar ou antagonizar os alvos.

4
Hipertensão Arterial
Pressão Arterial:
-A pressão arterial depende de dois fatores: do débito cardíaco (DC) e da resistência
vascular periférica total (RPT)

-O DC relaciona-se com o estado funcional do miocárdio. O DC é o volume de sangue
que sai por unidade de tempo do coração, sendo assim depende de dois fatores: do
volume sistólico (VS) e da força de contração (FC).

-A RVP está relacionada com a viscosidade do sangue e com o calibre dos vasos como
as artérias que são estruturas com várias camadas nas quais uma delas é a camada
muscular. Devido à sua anatomia as artérias estão quase sempre fechadas, apenas
abrem quando o sangue precisa de passar. Assim, quanto maior a FC maior o tempo que
elas estão abertas. 

-O SNS controla a contração das artérias com os seus mediadores, as catecolaminas
(noradrenalina, adrenalina e dopamina). 

-Temos vários mecanismos que nos
permitem controlar a pressão arterial
como fatores químicos, mecanismos
de ação rápida, intermédia e a longo
prazo. 

Jaime Oliveira
Efeitos de factores químicos na constrição vascular
•Aumento do Ca2+ - vasoconstrição

•Aumento do K+ - vasodilatação

•Aumento de Mg+ - vasodilatação

•Aumento do Na+ - efeito indirecto

•Aumento do CO2 - Vasodilatação moderada nos tecidos e acentuada no tecido cerebral. 

No centro vasomotor efeito vasoconstritor intenso

•Iões citrato / Iões acetato – não têm efeito sobre a musculatura 

Mecanismos de ação rápida:
-Os mecanismos de ação rápida de controlo da pressão arterial podem ser mecanismos
nervosos ou mecanismo hormonais.

Mecanismos Nervosos:
-Os barorrecetores são sensíveis à pressão que
passa naquele vaso. Quando a pressão arterial
baixa eles reagem e enviam sinalização com o
objetivo de restabelecer a pressão arterial normal.

-Existem na parede da aorta e nos seios carotídeos
e são sensores sensíveis ao grau de estiramento
do vaso, quando há um aumento da pressão há
um aumento da distenção do vaso. 

-Estes barorrecetores adaptam-se às variações da
pressão! 

-Os barorrecetores também existem no rim.

(para mais informações consultar a sebenta de anatomia II)

Jaime Oliveira
-Os quimiorrecetores são
sensíveis a substâncias químicas
e às suas variações. 

-Os quimiorrecetores também
existem no rim.

-A resposta isquémica do SNC é
ativada quando são detetadas
pressões arteriais baixas! 

-É um sistema de recurso que não
é utilizado todos os dias! 

-Quando há baixa pressão arterial a
nutrição dos tecidos vai ser
deficiente e pode originar zonas de
isquémia, que vão ativar esta
resposta!

Mecanismos Hormonais:
Jaime Oliveira
Mecanismos de ação intermédia:
Existem vasos de resistência e de vasos de capacidade, as veias são vasos de
capacidade. Quando precisamos de aglomerar líquido que vem do espaço intersticial ele
vai para as veias. Existe um equilíbrio dinâmico entre estas duas estruturas. O líquido
quando se movimenta leva sódio atrás! O sódio faz-se acompanhar de grandes
quantidades de agua. Os mecanismos intermédios favorecem as trocas iónicas entre o
interstício e o vaso.

Mecanismos de longo prazo:
Jaime Oliveira
A figura abaixo representa o mecanismo básico de feedback do sistema rim-líquido corporal no
controlo da pressão arterial



A figura abaixo representa as etapas pelas quais um aumento do volume líquido extracelular
provoca um aumento da pressão arterial.

Jaime Oliveira
PA
Volume
sanguíneo
Pressão média de
enchimento
circulatório
RPT
DC
Retorno
Venoso
Perda não renal
de líquido
Volume de
líquido
extracelular
Ingestão
de líquido
Débito
renal
Alteração do volume
de líquido extracelular
Força
de
contracção
Capacidade
vascular
Eixo Renina-Angiotensina-Aldosterona:
-O rim possui quimiorrecetores,
barorrecetores e recetores do SNSimp.

-Os barorrecetores do rim medem a
pressão com que o sangue passa na
arteríola aferente.

-Os quimiorrecetores são recetores
sensíveis ao sódio, quando os níveis de
sódio são baixos na corrente sanguínea
eles vão ativar sistemas que retêm o sódio
como o aparelho justaglomerular e o eixo renina-angiotensina-aldosterona.

-Estes sistemas vão culminar num aumento da
secreção de renina! A renina vai estimular a
transformação do angiotensinogénio em
angiotensina I que vai para os pulmões e vai
ser convertida em angiotensina II pela ECA.

-A angiotensina II tem várias funções, uma das
quais é a estimulação da libertação de
aldosterona pela células da zona glomerular
das supra-renais. A aldosterona vai atuar no
rim e vai promover a excreção de potássio (k+)
e vai promover a absorção de H2O e sódio
(Na+).

Jaime Oliveira
Angiotensina II
Constrição
dos vasos
de resistência
Zona glomerular
da
Supra-renal
Rim SNC
Aldosterona SN simpático
BebidaHipertensão
Excreção
de Na+
e H2O
Retenção
de Na+
e H2OHipertensão
Acções da Angiotensina II
-A aldosterona é a hormona responsável pelo potássio (K+). Quando temos o sistema
renina-angiotensina-aldosterona a funcionar em demasia estamos a reter muito sódio e a
expelir muito potássio. Ao reter grandes quantidades de sódio vamos alterar o débito
cardíaco, vamos aumentar a pressão arterial. 

-Como a angiotensina II é um forte vasoconstritor vamos ter um aumento das RPT.

-O sistema renina-angiotensina-aldosterona mexe nos dois fatores da fórmula: RPT e DC.

-No rim, os seus barorrecetores quando detetam que se baixou a pressão arterial,
porque passa menos sangue e há uma diminuição da distenção das paredes, vão ativar o
sistema nervoso central que vai aumentar a pressão arterial. Como há menos volume a
passar de sangue, também há menor concentração de iões, os quimiorrecetores vão-se
aperceber desta diminuição e vão ativar o sistema que retenha estes iões (eixo renina-
angiotensina-aldosterona). Estes efeitos são mais rápidos, enquanto que a ação da
angiotensina e da aldosterona são mais tardios porque elas têm de ser produzidas.

Angiotensina II:
1- Ação vasoconstrictora:
	 -A angII é uma hormona circulante que ao interagir com os seus recetores
específicos produz:

	 	 -Potenciação da libertação de noradrenalina dos terminais simpáticos

	 	 -Inibição da recaptação da noradrenalina da fenda sinática

	 	 -Potenciação da libertação de catecolaminas da medula supra renal por
despolarização das células cromafins. 

	 -Tem uma ação vasoconstrictora intensificada.

Jaime Oliveira
2- Ação da AngII ao nível do rim:
	 

	 -Tem um efeito direto na reabsorção de
Na+ no túbulo proximal

-Tem um efeito direto na libertação de aldosterona
3- Efeitos da AngII ao nível do SNC:
	 -Passa em zonas desprovidas de barreira hematoencefálica e há sintese de angII a
nível cerebral

	 -A angII vai estimular:	 	 

	 	 -centros cardiovasculares - simpáticos

	 	 -terminais eferentes - simpáticos

	 	 -libertação de noradrenalina - terminais adrenérgicos

	 

	 -A angII vai estimular a libertação de vasopressina que vai ter uma atuação direta
nos vasos provocando vasoconstrição e vai atuar nos rins

4- Efeito da AngII ao nível das estruturas vasculares
-Aumento da massa muscular não acompanhado de concomitante aumente da
circulação coronária

	 -Aumento do tecido conjuntivo com perda simultânea do tecido contráctil

	 -Alterações na síntese de proteínas contrácteis

Em suma:
Jaime Oliveira
Interação da Angiotensina II com o seu recetor AT1:
Aldosterona:
Jaime Oliveira
Tratamento farmacológico da hipertensão no eixo renina-
angiotensina-aldosterona
-Existem 5 possibilidades para este tratamento:

	 -Bloqueadores B: eles reduzem a libertação de renina das células justaglomerulares

	 -Fármacos que inibam a renina

	 -Fármacos antagonistas dos recetores da Angiotensina II (AT1)

	 -Inibidores da enzima de conversão (ECA)

	 -Antagonistas da aldosterona

InECA - Inibidores da enzima de conversão da angiotensina:
-Existem 3 classes diferentes:

	 -InECA com radicais sulfidrílicos: Captopril

	 -InECA carboxialquildipeptídeos: Enalapril e Lisinopril

	 -InECA que têm fósforo: Fosinipril

-As suas diferenças estruturais influenciam a sua distribuição no organismo e a sua
seletividade tecidular. 

Mecanismo de ação:
-Os inibidores da ECA vão impedir que
a Angiotensina I se transforme na
Angiotensina II, evitando a sua ação
farmacológica

Ação farmacológica:
-Redução da produção da angiotensina II

	 -Vasodilatação

	 -Diminuição da resistência periférica

	 -Diminuição da tensão arterial

-Efeito a nível cerebral:

	 -há uma manutenção do fluxo sanguíneo cerebral

Jaime Oliveira
-Efeitos a nível renal:

	 -Redução da secreção da aldosterona

	 -Aumento do fluxo sanguíneo renal

	 -Inibição do tonús simpático

-Propriedades cardioprotectoras:

	 -Aumenta a perfusão coronária

	 -Regressão da hipertrodia ventricular

-Efeito nefroprotector:

	 -Proteção do aparelho glomerular em doentes mais susceptíveis a lesões
decorrentes de hipertensão glomerular, como os diabéticos. 

Efeitos Secundários:
-Tosse seca irritativa

-Hipotensão arterial

-Palpitações

-Taquicardia

-Perturbações hematológicas:

	 -Neutropenia

	 -Anemia

	 -trombocitopenia

-Alterações cutâneas

	 -Rashes de características várias

-A ECA é responsável pela degradação de um composto a nível pulmonar que é a
bradicinina. Se vamos inibir a ECA vamos ter aumento de bradicinina dai a tosse seca e
irritativa.

-Os inECA também causam um aumento do K+, que pode causar uma hiperpolarização
das células do miocárdio e do nódulo SA o que faz com que o coração pare de bater!

-Os inibidores da ECA são importantes para os diabéticos porque são nefroprotetores e
na hipertensão são importantes porque revertem ligeiramente a hipertrofia ventricular
esquerda.

Exemplos:
Jaime Oliveira
Interações:
-AINE: diminuem o efeito dos InECA

-Diuréticos poupadores de K+
-Neurolépticos- risco de hipotensão
ortostática
-Antidepressivos- risco de hipotensão
ortostática
-Insulina - efeito hipoglicemiante
-ADO - efeito hipoglicemiante

-São contra indicados na gravidez
Bloqueadores dos recetores da angiotensina II:
-Os bloqueadores dos recetores do tipo AT1 da angiotensina II são fármacos que são
bem tolerados. 

-Também se podem chamar de antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARA)

-Possuem alguns efeitos secundários como cefaleias, tonturas, astenia, dores musculares
e hipercaliémia (K+).

-São contra-indicados na gravidez.

-Os ARA não causam a tosse seca e irritativa que é causada pelos inECA

Ação farmacológica:
-Há uma vasodilatação arterial

-Há uma diminuição da contractilidade e da frequência cardíaca, há uma diminuição das
necessidades miocárdicas de O2.

-Supressão da libertação de aldosterona

-Diminuição do tónus simpático

-SNC supressão da libertação de ACTH, Vasopressina, Prolactina, LH

Exemplo:
Antagonistas da Aldosterona:
-Estes fármacos também podem ser designados como poupadores de potássio. 

-Temos a espironolactona - é um esteróide com uma estrutura semelhante da
aldosterona. (a aldosterona é o mineralocorticóide natural mais potente).

-No homem temos impotência / ginecomastia e na mulher temos uma irregularidade do
ciclo menstrual.

Jaime Oliveira
Bloqueador da Renina:
-Temos o Aliscireno.

-Bloqueia o centro ativo da renina.

-Impede a clivagem do angiotensinogénio e a produção de angiotensina I.

Canais de Cálcio:
-O cálcio é responsável pela contração das células, encontra-se no retículo
sarcoplasmático, que no músculo liso é muito rudimentar. Este músculo tem de ir buscar
o cálcio necessário para a sua contração fora da célula!

-Fármacos que bloqueiem estes canais de cálcio não têm efeito farmacológico no
músculo esquelético, porque quando contrai tem o cálcio armazenado, ao contrário do
músculo liso.

-O cálcio pode entrar na célula por:

	 -Canais de cálcio dependentes da voltagem

	 	 -L, T, N que abrem quando o potencial de membrana atinge os -40mV

	 -Canais recetores dependentes

	 	 -há uma ativação de um recetor vizinho

	 -Por troca com Na+

	 -Por troca com K+

	 -Por difusão passiva

Jaime Oliveira
-A +20 mV temos o potencial de inversão. O ião envolvido na despolarização é o Na+.
Quando há despolarização o sódio dentro da célula, os canais de sódio abrem e ele
entra. Quando chegamos ao potencial de inversão, vai trocar com o potássio. Quanto
mais negativo o potencial mais difícil é de despolarizar. 

-O cálcio não entra porque ele está dentro da célula. Quando há despolarização o retículo
sarcoplasmático é obrigado a libertar cálcio e leva à ligação da actina à miosina e contrai.

-Ao despolarizar o músculo liso com sódio vai havendo um aumento do potencial até que
se atinge um potencial tal que vai abrir os canais lentos de cálcio (-40mv). O músculo é
impermeável ao cálcio ele tem de entrar por transporte ou canais. 

-Os fármacos vão encerrar estes canais lentos de cálcio, o músculo liso não vai contrair.
É um alvo para o controlo da vasoconstrição. Os bloqueadores da entrada de cálcio vão
bloquear os canais lentos de cálcio, provocando vasodilatação.
-Existe mais cálcio no exterior é muito maior do que no interior da célula. 

-Uma célula em repouso é totalmente impermeável ao cálcio

-As células têm mecanismos responsáveis pela expulsão de cálcio como:

	 -Bombas trocadoras de iões (cálcio por sódio)

Mecanismo de ação dos Bloqueadores da entrada de cálcio:
-Os bloqueadores da entrada de cálcio (BEC) reduzem a entrada de cálcio na célula
através dos canais de cálcio que são voltagem dependentes ou pelos canais de cálcio
ativados pela estimulação de outros recetores, os alfa adrenérgicos e os da angiotensina.

Classificação dos BEC:
-Existem vários BEC que diferem entre si pela:

	 -sua estrutura

	 -no local de ação sob o canal lento de cálcio

-Temos os derivados da benzotiapina (Diltiazem), derivados das fenilalcoilaminas
(Verapamil) e os derivados das dihidropiridinas (Nifedipina).

-Os BEC podem ser classificados em 2 aspectos:

1) Seletividade para os canais de cálcio

	 2) Efeito vascular

	 	 -Vasoselectivo

	 	 	 -São vasoselectivos para as artérias, temos a Nifedipina

	 	 -Não vasoselectivo 

	 	 	 -Atuam sempre que o canal de cálcio está aberto/ativo, atua nas
artérias, no músculo cardíaco e no automatismo do coração. Temos o verapamil e o
diltiazem. 

Jaime Oliveira
Jaime Oliveira
Vasoselectivo
Não
Vasoselectivo
-A seletividade dos fármacos para estes canais de cálcio depende de:

-Os canais de cálcio podem
estar em 3 formas distintas:

-O verapamil e o diltiazem
atuam em canais que estão em
estados diferentes do que os
da nifedipina.

Estes fármacos podem ter vários efeitos:

Jaime Oliveira
Jaime Oliveira
Jaime Oliveira
Jaime Oliveira
Farmacocinética, efeitos secundários e interações:
Jaime Oliveira
Indicações Clínicas dos BEC
Absorção, biodisponibilidade e distribuição:
Jaime Oliveira
Farmacologia II T
Farmacologia II T
Farmacologia II T
Farmacologia II T
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Farmacologia II T

  • 1. Farmacologia II Terapêutica farmacológica - Sistema respiratório Terapêutica farmacológica nas vias aéreas superiores Congestão Nasal Problema: -A congestão nasal é uma sensação de nariz entupido devido a um edema nasal. Ou seja o nariz não pinga mas há edema ( há uma acumulação de líquido). Tratamento: -O tratamento da congestão nasal é feito com recurso a descongestionantes nasais. Nível farmacológico: -A nível farmacológico podemos fazer a estimulação dos recetores da musculatura vascular nasal (por ação simpaticomimética alfa) que vai originar vasoconstrição. -A vasoconstrição diminui o fluxo de sangue, que por sua vez vai diminuir o edema nasal, vai fazer com que haja um aumento da drenagem e ventilação do local e diminuição da sensação de nariz entupido. -Os descongestionantes nasais podem ser de ação tópica ou de ação sistémica. -Os de ação tópico têm poucos efeitos secundários porque vão atuar diretamente no local. -Os descongestionantes nasais de ação sistémica vão atuar a nível periférico, estes vão ter muitos efeitos secundários. Jaime Oliveira de1 35 O edema é o extravasamento de plasma para o espaço extravascular. Ficamos com muito líquido no exterior e as trocas gasosas não podem ocorrer.
  • 2. Descongestionantes nasais tópicos: -Estes descongestionantes devem ser utilizados no máximo até 3-4 dias. -Os descongestionantes nasais tópicos podem ser gotas nasais ou aerossóis. Descongestionantes nasais sistémicos: -Estes descongestionantes vão atuar a nível sistémico, vão desencadear muitos efeitos secundários. -Vão ter muitos efeitos secundários tais como: -Estimulação do SNC
 -Constrição do esfíncter urinário
 -Midríase e aumento da pressão intra-ocular -Cefaleias
 -Aumento da glicémia
 -Aumento pressão arterial
 -Estimulação cardiovascular (arritmias) Atenção!! 
 Os descongestionantes nasais sistémicos não devem ser dados a pessoas com estas características: Jaime Oliveira de2 35
  • 3. Rinorreia Problema: -A rinorreia é a sensação de nariz entupido devido ao excesso de corrimento nasal. O nariz pinga. Tratamento: -O tratamento da rinorreia é feito com recurso a anti-histamínicos H1 de 1ª geração. Nível farmacológico: -O objetivo é parar a secreção porque temos excesso de corrimento nasal. -Podíamos utilizar fármacos anti-colinérgicos mas não os utilizamos porque eles têm muitos efeitos secundários. Vamos utilizar anti-histamínicos que têm efeito anti-colinérgico. -Então vai haver uma secura das mucosas o que leva a diminuição da rinorreia, no entanto vamos ficar com olhos secos e irritados e com espirros. -Os anti-histamínicos de 1ª geração provocam sono! 
 -Os anti-histamínicos de 2ª geração não provocam sedação. Anti-histamínicos H1 de 1ª geração: Jaime Oliveira de3 35
  • 4. -Eles impedem que a histamina se ligue ao seu recetor. MAS também vão bloquear outros receptores. Efeitos Secundários Contra indicações Rinite alérgica: Problema: -A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa nasal mediada por IgE. -Leva a prurido (comichão), espirros, rinorreia serosa (escoamento de fluído) e obstrução nasal. Tratamento: -O tratamento da rinite alérgica é efectuado com anti-histamínicos H1( vão impedir que a histamina ative os recetores H1) e corticosteroides nasais (vão ter uma ação anti- inflamatória). Nível farmacológico: -O tratamento da rinite a l é r g i c a n ã o p r o v o c a sonolência. Jaime Oliveira de4 35
  • 5. Anti-histamínicos H1 de 2ª geração: -Os recetores da histamina são recetores acoplados à proteína Gq. Estes recetores estão em dois estados que se encontram em equilíbrio (estado ativo ou inativo). -Os anti-histamínicos vão atuar na forma de repouso/inativa e vão fazer com que hajam mais recetores na forma de repouso para se restabelecer o equilíbrio. Atenção!! São anti-histamínicos, eles não bloqueiam a histamina. Ação da histamina: -Quando a histamina se liga há a expressão de genes pró-inflamatórios. -Bloqueando a ativação dos recetores da histamina diminuímos a inflamação. Jaime Oliveira de5 35
  • 6. Corticosteroides Nasais: -Temos a Beclometasona, Budenosida, Fluticasona, Mometasona. -Eles têm uma ação anti-inflamatória. -Vão estimular a transcrição de genes anti-inflamatórios e vão impedir a transcrição de genes pró-inflamatórios. !! Atenção. Eles não são utilizados em SOS porque demoram algum tempo a atuar. Outras afeções nasais: -Soluções isotónicas de água do mar / soro fisiológico São indicadas para a higiene nasal, a humidificação da mucosa nasal, a fluidificação das secreções nasais, a libertação das secreções do nariz, facilitam o acto de assoar e coadjuvam da terapêutica em O.R.L. -Ácido hialurónico / Dexpantenol -São indicados para a rinite seca. Jaime Oliveira de6 35
  • 7. Terapêutica farmacológica nas vias aéreas inferiores Tosse Problema: -A tosse é um reflexo de defesa / alarme em consequência da irritação das vias aéreas. -A tosse pode ser irritativa/seca ou produtiva (produz expectoração) Antitússicos -Eles vão inibir a tosse seca ou irritativa. -Existem dois tipos de antitússicos, os antitússicos de ação central que vão inibir diretamente o centro da tosse e os de ação periférica que atuam nos recetores do tracto respiratório. -Devem ser utilizados em doentes traumatizados, doentes pós- operatório cardiotorácico, em aneurismas, em hérnias e em casos de tosse nocturna. -Também podemos utilizar demulcentes, que têm uma ação mecânica e evitam q u e o a g e n t e mecânico entre em contacto com as t e r m i n a ç õ e s n e r v o s a s e d e s e n c a d e i e o processo da tosse. Jaime Oliveira de7 35
  • 8. -Os antitússicos de ação central vão apresentar maiores efeitos secundários. Hidratação: -A hidratação ajuda bastante na eliminação da expectoração! As secreções vão ficando mais fluídas e são mais facilmente eliminadas. -Não deve ser utilizada em doentes cardíacas (porque vamos aumentar o volume de sangue e o coração destes já não está muito funcional), em doentes renais e em lactentes (bebés). Expectorantes: -Servem para libertar as secreções. -Vão fazer com que haja um aumento do volume das secreções e diminuição da viscosidade do muco com consequente facilitação na sua remoção. -São indicados para tosses produtivas (expectorantes). -Dividem-se em 3 grupos: Jaime Oliveira de8 35 Antitússicos centrais narcóticos Depressão respiratória Contratura da musculatura lisa da árvore traqueo-brônquica Redução da atividade das glândulas da mucosa brônquica Diminuição da atividade ciliar e dos movimentos peristálticos Depressão do SNC Dependência Antitússicos centrais não narcóticos -O Dextrometorfano provoca broncoconstrição por libertação de histamina -A Oxolamina provoca alucinações em crianças
  • 9. -Expectorantes de ação reflexa: -Provocam a irritação da mucosa gástrica que vai desencadear o reflexo vagal que faz com que aumente a secreção da mucosa brônquica para o exterior. -Expectorantes de ação direta: -Há uma estimulação direta das células secretoras ao nível dos brônquios -Mucolíticos: -Vão fazer a fluidificação específica. Vai haver a ruptura das ligações di-sulfeto das mucoproteínas sem que haja o aumento do volume das secreções. -Os mucolíticos têm um efeito secundário que são transtornos gastrointestinais, porque também temos muco no estômago. Terapêutica farmacológica na ASMA e DPOC Asma -A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas. -A asma é uma doença muito variável de indivíduo para indivíduo. -É caracterizada por: -Sibilância expiratória -Dispneia -Aperto torácio -Tosse Jaime Oliveira de9 35
  • 10. Fisiopatologia da Asma -O alergeno liga-se às IgE presentes no mastócito que vão fazer com que haja a libertação da histamina e outros mediadores. -A libertação destes mediadores leva a que haja broncoconstrição. -A terapêutica convencional consiste em evitar a desgranulação dos mastócitos. -Na asma estão envolvidas várias células pró-inflamatórias como mastócitos, neutrófilos, eosinólifos que vão libertar vários mediadores pró-inflamatórios que vão fazer com que haja broncoconstrição. -Pessoas que tenham asma possuem eosinofilia. Na asma temos: -Disfunção do músculo liso -Inflamação das vias aéreas -Remodelling - Fibrose das vias aéreas Jaime Oliveira de10 35
  • 11. Disfunção do músculo liso: -Há uma hipertrofia (crescimento anormal) do músculo liso. -Temos libertação de mediadores inflamatórios -Há uma contração exagerada (broncoconstrição) -Como há inflamação e broncoconstrição o ar tem menos espaço para passar! Inflamação das vias aéreas: -A inflamação aguda se não for controlada pode-se tornar numa inflamação crónica. -Na inflamação aguda há uma ativação de células inflamatórias e a libertação de mediadores inflamatórios. -Na inflamação crónica temos um aumento do número de células inflamatórias e alterações a nível do epitélio. -As principais células envolvidas na inflamação são os mastócitos, eosinófilos e linfócitos T CD4. Remodelling - Fibrose das vias aéreas: -Há uma proliferação de células do músculo liso e de células produtoras de muco. -Há um aumento da deposição da matriz proteica, hipertrofia da membrana basal e angiogénese (crescimento de novos vasos sanguíneos). EM SUMA: Jaime Oliveira de11 35
  • 12. Crises de Asma Vs Asma crónica Crises de Asma: Jaime Oliveira de12 35
  • 13. Asma crónica: -A asma crónica pode ser desencadeada por vários fatores. DPOC - Doença pulmonar obstrutiva crónica -É caracterizada por: -Dispneia de esforço -Cansaço -Tosse crónica -Expectoração -Sibilância e aperto torácico -Fadiga, perda de peso, anorexia, síncope (perda sentidos), fractura das costelas, inchaço dos tornozelos, depressão, ansiedade -A DPOC é prevenível! A DPOC não é reversível, ao contrário da asma. -É mais frequente em pessoas de idade. Jaime Oliveira de13 35
  • 14. -Os sintomas da DPOC s ã o s i n t o m a s persistentes. -A DPOC é caracterizada por bronquite crónica (tosse produtiva >3 meses em 2 anos consecutivos) e por enfisema (alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais por destruição das suas paredes, há destruição alveolar, ficam disponíveis menos membranas para as trocas alveolares). Na DPOC temos: -Obstrução persistente das vias aéreas -Diminuição dos débitos expiratórios -Hipersecreção crónica de muco -Redução do movimento ciliar -A DPOC tem vários fenótipos, cada doente tem um certo tipo de fenótipo. Jaime Oliveira de14 35
  • 15. Fatores de risco para a DPOC: -TABACO (20% DPOC são fumadores) - Principal causa!! -Poluição -Ocupação profissional -Dieta pobre em antioxidantes -Baixo estrato social -Hiperreatividade brônquica Infeções respiratórias -Sexo -Idade -Deficiência em alfa-1-antitripsina Fisiopatologia da DPOC: -Na DPOC vamos ter: -Inflamação das vias aéreas -Disfunção mucociliar -Alterações estruturais das vias aéreas -Obstrução das vias aéreas Inflamação das vias aéreas: -Os mediadores inflamatórios na DPOC são diferentes daqueles que se encontram na asma. -Na DPOC vamos ter neutrofilia. Jaime Oliveira de15 35 -A alfa-1-antitripsina é uma anti-proteína! -A tripsina faz com que a protease que degrada a elastina do tecido conjuntivo do parênquima fique livre, degradando-a. Isto causa enfisema pulmonar. -Então a anti-proteína é essencial para que isto aconteça.
  • 16. Obstrução das vias aéreas: -Vamos ter a contração do músculo liso aumentada -Tónus colinérgico aumentado -Hiperreatividade brônquica -Perda da retração elástica -Hiperinsuflação Alterações estruturais das vias aéreas: -Há destruição alveolar -Hiperplasia epitelial -Hipertrofia glandular -Metaplasia das células caliciformes -Fibrose das vias aéreas Disfunção mucociliar: -Hipersecreção de muco -Aumento da viscosidade do muco -Diminuição do transporte mucociliar -Lesão da mucosa EM SUMA: Jaime Oliveira de16 35
  • 17. -Na prática farmacêutica é necessário entender se a DPOC está estável ou se existem exacerbações da DPOC. Avaliação da severidade da DPOC: -Pode ser feita com recurso a espirometria. Avaliação da sintomatologia da DPOC: -É efectuada através de guidelines e do mMRC e CAT Avaliação do risco de exacerbações na DPOC: Sobreposição ASMA-DPOC -As pessoas podem ter sintomas de ambas as patologias, há uma sobreposição de ASMA com DPOC. Nota: as tabelas seguintes não são para decorar, mas ajudam a sistematizar a matéria. Jaime Oliveira de17 35
  • 20. Terapêutica farmacológica na ASMA e na DPOC: -Em ambas as patologias a administração de fármacos é efectuada pela via inalatória! -Esta via tem elevada rapidez de ação, elevada eficácia com doses mais baixas e menor efeitos adversos sistémicos. Terapêutica farmacológica na ASMA: -Fazemos uma terapêutica de controlo - trata a componente inflamatória da asma -tem por base corticosteroides inalados -Fazemos uma terapêutica de alívio (SOS) - trata a componente da broncoconstrição (é a crise asmática). -Utilizamos agonistas adrenérgicos B2 seletivos inalados. -Se o tratamento não estiver a dar resultado devemos primeiro averiguar a gravidade da ASMA e o controlo da ASMA. Gravidade da ASMA: -A gravidade da asma pode ser avaliada retrospectivamente a partir do nível de tratamento. -De notar que uma asma grave não é o mesmo que uma asma não controlada! -Tanto a asma ligeira como a asma grave podem ter crises de asma. Jaime Oliveira de20 35
  • 21. Controlo da ASMA: -Antes de mexer na terapêutica devemos ver se o paciente está a fazer corretamente a técnica de inalação, se aderiu à terapêutica ou se foi exposto a fatores de risco ou indutores. Terapêutica de controlo da ASMA: -A terapêutica de controlo da asma visa a parte inflamatória. -Preferencialmente utilizamos corticosteroides, mas também podemos utilizar outros mediadores como: Corticosteroides: -Os corticosteroides são um anti-inflamatório potente. -Devido ao seu mecanismo de ação, são precisas 6 horas para se começar a demonstrar os efeitos terapêuticos. -São utilizados na asma persistente e na asma persistente muito grave (grau 5). Porque é que utilizamos corticosteroides e não utilizamos AINE’s? Jaime Oliveira de21 35 -Os AINE’s vão inibir a COX e impedir a síntese de prostaglandinas. Porém continuamos com ácido araquidónico disponível, ele vai seguir a via da lipooxigenase, o que vai levar à síntese de leucotrienos (que são broncoconstritores). N ã o p o d e m o s p e r m i t i r q u e h a j a broncoconstrição na ASMA por isso em vez de AINE’s utilizamos corticosteroides que inibem a fosfolipase A2, assim não vai haver a síntese de leucotrienos.
  • 22. -Os corticosteroides são lipossolúveis. Quando elas entram na célula por difusão e encontram o seu recetor formam o complexo fármaco-recetor que migra para o núcleo onde vai estimular a transcrição génica de proteínas e inibem outras. - A a t i v a ç ã o d o r e c e t o r d o s corticosteroides vai fazer com que haja a produção de lipocortina-1 que vai inibir a fosfolipase A2. Os corticosteroides fazem: -Redução do edema -Inibem a ativação e a migração das células inflamatórias -Reduzem a secreção de muco -Provocam broncodilatação indireta Os corticosteroides vão ser administrados por via oral e causam: -Disfonia (rouquidão) -Tosse irritativa -Candidíase orofaríngica -Podem atrasar o crescimento se forem muito utilizados nas crianças, ou seja vão atingir a puberdade mais tarde. Os corticosteroides possuem alguns efeitos secundários, tais como: Jaime Oliveira de22 35 -Os corticosteroides têm efeito imunosupressor, através da inalação dos mesmos podemos ficar com alguns retidos na zona da orofaringe, isto pode provocar o crescimento bacteriano! Então é recomendado que depois da inalação se bocheche água para que os corticosteroides sejam eliminados.
  • 23. Os fármacos podem ser: Antagonistas dos Leucotrienos: -São uma alternativa aos corticosteroides mas são inferiores aos mesmos, não são superiores nem preferíveis aos corticosteroides. -Os antagonistas dos Leucotrienos vão atuar no recetor dos leucotrienos. -O Zileuton inibe a síntese da 5-Lpo evitando a formação de leucotrienos. -Temos o Montelucaste que se toma 1x dia (via oral) -Temos o Zafirlucaste que se toma 2x dia fora das refeições (via oral) -Os leucotrienos fazem: -Redução dos sintomas (ex: tosse) -Melhoria ligeira da função pulmonar -Exacerbações da asma mais espaçadas Inaladores Via oral Beclometasona Metilprednisolona Budenosida Prednisolona Fluticasona Prednisona Mometasona Deflazacorte Jaime Oliveira de23 35
  • 24. Os leucotrienos têm: -efeito anti-inflamatório moderado -efeito broncodilatador ligeiro -prevenção da broncoconstrição induzida pelo exercício, pela aspirina ou por alergeno Os leucotrienos são utilizados em: -Asma ligeira a moderada (alternativa aos corticosteroides inalados) -Asma induzida pelo exercício -Asma induzida pela aspirina -Asma alérgica (doentes com rinite) -Os leucotrienos ligam-se muito às proteínas plasmáticas >99% e são metabolizados pelo citocromo P-450 -O doente pode ou não responder a estes fármacos, caso não responda mudamos de medicação, não vamos aumentando a dose sucessivamente. -Os leucotrienos têm efeitos secundários como: Agonistas adrenérgicos B2 seletivos de longa duração de ação (LABA): -Estes fármacos vão causar broncodilatação e podem ser utilizados com os fármacos anteriores. -O recetor beta é acoplado a uma proteina G reguladores, que quando é estimulado faz com que a proteina Gs vá estimular a adenilciclase que vai dar ao início da formação do AMPc que vai estimular a proteína cinase que provoca que haja relaxamento do músculo liso, vai haver broncodilatação. Jaime Oliveira de24 35
  • 25. Não podemos dar somente este fármaco, podemos ter taquifilaxia (diminuição do efeito de um fármaco em doses consecutivas). -Temos estes fármacos de longa duração Estes fármacos têm uma componente lipofílica que faz que com que o fármaco fique na membrana mais tempo promovendo uma interação mais duradoura com o recetor. Os LABA fazem: -Broncodilatação -Aumento da motilidade ciliar -Inibição de células inflamatórias (dessensibilização dos recetores) Os LABA são utilizados: -Asma persistente moderada a grave em associação com corticosteroides inalados -Asma noturna O tratamento com LABA visa: -Melhorar a sintomatologia -Melhorar a função pulmonar -Diminuir a asma nocturna -Prevenir o broncoespasmo induzido pelo exercício -Reduzir o número de exacerbações da asma -Reduzir o número de hospitalizações Os LABA são utilizados em sinergismo com outros fármacos! Agonista adrenérgico B2 seletivo de longa duração de ação + Corticoesteroide Jaime Oliveira de25 35
  • 26. Sinergismo: Os LABA têm vários efeitos secundários como: Exemplos: Jaime Oliveira de26 35
  • 27. Metilxantinas - A s m e t i l x a n t i n a s i n i b e m a P D E (Fosfodiesterase) o que faz com que haja um aumento do AMPc o que provoca broncodilatação. Assim evitando a d e g r a d a ç ã o d o A M P c v a m o s t e r broncodilatação. -A Teofilina é um alcaloide e é um bloqueador do recetor da adenosina provocando broncodilatação. -A teofilina tem uma margem terapêutica estreita. As metilxantinas causam: -Broncodilatação -Inibição da libertação de mediadores pelos mastócitos -Inibição do edema -Aumento do transporte mucociliar -Melhoria da contractilidade do diafragma -Diminuição da fadiga dos músculos respiratórios -Estimulação dos centros respiratórios medulares -As metilxantinas são utilizadas na asma resistente aos corticosteroides e agonistas B2 e na asma noturna. -Temos como exemplo de fármacos a aminofilina, diprofilina e teofilina. São comprimidos administrados em ambulatório por via oral. Eles são formulados em comprimidos de libertação prolongada para controlar a sua margem terapêutica estreita. Jaime Oliveira de27 35
  • 28. Anticorpos monoclonais: Anti-IgE -São utilizados na asma alérgica na qual temos uma quantidade elevada de IgE. -O anticorpo liga-se ao mastócito ou ao basófilo e vai desencadear o processo de desgranulação do mastócito e de libertação de vários mediadores. -Queremos bloquear esta libertação, então vamos capturar os anticorpos que ativam estas células. -Vamos utilizar anticorpos anti-IgE que vão formar complexos com as IgE’s livres evitando assim a ativação dos mastócitos e basófilos. Os anticorpos monoclonais fazem: -Redução dos sintomas -Redução da medicação SOS -Redução da dependência dos corticosteroides -Diminuição das exacerbações numa asma moderada a grave Os anticorpos monoclonais são utilizados na asma alérgica moderada a severa (porque têm níveis elevados de IgE). -São administrados via sub-cutânea a cada 2-4 semanas no hospital. O efeito secundário é urticária no local da injeção. -Como exemplo temos o Omalizumab. Terapêutica de alívio da ASMA: -Para o tratamento das crises de asma temos: Jaime Oliveira de28 35
  • 29. Agonistas adrenérgicos B2 seletivos de curta duração de ação (SABA) -Fazem broncodilatação em SOS -Temos por exemplo o Salbutamol e a Terbutalina -Podem causar taquifilaxia e broncoespamo rebound. Anticolinérgicos: -Podemos utilizar agonistas do simpático ou antagonistas do parassimpático. -Eles vão causar broncodilatação e uma redução da secreção crónica. -São indicados clinicamente como uma alternativa dos agonistas beta. -São utilizados por via inalatória e temos o SAMA (brometo de ipratrópio) de curta duração ou o LAMA (brometo de tiotrópio) que é de longa duração e é utilizado em associação a corticosteroides e agonista beta. Metilxantinas -São utilizadas na crise asmática grave (hospitalar) -Temos a aminofilina Jaime Oliveira de29 35
  • 30. Corticosteroides -São utilizados em exacerbações agudas da asma. -Temos como exemplo a Metilprednisolona, prednisolona, prednisona e o deflazacorte Terapêutica farmacológica na DPOC: -Queremos: -Prevenir e controlar os sintomas -Reduzir a frequência e a severidade das exacerbações -Melhorar o estado geral da saúde do doente -Melhorar a tolerância ao exercício (e não apenas a otimização da função respiratória) -Podemos ter uma terapêutica não farmacológica na DPOC: -Reabilitação respiratória -Oxigenoterapia de longa duração -Assistência respiratória -Cirurgia -Os fármacos na DPOC são administrados via inalatória. Terapêutica de alívio da DPOC: Jaime Oliveira de30 35
  • 31. Agonistas adrenérgicos B2 seletivos de ultralonga duração de ação: -São duradouros, rápidos e seguros -Os agonistas adrenérgicos vão: -Alívio sintomático -Prevenção das exacerbações -Aumento da tolerância ao exercício -Temos o Indacaterol e o Olodaterol Anticolinérgicos (SAMA e LAMA) Jaime Oliveira de31 35
  • 32. Anticolinérgicos de ultralonga duração de ação: -São rápidos, duradouros e seguros -Promovem: -Alívio sintomático (diminuição da dispneia) -Prevenção das exacerbações -Aumento da qualidade de vida Temos por exemplo o Brometo de glicopirrónio ou Brometo de glicopirrónio + indacaterol Jaime Oliveira de32 35
  • 33. Terapêutica para a DPOC agudizada: Jaime Oliveira de33 35
  • 36. Contracepção Sistema reprodutor masculino -Aquando da ejaculação junta-se o líquido seminal com o líquido prostático com o muco da uretra originando o sémen. -A próstata produz uma substância básica para os espermatozóides sobreviverem à acidez da vagina! -No sémen vem frutose que é o ú n i c o a ç ú c a r q u e o s e s p e r m a t o z o i d e s u t i l i z a m e prostaglandinas que facilitam a passagem dos espermatozoides. Jaime Oliveira Página de1 17
  • 37. -Tudo isto é controlado por hormonas, pelo eixo hipotalâmico- hipofisário-gonadal. -Este eixo pode ter um controlo por feedback negativo, a testosterona em excesso vai inibir a LH e a GnRH. -A inibina vai inibir a FSH. -As células de sertoli são as células que suportam a espermatogênese e são estimuladas pela FSH. GnRh= hormona libertadora de gonadotrofinas. Sistema reprodutor feminino -Os ovários femininos são simultaneamente glândulas sexuais (produzem progesterona e estrogénio) e gônadas (orgãos onde se produzem as células sexuais para a reprodução). -A primeira menstruação é denominada de menarca. -A última menstruação é denominada de menopausa. -Pensa-se que as mulheres nascem com um determinado número de ovos. E que este número decai rapidamente com o avançar da idade. Jaime Oliveira Página de2 17
  • 38. Ciclo menstrual: Ciclo ovárico: Jaime Oliveira Página de3 17
  • 39. -Inicialmente, 6-12 oocitos começam a sua maturação. Destes todos apenas um (o mais desenvolvido) permanece viável. -No momento da ovulação o ovo é expelido do ovário e o estroma forma o corpo amarelo que produz progesterona. Ou seja, as células do estroma que estavam a produzir estrogénio vão-se modificar e passam a produzir progesterona. Esta fase tem uma duração fixa de cerca de 12/14 dias. Ciclo hormonal: -Este ciclo hormonal designa-se por eixo hipotalâmico-hipofisário-gonodal. -Pode ter um feedback positivo ou negativo. -A ovulação ocorre quando há um pico de LH. -Quando ocorre um pico na LH vai haver a ovulação, então impedindo que este pico seja atingido vamos conseguir impedir a ovulação! -Nos primeiros dias do ciclo menstrual temos um aumento do estradiol que é produzido pelo ovário. Quando há ovulação deixa de haver estradiol porque agora o corpo a m a r e l o e s t á a p r o d u z i r progesterona, verificando-se um aumento da progesterona e uma diminuição do estradiol. -Nos últimos dias do ciclo ambas as hormonas diminuem, dai os sintomas pré- menstruais. Ciclo endometrial: -Há medida que o ciclo endometrail a v a n ç a v e r i fi c a - s e u m espessamento do endométrio, que no final do ciclo vai ser expelido. Jaime Oliveira Página de4 17
  • 40. -Esta hormona, a EPF “early pregnancy factor”, é um sinal químico dado ao sistema imune para não destruir aquela nova célula que foi fecundada e que é estranha ao organismo! -A GCH liga-se a recetores da LH (hormona luteinizante) que estão presentes no corpo amarelo e que fazem com que este não evolua e se mantenha a produzir progesterona mantendo assim o endométrio! Estrogénio Vs Progesterona: -Os estrogénios vão fazer tudo para que o espermatozóide possa encontrar o ovo, por exemplo vão fluidificar o muco. -A progesterona se houver f e c u n d a ç ã o d o o v o v a i “conservar” o ovo, vai fazer com que o muco fique mais espesso e cria um rolhão de muco para que não saia nada. Sinais: Muco cervical: -No período fértil não há muco espesso no cervix. Temperatura basal: -Quando há progesterona verifica-se que a temperatura basal aumenta (cerca de 0,2/0,3ºC). Jaime Oliveira Página de5 17
  • 41. Período Fértil: Métodos de Planeamento Familiar Natural -Existem várias maneiras de fazer uma regulação natural da fertilidade! 1) Método da temperatura basal -A pessoa mede a sua temperatura basal diariamente, quando houver uma oscilação significativa a pessoa iniciou a ovulação! -Tem de haver abstinência na fase pré- ovulatória e até à 3ª manhã de temperaturas altas. 2) Método de Billings (ovulação) -Tem de haver abstinência na fase do período fértil. -Este método tem uma eficácia de 97,8% Jaime Oliveira Página de6 17 Não fértil Não fértil Fértil
  • 42. 3) Método sintotérmico -Há uma abstinência na fase fértil. -É o método mais eficaz. -É uma combinação dos 2 métodos. Métodos contraceptivos: -Temos vários métodos: -Métodos não-hormonais: -mecânicos -químicos -Métodos hormonais: -contraceptivos orais -contraceptivos não orais -Dispositivos intra-uterinos -Métodos definitivos -laqueação das trompas -vasectomia Métodos não hormonais: -Podem ser métodos mecânicos (métodos de barreira): -Preservativos -Diafragma -Capa cervical -Esponja -Podem ser métodos químicos: -Espermicidas -Agentes de superfície (9-nonoxinol, cloreto de benzalcónio) -Agentes bactericidas -Agentes fortemente ácidos -Os espermicidas têm um eficácia de 60-90% Jaime Oliveira Página de7 17
  • 43. Métodos hormonais: -Contracepção hormonal masculina: -Podemos atuar no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal! -Contraceptivos orais: -pílula combinada (monofásica, trifásica) -pílula progestativa -pílula do dia seguinte -Contraceptivos não-oral: -anéis vaginais -transdérmicos -implantes -injetáveis Pílula combinada: Benefícios da pílula: Jaime Oliveira Página de8 17
  • 44. Nota: mulheres que tomam a pílula passam a ter ciclos da pílula = vão passar a ter hemorragias de privação! Nota: endometriose é uma localização anormal do endométrio. Efeitos adversos da pílula: -É de notar que os efeitos adversos das pílulas são dependentes da dose! -É preferível utilizar pílulas com doses mais baixas. Nota: Podem causar tromboembolismo porque os estrogénios vão interferir com as proteínas da cascata de coagulação. Nota: Causam hipertensão porque interagem com o sitema renina-angiotensina- aldosterona e aumentam não a pressão arterial. Efeitos laterais da pílula: Devido ao Estrogénio: -Cefaleias, irritabilidade, fadiga, náuseas, vómitos, cólicas abdominais, retenção hídrica, congestão varicosa, tensão mamária. Devido aos Progestogénios: -Tendências depressivas, hirsutismo, diminuição da líbido, aumento do peso, acne. Contra-indicações da pílula: Contra indicações absolutas: Contra indicações gerais: Jaime Oliveira Página de9 17
  • 45. Mecanismo de ação da pílula: -No caso de haver fecundação atua pelos mecanismos 3 e 4 -O principal mecanismo de ação é o nº 1 Composição da pílula: - A q u a n t i d a d e d e estrogénio diz-nos a dosagem da pílula! Entre 15-20 são de baixa dosagem Entre 30-35 são de dosagem normal -Os fármacos que estão dentro dos quadrados são análogos estruturais do estrogénio e dos progestagénios. -O ratio de estogénios e progestagénios varia consoante a mulher. !!! Importante !!! - O progestagénio garante a eficácia da pílula! o estrogénio sozinho não consegue porque a sua dosagem é muito baixa! Jaime Oliveira Página de10 17
  • 46. -O estrogénio e o progestagénio fazem com que a FSH e a LH fiquem em níveis basais. -Os derivados da 19-nortestosterona possuem características androgénicas, dão como efeito secundário o crescimento de pelos, acne etc. -Os derivados da progesterona são anti-androgénicos, são os que se encontram na pílula do acne -Os derivados da espironolactona evitam a retenção de água. Jaime Oliveira Página de11 17
  • 47. Informação / Aconselhamento: -1ª toma no 1º dia da menstruação -21 dias consecutivas (à mesma hora) -7 dias de descanso (hemorragia de privação) Nota: Por vezes diminuímos o período de descanso! Neste período de descanso não há hormonas, então o organismo vai reagir, os folículos estão a crescer, mas com a toma da pílula ficam num certo estadío do seu crescimento (quanto maior a dosagem da pílula mais atrasado será). Quando estamos no período de descanso estes folículos podem-se desenvolver. Ao utilizar pílulas de baixa dosagem estes folículos podem-se desenvolver, mas a pílula contínua a ser eficaz porque os outros mecanismos entram em ação! Então nas pílulas de baixa dosagem encurtamos o período de descanso. -Métodos contraceptivos alternativos podem causar vómitos e/ou diarreira até 6/8h após a toma. -Podem haver interações medicamentosas com potenciação do efeito de outros fármacos, como os fármacos que também são metabolizados pelo CYP450 como as benzodiazepinas, os antidepressivos tricíclicos, teofilina e derivados, corticosteróides e bloqueadores B). -Podem haver interações medicamentosas com diminuição da atividade contracetiva, ou seja indutores enzimáticos (ex: hipericão) ou fármacos capazes de diminuir a circulação enterohepática. -No caso do esquecimento da toma temos de ter em atenção a dosagem do contraceptivo, a altura do ciclo e o número de esquecimento e o período de descanso. ———————————————————————————————————————— -Esta pílula não tem estrogénios, é bom para mães recentes porque não seca o leite! -Os efeitos adversos dos progestagénios são por exemplo o risco de TEV. Jaime Oliveira Página de12 17
  • 48. -A pílula do dia s e g u i n t e s ã o progestagénios em alta dosagem! - N e m s e m p r e é preciso tomar a p í l u l a d o d i a seguinte! Se tiver relações sexuais e o período vier passado 1/2 dias, não há n e c e s s i d a d e d e tomar a pílula do dia seguinte. Jaime Oliveira Página de13 17
  • 52. -Dispositivos intra-uterino (DIU) - Métodos definitivos: -Laqueação das trompas de Falópio -Vasectomia Jaime Oliveira Página de17 17
  • 53. Terapêutica hormonal de substituição Menopausa: -Há uma interrupção permanente da menstruação (12 meses contínuos de amenorreira) causada pela perda da sensibilidade dos folículos ovários (>50 anos). -Há uma diminuição da produção de estrogénio o que vai causar várias alterações a nível: -Cérebro e sistema neuroendócrino -Sistema cardiovascular -Sistema genitourinário -Esqueleto -Pele (Peri)menopausa: - H á u m a i n t e r r u p ç ã o d a menstruação de 3-5 meses mas ela volta passado algum tempo. -A (peri)menopausa tem muitos sintomas mas eles não aparecem todos ao mesmo tempo: Terapêutica Hormonal de Substituição: -O objetivo da THS é evitar o abaixamento abrupto dos estrogénios, queremos que haja um abaixamento gradual! Vamos promover este decréscimo com o auxílio de estrogénios! Mulheres histerectomizadas - Estrogénios -Damos estradiol. -Em mulheres sem útero podemos dar só estrogénios. Ao dar apenas os estrogénios o útero da mulher estava sempre na fase proliferativa! Isto podia levar a hiperplasias e a cancro, mas como estas mulheres não possuem útero não há problema! Mulheres com útero - Estrogénios + Progestagénios -Damos os dois porque as mulheres possuem útero, no entanto a progesterona trás os seus efeitos secundários e os seus riscos associados a esta terapêutica (risco de tromboembulismo, etc…) Jaime Oliveira de1 5
  • 54. -Na THS os compostos dados são diferentes dos das pílulas. Aqui temos estradiol, nas pílulas não. Via de administração: -Só estrogénios: -A melhor via para os administrar é a via transdérmica porque eles têm um grande metabolismo de primeira passagem, eliminado assim este problema -Também podem ser administrado em formulações vaginais. Evita os efeitos 2º sistémicos. Há um alívio dos sintomas resultantes da atrofia do trato urogenital inferior. -Estrogénios e progestagénios: -São tomados por via oral (na maioria das mulheres). -Para distinguir se é THS ou contracepção vemos o estrogénio utilizado. -Para ver a maneira da toma vemos o progestagénio. -Estas combinações são tomadas em diferentes doses: -Temos um novo medicamento que tem estrogénios conjugados + bazedoxifeno (vai bloquear o efeito dos estrogénios no útero mas potencia o seu efeito no osso). É um modulador seletivo dos recetores dos estrogénios: é agonista dos estrogénios no osso mas antagonista dos estrogénios no útero. Benefícios da THS: -Tudo o que piorava com a menopausa vai ser melhorado! Jaime Oliveira de2 5
  • 55. Efeitos adversos da THS: -Podem ocorrer hemorragias irregulares (com estrogénios + progestagénios) -Pode ocorrer tensão mamária (estrogénios em dose elevada) Riscos da THS a longo prazo: -Podem desenvolver-se doenças cardiovasculares como: -Doença cardíaca coronária -Acidentes vasculares cerebrais -Tromboembolismos venosos -Há um aumento do risco de: -Cancro da mama -Cancro do endométrio -Cancro do ovário -Apenas devemos utilizar a THS se: -Os sintomas da menopausa forem moderados ou intensos -Deve-se iniciar logo a seguir à última menstruação -Deve ser utilizada no máximo durante 5 anos THS e Doença Coronária Cardíaca (DCC): -“Timing hypothesis”- a THS instituída no momento ou logo após a instalação da menopausa é cardioprotetora, enquanto que a THS iniciada alguma tempo após o início da menopausa pode ser prejudicial para a doença cardíaca coronária (porque já não conseguimos evitar o desenvolvimento das placas ateroscleróticas). -A THS leva a um aumento da HDL e a uma diminuição da LDL, isto potencia a sua ação cardioprotetora. (isto se já não existirem placas ateroscleróticas). -A THS é cardioprotetora se for iniciada no início dos sintomas! -Para a DCC há vantagem em fazer a THS logo no início da m e n o p a u s a p o r q u e v a i proporcionar cardioproteção. THS e Acidente Vascular Cerebral (AVC): -A THS aumenta o risco de AVC independentemente se é instituída logo após a menopausa ou se é algum tempo depois. -A THS tem um risco de acidente vascular cerebral modesto. -A THS é indicada para mulheres que: -Mulheres na menopausa -Baixo risco cardiovacular Jaime Oliveira de3 5
  • 56. -A THS deve ser: -Tomada em baixas doses -Efectuada por um curto período de tempo THS e Tromboembolismo: -A THS aumenta o risco de tromboembolismo (aumentam a produção do fator de coagulação) enquanto é administrada, particularmente se for utilizada a via oral. THS e Cancro da Mama: -“Gap time hypothesis” - a THS iniciada algum tempo após o início da menopausa implica um menor risco de desenvolvimento de cancro da mama do que quando iniciada precocemente. -Provavelmente a THS promove o desenvolvimento de tumores ocultos pré- existentes (não iniciando novos tumores). -Então aqui é o oposto, iniciada precocemente tem elevado risco de cancro da mama, enquanto que se for iniciada precocemente há uma vantagem para a menor probabilidade da DCC. THS e Cancro do Endométrio: -O risco é tanto maior quanto menor a quantidade de progestagénios (mas com menor quantidade de estrogénios também temos menor probabilidade de haver tromboembolismos). THS e Cancro do Ovário: -Verifica-se que uma terapêutica com estrogénios e progestagénios é melhor do que só com estrogénios no caso do cancro do ovário. Jaime Oliveira de4 5
  • 57. Contra-indicações da THS: Indicações da THS: Jaime Oliveira de5 5
  • 58. Hormonas Sexuais Androgénios e Anabolizantes -Os androgénios e anabolizantes são administrados quando há falta deles! -Por exemplo a pessoa pode ter hipogonadismo. Indicações clínicas dos androgénios e anabolizantes: -São indicados na terapêutica de substituição no hipogonadismo primário (há uma produção testicular deficiente das hormonas androgénicas - testosterona e mesterolona) -São utilizados no Doping (são os esteróides anabolizantes - nandrolona) -Cancro da mama -Osteoporose -Anemia aplásticas Efeitos secundários: -Causam a inibição da secreção das gonadotrofinas. -Têm efeitos virilizantes -Têm efeitos tóxicos (edemas, hepatites colestática, peliose hepática, carcinoma hepático…) Estimulantes da Ovulação e Gonadotropinas Indicações clínicas das gonadotropinas: -Indicadas para infertilidade por anovulação (porque elas vão induzir a ovulação) -Desenvolvimento multifolicular na procriação medicamente assistida (mulher) -Oligospermia com origem em insuficiência hipotalâmico-hipofisária (homem) -Hipogonadismo (adolescentes) Jaime Oliveira de1 3
  • 59. Efeitos secundários das gonadotropinas: -Ovulações múltiplas -Quistos ováricos -Reações alérgicas -Ginecomastia nos adolescentes -Edemas -Cefaleias -Alterações de humor Anti-Hormonas: Anti-estrogénios: -São antagonistas/agonistas parciais dos recetores estrogénicos -São inibidores da síntese de estrogénios -São compostos com ações fisiológicas opostas às dos estrogénios -Eles são antagonistas ou agonistas parciais dos recetores estrogénicos. Exemplo: -clomifeno: indutor da ovulação -tamoxifeno: terapêutica do cancro da mama -raloxifeno: terapêutica da osteoporose -Têm como efeitos 2º: Anti-progestagénios: -São antagonistas competitivos da progesterona -Temos como exemplo a Mifepristona: temos a RU-486–pílula abortiva (+ PG como o misoprostol). -A progesterona é o que está a aguentar o bebé no útero, ao bloquear os recetores da progesterona vai haver descamação do endométrio e o embrião morre. Depois com o auxílio de prostaglandinas vamos expulsar o embrião morto. Jaime Oliveira de2 3
  • 60. Anti-androgénios: -São antagonistas dos recetores do androgénios -São inibidores da 5-alfa-redutase tipo III (é a enzima que converte a testosterona em dihidrotestosterona). Temos: -Ciproterona: contraceção e terapêutica do cancro da próstata -Bicalutamida, Flutamida, Nilutamida : terapêutica do cancro da próstata -Finasterida: terapêutica da hiperplasia benigna da próstata Jaime Oliveira de3 3
  • 61. Fármacos que atuam no metabolismo do osso -Os osteoblasto (vem dos fibroblastos) regeneram o osso -Os osteoclasto (vem dos monócitos) destroem o osso -Entre os 20 e os 30 anos é onde se verifica a maior formação de massa óssea. -Com o decorrer da idade há uma diminuição mais acentuada nas mulheres do que nos homens. Alterações no metabolismo do osso: osteoporose -A osteoporose é a fragilidade óssea devida a baixa massa óssea e a deterioração do tecido ósseo, conduzindo a um aumento do risco de fracturas! -Passamos de massa óssea normal - osteopenia - osteoporose Jaime Oliveira de1 4
  • 62. Terapêutica não farmacológica na osteoporose: -Passa por ter uma vida ativa, fazer exercício físico, restrição do tabaco e café (porque aumentam a excreção de cálcio), fazer dietas equilibradas (com cálcio, vitamina D e restrição de substâncias osteoporóticas). Terapêutica farmacológica na osteoporose: -Temos dois tipos de terapêutica: -Terapêutica anti-reabsortiva: -Esta terapêutica vai evitar a reabsorção óssea, com auxílio de: -Bifosfonatos -Raloxifeno -Ranelato de estrôncio -Denosumab -(calcitonina) -Terapêutica anabólica -Teripartida Bifosfonatos: -São a primeira linha de fármacos no tratamento da osteoporose. -Há medida que foram desenvolvidos (gerações) há um aumento da potencia anti- reabsortiva. Mecanismo de ação dos bifosfonatos: Inibição da reabsorção óssea osteoclástica: -Os osteoclastos captam os bifosfonatos por endocitose; depois de internalizados, os bifosfonatos vão inibir a função reabsortiva destas células – os aminobifosfonatos inibem enzimaticamente a formação de isoprenoides que são essenciais para o bom funcionamento celular Inibição da mineralização do osteoide: -Devido à sua forte analogia com o pirofosfato, inibem a deposição de sais de cálcio na matriz orgânica; dada a sua estrutura química, fixam- se avidamente aos cristais de hidroxiapatite, integrando-se na estrutura do osso onde permanecem durante anos Jaime Oliveira de2 4
  • 63. Características dos bifosfonatos: -Têm uma fraca absorção oral (1-5%) e é ainda mais diminuída na presença de alimentos (devem ser tomados em jejum). -Têm um semi-vida plasmática curta mas têm longa duração de ação, sendo o osso o seu reservatório. -São eliminados na forma inalterada no rim. -Os bifosfonatos são ácidos! Devem ser tomados com muita água e devem ser tomados em pé. A pessoa durante este período de jejum tem de estar ativa, não pode dormir porque o ácido pode ficar no tudo digestivo e queimar a mucosa. Efeitos secundários dos bifosfonatos: -Causam sintomas gastrointestinais (perfuração da mucosa esofágica) -Osteonecrose maxilar -Risco acrescido de fibrilhação auricular Raloxifeno Ranelato de Estrôncio: -Faz uma estimulação dos osteoblastos e inibição dos osteoclastos. -Deve-se tomar 2g/dia após a última refeição. Efeitos secundários: -Reações de hipersensibilidade -Naúseas e diarreia -Cefaleias -Tromboembolismo venoso Jaime Oliveira de3 4
  • 64. Denosumab: -É um anticorpo monoclonal humano que tem por alvo o RANKL, prevenindo a ativação do seu recetor, RANK, na superfície dos precursores dos osteoclastos e dos osteoclastos, o que inibe a formação, função e sobrevivência dos osteoclastos, levando a uma diminuição da reabsorção óssea. -É administrado via subcutânea única de 6 em 6 meses. Efeitos secundários: -Pode causar dores nas extremidades -Pode causar dores músculo esqueléticas Teriparatida: -É um análogo da paratormona que leva à diminuição da apoptose dos osteoblastos e ao aumento da formação óssea -É de administração subcutânea diária até 18-24 meses. Efeitos secundários: -Sintomas gastrointestinais -Hipotensão postural -Tonturas e vertigens -Cãibras nos membros inferiores -Osteossarcomas Jaime Oliveira de4 4
  • 65. Hormonas da tiroide e antitiroideos Tiroide: -A tiróide é uma glândula endócrina. -Produz várias hormonas tiroideias como a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). - Te m u m p a p e l i m p o r t a n t e n a estimulação do metabolismo. Biossíntese das hormonas tiroideias - molecular: -A tiróide precisa de iodo para sintetizar as T3 e as T4. - Te m o s v á r i a s r e a ç õ e s d e organificação do Iodo. Biossíntese das hormonas tiroideias - celular: Jaime Oliveira de1 10 -O Iodo entra por transporte ativo através da Na+/K+
  • 66. -O iodo provém da dieta. -Um dos principais órgãos que captam iodo circulante é a tiroide para sintetizar as hormonas tiroideias. 80% do iodo é excretado pelos rins na urina. -No organismo forma-se mais T4 do que T3, sendo que a T4 quando chega aos tecidos se transforma em T3. -80% da T3 circulante forma-se nos tecidos periféricos nomeadamente no fígado. -A T3 é mais potente do que a T4 (porque tem maior afinidade para os recetores celulares). Regulação hormonal da tiroide: -A TSH estimula a tiróide a produzir as T3 e as T4. -A dopaminas, os glucocorticóides podem interagir com a regulação da tiróide e originar problemas na tiróide devido à medicamentarão do utente. Cinética das hormonas tiroideias: -As hormonas da tiroide ligam-se muito À TBG (thyroxine-binding globulin). Têm uma baixa porção livre (0,04% T4 e 0,40%T3), estão altamente ligadas a proteínas do plasma e quando são necessárias são facilmente acessíveis. Jaime Oliveira de2 10
  • 67. Nível enzimático: -A D3 permite produzir uma forma hormonal com reduzida atividade metabólica. -A T4 tem uma semi-vida de 7 dias -A T3 tem uma semi-vida de 1 dia Ações das hormonas tiroideias: -As hormonas tiroideias encontram o seu recetor no núcleo, ativando-o e culmina na síntese de muitas proteínas. Jaime Oliveira de3 10
  • 68. Alterações funcionais da tiróide: -Podemos ter hipertiroidismo ou hipotiroidismo! Hipotiroidismo: -O hipotiroidismo pode ser: -Congénito (creatinismo) -Adquirido -O hipotiroidismo pode ser: -Secundário (central) - há uma deficiência hipotalâmica ou pituitárica -Primária -Pode ter várias causas: -Défice de iodo (endémico) -Deficiência enzimática para a produção das T3 e T4 -Ablação cirúrgica da tiroide (nódulos) -Destruição da tiroide com iodo radioativo (doença de graves) -Iatrogénico (refere-se a doenças ou alterações patológicas criadas por efeitos colaterais dos medicamentos). -Tiroidite de Hashimoto (tiroidite autoimune crónica = doença autoimune + bócio indolor). Jaime Oliveira de4 10
  • 69. Efeitos secundários do hipotiroidismo: Hipertiroidismo: Efeitos secundários do hipertiroidismo: Jaime Oliveira de5 10
  • 70. -O hipertiroidismo pode ser causado pela doença de graves (bócio difuso tóxico= doença autoimune + bócio volumoso + exoftalmia). Terapêutica do HIPOTIROIDISMO: -A terapêutica é feita com recurso a Levotiroxina sódica Mecanismo de ação da Levotiroxina sódica: -Estamos a dar T4 ao organismo para que ele o transforme em T3. Jaime Oliveira de6 10
  • 71. Características da Levotiroxina sódica: A dose ideal é atingida quando: -Há um desaparecimento da sintomatologia do hipotiroidismo -Obtemos a TSH sérica normal -Tem um lento início de ação, demoram mais tempo a fazer efeito. -Pode haver uma difícil adesão à terapêutica. -Como tem um baixo tempo de semi-vida curto dai demorar muito tempo a fazer efeito. Jaime Oliveira de7 10
  • 72. Terapêutica do HIPERTIROIDISMO: -Vamos bloquear as hormonas da tiróide. -Temos Propiltiouracilo ou tiamazol ou Carbimazol -Podemos inibir as peroxidases com PTU ou tiamazol -Também podemos inibir a entrada do iodo -O PTU impede as reações de organificação do iodo, impede também a transformação da T4 em T3. Jaime Oliveira de8 10
  • 73. -Se estes fármacos não funcionaram podemos recorrer a: Jaime Oliveira de9 10
  • 74. -O PTU tem um problema que é o facto de ter de ser tomado várias vezes ao dia! Pode haver uma falta de adesão à terapêutica! Efeitos adversos: Jaime Oliveira de10 10
  • 75. Hormonas reguladoras do metabolismo do cálcio Homeostase do cálcio: -O nível do cálcio no sangue é a calcémia. -O cálcio anda no sangue e está complexado ou ligado a proteínas ou está ionizado! -O cálcio também é um 2º mensageiro muito importante. -O cálcio tem de estar entre valores restritos!
 -Cerca de 8,8-10,2 mg/ dL Equilíbrio de Cálcio: -O cácio é depositado no osso, é absorvido a nível intestinal e está em equilíbrio com vários componentes do corpo. Jaime Oliveira de1 8
  • 76. Regulação hormonal do cálcio: -Temos 3 substâncias importantes: -vitamina D -Calcitonina -Paratormona Paratormona: -Se houver baixos níveis de cálcio vão aumentar os níveis desta hormona que vai ao rim, ao intestino ao osso buscar cálcio para restabelecer a calcémia. -São produzidas na para-tiroide. Jaime Oliveira de2 8
  • 77. Calcitonina: -Se houverem elevados níveis de cálcio no sangue, a calcitonina vai ser segregada e vai fazer com que estes níveis baixas! -É produzida pelas células C Vitamina D: -É sintetizada na pele e é transformada no fígado e de seguida vai para o rim. -Permite a absorção do cálcio a nível intestinal. Jaime Oliveira de3 8
  • 79. Disfunções das glândulas paratiroides: -Quanto temos muita paratormona temos hiperparatiroidismo -Quando temos pouca paratormona temos hipoparatiroidismo Alterações na homeostase do cálcio: Jaime Oliveira de5 8
  • 80. Terapêutica da HIPOCALCÉMIA: -Para o tratamento da hipocalcémia temos: -Cálcio -Vitamina D -Atenção: este cálcio e vitamina D não são para o tratamento da osteoporose, são para repor os níveis de cálcio no sangue! -Este tratamento causa obstipação Cálcio: Vitamina D: Jaime Oliveira de6 8 O excesso de v i t a m i n a D causa:
  • 81. Informações sobre a vitamina D: Jaime Oliveira de7 8
  • 83. Diabetes Epidemiologia: -Verifica-se a existência de uma diferença estatisticamente significativa na prevalência da diabetes entre os homens (15,9%) e as mulheres (10,9%). -Verifica-se também a existência de um forte aumento da prevalência da diabetes com a idade. -Mais de um quarto das pessoal entre os 60-79 anos tem Diabetes. -Existe uma relação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Diabetes: -com perto de 90% da população com Diabetes apresenta: -excesso de peso (49,2%) -ou obesidade (39,6%) -A prevalência da Diabetes nas pessoas obesas (IMC>30) é cerca de 4 vezes superior do que nas pessoas com um IMC normal (IMC<25). -A Diabetes Mellitus é um problema de saúde pública: -É a principal causa de cegueira nas pessoas em idade de trabalhar -É a principal causa de amputações dos membros inferiores -É a principal causa da insuficiência renal Complicações: Jaime Oliveira de1 28
  • 84. Classificação da Diabetes Mellitus: Diabetes Mellitus tipo 1: -É uma diabetes se divide em duas categorias: -Diabetes imunomediada -Diabetes idiopática Diabetes Mellitus tipo 1 imunomediada: -Estes indivíduos deixaram de reconhecer como suas as células B pancreáticas dos ilhéus de langerhans. A insulina é produzida nos ilhéus de langerhans onde temos reservas de pré-pro- insulina, que dá a pro-insulina que depois dá insulina. A insulina está armazenada em vesículas que existem nas células B porque é uma proteína que é facilmente degradada por enzimas. Quando precisamos de insulina elas libertam-na por exocitose. -Neste diabetes existe uma doença autoimune caracterizada pela presença de anticorpos. É hereditária e caracteriza-se pela existência de um gene no HLA (complexo major de histocompatibilidade) que é o DR3/DR4, só quem transporta este gene é que pode vir a desenvolver a doença. -Como vamos ter uma destruição das células B pancreáticas vamos ter hipoinsulinémia que com o decorrer do tempo se vai traduzir numa total ausência de insulina! Estes indivíduos perdem a sua capacidade de produção de insulina. Jaime Oliveira de2 28
  • 85. -Estes indivíduos são passíveis de serem tratados com recurso à insulina, é uma diabetes insulinotratável. -Nota: inicialmente algumas células do pâncreas ainda trabalham, podemos fazer uma terapêutica sem recurso a insulina (a insulina tem uma fraca adesão). -O maior efeito secundário da insulinoterapia são as hipoglicémias. Diabetes Mellitus tipo 2: -É a situação mais vulgar. -É própria do adulto obeso, adulto não obeso e do idoso. -Há uma normal p r o d u ç ã o d e insulina, mas as c é l u l a s s ã o re s i s t e n t e s a esta insulina, não deixando que e n t re g l i c o s e d e n t r o d a s células. Jaime Oliveira de3 28
  • 86. A diabetes Mellitus tipo 2 pode ter várias origens como: -Há uma destruição das células B, vai haver menor produção de insulina, as células não vão ter acesso à glucose, e vão mandar s i n a i s q u í m i c o s a o pâncreas para produzir glucagon que vai estimular o fígado a produzir mais glicose. Mas como há uma deficiência na captação da glicose apenas vai haver um aumento da glicémia no sangue. -Tudo vai culminar no aumento da glicémia. Jaime Oliveira de4 28
  • 87. -Porque é que há resistência há insulina? -Temos 2 tipos de adipocitos: os viscerais e os subcutâneos. O visceral é mais pequeno do que o subcutâneo. -Os adipócitos armazenam triglicéridos provenientes do fígado. O adipócito visceral tem pouca capacidade de armazenar os ácidos gordos. Estes ácidos gordos que se vão acumulando, vão ser lançados para dois sítios: vão novamente para o fígado ou vão para outros orgãos alvo. -Estes adipocitos viscerais vão lançar os ácidos gordos para a corrente sanguínea, que no fígado entram através do sistema porta, vão ser metabolizados e vão aumentar a concentração dos triglicéridos. -Também pode ir para os orgãos alvo - músculos e no tecido adiposo -Estes ácidos gordos são problemáticos! -No músculo e no tecido adiposo vamos ter glicose, a insulina vai atuar no recetor da insulina que faz com que ative cascatas de sinalização que levam à a t i v a ç ã o d o s transportadores que vão transportar a glicose para dentro. Isto é o normal funcionamento. A insulina tem de atuar na sub- unidade alfa dos recetores que depois vai ativar a sub- unidade B que de seguida vai ativar a tirosina cinase que desencadeia uma série de cascatas bioquímicas que vão ativar vários transportadores para a glicose. -Os ácidos gordos vão impedir a ativação da tirosina cinase, a acumulação de ácidos gordos faz com que haja uma alteração pós-recetor. Diabetes Mellitus tipo 1 Vs Diabetes Mellitus tipo 2: -A grande maioria dos doentes tem o seu diagnóstico atribuído quando têm: -poliuria (muito urina) -polidipsia (muita sede) -polifagia (muita fome) -perda de peso -várias infeções. Jaime Oliveira de5 28
  • 88. -A diabetes tipo 1 acontece com muitos sintomas e com uma hiperglicémia imensa. -Os diabéticos tipo 2 podem ter um diagnóstico quando vão a um oftalmologista porque podem ter cataratas diabéticas (acumulação de sódio no olho) ou então retinopatias diabéticas. Estes doente têm há pelos menos 8 anos hiperglicémias crónicas. É uma diabetes sem sintomas, é uma diabetes muito frequente, os doentes conseguem viver bem com as hiperglicémias. Ao fim de muito tempo com diabetes os pacientes apresentam neuropatia diabética: há uma alteração da transmissão nervosa, os nervos que transmitem a sensibilidade ao cérebro deixam de funcionar. Ao deixar de sentir não conseguem identificar, por exemplo, feridas nos pés. -A diabetes está associada a amputações, perda de visão, perda de sensibilidade, vivem menos tempo. Não conseguimos reverter as diabetes! Exceto a diabetes do obeso! Se ele perder tecido adiposo visceral deixa de ser diabético, hipertenso e dislipidémico. Tratamento Tipo 1: Insulinoterapia ou Antidiabéticos Orais (ADO) Tratamento Tipo 2: Podemos atuar em vários locais (ver tratamento farmacológico DM2) -Temos hiperglicémia porque a insulina não entra nas células, a informação que as células dão ao fígado é a ausência de glicose e obrigam que ele produza mais glicose. As células também dizem ao pâncreas que não temos insulina no sangue porque a glicose não está a entrar nas células. Ele vai produzir mais insulina. É um ciclo vicioso! -São indivíduos que têm imensa insulina, mas ela não atua porque temos muita produção de ácidos gordos pelo tecido gordo visceral que faz com que a insulina se ligue aos recetores mas que não ative os transportadores. Então temos hiperinsulinémia e hiperglicémia. -Os fármacos que vão atuar nos orgãos alvos são insulinosensibilizadores, vão atuar onde a insulina tem recetores. -Fármacos que atuam no pâncreas são fármacos insulinosecretores. -Os indivíduos que sofrem de diabetes têm de controlar os seus níveis de glicémia. O SNS causa taquicardia, mau feitio, etc, como sintomas de alerta quando estamos em hipoglicémia, faz tudo isso por ativação dos recetores B adrenérgicos. NOTA: indivíduos que façam terapêutica com B bloqueantes sofrem elevado risco de hipoglicémias, porque não vão sofrer estes efeitos secundários. Jaime Oliveira de6 28
  • 89. Diabetes Mellitus tipo 2 - tratamento farmacológico: -Na DM2 há insulinoresistência. Podemos atuar em vários locais para melhorar esta situação: -Fígado: vamos diminuir a produção da glicose hepática -Rim: vamos diminuir a reabsorção de glicose -Tracto gastrointestinal: vamos diminuir a reabsorção da glicose -Músculo e tecido adiposo: vamos sensibilizar as células à insulina -Pâncreas: vamos aumentar a secreção de insulina Aumento da secreção de Insulina - Insulinosecretores Sulfonilureias e Meglitinidas Jaime Oliveira de7 28
  • 90. -As sulfonilureias e as Meglitinidas atuam diretamente sobre o pâncreas, vão aumentar a exocitose de insulina. São insulinosecretores. -Neste grupo temos fármacos que podem atuar sob as células B fazendo com que haja um aumento da exocitose, temos as sulfonilureias (podem causar hipoglicémias) e as meglitinidas (também podem causar hipoglicémias). Secreção de Insulina: -Numa célula normal a glicose entra dentro da célula, entra no ciclo de k r e b s , v a i l e v a r à produção de ATP que vai encerrar os canais de potássio (são os canais d e p o t á s s i o AT P - dependentes). -Estes canais encerram d e a c o r d o c o m a concentração de ATP que temos na célula. -Quando estes canais estão completamente encerrados vai haver abertura dos canais de cálcio, vai entrar para dentro da célula e vai levar a um processo de exocitose! Estes canais de cálcio só abrem quando os canais de potássio fechem! -Numa célula em que não haja glicose dentro da célula, não vamos ter ATP, não vai haver um encerramentos dos canais de potássio, então não vamos conseguir abrir os canais de cálcio, logo não vamos ter exocitose de insulina! -Fisiológicamente temos uma secreção basal de insulina que nos permite manter os níveis da glicémia entre 70-110mg/dl. Mas na fase pós-prandeal temos insulina nas vesículas que vai ser libertada (resposta rápida em 3-5 minutos) e depois temos uma fase mais persistente e prolongada através da ativação de sistemas enzimáticos. Mecanismo de ação das Sulfonilureias e Meglitinidas: -O objetivo é promover a abertura dos canais de cálcio, então: -O fármaco liga-se ao canal de K+ (encerramento) que leva a uma despolarização que promove o influxo de cálcio promovendo a libertação de insulina. Jaime Oliveira de8 28
  • 91. Sulfonilureias -Estamos a promover u m a l i b e r t a ç ã o d e insulina pelas células B, eventualmente vai haver uma exaustão destas células B. Ações: -A sulfonilureias vão promover que haja um aumento na secreção de insulina -Vão permitir reduzir a glicémia de jejum em cerca de 60-70 mg/dl -Vão reduzir a hemoglobina glicosilada em 1,5-2% Indicações: -São indicadas para Diabetes Mellitus tipo 2 -Indivíduos com IMC<26 (magros ou peso normal) -Podem ser associadas com metformina, glitazonas, acarbose, insulina. Efeitos secundários: -O principal efeito secundário é a hipoglicémia. -Elas ligam-se fortemente às proteínas plasmáticas -Podem aumentar o peso -São contra-indicados na Gravidez e no Aleitamento Interações: -Antagonistas do efeito hipoglicemiante: -Corticosteróides -Contracetivos orais -Diuréticos da ansa e tiazídicos -Indutores enzimáticos: -Barbitúricos -Rifampicina -Ingestão crónica de álcool Jaime Oliveira de9 28 -Potenciação do efeito hipoglicemiante: -antagonista recetores B -AINEs
  • 92. -A glibenclamida tem uma semi-vida longa. Pode causar hipoglicémias (Não é seletivo dos canais de K+). -A glipizida e a gliclazida têm uma semi-vida curta. Diminuem o risco das hipoglicémias. -A glimepirida tem um efeito hipoglicemiante menor do que a gliblenclamida. É de toma única, há maior adesão à terapêutica. (este fármaco tem uma vantagem, é seletivo dos canais de K+ pancreáticos, os canais de K+ do coração não são afetados). Meglitinidas -Temos a Nateglinida -O seu mecanismo de ação é igual ao das sulfonilureias. -Ligam-se ao recetor das sulfonilureias. -Têm um início de ação rápida e um tempo de semi-vida curto. -Deve ser administrado no início das refeições ou antes das mesmas. -Tem um período de ação mais curto. -Restaura a primeira fase de secreção de insulina (rápida). -Diminuem a hiperglicémia de jejum e pós prandial -Diminui a Hba1c 1,0-1,5% -Pode haver aumento de peso -São dadas em monoterapia ou em associações com metformina. Integração da matéria: -Faz sentido utilizar sulfonilureia e nateglinida em conjunto? Sim se for DM2 magro Não se for DM2 gordo Jaime Oliveira de10 28
  • 93. -Podemos dar uma sulfonilureia e uma insulina? -Sim, o indivíduo tem de controlar as glicémias. Esta associação é vantajosa porque estamos a ajudar o pâncreas, estamos a preservar as células B. Incretinas Análogos do GLP-1 -Temos -Exanatide -Liraglutide -São todos injetáveis. Inibidores da DPP-4 -Temos -Sitagliptina -Saxaglipetina -Vildagliptina -Estes dois grupos de fármacos não atuam diretamente nas células B pancreáticas, não produzem hipoglicémias nem produzem exaustão das células B. eles vão atuar no eixo gastrointestinal. Jaime Oliveira de11 28
  • 94. -Existem várias hormonas gastrointestinais que estimulam a secreção de insulina sem atuar diretamente nas células B pancreáticas. -Os aminoácidos também aumentam a taxa de secreção de insulina, numa situação de hiperglicémia. -O stress aumenta a resistência há insulina porque aumenta a expressão de hormonas de contra-regulação. Mecanismo de ação dos inibidores da GLP-1 e agonistas da DPP-4: -Ingerimos alimentos que chegam ao tubo GI, aqui vai aumentar a produção das incretinas que vão estimular o pâncreas a produzir insulina. Estas incretinas são inibidas pela DPP-4. Então degradando a DPP-4 não vamos ter a degradação das incretinas e vamos ter um aumento destas incretinas, que culminam num aumento da secreção de insulina. -As incretinas são importantes e estimulam o pâncreas sem produzir hipoglicémias. Posso ter análogos destas incretinas, que são os análogos do GLP-1. Inibidores da DPP-4: -Reduzem a glicémia pos-prandeal -Reduzem a Hba1c 1,05% em 12 semanas -Redução ponderal -Não causam hipoglicémias -Podem ser associados com outros ADO, com metformina ou glitazona quando o exercício fisico e a dieta não controlam a glicémia Jaime Oliveira de12 28
  • 95. Agonistas do GLP-1: -Como análogos das incretinas, mimetizam as incretinas naturais libertadas no intestino após a ingestão de alimentos. -Estimulam a libertação de insulina pelo pâncreas proporcional aos níveis de glicose. -Podem também reduzir o glucagon caso este esteja elevado, em relação inversa à glicose. -Desta forma caso a glicose do sangue esteja elevada o fármaco irá estimular a secreção da insulina e inibirá glucagon. -A sua utilização deve ser limitada ao tratamento dos doentes com DM2 obesos. -Em 2ª linha (adicionado a metformina ou sulfonilureia ou glitazona, se houver intolerância a estes fármacos) -Em 3ª linha (após dois dos anteriores e também inibidores das DPP-4) -A sua utilização foi associada a riscos de pancreatites. -A utilização de análogos GLP-1 em combinação com sulfonilureias poderão ter um risco acrescido de hipoglicémia. Jaime Oliveira de13 28
  • 96. Aumento da sensibilização à insulina - Insulinosensibilizadores Biguanidas e Glitazonas -As Biguanidas e as Glitazonas têm um mecanismo de ação semelhantes. Ambas vão sensibilizar as células à ação da insulina, portanto vão reduzir a resistência à insulina. Biguanidas - Metformina: -Atuam independentemente da insulina -Atuam na célula alvo -não aumentam a produção de insulina -actuam a nível pós-recetor - melhoram o uptake da glicose -Atuam nas células alvo da insulina, que são as células que precisam de insulina para que a glucose entre nas células. -Estes fármacos não produzem hipoglicémias. Porque não aumentam a secreção de insulina. -Vão diminuir a produção hepática de glicose (neoglicogénese) -Vão diminuir a absorção intestinal de glucose -Vão aumentar a recaptação periférica de glicose. A metformina: -Reduz a hiperglicémia sem aumentar a produção de insulina - não tem ação nas células B -Não produz hipoglicémias -Não está associado a ganho de peso - Induz anorexia -Interfere no metabolismo lipídico -Diminui os triglicéridos até 10-20% -Diminuem os níveis plasmáticos de ácidos gordos Jaime Oliveira de14 28
  • 97. -Melhoram a função endotelial -Corrigem a hiperadesividade -Diminuem a hiperagregabilidade das plaquetas -Aumentam a fibrinólise A metformina é indicada: -Doentes com IMC>26 -1ª escolha no diabético obeso -Há uma redução significativa das complicações microvasculares -Redução da mortalidade global -Pode ser associado com: -Sulfoniluréias, glitazonas e insulina -Não se liga às proteínas plasmáticas: isto é muito importante porque há menos interações! A metformina tem vários efeitos secundários: -Acidose láctica - principalmente em insuficientes renais. -A nível do tracto gastrointestinais causam diarreia, vómitos, flatulência e anorexia -Deve ser iniciada em baixas doses, após as refeições (com alimentos). Nalguns casos leva a interrupção do tratamento. Geralmente são 2 a 3 tomas diárias. -Má absorção da vitamina B12 e ácido fólico. -Pode causar reações alérgicas como: -Prurido/ Urticária/ Erupções cutâneas A metformina é contra-indicada: -Em doentes com insuficiências renais, hepáticas, doenças pulmonares, ICC, infeções graves, história de acidose láctica, utilização de contraste com iodo (exames radiológicos). -Contra indicados na Gravidez e Aleitamento. Jaime Oliveira de15 28 Revisão: -As interações de fármacos podem ser farmacocinéticas ou farmacodinâmicas. As de natureza farmacocinética (como as da metformina) englobam todas as alterações a nível da ADME. As proteínas plasmáticas que são proteínas de transporte de fármacos são categorizadas a nível da distribuição. -A maior proteína de transporte é a Albumina. O fármaco que se ligar mais à albumina fica menos disponível no sangue. Um AINE como o AAS liga-se 99% à albumina. Numa dose baixa (75mg) têm efeitos cardioprotectores, dose média (500mg) tem efeito anti-pirético e analgésico e doses altas (1000mg) tem efeitos anti-inflamatórios. Nestas doses baixas vai inibir a agregação das plaquetas até o fim da sua vida (cerca de 10 dias). A Warfarina liga-se 99% às proteínas plasmáticas. -Um fármaco liga-se fortemente às proteínas plasmáticas mas não interage com AAS nem com a Warfarina, então este fármaco liga-se fortemente às proteínas plasmáticas que não são a albumina.
  • 98. A metformina deve ser tomada: -Por adultos e crianças com idades superiores a 10 anos. -Começamos com doses sub-terapêuticas de 500mg durante 1 semana, aumentar para 850mg de 12 em 12 horas até chegar a uma dose que seja eficaz, sendo que o máximo que podemos atingir é de 3g/dia. Glitazonas - Pioglitazona: -Há um ligeiro risco de indivíduos come esta terapêutica desenvolverem cancro da bexiga. -Este fármaco já pode ser utilizado em doentes com insuficiência renal. -É um medicamento de toma única - pode ser tomado em associação com ADO -Tem um mecanismo indireto, o controlo metabólico da diabetes só se nota ao fim de algumas semanas. -Reduz a glicémia em jejum -Reduz a tensão sistólica e diastólica -Melhora o fluxo miocárdico -Reduz a hiperplasia da íntima das coronárias -Reduz a microalbuminúria -Preserva a função das células beta Jaime Oliveira de16 28
  • 99. Interligação da matéria: -Sob o ponto de vista farmacológico faz sentido associar no mesmo doente metformina e pioglitazona? -Faz sentido se for em DM2 obeso em que estamos a controlar a insulinoresistência e o papel da glitazona é de controlar a insulinoresistência pós-prandeal. -Em DM2 magro não faz sentido porque nestes diabéticos temos hipoinsulinémia. Na DM2 dos magros não temos insulinoresistência, temos uma alteração funcional das células beta. -A associação de sulfonilureias com metformina faz sentido? -As sulfonilureias vão produzir insulina. em determinados indivíduos em que a insulinoresistência é residual e o problema está nas células pancreáticas podemos dar a sulfonilureia para dar mais insulina e a metformina para sensibilizar as células. (do ponto de vista clinico temos de medir glicémias e hemoglobinas para ver se a terapêutica está a ser eficaz). Diminuição da reabsorção da glucose Inibidores das proteínas de transporte - Dapagliflozina -Temos a Dapaglifozina (Forxiga) que vai inibir a reabsorção de glicose, diminuindo assim a glicémia. Proteínas de transporte de sódio-glucose: -São uma família de transportadores de glucose encontrados: -na mucosa do intestino delgado, nos enterócitos - SGLT-1 -no túbulo proximal do nefrónio - SLGT-2 / SGLT-1 -Contribuem para a reabsorção renal de glucose -Nos rins, a 100% da glicose filtrada no glomérulo tem de ser reabsorvida ao longo do nefrónio (+-90% através do SGLT2). -Em situações de hiperglicémia a glicose é excretada na urina (glicosúria), porque as SGLT estão saturadas. Jaime Oliveira de17 28
  • 100. -Tem interesse desenvolver fármacos específicos para a SGLT-2 porque ele é responsável por 90% da reabsorção tubular da glicose enquanto que os SGLT-1 é apenas responsável por 10%. -A dapaglifozina pode ser associada com uma sulfonilureia (promove a libertação de insulina) ou uma insulina é possível que haja um hipoglicémia. Estes indivíduos têm de ser controlados medindo a glicémia. -Este fármaco não é passível de ser utilizado em doentes com insuficiência renal. Diminuição da absorção da glucose Inibidores da alfa glicosidase -Temos a Acarbose: Jaime Oliveira de18 28
  • 101. -Os inibidores da alfa glicosidade das vilosidades intestinais atrasam a absorção dos hidratos de carbono, bloqueando competitivamente as dissacaridases e dificultando a clivagem dos oligossacáridos em monossacáridos. -Desta forma, reduzem as concentrações de insulina pós-prandial. -A acarbose (ACARB) é um pseudotetrassacárido com grande afinidade para o recetor das alfa-glucosidases na bordura do intestino delgado, que bloqueia de forma reversível a hidrólise enzimática dos polissacáridos atrasando a sua digestão. -Há uma redução da absorção de glicose. -A acarbose apenas funciona se for administrada por via oral e antes das refeições. -Pode causar flatulências, aerofagia, diarreira ou distensão abdominal. Estes efeitos são dose dependentes. -Raramente é utilizada em monoterapia. -Pode causar um aumento das transaminases A acarbose é contra-indicada: -Na gravidez -No aleitamento -Nas doenças do intestino grosso -Em transtornos crónicos da digestão e absorção intestinal Resumo Jaime Oliveira de19 28
  • 102. Diabetes Mellitus tipo 1 - tratamento farmacológico: Jaime Oliveira de20 28
  • 103. Insulinas: -Temos 4 tipos de insulinas: -Insulinas de ação ultra-rápidas -Insulinas de ação rápida -Insulinas de ação intermédia -Insulinas de ação longa Insulinas de ação rápida: -Têm uma absorção muito rápida e uma duração muito curta. -São uma solução com aspeto cristalino de rápida absorção subcutânea. -Têm grande variabilidade inter e intra- individual -Podem ser misturadas com insulinas de ação retardada -É a única insulina passível de ser utilizada com Bombas infusoras. -É a única insulina que pode ser administrada por via endovenosa. Quando há hiperglicémias que precisam de ser tratadas de imediato (ex: urgência hospitalar). Insulinas de ação intermédia (NPH): -Têm uma duração máxima que não ultrapassa as 24 horas. -É uma suspensão o que vai atrasar a absorção subcutânea. -A sua duração de ação pode ser retardada pela adição de: -Protamina (proteína de origem animal - pode dar alergia) -Zinco -A insulina NPH pode misturar-se com a insulina de ação rápida (pré-misturas). Insulinas de ação lenta ou longa: -Tem um início de ação muito lento e prolongado. -É uma suspensão de Zinco cristalina com tampão acetato. -Não tem um pico de ação detectável. Jaime Oliveira de21 28
  • 104. Análogos da Insulina -São as Insulinas Ultra-rápidas. -São insulinas modificadas na sua molécula de alguns aminoácidos das 2 cadeias. -Há uma modificação da molécula por forma a tornar a sua farmacocinética mais fisiológica. -Temos a Insulina Lispro -Aminoácido lisina e prolina nas posições 28 e 29 da cadeia B -Maior rapidez de ação -Duração mais curta -Agregação 300X menor do que a insulina regular -O dobro da ação em metade do tempo -Este tipo de insulina tem uma grande vantagem: -A sua administração pode ser depois da refeição -Mimetiza uma libertação fisiológica -Evita os risco de hipoglicémias tardias Insulinas em Portugal: Jaime Oliveira de22 28
  • 105. Tipos de Insulinas: Jaime Oliveira de23 28
  • 106. Indicações da Insulina: -Diabéticos de qualquer idade excessivamente magros -Diabéticos do tipo 1: -Insulinoterapia é perpétua, ao contrário de outras situações clínicas, em que pode ser transitória. -Diabetes da grávidas: -Durante a gravidez, o uso de ADO está contra-indicado -Diabetes gestacional, a insulina é a terapêutica da diabetes diagnosticada na gravidez -Diabetes sintomática com hiperglicémia marcada -Adultos magros ou adultos/jovens obesos muito sintomáticos. -em presença de uma provável falência dos ADO -Diabéticos do tipo 2 -Nas intercorrências médicas graves -Tendencias para um descompensação metabólica -Agravamento do controlo da glicémia -Aumentos das hormonas de contra-regulação -Durante a cirurgia e no pré e pós-operatório imedaitos -Lesões isquémicas dos membros inferiores -A insulina pode ser benéfica na cicatrização, nomeadamente nas úlceras isquémicas -Melhor controlo glicémico -Falência dos ADO -Ao fim de alguns anos de terapêutica com ADO, habitualmente após 10-15 anos com sulfonilureias, pode ocorrer uma verdadeira falência da resposta pancreática à sua ação, pelo que se toma imperioso o início da insulinoterapia, ainda que por vezes se possam associar os ADO, em terapêuticas mistas. Formas de administração da Insulina. Jaime Oliveira de24 28
  • 107. Principais fatores que podem influenciar a velocidade de absorção da insulina administrada por via subcutânea -Dependem de vários fatores como: -Da insulina: -Estado físico (solúvel ou em suspensçao) -Dose -Concentração -Volume -Da circulação capilar local -Dos locais de injeção: -Convém que o diabético altere o local de administração da insulina porque se for administrada sempre no mesmo local vai causar lipodistrofia que é insensível. Perfil da Insulina: Jaime Oliveira de25 28
  • 108. Esquemas de utilização da Insulina: Insulinoterapia - Efeitos secundários: -Os principais efeitos secundários são: -Hipoglicémia -Ganho ponderal -Pode causar efeitos menos comuns como: -Lipoatrofia, perda de tecido subcutâneo, porque há uma área de injeção repetida -Alergia local, muito rara, com manchas, prurido e pápulas -Alergias generalizadas, muito rara, pode dar uma reação anafilática -Pode causar Lipo-hipertrofia, que é um aumento da gordura do tecido subcutâneo. Jaime Oliveira de26 28
  • 109. Interações com a insulina: Fatores a considerar na escolha da terapêutica: Diabetes Mellitus Gestacional: Jaime Oliveira de27 28
  • 110. -Aparece apenas na grávida por volta das 23/25 semanas da gravidez. Nesta fase a mulher produz hormonas contra o efeito da insulina. -Esta gravidez pode-se controlar com uma terapêutica não farmacológica através da dieta. -Todas as grávidas perto das 24 semanas fazem o teste de Sullivan que consiste em beber 50g de açúcar num copo de água e depois fazemos a prova de tolerância à glicose. Queremos saber se a grávida nas 2 horas seguintes vai metabolizar este açúcar. Jaime Oliveira de28 28
  • 111. 1
  • 112. 2
  • 113. -Também podemos fazer um tratamento não farmacológico! Alvos Farmacológicos no tratamento da hipertensão arterial: 3
  • 114. -Temos pre-loud e o after-loud. A pós-carga é a força que o coração tem de vencer para bombear para a circulação sistémica. Na insuficiência cardíaca temos um aumento da pre-carga. -Aqueles que têm capacidade de reduzir as resistências periféricas totais vão diminuir a pós- carga. Ao diminuir a RVP a pressão que as artérias exercem é menor. Todos os fármacos que reduzam as RVP são vasodilatadoras. Ao reduzir as RVP estamos a reduzir o esforço do coração, assim ele trabalha mais tranquilamente e aumento a perfusão dos tecidos. -Temos vários fármacos que reduzem as RPT. Os BEC- bloqueadores da entrada de cálcio, todos eles vão diminuir a RPT porque são muito vasodilatadoras. -Todos eles podem ter efeito secundário de hipotensão. -Podemos ter fármacos que aumentam a saída de água do organismo levando a um menor volume de sangue, diminuindo o débito cardíaco. -Também podemos atuar no sistema nervoso simpático. Dependendo do efeito pretendido podemos agonizar ou antagonizar os alvos. 4
  • 115. Hipertensão Arterial Pressão Arterial: -A pressão arterial depende de dois fatores: do débito cardíaco (DC) e da resistência vascular periférica total (RPT) -O DC relaciona-se com o estado funcional do miocárdio. O DC é o volume de sangue que sai por unidade de tempo do coração, sendo assim depende de dois fatores: do volume sistólico (VS) e da força de contração (FC). -A RVP está relacionada com a viscosidade do sangue e com o calibre dos vasos como as artérias que são estruturas com várias camadas nas quais uma delas é a camada muscular. Devido à sua anatomia as artérias estão quase sempre fechadas, apenas abrem quando o sangue precisa de passar. Assim, quanto maior a FC maior o tempo que elas estão abertas. -O SNS controla a contração das artérias com os seus mediadores, as catecolaminas (noradrenalina, adrenalina e dopamina). -Temos vários mecanismos que nos permitem controlar a pressão arterial como fatores químicos, mecanismos de ação rápida, intermédia e a longo prazo. Jaime Oliveira
  • 116. Efeitos de factores químicos na constrição vascular •Aumento do Ca2+ - vasoconstrição •Aumento do K+ - vasodilatação •Aumento de Mg+ - vasodilatação •Aumento do Na+ - efeito indirecto •Aumento do CO2 - Vasodilatação moderada nos tecidos e acentuada no tecido cerebral. No centro vasomotor efeito vasoconstritor intenso •Iões citrato / Iões acetato – não têm efeito sobre a musculatura Mecanismos de ação rápida: -Os mecanismos de ação rápida de controlo da pressão arterial podem ser mecanismos nervosos ou mecanismo hormonais. Mecanismos Nervosos: -Os barorrecetores são sensíveis à pressão que passa naquele vaso. Quando a pressão arterial baixa eles reagem e enviam sinalização com o objetivo de restabelecer a pressão arterial normal. -Existem na parede da aorta e nos seios carotídeos e são sensores sensíveis ao grau de estiramento do vaso, quando há um aumento da pressão há um aumento da distenção do vaso. -Estes barorrecetores adaptam-se às variações da pressão! -Os barorrecetores também existem no rim. (para mais informações consultar a sebenta de anatomia II) Jaime Oliveira
  • 117. -Os quimiorrecetores são sensíveis a substâncias químicas e às suas variações. -Os quimiorrecetores também existem no rim. -A resposta isquémica do SNC é ativada quando são detetadas pressões arteriais baixas! -É um sistema de recurso que não é utilizado todos os dias! -Quando há baixa pressão arterial a nutrição dos tecidos vai ser deficiente e pode originar zonas de isquémia, que vão ativar esta resposta! Mecanismos Hormonais: Jaime Oliveira
  • 118. Mecanismos de ação intermédia: Existem vasos de resistência e de vasos de capacidade, as veias são vasos de capacidade. Quando precisamos de aglomerar líquido que vem do espaço intersticial ele vai para as veias. Existe um equilíbrio dinâmico entre estas duas estruturas. O líquido quando se movimenta leva sódio atrás! O sódio faz-se acompanhar de grandes quantidades de agua. Os mecanismos intermédios favorecem as trocas iónicas entre o interstício e o vaso. Mecanismos de longo prazo: Jaime Oliveira
  • 119. A figura abaixo representa o mecanismo básico de feedback do sistema rim-líquido corporal no controlo da pressão arterial A figura abaixo representa as etapas pelas quais um aumento do volume líquido extracelular provoca um aumento da pressão arterial.
 Jaime Oliveira PA Volume sanguíneo Pressão média de enchimento circulatório RPT DC Retorno Venoso Perda não renal de líquido Volume de líquido extracelular Ingestão de líquido Débito renal Alteração do volume de líquido extracelular Força de contracção Capacidade vascular
  • 120. Eixo Renina-Angiotensina-Aldosterona: -O rim possui quimiorrecetores, barorrecetores e recetores do SNSimp. -Os barorrecetores do rim medem a pressão com que o sangue passa na arteríola aferente. -Os quimiorrecetores são recetores sensíveis ao sódio, quando os níveis de sódio são baixos na corrente sanguínea eles vão ativar sistemas que retêm o sódio como o aparelho justaglomerular e o eixo renina-angiotensina-aldosterona. -Estes sistemas vão culminar num aumento da secreção de renina! A renina vai estimular a transformação do angiotensinogénio em angiotensina I que vai para os pulmões e vai ser convertida em angiotensina II pela ECA. -A angiotensina II tem várias funções, uma das quais é a estimulação da libertação de aldosterona pela células da zona glomerular das supra-renais. A aldosterona vai atuar no rim e vai promover a excreção de potássio (k+) e vai promover a absorção de H2O e sódio (Na+). Jaime Oliveira Angiotensina II Constrição dos vasos de resistência Zona glomerular da Supra-renal Rim SNC Aldosterona SN simpático BebidaHipertensão Excreção de Na+ e H2O Retenção de Na+ e H2OHipertensão Acções da Angiotensina II
  • 121. -A aldosterona é a hormona responsável pelo potássio (K+). Quando temos o sistema renina-angiotensina-aldosterona a funcionar em demasia estamos a reter muito sódio e a expelir muito potássio. Ao reter grandes quantidades de sódio vamos alterar o débito cardíaco, vamos aumentar a pressão arterial. -Como a angiotensina II é um forte vasoconstritor vamos ter um aumento das RPT. -O sistema renina-angiotensina-aldosterona mexe nos dois fatores da fórmula: RPT e DC. -No rim, os seus barorrecetores quando detetam que se baixou a pressão arterial, porque passa menos sangue e há uma diminuição da distenção das paredes, vão ativar o sistema nervoso central que vai aumentar a pressão arterial. Como há menos volume a passar de sangue, também há menor concentração de iões, os quimiorrecetores vão-se aperceber desta diminuição e vão ativar o sistema que retenha estes iões (eixo renina- angiotensina-aldosterona). Estes efeitos são mais rápidos, enquanto que a ação da angiotensina e da aldosterona são mais tardios porque elas têm de ser produzidas. Angiotensina II: 1- Ação vasoconstrictora: -A angII é uma hormona circulante que ao interagir com os seus recetores específicos produz: -Potenciação da libertação de noradrenalina dos terminais simpáticos -Inibição da recaptação da noradrenalina da fenda sinática -Potenciação da libertação de catecolaminas da medula supra renal por despolarização das células cromafins. -Tem uma ação vasoconstrictora intensificada. Jaime Oliveira
  • 122. 2- Ação da AngII ao nível do rim: -Tem um efeito direto na reabsorção de Na+ no túbulo proximal -Tem um efeito direto na libertação de aldosterona 3- Efeitos da AngII ao nível do SNC: -Passa em zonas desprovidas de barreira hematoencefálica e há sintese de angII a nível cerebral -A angII vai estimular: -centros cardiovasculares - simpáticos -terminais eferentes - simpáticos -libertação de noradrenalina - terminais adrenérgicos -A angII vai estimular a libertação de vasopressina que vai ter uma atuação direta nos vasos provocando vasoconstrição e vai atuar nos rins 4- Efeito da AngII ao nível das estruturas vasculares -Aumento da massa muscular não acompanhado de concomitante aumente da circulação coronária -Aumento do tecido conjuntivo com perda simultânea do tecido contráctil -Alterações na síntese de proteínas contrácteis Em suma: Jaime Oliveira
  • 123. Interação da Angiotensina II com o seu recetor AT1: Aldosterona: Jaime Oliveira
  • 124. Tratamento farmacológico da hipertensão no eixo renina- angiotensina-aldosterona -Existem 5 possibilidades para este tratamento: -Bloqueadores B: eles reduzem a libertação de renina das células justaglomerulares -Fármacos que inibam a renina -Fármacos antagonistas dos recetores da Angiotensina II (AT1) -Inibidores da enzima de conversão (ECA) -Antagonistas da aldosterona InECA - Inibidores da enzima de conversão da angiotensina: -Existem 3 classes diferentes: -InECA com radicais sulfidrílicos: Captopril -InECA carboxialquildipeptídeos: Enalapril e Lisinopril -InECA que têm fósforo: Fosinipril -As suas diferenças estruturais influenciam a sua distribuição no organismo e a sua seletividade tecidular. Mecanismo de ação: -Os inibidores da ECA vão impedir que a Angiotensina I se transforme na Angiotensina II, evitando a sua ação farmacológica Ação farmacológica: -Redução da produção da angiotensina II -Vasodilatação -Diminuição da resistência periférica -Diminuição da tensão arterial -Efeito a nível cerebral: -há uma manutenção do fluxo sanguíneo cerebral Jaime Oliveira
  • 125. -Efeitos a nível renal: -Redução da secreção da aldosterona -Aumento do fluxo sanguíneo renal -Inibição do tonús simpático -Propriedades cardioprotectoras: -Aumenta a perfusão coronária -Regressão da hipertrodia ventricular -Efeito nefroprotector: -Proteção do aparelho glomerular em doentes mais susceptíveis a lesões decorrentes de hipertensão glomerular, como os diabéticos. Efeitos Secundários: -Tosse seca irritativa -Hipotensão arterial -Palpitações -Taquicardia -Perturbações hematológicas: -Neutropenia -Anemia -trombocitopenia -Alterações cutâneas -Rashes de características várias -A ECA é responsável pela degradação de um composto a nível pulmonar que é a bradicinina. Se vamos inibir a ECA vamos ter aumento de bradicinina dai a tosse seca e irritativa. -Os inECA também causam um aumento do K+, que pode causar uma hiperpolarização das células do miocárdio e do nódulo SA o que faz com que o coração pare de bater! -Os inibidores da ECA são importantes para os diabéticos porque são nefroprotetores e na hipertensão são importantes porque revertem ligeiramente a hipertrofia ventricular esquerda. Exemplos: Jaime Oliveira Interações: -AINE: diminuem o efeito dos InECA -Diuréticos poupadores de K+ -Neurolépticos- risco de hipotensão ortostática -Antidepressivos- risco de hipotensão ortostática -Insulina - efeito hipoglicemiante -ADO - efeito hipoglicemiante -São contra indicados na gravidez
  • 126. Bloqueadores dos recetores da angiotensina II: -Os bloqueadores dos recetores do tipo AT1 da angiotensina II são fármacos que são bem tolerados. -Também se podem chamar de antagonistas dos recetores da angiotensina II (ARA) -Possuem alguns efeitos secundários como cefaleias, tonturas, astenia, dores musculares e hipercaliémia (K+). -São contra-indicados na gravidez. -Os ARA não causam a tosse seca e irritativa que é causada pelos inECA Ação farmacológica: -Há uma vasodilatação arterial -Há uma diminuição da contractilidade e da frequência cardíaca, há uma diminuição das necessidades miocárdicas de O2. -Supressão da libertação de aldosterona -Diminuição do tónus simpático -SNC supressão da libertação de ACTH, Vasopressina, Prolactina, LH Exemplo: Antagonistas da Aldosterona: -Estes fármacos também podem ser designados como poupadores de potássio. -Temos a espironolactona - é um esteróide com uma estrutura semelhante da aldosterona. (a aldosterona é o mineralocorticóide natural mais potente). -No homem temos impotência / ginecomastia e na mulher temos uma irregularidade do ciclo menstrual. Jaime Oliveira
  • 127. Bloqueador da Renina: -Temos o Aliscireno. -Bloqueia o centro ativo da renina. -Impede a clivagem do angiotensinogénio e a produção de angiotensina I. Canais de Cálcio: -O cálcio é responsável pela contração das células, encontra-se no retículo sarcoplasmático, que no músculo liso é muito rudimentar. Este músculo tem de ir buscar o cálcio necessário para a sua contração fora da célula! -Fármacos que bloqueiem estes canais de cálcio não têm efeito farmacológico no músculo esquelético, porque quando contrai tem o cálcio armazenado, ao contrário do músculo liso. -O cálcio pode entrar na célula por: -Canais de cálcio dependentes da voltagem -L, T, N que abrem quando o potencial de membrana atinge os -40mV -Canais recetores dependentes -há uma ativação de um recetor vizinho -Por troca com Na+ -Por troca com K+ -Por difusão passiva Jaime Oliveira
  • 128. -A +20 mV temos o potencial de inversão. O ião envolvido na despolarização é o Na+. Quando há despolarização o sódio dentro da célula, os canais de sódio abrem e ele entra. Quando chegamos ao potencial de inversão, vai trocar com o potássio. Quanto mais negativo o potencial mais difícil é de despolarizar. -O cálcio não entra porque ele está dentro da célula. Quando há despolarização o retículo sarcoplasmático é obrigado a libertar cálcio e leva à ligação da actina à miosina e contrai. -Ao despolarizar o músculo liso com sódio vai havendo um aumento do potencial até que se atinge um potencial tal que vai abrir os canais lentos de cálcio (-40mv). O músculo é impermeável ao cálcio ele tem de entrar por transporte ou canais. -Os fármacos vão encerrar estes canais lentos de cálcio, o músculo liso não vai contrair. É um alvo para o controlo da vasoconstrição. Os bloqueadores da entrada de cálcio vão bloquear os canais lentos de cálcio, provocando vasodilatação.
  • 129. -Existe mais cálcio no exterior é muito maior do que no interior da célula. -Uma célula em repouso é totalmente impermeável ao cálcio -As células têm mecanismos responsáveis pela expulsão de cálcio como: -Bombas trocadoras de iões (cálcio por sódio) Mecanismo de ação dos Bloqueadores da entrada de cálcio: -Os bloqueadores da entrada de cálcio (BEC) reduzem a entrada de cálcio na célula através dos canais de cálcio que são voltagem dependentes ou pelos canais de cálcio ativados pela estimulação de outros recetores, os alfa adrenérgicos e os da angiotensina. Classificação dos BEC: -Existem vários BEC que diferem entre si pela: -sua estrutura -no local de ação sob o canal lento de cálcio -Temos os derivados da benzotiapina (Diltiazem), derivados das fenilalcoilaminas (Verapamil) e os derivados das dihidropiridinas (Nifedipina). -Os BEC podem ser classificados em 2 aspectos: 1) Seletividade para os canais de cálcio 2) Efeito vascular -Vasoselectivo -São vasoselectivos para as artérias, temos a Nifedipina -Não vasoselectivo -Atuam sempre que o canal de cálcio está aberto/ativo, atua nas artérias, no músculo cardíaco e no automatismo do coração. Temos o verapamil e o diltiazem. Jaime Oliveira
  • 131. -A seletividade dos fármacos para estes canais de cálcio depende de: -Os canais de cálcio podem estar em 3 formas distintas: -O verapamil e o diltiazem atuam em canais que estão em estados diferentes do que os da nifedipina. Estes fármacos podem ter vários efeitos: Jaime Oliveira
  • 135. Farmacocinética, efeitos secundários e interações: Jaime Oliveira
  • 136. Indicações Clínicas dos BEC Absorção, biodisponibilidade e distribuição: Jaime Oliveira