5. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Regulação da Respiração:
Controlada pelo centro respiratório no bulbo
influxo da ponte
Centros superiores do SNC e aferentes vagais
do pulmão
Fatores que afetam o centro respiratório:
PCO2 - ação em quimiorreceptores bulbares
PO2 - ação em quimiorreceptores (glomos
paraaórticos e carótidos)
OBS: Um grau moderado de controle voluntário pode se
superpor à regulação automática da respiração.
6. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Controle Neuro-Humoral normal:
Vias Eferentes
• nervos parassimpáticos - ACh
• nervos simpáticos – NOR
• adrenalina circulante
• neurônios NANC
Vias Aferentes
• receptores de estiramento
• fibras C sensoriais não-mielinizadas
• receptores de irritação
7. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Vias Eferentes – Inervação Parassimpática:
Gânglios situados nas paredes dos brônquios e
bronquíolos
Fibras pós-ganglionares inervam:
Músculo liso das vias aéreas
Músculo liso vascular
Glândulas
8. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Vias Eferentes – Inervação Parassimpática:
Tipos de receptores muscarínicos
M1 localizados nos gânglios (céls. pós-
sinápticas)
M2 localizados nas terminações pré-sinápticas
de neurônios
M3 localizados no músculo liso brônquico e nas
glândulas
Efeitos
broncoconstrição e secreção de muco
9. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Vias Eferentes – Inervação Simpática:
inervação dos vasos sanguíneos e glândulas
NOR – constrição dos vasos sanguíneos
NOR – inibição das secreções
β2 – relaxamento do músculo liso, inibição de
mastócitos
e da depuração mucociliar
efeitos causados pelas catecolaminas circulantes
OBS: Não existe inervação simpática no músculo liso
brônquico.
10.
11. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Vias Eferentes – Mediadores NANC:
Inibitório
NO – relaxante nas vias aéreas
iNOS e cNOS são encontradas nas vias aéreas
Excitatórios
Neuropeptídios –– Subst. P e Neurocinina A
permeabilidade vascular
induz a secreção de muco
espasmógenos
12. Função e Estrutura do Sistema Respiratório
Vias Aferentes
Receptores de Irritação e Fibras C:
respondem a substâncias exógenas e
estímulos químicos (amônia, dióxido de enxofre,
fumaça de cigarro...)
respondem a mediadores inflamatórios e a
estímulos físicos
causam tosse, broncoconstrição e secreção de
muco
liberação de neuropeptídios excitatórios;
14. DPOC
•Doença pulmonar obstrutiva crônica;
• Síndrome (bronquite crônica + enfisema)
• Bronquite: inflamação dos brônquios e
bronquíolos (poluição do ar, cigarros);
• Enfisema: distensão e lesão do tecido
pulmonar;
• Tratamento paleativo: ipratrópio, salbutamol
e corticosteróides
15. Tosse
•Mecanismo reflexo-protetor;
• Remoção de material estranho e as secreções;
• Antitussígenos: deprimem o centro da tosse
• Codeína (diminui a secreção nos
bronquíolos, espessamento do escarro)
• Dextrometorfano;
• Folcodina;
16. “Doença inflamatória crônica
caracterizada por obstrução – reversível
– recorrente do fluxo de ar nas vias
aéreas em resposta a estímulos que,
por si só, não são nocivos e não afetam
os indivíduos não asmáticos”
Asma
17. Epidemiologia
Maior prevalência: Austrália, Irlanda Reino Unido, EUA, N. Zelândia
Menor prevalência: China, Grécia, Rússia
Brasil: prevalência superior a 20% (8º lugar)
Fortaleza – 2.339 crianças - 15,8% (Campos, 1998)
ISAAC. Eur Respir J. 1998; 12:35-335
www.asmabronquica.com.br
18. Epidemiologia
Mortalidade é baixa, magnitude crescente, em diversos
paises s regiões. Nos paises em desenvolvimento vem
aumentando últimos 10 anos correspondendo a 5-10%
das mortes por causa respiratória;
No Brasil, em 2000, a taxa de mortalidade por asma ou
associada foi de 2,29/100.000 hab (maioria evitáveis);
É 3ª ou 4ª causa de internamento no SUS, em 2005 das
internações por problemas respiratórios 18,7% , foram
por asma.
Os custos do SUS com internações, em 2005 foi de a 96
milhões de reais o que correspondeu a 1,4% do gasto
total anual com todas as doenças.
IV Diretrizes Brasileiras para Manejo da Asma, 2006
19. Distúrbios da Função Respiratória
ASMA BRÔNQUICA
Aspectos importantes:
• hiperresponsividade brônquica – tendência das
vias aéreas doentes para reagir com estímulos
que não causam respostas nas vias aéreas
normais.
• broncoconstrição – contração das vias aéreas,
causando obstrução da passagem de ar.
21. Desenvolvimento da Asma - Características
Asma Crônica:
tosse, dispnéia, sibilos
sensação de constrição no tórax – aperto no peito
dificuldade de respirar o ar
alivia com o uso de broncodilatadores
Asma Grave Aguda:
não é facilmente revertida, podendo ser fatal
exige tratamento imediato
23. Distúrbios da Função Respiratória
ASMA BRÔNQUICA - Classificação:
Asma leve ou intermitente: Sintomas < 1 vez
por semana
Asma persistente leve: Sintomas > 1 vez por
semana e < 1 vez por dia
Asma persistente moderada: Sintomas diários,
mas não contínuos
Asma persistente grave: Crises asmáticas
diárias e contínuas
24.
25. Como reconhecer?
As manifestações clínicas são decorrentes
do processo inflamatório desencadeados na
crise asmática – é a
resposta do organismo a uma agressão
– Sibilância (chiado no peito)
– Tosse (geralmente seca)
– Dor torácica (aperto no peito)
– Dispnéia (dificuldade respirar)
– Limitação aos esforços
– Despertares noturnos
26. Asma alérgica
- Mesmas alterações (hiperreatividade brônquica e
broncoconstrição);
-Ocorre sensibilização prévia;
-Duas fases:
- Fase imediata: resposta inicial à provocação do
alérgeno, ocorre de modo abrupto, sendo
causada pelo espasmo do músculo liso
brônquico;
- Fase tardia: reação inflamatória progressiva,
influxo de linfócitos Th2
28. Dignóstico Funcional
ESPIROMETRIA
• método funcional para confirmação do
diagnóstico
• permite a medida da capacidade vital forçada
(CVF) e o volume expiratório forçado em um
segundo (FEV1)
• a obstrução das vias aéreas caracteriza-se por
uma redução da relação FEV1/CVF abaixo de 90%
do valor previsto.
• o diagnóstico é confirmado pela presença de
obstrução ao fluxo aéreo que desaparece ou
melhora significativamente após adição de
broncodilatador
30. Fase imediata
A fase imediata da asma é a
redução no diâmetro das vias
respiratórias devido à contração
do músculo liso
(broncoconstrição) congestão
vascular, edema da parede
brônquica e secreções espessas
e viscosas E.R. MacFadden, Jr. (2002)
www.pueri.com.br
www.hsw.uol.com.br
31. Fase tardia
A principal característica da fase tardia da asma é a
INFLAMAÇÃO BRÔNQUICA resultante de um amplo
e complexo espectro de interações entre células
inflamatórias, mediadores e células estruturais da
mucosa respiratória.
IV Diretrizes Brasileiras para Manejo da Asma, 2006
www.nlm.nih.gov
32. Fisiopatologia:
da sensibilidade da traquéia e dos brônquios
estreitamento generalizado das vias aéreas
contração do músculo liso das vias aéreas
espessamento da mucosa – edema
infiltração celular
produção de muco viscoso
35. Distúrbios da Função Respiratória
ASMA ALÉRGICA
processo imune – produção de células
inflamatórias e mediadores e anticorpos (IgE)
células envolvidas
Eosinófilos Mastócitos Linfócitos T e
B
38. Desenvolvimento da Asma
Sensibilização ao alérgeno
Recrutamento e ativação das células Th2
Produção e liberação de citocinas – ativação de
células B
Produção de IgE
produção de IL-5 – ativação de eosinófilos
produção de IL-4 e IL-13 – expressão de
receptores de IgE nos mastócitos
produção de mediadores inflamatórios
• histamina, leucotrienos, prostaglandinas
• interleucinas 4, 5, 9 e 13
39.
40. Desenvolvimento da Asma
Fase Imediata do Ataque de Asma:
resposta inicial ao alérgeno
causada pelo espasmo do ML brônquicos
liberação de espasmógenos pelos mastócitos
• histamina, LTC4, LTD4
• PGD2, IL-4, IL-5, IL-13 e TNF-α
atração de leucócitos (eosinófilos e MN)
ocorre um sistema de “amplificação”
41.
42.
43. Desenvolvimento da Asma
Fase Tardia do Ataque de Asma:
reação inflamatória progressiva –
influxo de Th2 e eosinófilos
migração de células inflamatórias
habituais e Th2;
provocam lesão e perda do epitélio –
base da hiper-reatividade (fibras C e
receptores irritantes mais acessíveis)
44. Desenvolvimento da Asma
Fase Tardia do Ataque de Asma:
Th2
produção de leucotrienos;
Produção de citocinas (IL-3, IL-5, IL-8);
Liberação de fatores de crescimento
Eosinófilos: Produção e liberação de proteínas
tóxicas
• proteína catiônica dos eosinófilos (ECP)
• proteína básica principal (EMBP)
• neurotoxina derivada de eosinófilos
45.
46. Desenvolvimento da Asma
Remodelamento das Vias Aéreas:
desenvolvimento de mudanças estruturais nas
vias aéreas
como conseqüência de inflamação crônica
é acompanhada de inflamação grave das vias
aéreas
pode ser acompanhada de fibrose
é causada por obstrução da passagem de ar –
não reversível
47.
48. Desenvolvimento da Asma
Remodelamento das Vias Aéreas:
Fenômenos:
• deposição de colágeno subepitelial;
• acumulação de Miofibloblastos
• hiperplasia e hipertrofia do ML das vias aéreas
• hiperplasia glandular
• disrupção epitelial
49.
50.
51. Resumo das Fases da asma
Alérgeno ou
estímulo inespecífico
FASE IMEDIATA
+
Mastócitos, cél.
mononucleares
LTC4, LTD4,
Histamina e
PGD2
+
BRONCOESPASMO
Quimiotaxinas
quimiocinas
FASE TARDIA
Infiltração de células Th2,
que liberam citocinas,
monócitos e eosinófilos
LTC4, LTD4,
neuropeptídeos,
NO, adenosina
EMBP, ECP
+
Inflamação
das vias aéreas
+
Hiper-
reatividade
das vias aéreas
+
Lesão epitelial
+
BRONCOESPASMO,
SIBILOS E TOSSE
52. Terapia Medicamentosa
Broncoespasmo pode ser revertido por:
– drogas capazes de reduzir a IgE ligada aos
mastócitos (anticorpo anti-IgE);
– Impedir a degranulação de mastócitos (cromolina
e nedocromil, agentes simpatomiméticos);
– bloquear a ação dos produtos liberados
(antagonistas dos receptores de histamina e
leucotrienos);
– inibir o efeito da Ach na estimulação vagal
(antagonistas muscarínicos)
– relaxar diretamente o músc. Liso das vias aéreas
(agonistas b2-adrenérgicos, xantinas)
58. Agentes Simpaticomiméticos
Adrenalina
broncodilatador de ação rápida;
subcutânea ou inalada;
broncodil. máxima dentro de 15 minutos,
com duração de 60-90 minutos;
taquicardia, arritmia, agravamento da
angina do peito;
raramente prescrita;
59. Agentes Simpaticomiméticos
Efedrina
droga mais antiga no tratamento da asma;
maior duração de ação do que adrenalina;
efeitos centrais mais pronunciados, menor
efeito
raramente utilizada;
60. Agentes Simpaticomiméticos
Isoproterenol
broncodilatador potente;
broncodil. máxima dentro de 5 minutos,
com duração de 60-90 minutos;
taxa de mortalidade elevada no Reino
Unido, na década de 60, foi atribuída ao
isoproterenol (arritmias);
61. Agonistas β2
• Ação curta: Salbutamol e terbutalina
- Via inalatória: início de ação 5-15 min
- Dilatação máxima em 30 min
- Duração de ação: 4-6h
- Terbutalina: apresentação oral e sc
- broncodilatação equivalente a do
isoproterenol
63. Agonistas β2
Ação prolongada: Salmoterol e formoterol
- Duração do efeito de 12h
- São utilizados de modo regular
- Associação com corticosteróides no
controle da asma crônica;
Formoterol
Salmoterol
66. Agonistas β2-adrenérgicos
atualmente, são os mais utilizados;
broncodilatadores de ação longa;
inibem a liberação de mediadores
mastocitários e outros mediadores
inflamatórios
67. Agonistas β2-adrenérgicos
Efeitos indesejáveis dos agonistas β2-
adrenérgicos resultam de sua absorção
sistêmica;
Inalação resulta em maior efeito local com
menor toxicidade sistêmica;
Associação com corticosteróides reduz
tolerância induzida por agonistas β2;
68. Efeitos Colaterais dos Agonistas β2
RESULTANTES DA ABSORÇÃO
SISTÊMICA
•Tremor
• Aumento da glicose plasmática
• Aumento dos ácidos graxos
• Taquicardia
72. Mecanismos de ação:
– Inibidores de fosfodiesterase
Aumentam AMPc intracelular
Estimulação cardíaca
Relaxamento de musculatura lisa
– Inibidores de receptores de adenosina
Broncodilatação
Inibição da liberação de histamina
– Efeito anti-inflamatório
Metilxantinas
73. Efeitos farmacológicos:
– SNC:
Aumento do alerta e diminuição da fadiga
Nervosismo, insônia, tremores
Convulsões
– Cardiovascular:
Cronotropismo e inotropismo positivos
Vasodilatação, exceto cerebral
Aumento da resistência periférica (liberação
de catecolaminas)
Metilxantinas
74. Efeitos farmacológicos:
– TGI:
Aumenta secreção ácida e enzimática
– Renal:
Diuréticos fracos (aumento da filtração
glomerular e da redução da reabsorção
tubular de sódio)
– Musculatura lisa:
Broncodilatação (não há tolerância)
– Musculatura esquelética:
Aumenta força contrátil e reduz fadiga
(diafragma)
Metilxantinas
75. Usos clínicos:
– Broncoespasmo agudo (fármaco de 2ª
linha)
– Asma noturna e induzida por exercício
(liberação prolongada)
– DPOC
Metilxantinas
76. Farmacocinética:
– Apresentação: oral (liberação
prolongada); não pode ser inalada;
aminofilina (e.v.)
– Bem absorvida TGI
– Metabolismo hepático: variação individual
e por faixa etária
– Meia-vida: 8 horas (adulto): variável
Metilxantinas
78. Interações medicamentosas
– Concentração plasmática é diminuída por
indutores enzimáticos:
Rifampicina, fenobarbital, fenitoína e
carbamazepina
– Concentração plasmática aumentada por
inibidores enzimáticos:
Anticoncepcionais orais, eritromicina,
ciprofloxacina, fluconazol e cimetidina
Metilxantinas
79. Fármacos que inibem o efeito da
acetilcolina na estimulação vagal
- Antagonistas muscarínicos
80. Participação parassimpática nas
respostas broncomotoras;
Desenvolvimento de um potente agente
anti-muscarínico pouco absorvido
(aerossol) nas vias aéreas, não estando
associado a efeitos atropínicos sistêmicos;
Brometo de ipratrópio
Antagonistas muscarínicos
81. • Antagonista competitivo não-seletivo Ach;
• Efeito terapêutico na asma: bloqueio do
receptor M3 (broncodilatação e diminuição do
muco)
• Nas doses administradas, inibem apenas a
parte da resposta mediada pelos receptores
muscarínicos;
Antimuscarírinos: mecanismo de ação
82. Usos clínicos:
– Broncoespasmo agudo: efeito em 1h, dura 5h
– DPOC
– Intolerância aos b2-adrenérgicos
Antagonistas muscarínicos
83. Sulfato de atropina:
– forma de aerossol;
– Aumento do calibre das vias aéreas em
condições basais com persistência de 5h;
– Deposição do aerossol na boca:
ressecamento local;
– Efeitos adversos sistêmicos: retenção
urinária, visão turva, agitação;
Antagonistas muscarínicos
84. Brometo de ipratrópio
– Composto de amônio quaternário;
– Pouco absorvido e não penetra no SNC;
– Efeito máximo: 1-2h; Duração do efeito: 3-5h;
– Eficácia menor que os agonistas b-adrenérgicos;
Valor clínico potencial:
– pacientes que não toleram os agonistas b-
adrenérgicos;
– Não tem efeito sobre a fase tardia da asma;
Antagonistas muscarínicos
90. Omalizumab (anticorpo monoclonal murino
humanizado);
Diminui a quantidade de IgE circulante;
Impede a ligação da IgE aos mastócitos;
Eficaz nas duas fases da asma:
– inicial: falta de estimulação dos mastócitos;
– Tardia: infra-regulação dos receptores de IgE
nos mastócitos e redução da estimulação Th2
Anticorpo anti-IgE
91. Administração parenteral:
– SC (a cada 2 a 4 semanas)
Alto custo;
Casos graves:
– Permite reduzir a dose esteróides para o
controle da doença;
Efeitos colaterais:
– Pode induzir respostas alérgicas
Anticorpo anti-IgE
92. Fármacos que bloqueiam a ação
dos produtos liberados
- Inibidores das vias dos
leucotrienos;
93. Evidência da participação dos leucotrienos
– Inflamação
– Anafilaxia
– LTB4 (quimiotaxia neutrófilos)
– LTC4 e LTD4: broncoconstrição, hiperreatividade
brônquica, edema e hipersecreção
Inibidores da via dos leucotrienos
94.
95. •Zileuton (zyflo®) ►inibe a 5-lipoxigenase
(eosinófilos, mastócitos, macrófagos e
basófilos);
•Zafirlucaste (Accolate®) e Montelucaste
(singulair®)► antagonistas do receptor de
LTD4;
• Bem absorvidos via oral.
• Antes da refeição.
Inibidores da via dos leucotrienos
99. Ações farmacológicas:
– Impedem a asma induzida por aspirina, por
exercício e por estimulação antigênica;
– Diminuem ambas respostas iniciais e tardias a
alérgenos inalados;
– Reduzem a eosinofilia do escarro;
– Atividade broncodilatadora menor que a do
salbutamol
Inibidores da via dos leucotrienos
100. Ações farmacológicas:
– Eficácia na prevenção de crises e na frequência
das exacerbações: igual aos corticosteróides
– Menos eficazes sobre os sintomas:
Calibre das vias aéreas;
reatividade bronquica;
inflamação;
Inibidores da via dos leucotrienos
102. Comodidade posológica: via oral
– Zileuton (600mg 4x dia);
– Montelucaste (10 mg 1 x dia)
– Zafirlucaste (20 mg 2x dia)
Efeitos colaterais:
– Hepatotoxidade: zileuton
– Síndrome de Churg-Strauss:
vasculite sistêmica, caracterizada por agravamento
da asma, infiltrados pulmonares e eosinofilia
Inibidores da via dos leucotrienos
103. Fármacos que impedem a
degranulação de mastócitos
- Cromolina (cromoglicato
dissódico): Intal®
- nedocromil: Tilade ®
104. Cromoglicato dissódico e nedocromil sódico; (sais
estáveis, insolúveis e de ↓ biodisponibilidade)
Não exercem nenhum efeito sobre a
musculatura lisa das vias aéreas;
Ineficazes na reversão do broncoespasmo
asmático; ↓ reatividade brônquica (uso crônico)
Inibe a asma induzida por antígenos,por
exercício físico, pela aspirina;
Cromolina e nedocromil
105. Cromolina e nedocromil
Mecanismo de ação:
– Estabilizadores de mastócitos: Inibe a liberação de
histamina dos mastócitos no pulmão;
Obs.: Inibe o aparecimento da resposta tardia, mesmo
quando administrado após a resposta inicial;
– Outros mecanismos (evidências):
Diminui a resposta eferente autonômica quando estimulada
pelos “receptores de irritantes”;
Suprime a resposta das fibras C sensoriais;
Inibe a liberação de citocinas pré-formadas das células T
106. Cromolina e nedocromil
Usos clínicos:
– Administração única: ação preventiva antes do
exercício ou contato inevitável com alérgeno
– Administração regular (2 a 4 inalações, 2 a 4
vezes ao dia): reduzem a intensidade de
sintomas e a necessidade de
broncodilatadores;
– Rinoconjuntivite alérgica (spray nasal e gotas
oculares)
107. Cromolina e nedocromil
Farmacocinética:
– Pouco absorvido TGI;
– Inalação (aerossol): solução nebulizada ou na forma de
pó;
– Cerca de 10% absorvido na circulação;
– Meia-vida: 90 min;
– Excretado na forma inalterada: bile e urina
Efeitos adversos (leves)
– Irritação da garganta, tosse, boca seca, sensação de
constrição no tórax e sibilos.
– Efeitos graves (raros): infiltração pulmonar com
eosinofilia e anafilaxia;
– Ausência de toxicidade: uso em crianças
113. Efeitos sobre os receptores
Altera a transcrição dos genes das citocinas IL-1,
TNF-α, IL3, IL4, IL6, IL8.
Reduz a quantidade de mastócitos no pulmão, através
da redução da expressão de IL-3.
Reduz a quantidade de eosinófilos e linfócitos
Diminui a formação de mediadores inflamatórios por
inibição da fosfolipase A2.
Regulação crescente dos receptores b2
Diminuição da permeabilidade vascular
Diminuição da secreção de muco
114. Corticosteróides – Uso clínico
Eficácia na melhora de todos os índices
– Gravidade sintomas
– Calibre vias aéreas
– Reatividade brônquica
– Número de crises
– Qualidade de vida
Via sistêmica (oral, parenteral): crises
115. Corticosteróides – Uso clínico
Via inalatória: preferida
– Dose matutina, após o pico de ACTH:
menos inibição do eixo HHA
– Dose vespertina: melhor controle noturno
– Corticóides lipofílicos: menos absorção
– Beclometasona: 4 aplicações 2 vezes/dia
(400mcg) equivale a 10-15mg prednisona
– Desmame CS e CI em dose elevada
116. Pacientes com sintomas graves:
– tratamento inicial com CS (30mg/dia
prednisona 3 semanas). Após a melhora,
iniciar CI.
Pacientes com sintomas mais leves:
– mas não controlados com BD: iniciar CI
Pacientes cujos sintomas são
inadequadamente controlados com CI:
– Adicionar agonista b2-adrenérgico de ação
prolongada à terapia
Terapia com corticosteróides –
Uso clínico
117. Corticosteróides
Efeitos colaterais: CI
– Supressão supra-renal (doses altas)
– Candidíase oral: lavagem bucal profilática
– Rouquidão: miopatia aguda cordas vocais
– Adultos: osteoporose e catarata (incomum)
– Crianças: diminuem velocidade crescimento
– Não alteram estatura final do adulto
118. Manejo da asma
Gravidade da asma Características
clínicas
Alívio a curto
prazo
Controle a longo
prazo
Intermitente leve
(etapa 1)
- Sintomas < 2
vezes/semana
Agonista b de
ação curta,
quando
necessário, antes
de exposição
esperada
Nenhuma
medicação
necessária
Persistente leve
(etapa 2)
- Sintomas > 2
vezes/semana
Agonista b de
ação curta,
quando
necessário
- Preferido:
corticóide inalado
em baixas doses;
- Alternativa:
modificador de
leucotrienos,
estabilizadores de
mastócitos ou
teofilina
119. Manejo da asma
Gravidade
da asma
Características
clínicas
Alívio a curto
prazo
Controle a longo prazo
Persistente
moderada
(etapa 3)
- Sintomas
diários
Idem Preferido: esteróide inalado (dose
baixa a interm) + agonista b
inalado de ação longa;
Alternativas:
- Corticóide inalado (dose interm)
apenas;
- Corticóide inalado + teofilina;
- Corticóide inalado + modificador
da via de leucotrienos
Persistente
grave
(etapa 4)
- Sintomas
contínuos
Idem Preferido: esteróide inalado em
altas doses + agonista b inalado
de ação longa;
Alternativa: corticisteróide via oral
se necessário
120. NEP PS PS
EP + espaçador Compressor
Válvula
Máscara ou
bocal
Nebulizador
Máscara ou
bocal
Dispositivos Inalatórios
121. Caso clínico 1
A.H.G. estudante, raramente participa das atividades físicas da escola pois
apresenta dificuldade de respirar. Acorda várias vezes durante a noite com
tosse e sensação de constrição no tórax, piados e muita secreção, e, mais de
três vezes por semana apresenta os mesmos sintomas. Geralmente faz uso
de Berotec® nebulizado para alívio das crises mas sente que não consegue
mais respirar confortavelmente após a administração do fármaco, além de
apresentar muitos tremores. Foi ao médico que diagnosticou asma moderada
e iniciou terapia com uma associação de fármacos, devido a intensidade das
crises. Sendo assim, responda:
a) A que classe de fármacos pertence o Berotec®? Qual o seu mecanismo de
ação?
b) Por que A.H.G. passou a não respirar melhor após a administração desse
fármaco? Explique o mecanismo.
c) Por que A.H.G apresentou tremores? Explique o mecanismo.
d) Após o diagnóstico de asma moderada o médico receitou uma associação
de fármacos? Que provável associação seria esta?