O documento discute os limites do campo do design segundo a teoria de Pierre Bourdieu, que propõe a existência de um grupo erudito que estabelece as regras e legitima os produtos de design. O campo do design é complexo e multidisciplinar, tornando difícil delimitar seus limites. A compreensão desse modelo pode ajudar a entender a atividade do design e suas relações de poder.
Contribuição da Ergonomia no desenvolvimento de produto aplicado ao processo ...
Limites do campodo design
1.
2. Introdução
O Artigo trata da questão de como é composto o campo
do design. A partir da teoria social de Pierre Bourdieu,
sobre a produção de bens simbólicos, trazendo um
novo olhar sobre os limites, a atuação dos designers e
a consagração dos produtos de design.
4. Em busca de um limite territorial
Designers criam com metodologia projetual própria e,
acredita-se que quanto maior o domínio dessa
metodologia, mais científico e fundamentado é um
projeto.
5. Para ser aceito no âmbito do design um profissional
deve:
ter graduação em design;
ter clientes de “peso” em seu portfólio;
ter produtos que configurem “bom design”
(premiados, melhor ainda);
utilizar em sua prática profissional métodos
projetuais em design.
6. O que falar sobre pessoas de outras áreas
que fazem design? Sem as qualificações
acima, são ou não designers?
7.
8. Para entender essa problemática, deve-se remeter
à origem do design como profissão autônoma...
No cio do c. XX. Surgido da o da arte,
tecnologia, e atendimento s necessidades sociais...
9. E em sua o interfaceando com cada vez mais
reas de conhecimento,
O design encontra-se ainda em processo de conquista
de seus territórios
Grande parte da sociedade enxerga o design como
arte, ou como técnica, e não puramente design
11. O design, sendo inter e multidisciplinar, pode fazer com
que não haja clareza sobre os limites de seu campo.
Cipiniuk (2007) afirma que, é preciso desassociar todas
as outras áreas do conhecimento vinculadas ao design
que geram uma crise de identidade, e passar a
considera apenas design, sem limites, concentrando-se
em apenas uma ou outra área do saber perde-se a
riqueza e a essência do design
12.
13. O campo do design pela teoria de
Pierre Bourdieu
Bourdieu (2006) discorre sobre a amplitude da estrutura
social, que partes constituem uma sociedade, e se
estas partes mantêm entre si outras es m da
o. No campo do design, de acordo com esse
modelo, encontramos diversos veis de produtores
que se estabelecem de acordo com a o
lica que os envolve.
14. No mercado de bens licos encontramos duas
forças que se encontram:
Os produtores eruditos, classe que dita marcas de
o que o percebidas e aceitas pela pria
classe, m de produzir suas obras para seus
pares, que m determinam o seu reconhecimento;
Ea stria cultural que produz e atende ao grande
blico.
15. Quais seriam as regras do campo do design que
implicam em o do grupo erudito e outras
classes?
No caso do design, podemos considerar um grupo
erudito composto por ricos da rea, dentre os quais,
professores e pesquisadores; uma elite de designers,
que o legitimados por seus pares; es fortes
como a ADG e a ADP; m de poucos dicos que
m a credibilidade deste grupo
16. Esta classe dita os valores licos que o adotados
pela mesma e que passam a orientar todo o campo do
design em seus diversos veis.
Segundo Bourdieu (2006), as obras do campo erudito o
obras que exigem do receptor uma o tica,
enfoques ficos, e detêm uma estrutura complexa, que
m exige o conhecimento rico da estrutura anterior
e, por isso, tornam-se veis aos detentores do digo
refinado.
17. Relação entre as categorias
Depedem da posição que ocupam
Esta o, seja por sua vontade ou de forma
inconsciente, comanda sua ideologia e sua tica e se
manifesta em esforços para transgredi-la e subir na
escala rquica.
18. Em um campo de o cultural existe um blico
que consome as obras, os produtores de bens
culturais, diferentes instâncias de o que
competem pela legitimidade ( es, academias,
dia), e a categoria profissional
19. Analisando a escala rquica, podemos sugerir que
m haja veis de projetos em design. Como já
salientado, existe no topo desta escala os designers
“eruditos”, com produtos premiados e reconhecidos.
De acordo com a o de Bourdieu, Almeida
(2006, p.106) sugere, em sua pesquisa de mestrado,
um campo de design logo ao campo da arte e
identifica como o processo de o de projetos
ocorre:
20. Cria-se um “acordo”
Marginaliza ou censura os desviantes
luta de forças na sociedade
Em o a suas ticas
-las “ o parte de uma o
lica do campo do design para justificar o controle
sobre a o destes elementos licos”.
21. O autor constata que os conceitos propostos pelos
designers para seus projetos, no caso pesquisado – de
marcas e imagens – o o corroborados pelos
aspectos de funcionamento de uma imagem, uma vez
que a o desta imagem, sendo da pelos
pios da gestalt, seria suficiente para isso.
Entretanto, m das es funcionais, o as
es sociais, tanto de o e entendimento do
projeto de design por um determinado grupo
consumidor, quanto pela oe o por
seus pares.
22. Um novo olhar sobre o campo
do design
Passamos a identificar sticas da nossa
essência design e seus pontos mais
importantes, entender como se processa a
o de seu campo.
Desta forma, o podemos mais alegar que o design
o conhecido e nem compreendido pela sociedade
porque o
feito e legitimado para e pelos designers.
A massa da o consome as es
ditado pelos “eruditos” do design.
23. Um novo olhar sobre o campo
do design
A Partir da teoria de Bourdieu, metodologia projetual unida
ao talento, não bastaria para o sucesso de um projeto.
Deve-se somar a estes fatores questões como; se o projeto
se enquadra nas regras estabelecidas pelo vel erudito do
design a o do designer na escala rquica.
Acreditamos que o esclarecimento dado pelo modelo de
lise do campo de o lica de Bourdieu nos
auxilia a compreender nossa pria atividade e seus limites,
a romper com velhas crenças e a fortalecer a identidade,
criando a unidade entre tica e essência. A leitura deste
autor deveria fazer parte da o de todo designer.