SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
ESTUDOS SOBRE COMUNICAÇÃO
  DIGITAL EM “REDES SOCIAIS”
    SÍNTESE DE OBSERVAÇÕES EM
      ETNOGRAFIA E ANÁLISE DE
          CONVERSAÇÕES
Textos analisados
Em defesa de etnografia:                   A conversação informal na
sociabilidade e inclusão digital           internet: condições
em lan houses e telecentros –              interacionais e contribuições
Capítulo 13 (Compós)                       para uma análise qualitativa –
                                           Capítulo 14 (Compós)


•   Por Olívia Bandeira de Melo Carvalho   •   Por Ângela Cristina Salgueiro
    e Simone Pereira de Sá                     Marques
•   Observação participante densa e        •   Análise empírica de conversas
    longa em uma lan house e um                informais em fórum de discussão na
    telecentro em Niterói (RJ) –               França, sobre tema específico
    “comunidade” do Morro do Estado            (programa de benefício social –
                                               renda)
Características dos textos
13: “Etnografia...”                       14: “Conversação...”

•   Descritivo e reflexão mais densa      •   Exposição das categorias analíticas
    sobre metodologia                         interpretativas
•   Da experiência empírica à conclusão   •   De uma parte base teórica para a
    teórica                                   aplicação empírica
•   Apresentação da primeira fase da      •   Pesquisa mais centrada, apresentada
    pesquisa (para produção de artigo)        já “fechada”
•   Olhar para o grupo social (embora     •   Olhar para as “relações discursivas
    fluido)                                   entre os participantes”
• Tema geral da pesquisa: inclusão
                                         digital;
13. “Etnografia...”
Pesquisa de mestrado – UFF             • Tema específico: apropriação
                                         tecnológica e por jovens de baixa renda em
-   Mestrando e orientadora assinam      um telecentro e uma lan house em Niterói
    o artigo
-   Relato sintético de uma pesquisa
    de campo                           • Problemas construídos: quais são os
                                         usos das TICs nesses espaços? Como
                                         contribuem para a sociabilidade, a
                                         cidadania e a atuação na esfera pública?
                                         Quem freqüenta os espaços?

                                       • Objetivos do trabalho: problematizar e
                                         desnaturalizar relação entre inclusão digital
                                         e inclusão social; a partir da fala dos
                                         informantes, ampliar discussão sobre
                                         políticas públicas na área.
• Tema geral de pesquisa: discussões on-
                                            line e suas “aproximações” políticas
14. “Conversação...”
-   Análise das “falas” e suas inter-    • Tema específico: conversas informais em
    relações                                fórum de discussão sobre RMI (o Bolsa
-   Pesquisa qualitativa: análise de        Família francês), situado no portal
    conteúdo de mensagens e “fios de        Doctissimo.fr. (saúde e bem-estar)
    discussão on-line”; “grupo focal “
    aleatório, não estruturado e sem
    intervenções (WITSCHE, 2008)
                                         • Problema construído: como a
                                            conversação informal pode estimular o
                                            debate político, a partir da empatia,
                                            afetividade e narrativas de experiências
                                            vividas; como indivíduos marginalizados
                                            podem fazer uso da conversa informal para
                                            participar e expressar-se


                                         • Atenção para: “fala político-afetiva
                                            intersectada”
Preocupações metodológicas -
                            “Etnografia...”
• Etnografia: necessária observação no cotidiano (intensa e longa;
   reconstrução das narrativas; densa descrição interpretativa”” – entre fim do
   1.º semestre de 2008 e meados do 1.ºsem de 2009 (uma visita por semana);
   retorno, na segunda fase, em jan e fev de 2010. É uma metodologia focal.

• Procedimentos básicos:
        1) estranhamento entre pesquisador e objeto (ruptura epistemológica)
        2) reconhecimento da subjetividade;
        3) dados são construídos a partir da interpretação do pesquisado

• Processo interpretativo: “qualquer generalidade que se consegue
   alcançar surge da delicadeza de suas distinções e não da amplidão de suas
   abstrações” (Geertz).

• Movimento fundamental em comunicação: passar da discussão
   macrossocial DAS redes para as análises concretas NAS redes.
Preocupações metodológicas -
                            “Etnografia...”

• Cuidados: representação do outro; “retrato integrado” entre ambigüidades
   (prática ensaística)


• Análise de redes formadas em torno do uso das TICs:

1) observação dos entornos e “alinhavo” dos contrastes formais (legais e
institucionais), da adaptação dos espaços e das práticas cotidianas;
2) pesquisa como “conversa” – faltou explicitar as condições e os eixos pré-
determinados de observação;
3) descrição de falas e contextos de uso do telecentro e da lan house;
4) indícios concretos encontrados nas falas para identificar que os espaços
estabelecem relações de sociabilidade e vínculos locais
À guisa de conclusões
                             “Etnografia...”
       Do concreto ao abstrato: a partir de dados empíricos,
relação com explicações teóricas (exemplificação)

   1) Canclini - global x local – relações com o território;


   2) Magnani - “pedaços” intemediários entre o privado e o público;

   3) Sá e Andrade - entretenimento x autonomia e sociabilidade;

   4) Goffman, Geertz, Woodward, Castells, Simmel, Schutz, Velho -
   estigmas; senso comum; identidade; subjetividade e contexto; projeções
   e possibilidades; usos, gratificações e significados.
Premissas teórico-metodológicas -
                          “Conversação...”
• Considerar as diferenças entre internet e espaços públicos ideais
  (habermasianos) – alterando o ponto de partida da pesquisa
• Atenção à materialidade técnica – e suas restrições; a relação entre on-line e
  off-line; a criatividade na apropriação das TICs; contexto social e histórico
  (Stromer-Galley; Janssen e Kies)
• “Gateway” para questões políticas: debates sobre temas do cotidiano e da
  vida pessoal (Graham)
• Conversa informal propicia laços de empatia e proximidade, reformulando
  códigos de pertencimento. Divisão em dois momentos: 1) “troca inicial
  desinteressada” (estar junto); 2) entendimento das demandas e
  questionamento de hierarquias, preconceitos (Kim e Kim; Marques e Maia).
• Capacidades de argumentação, reflexão e domínio cognitivo podem ser
  estimuladas a partir das conversações informais on-line
• Acompanhamento de conversa on-line: observação de marcas na construção
  de mensagens que indicam como os laços sociais são estabelecidos
Definições para pesquisa empírica
                         “Conversação...”
• Corpus: 231 mensagens na rubrica “Atualidades” sobre “Rmistas e ANPE”;
• Mensagens sem moderação prévia em 9/11/2007 – condensação em um dia
  permite observar a densidade e a alternância argumentativa;
• Histórico de mensagens: repertório como referência para construir posição;
• Tópicos ou mensagens específicas formam fios de discussão: permitem um
  contexto / horizonte para observação mais detalhada
• Seqüências de mensagens escolhidas que evidenciaram como vínculos
  afetivos de sociabilidade – identificação e empatia – se entrecruzaram com
  vínculos politizados.
• Seqüências divididas em 3 categorias analíticas:
        1) modelagem mútua de um quadro de sentidos compartilhados;
        2) interesses e expectativas que motivam o estar junto;
        3) modos de estabelecer contato com o outro (narrativas, empatia e
        marcação das diferenças)
À guisa de conclusões
                        “Conversação...”
• Modelagem mútua de um quadro de sentidos compartilhados: momento
  da busca de entendimento e reconhecimento

       - Ênfase no fórum é no presente vivido
       - Seleção de temas e identificação entre os pares é por afinidade
       - Participantes tentam modelar contexto de fundo para a discussão
       - Construção cooperativa e definição de conhecimento comum
       (Habermas).
       - Diversas tentativas de compreender o desemprego sob diferentes
       ângulos: atores se identificam, recorrer a formas próprias de
       expressão, tem preconceitos expostos e avaliados, e os pontos de vista
       podem ser reformulados
À guisa de conclusões
                          “Conversação...”
• Interesses e expectativas para o “estar junto”: momento da discordância
        - Participantes se dividem entre posições e explicitam suas premissas;
        - Explicitação de opiniões divergentes: validação de suas razões e
        busca de reconhecimento para suas experiências e expectativas
        (evidências que sustentam as opiniões”.

• Modos de estabelecer contato com o outro: momento da “prova”
      - Regras praticadas em comum protegem aqueles em condições
      subalternas (cordialidade para proteção das identidades);
      - Narrativas: formadas a partir de estigmas; demonstram dano à auto-
      estima dos desfavorecidos; favorecem compreensão reconhecimento
      dos pontos em comum e das divergências (“prova” para a opinião);
      - Experiências particulares conectam-se ao contexto social amplo e
      favorecem compreensão de um problema que extrapola a dimensão
      individual.
Propostas metodológias
                         “Conversação...”
• Metodologia qualitativa que avalie conjuntamente:
      1) argumentos crítico-racionais
      2) trocas que mobilizam afetos, expressões emocionais
      3) razões que busquem mobilizar experiências coletivas
      4) contexto social amplo
      5) contexto técnico: constrangimentos e usos / apropriações criativas

• Riqueza dos modos de comunicação em espaços on-line é melhor
  compreendida ao articular:
       1) negociação de pano de fundo compartilhado – diante do qual se
       definem posicionamentos
       2) estrutura argumentativa (tópicos ou fios, por exemplo)
       3) interseções entre diferentes formas de comunicação e expressão

Mais conteúdo relacionado

Destaque (6)

A Internet em Portugal
A Internet em PortugalA Internet em Portugal
A Internet em Portugal
 
Comunicação pública.zezé
Comunicação pública.zezéComunicação pública.zezé
Comunicação pública.zezé
 
Cap. 12 análise das imagens do candidato político
Cap. 12   análise das imagens do candidato políticoCap. 12   análise das imagens do candidato político
Cap. 12 análise das imagens do candidato político
 
Experimentos em comunicação política - seminario
Experimentos em comunicação política - seminarioExperimentos em comunicação política - seminario
Experimentos em comunicação política - seminario
 
Análise de Redes Sociais
Análise de Redes SociaisAnálise de Redes Sociais
Análise de Redes Sociais
 
Pragmatismo no campo da comunicação (1)
Pragmatismo no campo da comunicação (1)Pragmatismo no campo da comunicação (1)
Pragmatismo no campo da comunicação (1)
 

Semelhante a Apresentação seminário - pesquisas em digital - 06.02

Elearning importancia da_comunicacao_e_colaboracao
Elearning importancia da_comunicacao_e_colaboracaoElearning importancia da_comunicacao_e_colaboracao
Elearning importancia da_comunicacao_e_colaboracaoNeuza Pedro
 
Ambientes de Interação na Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...
Ambientes de Interação na  Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...Ambientes de Interação na  Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...
Ambientes de Interação na Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...Samuel Barros
 
Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01
Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01
Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01Lais Lopes da silva pereira
 
Apresentação na Abciber 2009
Apresentação na Abciber 2009Apresentação na Abciber 2009
Apresentação na Abciber 2009Adriana Amaral
 
Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung
Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung
Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung artefashion
 
Social Media Influence in Portugal
Social Media Influence in PortugalSocial Media Influence in Portugal
Social Media Influence in PortugalNuno Ferreira
 
Plano de ensino Informática Educativa Fabrício Araújo
Plano de ensino Informática Educativa Fabrício AraújoPlano de ensino Informática Educativa Fabrício Araújo
Plano de ensino Informática Educativa Fabrício AraújoFabrício Araújo
 
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docxplanejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docxANTONIOMARCOSVILACAP
 
Extensão para aplicar modelo à rede do df
Extensão para aplicar modelo à rede do dfExtensão para aplicar modelo à rede do df
Extensão para aplicar modelo à rede do dfMárcia Marques
 
Aula 6 14_04_11_cva
Aula 6 14_04_11_cvaAula 6 14_04_11_cva
Aula 6 14_04_11_cvaDanilo
 
Seminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedadeSeminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedadeJorge Prado
 
Computer mediated collaborative learning-Warschauer97
Computer mediated collaborative learning-Warschauer97Computer mediated collaborative learning-Warschauer97
Computer mediated collaborative learning-Warschauer97Aparecida Moreira
 
Em busca de uma ciberantropologia
Em busca de uma ciberantropologiaEm busca de uma ciberantropologia
Em busca de uma ciberantropologiasilvadelina
 
Planejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereira
Planejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereiraPlanejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereira
Planejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereiraDany Pereira
 
Encontro 4 23 de abril
Encontro 4  23 de abrilEncontro 4  23 de abril
Encontro 4 23 de abrilJoelma Santos
 
A ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIAL
A ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIALA ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIAL
A ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIALRoger Guedes
 
Resumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapa
Resumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapaResumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapa
Resumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapaSoraya Tolentino
 

Semelhante a Apresentação seminário - pesquisas em digital - 06.02 (20)

Elearning importancia da_comunicacao_e_colaboracao
Elearning importancia da_comunicacao_e_colaboracaoElearning importancia da_comunicacao_e_colaboracao
Elearning importancia da_comunicacao_e_colaboracao
 
Minicurso 2 Aula
Minicurso 2 AulaMinicurso 2 Aula
Minicurso 2 Aula
 
Ambientes de Interação na Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...
Ambientes de Interação na  Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...Ambientes de Interação na  Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...
Ambientes de Interação na Internet como Esferas Públicas: um Estudo dos Come...
 
Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01
Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01
Resumorevisadodoscadernossegundaetapaa2 141205052525-conversion-gate01
 
Apresentação na Abciber 2009
Apresentação na Abciber 2009Apresentação na Abciber 2009
Apresentação na Abciber 2009
 
Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung
Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung
Art&Fashion #2 | Netnografia - Paula Jung
 
Social Media Influence in Portugal
Social Media Influence in PortugalSocial Media Influence in Portugal
Social Media Influence in Portugal
 
Plano de ensino Informática Educativa Fabrício Araújo
Plano de ensino Informática Educativa Fabrício AraújoPlano de ensino Informática Educativa Fabrício Araújo
Plano de ensino Informática Educativa Fabrício Araújo
 
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docxplanejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
planejamento 3º bimestre influenciadores digitais e cidadania local.docx
 
Extensão para aplicar modelo à rede do df
Extensão para aplicar modelo à rede do dfExtensão para aplicar modelo à rede do df
Extensão para aplicar modelo à rede do df
 
Aula 6 14_04_11_cva
Aula 6 14_04_11_cvaAula 6 14_04_11_cva
Aula 6 14_04_11_cva
 
Seminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedadeSeminário A ética na sociedade
Seminário A ética na sociedade
 
Computer mediated collaborative learning-Warschauer97
Computer mediated collaborative learning-Warschauer97Computer mediated collaborative learning-Warschauer97
Computer mediated collaborative learning-Warschauer97
 
Em busca de uma ciberantropologia
Em busca de uma ciberantropologiaEm busca de uma ciberantropologia
Em busca de uma ciberantropologia
 
Planejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereira
Planejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereiraPlanejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereira
Planejamento de ensino e aprendizagem 1 ano daniela pereira
 
Encontro 4 23 de abril
Encontro 4  23 de abrilEncontro 4  23 de abril
Encontro 4 23 de abril
 
A ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIAL
A ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIALA ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIAL
A ABORDAGEM DIALÓGICA NA INDEXAÇÃO SOCIAL
 
Intro redes sociais
Intro redes sociaisIntro redes sociais
Intro redes sociais
 
Intro redes sociais
Intro redes sociaisIntro redes sociais
Intro redes sociais
 
Resumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapa
Resumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapaResumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapa
Resumo revisado dos cadernos do PACTO DO ENSINO MEDIO segunda etapa
 

Mais de COMPOL - Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Política

Mais de COMPOL - Grupo de Pesquisa Comunicação Pública e Política (20)

Gil, patricia g. a voz da escola capitulo tese
Gil, patricia g. a voz da escola capitulo teseGil, patricia g. a voz da escola capitulo tese
Gil, patricia g. a voz da escola capitulo tese
 
Habermas, j. remarks on the conception of communicative action
Habermas, j. remarks on the conception of communicative actionHabermas, j. remarks on the conception of communicative action
Habermas, j. remarks on the conception of communicative action
 
Heloiza Matos em defesa da tv publica final
Heloiza Matos em defesa da tv publica finalHeloiza Matos em defesa da tv publica final
Heloiza Matos em defesa da tv publica final
 
BUCY_HOLBERT_Conclusao
BUCY_HOLBERT_ConclusaoBUCY_HOLBERT_Conclusao
BUCY_HOLBERT_Conclusao
 
BUCY_HOLBERT_Introducao
BUCY_HOLBERT_Introducao  BUCY_HOLBERT_Introducao
BUCY_HOLBERT_Introducao
 
Apresentação Teoria Sociocultural
Apresentação Teoria SocioculturalApresentação Teoria Sociocultural
Apresentação Teoria Sociocultural
 
Interacionismo Simbólico
Interacionismo SimbólicoInteracionismo Simbólico
Interacionismo Simbólico
 
Apresentação COMPOL - Seminário dos Grupos de Pesquisa da ECA-USP
Apresentação COMPOL - Seminário dos Grupos de Pesquisa da ECA-USPApresentação COMPOL - Seminário dos Grupos de Pesquisa da ECA-USP
Apresentação COMPOL - Seminário dos Grupos de Pesquisa da ECA-USP
 
Introdução matriz craig encontro 25022015
Introdução matriz craig encontro 25022015Introdução matriz craig encontro 25022015
Introdução matriz craig encontro 25022015
 
Cap. 15 O Uso de Grupos Focais em Pesquisa de Comunicação Política
Cap. 15   O Uso de Grupos Focais em  Pesquisa de Comunicação PolíticaCap. 15   O Uso de Grupos Focais em  Pesquisa de Comunicação Política
Cap. 15 O Uso de Grupos Focais em Pesquisa de Comunicação Política
 
Cap. 10 expressar versus revelar preferências na pesquisa experimental
Cap. 10   expressar versus revelar preferências na pesquisa experimentalCap. 10   expressar versus revelar preferências na pesquisa experimental
Cap. 10 expressar versus revelar preferências na pesquisa experimental
 
Cap. 26 além do auto-report survey de opinião pública baseada na web
Cap. 26   além do auto-report survey de opinião pública baseada na webCap. 26   além do auto-report survey de opinião pública baseada na web
Cap. 26 além do auto-report survey de opinião pública baseada na web
 
Cap. 5 análise secundária em comunciação política vista como um ato criativo
Cap. 5   análise secundária em comunciação política vista como um ato criativoCap. 5   análise secundária em comunciação política vista como um ato criativo
Cap. 5 análise secundária em comunciação política vista como um ato criativo
 
Cap8 Metodos Experimentales Comunicacion Politica
Cap8 Metodos Experimentales Comunicacion PoliticaCap8 Metodos Experimentales Comunicacion Politica
Cap8 Metodos Experimentales Comunicacion Politica
 
Capital social 01102014
Capital social 01102014Capital social 01102014
Capital social 01102014
 
Cap. 4 survey em comunicação política desafios tendências e oportunidades
Cap. 4   survey em comunicação política desafios tendências e oportunidadesCap. 4   survey em comunicação política desafios tendências e oportunidades
Cap. 4 survey em comunicação política desafios tendências e oportunidades
 
Análise de conteúdo categorial e da enunciação
Análise de conteúdo categorial e da enunciaçãoAnálise de conteúdo categorial e da enunciação
Análise de conteúdo categorial e da enunciação
 
The Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livre
The Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livreThe Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livre
The Foundations of Deliberative Democracy - Traducao livre
 
Cap. 28 olhando para frente e para trás observações sobre o papel dos métod...
Cap. 28   olhando para frente e para trás observações sobre o papel dos métod...Cap. 28   olhando para frente e para trás observações sobre o papel dos métod...
Cap. 28 olhando para frente e para trás observações sobre o papel dos métod...
 
Cap. 18 redes porosas e contextos sobrepostos desafios metodológicos no est...
Cap. 18   redes porosas e contextos sobrepostos desafios metodológicos no est...Cap. 18   redes porosas e contextos sobrepostos desafios metodológicos no est...
Cap. 18 redes porosas e contextos sobrepostos desafios metodológicos no est...
 

Apresentação seminário - pesquisas em digital - 06.02

  • 1. ESTUDOS SOBRE COMUNICAÇÃO DIGITAL EM “REDES SOCIAIS” SÍNTESE DE OBSERVAÇÕES EM ETNOGRAFIA E ANÁLISE DE CONVERSAÇÕES
  • 2. Textos analisados Em defesa de etnografia: A conversação informal na sociabilidade e inclusão digital internet: condições em lan houses e telecentros – interacionais e contribuições Capítulo 13 (Compós) para uma análise qualitativa – Capítulo 14 (Compós) • Por Olívia Bandeira de Melo Carvalho • Por Ângela Cristina Salgueiro e Simone Pereira de Sá Marques • Observação participante densa e • Análise empírica de conversas longa em uma lan house e um informais em fórum de discussão na telecentro em Niterói (RJ) – França, sobre tema específico “comunidade” do Morro do Estado (programa de benefício social – renda)
  • 3. Características dos textos 13: “Etnografia...” 14: “Conversação...” • Descritivo e reflexão mais densa • Exposição das categorias analíticas sobre metodologia interpretativas • Da experiência empírica à conclusão • De uma parte base teórica para a teórica aplicação empírica • Apresentação da primeira fase da • Pesquisa mais centrada, apresentada pesquisa (para produção de artigo) já “fechada” • Olhar para o grupo social (embora • Olhar para as “relações discursivas fluido) entre os participantes”
  • 4. • Tema geral da pesquisa: inclusão digital; 13. “Etnografia...” Pesquisa de mestrado – UFF • Tema específico: apropriação tecnológica e por jovens de baixa renda em - Mestrando e orientadora assinam um telecentro e uma lan house em Niterói o artigo - Relato sintético de uma pesquisa de campo • Problemas construídos: quais são os usos das TICs nesses espaços? Como contribuem para a sociabilidade, a cidadania e a atuação na esfera pública? Quem freqüenta os espaços? • Objetivos do trabalho: problematizar e desnaturalizar relação entre inclusão digital e inclusão social; a partir da fala dos informantes, ampliar discussão sobre políticas públicas na área.
  • 5. • Tema geral de pesquisa: discussões on- line e suas “aproximações” políticas 14. “Conversação...” - Análise das “falas” e suas inter- • Tema específico: conversas informais em relações fórum de discussão sobre RMI (o Bolsa - Pesquisa qualitativa: análise de Família francês), situado no portal conteúdo de mensagens e “fios de Doctissimo.fr. (saúde e bem-estar) discussão on-line”; “grupo focal “ aleatório, não estruturado e sem intervenções (WITSCHE, 2008) • Problema construído: como a conversação informal pode estimular o debate político, a partir da empatia, afetividade e narrativas de experiências vividas; como indivíduos marginalizados podem fazer uso da conversa informal para participar e expressar-se • Atenção para: “fala político-afetiva intersectada”
  • 6. Preocupações metodológicas - “Etnografia...” • Etnografia: necessária observação no cotidiano (intensa e longa; reconstrução das narrativas; densa descrição interpretativa”” – entre fim do 1.º semestre de 2008 e meados do 1.ºsem de 2009 (uma visita por semana); retorno, na segunda fase, em jan e fev de 2010. É uma metodologia focal. • Procedimentos básicos: 1) estranhamento entre pesquisador e objeto (ruptura epistemológica) 2) reconhecimento da subjetividade; 3) dados são construídos a partir da interpretação do pesquisado • Processo interpretativo: “qualquer generalidade que se consegue alcançar surge da delicadeza de suas distinções e não da amplidão de suas abstrações” (Geertz). • Movimento fundamental em comunicação: passar da discussão macrossocial DAS redes para as análises concretas NAS redes.
  • 7. Preocupações metodológicas - “Etnografia...” • Cuidados: representação do outro; “retrato integrado” entre ambigüidades (prática ensaística) • Análise de redes formadas em torno do uso das TICs: 1) observação dos entornos e “alinhavo” dos contrastes formais (legais e institucionais), da adaptação dos espaços e das práticas cotidianas; 2) pesquisa como “conversa” – faltou explicitar as condições e os eixos pré- determinados de observação; 3) descrição de falas e contextos de uso do telecentro e da lan house; 4) indícios concretos encontrados nas falas para identificar que os espaços estabelecem relações de sociabilidade e vínculos locais
  • 8. À guisa de conclusões “Etnografia...” Do concreto ao abstrato: a partir de dados empíricos, relação com explicações teóricas (exemplificação) 1) Canclini - global x local – relações com o território; 2) Magnani - “pedaços” intemediários entre o privado e o público; 3) Sá e Andrade - entretenimento x autonomia e sociabilidade; 4) Goffman, Geertz, Woodward, Castells, Simmel, Schutz, Velho - estigmas; senso comum; identidade; subjetividade e contexto; projeções e possibilidades; usos, gratificações e significados.
  • 9. Premissas teórico-metodológicas - “Conversação...” • Considerar as diferenças entre internet e espaços públicos ideais (habermasianos) – alterando o ponto de partida da pesquisa • Atenção à materialidade técnica – e suas restrições; a relação entre on-line e off-line; a criatividade na apropriação das TICs; contexto social e histórico (Stromer-Galley; Janssen e Kies) • “Gateway” para questões políticas: debates sobre temas do cotidiano e da vida pessoal (Graham) • Conversa informal propicia laços de empatia e proximidade, reformulando códigos de pertencimento. Divisão em dois momentos: 1) “troca inicial desinteressada” (estar junto); 2) entendimento das demandas e questionamento de hierarquias, preconceitos (Kim e Kim; Marques e Maia). • Capacidades de argumentação, reflexão e domínio cognitivo podem ser estimuladas a partir das conversações informais on-line • Acompanhamento de conversa on-line: observação de marcas na construção de mensagens que indicam como os laços sociais são estabelecidos
  • 10. Definições para pesquisa empírica “Conversação...” • Corpus: 231 mensagens na rubrica “Atualidades” sobre “Rmistas e ANPE”; • Mensagens sem moderação prévia em 9/11/2007 – condensação em um dia permite observar a densidade e a alternância argumentativa; • Histórico de mensagens: repertório como referência para construir posição; • Tópicos ou mensagens específicas formam fios de discussão: permitem um contexto / horizonte para observação mais detalhada • Seqüências de mensagens escolhidas que evidenciaram como vínculos afetivos de sociabilidade – identificação e empatia – se entrecruzaram com vínculos politizados. • Seqüências divididas em 3 categorias analíticas: 1) modelagem mútua de um quadro de sentidos compartilhados; 2) interesses e expectativas que motivam o estar junto; 3) modos de estabelecer contato com o outro (narrativas, empatia e marcação das diferenças)
  • 11. À guisa de conclusões “Conversação...” • Modelagem mútua de um quadro de sentidos compartilhados: momento da busca de entendimento e reconhecimento - Ênfase no fórum é no presente vivido - Seleção de temas e identificação entre os pares é por afinidade - Participantes tentam modelar contexto de fundo para a discussão - Construção cooperativa e definição de conhecimento comum (Habermas). - Diversas tentativas de compreender o desemprego sob diferentes ângulos: atores se identificam, recorrer a formas próprias de expressão, tem preconceitos expostos e avaliados, e os pontos de vista podem ser reformulados
  • 12. À guisa de conclusões “Conversação...” • Interesses e expectativas para o “estar junto”: momento da discordância - Participantes se dividem entre posições e explicitam suas premissas; - Explicitação de opiniões divergentes: validação de suas razões e busca de reconhecimento para suas experiências e expectativas (evidências que sustentam as opiniões”. • Modos de estabelecer contato com o outro: momento da “prova” - Regras praticadas em comum protegem aqueles em condições subalternas (cordialidade para proteção das identidades); - Narrativas: formadas a partir de estigmas; demonstram dano à auto- estima dos desfavorecidos; favorecem compreensão reconhecimento dos pontos em comum e das divergências (“prova” para a opinião); - Experiências particulares conectam-se ao contexto social amplo e favorecem compreensão de um problema que extrapola a dimensão individual.
  • 13. Propostas metodológias “Conversação...” • Metodologia qualitativa que avalie conjuntamente: 1) argumentos crítico-racionais 2) trocas que mobilizam afetos, expressões emocionais 3) razões que busquem mobilizar experiências coletivas 4) contexto social amplo 5) contexto técnico: constrangimentos e usos / apropriações criativas • Riqueza dos modos de comunicação em espaços on-line é melhor compreendida ao articular: 1) negociação de pano de fundo compartilhado – diante do qual se definem posicionamentos 2) estrutura argumentativa (tópicos ou fios, por exemplo) 3) interseções entre diferentes formas de comunicação e expressão