Cap. 18 redes porosas e contextos sobrepostos desafios metodológicos no est...
Apresentação seminário - pesquisas em digital - 06.02
1. ESTUDOS SOBRE COMUNICAÇÃO
DIGITAL EM “REDES SOCIAIS”
SÍNTESE DE OBSERVAÇÕES EM
ETNOGRAFIA E ANÁLISE DE
CONVERSAÇÕES
2. Textos analisados
Em defesa de etnografia: A conversação informal na
sociabilidade e inclusão digital internet: condições
em lan houses e telecentros – interacionais e contribuições
Capítulo 13 (Compós) para uma análise qualitativa –
Capítulo 14 (Compós)
• Por Olívia Bandeira de Melo Carvalho • Por Ângela Cristina Salgueiro
e Simone Pereira de Sá Marques
• Observação participante densa e • Análise empírica de conversas
longa em uma lan house e um informais em fórum de discussão na
telecentro em Niterói (RJ) – França, sobre tema específico
“comunidade” do Morro do Estado (programa de benefício social –
renda)
3. Características dos textos
13: “Etnografia...” 14: “Conversação...”
• Descritivo e reflexão mais densa • Exposição das categorias analíticas
sobre metodologia interpretativas
• Da experiência empírica à conclusão • De uma parte base teórica para a
teórica aplicação empírica
• Apresentação da primeira fase da • Pesquisa mais centrada, apresentada
pesquisa (para produção de artigo) já “fechada”
• Olhar para o grupo social (embora • Olhar para as “relações discursivas
fluido) entre os participantes”
4. • Tema geral da pesquisa: inclusão
digital;
13. “Etnografia...”
Pesquisa de mestrado – UFF • Tema específico: apropriação
tecnológica e por jovens de baixa renda em
- Mestrando e orientadora assinam um telecentro e uma lan house em Niterói
o artigo
- Relato sintético de uma pesquisa
de campo • Problemas construídos: quais são os
usos das TICs nesses espaços? Como
contribuem para a sociabilidade, a
cidadania e a atuação na esfera pública?
Quem freqüenta os espaços?
• Objetivos do trabalho: problematizar e
desnaturalizar relação entre inclusão digital
e inclusão social; a partir da fala dos
informantes, ampliar discussão sobre
políticas públicas na área.
5. • Tema geral de pesquisa: discussões on-
line e suas “aproximações” políticas
14. “Conversação...”
- Análise das “falas” e suas inter- • Tema específico: conversas informais em
relações fórum de discussão sobre RMI (o Bolsa
- Pesquisa qualitativa: análise de Família francês), situado no portal
conteúdo de mensagens e “fios de Doctissimo.fr. (saúde e bem-estar)
discussão on-line”; “grupo focal “
aleatório, não estruturado e sem
intervenções (WITSCHE, 2008)
• Problema construído: como a
conversação informal pode estimular o
debate político, a partir da empatia,
afetividade e narrativas de experiências
vividas; como indivíduos marginalizados
podem fazer uso da conversa informal para
participar e expressar-se
• Atenção para: “fala político-afetiva
intersectada”
6. Preocupações metodológicas -
“Etnografia...”
• Etnografia: necessária observação no cotidiano (intensa e longa;
reconstrução das narrativas; densa descrição interpretativa”” – entre fim do
1.º semestre de 2008 e meados do 1.ºsem de 2009 (uma visita por semana);
retorno, na segunda fase, em jan e fev de 2010. É uma metodologia focal.
• Procedimentos básicos:
1) estranhamento entre pesquisador e objeto (ruptura epistemológica)
2) reconhecimento da subjetividade;
3) dados são construídos a partir da interpretação do pesquisado
• Processo interpretativo: “qualquer generalidade que se consegue
alcançar surge da delicadeza de suas distinções e não da amplidão de suas
abstrações” (Geertz).
• Movimento fundamental em comunicação: passar da discussão
macrossocial DAS redes para as análises concretas NAS redes.
7. Preocupações metodológicas -
“Etnografia...”
• Cuidados: representação do outro; “retrato integrado” entre ambigüidades
(prática ensaística)
• Análise de redes formadas em torno do uso das TICs:
1) observação dos entornos e “alinhavo” dos contrastes formais (legais e
institucionais), da adaptação dos espaços e das práticas cotidianas;
2) pesquisa como “conversa” – faltou explicitar as condições e os eixos pré-
determinados de observação;
3) descrição de falas e contextos de uso do telecentro e da lan house;
4) indícios concretos encontrados nas falas para identificar que os espaços
estabelecem relações de sociabilidade e vínculos locais
8. À guisa de conclusões
“Etnografia...”
Do concreto ao abstrato: a partir de dados empíricos,
relação com explicações teóricas (exemplificação)
1) Canclini - global x local – relações com o território;
2) Magnani - “pedaços” intemediários entre o privado e o público;
3) Sá e Andrade - entretenimento x autonomia e sociabilidade;
4) Goffman, Geertz, Woodward, Castells, Simmel, Schutz, Velho -
estigmas; senso comum; identidade; subjetividade e contexto; projeções
e possibilidades; usos, gratificações e significados.
9. Premissas teórico-metodológicas -
“Conversação...”
• Considerar as diferenças entre internet e espaços públicos ideais
(habermasianos) – alterando o ponto de partida da pesquisa
• Atenção à materialidade técnica – e suas restrições; a relação entre on-line e
off-line; a criatividade na apropriação das TICs; contexto social e histórico
(Stromer-Galley; Janssen e Kies)
• “Gateway” para questões políticas: debates sobre temas do cotidiano e da
vida pessoal (Graham)
• Conversa informal propicia laços de empatia e proximidade, reformulando
códigos de pertencimento. Divisão em dois momentos: 1) “troca inicial
desinteressada” (estar junto); 2) entendimento das demandas e
questionamento de hierarquias, preconceitos (Kim e Kim; Marques e Maia).
• Capacidades de argumentação, reflexão e domínio cognitivo podem ser
estimuladas a partir das conversações informais on-line
• Acompanhamento de conversa on-line: observação de marcas na construção
de mensagens que indicam como os laços sociais são estabelecidos
10. Definições para pesquisa empírica
“Conversação...”
• Corpus: 231 mensagens na rubrica “Atualidades” sobre “Rmistas e ANPE”;
• Mensagens sem moderação prévia em 9/11/2007 – condensação em um dia
permite observar a densidade e a alternância argumentativa;
• Histórico de mensagens: repertório como referência para construir posição;
• Tópicos ou mensagens específicas formam fios de discussão: permitem um
contexto / horizonte para observação mais detalhada
• Seqüências de mensagens escolhidas que evidenciaram como vínculos
afetivos de sociabilidade – identificação e empatia – se entrecruzaram com
vínculos politizados.
• Seqüências divididas em 3 categorias analíticas:
1) modelagem mútua de um quadro de sentidos compartilhados;
2) interesses e expectativas que motivam o estar junto;
3) modos de estabelecer contato com o outro (narrativas, empatia e
marcação das diferenças)
11. À guisa de conclusões
“Conversação...”
• Modelagem mútua de um quadro de sentidos compartilhados: momento
da busca de entendimento e reconhecimento
- Ênfase no fórum é no presente vivido
- Seleção de temas e identificação entre os pares é por afinidade
- Participantes tentam modelar contexto de fundo para a discussão
- Construção cooperativa e definição de conhecimento comum
(Habermas).
- Diversas tentativas de compreender o desemprego sob diferentes
ângulos: atores se identificam, recorrer a formas próprias de
expressão, tem preconceitos expostos e avaliados, e os pontos de vista
podem ser reformulados
12. À guisa de conclusões
“Conversação...”
• Interesses e expectativas para o “estar junto”: momento da discordância
- Participantes se dividem entre posições e explicitam suas premissas;
- Explicitação de opiniões divergentes: validação de suas razões e
busca de reconhecimento para suas experiências e expectativas
(evidências que sustentam as opiniões”.
• Modos de estabelecer contato com o outro: momento da “prova”
- Regras praticadas em comum protegem aqueles em condições
subalternas (cordialidade para proteção das identidades);
- Narrativas: formadas a partir de estigmas; demonstram dano à auto-
estima dos desfavorecidos; favorecem compreensão reconhecimento
dos pontos em comum e das divergências (“prova” para a opinião);
- Experiências particulares conectam-se ao contexto social amplo e
favorecem compreensão de um problema que extrapola a dimensão
individual.
13. Propostas metodológias
“Conversação...”
• Metodologia qualitativa que avalie conjuntamente:
1) argumentos crítico-racionais
2) trocas que mobilizam afetos, expressões emocionais
3) razões que busquem mobilizar experiências coletivas
4) contexto social amplo
5) contexto técnico: constrangimentos e usos / apropriações criativas
• Riqueza dos modos de comunicação em espaços on-line é melhor
compreendida ao articular:
1) negociação de pano de fundo compartilhado – diante do qual se
definem posicionamentos
2) estrutura argumentativa (tópicos ou fios, por exemplo)
3) interseções entre diferentes formas de comunicação e expressão