O documento discute como testes farmacogenéticos podem auxiliar no tratamento da depressão, identificando quais medicamentos antidepressivos seriam mais eficazes para cada paciente dependendo de suas variações genéticas. Menos da metade dos pacientes apresentam remissão dos sintomas com os tratamentos atuais, em parte devido à variabilidade individual na resposta aos medicamentos. Testes genéticos podem classificar os medicamentos de acordo com o perfil genético do paciente, melhor direcionando o tratamento e reduzindo efeitos colaterais.
2. Os antidepressivos estão entre os
medicamentos mais prescritos atualmente.
Entretanto, menos da metade, 45% dos
pacientes apresentam remissão dos
sintomas de depressão após uso de algum
medicamento antidepressivo.
3. A pouca aderência ao tratamento é devida, na maioria dos
casos, aos efeitos colaterais dos medicamentos e à falta de
evolução na remissão dos sintomas.
Isso acarreta um custo elevado para o paciente, que precisa
se submeter às trocas constantes de medicamentos e a
longos períodos de baixa produtividade profissional, além
da imensa carga psicológica devido às recorrentes falhas
terapêuticas ao longo do tratamento.
4. Nos últimos anos, uma significativa
quantidade de estudos tem sugerido que
grande parcela dos efeitos colaterais e baixa
eficácia se deve à grande variabilidade
individual na resposta da maioria das drogas
utilizadas na farmacoterapêutica atual.
A INFLUÊNCIA DA GENÉTICA
5. Um método eficiente para auxiliar na escolha do
medicamento apropriado para cada paciente é uma
excelente ferramenta para diminuir a resistência ao
tratamento, possibilitando a redução dos efeitos colaterais,
a contenção dos gastos durante o tratamento e um avanço
mais eficaz no combate nos sintomas depressivos.
A pesquisa farmacogenômica tem se focado nas relações
entre a variação individual que ocorre nos genes e os
medicamentos que afetam os resultados clínicos dos
tratamentos antidepressivos.
6. Entre os genes alvos, estão incluídos os que
afetam a farmacocinética (família dos citocromos
P450) e a farmacodinâmica (receptores e
transportadores) das drogas. Variações genéticas
nesses genes são apontados como responsáveis
pela grande diversidade de respostas às drogas
antidepressivas, nos resultados terapêuticos e na
toxicidade relatada durante o uso de alguns tipos
de medicamentos.
7. O avanço da ciência farmacogenômica ou
farmacogenética é rápido. Entretanto, a utilização de tais
conhecimentos ainda é reduzida nas decisões clínico-
terapêuticas, talvez devido aos custos, à novidade e a um
limitado preparo para interpretação dos resultados pela
classe clínica.
Contudo, o teste é realizado apenas uma vez e os
resultados têm mostrado a efetividade terapêutica
dirigida pelos testes farmacogenéticos, tanto no lado
clínico, tanto no socioeconômico.
8. Algoritmos foram desenvolvidos pela GnTech para aprimorar
as prescrições de medicamentos para o sistema nervoso central.
Os laudos farmacogenéticos são baseados na avaliação das variantes nos seguintes genes:
CYP1A2
(família do
citocromo P450)
CYP2D6
(família do
citocromo P450)
CYP2C19
(família do
citocromo P450)
CYP2C9
(família do
citocromo P450)
CYP3A4
(família do
citocromo P450)
CYP3A5
(família do
citocromo P450)
HTR2A
(gene receptor de
serotonina 2ª)
CYP2B6
(família do
citocromo P450)
HTR1A GRIK4 OPRM1 COMT ADRA2A FKBP5 ANKK1 DRD2 SLC6A4
(gene do transportador
de serotonina)
9. As citocromos P450 são enzimas que são
responsáveis pelo metabolismo da maioria dos
antidepressivos e antipsicóticos.
O transportador de serotonina e seu receptor
estão associados às diferentes respostas a
determinados medicamentos antidepressivos.
10. Com base no genótipo do paciente, as drogas são
classificadas em três categorias: “usar conforme a bula”
(categoria azul), “usar com atenção” (categoria amarela) e
“usar com cautela e atenção” (categoria laranja).
Desse modo, o laudo incorpora a informação genética com
o perfil farmacológico do paciente para os medicamentos,
os quais são marcados com 11 legendas resultantes da
relação da droga com o genótipo do paciente.
LAUDO DO TESTE FARMACOGENÉTICO
PARA O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Usar conforme a bula
*observar legendas
Usar com atenção
*observar legendas
Usar com cautela e atenção
*observar legendas
11. A figura ao lado apresenta apenas os
medicamentos antidepressivos e é destinada a
ilustrar e melhor exemplificar o modo como é
estabelecido o resultado do Teste
Farmacogenético para o Sistema Nervoso
Central.
Um laudo completo, realizado pela GnTech,
apresenta a relação da genotipagem dos genes
envolvidos na biotransformação, resposta e efeito
adverso das seguintes classes de medicamentos:
antidepressivos, antipsicóticos, ansiolítico/
anticonvulsivantes, analgésicos/ opioides,
Alzheimer, TDAH.
12. Dentre as classes de drogas apresentadas, existem uma
variedade de medicamentos testados que podem ser
encontrados no site da GnTech >> Dúvidas Frequentes.
Os testes farmacogenéticos são uma ferramenta auxiliar à
definição do tratamento terapêutico. Portanto, o médico
sempre deverá ser consultado. O profissional de saúde tem a
responsabilidade final pelas decisões de tratamento realizadas
em relação ao paciente, incluindo as decisões baseadas no
genótipo do paciente.
13. WINNER J, ALLEN, J., ALTAR, C. A., and MIHAJLOVIC, A. Genotype predicts health resource utilization of
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BLACK JL, O’KANE DJ and MRAZEK DA. The impact of CYP allelic variation on antidepressant metabolism: a
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REFERÊNCIAS