Objetivo: Analisar o uso de medicamentos prescritos para idosos cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, realizado em 200
prontuários de idosos cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde do município de São Paulo. Resultados: a prevalência de uso de medicamentos foi de 100%. Prevalência de mulheres idosas (69%). Faixa etária de 60 a 69 anos. Baixa escolaridade. Prevalência de hipertensão e diabetes. Autoavaliação de saúde ruim (60%). O uso de medicamentos associou-se à escolaridade (p=0,008), à autoavaliação de saúde (p=0,001) à internação hospitalar (0,001). As classes de medicamentos prescritas foram: diuréticos, anti-hipertensivo e antidiabético. Conclusão: a proporção de uso de medicamentos é elevada entre idosos,
inclusive daqueles considerados inapropriados. Os resultados mostraram alta prevalência de polifarmácia entre os idosos investigados, a qual pode levar a graves consequências para este grupo etário
POLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS CADASTRADOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO
1. .
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CongressPOLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS CADASTRADOS EM UNIDADE BÁSICA DE
SAÚDE DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO.
1
Gerson de Souza Santos
RESUMO
Objetivo: Analisar o uso de medicamentos prescritos para idosos cadastrados em uma
Unidade Básica de Saúde. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, realizado em 200
prontuários de idosos cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde do município de São
Paulo. Resultados: a prevalência de uso de medicamentos foi de 100%. Prevalência de
mulheres idosas (69%). Faixa etária de 60 a 69 anos. Baixa escolaridade. Prevalência de
hipertensão e diabetes. Autoavaliação de saúde ruim (60%). O uso de medicamentos
associou-se à escolaridade (p=0,008), à autoavaliação de saúde (p=0,001) à internação
hospitalar (0,001). As classes de medicamentos prescritas foram: diuréticos, anti-hipertensivo
e antidiabético. Conclusão: a proporção de uso de medicamentos é elevada entre idosos,
inclusive daqueles considerados inapropriados. Os resultados mostraram alta prevalência de
polifarmácia entre os idosos investigados, a qual pode levar a graves consequências para este
grupo etário.
Descritores: Idoso, Polimedicação, Uso de medicamentos.
ABSTRACT
Objective: To analyze the use of prescription drugs for the elderly enrolled in a Basic Health
Unit. Methods: descriptive, retrospective study was conducted in 200 medical records of
elderly enrolled in a Basic Health Unit in São Paulo. Results: The prevalence of drug use was
100%. Prevalence of elderly women (69%). Age group 60-69 years. Low education.
Prevalence of hypertension and diabetes. Poor health self-assessment (60%). The use of drugs
was associated with education (p = 0.008), health self-assessment (p = 0.001) to
hospitalization (0.001). The prescribed drug classes were: diuretics, antihypertensive and
antidiabetic. Conclusion: the proportion of drug use is high among the elderly, including
those deemed inappropriate. The results showed high prevalence of polypharmacy among the
elderly investigated, which can lead to serious consequences for this age group.
Descriptors: elderly, Polypharmacy, Drug utilization.
1
Enfermeiro, Doutor em Ciências, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração de Serviços de
Saúde e Gerenciamento de Enfermagem (GEPAG) Universidade Federal de São Paulo.
2. .
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CongressINTRODUÇÃO
De acordo com os Censos Demográficos do IBGE, a população do Município de São
Paulo vem envelhecendo. Em 2000, a população paulistana que ainda não havia completado
15 anos correspondia a 24,85%, diminuindo para 20,78%, em 2010. Já a população idosa
representava 9,32%, em 2000, e, em 2010, 11,89%. O aumento significativo do número de
anos vividos ocasiona mudanças na estrutura etária da população, com o estreitamento da
base da pirâmide e o adensamento do topo1
.
Esse quadro é decorrente do perfil epidemiológico atual em que há maior participação
das doenças crônico-degenerativas. Essas condições patológicas são responsáveis pelo
aumento da demanda por serviços de saúde, com maior número de consultas ambulatoriais e
maior frequência de internações hospitalares2
.
De acordo com a literatura, o uso de medicamentos é uma das principais formas de
tratamento para o controle e prevenção das condições crônicas de saúde mais prevalentes,
como HAS e DM, particularmente no caso dos idosos. Em geral, a maior prevalência das
condições crônicas de saúde nos idosos predispõe o consumo de múltiplos medicamentos.
Desta forma, essa parcela da população torna-se mais suscetível aos riscos que envolvem a
farmacoterapia. Em consequência, a literatura aponta que cerca de 40% das admissões
hospitalares de pacientes idosos são relacionadas a problemas com medicamentos, incluindo
efeitos tóxicos advindos do seu uso3.
Nos últimos anos houve aumento expressivo da polifarmácia geriátrica. Mais de 40%
das pessoas com 65 anos e mais consomem cinco ou mais medicamentos por semana e 12%
usam dez agentes diferentes4
. A etiologia é multifatorial. Os idosos usam um numero
desproporcional de prescrições de medicamentos, cerca de um terço compram em mais de
uma farmácia e metade recebe prescrições de mais de um prescritor5
. O número de
medicamentos, a complexidade dos regimes terapêuticos, especialmente na vigência de
comorbidades, e as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes ao processo de
envelhecimento são elementos que aumentam a vulnerabilidade desse grupo etário aos
eventos adversos a medicamentos (EAM), seja por reações adversas, seja por interações
medicamentosas. É fato que EAM podem comprometer a capacidade funcional dos idosos
expostos a polifarmácia, além de representar um excesso de custo para o sistema de saúde6
.
Assim, os medicamentos prescritos para idosos podem contribuir para a manutenção
da capacidade funcional, como também podem comprometê-la. Por isso, os medicamentos a
serem prescritos para pessoas idosas devem levar em consideração a relação benefício-risco
bem avaliada.
O presente trabalho teve por objetivo analisar o uso de medicamentos prescritos para
idosos cadastrados em uma Unidade Básica de Saúde.
MÉTODO
Trata-se de um estudo quantitativo do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se o
estudo retrospectivo, para sustentar a busca de informações levantadas por prontuários.
Pesquisa deste tipo tem como característica principal a descrição de determinada população
ou fenômeno ou o estabelecimento entre variáveis.
Para este estudo foi selecionado o total de 200 prontuários de pacientes idosos
residentes em uma área de abrangência de uma Estratégia de Saúde Família e que passaram
em consulta médica no período de janeiro á dezembro de 2014. Os prontuários foram
selecionados de modo aleatório.
Para tanto, utilizou-se um roteiro para busca dos dados sociodemográficos, de moradia
e saúde: sexo, idade, raça, estado civil, escolaridade, ocupação, renda familiar, internação,
medicamentos prescritos, internação e morbidades.
Foi realizada análise estatística segundo a distribuição da frequência e a significância,
utilizando-se o teste do χ2
.
3. .
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Management, Education and Health Promotion Conference
CongressRESULTADOS
A maioria dos idosos 138 (69%) era do sexo feminino. A idade variou de 60 a 94 anos.
A faixa etária de 60 a 69 anos foi a de maior frequência 94 (47%). Baixa escolaridade foi
frequente e a amostra foi constituída predominantemente por escolaridade de 1 a 4 anos de
estudo 98 (49%). Maioria dos idosos 114 (57%) não tem companheiro conjugal. Quanto ao
arranjo familiar, observou-se percentual expressivo de idosos vivendo sozinhos 54 (27%).
(tabela 1).
A maioria dos idosos 120 (60%) classificou sua saúde como ruim. As doenças
referidas foram hipertensão 145 (72,5%), Diabetes 63 (31,5%) hipercolesterolemia 57
(28,5%) e cardiopatias 33 (16,5%). Somente 50 (25%) dos idosos tinham plano privativo de
saúde, os demais 150 (75%) dependiam do Sistema único de Saúde. Dos idosos identificados
neste estudo, 61 (30,5%) foram hospitalizados nos quatro meses que antecederam a consulta
médica. A média de consultas ao ano foi 2,03. Visita domiciliar foi realizada para 150 (75%)
dos idosos. Inatividade física foi observada em 170 (85%) (tabela 1).
Os medicamentos mais utilizados pelos idosos pertenciam á classe dos anti-
hipertensivos, seguidos pelos medicamentos diuréticos, antidiabéticos e Hipolipemiantes
(Tabela 2).
Tabela 1. Características demográficas, socioeconômicas, de estilo de vida e de saúde entre
idosos cadastrados em uma Unidade de Saúde da Família. São Paulo, SP, 2014.
Variável n % pa
Sexo
Feminino
Masculino
138
62
69,0
31,0
0,302
Faixa etária (anos)
60 a 69
70 a 79
80 ou mais
94
56
50
47,0
28,0
25,0
0,097
Escolaridade (anos de estudo)
Analfabeto
1 a 4
5 a 9
66
98
36
33,0
49,0
18,0
0,008
Situação conjugal
Casado
Viúvo
Solteiro
86
90
24
43,0
45,0
12,0
0,688
Arranjo familiar
Com familiares
Sozinho
146
54
73,0
27,0
0,488
Doenças crônicas
Hipertensão
Diabetes
Hipercolesterolemia
Cardiopatias
145
63
57
33
72,5
31,5
28,5
16,5
0,388
Autoavaliação de saúde
Excelente
Regular
Ruim/muito ruim
30
50
120
15,0
25,0
60,0
0,001
Plano privado de saúde
Não
Sim
150
50
75,0
25
0,349
4. .
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CongressInternação no último ano
Não
Sim
139
61
69,5
30,5
0,001
Recebeu visita domiciliar no último ano
Sim
Não
150
50
75,0
25,0
0,123
Tabagismo
Sim
Não
41
159
20,5
79,5
0,488
Atividade física
Não
Sim
170
30
85,0
15,0
0,009
a
Qui-quadrado
Tabela 2. Medicamentos prescritos para idosos cadastrados em uma Unidade de Saúde da
Família. São Paulo, SP, 2014.
Classe e Subgrupo n %
Diuréticos
Anti-hipertensivos
Antidiabéticos
Hipolipemiantes
Antiulceroso
Antidepressivos
Ansiolíticos
Analgésicos
Antiagregante plaquetário
Suplementos minerais
Vitaminas
145
145
63
57
41
30
35
150
68
40
45
72,5
72,5
31,5
28,5
20,5
15,0
17,5
75,0
25,5
20,0
22,5
DISCUSSÃO
A elevada prevalência do uso de medicamentos entre idosos é concordante com a
literatura e encontra-se dentro da média esperada, com valores semelhantes aos encontrados
em outros estudos7,8
.
Nesta pesquisa, as mulheres tendem a usar mais medicamentos, porém a prevalência
específica de polifarmácia não apresentou diferenças estatisticamente significantes entre os
sexo. A maior proporção de mulheres idosas encontrada no presente estudo pode ser
explicada pela sua maior sobrevida na população. As mulheres constituem o grupo social que
mais utiliza medicamentos, tornando-as mais suscetíveis aos problemas relacionados a
medicamentos e a prática de automedicação9,10,11
.
A escolaridade dos idosos deste estudo foi baixa, constituindo-se em uma condição
social desfavorável para eles, já que tem influência no acesso aos serviços de saúde, em
oportunidades de participação social e na compreensão de seu tratamento e do seu
autocuidado, entre outros. Tal configuração parece coerente com o que tem sido observado
em outros estudos referentes à educação na população idosa12,13
. Segundo esses estudos, as
dificuldades de acesso à educação eram bem maiores há décadas atrás, quando comparadas
com a atualidade, principalmente no que se refere às mulheres. Essas observações justificam a
5. .
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Congressgrande incidência de idosos não alfabetizados ou com baixos níveis de escolaridade,
encontrada no presente trabalho.
A alta frequência de viúvos pode ser explicada pela elevação progressiva na
expectativa de vida da população feminina em detrimento da masculina14
. Esse fator tanto é
relevante que o Ministério da Saúde instituiu, no ano de 2008, a política de saúde do homem,
visando, dentre outros fatores, a diminuir a mortalidade masculina em todas as faixas etárias,
a fim de aumentar a expectativa de vida desse grupo, que é sete anos menor que em
mulheres15
.
Os arranjos domiciliares podem ser classificados das mais diversas formas. Um estudo
retrospectivo sobre a classificação dos arranjos domiciliares e nucleares no Brasil optou por
uma divisão genérica, considerando como arranjos familiares os nucleares, os estendidos e os
complexos, e como arranjos não familiares aqueles individuais e outros16
. Há autores que
destacam a presença ou não de filhos, pois esses representam, ainda hoje, o maior potencial de
auxílio aos idosos, agindo, dessa forma, como fator de proteção17
.
Especificamente entre os idosos, a situação familiar, ou domiciliar, reflete o efeito
acumulado de eventos demográficos, socioeconômicos e de saúde ocorridos em etapas
anteriores do ciclo vital. O tamanho da prole, a mortalidade diferencial, o celibato, a viuvez,
as separações, os recasamentos e as migrações conformam, ao longo do tempo, tipos distintos
de arranjos familiares ou domésticos, que podem colocar o idoso, do ponto de vista emocional
e material, em situação de segurança ou de vulnerabilidade17.
As repercussões do desenvolvimento científico e tecnológico nas condições de vida da
população têm levado ao aumento da expectativa de vida, expondo a população a um maior
risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Tanto em países
desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, estas doenças ocupam as primeiras
posições nas estatísticas de mortalidade mundiais18
.
Apesar do processo de envelhecimento não estar, necessariamente, relacionado a
doenças e incapacidades, as doenças crônico-degenerativas são frequentemente encontradas
entre os idosos, com destaque para hipertensão e diabetes19
. Assim, a tendência atual é termos
um número crescente de indivíduos idosos que, apesar de viverem mais, apresentam maiores
condições crônicas. E o aumento no número de doenças crônicas está diretamente relacionado
com maior incapacidade funcional e consequentemente maior consumo de medicamentos20
.
A autopercepção da saúde implica julgamento do sujeito sobre seu estado de saúde,
processo que sofre influencia da capacidade cognitiva do sujeito. No idoso, a autopercepção
da saúde se constrói dentro de um contexto que envolve as alterações físicas e mentais
próprias ao processo de envelhecimento, associadas a questões culturais e ambientais no qual
o idoso esta inserido21
. Neste estudo a maior parte dos idosos avaliou sua saúde como
ruim/muito, estatisticamente significante. Tais resultados assemelham-se semelhantes a outros
estudos que avaliaram a autopercepção de saúde em idosos22,23
.
Os indivíduos idosos, por apresentarem múltiplas necessidades, que perduram por
vários anos e exigem acompanhamento médico constante, utilizam mais os serviços de saúde,
bem como provocam o aumento das despesas com tratamentos médicos e hospitalares. Esse
quadro configura-se um desafio para as autoridades quanto ao planejamento, gerência e
prestação de serviços, tornando extremamente importante o conhecimento das necessidades e
condições de vida desse grupo etário24
. Neste estudo observou-se que somente 50 (25%) dos
idosos não tinha plano assistencial de saúde, os demais 150 (75%) dependiam do Sistema
Único e Saúde para tratamento de comorbidades.
Em relação à hospitalização 61 (30,5%) dos idosos estiveram internados no último ano
anteriormente à coleta de dados. Embora não se tenha investigado as causas das
hospitalizações, Em determinadas circunstâncias, a hospitalização seja a única possibilidade
para o tratamento do idoso, ela tem como repercussões a diminuição da capacidade funcional,
6. .
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Congressa recuperação mais lenta e prolongada, a demanda de tecnologias de alto custo – aumentando
os gastos com assistência médica – e a necessidade de recursos humanos capacitados.
Destaca-se, ainda, a dificuldade na continuidade da atenção após alta, tendo em vista que a
maioria necessitará de alguma forma de assistência para os cuidados básicos do cotidiano na
atenção primária25
.
Considerando-se a visita domiciliar como uma das ferramentas fundamentais na
Estratégia Saúde da Família (ESF), os idosos longevos e que possuem incapacidades físicas
ou cognitivas que os impedem de comparecer à Unidade de Saúde, bem como os que
retornaram de uma internação hospitalar, podem ser favorecidos por esta modalidade de
assistência. Destaca-se a situação dos idosos do Nordeste, os quais possuem pior condição
funcional, em comparação com as demais regiões do país, o que leva a dificuldades no acesso
aos serviços de saúde26
. Neste estudo é possível observar que a maior parte dos idosos recebia
visita domiciliar 150 (75%).
Quanto ao hábito de tabagismo, os resultados apontam que 41 (20,5%) dos idosos
eram fumantes. Estes resultados apresenta semelhança com outros estudos que pesquisaram o
hábito de fumar entre idosos. Acredita-se que a prevalência de tabagismo entre idosos no
Brasil seja em torno de 10% a 11% da população geral de fumantes27
. Porém, atualmente foi
demonstrado que acima de 65 anos a prevalência de fumantes é de 11,5%, mas que cima de
65 anos é de 8% da população de fumantes e 35,3% de ex-fumantes28
.
O uso elevado de medicamentos pela população idosa é descrito no Brasil e no mundo.
A idosa apresenta biologicamente menor capacidade de depleção e metabolização dos
fármacos, sofre com maior frequência seus efeitos adversos e redução de sua eficácia
terapêutica. Isso ocorre por um conjunto de fatores: maior prevalência de doenças crônicas,
polifarmácia e estado nutricional muitas vezes comprometido29
.
As classe terapêuticas mais utilizadas pelos idosos foram semelhantes às encontradas
em outros estudos5,7,8
. Os medicamentos para o controle da hipertensão foram os mais
utilizados, o que concorda com o perfil epidemiológico nacional, e a hipertensão foi a
condição crônica mais frequente. Também merece destaque o consumo de medicamentos
antidiabéticos e Hipolipemiantes.
CONCLUSÃO
Os idosos identificados neste estudo eram em sua maioria mulheres na faixa etária de
60 a 69 anos, com baixa escolaridade, sem cônjuge, morando com familiares. As principais
doenças crônicas identificadas foram hipertensão e diabetes. A autoavaliação de saúde foi
avaliada como ruim/muito ruim, dependentes do Sistema único de Saúde, alto percentual de
internação hospitalar. Assistência domiciliar por meio de visitas e alto percentual de
inatividade física. As principais classes medicamentosas consumidas pelos idosos foram os
anti-hipertensivos, diuréticos, antidiabéticos e hipolipemiantes.
Os dados do presente estudo apontam para alta proporção de uso de medicamentos
entre idosos, inclusive aqueles considerados inadequados para essa faixa etária. Faz-se
necessária ampla discussão sobre a necessidade de adoção de medidas para a promoção do
uso racional de medicamentos entre essa parcela da população, educação continua para os
profissionais prescritores que atuam nos serviços de Atenção Básica.
Finalizando o presente estudo, é oportuno destacar que a velhice deve ser
compreendida em uma perspectiva interdisciplinar e multiprofissional, resultado de um
processo social, demográfico, econômico e de saúde, relativa às necessidades fisiológicas,
culturais e estruturais da sociedade contemporânea, considerando suas particularidades
geográficas e as desigualdades presentes.
7. .
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