2. OBJETIVOS DA AULA
DEFINICAO DE ITU
EPIDEMIOLOGIA
CLASSIFICAÇÃO
FATORES DE RISCO E AGENTES ETIOLÓGICOS
QUADRO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
MEDIDAS PREVENTIVAS
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3. DEFINIÇÃO DE ITU
A infecção do trato urinário (ITU) pode ser definida como a presença de um
microrganismo patogênico na urina e, consequentemente, nas estruturas que compõem o
aparelho urinário – uretra, bexiga, rim ou na próstata;
O termo ITU abrange uma variedade de entidades clínicas, desde a bacteriúria
assintomática até a cistite, prostatite e pielonefrite;
As ITU podem ser também caracterizadas como simples (quando ocorrem na ausência de
causas anatômicas ou complicadas (associadas a anormalidades estruturais ou funcionais
do trato urinário e dos rins), e como adquiridas na comunidade ou nosocomiais (em geral,
associadas a sondagem vesical);
É a presença de bactérias no trato urinário.
4. FIGURA 1. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO
(FONTE:
HTTPS://WWW.DRJESUSPIRES.COM/INFECC
AO-URINARIA)
5. EPIDEMIOLOGIA DA ITU
Pela sua abrangência no que tange idade, sexo, doenças associadas e fatores
de risco externos (cateterismo vesical, por exemplo), há uma grande
diversidade epidemiológica das ITU a depender de cada um destes fatores;
É mais comum em mulheres devido a menor extensão da uretra feminina e
sua proximidade com o ânus o que favorece a ascensão de patógenos pelo
aparelho urinário, mulheres têm 50 vezes mais chance de adquirir ITU do que
os homens;
A incidência de ITU aumenta nos homens acima de 50 anos, relacionada a
doenças prostáticas.
6. Figura 2:
Epidemiologia da infecção urinária (MANUAL DE
UROLOGIA, 2010).
Faixa etária Incidência (%) Proporção aproximada entre os sexos (homem:mulher)
Neonatal 1 1,5:1
Idade pré-escolar 1,5 a 3 1:10
Idade escolar 1,2 1:30
Idade fértil 3 a 5 1:50
Geriátrica 10 a 30 1:1,5
7. CLASSIFICAÇÃO DAS ITU´S
Quanto ao sítio anatômico, a provável origem do patógeno, a presença ou não de complicação,
a presença ou não de cateter, a presença ou não de sintomas e a recorrência do quadro;
Quanto ao sítio anatômico pode ser uma infecção do trato urinário baixo (cistites) ou do trato
urinário alto (pielonefrites).
No que diz respeito a origem do patógeno, este pode ser advindo da comunidade
caracterizando uma ITU comunitária ou hospitalar quando o patógeno é adquirido em ambiente
hospitalar.
ITU complicada é a infecção do trato urinário com repercussões sistêmicas que está associada a
algumas condições pré-existentes do indivíduo: anormalidades urológicas subjacentes
(nefrolitíase, estenoses, obstruções, etc.), doenças sistêmicas (diabetes mellitus,
imunossupressão, insuficiência renal crônica, transplante renal).
9. AGENTES ETIOLÓGICOS
ITUs de comunidade:
-E. coli (70 a 85%) ;
-Staphylococcus saprophyticus ;
-Proteus ;
-Klebsiella ;
-Enterococcus faecalis;
ITUs hospitalares:
-Enterobactérias e cândida .
10. FATORES DE RISCO
Sexo feminino: a uretra feminina além de mais próxima do ânus é mais curta, o que a ascensão
das bactérias que costumam estar presentes na região retal como a E. coli. Além disso, a
atividade sexual pode favorecer a entrada das bactérias e, o uso de espermicidas por alterarem
o pH e a flora do introito vaginal está associado ao aumento das infecções por E. coli e
consequentemente da incidência de cistites;
Quanto às gestantes, alguns fatores são predisponentes pela frequência de ITU sintomática ou
não, são eles: modificação da posição da bexiga, aumento da capacidade vesical devido à
redução do tônus da bexiga, relaxamento da musculatura da bexiga e ureter, assim como a
dilatação deste último e da pelve renal favorecendo o refluxo vesico-ureteral.
12. FATORES DE RISCO
Quanto ao sexo masculino, este possui maior predisposição à infecção quando na presença de
prostatite e obstrução ureteral por hipertrofia prostática.
Fatores que interferem no fluxo urinário podem resultar em estase urinária, favorecendo a
proliferação bacteriana e distensão vesical. Tais fatores podem ser desde estenose uretral,
hipertrofia prostática até mesmo litíase e tumores no trato urinário.
Bexiga neurogênica: Pacientes com lesão da medula espinhal, esclerose múltipla e diabetes
mellitus costumam apresentar ITU devido a disfunção motora da bexiga gerando estase urinária
e muitas vezes necessidade de cateterização favorecendo a possibilidade de proliferação e
infecção de bactérias no trato urinário.
Além disso, devido ao fato desses pacientes por vezes passarem muito tempo acamados
aumenta a predisposição para reabsorção óssea o que pode acarretar em maior incidência de
nefrolitíase, gerando maior predisposição a ITU pelo mecanismo obstrutivo.
14. QUADRO CLÍNICO - CISTITE
Cistite:
- Sintomas de disúria (dor ou dificuldade de micção) associado a polaciúria,
- Urgência miccional;
- Dor em região suprapúbica e hematúria;
- Idosos podem ter apresentações atípicas como alteração do nível de consciência e/ou
alterações do comportamento;
- Sintomas locais.
16. DIAGNÓSTICO
A avaliação por meio da anamnese e exame físico é fundamental para o diagnóstico;
Inclusive, aqueles pacientes que apresentam sinais e sintomas de cistite e que não
apresentam nenhum fator de risco para ITU complicada, sequer necessitam ser
avaliados por meio de exames complementares para proceder com o tratamento
pensando naqueles patógenos mais prevalentes que já comentamos.
17. QUADRO CLÍNICO - PIELONEFRITE
Sinais e sintomas sistêmicos direcionam para o quadro clínico de pielonefrite ;
Febre, vômitos e náuseas;
Sinal de Giordano (punho percussão da loja renal) positivo, dor lombar.
A pielonefrite pode ser oligossintomática, principalmente em grupos como as
gestantes, havendo também superposição com os sintomas de cistite. É importante
avaliar o estado geral do paciente e considerar internação uma vez que haja suspeita
de pielonefrite complicada devido ao risco de progressão para um quadro de sepse.
18. FIGURA 6: SINAL DE GIORDANO: DOR LOMBAR A PUNHO PERCUSSÃO
DA LOJA RENAL (FONTE: HTTPS://MEDPRI.ME/UPLOAD/TEXTO/TEXTO-
AULA-1124.HTML).