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São Paulo, 9 e 10 de outubro de 2013VIII WORKSHOP DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DO CENTRO PAULA SOUZA
Sistemas produtivos: da inovação à sustentabilidade ISSN: 2175-1897
Crowdsourcing: cenário, aplicação e seus desdobramentos
ROBERTA CASTALDONI ZANONA
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – SP - Brasil
roberta.castaldoni@etec.sp.gov.br
HELENA GEMIGNANI PETEROSSI
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – SP - Brasil
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JOB ALVES BRANDÃO
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – SP - Brasil
jobjunior@gmail.com
Resumo - A proposta deste trabalho é trazer o cenário do crowdsourcing, da produção
coletiva e de que forma esta modalidade de solução de problemas pode colaborar com o
desenvolvimento humano, da inovação à sustentabilidade, sobretudo, na inovação para a
sustentabilidade. Na pesquisa realizada foram levantados: o surgimento, a evolução, a
situação atual e os desdobramentos do crowdsourcing, os países que mais utilizam o
recurso e o posicionamento do Brasil, motivos que levam à participação desta forma de
produção e as questões éticas que envolvem o crowdsourcing. Este trabalho pretende
colaborar com o fomento à produção coletiva, fortalecimento da ferramenta e ampliação
da área de atuação.
Palavras-chave: Crowdsourcing, Produção Coletiva, Inovação, Sustentabilidade.
Abstract - The purpose of this work is bring the scenario of crowdsourcing, mass
production and how this kind of solution can contribute to human development, since
innovation until sustainability, especially innovation for sustainability. In the survey it has
been raised: origin, evolution, current situation and developments of crowdsourcing, areas
of wider demand, wider engagement, the most benefit areas, countries that use the tools
the most and Brasil’s position about it, reasons that lead to participation and ethics issues
that involve crowdsourcing. This work intends to collaborate to foster collective production,
strengthen the tool and expand the operation area.
Keywords: Crowdsourcing, Collective Production, Mass Production, Innovation,
Sustainability.
1. Introdução
A crença em ideias grandiosas, soluções, inovação surgindo da multidão, não é
novidade. O dicionário de Oxford há setenta anos tem sido elaborado através de
contribuição voluntária. A Torre Eiffel, construída em 1889, para celebrar o centenário da
revolução francesa, foi um projeto escolhido através de concurso arquitetônico, o projeto
46
de Brasília também foi escolhido em concurso público nacional. Novos são: os termos
associados a essas práticas; as ferramentas utilizadas; a frequência e a diversidade das
áreas envolvendo a coletividade; os motivos que levam à participação dos processos; os
graus diversos de complexidade das propostas, o fomento a esta forma de solucionar
problemas e o desapego ao sentimento de posse do conhecimento, da autoria, da
recompensa.
O termo crowdsourcing, é essencialmente associado à colaboração em massa, à
produção coletiva, à processos cooperativos, colaborativos, voluntários, gratuitos e de
autoria não identificada.
Ao buscar o significado de cooperar em um dicionário convencional, encontram-se
algumas linhas de esclarecimentos: Michaelis (2002, p. 205) “Cooperar (lat cooperari) vti.
1. Agir ou trabalhar junto com outro ou outros para um fim comum; colaborar. 2. Agir
conjuntamente para produzir um efeito; contribuir.”
A mesma palavra em um ambiente criado de forma colaborativa, surge imersa em
significados, comparações, reflexões, hipertextos, referências, sugere novas buscas,
incentiva o aprofundamento, prevê as possibilidades de desconhecimento do leitor,
oferece uma lista de conceitos similares e relacionados, mostra ainda a avaliação sobre:
credibilidade, imparcialidade, profundidade e redação. Ainda que o objetivo do dicionário
seja conceituar, clarear, vale apontar que um dos sinônimos no dicionário tradicional é
questionável. Cooperar é colaborar?
De acordo com o dicionário convencional, cooperar é sinônimo de colaborar, mas
Estrázulas (1999) adverte que cooperar não é colaborar, atualmente entende-se a
cooperação como ato de contribuir, de oferecer uma parte, enquanto a colaboração
pressupõe diálogo, interações, engajamento, troca, lembrando que a terminologia
empregada atualmente no meio corporativo é contrária à concebida por Piaget, onde a
cooperação é uma esfera maior que a colaboração.
Percebe-se que na produção coletiva, embora possa não ter sido escrita por um
especialista e considerando o risco de ter sido alterada por má-fé, geralmente traz
significado maior que a produção individual ou de um grupo restrito.
A coautoria na construção coletiva pode ser feita através de cooperação, ou seja,
da contribuição, do oferecimento de uma parte; ou colaborativa, havendo a contribuição
de duas ou mais pessoas e após interações, há o surgimento de uma síntese.
No que tange a remuneração ou gratuidade, autoria ou anonimato, crowdsourcing
apresenta duas vertentes, uma considera colaboração o ato de compartilhar
gratuitamente, anonimamente, entendendo que o pagamento ou qualquer forma de
benefício individual tira o caráter de um ato colaborativo. No entanto, o termo
crowdsourcing também se refere a uma forma de solução de problemas, onde uma tarefa
de qualquer complexidade é levada à nuvem, à multidão, através de chamadas abertas,
semelhantes aos concursos, com oferecimento ou não de benefícios.
A proposta deste artigo é identificar, por meio de levantamento bibliográfico, o
cenário do crowdsourcing do surgimento à condição atual, bem como seus
desdobramentos, as áreas de maior demanda, de maior engajamento, áreas mais
beneficiadas, países que mais utilizam o recurso, motivos que levam à participação,
resultados obtidos por crowdsourcing comparados aos meios convencionais, questões
éticas que envolvem o crowdsourcing. O trabalho pretende colaborar para o fomento da
produção coletiva, fortalecimento da ferramenta e ampliação da área de atuação.
47
2.1 Conceito do termo crowdsourcing
O termo crowdsourcing criado por Howe (2006) surge de crowd – multidão e
outsourcing (terceirização), o termo é inicialmente definido por ele como o ato de oferecer
um trabalho que geralmente era executado por uma pessoa, um empregado ou empresa
contratada e oferece-lo em uma chamada aberta para um grupo indefinido de pessoas.
Howe propõe ainda, outra definição: a aplicação dos princípios de open source para áreas
além da criação colaborativa de software.
2.2 Open Source: uma forma particular da criação coletiva
Open source, código aberto ou software livre são programas desenvolvidos de
forma colaborativa e voluntária, distribuídos gratuitamente, diferente dos programas
proprietários que são feitos por um indivíduo ou grupo restrito de pessoas e que detém
direitos sobre sua utilização. Os sistemas operacionais Linux e Ubuntu; o pacote de
aplicativos contendo editor de textos, planilhas eletrônicas, gerador de apresentações
BROffice; o navegador web, considerado mais rápido e mais seguro Firefox; os
gerenciadores de conteúdo Joomla e Wordpress, são exemplos de open source, do poder
da inteligência coletiva.
De acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (2006), a
utilização de software livre favorece a inclusão digital, permitindo o acesso a mais
pessoas à tecnologia e ao conhecimento. Estimular o uso de programas livres significa
maior acesso, favorecimento da inclusão digital, significa ainda, que o pagamento pelo
direito de uso de programas básicos, geralmente enviados ao exterior pode ser investido
no próprio país, portanto a migração para softwares livres tem cunho social.
Stallman (2013), ao criar o conceito de copyleft em 1988, faz referência à copyright
ou proteção de direitos autorais e de reprodução. A ideia central do copyleft é baseada
nas quatro liberdades propostas por Stallman: a liberdade de uso do software para
qualquer finalidade, a liberdade de acesso ao código fonte, permitindo estudo completo do
programa, liberdade de melhora-lo e liberdade de redistribuir as alterações feitas.
Segundo a Konfide (2013), as necessidades são geralmente as mesmas em
qualquer parte do mundo, um desenvolvedor em um local, ao perceber uma necessidade
ou encontrar uma falha no sistema, altera o programa, se outro desenvolvedor em outra
parte do mundo percebe possibilidade de mais melhorias, coopera ou colabora, e o
resultado é um programa acessível a todos, sem custos de licença, em constante
evolução. A intensa troca facilita a criação de softwares mais seguros, de qualidade
crescente, mais interativos, mais fáceis de utilizar e com interfaces mais bonitas.
Howe (2008) edita um livro chamado: “Crowdsourcing: o poder das multidões”,
onde deixa evidente que o termo se refere à criação, solução, execução, inovação que
pode vir de qualquer lugar, por profissionais ou amadores, de forma voluntária,
gratuitamente ou incentivada por recompensa de alguma ordem.
A modalidade do crowdsourcing que tem sido amplamente estimulada, sobretudo
no mundo corporativo, é a chamada aberta, com oferecimento de recompensa e tem
gerado muitos questionamentos e discussões. Este novo formato utiliza a inteligência
coletiva, favorece a inovação, permite encontrar melhores resultados, permite a redução
de custos das empresas, altera a configuração usual do trabalho sob contratos e modifica
consideravelmente o valor do conhecimento. A Conferência de Crowdsourcing –
Colaboração e Co-Criação no Brasil, em sua terceira edição, organizada pela Fecomercio
(2013) SP, aponta como a colaboração da multidão pode impulsionar o crescimento de
negócios e empresas e mostra alguns dos desdobramentos do termo: crowdfunding,
crowdstartup, crowdinnovation, crowdproject, crowdmarketing, crowdstorm.
48
2.3 Interesse por crowdsourcing no mundo
Os dados analisados são referentes ao período de 2004 a 2013. Os gráficos foram
gerados utilizando ferramentas estatísticas do Google trends, em função do número de
acessos às páginas que contém informações sobre os temas tratados.
Fonte: Google Trends
Figura 1 – Mapa de interesse por crowdsourcing no mundo.
No mapa da Figura 1, o volume de pesquisa é diretamente proporcional à gradação
de cor, ou seja, quanto maior a intensidade de cor, maior o volume de pesquisas. África e
Ásia não apresentam volume suficiente para análise, com exceção da Índia que apresenta
volume superior à maioria dos países, como pode ser visto na Figura 2.
Fonte: Google Trends
Figura 2 – Porcentual de crowdsourcing por país.
49
Nas Figuras 3 e 4, justifica-se o primeiro ponto na curva em 2006 que é o ano de
criação do termo. A escala utilizada nos gráficos das figuras 3 a 10 varia de 0 a 100 onde
o número 100 indica interesse máximo. A pesquisa oferece os volumes de acessos nos
países, permitindo comparações, porém não oferecem especificamente os números de
acessos. Em determinadas regiões do mundo, de acordo com Google trends, não há
volume de pesquisa suficiente para análise dos dados.
Fonte: Google Trends
Figura 3 – Crowdsourcing no Mundo.
Embora o tema seja tratado no mundo desde 2006, a Holanda, país com maior
volume de pesquisa sobre o tema no mundo, começa a apresentar interesse significativo
a partir de 2008, conforme a Figuras 5, e embora o gráfico apresente um interesse em
declínio por crowdsourcing, o gráfico da Figura 9 demonstra que o interesse em
crowdfunding - um dos maiores desdobramentos do crowdsourcing está no ápice de seu
crescimento.
50
Fonte: Google Trends
Figura 4 – Crowdsourcing nos EUA ao longo do tempo.
Fonte: Google Trends
Figura 5 – Crowdsourcing na Holanda.
51
A Figura 6 mostra o posicionamento do Brasil, semelhante à Holanda, apresenta
volume significativo tardiamente, em 2011, e também apresenta interesse em declínio em
crowdsourcing atualmente porém o interesse em crowdfunding é crescente conforme
demonstra a Figura 9.
Fonte: Google Trends
Figura 6 – Crowdsourcing no Brasil.
Fonte: Google Trends
Figura 7 – Crowdfunding no mundo
52
As Figuras 7 a 9 mostram o crescente interesse por crowdfunding no mundo,
confirmando a tendência verificada nos levantamentos feitos neste trabalho sobre a
crescente utilização do trabalho coletivo, dos investimentos coletivos.
Fonte: Google Trends
Figura 8 – Crowdfunding nos EUA.
Fonte: Google Trends
Figura 9 – Crowdfunding no Brasil.
53
2.4Áreas de atuação
Existem hoje empresas criadas como plataforma de inovação aberta, que fazem a
articulação entre o mercado e os solucionadores. Recebem os problemas que não foram
resolvidos dentro dos ambientes corporativos e levam à nuvem, à multidão. Geralmente
estas empresas estão vinculadas a uma rede de cientistas em universidades favorecendo
a geração de soluções qualificadas. Spradlin (2012) afirma que é importante reformular os
problemas recebidos pelas empresas, alterando a terminologia específica, atraindo
especialistas de outras áreas, potencializando o recebimento de soluções inovadoras,
incomuns.
Muitas empresas perceberam as vantagens da utilização da inteligência coletiva e
criaram seus próprios portais de colaboração, criando ecossistemas de parceiros,
possibilitando maior diversidade e rapidez nas soluções com menor custo.
Crowdsourcing atualmente é utilizado nas mais diversas áreas, na solução direta
de problemas, na interface produtor consumidor, nas ideias para novos projetos.
Segundo Fabian (2012) embora a utilização de crowdsourcing tenha sido
estimulada, muitas empresas temem a exposição de dados confidenciais ao levar à
multidão os problemas a serem solucionados.
2.5Motivos que levam à participação
Concordando com diversos pesquisadores, Pintado (2011) afirma que a
participação ocorre por motivação intrínseca que é uma motivação mais emocional que
material e extrínseca relacionada às recompensas não necessariamente material:
incentivos financeiros, desejos de influenciar, reputação, reconhecimento, aprendizado,
oportunidade de troca, amor, interesse, prazer. Howe (2008, p.12) afirma que “ao
contrário do que diz a mentalidade convencional, o ser humano nem sempre se comporta
seguindo padrões egoístas” as pessoas são capazes de colaborar por pouca ou nenhuma
remuneração, motivadas pelo desejo de beneficiar uma comunidade, de fazer um bem
maior, pelo prazer de praticar seu ofício, de se superar, pelo prazer em cultivar os
próprios talentos e partilhar o que conhecem, de acordo com o autor, “no contexto de
crowdsourcing, a colaboração é a própria recompensa”.
2.6Perfil dos colaboradores
Amadores e profissionais, curiosos e pessoas altamente qualificadas, dividem o
espaço na construção coletiva. Howe (2008) ressalta a importância de uma melhor
definição para o amador, uma vez que o termo profissional sugere seriedade e padrões
elevados enquanto o termo amador tem conotação de escárnio. Há amadores cultos,
instruídos, comprometidos, que com sua energia e devoção, trabalham arduamente
seguindo padrões profissionais. Contrariando as suposições, as pesquisas mostram que
as colaborações são geralmente extremamente qualificadas.
2.7Crowdsourcing e seus desdobramentos
Ao constatar o poder das multidões, o termo apresentou desdobramentos, em
função de tudo que se pode fazer através da colaboração, da construção coletiva. Ficam
evidentes nas pesquisas, nos sites e artigos encontrados, e através do volume de acesso
na internet, que o desdobramento mais relevante refere-se à crowdfunding, ou seja, um
projeto é colocado em uma plataforma de financiamento coletivo, e as ideias lançadas
54
podem mobilizar doadores, ou investidores. Esta prática tem ganhado expressão e
possibilitado que muitos projetos sejam implementados. Outros termos como
crowdstartup, crowdinnovation, crowdproject, crowdmarketing, crowdstorm, confirmam a
tendência das novas práticas da criação coletiva.
3. Metodologia
Em função da proposta deste trabalho, de tratamento de um tema relativamente
novo, a pesquisa foi exploratória com abordagem predominantemente bibliográfica,
levantando o histórico, e as principais informações para traçar o cenário, exemplificar as
possíveis áreas de atuação e identificação dos motivos e do perfil dos colaboradores de
crowdsourcing, tornando o termo mais claro e acessível. Foram coletados dados sobre a
distribuição no mundo em relação ao interesse sobre os temas crowdsourcing e
crowdfunding e outros desdobramentos do termo.
4. Resultados e Discussão
Embora o tema apresente um grande volume de artigos publicados, páginas na
internet, o número de livros sobre o assunto é escasso, o desconhecimento do termo,
bem como as possibilidades de uso são frequentes. O conhecimento sobre a área
apresenta distribuição desigual, com uso predominante no mundo corporativo,
intensificado nas áreas de TI - tecnologia de informação. O uso restringe-se à grandes
corporações na demanda por soluções, e às universidades e profissionais da área de TI,
estendendo-se em menor escala, às empresas de menor porte na busca por soluções e à
amadores e profissionais de áreas diversificadas.
Analisando os gráficos de volume de acesso do Google Trends – Figuras 3 a 9,
percebe-se que embora o interesse por crowdsourcing esteja em declínio, o interesse por
crowdfunding é ascendente, o que intensifica a colaboração em investimentos de projetos.
Crowdsourcing traz questionamentos sobre direitos intelectuais, sobre a utilização
de algumas poucas empresas que acumulam fortunas, utilizando um bem alheio: o
conhecimento. Em questão ainda, o futuro dos departamentos de pesquisa e
desenvolvimento, das relações trabalhistas em determinadas áreas onde as atividades
podem ser contratadas em partes, por valores reduzidos. Levar os problemas à multidão
significa a exposição de dados que devem ser avaliadas pelas empresas.
5. Conclusão
Este artigo trouxe o cenário de crowdsourcing, oferecendo as possibilidades de uso
nas diversas áreas, e reflexões, tanto para as corporações quanto para os pesquisadores.
O estudo dos motivos que levam à colaboração, bem como o perfil dos solucionadores,
auxiliam as empresas para melhores estruturas de buscas de soluções.
O conhecimento da área e de suas possibilidades implica em potencializar o uso da
ferramenta.
55
Referências
ESTRÁZULAS, Mônica. Projeto Formação de Professores Via Telemática. Artigo
publicado no Núcleo de informática aplicada à Educação – Unicamp. 1998.
FABIAN, Fernanda Eluisa. A utilização do crowdsourcing na comunicação organizacional:
um estudo exploratório. Artigo. Universidade Rio dos Sinos. São Leopoldo. 2012
HOWE, Jeff. The rise of crowdsourcing. Wired Magazine. 14 de junho de 2006
HOWE, Jeff. O poder das multidões: porque a força da coletividade está
remodelando o futuro dos negócios. Editora Campus/Elsevier. 2008.
INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Disponível em
http://www.iti.gov.br. 2006.
KONFIDE. Consultoria de Marketing Digital. Disponível em:
http://www.konfide.com.br/tecnologia-da-informacao. Acesso em
MICHAELIS. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Editora Melhoramentos, Edição
98765, 2006.
PINTADO, Diego H. Crowdfunding e a cultura de participação. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. 2011. TCC
INNOCENTIVE. OBSERVATÓRIO VIRTUAL DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA.
Disponível em http://pt.ovtt.org/mercado/marketplaces/innocentive. Acesso em
SPRADLIN, Dwayne. Are you solving the right problem? Harvard Business Review.
HBR.ORG. Setembro 2012, Edição R1209F
STALLMAN, Richard M; GNU operation system. Disponível em
http://www.gnu.org/gnu/thegnuproject.html Acesso em: 20 de maio de 2013.

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Crowdsourcing cenário, aplicação e seus desdobramentos

  • 1. 45 São Paulo, 9 e 10 de outubro de 2013VIII WORKSHOP DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DO CENTRO PAULA SOUZA Sistemas produtivos: da inovação à sustentabilidade ISSN: 2175-1897 Crowdsourcing: cenário, aplicação e seus desdobramentos ROBERTA CASTALDONI ZANONA Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – SP - Brasil roberta.castaldoni@etec.sp.gov.br HELENA GEMIGNANI PETEROSSI Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – SP - Brasil helenamestrado@centropaulasouza.sp.gov.br JOB ALVES BRANDÃO Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza – SP - Brasil jobjunior@gmail.com Resumo - A proposta deste trabalho é trazer o cenário do crowdsourcing, da produção coletiva e de que forma esta modalidade de solução de problemas pode colaborar com o desenvolvimento humano, da inovação à sustentabilidade, sobretudo, na inovação para a sustentabilidade. Na pesquisa realizada foram levantados: o surgimento, a evolução, a situação atual e os desdobramentos do crowdsourcing, os países que mais utilizam o recurso e o posicionamento do Brasil, motivos que levam à participação desta forma de produção e as questões éticas que envolvem o crowdsourcing. Este trabalho pretende colaborar com o fomento à produção coletiva, fortalecimento da ferramenta e ampliação da área de atuação. Palavras-chave: Crowdsourcing, Produção Coletiva, Inovação, Sustentabilidade. Abstract - The purpose of this work is bring the scenario of crowdsourcing, mass production and how this kind of solution can contribute to human development, since innovation until sustainability, especially innovation for sustainability. In the survey it has been raised: origin, evolution, current situation and developments of crowdsourcing, areas of wider demand, wider engagement, the most benefit areas, countries that use the tools the most and Brasil’s position about it, reasons that lead to participation and ethics issues that involve crowdsourcing. This work intends to collaborate to foster collective production, strengthen the tool and expand the operation area. Keywords: Crowdsourcing, Collective Production, Mass Production, Innovation, Sustainability. 1. Introdução A crença em ideias grandiosas, soluções, inovação surgindo da multidão, não é novidade. O dicionário de Oxford há setenta anos tem sido elaborado através de contribuição voluntária. A Torre Eiffel, construída em 1889, para celebrar o centenário da revolução francesa, foi um projeto escolhido através de concurso arquitetônico, o projeto
  • 2. 46 de Brasília também foi escolhido em concurso público nacional. Novos são: os termos associados a essas práticas; as ferramentas utilizadas; a frequência e a diversidade das áreas envolvendo a coletividade; os motivos que levam à participação dos processos; os graus diversos de complexidade das propostas, o fomento a esta forma de solucionar problemas e o desapego ao sentimento de posse do conhecimento, da autoria, da recompensa. O termo crowdsourcing, é essencialmente associado à colaboração em massa, à produção coletiva, à processos cooperativos, colaborativos, voluntários, gratuitos e de autoria não identificada. Ao buscar o significado de cooperar em um dicionário convencional, encontram-se algumas linhas de esclarecimentos: Michaelis (2002, p. 205) “Cooperar (lat cooperari) vti. 1. Agir ou trabalhar junto com outro ou outros para um fim comum; colaborar. 2. Agir conjuntamente para produzir um efeito; contribuir.” A mesma palavra em um ambiente criado de forma colaborativa, surge imersa em significados, comparações, reflexões, hipertextos, referências, sugere novas buscas, incentiva o aprofundamento, prevê as possibilidades de desconhecimento do leitor, oferece uma lista de conceitos similares e relacionados, mostra ainda a avaliação sobre: credibilidade, imparcialidade, profundidade e redação. Ainda que o objetivo do dicionário seja conceituar, clarear, vale apontar que um dos sinônimos no dicionário tradicional é questionável. Cooperar é colaborar? De acordo com o dicionário convencional, cooperar é sinônimo de colaborar, mas Estrázulas (1999) adverte que cooperar não é colaborar, atualmente entende-se a cooperação como ato de contribuir, de oferecer uma parte, enquanto a colaboração pressupõe diálogo, interações, engajamento, troca, lembrando que a terminologia empregada atualmente no meio corporativo é contrária à concebida por Piaget, onde a cooperação é uma esfera maior que a colaboração. Percebe-se que na produção coletiva, embora possa não ter sido escrita por um especialista e considerando o risco de ter sido alterada por má-fé, geralmente traz significado maior que a produção individual ou de um grupo restrito. A coautoria na construção coletiva pode ser feita através de cooperação, ou seja, da contribuição, do oferecimento de uma parte; ou colaborativa, havendo a contribuição de duas ou mais pessoas e após interações, há o surgimento de uma síntese. No que tange a remuneração ou gratuidade, autoria ou anonimato, crowdsourcing apresenta duas vertentes, uma considera colaboração o ato de compartilhar gratuitamente, anonimamente, entendendo que o pagamento ou qualquer forma de benefício individual tira o caráter de um ato colaborativo. No entanto, o termo crowdsourcing também se refere a uma forma de solução de problemas, onde uma tarefa de qualquer complexidade é levada à nuvem, à multidão, através de chamadas abertas, semelhantes aos concursos, com oferecimento ou não de benefícios. A proposta deste artigo é identificar, por meio de levantamento bibliográfico, o cenário do crowdsourcing do surgimento à condição atual, bem como seus desdobramentos, as áreas de maior demanda, de maior engajamento, áreas mais beneficiadas, países que mais utilizam o recurso, motivos que levam à participação, resultados obtidos por crowdsourcing comparados aos meios convencionais, questões éticas que envolvem o crowdsourcing. O trabalho pretende colaborar para o fomento da produção coletiva, fortalecimento da ferramenta e ampliação da área de atuação.
  • 3. 47 2.1 Conceito do termo crowdsourcing O termo crowdsourcing criado por Howe (2006) surge de crowd – multidão e outsourcing (terceirização), o termo é inicialmente definido por ele como o ato de oferecer um trabalho que geralmente era executado por uma pessoa, um empregado ou empresa contratada e oferece-lo em uma chamada aberta para um grupo indefinido de pessoas. Howe propõe ainda, outra definição: a aplicação dos princípios de open source para áreas além da criação colaborativa de software. 2.2 Open Source: uma forma particular da criação coletiva Open source, código aberto ou software livre são programas desenvolvidos de forma colaborativa e voluntária, distribuídos gratuitamente, diferente dos programas proprietários que são feitos por um indivíduo ou grupo restrito de pessoas e que detém direitos sobre sua utilização. Os sistemas operacionais Linux e Ubuntu; o pacote de aplicativos contendo editor de textos, planilhas eletrônicas, gerador de apresentações BROffice; o navegador web, considerado mais rápido e mais seguro Firefox; os gerenciadores de conteúdo Joomla e Wordpress, são exemplos de open source, do poder da inteligência coletiva. De acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (2006), a utilização de software livre favorece a inclusão digital, permitindo o acesso a mais pessoas à tecnologia e ao conhecimento. Estimular o uso de programas livres significa maior acesso, favorecimento da inclusão digital, significa ainda, que o pagamento pelo direito de uso de programas básicos, geralmente enviados ao exterior pode ser investido no próprio país, portanto a migração para softwares livres tem cunho social. Stallman (2013), ao criar o conceito de copyleft em 1988, faz referência à copyright ou proteção de direitos autorais e de reprodução. A ideia central do copyleft é baseada nas quatro liberdades propostas por Stallman: a liberdade de uso do software para qualquer finalidade, a liberdade de acesso ao código fonte, permitindo estudo completo do programa, liberdade de melhora-lo e liberdade de redistribuir as alterações feitas. Segundo a Konfide (2013), as necessidades são geralmente as mesmas em qualquer parte do mundo, um desenvolvedor em um local, ao perceber uma necessidade ou encontrar uma falha no sistema, altera o programa, se outro desenvolvedor em outra parte do mundo percebe possibilidade de mais melhorias, coopera ou colabora, e o resultado é um programa acessível a todos, sem custos de licença, em constante evolução. A intensa troca facilita a criação de softwares mais seguros, de qualidade crescente, mais interativos, mais fáceis de utilizar e com interfaces mais bonitas. Howe (2008) edita um livro chamado: “Crowdsourcing: o poder das multidões”, onde deixa evidente que o termo se refere à criação, solução, execução, inovação que pode vir de qualquer lugar, por profissionais ou amadores, de forma voluntária, gratuitamente ou incentivada por recompensa de alguma ordem. A modalidade do crowdsourcing que tem sido amplamente estimulada, sobretudo no mundo corporativo, é a chamada aberta, com oferecimento de recompensa e tem gerado muitos questionamentos e discussões. Este novo formato utiliza a inteligência coletiva, favorece a inovação, permite encontrar melhores resultados, permite a redução de custos das empresas, altera a configuração usual do trabalho sob contratos e modifica consideravelmente o valor do conhecimento. A Conferência de Crowdsourcing – Colaboração e Co-Criação no Brasil, em sua terceira edição, organizada pela Fecomercio (2013) SP, aponta como a colaboração da multidão pode impulsionar o crescimento de negócios e empresas e mostra alguns dos desdobramentos do termo: crowdfunding, crowdstartup, crowdinnovation, crowdproject, crowdmarketing, crowdstorm.
  • 4. 48 2.3 Interesse por crowdsourcing no mundo Os dados analisados são referentes ao período de 2004 a 2013. Os gráficos foram gerados utilizando ferramentas estatísticas do Google trends, em função do número de acessos às páginas que contém informações sobre os temas tratados. Fonte: Google Trends Figura 1 – Mapa de interesse por crowdsourcing no mundo. No mapa da Figura 1, o volume de pesquisa é diretamente proporcional à gradação de cor, ou seja, quanto maior a intensidade de cor, maior o volume de pesquisas. África e Ásia não apresentam volume suficiente para análise, com exceção da Índia que apresenta volume superior à maioria dos países, como pode ser visto na Figura 2. Fonte: Google Trends Figura 2 – Porcentual de crowdsourcing por país.
  • 5. 49 Nas Figuras 3 e 4, justifica-se o primeiro ponto na curva em 2006 que é o ano de criação do termo. A escala utilizada nos gráficos das figuras 3 a 10 varia de 0 a 100 onde o número 100 indica interesse máximo. A pesquisa oferece os volumes de acessos nos países, permitindo comparações, porém não oferecem especificamente os números de acessos. Em determinadas regiões do mundo, de acordo com Google trends, não há volume de pesquisa suficiente para análise dos dados. Fonte: Google Trends Figura 3 – Crowdsourcing no Mundo. Embora o tema seja tratado no mundo desde 2006, a Holanda, país com maior volume de pesquisa sobre o tema no mundo, começa a apresentar interesse significativo a partir de 2008, conforme a Figuras 5, e embora o gráfico apresente um interesse em declínio por crowdsourcing, o gráfico da Figura 9 demonstra que o interesse em crowdfunding - um dos maiores desdobramentos do crowdsourcing está no ápice de seu crescimento.
  • 6. 50 Fonte: Google Trends Figura 4 – Crowdsourcing nos EUA ao longo do tempo. Fonte: Google Trends Figura 5 – Crowdsourcing na Holanda.
  • 7. 51 A Figura 6 mostra o posicionamento do Brasil, semelhante à Holanda, apresenta volume significativo tardiamente, em 2011, e também apresenta interesse em declínio em crowdsourcing atualmente porém o interesse em crowdfunding é crescente conforme demonstra a Figura 9. Fonte: Google Trends Figura 6 – Crowdsourcing no Brasil. Fonte: Google Trends Figura 7 – Crowdfunding no mundo
  • 8. 52 As Figuras 7 a 9 mostram o crescente interesse por crowdfunding no mundo, confirmando a tendência verificada nos levantamentos feitos neste trabalho sobre a crescente utilização do trabalho coletivo, dos investimentos coletivos. Fonte: Google Trends Figura 8 – Crowdfunding nos EUA. Fonte: Google Trends Figura 9 – Crowdfunding no Brasil.
  • 9. 53 2.4Áreas de atuação Existem hoje empresas criadas como plataforma de inovação aberta, que fazem a articulação entre o mercado e os solucionadores. Recebem os problemas que não foram resolvidos dentro dos ambientes corporativos e levam à nuvem, à multidão. Geralmente estas empresas estão vinculadas a uma rede de cientistas em universidades favorecendo a geração de soluções qualificadas. Spradlin (2012) afirma que é importante reformular os problemas recebidos pelas empresas, alterando a terminologia específica, atraindo especialistas de outras áreas, potencializando o recebimento de soluções inovadoras, incomuns. Muitas empresas perceberam as vantagens da utilização da inteligência coletiva e criaram seus próprios portais de colaboração, criando ecossistemas de parceiros, possibilitando maior diversidade e rapidez nas soluções com menor custo. Crowdsourcing atualmente é utilizado nas mais diversas áreas, na solução direta de problemas, na interface produtor consumidor, nas ideias para novos projetos. Segundo Fabian (2012) embora a utilização de crowdsourcing tenha sido estimulada, muitas empresas temem a exposição de dados confidenciais ao levar à multidão os problemas a serem solucionados. 2.5Motivos que levam à participação Concordando com diversos pesquisadores, Pintado (2011) afirma que a participação ocorre por motivação intrínseca que é uma motivação mais emocional que material e extrínseca relacionada às recompensas não necessariamente material: incentivos financeiros, desejos de influenciar, reputação, reconhecimento, aprendizado, oportunidade de troca, amor, interesse, prazer. Howe (2008, p.12) afirma que “ao contrário do que diz a mentalidade convencional, o ser humano nem sempre se comporta seguindo padrões egoístas” as pessoas são capazes de colaborar por pouca ou nenhuma remuneração, motivadas pelo desejo de beneficiar uma comunidade, de fazer um bem maior, pelo prazer de praticar seu ofício, de se superar, pelo prazer em cultivar os próprios talentos e partilhar o que conhecem, de acordo com o autor, “no contexto de crowdsourcing, a colaboração é a própria recompensa”. 2.6Perfil dos colaboradores Amadores e profissionais, curiosos e pessoas altamente qualificadas, dividem o espaço na construção coletiva. Howe (2008) ressalta a importância de uma melhor definição para o amador, uma vez que o termo profissional sugere seriedade e padrões elevados enquanto o termo amador tem conotação de escárnio. Há amadores cultos, instruídos, comprometidos, que com sua energia e devoção, trabalham arduamente seguindo padrões profissionais. Contrariando as suposições, as pesquisas mostram que as colaborações são geralmente extremamente qualificadas. 2.7Crowdsourcing e seus desdobramentos Ao constatar o poder das multidões, o termo apresentou desdobramentos, em função de tudo que se pode fazer através da colaboração, da construção coletiva. Ficam evidentes nas pesquisas, nos sites e artigos encontrados, e através do volume de acesso na internet, que o desdobramento mais relevante refere-se à crowdfunding, ou seja, um projeto é colocado em uma plataforma de financiamento coletivo, e as ideias lançadas
  • 10. 54 podem mobilizar doadores, ou investidores. Esta prática tem ganhado expressão e possibilitado que muitos projetos sejam implementados. Outros termos como crowdstartup, crowdinnovation, crowdproject, crowdmarketing, crowdstorm, confirmam a tendência das novas práticas da criação coletiva. 3. Metodologia Em função da proposta deste trabalho, de tratamento de um tema relativamente novo, a pesquisa foi exploratória com abordagem predominantemente bibliográfica, levantando o histórico, e as principais informações para traçar o cenário, exemplificar as possíveis áreas de atuação e identificação dos motivos e do perfil dos colaboradores de crowdsourcing, tornando o termo mais claro e acessível. Foram coletados dados sobre a distribuição no mundo em relação ao interesse sobre os temas crowdsourcing e crowdfunding e outros desdobramentos do termo. 4. Resultados e Discussão Embora o tema apresente um grande volume de artigos publicados, páginas na internet, o número de livros sobre o assunto é escasso, o desconhecimento do termo, bem como as possibilidades de uso são frequentes. O conhecimento sobre a área apresenta distribuição desigual, com uso predominante no mundo corporativo, intensificado nas áreas de TI - tecnologia de informação. O uso restringe-se à grandes corporações na demanda por soluções, e às universidades e profissionais da área de TI, estendendo-se em menor escala, às empresas de menor porte na busca por soluções e à amadores e profissionais de áreas diversificadas. Analisando os gráficos de volume de acesso do Google Trends – Figuras 3 a 9, percebe-se que embora o interesse por crowdsourcing esteja em declínio, o interesse por crowdfunding é ascendente, o que intensifica a colaboração em investimentos de projetos. Crowdsourcing traz questionamentos sobre direitos intelectuais, sobre a utilização de algumas poucas empresas que acumulam fortunas, utilizando um bem alheio: o conhecimento. Em questão ainda, o futuro dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento, das relações trabalhistas em determinadas áreas onde as atividades podem ser contratadas em partes, por valores reduzidos. Levar os problemas à multidão significa a exposição de dados que devem ser avaliadas pelas empresas. 5. Conclusão Este artigo trouxe o cenário de crowdsourcing, oferecendo as possibilidades de uso nas diversas áreas, e reflexões, tanto para as corporações quanto para os pesquisadores. O estudo dos motivos que levam à colaboração, bem como o perfil dos solucionadores, auxiliam as empresas para melhores estruturas de buscas de soluções. O conhecimento da área e de suas possibilidades implica em potencializar o uso da ferramenta.
  • 11. 55 Referências ESTRÁZULAS, Mônica. Projeto Formação de Professores Via Telemática. Artigo publicado no Núcleo de informática aplicada à Educação – Unicamp. 1998. FABIAN, Fernanda Eluisa. A utilização do crowdsourcing na comunicação organizacional: um estudo exploratório. Artigo. Universidade Rio dos Sinos. São Leopoldo. 2012 HOWE, Jeff. The rise of crowdsourcing. Wired Magazine. 14 de junho de 2006 HOWE, Jeff. O poder das multidões: porque a força da coletividade está remodelando o futuro dos negócios. Editora Campus/Elsevier. 2008. INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Disponível em http://www.iti.gov.br. 2006. KONFIDE. Consultoria de Marketing Digital. Disponível em: http://www.konfide.com.br/tecnologia-da-informacao. Acesso em MICHAELIS. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, Editora Melhoramentos, Edição 98765, 2006. PINTADO, Diego H. Crowdfunding e a cultura de participação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2011. TCC INNOCENTIVE. OBSERVATÓRIO VIRTUAL DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. Disponível em http://pt.ovtt.org/mercado/marketplaces/innocentive. Acesso em SPRADLIN, Dwayne. Are you solving the right problem? Harvard Business Review. HBR.ORG. Setembro 2012, Edição R1209F STALLMAN, Richard M; GNU operation system. Disponível em http://www.gnu.org/gnu/thegnuproject.html Acesso em: 20 de maio de 2013.