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GESTÃO DA SALA DE AULA 
Rosilda Maria Alves (European University) 
GT 01­ Prática Docente e Profissionalização de Professores 
1 INTRODUÇÃO 
Este artigo faz destaque para o ambiente de sala de aula na contemporaneidade, que 
é um lugar aonde as pessoas vão para fazer descobertas, para que isto aconteça é necessário 
uma mudança no sistema educacional, que os papéis dos professores/ alunos sejam revistos, 
permitindo a elevação do trabalho dos envolvidos contribuindo para a melhoria da afetividade 
no processo ensino­aprendizagem, possibilitando a obtenção de informações apropriadas para 
um novo modo de atuar/relacionar­se no mundo contemporâneo. Mas para isso, um grande 
desafio é lançado: modificar a relação, professor/ aluno. Eles devem estabelecer uma relação 
de confiança mútua, a qual permita se auto­avaliar, para que assim, com esse vínculo possa 
haver confiança entre os dois no processo ensino /aprendizagem. O propósito deste trabalho é 
a  quebra  de  paradigmas  enraizados  no  cotidiano  escolar  com  relação  ao  tipo  de 
relacionamento que deve haver entre professor/aluno, buscando novos caminhos a percorrer 
na  busca  da  melhoria  das  relações.  Este  trabalho  consiste  em  levantar  a  questão  da 
dialeticidade entre professores e alunos. 
2 EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE 
A contemporaneidade é a época das massas, da manifestação delas como protagonistas 
da  história,  trazendo também  suas  próprias  conotações  de  rebeldia,  de  superficialidade,  de 
hedonismo, de espírito antiaristocrático, e encerrando uma profunda tensão entre  massas  e 
elite  que  se  pode  reconhecer  como  uma  das  grandes  infra­estruturas  da  história 
contemporânea. 
A contemporaneidade é também a época da educação e de uma educação social que dá 
substância  ao  político  (enquanto  a  política  é  governo  dos  e  sobre  os  cidadãos),  mas  que 
também  se  reelabora  segundo  um  novo  modelo  teórico,  que  integra  ciência  e  filosofia, 
experimentação e reflexão crítica, num jogo complexo e sutil. 
Na  pedagogia  contemporânea,  colocou­se  como  central  a  função  política  da 
pedagogia e a sua posição dentro do “nicho” da sociedade, em relação à qual ela age como 
síntese orgânica de perspectivas de valores, ou ainda como centro de rearticulação na própria 
sociedade,  submetendo­a  inclusive  às  revisões  que  tal  processo  de  transmissão  cultural 
sempre comporta. 
O duplo processo de ideologização sofrido pela pedagogia teve como efeito também 
colocar  no  centro  da  reflexão  sobre  a  educação  a  relação  complexa,  também  ambígua  e 
tensional, dismórfica  e dialética, entre educação  e sociedade, entre pedagogia  e  sociedade, 
entre escola e sociedade, que atravessou de maneira central, como aspecto tipificante, toda a 
teorização pedagógica dos últimos dois séculos, afirmando­se em particular com o marxismo, 
com o instrumentalismo pragmático deweyano e as reflexões sociológicas sobre a educação e 
o saber (de Durkheim a Weber e Luhmann). 
A contemporaneidade, sempre do ponto de vista social e em relação às características 
“de estrutura” que a atravessam, foi também uma fase marcada pelo crescimento (ou melhor, 
pela afirmação, pelo desenvolvimento, pela centralidade cada vez maior) de novos sujeitos da 
educação  que,  gradativamente,  invadiram  o  campo  da  teoria,  onde  introduziram  radicais 
mudanças. 
A pedagogia tornou­se – depois de Rousseau – puericêntrica e viu no menino, como 
disse Montessori, “o pai do homem”. Isso produziu uma teorização pedagógica cada vez mais 
atenta  para  o  valor  da  infância,  para  a  função  antropológica  que  esta  veio  a  exercer  (de
renovação  do  homem,  reconduzindo­o  para  formas  mais  espontâneas,  mais  livres,  mais 
originárias), para o papel dialético que ela deve  exercer  na sociedade do  futuro (que deve 
libertar  e  não  comprimir  a  infância);  teorização  que  abarcou  a  psicanálise  e  o  ativismo 
pedagógico  nas  suas  várias  formas;  mas  que  atingiu  também  a  literatura,  o  cinema,  a 
publicidade (pense­se em Pascoli, Morante, e também nos filmes de Cmencini). 
Em  tempos  bem  mais  recentes  –  com  o  colonialismo  e,  depois,  sobretudo  com  a 
descolonização ­, colocou­se também o problema do diálogo educativo entre etnias diferentes, 
entre  culturas  heterogêneas,  entre  mentalidades  assimétricas.  Iniciou­se  assim  uma 
fermentação bastante radical em pedagogia, solicitando uma reflexão comparada dos modelos 
educativos e o  fim de sua  –  “priori” rígida  –  hierarquização, para assumir, pelo contrário, 
critérios e objetivos de multiculturalismo, de diálogo reciprocamente hermenêutico entre as 
culturas e as mentalidades. 
A  emergência  destes  novos  sujeitos  fez  toda  a  problemática  educativo­pedagógica 
redistribuir­se,  requalificar­se  segundo  perspectivas  novas  e  renovar­se  profundamente.  O 
despertar das marginalidades exige uma ampliação da educação e uma reconstrução da teoria, 
implica a abertura de uma nova fronteira e a identificação de novos itinerários e horizontes da 
educação e da formação, delineia um novo desenho – mais variado, menos homogêneo, mais 
conflituoso – da pedagogia, que é totalmente novo, totalmente inédito historicamente. 
Nesta visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável 
de educação – uma bagagem escolar cada vez mais pesada – já não é possível nem mesmo 
adequada. Não basta,  de  fato, que cada um acumule  no começo da  vida uma determinada 
quantidade de conhecimentos de que possa abastecer­se indefinidamente. 
Assim,  uma  nova  concepção  ampliada  de  educação  devia  fazer  com  que  todos 
pudessem  descobrir,  reanimar  e  fortalecer  o  seu  potencial  criativo  –  revelar  o  tesouro 
escondido em cada ser humano. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental 
da  educação,  considerada  como  a  via  obrigatória  para  obter  certos  resultados  (saber­fazer, 
aquisição de capacidades diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá­la em 
toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser. 
Sem dúvida, esta aprendizagem representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da 
educação. O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança 
posta por alguns no progresso da humanidade. A história humana sempre foi conflituosa, mas 
há elementos novos que acentuam o perigo e,  especialmente, o extraordinário potencial  de 
autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX. 
Que fazer para melhorar a situação? A experiência prova que, para reduzir o risco, um 
dos itens a melhorar é gerenciar adequadamente a sala de aula.  Passando  à  descoberta  do 
outro, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e por dar à criança e ao adolescente uma 
visão ajustada do mundo, a educação, seja ela dada pela família, pela comunidade ou pela 
escola,  deve  antes  de  tudo  enfatizar  as  relações  entre  professor  e  alunos,  levando­os  a 
descobrir­se a si mesmos. 
Por fim, os métodos de ensino não devem ir contra este reconhecimento do outro. Os 
professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou o espírito crítico dos seus alunos, 
em vez de os desenvolver, podem ser mais prejudiciais do que úteis. 
Assim, a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e 
corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. 
Todo  o  ser  humano  deve  ser  preparado,  especialmente  graças  à  educação  que  recebe  na 
juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios 
juízos  de  valor,  de  modo  a  poder  decidir,  por  si  mesmo,  como  agir  nas  diferentes 
circunstâncias da vida. 
3 RELAÇÕES EM SALA DE AULA: UMA BREVE INCURSÃO
A  trajetória  das  relações  interpessoais,  conforme  sua  emergente  bibliografia,  foi 
quase  permeada  pelo  autoritarismo,  do  qual,  aliás,  sentimos  ainda  alguns  ranços, 
especialmente no relacionamento professor/aluno. Onde, uma espécie de intranqüilidade de 
um em relação ao outro – muito mais deste em relação àquele – acaba por comprometer um 
melhor rendimento no trabalho de ambos. 
Isto, no entanto, se por um lado tem inibido a realização de um trabalho escolar de 
uma  forma  mais  consistente  e  integrada,  não  tem,  por  outro  lado,  impedido  –  embora  de 
forma gradual e ainda não muito consistente – um certo amadurecimento desta relação em 
direção a uma relação pautada em parâmetros dialógicos, de interação professor/aluno, o que 
tem  permitido  certos  avanços  qualitativos  na  postura  de  ambos  em  relação  ao  processo 
educacional como um todo. 
Fundamentalmente, o que hoje se busca em sala de aula é o desenvolvimento de uma 
ação que se faça ponto de referência na escola, não somente para o professor e aluno, mas 
para todas as pessoas que a compõem. 
O desenvolvimento desta ação, ponto de referência, engloba uma prática fundada em 
três competências:
·  Político­social – que se resume na capacidade do professor ver como um todo 
e interdependentes: a escola, a sociedade e o próprio sistema educacional;
·  Humana  –  resumida  na  capacidade  do  professor  incentivar  o 
desenvolvimento pessoal e profissional de todos os envolvidos no processo 
educativo;
·  Técnica  –  que  exige  do  professor  uma  compreensão  acerca  de  métodos, 
processos,  procedimentos  e  técnicas  de  organização  e  desenvolvimento  do 
trabalho escolar. 
Em função talvez do próprio momento político vivido pelos professores à época de 
sua formação, pautava­se por privilegiar os componentes técnicos­operacionais, preterindo­se, 
portanto, os componentes da tríade político­social­econômico que sem dúvida permeiam as 
relações na escola e na própria sociedade como um todo. 
No momento atual, os conteúdos que procuram subsidiar a formação do professor 
passam  por  muitas  discussões,  pois  busca­se  uma  postura  de  criticidade  em  relação  à 
realidade na qual este professor exercerá sua prática. Portanto, a tônica atual busca firmar um 
compromisso com um ideal de homem e sociedade marcados pela liberdade e democracia. E 
para isso, a formação de qualquer profissional deve estar pautada naquelas três competências: 
a política, a humana e a técnica. 
Pode­se  ainda  acrescentar,  o  quanto  é  importante  para  o  professor  dominar  os 
conhecimentos  teórico­práticos  pertinentes  à  sua  função,  bem  como  exercer  uma  certa 
liderança que deve ser conquistada através de uma confiança recíproca entre professor/aluno. 
Neste ponto, muitos professores concordam que deve haver uma troca de experiência em sala 
de aula. 
4 PROFESSOR, ALUNO E A SALA DE AULA 
As pessoas que freqüentam a sala de aula devem fazer dela um lugar agradável, onde 
se  tenha  a  liberdade  de  todos  darem  a  sua  opinião,  debater  sobre  assuntos  da  atualidade, 
construir  uma  visão  crítica  e  por  que  não,  achar  soluções  para  os  problemas  da  nossa 
sociedade? 
Diante de tudo isto as maiores dificuldades que os professores encontram na sala de 
aula, principalmente no início da sua carreira profissional, é a sua falta de experiência quando 
entram pela primeira vez numa sala de aula, o que é agravado ambiente, tal como com a falta 
de acompanhamento por parte dos pais, na resolução das tarefas de casa, tomada da leitura ou 
qualquer ajuda que o aluno necessitar. Além disto, há escolas que não dispõem de material
didático  e  pedagógico,  o  que  dificulta  ou  até  mesmo  torna  penoso  o  trabalho  desses 
professores.
Dada  a  importância  dos  contextos  no  desenvolvimento  do  indivíduo,  poucos 
acontecimentos podem ocorrer na sala de aula sem uma relação direta com os contextos de 
aprendizagem.  A  vida  nas  salas  de  aulas  tem  características  de  multidimensionalidade, 
simultaneidade,  imediaticidade,  imprevisibilidade, publicidade e historicidade, fazendo com 
que toda a ação na sala de aula se apresente como um processo sistêmico de comunicação. 
Partindo do princípio de que o que é verdadeiramente importante para o desenvolvimento do 
indivíduo é o se percebe e é vivido, a perspectiva ecológica enfatiza toda a contextualização 
em que o micro­sistema do aluno se desenvolve no seu meso­sistema da sala de aula. 
5 GESTÃO DA SALA DE AULA 
Com efeito, é na sala de aula que se desenvolve a maior parte do processo. A 
investigação tradicional sobre o ensino não se preocupava tanto com a gestão e organização 
da sala de aula, mas essencialmente com os seus aspectos particulares, focando­se mais nos 
indivíduo do que na ação dos professores  na sala de aula. Era o reflexo de um paradigma 
intelectual, mais preocupado com aspectos singulares do que com a dimensão social, com a 
globalidade. Atualmente, a investigação sobre gestão e organização de sala de aula debruça­se 
não  só  sobre  o  modo  como  a  ordem  é  estabelecida  e  mantida,  como  também  sobre  os 
processos que contribuem para o seu estabelecimento, tais como a planificação e organização 
das  aulas,  o  uso  e  distribuição  de  recursos, o  estabelecimento  e  explicitação  das  regras,  a 
reação ao comportamento individual e de grupo, o enquadramento em que esta é atingida. 
Com efeito, é na sala de aula que se desenvolve a maior parte do processo ensino­ 
aprendizagem, processo este que apresenta duas tarefas estruturais: aprendizagem e ordem. A 
aprendizagem, de natureza individual, concretiza­se através da instrução, tendo por referência 
um currículo que os alunos devem dominar, persistindo nos seus esforços para aprender. De 
acordo  com Doyle,  “a ordem realiza­se pela  função  de gestão, isto é, pela organização  de 
grupos na sala, estabelecimento de regras e procedimentos, reagindo ao mau comportamento, 
monitorizando e ritmando os acontecimentos da sala de aula (Doyle, 1980 citado por Doyle, 
1986:395). 
No  entanto,  estas  duas  tarefas  estruturais  do  ensino,  na  prática,  não  se  podem 
separar.  No  seu  quotidiano,  os  professores,  lidam  com  elas  em  simultâneo,  instruindo  e 
gerindo os alunos. Assim, uma boa gestão e organização da sala de aula são uma condição 
para que a aprendizagem possa ocorrer, dado que o envolvimento dos alunos no trabalho está 
relacionado com a forma como os professores gerem as estruturas da sala de aula, mais do que 
com a forma como lidam com comportamentos individuais (Doyle, 1986). 
De acordo com a perspectiva de que o comportamento dos alunos é,  em  grande 
medida, uma resposta aos níveis estruturais e exigências do ambiente, nas salas de aula, às 
atividades e tarefas que têm de realizar, torna­se necessário compreender como todos estes 
fatores se interligam. 
Uma das interpretações é dada pela perspectiva ecológica, para a qual a sala de aula 
é  um  cenário  comportamental,  isto  é,  uma  unidade  eco­comportamental  composta  por 
segmentos que rodeiam e regulam o comportamento. Tal concepção implica que o fluxo das 
atividades contenha uma duração temporal (limites temporais de duração), um formato físico 
(materiais disponíveis e arranjo dos participantes no espaço), um programa de ação para os 
participantes, e um conteúdo focal (tema ou preocupação central do segmento). Deste modo, 
os segmentos organizam­se em torno das atividades reconhecendo­se que estas são a unidade 
básica da organização da  sala de aula,  pese o  fato de outros segmentos nela acontecerem, 
como refere Doyle (1986), quando menciona a existência de quatro níveis estruturais: a sessão 
da classe (unidade de tempo definida pelo  sinal  de entrada e saída da sala de aula, para o 
intervalo,  almoço ou casa); a  lição (conjunto de atividades reunido por um conteúdo focal
comum);  a  atividade  (padrão  distintivo  de  organização  dos  alunos  para  trabalharem  numa 
unidade de tempo dentro da  lição); e a rotina (programa de ação suplementar  que gere os 
assuntos de manutenção da sala de aula). 
Os  referidos  níveis  estruturais  podem  assumir  formas  diversas,  sendo  as  mais 
referenciadas a recitação (resposta dos alunos à pergunta do professor, que se relaciona com 
uma forma específica de organização de falar, facultada pelo levantar do braço); o trabalho no 
lugar  (pode  ser  trabalho  supervisionado  e/ou  trabalho  independente),  que  favorece  a 
autonomia dos alunos, podendo, no entanto, levantar problemas de gestão e organização da 
sala de aula se o professor não for suficientemente atento, ou não fizer o “scanning” da aula; o 
trabalho  em  pequenos  grupos;  as  transições  (nas  mudanças  de  contexto).  O  professor  será 
considerado bom gestor quando marca com clareza o seu início e é capaz de as implementar 
ativamente de  forma suave,  sem provocar grandes rupturas, possibilitando que a ordem  se 
estabeleça com brevidade. Podemos distinguir as transições menores quando fala um aluno e 
depois outro; das maiores que são as que ocorrem entre atividades ou fases de uma lição. Há 
ainda a considerar as interrupções, que são acontecimentos extralições, as quais podem provir 
de dentro, interrupções internas, ou de fora, interrupções externas. 
Uma vez a ordem instaurada na sala de aula, os alunos seguem, dentro de limites 
aceitáveis,  o  programa  de  ação  previsto  e  necessário  para  que  determinado  acontecimento 
ocorra. Deste modo, a ordem difere consoante os diferentes tipos de atividades, evidenciando­ 
se em contextos específicos, que o professor desenvolve. Portanto, a ordem na sala de aula 
exprime  a  função  de  gestão  do  ensino  e,  segundo  este  ponto  de  vista,  materializa­se  no 
contexto em que está a ocorrer, sendo fruto das interações decorrentes dos participantes e dos 
arranjos elaborados para os fins previstos, pelo que pode ser, em última instância, considerada 
de natureza eminentemente social. 
A ordem apresenta­se, entretanto, como uma das condições para a cooperação dos 
alunos, sendo esta o requisito mínimo para o bom funcionamento das atividades. Construto 
social, a cooperação reflete a necessidade de as atividades na sala de aula serem construídas 
pelos participantes, que assumem assim uma atitude de envolvimento ativo no programa de 
ação.  Tal  envolvimento  pode  não  existir  sem  que,  por tal  motivo,  seja  posta  a  ordem  em 
causa. Na verdade, o envolvimento passivo pode não gerar a desordem, mas não compromete 
cooperativamente os alunos, que só quando majoritariamente envolvidos criam condições de 
sucesso da atividade. 
O envolvimento dos alunos nas tarefas acadêmicas e a ordem na sala de aula podem 
também  ser  influenciados  pela  natureza  das  matérias.  De  fato,  vários  autores  chamam  a 
atenção para a importância da compreensão e gosto da matéria pelos alunos, como fator da 
diminuição do risco de desordem na sala de aula. O nível de exigência do trabalho acadêmico 
pode  ser  também  fator  contributivo  para  o  aumento  dos  comportamentos  disruptivos. 
Efetivamente,  quando  o  trabalho  acadêmico  envolve  um  nível  superior  de  processos 
cognitivos, como a compreensão, raciocínio e formulação de problemas, gera ambigüidades e 
riscos para os alunos. Como reação a tal situação, os alunos tendem a aumentar a clareza das 
especificações por parte do professor, contribuindo assim para uma diminuição do fluxo da 
instrução, reduzindo o envolvimento no trabalho e contribuindo para a indisciplina na classe. 
Pelo  contrário,  tarefas  simples  envolvendo  operações  mentais  menos  complexas  e  mais 
aglutinadoras, provocam maior adesão à aula e menos resistência ao trabalho acadêmico. Nem 
sempre é fácil criar atividades de aprendizagem que interessem, simultaneamente, os alunos 
mais capazes e os menos capazes. (Arends, 1995:122). 
Este interesse dos alunos na atividade pode também ser influenciado pelo contexto 
da  sala  de  aula  que  com  as  suas  propriedades  específicas,  acaba  por  influenciar  os 
participantes. Entre estas características, podemos realçar, segundo Doyle (1977, 1980, 1986)
a  multidimensionalidade,  a  simultaneidade,  a  imediaticidade,  a  imprevisibilidade,  a 
publicidade e a historicidade, já anteriormente referidas. 
A multidimensionalidade refere­se à grande quantidade de acontecimentos e tarefas 
na sala de aula que, devido ao número dos alunos, implicam uma programação, planificação e 
orquestração adequadas. 
Por  seu  lado,  a  simultaneidade  reflete  o  grande  número  de  acontecimentos  que 
acontecem ao mesmo tempo na sala e aos quais o professor tem de prestar a devida atenção. 
Enquanto  dá  apoio  individualizado  a  um  aluno,  o  professor  não  pode  perder  de  vista  os 
restantes, não deixando criar interrupções. 
A imediaticidade expressa a rapidez com que fluem os acontecimentos, o que nem 
sempre facilita a reflexão do professor sobre os mesmos. 
Quanto à imprevisibilidade, refere­se ao rumo inesperado que muitas vezes tomam os 
acontecimentos e as interações. 
A publicidade tem a ver com o fato de as salas de aula serem lugares públicos, onde as 
regras  e  valores  são  julgados  por  todos.  A  não  atuação  por  parte  do  professor  face  a  um 
comportamento  disruptivo  pode  levar  os  alunos  à  reincidência  ou  desenvolvimento  do 
mesmo. 
No que se refere à historicidade, ela reflete as vivências comuns que a classe adquire 
pelo fato de viver conjuntamente durante toda a semana. 
E para gerenciar a sala de aula é preciso um professor atualizado e concatenado com 
seu tempo e que veja em cada aluno um ser humano de muitas potencialidades. 
6 O PROFESSOR E A GESTÃO EM SALA DE AULA 
O professor, ao longo dos anos,  vem  lutando para garantir  seu espaço  no processo 
educacional, diante de tantas novas tecnologias surgidas. 
E um dos grandes desafios do professor para melhor gerir sua sala de aula é superar o 
ativismo  desenfreado,  que  impede  que  professor  e  aluno  reflitam  sobre  suas  ações,  e  o 
verbalismo vazio e inócuo que não tem finalidade. 
Outro fato é a necessidade de ter que gerenciar diversas turmas em várias escolas a fim 
de cobrir suas despesas e da sua família. 
Então, compete ao professor não se acomodar diante dos problemas surgidos. Deve 
procurar formas de superar seus problemas para que crie condições de rever sua atuação como 
profissional da educação e, principalmente, buscar formas de melhorar a situação. 
O  professor,  no  momento  atual,  deve  ser  alguém  que  não  se  considere  acabado  e 
pronto,  mas  sim  alguém  que  busca  permanentemente  redescobrir  novas  formas  de  melhor 
gerenciar sua sala de aula. 
Dessa forma, o papel do professor passa por um repensar. Estão tentando superar o 
papel  tradicionalista  de  uma  educação  voltada  para  o  individualismo,  em  que  a  idéia  do 
processo funcionar por ação de uma única pessoa, enquanto as demais eram desconsideradas. 
E esta mudança vem ocorrendo devido à necessidade que se tem de buscar um modelo de 
gestão  da  sala  de  aula  mais  humano,  participativo,  viável  e  possível  de  ser  executado  por 
contar  coma  participação  de  um  grupo.      E  este  novo  modelo  preocupa­se  em  fazer  a 
integração de todos, que reconhece a importância do professor e do aluno e acredita que se 
pode trabalhar lado a lado para superar as dificuldades e partilhar as ações para uma melhor 
integração. 
Agora, para se conseguir executar  uma gestão da sala de aula, eficiente e eficaz,  é 
preciso  que  se  crie  um  clima  de  relações  entre  professor  e  alunos  capaz  de  favorecer  as 
atividades de orientação, integração e assistência às atividades escolares. 
O papel do professor é de grande importância no contexto da sala de aula, pois cabe a 
este  profissional  assessorar  os  alunos  em  diversos  campos,  principalmente,  no  campo 
psicossocial  devido  à  proximidade.E,  sendo  assim,  o  professor.  É  o  profissional  com
condições de acompanhar o passado e o presente dos alunos, bem como, suas relações com os 
outros professores em outras séries, cursos e anos. Este acompanhamento pode ser feito pelo 
professor, devido ele ter um preparo maior tanto profissional quanto pessoal, que o habilita 
para atuar especificamente junto aos alunos. 
E para isto o professor deve ser consciente das seguintes habilidades:
·  Flexibilidade, que é a capacidade de adequar uma situação à outra, de acordo 
como contexto sócio­político­econômico e cultural;
·  Diagnóstico,  que  é  a  capacidade  de  identificar  e  analisar  as  características 
gerais e específicas da situação;
·  Escolha  de  estilos  de  liderança,  que  é  a  capacidade  de  escolher  o  estilo  de 
liderança mais adequado. 
Cientes dessas habilidades e de todos os aspectos apresentados nesse trabalho para que 
se obtenha um ambiente fértil a fim de implantar­se uma gestão da sala de aula de qualidade, 
professor  e  alunos  devem  visar  a  implantação  de  um  projeto  coletivo  e  compartilhado  na 
escola. 
7  CONCLUSÃO 
A educação na contemporaneidade deve primar pela busca de uma relação 
professor/aluno baseada no diálogo. 
As  características  apontadas  por  Doyle  refletem­se  no  contexto  da  sala  de  aula, 
influenciando  os  comportamentos,  quer  dos  professores,  quer  dos  próprios  alunos.  Neste 
contexto sobressaem ainda a organização do espaço físico e a forma de supervisão (individual 
ou grupal). O rendimento dos alunos pode ser afetado pela proximidade ou distanciamento do 
professor, gerando­se, com o aumento espacial entre eles, um decréscimo de rendimento nas 
atividades e um crescendo de comportamentos disruptivos. 
Outro fator que influencia o comportamento dos alunos é a existência das regras. Na 
verdade,  da  sua  compreensão  e  legitimidade  decorre,  em  grande  parte,  a  sua  aceitação, 
permitindo  assim  que  elas  desempenhem  um  papel  de  regulador  funcional.  De  fato,  ao 
estabelecerem  as  condições  para  a  instrução, ou  ao restabelecê­las,  quando  são  quebradas, 
regulam as condições de harmonização do sistema normativo com o sistema produtivo na sala 
de aula (Estrela, 1992:52). 
Quando existe harmonia entre os dois sistemas, um acaba por reforçar o outro. Esta 
harmonia  acaba  por  ser  desrespeitada,  quando  as  regras  subjacentes  a  cada  formato  de 
atividades ou não são devidamente definidas, ou não consideram os contextos em que se vai 
desenrolar  a  atividade.  Geram­se  assim  comportamentos  desviantes,  desrespeitantes  da 
ordem, cujo grau depende também da força do vetor primário e do tempo de intervenção que 
ocorre antes do vetor secundário ter ganhado força. 
O  papel  do  professor  nesta  concepção  de  educação  que  busca  trabalhar  a 
dialeticidade  em  sala  de  aula  é  de  suma  importância  para  que  se  trilhe  novos  caminhos 
educacionais capazes de melhorar as relações em sala de aula. 
Ao  professor  eficaz  cabe  criar  a  ordem,  estabelecendo  atividades,  antecipando  os 
maus comportamentos e cerceando­os, quando surgem (Doyle, 1986:421). Compete­lhe criar 
ambientes produtivos, na conscientização de que a ordem, mais do que imposta, tem de ser 
vivida, construída, no microssistema da sala de aula. 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 
ARENDS, I. Richard. Aprender a Ensinar. Portugal: McGraw­Hill, 1995. 
CAMBI,  Franco.  Características  da  Educação  Contemporânea.  In:  História  da  Pedagogia, 
UNESP, 1999. P. 377 ­ 405. 
DOYLE,  W.  (1986).  Classroom  Organization  and  Management.  In  Witrock,  M.  (ed.). 
Handbook of Research of Teaching. New York: Mc Millan, 1986.
ESTRELA, Maria Teresa. Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula. Porto: Porto 
Editora, 1992. 
FALCÃO  FILHO,  José  Leão.  A  busca  da  qualidade  na  escola.  In:  Vida  na  escola. 
Educaçãocomunitária.REVISTA CNEC.N. 2, Brasília, abr. /mai./jun. 1995. 
_______. Gestão compartilhada.In: Revista Brasileira de AdministraçãodaEducação. ANPAE. 
Brasília, V. 8, n. 2, jul. /dez. 1992, p. 9­33. 
MELLO, Guiomar Namo de. Cidadania e competitividade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 204 p. 
1994. 
MORIN, Edgar.Os sete saberes necessários à educação do futuro. 6. ed. São Paulo: Cortez, 
Brasília, DF: UNESCO, 2.002. 
MOSCOVICI, Felá. Desenvolvimento Interpessoal. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1995.  p. 
125­144. 
PORTUGAL,  Gabriela.  (1992).  Ecologia  e  Desenvolvimento  Humano  em  Bronfenbrenner. 
Aveiro: Cidine, 1992. 
Relatório para a UNESCO da  Comissão Internacional  sobre Educação para o século XXI. 
Educação: um tesouro a descobrir (Jacques Delors – org.) 5. ed. São Paulo: Cortez, 2.001.

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  • 1. GESTÃO DA SALA DE AULA  Rosilda Maria Alves (European University)  GT 01­ Prática Docente e Profissionalização de Professores  1 INTRODUÇÃO  Este artigo faz destaque para o ambiente de sala de aula na contemporaneidade, que  é um lugar aonde as pessoas vão para fazer descobertas, para que isto aconteça é necessário  uma mudança no sistema educacional, que os papéis dos professores/ alunos sejam revistos,  permitindo a elevação do trabalho dos envolvidos contribuindo para a melhoria da afetividade  no processo ensino­aprendizagem, possibilitando a obtenção de informações apropriadas para  um novo modo de atuar/relacionar­se no mundo contemporâneo. Mas para isso, um grande  desafio é lançado: modificar a relação, professor/ aluno. Eles devem estabelecer uma relação  de confiança mútua, a qual permita se auto­avaliar, para que assim, com esse vínculo possa  haver confiança entre os dois no processo ensino /aprendizagem. O propósito deste trabalho é  a  quebra  de  paradigmas  enraizados  no  cotidiano  escolar  com  relação  ao  tipo  de  relacionamento que deve haver entre professor/aluno, buscando novos caminhos a percorrer  na  busca  da  melhoria  das  relações.  Este  trabalho  consiste  em  levantar  a  questão  da  dialeticidade entre professores e alunos.  2 EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE  A contemporaneidade é a época das massas, da manifestação delas como protagonistas  da  história,  trazendo também  suas  próprias  conotações  de  rebeldia,  de  superficialidade,  de  hedonismo, de espírito antiaristocrático, e encerrando uma profunda tensão entre  massas  e  elite  que  se  pode  reconhecer  como  uma  das  grandes  infra­estruturas  da  história  contemporânea.  A contemporaneidade é também a época da educação e de uma educação social que dá  substância  ao  político  (enquanto  a  política  é  governo  dos  e  sobre  os  cidadãos),  mas  que  também  se  reelabora  segundo  um  novo  modelo  teórico,  que  integra  ciência  e  filosofia,  experimentação e reflexão crítica, num jogo complexo e sutil.  Na  pedagogia  contemporânea,  colocou­se  como  central  a  função  política  da  pedagogia e a sua posição dentro do “nicho” da sociedade, em relação à qual ela age como  síntese orgânica de perspectivas de valores, ou ainda como centro de rearticulação na própria  sociedade,  submetendo­a  inclusive  às  revisões  que  tal  processo  de  transmissão  cultural  sempre comporta.  O duplo processo de ideologização sofrido pela pedagogia teve como efeito também  colocar  no  centro  da  reflexão  sobre  a  educação  a  relação  complexa,  também  ambígua  e  tensional, dismórfica  e dialética, entre educação  e sociedade, entre pedagogia  e  sociedade,  entre escola e sociedade, que atravessou de maneira central, como aspecto tipificante, toda a  teorização pedagógica dos últimos dois séculos, afirmando­se em particular com o marxismo,  com o instrumentalismo pragmático deweyano e as reflexões sociológicas sobre a educação e  o saber (de Durkheim a Weber e Luhmann).  A contemporaneidade, sempre do ponto de vista social e em relação às características  “de estrutura” que a atravessam, foi também uma fase marcada pelo crescimento (ou melhor,  pela afirmação, pelo desenvolvimento, pela centralidade cada vez maior) de novos sujeitos da  educação  que,  gradativamente,  invadiram  o  campo  da  teoria,  onde  introduziram  radicais  mudanças.  A pedagogia tornou­se – depois de Rousseau – puericêntrica e viu no menino, como  disse Montessori, “o pai do homem”. Isso produziu uma teorização pedagógica cada vez mais  atenta  para  o  valor  da  infância,  para  a  função  antropológica  que  esta  veio  a  exercer  (de
  • 2. renovação  do  homem,  reconduzindo­o  para  formas  mais  espontâneas,  mais  livres,  mais  originárias), para o papel dialético que ela deve  exercer  na sociedade do  futuro (que deve  libertar  e  não  comprimir  a  infância);  teorização  que  abarcou  a  psicanálise  e  o  ativismo  pedagógico  nas  suas  várias  formas;  mas  que  atingiu  também  a  literatura,  o  cinema,  a  publicidade (pense­se em Pascoli, Morante, e também nos filmes de Cmencini).  Em  tempos  bem  mais  recentes  –  com  o  colonialismo  e,  depois,  sobretudo  com  a  descolonização ­, colocou­se também o problema do diálogo educativo entre etnias diferentes,  entre  culturas  heterogêneas,  entre  mentalidades  assimétricas.  Iniciou­se  assim  uma  fermentação bastante radical em pedagogia, solicitando uma reflexão comparada dos modelos  educativos e o  fim de sua  –  “priori” rígida  –  hierarquização, para assumir, pelo contrário,  critérios e objetivos de multiculturalismo, de diálogo reciprocamente hermenêutico entre as  culturas e as mentalidades.  A  emergência  destes  novos  sujeitos  fez  toda  a  problemática  educativo­pedagógica  redistribuir­se,  requalificar­se  segundo  perspectivas  novas  e  renovar­se  profundamente.  O  despertar das marginalidades exige uma ampliação da educação e uma reconstrução da teoria,  implica a abertura de uma nova fronteira e a identificação de novos itinerários e horizontes da  educação e da formação, delineia um novo desenho – mais variado, menos homogêneo, mais  conflituoso – da pedagogia, que é totalmente novo, totalmente inédito historicamente.  Nesta visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável  de educação – uma bagagem escolar cada vez mais pesada – já não é possível nem mesmo  adequada. Não basta,  de  fato, que cada um acumule  no começo da  vida uma determinada  quantidade de conhecimentos de que possa abastecer­se indefinidamente.  Assim,  uma  nova  concepção  ampliada  de  educação  devia  fazer  com  que  todos  pudessem  descobrir,  reanimar  e  fortalecer  o  seu  potencial  criativo  –  revelar  o  tesouro  escondido em cada ser humano. Isto supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental  da  educação,  considerada  como  a  via  obrigatória  para  obter  certos  resultados  (saber­fazer,  aquisição de capacidades diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá­la em  toda a sua plenitude: realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser.  Sem dúvida, esta aprendizagem representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da  educação. O mundo atual é, muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança  posta por alguns no progresso da humanidade. A história humana sempre foi conflituosa, mas  há elementos novos que acentuam o perigo e,  especialmente, o extraordinário potencial  de  autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX.  Que fazer para melhorar a situação? A experiência prova que, para reduzir o risco, um  dos itens a melhorar é gerenciar adequadamente a sala de aula.  Passando  à  descoberta  do  outro, necessariamente, pela descoberta de si mesmo, e por dar à criança e ao adolescente uma  visão ajustada do mundo, a educação, seja ela dada pela família, pela comunidade ou pela  escola,  deve  antes  de  tudo  enfatizar  as  relações  entre  professor  e  alunos,  levando­os  a  descobrir­se a si mesmos.  Por fim, os métodos de ensino não devem ir contra este reconhecimento do outro. Os  professores que, por dogmatismo, matam a curiosidade ou o espírito crítico dos seus alunos,  em vez de os desenvolver, podem ser mais prejudiciais do que úteis.  Assim, a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e  corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade.  Todo  o  ser  humano  deve  ser  preparado,  especialmente  graças  à  educação  que  recebe  na  juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios  juízos  de  valor,  de  modo  a  poder  decidir,  por  si  mesmo,  como  agir  nas  diferentes  circunstâncias da vida.  3 RELAÇÕES EM SALA DE AULA: UMA BREVE INCURSÃO
  • 3. A  trajetória  das  relações  interpessoais,  conforme  sua  emergente  bibliografia,  foi  quase  permeada  pelo  autoritarismo,  do  qual,  aliás,  sentimos  ainda  alguns  ranços,  especialmente no relacionamento professor/aluno. Onde, uma espécie de intranqüilidade de  um em relação ao outro – muito mais deste em relação àquele – acaba por comprometer um  melhor rendimento no trabalho de ambos.  Isto, no entanto, se por um lado tem inibido a realização de um trabalho escolar de  uma  forma  mais  consistente  e  integrada,  não  tem,  por  outro  lado,  impedido  –  embora  de  forma gradual e ainda não muito consistente – um certo amadurecimento desta relação em  direção a uma relação pautada em parâmetros dialógicos, de interação professor/aluno, o que  tem  permitido  certos  avanços  qualitativos  na  postura  de  ambos  em  relação  ao  processo  educacional como um todo.  Fundamentalmente, o que hoje se busca em sala de aula é o desenvolvimento de uma  ação que se faça ponto de referência na escola, não somente para o professor e aluno, mas  para todas as pessoas que a compõem.  O desenvolvimento desta ação, ponto de referência, engloba uma prática fundada em  três competências: ·  Político­social – que se resume na capacidade do professor ver como um todo  e interdependentes: a escola, a sociedade e o próprio sistema educacional; ·  Humana  –  resumida  na  capacidade  do  professor  incentivar  o  desenvolvimento pessoal e profissional de todos os envolvidos no processo  educativo; ·  Técnica  –  que  exige  do  professor  uma  compreensão  acerca  de  métodos,  processos,  procedimentos  e  técnicas  de  organização  e  desenvolvimento  do  trabalho escolar.  Em função talvez do próprio momento político vivido pelos professores à época de  sua formação, pautava­se por privilegiar os componentes técnicos­operacionais, preterindo­se,  portanto, os componentes da tríade político­social­econômico que sem dúvida permeiam as  relações na escola e na própria sociedade como um todo.  No momento atual, os conteúdos que procuram subsidiar a formação do professor  passam  por  muitas  discussões,  pois  busca­se  uma  postura  de  criticidade  em  relação  à  realidade na qual este professor exercerá sua prática. Portanto, a tônica atual busca firmar um  compromisso com um ideal de homem e sociedade marcados pela liberdade e democracia. E  para isso, a formação de qualquer profissional deve estar pautada naquelas três competências:  a política, a humana e a técnica.  Pode­se  ainda  acrescentar,  o  quanto  é  importante  para  o  professor  dominar  os  conhecimentos  teórico­práticos  pertinentes  à  sua  função,  bem  como  exercer  uma  certa  liderança que deve ser conquistada através de uma confiança recíproca entre professor/aluno.  Neste ponto, muitos professores concordam que deve haver uma troca de experiência em sala  de aula.  4 PROFESSOR, ALUNO E A SALA DE AULA  As pessoas que freqüentam a sala de aula devem fazer dela um lugar agradável, onde  se  tenha  a  liberdade  de  todos  darem  a  sua  opinião,  debater  sobre  assuntos  da  atualidade,  construir  uma  visão  crítica  e  por  que  não,  achar  soluções  para  os  problemas  da  nossa  sociedade?  Diante de tudo isto as maiores dificuldades que os professores encontram na sala de  aula, principalmente no início da sua carreira profissional, é a sua falta de experiência quando  entram pela primeira vez numa sala de aula, o que é agravado ambiente, tal como com a falta  de acompanhamento por parte dos pais, na resolução das tarefas de casa, tomada da leitura ou  qualquer ajuda que o aluno necessitar. Além disto, há escolas que não dispõem de material
  • 4. didático  e  pedagógico,  o  que  dificulta  ou  até  mesmo  torna  penoso  o  trabalho  desses  professores. Dada  a  importância  dos  contextos  no  desenvolvimento  do  indivíduo,  poucos  acontecimentos podem ocorrer na sala de aula sem uma relação direta com os contextos de  aprendizagem.  A  vida  nas  salas  de  aulas  tem  características  de  multidimensionalidade,  simultaneidade,  imediaticidade,  imprevisibilidade, publicidade e historicidade, fazendo com  que toda a ação na sala de aula se apresente como um processo sistêmico de comunicação.  Partindo do princípio de que o que é verdadeiramente importante para o desenvolvimento do  indivíduo é o se percebe e é vivido, a perspectiva ecológica enfatiza toda a contextualização  em que o micro­sistema do aluno se desenvolve no seu meso­sistema da sala de aula.  5 GESTÃO DA SALA DE AULA  Com efeito, é na sala de aula que se desenvolve a maior parte do processo. A  investigação tradicional sobre o ensino não se preocupava tanto com a gestão e organização  da sala de aula, mas essencialmente com os seus aspectos particulares, focando­se mais nos  indivíduo do que na ação dos professores  na sala de aula. Era o reflexo de um paradigma  intelectual, mais preocupado com aspectos singulares do que com a dimensão social, com a  globalidade. Atualmente, a investigação sobre gestão e organização de sala de aula debruça­se  não  só  sobre  o  modo  como  a  ordem  é  estabelecida  e  mantida,  como  também  sobre  os  processos que contribuem para o seu estabelecimento, tais como a planificação e organização  das  aulas,  o  uso  e  distribuição  de  recursos, o  estabelecimento  e  explicitação  das  regras,  a  reação ao comportamento individual e de grupo, o enquadramento em que esta é atingida.  Com efeito, é na sala de aula que se desenvolve a maior parte do processo ensino­  aprendizagem, processo este que apresenta duas tarefas estruturais: aprendizagem e ordem. A  aprendizagem, de natureza individual, concretiza­se através da instrução, tendo por referência  um currículo que os alunos devem dominar, persistindo nos seus esforços para aprender. De  acordo  com Doyle,  “a ordem realiza­se pela  função  de gestão, isto é, pela organização  de  grupos na sala, estabelecimento de regras e procedimentos, reagindo ao mau comportamento,  monitorizando e ritmando os acontecimentos da sala de aula (Doyle, 1980 citado por Doyle,  1986:395).  No  entanto,  estas  duas  tarefas  estruturais  do  ensino,  na  prática,  não  se  podem  separar.  No  seu  quotidiano,  os  professores,  lidam  com  elas  em  simultâneo,  instruindo  e  gerindo os alunos. Assim, uma boa gestão e organização da sala de aula são uma condição  para que a aprendizagem possa ocorrer, dado que o envolvimento dos alunos no trabalho está  relacionado com a forma como os professores gerem as estruturas da sala de aula, mais do que  com a forma como lidam com comportamentos individuais (Doyle, 1986).  De acordo com a perspectiva de que o comportamento dos alunos é,  em  grande  medida, uma resposta aos níveis estruturais e exigências do ambiente, nas salas de aula, às  atividades e tarefas que têm de realizar, torna­se necessário compreender como todos estes  fatores se interligam.  Uma das interpretações é dada pela perspectiva ecológica, para a qual a sala de aula  é  um  cenário  comportamental,  isto  é,  uma  unidade  eco­comportamental  composta  por  segmentos que rodeiam e regulam o comportamento. Tal concepção implica que o fluxo das  atividades contenha uma duração temporal (limites temporais de duração), um formato físico  (materiais disponíveis e arranjo dos participantes no espaço), um programa de ação para os  participantes, e um conteúdo focal (tema ou preocupação central do segmento). Deste modo,  os segmentos organizam­se em torno das atividades reconhecendo­se que estas são a unidade  básica da organização da  sala de aula,  pese o  fato de outros segmentos nela acontecerem,  como refere Doyle (1986), quando menciona a existência de quatro níveis estruturais: a sessão  da classe (unidade de tempo definida pelo  sinal  de entrada e saída da sala de aula, para o  intervalo,  almoço ou casa); a  lição (conjunto de atividades reunido por um conteúdo focal
  • 5. comum);  a  atividade  (padrão  distintivo  de  organização  dos  alunos  para  trabalharem  numa  unidade de tempo dentro da  lição); e a rotina (programa de ação suplementar  que gere os  assuntos de manutenção da sala de aula).  Os  referidos  níveis  estruturais  podem  assumir  formas  diversas,  sendo  as  mais  referenciadas a recitação (resposta dos alunos à pergunta do professor, que se relaciona com  uma forma específica de organização de falar, facultada pelo levantar do braço); o trabalho no  lugar  (pode  ser  trabalho  supervisionado  e/ou  trabalho  independente),  que  favorece  a  autonomia dos alunos, podendo, no entanto, levantar problemas de gestão e organização da  sala de aula se o professor não for suficientemente atento, ou não fizer o “scanning” da aula; o  trabalho  em  pequenos  grupos;  as  transições  (nas  mudanças  de  contexto).  O  professor  será  considerado bom gestor quando marca com clareza o seu início e é capaz de as implementar  ativamente de  forma suave,  sem provocar grandes rupturas, possibilitando que a ordem  se  estabeleça com brevidade. Podemos distinguir as transições menores quando fala um aluno e  depois outro; das maiores que são as que ocorrem entre atividades ou fases de uma lição. Há  ainda a considerar as interrupções, que são acontecimentos extralições, as quais podem provir  de dentro, interrupções internas, ou de fora, interrupções externas.  Uma vez a ordem instaurada na sala de aula, os alunos seguem, dentro de limites  aceitáveis,  o  programa  de  ação  previsto  e  necessário  para  que  determinado  acontecimento  ocorra. Deste modo, a ordem difere consoante os diferentes tipos de atividades, evidenciando­  se em contextos específicos, que o professor desenvolve. Portanto, a ordem na sala de aula  exprime  a  função  de  gestão  do  ensino  e,  segundo  este  ponto  de  vista,  materializa­se  no  contexto em que está a ocorrer, sendo fruto das interações decorrentes dos participantes e dos  arranjos elaborados para os fins previstos, pelo que pode ser, em última instância, considerada  de natureza eminentemente social.  A ordem apresenta­se, entretanto, como uma das condições para a cooperação dos  alunos, sendo esta o requisito mínimo para o bom funcionamento das atividades. Construto  social, a cooperação reflete a necessidade de as atividades na sala de aula serem construídas  pelos participantes, que assumem assim uma atitude de envolvimento ativo no programa de  ação.  Tal  envolvimento  pode  não  existir  sem  que,  por tal  motivo,  seja  posta  a  ordem  em  causa. Na verdade, o envolvimento passivo pode não gerar a desordem, mas não compromete  cooperativamente os alunos, que só quando majoritariamente envolvidos criam condições de  sucesso da atividade.  O envolvimento dos alunos nas tarefas acadêmicas e a ordem na sala de aula podem  também  ser  influenciados  pela  natureza  das  matérias.  De  fato,  vários  autores  chamam  a  atenção para a importância da compreensão e gosto da matéria pelos alunos, como fator da  diminuição do risco de desordem na sala de aula. O nível de exigência do trabalho acadêmico  pode  ser  também  fator  contributivo  para  o  aumento  dos  comportamentos  disruptivos.  Efetivamente,  quando  o  trabalho  acadêmico  envolve  um  nível  superior  de  processos  cognitivos, como a compreensão, raciocínio e formulação de problemas, gera ambigüidades e  riscos para os alunos. Como reação a tal situação, os alunos tendem a aumentar a clareza das  especificações por parte do professor, contribuindo assim para uma diminuição do fluxo da  instrução, reduzindo o envolvimento no trabalho e contribuindo para a indisciplina na classe.  Pelo  contrário,  tarefas  simples  envolvendo  operações  mentais  menos  complexas  e  mais  aglutinadoras, provocam maior adesão à aula e menos resistência ao trabalho acadêmico. Nem  sempre é fácil criar atividades de aprendizagem que interessem, simultaneamente, os alunos  mais capazes e os menos capazes. (Arends, 1995:122).  Este interesse dos alunos na atividade pode também ser influenciado pelo contexto  da  sala  de  aula  que  com  as  suas  propriedades  específicas,  acaba  por  influenciar  os  participantes. Entre estas características, podemos realçar, segundo Doyle (1977, 1980, 1986)
  • 6. a  multidimensionalidade,  a  simultaneidade,  a  imediaticidade,  a  imprevisibilidade,  a  publicidade e a historicidade, já anteriormente referidas.  A multidimensionalidade refere­se à grande quantidade de acontecimentos e tarefas  na sala de aula que, devido ao número dos alunos, implicam uma programação, planificação e  orquestração adequadas.  Por  seu  lado,  a  simultaneidade  reflete  o  grande  número  de  acontecimentos  que  acontecem ao mesmo tempo na sala e aos quais o professor tem de prestar a devida atenção.  Enquanto  dá  apoio  individualizado  a  um  aluno,  o  professor  não  pode  perder  de  vista  os  restantes, não deixando criar interrupções.  A imediaticidade expressa a rapidez com que fluem os acontecimentos, o que nem  sempre facilita a reflexão do professor sobre os mesmos.  Quanto à imprevisibilidade, refere­se ao rumo inesperado que muitas vezes tomam os  acontecimentos e as interações.  A publicidade tem a ver com o fato de as salas de aula serem lugares públicos, onde as  regras  e  valores  são  julgados  por  todos.  A  não  atuação  por  parte  do  professor  face  a  um  comportamento  disruptivo  pode  levar  os  alunos  à  reincidência  ou  desenvolvimento  do  mesmo.  No que se refere à historicidade, ela reflete as vivências comuns que a classe adquire  pelo fato de viver conjuntamente durante toda a semana.  E para gerenciar a sala de aula é preciso um professor atualizado e concatenado com  seu tempo e que veja em cada aluno um ser humano de muitas potencialidades.  6 O PROFESSOR E A GESTÃO EM SALA DE AULA  O professor, ao longo dos anos,  vem  lutando para garantir  seu espaço  no processo  educacional, diante de tantas novas tecnologias surgidas.  E um dos grandes desafios do professor para melhor gerir sua sala de aula é superar o  ativismo  desenfreado,  que  impede  que  professor  e  aluno  reflitam  sobre  suas  ações,  e  o  verbalismo vazio e inócuo que não tem finalidade.  Outro fato é a necessidade de ter que gerenciar diversas turmas em várias escolas a fim  de cobrir suas despesas e da sua família.  Então, compete ao professor não se acomodar diante dos problemas surgidos. Deve  procurar formas de superar seus problemas para que crie condições de rever sua atuação como  profissional da educação e, principalmente, buscar formas de melhorar a situação.  O  professor,  no  momento  atual,  deve  ser  alguém  que  não  se  considere  acabado  e  pronto,  mas  sim  alguém  que  busca  permanentemente  redescobrir  novas  formas  de  melhor  gerenciar sua sala de aula.  Dessa forma, o papel do professor passa por um repensar. Estão tentando superar o  papel  tradicionalista  de  uma  educação  voltada  para  o  individualismo,  em  que  a  idéia  do  processo funcionar por ação de uma única pessoa, enquanto as demais eram desconsideradas.  E esta mudança vem ocorrendo devido à necessidade que se tem de buscar um modelo de  gestão  da  sala  de  aula  mais  humano,  participativo,  viável  e  possível  de  ser  executado  por  contar  coma  participação  de  um  grupo.      E  este  novo  modelo  preocupa­se  em  fazer  a  integração de todos, que reconhece a importância do professor e do aluno e acredita que se  pode trabalhar lado a lado para superar as dificuldades e partilhar as ações para uma melhor  integração.  Agora, para se conseguir executar  uma gestão da sala de aula, eficiente e eficaz,  é  preciso  que  se  crie  um  clima  de  relações  entre  professor  e  alunos  capaz  de  favorecer  as  atividades de orientação, integração e assistência às atividades escolares.  O papel do professor é de grande importância no contexto da sala de aula, pois cabe a  este  profissional  assessorar  os  alunos  em  diversos  campos,  principalmente,  no  campo  psicossocial  devido  à  proximidade.E,  sendo  assim,  o  professor.  É  o  profissional  com
  • 7. condições de acompanhar o passado e o presente dos alunos, bem como, suas relações com os  outros professores em outras séries, cursos e anos. Este acompanhamento pode ser feito pelo  professor, devido ele ter um preparo maior tanto profissional quanto pessoal, que o habilita  para atuar especificamente junto aos alunos.  E para isto o professor deve ser consciente das seguintes habilidades: ·  Flexibilidade, que é a capacidade de adequar uma situação à outra, de acordo  como contexto sócio­político­econômico e cultural; ·  Diagnóstico,  que  é  a  capacidade  de  identificar  e  analisar  as  características  gerais e específicas da situação; ·  Escolha  de  estilos  de  liderança,  que  é  a  capacidade  de  escolher  o  estilo  de  liderança mais adequado.  Cientes dessas habilidades e de todos os aspectos apresentados nesse trabalho para que  se obtenha um ambiente fértil a fim de implantar­se uma gestão da sala de aula de qualidade,  professor  e  alunos  devem  visar  a  implantação  de  um  projeto  coletivo  e  compartilhado  na  escola.  7  CONCLUSÃO  A educação na contemporaneidade deve primar pela busca de uma relação  professor/aluno baseada no diálogo.  As  características  apontadas  por  Doyle  refletem­se  no  contexto  da  sala  de  aula,  influenciando  os  comportamentos,  quer  dos  professores,  quer  dos  próprios  alunos.  Neste  contexto sobressaem ainda a organização do espaço físico e a forma de supervisão (individual  ou grupal). O rendimento dos alunos pode ser afetado pela proximidade ou distanciamento do  professor, gerando­se, com o aumento espacial entre eles, um decréscimo de rendimento nas  atividades e um crescendo de comportamentos disruptivos.  Outro fator que influencia o comportamento dos alunos é a existência das regras. Na  verdade,  da  sua  compreensão  e  legitimidade  decorre,  em  grande  parte,  a  sua  aceitação,  permitindo  assim  que  elas  desempenhem  um  papel  de  regulador  funcional.  De  fato,  ao  estabelecerem  as  condições  para  a  instrução, ou  ao restabelecê­las,  quando  são  quebradas,  regulam as condições de harmonização do sistema normativo com o sistema produtivo na sala  de aula (Estrela, 1992:52).  Quando existe harmonia entre os dois sistemas, um acaba por reforçar o outro. Esta  harmonia  acaba  por  ser  desrespeitada,  quando  as  regras  subjacentes  a  cada  formato  de  atividades ou não são devidamente definidas, ou não consideram os contextos em que se vai  desenrolar  a  atividade.  Geram­se  assim  comportamentos  desviantes,  desrespeitantes  da  ordem, cujo grau depende também da força do vetor primário e do tempo de intervenção que  ocorre antes do vetor secundário ter ganhado força.  O  papel  do  professor  nesta  concepção  de  educação  que  busca  trabalhar  a  dialeticidade  em  sala  de  aula  é  de  suma  importância  para  que  se  trilhe  novos  caminhos  educacionais capazes de melhorar as relações em sala de aula.  Ao  professor  eficaz  cabe  criar  a  ordem,  estabelecendo  atividades,  antecipando  os  maus comportamentos e cerceando­os, quando surgem (Doyle, 1986:421). Compete­lhe criar  ambientes produtivos, na conscientização de que a ordem, mais do que imposta, tem de ser  vivida, construída, no microssistema da sala de aula.  7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA  ARENDS, I. Richard. Aprender a Ensinar. Portugal: McGraw­Hill, 1995.  CAMBI,  Franco.  Características  da  Educação  Contemporânea.  In:  História  da  Pedagogia,  UNESP, 1999. P. 377 ­ 405.  DOYLE,  W.  (1986).  Classroom  Organization  and  Management.  In  Witrock,  M.  (ed.).  Handbook of Research of Teaching. New York: Mc Millan, 1986.
  • 8. ESTRELA, Maria Teresa. Relação Pedagógica, Disciplina e Indisciplina na Aula. Porto: Porto  Editora, 1992.  FALCÃO  FILHO,  José  Leão.  A  busca  da  qualidade  na  escola.  In:  Vida  na  escola.  Educaçãocomunitária.REVISTA CNEC.N. 2, Brasília, abr. /mai./jun. 1995.  _______. Gestão compartilhada.In: Revista Brasileira de AdministraçãodaEducação. ANPAE.  Brasília, V. 8, n. 2, jul. /dez. 1992, p. 9­33.  MELLO, Guiomar Namo de. Cidadania e competitividade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 204 p.  1994.  MORIN, Edgar.Os sete saberes necessários à educação do futuro. 6. ed. São Paulo: Cortez,  Brasília, DF: UNESCO, 2.002.  MOSCOVICI, Felá. Desenvolvimento Interpessoal. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1995.  p.  125­144.  PORTUGAL,  Gabriela.  (1992).  Ecologia  e  Desenvolvimento  Humano  em  Bronfenbrenner.  Aveiro: Cidine, 1992.  Relatório para a UNESCO da  Comissão Internacional  sobre Educação para o século XXI.  Educação: um tesouro a descobrir (Jacques Delors – org.) 5. ed. São Paulo: Cortez, 2.001.