Este documento discute os desafios e diferenciais da formação de professores para programas de mestrado e doutorado a distância. A formação de professores é fundamental para o sucesso destes programas e pode agregar valor às instituições por meio da qualidade da pesquisa, conexão com a sociedade e retenção de alunos. Investir na formação docente para a educação a distância pode ter benefícios humanitários e científicos significativos.
1. Formação de professores para o mestrado e o doutorado EaD: desafios e
diferenciais para as IES ofertantes
Por Enilton F. Rocha, 06 set. 2019.
Este tema tem sido objeto de reflexões e controvérsias em debates acadêmicos diante da
liberação, pela CAPES, da oferta de mestrado e de doutorado a distância. De certo modo é
compreensível essas reações de alguns especialistas, se considerarmos os contextos em que se
inserem os pré-requisitos de gestão, qualidade, inovação e sustentabilidade para os programas
nessa modalidade.
Durante as reuniões semanais da equipe do projeto HUB Mestrado e Doutorado EaD, volta e
meia esse componente aparece em meio aos debates sobre a necessidade de profissionais
qualificados para o exercício da orientação ou da mentoria nessa nova configuração para a
pesquisa stricto sensu.
Observa-se que os elementos centrais dessa preocupação concentram-se em questões como:
O que seria diferencial em currículos e portfólios que possa garantir qualidade no exercício do
orientador em ofertas híbridas de mestrado e de doutorado a distância? A experiência na oferta
presencial não seria o suficiente?
De que modo a prática docente em ambientes tecnologicamente organizados e a distância pode
exigir mais afinidade com as novas práticas da aprendizagem compartilhada, híbrida e
cooperativa para a gestão do projeto de pesquisa em diferentes interfaces de mediação, em
ambientes histórico-culturais e socioemocionais diferenciados?
Quais seriam os pré-requisitos do processo seletivo para os candidatos ao mestrado e ao
doutorado a distância?
Quais seriam os referenciais de excelência que possam garantir inovação, sustentabilidade e
reconhecimento aos programas de mestrado e de doutorado, cujas novas regras são
determinadas pela portaria 90/2019 da CAPES?
Quais seriam os objetos essenciais formativos para que tanto professores quanto estudantes
possam usufruir adequadamente de potenciais sistemas analíticos de dados, de sistemas
embarcados e das conformidades gerenciais de projetos de pesquisas mediados
tecnologicamente?
Nesse contexto, a formação de professores parece se destacar e se configurar como elemento
fundamental para o sucesso de programas nessa categoria. Aceitando essa premissa como base
para o planejamento desses programas, quais seriam as bases formativas para certificar esses
profissionais?
Do ponto de vista formativo, convém destacar alguns diferenciais e valores potencialmente
agregados ao conceito institucional das IES ofertantes que optarem pela formação de
professores em seu planejamento estratégico para a oferta desse segmento educacional:
i. o destaque da influência do professor orientador, bem qualificado, seria medido na
qualidade formativa de seus orientandos, na qualidade da conexão entre pesquisa e aplicação
2. nos desenvolvimentos social e econômico do país (em especial nas ofertas no interior do país e
em programas internacionais); na qualidade da dialética e da conexão entre pesquisa pura e as
suas contribuições para a sociedade e para o mundo em seus ecossistemas;
ii. a relação orientador-orientando, em situações diversas fora de ambientes tradicionais
de gestão de ensino e de aprendizagem, poderá fortalecer o caráter formativo de ambos e
enriquecer os resultados esperados e seus efeitos sobre o objeto pesquisado;
iii. o ganho real da formação de professores e candidatos ao mestrado e doutorado EaD
poderá influenciar no resultado da captação e da retenção dos estudantes nas IES com essa
expertise docente.
Enfim, investir em formação de professores, nesse novo segmento educacional, pode
representar conceitos 5 a 7, nas escala de 1 a 7 da CAPES, atribuídos não por essa instituição
governamental, mas pelas sociedades científicas brasileira e internacional, pela sociedade civil,
pelas comunidades docente e discente e pelo segmento empresarial. São valores que
extrapolam um conceito parametrizado formal e que serão sentidos, reconhecidos e medidos
em valores reais humanitários e científicos para a sociedade brasileira e para o mundo.
Um instigante começo de uma nova era na educação brasileira…
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