1. Discutindo a filosofia
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Texto 1 – Ética e Cidadania
O Campo da Moral
No nosso dia-a-dia, encontramo-nos freqüentemente diante de situações nas quais a
nossa decisão depende daquilo que consideramos bom, justo ou moralmente correto.
Toda vez que isso ocorre, estamos diante de uma decisão que envolve um julgamento
moral da realidade, a partir do qual vamos nos orientar. Assim, o homem age no mundo
de acordo com valores, isto é, para ele, as coisas do mundo e as ações sobre o mundo
não são indiferentes, não se equivalem, mas são hierarquizadas de acordo com as
noções de bem e de justo que os homens compartilham em um determinado momento.
Em outras palavras, o homem é um ser moral, um ser que avalia sua ação a partir de
valores.
Exemplo de julgamento moral:
Este homem realizou uma boa ação.
Exemplo de julgamento estético:
Este homem é belo.
Diferença entre Ética e Moral
MORAL - É o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época ou por um
determinado grupo de pessoas com o objetivo fundamental de obter uma melhor relação
em sociedade. Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no espaço
quanto no tempo, os valores podem ser distintos de uma comunidade para outra, o que
origina códigos morais diferentes. Podemos dizer, de modo simplificado, que o sujeito
moral é aquele que age bem ou mal, na medida em que acata ou transgride as regras
morais.
ÉTICA - É a parte da filosofia (disciplina filosófica) que se ocupa com a reflexão a respeito
das noções e princípios que fundamentam a vida moral. A ética é uma disciplina teórica
sobre uma prática humana, que é o comportamento humano. No entanto, as reflexões
éticas não se restringem apenas à busca de conhecimento teórico sobre valores
humanos, cuja origem e desenvolvimento levantam questões de caráter sociológico,
antropológico, religioso e etc. A ética é uma filosofia prática.
DEONTOLOGIA - Doutrina ética que privilegia, entre as prioridades da interação pessoal,
a conformidade a certas normas de caráter obrigatório e universal, onde a idéia de
respeito recíproco assume um valor intrínsico, revestindo-se da dignidade de um dever
moral a ser cumprido. Aqui é concedida uma prioridade ao conceito de justiça
TELEOLOGIA - Doutrina ética cujos princípios repousam principalmente na avaliação de
modos de agir e condutas que se conformam a um determinado fim a ser alcançado e tido
como um bem, seja ele a felicidade, a excelência humana ou mesmo o prazer. Aqui é
concedida uma prioridade ao conceito de bem.
Principais Representantes da Teleologia e da Deontologia
TELEOLOGIA: ARISTÓTELES (384-322 a.C.): “A virtude de uma coisa é relativa ao seu
funcionamento apropriado... na alma existem três coisas que controlam a ação e a
verdade: sensação, razão e desejo... A origem da ação - sua causa eficiente, não final - é
a escolha, e a da escolha é o desejo e o raciocínio com um fim em vista... pois a boa ação
é um fim ao qual visa o desejo” (ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril
Cultural, 1973. Col. Os pensadores,Vol. IV. Livro VI, cap.2 , p. 342)
“... tudo o mais é desejado no interesse deste fim... evidentemente tal fim será o bem, ou
antes, o sumo bem... pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser
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este fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”.
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: abril cultural, 1973. Col. Os pensadores.
Vol. IV.Livro I, cap.2 e 4, p. 249 e 251) .
DEONTOLOGIA: KANT (1724-1804): “O respeito, e não o prazer ou a fruição da
felicidade, é pois algo para o qual nenhum sentimento precedente, posto como
fundamento da razão, é possível (porque este seria sempre estético e patológico); a
consciência do constrangimento imediato da vontade pela lei (imperativo categórico)
dificilmente é um análogo do sentimento de prazer porque, em relação à faculdade de
desejar, produz justamente o mesmo sentimento, mas a partir de fontes diferentes; porém
só mediante este modo de representação se pode alcançar o que se procura, a saber,
que as ações têm lugar não apenas em conformidade com o dever (em conseqüência de
sentimentos agradáveis), mas por dever, o que tem de ser o verdadeiro fim de toda
formação moral”.
(KANT. Crítica da Razão Prática. Lisboa: Edições 70, 1999. Col. Textos Filosóficos.
capítulo II da Dialética da Razão Pura Prática, p.136).
Leis Naturais e Leis Morais
LEIS NATURAIS: Leis nas quais todo o ser vivo está submetido. Necessariamente
nascemos, vivemos e morremos, como todos os demais animais. As leis naturais não
estão subordinadas à nossa vontade. Para David Hume (1711-1776) “a lei natural é
resultado de uma experiência fixa e inalterável”. Assim, todos estamos submetidos a leis
naturais invariáveis cuja descoberta precisa e cuja redução ao mínimo número possível
constituem o eterno objetivo dos cientistas.
LEIS MORAIS: O reino das leis morais é o reino da práxis, no qual as ações são
realizadas racionalmente não por necessidade causal, mas segundo a nossa vontade.
Apesar de existirem milhares de leis ou regras morais que variam de sociedade para
sociedade. Segundo Kant, o dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer ação
moral. Assim, o dever é um imperativo categórico que ordena incondicionalmente a razão
e vale, sem exceção, para todas as circunstâncias de todas as ações morais. O
imperativo categórico é uma lei moral universal.
Liberdade e Determinismo
Quando nos referimos ao conceito de liberdade, podemos fazê-lo a partir de diversas
perspectivas. No sentido mais comum, uma pessoa livre é aquela que pensa e age por si
própria, não é constrangida a fazer o que não deseja nem é escrava ou prisioneira. Mas
podemos considerar liberdade em outros sentidos mais amplos, por exemplo, no âmbito
da política, da economia, das leis, da sociedade, espaços específicos em que os
indivíduos se relacionam entre si no exercício do poder, dos negócios, do direito, no
convívio pessoal. Embora esses campos tenham suas características próprias, em todos
eles perpassa a idéia de liberdade ética, que diz respeito ao sujeito moral, capaz de
decidir com autonomia em relação a si mesmo e aos outros. Sabemos que, assim como
somos determinados pela natureza, somos submetidos à regras sociais que determinam
nosso comportamento desde o nosso nascimento. É preciso considerar os dois pólos
contraditórios do pessoal e do social como uma relação dialética, ou seja, uma relação em
que se estabeleça o tempo todo a implicação recíproca entre determinismo e liberdade,
entre aceitação e recusa da interdição.
O Que é Determinismo?
Segundo o determinismo científico, tudo que existe tem uma causa. O mundo explicado
pelo princípio do determinismo é o mundo da necessidade, e não o da liberdade.
Necessário significa tudo aquilo que tem de ser e não pode deixar de ser. Nesse sentido,
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necessidade é o oposto de contingência, que significa “o que pode ser de um jeito ou de
outro”. Exemplificando: se aqueço uma barra de ferro, ela se dilata: a dilatação é
necessária, no sentido de que é um efeito inevitável, que não pode deixar de ocorrer. No
entanto, é contingente que neste momento eu esteja usando roupa vermelha ou amarela.
Como vimos anteriormente, do ponto de vista moral, somos determinados a herdar os
valores do grupo social a que estamos inseridos, mas a dimensão social da moral passa
pelo crivo da dimensão pessoal. Ou seja, somos livres e enquanto seres capazes de agir
de forma autônoma, podemos alterar ou modificar totalmente essas regras, caso
contrário, as regras seriam eternamente válidas. É importante refletirmos neste item se
nossas decisões dependem apenas do nosso querer ou são definidas por condições que
nos obrigam a agir independente de nossa escolha consciente?
Felicidade e Dever Moral
Aristóteles define o homem como ser racional e considera a atividade racional, o ato de
pensar, como a essência humana. Para ele:Para ser feliz, portanto, o homem deve viver
de acordo com a sua essência, isto é, de acordo com a sua razão, a sua consciência
reflexiva. E, orientando os seus atos para uma conduta ética, a razão o conduzirá à
prática da virtude. Para Aristóteles, a virtude representa o meio-termo, a justa medida de
equilíbrio entre o excesso e a falta de um atributo qualquer. Exemplos: a virtude da
prudência é o meiotermo entre a precipitação e a negligência; a virtude da coragem e o
meio-termo entre a covardia e a valentia insana; a perseverança é o meio-termo entre a
fraqueza de vontade e a vontade obsessiva.“(...) O que é próprio de cada coisa é, por
natureza, o que há de melhor e de aprazível para ela (...) para o homem a vida conforme
a razão é a melhor e a mais aprazível, já que a razão, mais que qualquer outra coisa, é o
homem. Donde se conclui que essa vida é também a mais feliz”. (ARISTÓTELES. Ética a
Nicôrnaco. Apud História do pensamento, v. 1, p. 97).
Ética e Política
Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, isto é, a vida propriamente humana
digna de seres livres, então é inseparável da ética.De fato, para os gregos, era
inconcebível a ética fora da comunidade política - a pólis como koinonia ou comunidade
dos iguais, pois nela a natureza ou essência humana encontrava sua realização mais alta.
Quando estudamos a ética, vimos que Aristóteles distinguira entre teoria e prática e,
nesta, entre fabricação e ação, isto é, diferenciara poiesis de práxis. Vimos também que
reservara à práxis um lugar mais alto do que à fabricação, definindo-a como ação
voluntária de um agente racional em vista de um fim considerado bom. A práxis por
excelência é a política. A esse respeito, na Ética a Nicômaco, escreve Aristóteles: Se, em
nossas ações, há algum fim que desejamos por ele mesmo e os outros são desejados só
por causa dele, e se não escolhemos indefinidamente alguma coisa em vista de uma
outra (pois, nesse caso, iríamos ao infinito e nosso desejo seria fútil e vão), é evidente
que tal fim só pode ser o bem, o Sumo Bem (...). Se assim é, devemos abarcar, pelo
menos em linhas gerais, a natureza do Sumo Bem e dizer de qual saber ele provém.
Consideramos que ele depende da ciência suprema e arquitetônica por excelência. Ora,
tal ciência é manifestamente a política, pois é ela que determina, entre os saberes, quais
são os necessários para as cidades e que tipos de saberes cada classe de cidadãos deve
possuir (...). A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o que é
preciso fazer e do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve
englobar os fins de todas as outras, donde se conclui que o fim da política é o bem
propriamente humano. Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da
cidade, é manifestamente uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e
salvaguardar o bem da cidade, pois o bem não é seguramente amável mesmo para um
indivíduo, mas é mais belo e mais divino aplicado a uma nação ou à cidade.
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Platão identificara a justiça no indivíduo e a justiça na pólis. Aristóteles subordina o bem
do indivíduo ao Bem Supremo da pólis. Esse vínculo interno entre ética e política
significava que as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos
cidadãos e vice-versa, isto é, das qualidades da cidade dependiam as virtudes dos
cidadãos. Somente na cidade boa e justa os homens podem ser bons e justos; e somente
homens bons e justos são capazes de instituir uma cidade boa e justa.
Extraído de: http://www.portalimpacto.com.br/pre/professores/pagina_prof/filos_kezia.html
Texto 2 - Fundamento da realidade
Para o grego Aristóteles, o ser humano tem o desejo natural de saber
Diz o provérbio que as aparências enganam. Enganam justamente porque não nos
contentamos só com o que aparece. Aristóteles dizia que o ser humano tem o desejo
natural de saber. Quando algo aparece para nós através dos sentidos, queremos logo
saber: Como é? Para que serve? Como funciona? Isso é assim desde que o homem é
sapiens.
Nossa curiosidade se estendeu, inclusive, para outros limites. O homem está sempre se
perguntando: Será que existe uma ordem por trás do que aparece? Será que o que
aparece é uma mera ilusão que encobre uma verdade oculta?
Alguns povos encontraram uma resposta bastante convincente na religião. Várias
mitologias falam de um passado imemorial, em que uma ou várias divindades teriam
transformado o caos em um cosmos, que significa "ordem". De tal forma que, mesmo que
muitas vezes as aparências digam o contrário, há uma ordem que rege todos os
fenômenos do universo, como a sucessão do dia pela noite e as estações durante o ano.
Qual o princípio de tudo?
Com a ampliação do conhecimento em várias áreas - como a astronomia, a matemática,
etc. -, os primeiros filósofos começaram a pensar se a razão humana não poderia ir um
pouco mais longe na resposta à grande questão: qual o princípio de tudo o que existe?
Um dos primeiros filósofos a tentar dar uma resposta, sem fazer recurso aos deuses, foi
Tales de Mileto (cerca de 625-558 a.C.), muito mais conhecido por seu teorema sobre a
propriedade dos triângulos do que como filósofo. Na verdade, do que Tales pensou não
sobrou muito além de alguns fragmentos. Ele inaugurou a filosofia ao afirmar que tudo é
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água. Frase que, hoje, pode soar estranha e até mesmo absurda, mas que marca a forma
propriamente filosófica de pensar, que difere tanto da ciência quanto da religião.
Difere da ciência por não se preocupar em explicar fenômenos particulares, como o
comportamento de estrelas binárias ou de que maneira o colesterol pode afetar nossa
saúde. A filosofia trata do geral, do que está à vista de todo mundo, do que nos é comum.
Quando Tales diz que tudo é água, por exemplo, ele quer dizer que há algo de comum a
tudo o que existe, uma unidade que pode ser encontrada em meio à diversidade que nos
cerca. Tal resposta também o afasta da religião, por não buscar uma explicação para
esse mundo fora dele. Ao atribuir à água a origem de tudo (não podemos esquecer que a
vida começou na água), Tales questiona se, através de uma investigação racional e
criteriosa, não poderíamos encontrar respostas para as grandes perguntas que nos
cercam.
Sem dogmatismos
Outra característica importante da filosofia que se inaugura com Tales é sua capacidade
de revisão e crítica interna, distanciando-se de posições rígidas ou dogmáticas, muitas
vezes de origem mítica ou religiosa, que são impermeáveis às mudanças ou às críticas.
Anaximandro, um discípulo de Tales, considerava difícil aceitar a idéia de que um
elemento como a água tivesse gerado todos os outros, pois o princípio teria que ser
indestrutível e não-engendrado, do contrário, como tudo, estaria ele também sujeito à
mudança e decomposição. A esse princípio, Anaximandro dá o nome de apeíron, que
pode ser traduzido por infinito ou ilimitado.
Já Anaxímenes, também de Mileto, considerava que tudo teria se formado a partir do ar
infinito, por um processo de rarefação e condensação. Empédocles de Agrigento achava
que tudo era um composto de quatro elementos (fogo, terra, água e ar) em diferentes
combinações, movidos por forças de repulsão (ódio) e atração (amor). Demócrito de
Abdera achava que tudo era formado de partículas infinitamente pequenas e indivisíveis,
as quais denominou de átomos (do grego, não-divisível).
De certa forma, as teorias desses filósofos, entre outros do mesmo período, aproximam-
se em algum grau daquilo que hoje consideramos verdade científica. Independentemente
disso, o mais importante é a forma como trataram a pergunta sobre o princípio comum de
tudo e o encaminhamento da resposta que tentaram dar a ela.
O fundamento da realidade
Os primeiros filósofos, assim como os filósofos de hoje, estavam interessados não sobre
a forma como conhecemos este ou aquele fato em particular, mas sobre como podemos
conhecê-los em geral. Ou seja, se existem realmente fundamentos suficientemente firmes
nos quais poderíamos edificar as bases de todos os nossos conhecimentos ou se nossos
conhecimentos não passam de castelos de areia que mal resistem às vagas do ceticismo
e do relativismo.
Para boa parte dos filósofos da Antigüidade Clássica, responder a essa questão
equivaleria a responder sobre o fundamento da realidade, sem o qual nenhuma verdade
poderia considerar-se suficientemente segura.
Para refletir
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A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a
origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a
sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo
sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e
enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido
o pensamento: “Tudo é um”. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em
comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo
mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o
primeiro filósofo grego. Se tivesse dito: “Da água provém a terra”, teríamos apenas uma
hipótese científica, falsa, mas dificilmente refutável. Mas ele foi além do científico. Ao
expor essa representação de unidade através da hipótese da água, Tales não superou o
estágio inferior das noções físicas da época, mas, no máximo, saltou por sobre ele. As
parcas e desordenadas observações da natureza empírica que Tales havia feito sobre a
presença e as transformações da água ou, mais exatamente, do úmido, seriam o que
menos permitiria ou mesmo aconselharia tão monstruosa generalização; o que o impeliu a
esta foi um postulado metafísico, uma crença que tem sua origem em uma intuição
mística e que encontramos em todos os filósofos, ao lado dos esforços sempre renovados
para exprimi-la melhor – a proposição: “Tudo é um”. (...) Quando Tales diz: “Tudo é água”,
o homem estremece e se ergue do tatear e rastejar vermiformes das ciências isoladas,
pressente a solução última das coisas e vence, com esse pressentimento, o acanhamento
dos graus inferiores do conhecimento. O filósofo busca ressoar em si mesmo o clangor
total do mundo e, de si mesmo, expô-lo em conceitos; enquanto é contemplativo como o
artista plástico, compassivo como o religioso, à espreita de fins e causalidades como o
homem de ciência, enquanto sente dilatar-se até a dimensão do macrocosmo, conserva a
lucidez para considerar-se friamente como o reflexo do mundo, essa lucidez que tem o
artista dramático quando se transforma em outros corpos, fala a partir destes e, contudo
sabe projetar essa transformação para o exterior, em versos escritos. O que é o verso
para o poeta, aqui, é para o filósofo o pensar dialético: é deste que ele lança mão para
fixar-se em seu enfeitiçamento, para petrificá-lo. E assim como, para o dramaturgo,
palavra e verso são apenas o balbucio em uma língua estrangeira, para dizer nela o que
viveu e contemplou e que, diretamente, só poderia anunciar pelos gestos e a música,
assim a expressão daquela intuição filosófica profunda pela dialética e a reflexão científica
é, decerto, por um lado, o único meio de comunicar o contemplado, mas um meio
raquítico, no fundo uma transposição metafórica, totalmente infiel, em uma esfera e língua
diferentes. Assim contemplou Tales a unidade de tudo o que é: e quando quis comunicar-
se falou da água! (Nietzsche, Friedrich. A Filosofia na época trágica dos gregos, § 3.
Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. In: Os Pré-socráticos, São Paulo: Nova
Cultural, 1989, Coleção “Os Pensadores”, pp. 10-12)
Extraído de: http://educacao.uol.com.br/filosofia/teoria-conhecimento-2.jhtm
Texto 3 – Hermenêutica: A arte de interpretar o
sentido da palavra do autor
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Hermenêutica remete ao deus grego Hermes, o mensageiro dos deuses
É comum ouvirmos os jovens se queixando da falta de compreensão dos pais e os pais,
por sua vez, dizerem que não entendem seus filhos. Se problemas de compreensão
surgem até mesmo entre pessoas de uma mesma família, o que dizer de pessoas
afastadas de nós por centenas ou milhares de anos? Como podemos ter certeza de que
estamos interpretando Platão ou uma passagem do Evangelho segundo a intenção de
seu autor? Tais problemas constituem o objeto de investigação da hermenêutica.
O termo "hermenêutica" remete ao deus grego Hermes, o mensageiro dos deuses, aquele
que traz notícias. O hermeneuta seria aquele que tanto transmite quanto interpreta uma
mensagem, já que não é possível separar uma coisa da outra. Por conseguinte,
hermenêutica seria a arte de interpretar o sentido da palavra do autor, principalmente de
textos clássicos.
Para o filósofo Wilhelm Dilthey (1833-1911) a pergunta fundamental da hermenêutica é:
"como é possível o compreender?" Ou seja, o que me torna capaz de compreender o que
outra pessoa disse ou "quis dizer"? No caso das ciências da natureza, a interpretação do
cientista é algo a ser anulado para deixar os fatos falarem por si mesmos, de modo a
garantir a objetividade do conhecimento. Nas ciências humanas, ocorre o processo
inverso, é justamente a vivência do sujeito que permite atribuir uma significação aos
acontecimentos.
Compreendendo a mim e aos outros
Cada um de nós atribui um significado às nossas vivências construindo a nossa biografia
individual, que é o que permite que eu me reconheça quando olho as fotos de minha
infância, por exemplo. É também a minha biografia individual que permite que eu
estabeleça uma conexão entre a vivência individual e a existência coletiva, o que
possibilita que eu compreenda os outros da mesma forma com que compreendo e
interpreto as minhas próprias vivências.
Por exemplo, que se estivesse no lugar de outra pessoa em uma determinada situação
teria feito isto ou aquilo. Ao observar o modo de agir de alguém, eu posso compreender
não só o que ele está fazendo, mas também o sentido possível de sua ação, isto é, o que
o sujeito pretende ao realizar tal ação. Da mesma forma, quando observo a expressão de
alguém, posso inferir se ela está triste, preocupada etc.
Além do agir e da expressividade, a linguagem constitui o principal meio para se
compreenderem as manifestações vitais. É através dela que as vivências se exteriorizam
permitindo que se tornem comuns, constituindo nosso mundo cultural. As vivências são,
portanto, o que possibilita nossa compreensão mútua, que nem sempre está isenta de
mal-entendidos.
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Validade da interpretação
Como as pessoas interpretam os eventos segundo suas vivências, estas nem sempre
correspondem as de outras gerações ou culturas, levando aos erros de interpretação. O
problema está, portanto, em estabelecer parâmetros para saber quais interpretações são
válidas e quais não são. Sem tais parâmetros, poderíamos acabar achando que qualquer
interpretação sobre um fato social ou histórico seria igualmente válida.
Um outro complicador nessa questão é que, ao contrário das ciências naturais em que há
a possibilidade de se repetir um experimento, nas ciências humanas não há como
"provar" que a interpretação é correta. Não se pode, por exemplo, consultar os que já
estão mortos para saber se concordam com a nossa interpretação, ou mesmo garantir
que um entrevistado esteja dizendo a verdade ao falar sobre suas memórias ou
experiências.
Um parâmetro sugerido pelo filósofo Jürgen Habermas para garantir a objetividade de
uma interpretação seria, além do uso de métodos reconhecidos pela comunidade de
historiadores ou cientistas sociais, a justificativa do intérprete por ter escolhido essa
hipótese e não aquela, além da explicitação dos pressupostos dos quais partiu.
"Círculo virtuoso"
Nas ciências humanas assim como nos diálogos cotidianos permanece sempre aberta a
possibilidade de demonstrar argumentativamente as razões para se compreender algo
desta ou daquela maneira. Através da crítica de outros estudiosos, podemos melhorar
nossa compreensão do objeto e reconstruir a teoria em um processo contínuo.
Tal processo foi denominado por Dilthey de "circulo virtuoso" em que partimos de uma
compreensão provisória do objeto, confrontamos os dados com a compreensão que
tínhamos dele e alargamos nossa compreensão.
Isso tudo permite que nós, seres humanos, possamos compreender melhor a nossa arte,
história, cultura e sociedade e se não resolve o problema da comunicação entre pais e
filhos, ou entre povos de diferentes culturas, pelo menos nos permite entender porque
isso acontece.
Extraído de: http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u48.jhtm
Texto 4 – Questionário explicativo com alguns
conceitos filosóficos
1. Como explicar o conceito de filosofia?
O conceito de filosofia pode ser explicado por seu objeto e por seu método. O objeto da
filosofia é conceitual; a filosofia trabalha com conceitos que utilizamos no nosso dia-a-dia,
que utilizamos nas ciências, nas artes, mas a respeito dos quais nunca pensamos. O
método da filosofia é argumentativo e crítico: a filosofia é um tipo de conhecimento
construído por meio do debate, do diálogo, da argumentação e que deve estar sempre
aberto à reformulação.
2. Como a filosofia surgiu?
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A filosofia surgiu na Grécia do século VI a.C. com homens que buscavam conhecer as
coisas por meio da investigação empírica e racional, não aceitando a sabedoria da
tradição como ponto de partida para o conhecimento.
3. Qual a relação entre mito e filosofia?
A filosofia nasce como uma reação contra as narrativas mitológicas que procuravam
explicar todas as coisas por meio da existência e das ações dos deuses. A filosofia
eventualmente utiliza-se de mitos como recurso retórico, mas busca superar a mitologia
por meio da construção do conhecimento pelo trabalho argumentativo crítico.
4. Qual a diferença entre discurso narrativo, discurso poético e discurso
predicativo?
O discurso narrativo tem como objetivo narrar um acontecimento factual ou mitológico. O
discurso poético tem como objetivo apresentar uma visão de mundo por meio de imagens,
utilizando estruturas poéticas. O discurso predicativo tem o objetivo de afirmar algo sobre
alguma coisa, pôr um predicado num sujeito. O discurso mitológico é geralmente
narrativo, ainda que tenha estrutura poética; os poemas são exemplos de discurso
poético; e a filosofia é geralmente escrita como discurso predicativo.
5. O que é a controvérsia entre a filosofia e a sofística?
No século V a.C., o filósofo Sócrates defendia que o objetivo da filosofia era conhecer a
verdade por meio da argumentação crítica. Sócrates defendia que existia uma verdade, e
que para conhecê-la era necessário descobrir a própria ignorância (o que significa que a
primeira tarefa da filosofia deveria ser a promoção do auto-conhecimento). Sócrates
também considerava que um filósofo não deveria ser pago, pois a verdade não era artigo
comerciável. Contudo, os sofistas, que eram contemporâneos de Sócrates, tinham outra
visão a respeito da verdade. Eles achavam que a verdade era função da argumentação:
quem tinha a maior força argumentativa era o proprietário da verdade. Os sofistas eram
advogados profissionais e professores de retórica, cobrando pelos seus trabalhos.
Sócrates considerava que os sofistas eram charlatões, pois ensinavam os alunos a
vencer os debates e não a buscar pela verdade.
6. O que significa a divisão entre dialética e retórica?
A dialética é o método filosófico: a dialética é o trabalho de chegar ao conhecimento por
meio da argumentação crítica e da análise dos argumentos. A retórica é uma arte: é a arte
de vencer um debate e convencer por meio da utilização de argumentos, não importando
se os argumentos são bons ou maus.
7. O que é um argumento?
Um argumento é um conjunto de proposições que justificam ou sustentam uma tese.
Essas proposições aparecem como premissas e conclusão. Todo argumento tem uma ou
mais premissas e apenas uma conclusão.
8. O que é a verdade e a validade?
A verdade é uma propriedade das proposições. Uma proposição pode ser verdadeira ou
falsa. A validade é uma propriedade dos argumentos dedutivos. Um argumento dedutivo
pode ser válido ou inválido. Mas um argumento nunca pode ser verdadeiro ou falso, nem
uma proposição pode ser válida ou inválida.
9. Como identificar as premissas e a conclusão de um argumento?
As premissas de um argumento são as proposições que justificam, que sustentam, que
explicam, que levam até a conclusão. A conclusão é a proposição que é justificada, que é
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sustentada, que é explicada pelas outras proposições. A conclusão é a tese defendida
pelo argumento.
10. Qual é a diferença entre um raciocínio (argumento) dedutivo e um indutivo?
Um raciocínio dedutivo é um argumento que parte de uma proposição que tem a forma de
uma lei geral para chegar a uma conclusão particular retirada dessa lei geral. A dedução
estabelece uma relação entre conceitos. A dedução é uma relação puramente lógica; um
argumento dedutivo pode ter todas as suas proposições falsas e ainda assim ser um
argumento dedutivo válido. Um argumento dedutivo pode ser válido, quando sua forma
lógica é correta, ou inválido, quando sua forma lógica não é correta.
Um argumento indutivo é um argumento que parte de elementos particulares que têm
origem na experiência para chegar a uma conclusão geral e conceitual. A indução
estabelece uma relação entre a experiência e um conceito. A indução não é uma relação
puramente lógica: ela mistura a lógica com a experiência. Por isso, um argumento indutivo
não pode ser considerado válido ou inválido; ele pode ser considerado apenas mais
provável ou menos provável.
11. O que é o racionalismo?
O racionalismo é uma filosofia que enfatiza o papel da razão na aquisição e na
justificação do conhecimento, em detrimento da experiência sensorial e empírica. Para os
racionalistas, a razão é a fonte dos conhecimentos mais perfeitos e verdadeiros, enquanto
a experiência sensível tem acesso apenas a conhecimentos imperfeitos. Para os
racionalistas, o ser humano já nasce com alguns conteúdos da razão – como, por
exemplo, a idéia de Deus.
12. O que é o empirismo?
O empirismo é uma filosofia que enfatiza o papel da experiência na aquisição e na
justificação do conhecimento, minimizando o papel da razão humana. Para os empiristas,
a própria razão humana é adquirida por meio da experiência. É empirista a idéia de que o
ser humano, quando nasce, é uma espécie de tabula rasa, uma folha em branco.
13. O que é o ceticismo?
O ceticismo é uma filosofia que afirma que existem limitações ao conhecimento possível.
Um cético filosófico não diz que a verdade não existe ou é impossível, mas que não
podemos conhecer ou fazer afirmações sobre a verdade. O ceticismo é uma filosofia
contrária ao dogmatismo, que afirma que a verdade é conhecida e que não há
possibilidade de discussão sobre ela. O ceticismo não deve ser confundido com o
relativismo, que afirma que a verdade é relativa, nem com o niilismo, que afirma que não
há verdade.
14. Qual a relação entre criação artística e conhecimento científico?
A arte e a ciência têm algo em comum: ambas pretendem ser um meio de o ser humano
compreender e agir, ordenando e tornando inteligível o mundo. Contudo, a ciência é feita
a partir do método empírico e busca, por meio da razão e da experiência controlada,
encontrar a verdade sobre a natureza. Já a arte não tem um método específico, mas
vários métodos diferentes, e não visa necessariamente encontrar qualquer verdade.
15. O que é a questão da universalidade do belo?
A questão da universalidade do belo é o problema de saber se a beleza é um conceito
universal e se algo considerado belo em determinada cultura e época será também
considerado belo em outra cultura e época. O problema questiona se a beleza é uma
característica objetiva da obra de arte (ou seja, se a beleza existe independentemente da
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perspectiva histórica e cultural do observador) ou se a beleza é subjetiva (ou seja, se a
beleza está nos olhos de quem vê a obra de arte).
16. Quais as principais teorias estéticas que explicam a obra de arte?
16.a) A teoria da arte como imitação
A teoria da arte como imitação afirma que uma obra só é arte se imita algo, e será tanto
melhor obra de arte quanto mais perfeita for a imitação.
16.b) A teoria da arte como expressão
A teoria da arte como expressão afirma que uma obra só é arte se exprime um sentimento
do artista, e será tanto melhor obra de arte quanto melhor e mais profundamente exprimir
esse sentimento.
16.c) A teoria formalista da arte
A teoria formalista da arte afirma que a obra de arte tem uma forma significante que
provoca nos observadores emoções estéticas. Contudo, a beleza não está “nos olhos de
quem vê”, mas na forma da obra de arte.
17. O que significa causalidade?
A causalidade é a idéia de que todo efeito tem necessariamente uma causa.
18. O que significa determinismo?
O determinismo é a idéia de que quando se conhece todas as condições iniciais de um
sistema, pode-se prever o desenvolvimento futuro desse mesmo sistema.
19. Por que a idéia de determinismo impõe um problema para a compreensão da
liberdade humana?
Porque se o determinismo for verdadeiro, então poderia ser previsto o comportamento
das pessoas diante de determinadas condições. Contudo, se é possível prever o
comportamento de uma pessoa, então essa pessoa não é livre, pois seu comportamento
já estava determinado.
20. Qual é a diferença entre ética e moral?
A moral é a consideração do que é bem ou mal. A ética é o estudo das teorias que vão
explicar a moral. A moral é a prática, a ética é a teoria.
21. Quais as principais teorias éticas usadas cotidianamente?
21.a) O relativismo moral
O relativismo moral é a teoria que afirma que as afirmações morais (isso é bom, aquilo é
mau) são relativas à cultura. Para o relativista moral, não existe algo objetivamente bom
ou mau; o relativista moral afirma que algo considerado mau em determinada cultura pode
ser considerado bom em outra cultura. O relativista moral tende a considerar que “bom” é
aquilo que é socialmente aprovado e “mau” é aquilo que é socialmente desaprovado em
determinada cultura.
21.b) O absolutismo moral
O absolutismo moral é a teoria que afirma que existem valores morais objetivos. Para o
absolutista moral, uma ação é boa ou má, independentemente da cultura à qual o agente
pertença. O absolutista moral parte de princípios éticos definidos e deles deduz suas
proposições morais.
21.c) O utilitarismo
O utilitarismo é a teoria que afirma que deve-se buscar maximizar os benefícios e
minimizar os malefícios para a maior quantidade de pessoas. O utilitarista faz uma
espécie de cálculo ético para chegar à conclusão de que uma ação é boa (a que
maximiza os benefícios e minimiza os malefícios) e outra é má (a que não maximiza os
benefícios e/ou não minimiza os malefícios).
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22. Qual a diferença entre Estado, sociedade e poder?
Estado é uma organização social, política e jurídica de um povo que tem estrutura
administrativa e governo próprio, com soberania sobre um determinado território. O
Estado é produto das vontades individuais do povo e é onde essas vontades individuais
podem ser realizadas. Sociedade é uma associação de indivíduos que repousa sobre um
contrato social e cujos laços de reciprocidade instituem uma ordem econômica ou política.
O poder é a capacidade de se mobilizar forças econômicas, sociais ou políticas para obter
um certo resultado. Alguns filósofos (como Foucault) afirmam que todas as relações entre
o Estado e os indivíduos e todas as relações sociais são relações de poder: o poder
fundamental não é exercido por indivíduos, mas encontra-se disperso, como um aspecto
impessoal da sociedade, e manifesta-se em particular sob a forma de vigilância,
regulação ou disciplina, que adaptam os seres humanos à estrutura social envolvente. O
poder da sociedade não se encontra limitado à sua capacidade de impedir as pessoas de
fazerem coisas; inclui o controle da autodefinição e da forma de vida preferida dos seus
membros.
23. Quais as concepções mais comuns de cidadania?
23.a) A social-democrata
A concepção social-democrata de cidadania visa garantir direitos civis, políticos e sociais
a todos por meio do estado-providência.
23.b) A conservadora
A concepção conservadora de cidadania visa garantir o máximo de liberdade individual e
autonomia para os cidadãos, diminuindo a capacidade do Estado interferir na vida privada
de cada um.
23.c) A teoria da sociedade civil
A concepção dos defensores da teoria da sociedade civil centra sua atenção no modo
como aprendemos a ser cidadãos responsáveis. Para eles, aprendemos a ser cidadãos
participando de organizações civis.
23.d) A teoria liberal
A concepção liberal da cidadania enfatiza a necessidade de os cidadãos serem capazes
de argumentar publicamente. Os cidadãos precisam dar razões para suas exigências
políticas, e não apenas exprimir preferências ou fazer ameaças.
23.e) A teoria republicana
A concepção dos republicanos cívicos defende que os cidadãos responsáveis devem ter
na participação política sua ênfase, e a vida política deve ser colocada à frente das outras
atividades.
Extraído de: http://oficinadefilosofia.wordpress.com/category/filosofia-no-vestibular/