Este documento discute vários parasitas que afetam ruminantes, incluindo seus ciclos de vida, localizações, sintomas e diagnósticos. Os principais parasitas mencionados são Haemonchus contortus, Ostertagia spp. e Trichostrongylus spp., que afetam o abomaso e intestino delgado e podem causar anemia, diarreia e perda de peso. O documento também fornece detalhes sobre o diagnóstico desses parasitas por meio de exames coproparasitológicos e necrops
3. INTRODUÇÃO
Helmintose ruminantes
Perdas econômicas: Queda na produção
- suscetibilidade a outras afecções,
- transmissão de outros agentes infecciosos,
- doenças gastrointestinais e pulmonares,
- morte (filhotes).
4. INTRODUÇÃO
IMPORTÂNCIA
Helmintoses
❖ Especificidade e suscetibilidade do
hospedeiro
ESPÉCIE, RAÇA, IDADE, IMUNIDADE
ESTADO FISIOLÓGICO (peripuerperal)
ESTADO NUTRICIONAL
Auto cura, óbito ou infecção persistente
Imunidade total adquirida é rara
5. INTRODUÇÃO
IMPORTÂNCIA
Helmintoses- somatória
• Natureza e extensão de danos variável
• Danos mecânicos: sangramento, obstrução
pulmonar ou intestinal
• Redução absorção de nutrientes
• Alérgenos
• Anemia, hipoproteinemia (edemas)
6. ORDEM STRONGYLIDA - 3 Super famílias
(estrongilídeos) > gastrointestinais
❖ Trichostrongyloidea
Abomaso e ID Gêneros mais importantes
Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia,
Cooperia, Nematodirus
❖ Strongyloidea Oesophagostomum
❖ Ancylostomatoidea Bunostomum
❖ Metastrongyloidea ( > vermes pulmonares)
7. INTRODUÇÃO
Fêmeas - milhares de ovos nas fezes em
condições de calor e umidade nas pastagens
grande número de larvas sobrevive
Ovos embrionados - L1 (poucas horas)
alimentação bactérias - L2 - L3 (forma infectante)
Larvas infectantes podem sobreviver semanas a
meses em condições climáticas desfavoráveis
8. Introdução
Hipobiose - é um artifício usado
pelos parasitas para evitar
condições climáticas adversas às
suas progênies e permanecer
sexualmente imaturos até que
haja boas condições para seu
desenvolvimento - resistência ao
tratamento!
16. Antiparasitário de amplo espectro
* resistência aos antihelmínticos
Benzimidazóis (todos estágios): albendazol, fembendazol, levamizol
Ivermectina, doramectina, moxidectina, eprinomectrina...
Medicar os animais e transferir para um pasto
seguro
Helmintose - tratamento
17. Medidas preventivas- manejo estratégico
• Rotação de pastagem
• Segregar animais anêmicos
• Drenagem de campos alagadiços
• Desinfecção de instalações
• Incinerar vísceras de animais mortos
INTRODUÇÃO
18. Medidas preventivas- manejo
• Evitar superlotação
• Oferecer nutrição adequada
• Separar jovens de adultos
• Quarentena de animais recém
introduzidos
• Cochos e bebedouros nas áreas de maior
concentração (evitar açudes, fornecer
água tratada)
• Raças resistentes
INTRODUÇÃO
23. ORDEM STRONGYLIDA
Ovo - L1 1-2 dias
L1 e L2 se alimentam de bactérias das fezes
L3 mantem cutícula até infectar hospedeiro ~ 1
semana
L3 L2 e L1
(fezes)
32. HEMONCOSE
Ciclo evolutivo direto
Condições climáticas favoráveis X condições
climáticas desfavoráveis: sobrevivência larval
1-3 meses!
Ovo até forma infectante( L3) 4-6 dias
PPP ~ 21 dias
Hipobiose
Abomaso
33. HEMONCOSE - Manifestações clínicas
Anemia acentuada (mais frequente filhotes)
Hiperaguda, aguda ou crônica
Vários graus de edema (submandibular e ascite)
Letargia e fraqueza muscular, dispneia - ÓBITO
Geralmente apetite normal, fezes bem
formadas, ocasionalmente fezes com coloração
marrom escura (melena), perda de peso, lã
Abomaso
35. Método FAMACHA
Desenvolvido por um pesquisador sul-
africano devido a grande
disseminação de resistência anti-
helmíntica, sendo uma alternativa a
ser utilizada a campo de fácil
aquisição, interpretação e manuseio.
Classifica a anemia em graus através
da análise da mucosa ocular em
comparação com cartão específico
com cinco tons de coloração.
43. OSTERTAGIOSE
Ostertagia spp
Ostertagia ostertagi- bovinos
Ostertagia circuncicta- ovinos
Distribuição mundial- principais parasitas de
ruminantes: grande importância regiões com
clima temperado e subtropical
Brasil: região sul e relatos na região sudeste
Abomaso
44. OSTERTAGIOSE
"Verme marrom do estomago"
pequeno < 14mm
Localização preferencial no hospedeiro: abomaso
Ciclo evolutivo direto
PPP: 21 dias; L3 infectante
Hipobiose > 6 meses
Abomaso
45. OSTERTAGIOSE
Bovinos jovens e ocasional em adultos
Patogenia ingestão da L3 (água ou pasto), penetram no
interior das glândulas gástricas – destruição de grande
número de glândulas e de células que produzem o
ácido clorídrico, hiperplasia e perda da função
glandular, redução na produção de HCl, aumento do
pH, dificulta digestão proteica
Abomaso
46. OSTERTAGIOSE
Manifestações clínicas
Perda de peso - pelagem opaca e seca, redução do
apetite e hipoproteinemia - ascite e edema
submandibular, anemia
Diarreia aquosa intensa/ pode ou não ser contínua,
pode sujar pele da região perianal e membros
pélvicos
Tipo 1 diarreia intensa contínua
Tipo 2 diarreia intermitente
Abomaso
53. TRICHONSTRONGILOSE
Trichostrongylus axei
Parasita bem pequeno (<7 mm)
Raramente é o patógeno primário, geralmente
ocorre associado a outras parasitoses do trato
gastrointestinal
Importante em regiões subtropicais (Brasil)
Localização – abomaso
Ampla variedade de hospedeiros: ruminantes,
equinos, suínos
Abomaso
54. Patogenia
L3 penetram na mucosa abomasal – forma
túneis
Destruição da mucosa e glândulas- edema e
hemorragia na parede abomasal
Perda de proteínas plasmáticas
Mudança de pH e ↑ da permeabilidade da
mucosa
TRICHONSTRONGILOSE
Abomaso
55. Manifestações clínicas
• Maioria assintomáticas
• Infecções maciças –
perda de peso e diarreia
(verde brilhante)
• Atração de moscas
varejeiras (miíases)
TRICHONSTRONGILOSE
Abomaso
60. Manifestações clínicas
• Perda de peso
• Surtos de enterite (infecções maciças), perda de
peso, hipoproteinemia
• Imunidade lentamente adquirida, pode diminuir
imunidade no período próximo ao parto
TRICHOSTRONGILOSE
Intestino delgado
61. Diagnóstico
• Necropsia - mucosa intestinal inflamada e
espessada com presença de muco
• OPG ovos típicos de estrôngilos
• Cultivo larval e identificação adulto (digestão do ID
com salina morna para liberação larval)
Intestino delgado
TRICHOSTRONGILOSE
62. COOPERIOSE
Cooperia spp
Distribuição: mundial
Localização de predileção: intestino delgado
Hospedeiros: ruminantes
Parasitas pequenos < 9mm, cavidade bucal muito
pequena, forma de vírgula
Algumas espécie são específicas outras não
Algumas espécies são mais patogênicas que outras
para determinadas espécies
Intestino delgado
64. Patogenia
Lesão ~Trichostrongylus spp. migração nas
criptas intestinais
PPP 3 semanas
Hipobiose
Imunidade parcial após 1 ano de infecção
COOPERIOSE
Intestino delgado
65. Manifestações clínicas
• Maioria são assintomáticos, perda de apetite
ou baixo ganho de peso
• Enterite catarral intermitente (infecções maciças)
e edema submandibular (hipoproteinemia)
COOPERIOSE
Intestino delgado
66. Diagnóstico
Necropsia - atrofia e edema das vilosidades
intestinais
OPG, cultivo larval e identificação adulto
COOPERIOSE
Intestino delgado
70. Muellerius capillaris
Morfologia: adulto 1 - 3 cm,
cor castanho
Ciclo de vida indireto
Hospedeiro intermediário:
lesma e caramujo
(após ingestão dos ovos,
L1-L3 no HI)
Hospedeiro definitivo:
pequenos ruminantes -
larva migra dos capilares
até linfonodos e pulmão
Traqueia e pulmão
71. ➢ Ovinos e Caprinos
➢ Fezes: L1
➢ HI: moluscos gasterópodes (mais de 40 espécies)
SMGennari
Muellerius capillaris
72. ECLOSÃO DAS LARVAS
TECIDO PULMONAR
MIGRAM VIAS AEREAS
FARINGE
DEGLUTIDAS
ELIMINADAS - FEZES
L1
( AMBIENTE)
INGERIDA POR MOLUSCO
(L1 – L2 – L3 )
OVINOS
INGEREM MOLUSCO ( L3 )
L3
ATRVESSA A PAREDE
INTESTINAL
VIA LINFÁTICA
GÂNGLIOS
MESENTÉRICOS
MUDA - L4
MUDA – L5
PULMÕES
CIRCULAÇÃO
ppp - 6 SEMANAS
ADULTOS
Muellerius capillaris
73. • Geralmente - achado de necropsia
• Adultos no tecido pulmonar
• Formação de nódulos
• Calcificação dos nódulos
• Lesões nodulares na superfície do pulmão
SMGennari
Muellerius capillaris
76. DICTIOCAULOSE ou bronquite parasitária
Hospedeiros ruminantes e equinos
Dictyocaulus arnfield (asnos, equinos)
Dictyocaulus viviparus (bovinos, búfalos)
Dictyocaulus filaria (ovinos e caprinos)
Características morfológicas: 5-8 cm, coloração
branca
Distribuição mundial, em climas temperados com
grande precipitação pluvial (Sul Brasil)
Traqueia e pulmão
77. DICTIOCAULOSE
Broncopneumonia parasitária de ruminantes
Acomete principalmente animais jovens
(bovinos)
Pequenos ruminantes infecções maciças ou
associadas com outros nematelmintos
Traqueia e pulmão
78. DICTIOCAULOSE
Ciclo de vida: direto fêmea ovovivíparas (ovo
com L1)
No ambiente: L1-L3 (5 dias)
Traqueia e pulmão
Fungo Pilobolus sp
(1 semana, até 3 metros)
79. DICTIOCAULOSE
Ciclo de vida:
Ingestão oral (L3) - intestino- penetra na mucosa, L4
migra via linfática ou por vasos sanguíneos até
pulmões (maturidade sexual)
Postura dos ovos larvados (L1) brônquios e bronquíolos
Ovos podem ser expelidos pela cavidade oral ou nasal
(expectoração)
Ou deglutidos e eliminados nas fezes (L1). Geralmente
larva eclode no tubo digestório antes de ser eliminada
nas fezes
Traqueia e pulmão
80. Manifestações clínicas
Mais frequentes em filhotes
Infecção leve - tosse intermitente após exercícios
Tosse, espirro, corrimento nasal mucosa, febre
Taquipnéia e desconforto respiratório grave
Cianose, prostração e decúbito lateral, óbito
Atelectasia (colapso total ou parcial do pulmão ou do
lóbulo pulmonar)
DICTIOCAULOSE
Traqueia e pulmão
81. DICTIOCAULOSE
Diagnóstico:
- Detecção de larvas pela técnica de
Baerman
- ELISA soroconversão 4-6 semanas, título
persiste por 4-7 meses
Após 1 mês de evolução (PPP)
Traqueia e pulmão