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CURSO - ASSOCIAÇÕES PARA O TRATAMENTO DA
CELULITE
DEFINIÇÃO
O fibroedema gelóide é caracterizado por uma disfunção estética multifatorial de
caráter progressivo em que as alterações acometem o aspecto do relevo cutâneo.
É representado pela sigla FEG, sendo uma afecção estética que atinge cerca de
90% da população feminina em todo o mundo.
Esta disfunção é popularmente conhecida por “celulite , no entanto, esta
denominação não é correta dentro da estética corporal e desta forma vamos conhecer
então o que realmente se refere a celulite.
CELULITE x FIBROEDEMA GELÓIDE
O termo celulite significa no meio médico um processo patológico do tecido
celular subcutâneo causado por uma bactéria onde a porta de entrada deste
microorganismo pode acontecer através de feridas, cortes, picadas; sendo bastante
freqUente nos membros inferiores podendo ser encontrada em menor escala na região
de face por exemplo.
Esta infecção bacteriana tem como principais sintomas dor local, febre,
hiperemia (vermelhidão) na área afetada.
Fonte:http://www.mdsaude.com/2010/03/erisipela-celulite.html
Em contrapartida, o termo fibroedemagelóide (FGE), é o termo mais adequado,
pois se refere aos aspectos encontrados da disfunção: edema (líquido encontrado na
derme – inicio da disfunção, edema gelóide (líquido mais espesso) – progresso da
disfunção e fibro (fibrose encontrada nos graus mais avançados) – o edema espessou
tanto que endureceu o que ocorre numa fase mais adiantada. Desta forma este termo
refere-se às conseqüências desta alteração.
HIPÓTESES TEÓRICAS PARA O FIBROEDMA GELÓIDE
A primeira das teorias relacionadas ao fibroedema gelóide foi em 1920 por
Aquier e Paviot, estes pesquisadores acreditavam que o fibroedema gelóide estava
relacionado a uma distrofia celular complexa não inflamatória do sistema
mesenquimatoso, mas que viria acompanhada de uma alteração do metabolismo das
águas, ou seja, edema do tecido conjuntivo. Esta teoria sugere que o
fibroedemagelóide é uma reação que o tecido conjuntivo da derme tem como resposta
a agressão por ele sofrida durante um período. Essa agressão poderia ser traumático,
tóxica, infecciosa ou glandular.
Um pouco mais tarde por volta de 1928 surgiu a Teoria Alérgica de Lagéze que
sugeriu a existência de uma primeira fase congestiva de invasão serosa, produzindo
infiltração flácida e dolorosa, em seguida uma fase de hiperplasia e deformação fibrosa
em relação a uma exsudação fibrinosa. Nesta fase haveria a produção de nódulos
dando aspecto acolchoado a pele. E uma terceira fase, que aconteceria retração
esclerótica e cicatricial, sendo irreversível, ficando todo o conteúdo conjuntivo preso em
uma massa dura e comprimida.
Esta teoria diz que no decorrer das três etapas, não haveria processo
inflamatório, e todo o fenômeno citado ocorreria por natureza alérgica do FEG devido a
um exsudato de origem vascular resultante de um fenômeno de vasodilatação igual ao
encontrado nas manifestações anafiláticas.
Em 1929, a Teoria Tóxica de Laroche definiu o fibroedema gelóide sendo uma
reação do organismo às toxinas que o invadem devido a problemas renais e hepáticos
onde o acúmulo de ácido úrico, colesterol e ácido lático provocariam um inchaço nas
células.
Citada em 1950 a Teoria Metabólica de Rubens Durval consiste em uma
perturbação nutritiva histológica de natureza metabólica e de caráter distrófico. Este
desvio metabólico levaria a uma diminuição do anabolismo protéico e aumento do
anabolismo lipídico.
Uma outra teoria descrita em 1952 é chamada de Teoria Hormonal de Weil-Fage
que defende uma deficiência hormônio-glandular.
Existe uma Teoria Circulatória de Merlen de 1958, que reconhece uma origem
alérgica e hemodinâmica no FEG. Várias causas foram invocadas para explicar o
déficit circulatório, destacando-se a causa endógena onde ocorre modificação do
estado físico-químico da derme conjuntiva, impedindo a livre circulação dos líquidos
intersticiais.
Descrita em 1960 a Teoria Bioquímica defende que o fibroedema gelóide está
relacionado com uma perturbação metabólica no nível da substância fundamental do
tecido conjuntivo dérmico com um desequilíbrio do líquido coloidal, onde o meio
intersticial fica ácido tornando a região mais hidrófila.
FISIOPATOLOGIA DO FIBROEDEMA GELÓIDE
Diante de tantas teorias que fundamentam o fibroedema gelóide a definição
mais apropriada é esta onde o fibroedema gelóide é um processo reativo da substância
fundamental sequente a uma alteração do meio interno, especialmente a infiltração
edematosa, favorecido por causas locais e gerais, em razão do qual as
glicosaminoglicanas que a integram sofrem um processo de hiperpolimerização.
Apresenta também hiperviscosidade da substância fundamental, sobrecarga de
triglicerídeos nas células adiposas, insuficiência venolinfática, estase venosa e linfática
e alteração estética do relevo cutâneo. (Elisiê Rossi Ribeiro Costa, 2009.)
O início das transformações acontece nas glicosaminoglicanas que são
moléculas encontradas no tecido conjuntivo da derme.
As glicosaminglicanas e as proteoglicanas estão ligadas entre si com a função
de dar a matriz extracelular uma característica hidratada além de auxiliar na rigidez.
As glicosaminolgicanas por exemplo atraem e retém água e se agrupam. Estas
se hiperpolimerizam deixando o líquido gelificado, formando um manguito nos vasos
da microcirculação, e a sua perda funcional agrava a redução do fluxo sanguíneo.
Desta forma o aumento da viscosidade da matriz intersticial gera uma má
condução de água e macromoléculas no interstício que ocasiona um edema na região
pela compressão dos vasos levando a uma estase circulatória.
A estase circulatória acaba por diminuir a oferta de oxigênio e nutrientes no
tecido ocasionando uma alteração na circulação sanguínea e linfática, que por sua vez
estando comprometida diminui-se as trocas metabólicas do tecido dificultando a
eliminação de toxinas.
A diminuição da nutrição tecidual leva a um sofrimento dos adipócitos que
sofrem lipogênese e hipertrofiam, aumentando de tamanho.
O clássico aspecto de casca de laranja surge na fase de endurecimento do
interstício e das fibras de colágenas, que perdem sua elasticidade, associada à
hipertrofia dos adipócitos.
Fonte:http://ellencrissouza.blogspot.com.br/2012/01/fibro-edema-geloide-celulite.html
ETIOLOGIA DO FIBROEDEMA GELÓIDE
Fator Predisponente
A herança genética é um fator importante quanto ao desenvolvimento deste
distúrbio.
Biotipo corporal é o formato de corpo herdado geneticamente, ou seja, a forma
como a lipodistrofia se distribui no ser humano. Desta forma, herdamos a estrutura
corporal e a peculiaridade funcional do mesmo.
Esta predisposição genética pode ser modificada pelo ser humano parcialmente,
amenizado ou acentuado, dependendo de muitos fatores envolvidos no processo.
Portanto a pré diposição genética é um dos fatores que estão relacionados à
causa do fibroedema gelóide.
O biotipo que mais desenvolve o fibroedema gelóide é o Ginóide.
Fator desencadeante
O hormônio estrogênio é considerado o gatilho do processo e o protagonista de
maior responsabilidade na evolução, agravamento e perpetuação do fibroedema
gelóide.
O FEG tem seu início após a puberdade, piora com a gravidez e os ciclos
menstruais e com as terapias anticoncepcionais.
Neste fator a menarca está intimamente relacionada à uma proporção crítica de
massa gordurosa que age como mecanismo desencadeante do sangramento
menstrual; há uma incontestável influência na replicação das células adiposas pelos
estrógenos na fase de diferenciação dos caracteres sexuais secundários; pelos
estrógenos serem aqueles que imprimem um comportamento peculiar nas células do
tecido mesenquimatoso, adipócitos e fibroblastos do tecido conjuntivo no panículo
subcutâneo com modificações significativas aos componentes fibrosos e amorfos
intercelulares e vasculares (arteriolares, venosos e linfáticos); pela relação direta ou
indireta dos hormônios femininos durante os episódios da vida genital (menstruação,
gravidez, abortos, puerpério, lactação, pré-menopausa e estrogenioterapia) com
evolução progressiva do FEG e pela inter-relação dos estrógenos com outros
hormônios que também fazem parte do elenco fatorial e sua influência nos processos
metabólicos envolvidos nesta gênese.
Os estrógenos modificam o recâmbio do colágeno e influenciam no “turn over”
das macromoléculas do líquido intersticial chamadas de glicosaminoglicanas, com
acumulo do ácido hialurônico, gerando alterações bioquímicas na matriz intercelular
(derme) afetando o transporte e a retenção de íons, além de criar uma pressão
osmótica intersticial alta, com consequente microedema que dificulta a difusão dos
nutrientes, metabólitos e hormônios entre as células e o sistema circulatório. Pensando
que temos alteração hormonal (estrógeno) todos os meses, então teremos um edema
mensal a partir do momento que entramos na puberdade e os hormônios entram em
ação no nosso organismo. Este edema mensal é produzido e se não for totalmente
eliminado, teremos então um edema residual que vai aumentando mês após mês,
sendo um fator então para o desencadeamento do fibroedema gelóide. (CIPORKIN,
1992).
O fibroedema gelóide é um distúrbio ou disfunção exclusivamente feminina,
causado pelo hormônio estrógeno (hiperestrogenismo).
Na matriz intersticial este hormônio entra no processo de hiperpolimerização das
glicosaminiglicanas, na circulação aumenta a permeabilidade dos capilares facilitando o
edema ocasionando redução do fluxo sanguíneo.
Fatores coadjuvantes
São classificados em fatores endógenos que são aqueles de origem biológica; e
os fatores exógenos que estão relacionados a fatores ambientais ou agregados.
Fatores endógenos
Entre os fatores endógenos está o hiperinsulinismo onde na forma adiposa
ginóide, os distúrbios metabólicos são menos intensos que os fatores hormonais;
mesmo assim não se pode menosprezar a importância do hiperinsulinismo. Sabendo
que a insulina é o agente lipogênico por excelência e o principal inibidor de toda
iniciativa lipolítica por parte dos hormônios encarregados desta função metabólica. O
hiperinsulinismo pode ter duas origens: pancreática e extra-pancreática.
O hiperinsulinismo pancreático seria causado por um incremento na
porcentagem de células beta (hiperplasia) produzido pelo excesso alimentar
(carboidratos e glicose). O extra-pancreático seria causado pela diminuição da
capacidade do fígado em degradar a insulina e pela menor resposta (resistência) dos
tecidos à insulina.
Se pensarmos no tipo de alimentação atual, baseada em carboidratos e glicose,
podemos imaginar então, que em um tratamento para o fibroedema gelóide, há a
necessidade de a cliente alterar sua dieta alimentar. Caso contrário continuará
produzindo insulina além do que deveria, retendo líquidos e causando lipogênese.
(CIPORKIN, 1992)
Fatores coadjuvantes exógenos (gerais)
Alimentação
Os hábitos alimentares inadequados com dietas desequilibradas, hipercalóricas
e hábitos alimentares inadequados, insuficientes em proteínas, fibras alimentares,
líquidos e vitaminas, sais minerais e oligoelementos correspondem ao primeiro fator
coadjuvante exógeno geral.
Fonte: http://www.dicasdesaude.info/alimentacao/alimentacao-nao-saudavel
Sedentarismo
A falta de atividade física contribui para a fisiopatologia da fibroedema gelóide.
No sedentarismo ocorre uma diminuição do gasto calórico do organismo e
aumento dos níveis de insulina circulante, diminuição da massa muscular com aumento
da massa gordurosa.
Ocorre também uma diminuição do fluxo sanguíneo a nível tissular dificultando a
oxigenação e as trocas metabólicas.
A falta de movimentação leva a uma diminuição do importante mecanismo de
bombeamento muscular, que impulsiona centripetamente o sangue venoso com a
ajuda de suas válvulas; a circulação de retorno torna-se então, lenta e deficiente.
Consequentemente, com o decorrer do tempo gera os fenômenos de estase venosa e
linfática, com a infiltração edematosa intersticial subcutânea regional resultante.
(CIPORKIN, 1992).
Fatores Psicossomáticos
A frustação, ansiedade, estresse e a depressão podem desencadear um aumento
das catecolaminas que em altas concentrações estimulam a hipertrofia adipocitária.
Fatores coadjuvantes exógenos locais
Compressivos externos que correspondem ao vestuário, e cintas e os
compressivos internos que correspondem à gravidez, alterações ginecológicas,
síndromes pré-mesntrual e obstipação intestinal.
Localização do fibroedema gelóide
O FEG pode ser encontrada em diferentes partes do corpo.
Fonte: http://fisioalinamosca.blogspot.com.br/2012/08/fibro-edema-geloide-o-que-e.html
CLASSIFICAÇÃO DO FIBROEDEMA GELÓIDE QUANTO AO TIPO
Tipo Dura ou compacta
Esta FEG apresenta formas rígidas, uma massa dura, sem mobilidade e as
zonas de tecido envolvido são espessas, sólidas e revestidas de uma camada
compacta.
Este tipo de fibroedema gelóide pode ser encontrado tanto em mulheres obesas
como em mulheres magras. É reconhecido ao tato, pois os músculos acham-se
recobertos por uma capa dura e compacta que parece aderida a estes. Além do que
quando se aperta entre os dedos, uma parcela de pele infiltrada da FEG deixará
aparecer sobre a superfície a rugosidade denominada “casca de laranja”, com os poros
foliculares dilatados; e fazendo girar entre os dedos esta porção percebe-se a presença
de pequenos nódulos de consistência dura.
Nestes casos o primeiro sinal é a sensação de peso sobre as pernas, devido à
alteração circulatória.
Tipo Branda ou Difusa
É a forma mais comum e frequente, nestes casos observa-se formações de
grande volume e tem característica flácida e fofa, com alterações anatômicas, sendo
predominante após os quarenta anos.
Neste tipo de FEG o diagnóstico pode ser realizado por inspeção visual uma vez
que pela sua consistência a palpação não se faz necessária, no entanto, ao palparmos
o tecido verifica-se a brandura e presença de pequenos nódulos muitas vezes não
perceptíveis a olho nu. Nestes casos a circulação é mais lenta deixando uma sensação
de peso e fadiga em membros inferiores.
Tipo Edematosa
Esta é a forma mais grave e menos frequente pois demonstra um sinal de
falência no sistema circulatório. Nestes casos observa-se a presença de telangectasias
e varizes onde o edema não se movimenta com a mudança de posição não
obedecendo à lei de gravidade.
Geralmente, esta forma de FEG acompanha a obesidade global.
Mesmo sendo classificado em três tipos não necessariamente deve apresentar
uma forma única podendo ser encontrado em um mesmo indivíduo o FEG brando e
duro no mesmo indivíduo.
ETAPAS EVOLUTIVAS DO FIBROEDEMA GELÓIDE
O FEG é uma afecção estética mutifatorial e progressiva, ou seja sem
tratamento ela evolui gradativamente.
É dividido em graus ou estágios de acordo com as etapas clínicas pela qual
passa, podendo variar tanto um quanto outro nas diferentes zonas corporais.
Grau I ou Estágio Latente.
Neste estágio o FEG é assintomático e começa no período em que o indivíduo
inicia uma fase hormonal acumulando edema.
Neste estágio o famoso aspecto casca de laranja é visível somente quando a
cliente faz contração muscular ou através da palpação.
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/7T_wTxAMCz0/UCA_AchZ4FI/AAAAAAAAAMQ/x1ykYE
eLCHA/s1600/celulite-300x300.jpg
Grau II ou Estágio Incipiente
Neste estágio existe a presença do aspecto casca de laranja independente da
contração muscular. O diagnóstico pode ser realizado por inspeção visual e palpação
que mostra irregularidades de superfície (celular subcutâneo), no entanto sem
aderência aos planos profundos.
Apresenta alteração na microcirulação e o líquido intersticial apresenta-se
mais viscoso, apresentando acúmulo de edema e a eliminação de toxinas encontra-se
prejudicada.
Grau III ou Estágio Critíco – Edema Fibroso
É comum neste estágio encontrarmos nódulos dando a pele uma aparência
acolchoada e em “casca de laranja”.
A intoxicação é mais grave com presença de nódulos e fibrose na palpação
independente da contração muscular.
Fonte: do autor
Grau IV ou Estágio Fibro Lipo Distrófico
Esta etapa do fibroedema gelóide é considerada irreversível não respondendo
totalmente ao tratamento estético. É o estágio de maior gravidade, apresentando
macronódulos com hipertrofia do adipócito com compressão nervosa, além de
apresentar flacidez tissular.
Nestes casos os sintomas apresentados são a astenia neurocirculatória,
sensação de peso nas extremidades, adormecimento e formigamentos e dores que se
agravam com a compressão local.
Fonte:http://fisioterapiaeseubemestar.blogspot.com.br/2012/05/fibro-edema-geloide-
celulite-o-que-e-e.html
AVALIAÇÃO DO FIBROEDEMA GELÓIDE
Exame Físico
A inspeção do fibroedema gelóide deverá ser realizada na posição ortostática, pois
ao deitar os tecidos se acomodam e se espalham podendo desta forma mascarar o real
acometimento do tecido.
Durante a inspeção devem ser observadas alterações na superfície da pele como
irregularidades, ondulações, a coloração do tecido, telangectasias, varizes e
equimoses, alteração na tonicidade muscular e dor à palpação.
A palpação deve ser realizada através de pinçamento, palpação profunda e
pressão.
Na palpação devemos estar atentos aos sinais clínicos como o aumento da
espessura celular subcutânea, aumento da consistência e sensibilidade à dor.
ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NO TRATAMENTO DO FIBROEDEMA GELÓIDE
ULTRA SOM 3 MHZ
Se pensarmos no histórico do ultrassom pensamos primeiramente na mãe natureza,
que dotou certos animais com a capacidade de emitir ondas sonoras como os
morcegos e os golfinhos.
E foi com a observação desses animais que durante a Segunda Guerra Mundial
se desenvolveu a idéia do sonar. Este equipamento serve para detectar objetos sob a
água, como os submarinos e também para avaliar a profundidade dos mares.
Após a Segunda Guerra Mundial houve um aumento muito grande de aplicações
do ultrassom em diferentes campos.
Por volta de 1880, o casal Pierre e Marie Curie descobriram que aplicando
corrente elétrica sobre um cristal de quartzo colocado entre duas placas metálicas,
acontecia uma vibração de alta frequência mais tarde caracterizada por ultrassom. E
este processo que transforma uma corrente elétrica em energia mecânica foi chamado
de efeito piezoelétrico que é uma das propriedades do ultrassom.
Foi no final dos anos de 1940 e início de 1950 que se conseguiu com sucesso a
primeira aplicação do ultrassom na medicina. Som é toda onda mecânica perceptível
ao ouvido humano, são perturbações mecânicas que possibilitem a vibração da
membrana timpânica.
As ondas sônicas (o termo “sônico e “som “tem o mesmo significado), são
séries de compressões e rarefações mecânicas na direção da onda que são chamadas
de ondas longitudinais. Estas ondas podem ocorrer em sólidos, líquidos e gases.
É uma forma de energia mecânica que não se propaga no vácuo necessitando
de matéria para vibrar e gerar energia. O som é produzido por uma superfície móvel
como o diafragma num alto-falante ou na “face” frontal de transdutor num aparelho de
ultrassom.
O aparelho de ultra som
O ultrassom pode ser caracterizado por oscilações mecânicas produzidas por
um transdutor vibratório aplicado sobre a pele que atravessa e penetra o organismo em
distintas profundidades. Este aparelho possui um circuito que é capaz de receber a
corrente elétrica da rede comercial e assim transformá-la em ondas de alta freqüência.
O ultrassom consiste de um console (aparelho propriamente dito) possuindo um
circuito que recebe a corrente elétrica transformando em oscilações elétricas de alta
freqüência. Estas oscilações são conduzidas ao transdutor, ou seja o cabeçote.
Recebe o nome de transdutor da onda ultrassônica todo dispositivo que converta a
energia eletromagnética em energia mecânica.
Este transdutor, ou o cabeçote por sua vez, deve ser constituído por um cristal
piezoelétrico que são sólidos cristalinos que tem a propriedade especial à mudança de
densidade de acordo com a tensão aplicada. Vários tipos de cristais podem ser usados,
porém os que mais favorecem são os de quartzo e alguns materiais cerâmicos
sintéticos como o titanato zirconato de chumbo (PZT) e o titanato de bário.
Fonte: do autor
Quando este cristal recebe a corrente elétrica, ele muda sua espessura dilatando
ou comprimindo, na mesma frequência das oscilações elétricas emitindo as ondas de
ultrassom. Por este motivo, este aparelho nunca poderá ser ligado sem estar em
contato com a pele, pois neste momento de alteração do cristal as ondas vibratórias
produzidas pelo aparelho precisam encontrar um meio de penetração, e se o transdutor
(cabeçote) estiver fora da pele, estas ondas encontrarão apenas o ar, que as reflete
100%, devolvendo as ondas para o cabeçote, podendo ocorrer um trauma quebrando o
cristal.
Área de Radiação Efetiva (E.R.A.)
A área de radiação ultrassônica do cabeçote é a área que o cristal ocupa no
cabeçote, ou seja, onde realmente ocorre a emissão de ondas sônicas.
O tamanho desta cerâmica, localizada no transdutor é também chamado de
E.R.A. do cabeçote e entende-se por E.R.A ( (Effective Radiating Area ou seja a área
de emissão efetiva). O tamanho desta área de contato é medida em cm² e está
diretamente relacionada com o tempo de aplicação com o ultra som; ou seja; quanto
menor a E.R.A. do ultrassom maior será o tempo de aplicação e vice-versa.
O tamanho da E.R.A. do cabeçote do ultrassom pode variar de acordo com as
marcas, encontramos desde 3 cm² a 19 cm².
Fonte: do autor
Impedância Acústica
Caracteriza-se pela resistência que alguns tecidos oferecem à passagem das ondas
ultrassônicas, em linhas gerais seria a facilidade ou dificuldade que cada meio ou
tecido oferece à passagem da onda ultrassônica.
Cada tecido possui uma impedância acústica distinta. A impedância acústica é
obtida através da multiplicação do meio, ou seja, da sua (densidade de massa) pela
velocidade sonora de propagação através dele. É válido lembrar que quanto maior a
impedância acústica maior é o aquecimento do tecido.
Absorção das ondas no Ultrassom
É a capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas
ultrassônicas, a retenção da energia acústica no meio irradiado.
Quando uma onda sonora atravessa qualquer material, a energia pode ser
atenuada ou dissipada.
A quantidade de absorção depende da natureza do tecido, seu grau de
vascularização e da frequência do ultrassom. Sendo que tecidos com elevado conteúdo
protéico absorvem mais rapidamente que os com maior conteúdo de gordura.
A absorção depende da frequência de ondas emitidas pelo aparelho, ou seja,
quanto maior esta frequência menor será o comprimento da onda e maior será a
absorção, pois o tempo de relaxamento das estruturas sonadas é menor e
consequentemente absorvem maior energia (Borges, 2006).
Devido a este fato, é que na área da estética para o tratamento das disfunções
como o fibroedema gelóide e a lipodistrofia localizada é comumente utilizado o ultra
som de 3 Mhz por possuírem maior frequência .
Reflexão das ondas sonoras
Uma outra característica está relacionada com a reflexão da onda e esta ocorre
quando a reflexão volta ao meio de origem sem a alteração de sua frequência ou
velocidade.
A reflexão é proporcional à diferença de impedância acústica entre os dois meios, e
está relacionada a quantidade que cada estrutura perde com relação à reflexão das
ondas, a porcentagem de perda de cada estrutura por exemplo a pele 0,1% e o ar
100%.
Cavitação no ultrassom
A cavitação acontece em toda aplicação com o ultrassom.
Quando existe a passagem da onda ultrassônica, acontece um ciclo de
compressão e expansão. Durante a compressão a pressão é positiva e a expansão é
negativa. A cavitação ocorre durante a expansão onde os gases adsorvidos nos
líquidos na interface o transdutor evaporam-se resultando na expansão da cavidade,
podendo provocar a formação de bolhas; ou seja, a cavitação é a formação de
cavidade ou bolhas no meio líquido, contendo variáveis de gás ou vapor.
A partir disto, podem ocorrer dois tipos de cavitação: a cavitação estável e
cavitação instável.
Cavitação estável: é a chamada cavitação normal, nesta cavitação as
microbolhas de gás/vapor são formadas mantendo-se íntegras, sem implodirem.
Ocorre quando se formam bolhas dentro dos líquidos do nosso corpo, devido à
aplicação das ondas sônicas. O cristal do cabeçote sofre compressão e expansão
quando está ligado, e é na fase de compressão que o gás se move de dentro da bolha
para o fluido circundante. Processo terapêutico, indicado para as fibroses.
Borges (2006) cita ainda que na cavitação estável as bolhas oscilam de um lado
para outro, aumentam e diminuem de volume, mas permanecem intactas, e podem ser
observadas colocando um pouco de água sobre o cabeçote como na imagem abaixo.
A cavitação pode ser visualizada quando colocamos água sobre cabeçote e
ligamos o aparelho de ultrassom , ocorrerá um borbulhar, este é o chamado teste da
cavitação e este teste mostra que o aparelho está emitindo ondas sonoras.
É interessante que com uma certa frequência seja feito este teste antes da
terapia com aplicação do ultra som.
Fonte: do autor
Já a cavitação instável ocorre quando a intensidade for muito elevada ocorrendo um
colabamento destas bolhas e estas vão ganhando energia até que “implodem”
provocando um aquecimento muito grande, podendo resultar em dano tecidual e a
liberação de radicais livres.
Os benefícios da terapia ultrassônica vem somente da cavitação estável, já que
a cavitação instável é um efeito deletério e indesejável.
Profundidade do Ultra som
A profundidade de penetração das ondas no tecido com o ultra som é determinada
pela frequência e desta forma quanto maior a frequência do ultra som menor será a
profundidade.
Na área da estética usamos o ultrassom de 3 Mhz pois este atua mais
superficialmente em média entre 4 a 5 com de profundidade.
Fonte:	http://dermafisio.blogspot.com.br/
Modo de emissão ou propagação da onda
Há dois regimes de pulsos comumente empregados na prática clínica do ultrassom:
o contínuo e o pulsado.
A forma da emissão contínua produz mais calor, ou seja, o efeito térmico
prevalece ao mecânico, a vibração do transdutor é constante e usada sobre as áreas
adiposas.
Borges (2006), relata que o ultrassom contínuo apresenta efeito térmico
dominante, enquanto o ultrassom pulsado apresenta efeito mecânico dominante.
Já na emissão pulsada produz um efeito mecânico maior e tem ação
antiinflamatória, analgésica e antiedematosa, auxiliando também na lise das fibroses do
tecido conjuntivo.
Este tipo de emissão não produz calor, pois o mesmo se dissipa durante o
período de descanso.
Para o mesmo autor, quando o aparelho faz com que a carga elétrica emitida
pelo cristal mantenha estas oscilações , fazendo com que as mudanças na espessura
do cristal ocorram de forma constante, produzindo o efeito contínuo, por outro lado o
circuito do ultrassom pode ligar e desligar o oscilador fazendo com que as ondas saiam
de forma pulsada.
O ultrassom contínuo possui efeito mecânico maior que o pulsado (pela
ininterruptividade de emissão de ondas), e por isso é capaz de produzir o efeito
térmico, sendo este efeito o predominante. Já no modo pulsado, como não existe a
produção de calor (é considerado atérmico) só há o efeito mecânico .
O ultrassom continuo é indicado quando em um tratamento estético se fizer
necessário um grande efeito térmico e um grande efeito mecânico (atérmico), e em
disfunções onde se necessita de efeito tixotrópico.
Efeito tixotrópico
Existe uma propriedade no ultrassom que é muito importante principalmente nos
casos de tratamento para o fibroedema gelóide, este efeito é denominado de efeito
tixotrópico.
É a propriedade que o ultrassom tem em transformar o estado colóide em sol, ou
seja, o ultra som tem a capacidade de “amolecer” estruturas rígidas, deixando as
substâncias que se encontram em estado de maior consistência mais gelatinosa.
Esta propriedade do ultrassom é aplicadas no quadros de fibroedema gelóide, nos
casos de pós operatório de lipoaspiração (quadros fibróticos), diminuindo destas forma
as estruturas endurecidas.
É um dos efeitos que proporciona grandes resultados na área da estética auxiliando
nas disfunções estéticas como a lipodistrofia localizada e o fibroedema gelóide.
Fonoforese
A fonoforese também é uma propriedade importantíssima do ultrassom e consiste
na capacidade que este equipamento tem em penetrar os princípios ativos contidos nos
géis cosméticos, e isto acontece porque o ultrassom consegue favorecer um aumento
da permeabilidade da membrana e vasodilatação proporcionada pelo calor.
No entanto a fonoforese ocorre principalmente no modo contínuo.
Esta propriedade é obtida através do método direto onde se usa uma substância
em forma de gel como meio de acoplamento. É a técnica mais usada na área da
estética e dermato–funcional onde no gel para o acoplamento são adicionados ativos
que podem, por exemplo, ter ação lipolítica e estimulante da circulação.
Para que exista um bom acoplamento e deslizamento do cabeçote na pele do
indivíduo é necessário usar meios que são chamados de substância de acoplamento, e
no caso do ultrassom utilizamos o gel neutro ou com ativos.
Este gel também é importante, uma vez que as ondas ultrassônicas não se
propagam no ar, e desta forma ele faz com que o chamado coeficiente de atenuação
entre meios envolvidos metal e a pele, tornem-se similares e quase toda a intensidade
incidente seja transmitida.
O ideal é fazer uso de uma substância de acoplamento que apresente uma
impedância acústica parecida com a à da pele, pois desta forma diminuiremos a
quantidade das ondas refletidas quando estas passarem da substância de acoplamento
para a pele.
Ativos como a cafeína, centella asiática, gingko biloba e chá verde por exemplo
são ativos que podem ser usados como forma de potencializar o tratamento tanto da
lipodistrofia localizada como do fibroedema gelóide.
Um bom agente acoplador é aquele que possua uma viscosidade suficiente para
permitir o deslizamento do cabeçote do ultrassom com a área tratada.
Intensidade do ultra som
A energia numa onda de ultrassom caracteriza-se pela intensidade, ou seja a
quantidade de ondas vibratórias que o cliente receberá.
A intensidade é a energia que cruza uma unidade de área perpendicular à onda.
A intensidade deverá ser maior quando o tecido trabalhado for muito espesso
como, por exemplo, na lipodistrofia localizada.
A potência, a energia total por segundo fornecida pelo equipamento é
mensurada em Watts (W), de forma que a energia está distribuída por toda a face do
transdutor e estes diferem de tamanho, é mais usual que a intensidade seja expressa
em W/cm².
A intensidade usada dependerá da disfunção estética a ser trabalhada .
Fonte: da autora
Tempo de aplicação com o ultra som
Um outro ponto bastante importante na aplicação do ultrassom está relacionado
com o tempo de aplicação do ultraasom.
A duração do tratamento depende do tamanho da área a ser tratada, lembrando
que o tempo máximo de aplicação é de vinte a trinta minutos.
Usualmente calculamos a área da seguinte forma: calculamos um minuto por
E.R.A. do cabeçote, ou seja, pelo tamanho do cabeçote.
Desta forma se a área que se deseja trabalhar é o abdômen então calculamos
quantos cabeçotes cabem na região e contamos 1minuto por cabeçote e assim se na
área couber 6 cabeçotes significa que irei trabalhar 6 minutos.
Alguns profissionais utilizam até 2 minutos por E.R.A em casos de Fibroedema
gelóide de difícil tratamento, mais graves ou mais antigos.
Movimentação do cabeçote durante a aplicação
Os movimentos do cabeçote devem ser executados de maneira lenta e uniforme,
no entanto, se em algum momento a cliente referir aquecimento excessivo na região
Intensidade do Ultrassom para o tratamento do Fibroedema gelóide
I = 1 a 1.2 W/cm²- FEG grau I I = 1.2 a 1.4 W/cm²- FEG grau II
I = 1.4 a 1.6 W/cm²- FEG grau III I = 1.6 a 1.8 W/cm²- FEG grau IV
devemos aumentar a velocidade de movimentação dispersando desta forma o calor
diminuindo a temperatura na região trabalhada.
É importante que o cabeçote esteja bem acoplado na pele para que não haja
reflexão das ondas vibratórias, e em nenhum momento o cabeçote deverá ser
desacoplado da pele enquanto estiver emitindo as ondas.
VACUOTERAPIA
Esta técnica foi desenvolvida por um engenheiro francês Louis Paul Guitay, no
ano de 1970, quando buscava desenvolver uma técnica que diminuísse cicatrizes
oriundas de acidentes de carro.
Foi o primeiro aparelho de sucção negativa com um cabeçote massageador que
realizava o palper roller que consiste no pregueamento da pele e da gordura rolando
através deste cabeçote contendo roletes.
Técnica
O tratamento pela vacuoterapia consiste na aplicação de um vácuo (pressão
negativa) que à medida que rola sobre a pele criando uma dobra cutânea que é
repetidamente segura e solta a partir de uma série de manobras que reestruturam o
tecido conjuntivo e estimulam a circulação sangüínea e linfática, facilitando a nutrição
dos tecidos e a distribuição da gordura subcutânea.
Consiste em uma técnica não invasiva de mobilização tecidual com pressão
(intensidade) exercida em mmHg (milímetros de mercúrio) sendo esta regulável de
acordo com a sensibilidade da pele da cliente. Usualmente empregamos uma pressão
entre - 250 a - 300 mm Hg.
Durante a técnica deve-se observar leve hiperemia cutânea na região onde se
realiza as manobras, e o tempo de tratamento em todo o corpo é de trinta minutos que
podem ser distribuídos em todo o corpo ou usar o aparelho somente na área afetada
por menos tempo.
A técnica é a chamada de palper roller realizado pelos próprios roletes do
cabeçote associado a pressão negativa do equipamento; e deve ser sempre realizada
de acordo com o sentido das fibras musculares em sentido ascendente.
No tratamento com vácuo existem dois cabeçotes o rolo ou redondo, sendo o
rolo usado para a massagem e o redondo usado para a desfibrosagem do fibroedema
gelóide.
Na técnica de desfibrosagem pode ser usada as manobras como: oito grande,
oito pequeno, zigue e zague e circular. Estas manobras são realizadas com baixa
pressão para não danificar a pele.
Nesta técnica faz-se necessário o uso de um agente de deslizamento e neste
caso é usado o óleo que deverá ser espalhado por toda a região a ser tratada. O
tratamento geralmente é realizado por 30 minutos em todo os corpo, modelando as
superfícies, alisando o aspecto de matelassê, estimulando o metabolismo e ativando a
circulação. No entanto, o aparelho de vácuo por ser utilizado apenas nas áreas
acometidas utilizando um tempo menor de tratamento.
Efeitos fisiológicos
Auxilia na drenagem linfática, esfolia a pele desobstruindo o folículo
pilossebáceo removendo as células mortas, faz vasodilatação, descongestiona áreas
endurecidas do fibroedema gelóide, aumenta o aporte sanguíneo e a oxigenação
levando nutrientes para os tecidos, modela o corpo mobilizando a gordura, desfibrosa
os nódulos endurecidos de gordura e aumenta o metabolismo dos tecidos.
Procedimento
A área a ser trabalhada deverá ser dividida e os movimentos devem ser
realizados sempre de forma ascendente no sentido da circulação venosa-linfática e de
acordo com as fibras musculares.
Indicações
Este equipamento é indicado para o tratamento do fibroedema gelóide e da
lipodistrofia localizada e auxilia muito nos casos de fibrose, devido as manobras e
manopla redonda para realizar a desfibrosagem.
Contraindicações
Em casos de varizes ou trombose, nestes casos é contraindicado pela
possibilidade do aumento do trombo ou o rompimento de sua fixação na parede da veia
que forma o êmbolo.
Nos casos de infecções é contraindicado por existir a possibilidade de
disseminação do quadro infeccioso.
Esta técnica é contraindicada também nos casos de tumores por existir a
possibilidade em acelerar o crescimento e as metástases que são focos secundários na
evolução de um tumor maligno.
RÁDIO FREQUÊNCIA
A terapia por radiofreqüência utiliza corrente elétrica de alta freqüência e média
intensidade, cuja potência liberada tem a finalidade de elevar a temperatura tecidual a
níveis que possam favorecer respostas fisiológicas perfeitamente controláveis
(Agne,2013).
Em 1976 foi utilizado corrente de radiofreqüência (RF) com o objetivo de destruir
células cancerígenas, como para tratar câncer renal em pacientes com risco cirúrgico
em lesões pequenas e preferencialmente periféricas.
É um equipamento que trabalha com correntes alternadas e cuja frequência
pode variar de 0,3 MHz até 6 MHz. Nestas freqüências há a produção de ondas
eletromagnéticas e estas ondas provocam a oscilação das moléculas de água através
de um campo elétrico exterior aumentando a temperatura entre elas.
O efeito da energia eletromagnética no corpo humano depende da freqüência
aplicada.
Em alta freqüência o campo eletromagnético causa a polarização e oscilação
das moléculas de água, e a fricção entre as moléculas transforma a energia
eletromagnética em calor.
As ondas eletromagnéticas provocam oscilação das moléculas de água Através
de um campo elétrico exterior aumentando a temperatura entre elas, esta oscilação
transforma a energia eletromagnética em energia térmica. Diminuindo a impedância
dos tecidos e aquecendo todos aqueles que contém moléculas de água.
O aquecimento promovido pela radiofrequência induz uma desnaturação do
colágeno seguida de aumento na deposição de colágeno, este se transforma de uma
estrutura cristalina altamente organizada a um gel desorganizado que resulta
imediatamente em uma estimulação dos fibroblastos com consequente neocolagênese
e contração do tecido.
Eletrodos usados na Radiofrequência
Na aplicação da radiofreqüência contamos com dois eletrodos, um deles recebe
o nome de eletrodo ativo este é eletrodo aplicado na pele do cliente provocando
grande densidade de corrente no ponto da aplicação.
O outro eletrodo denominado de eletrodo dispersivo, passivo, neutro ou de
retorno consiste em uma placa condutiva de grande área de contato que tem como
função estabelecer um circuito de circulação de corrente ao mesmo que faz com que a
energia retorne ao cliente. Este eletrodo será posicionado próximo a zona alvo de
tratamento, por exemplo, se tratarmos a face posicionamos o eletrodo de retorno na
região de trapézio da cliente.
Em cabeçotes monopolares, o eletrodo ativo fará o tratamento e o eletrodo
passivo ficará em repouso próximo a região a ser tratada. Em cabeçotes bipolares, os
dois eletrodos (positivo e negativo) se encontrarão no cabeçote em movimento.
Cabeçotes Monopolar e Bipolar
A radiofrequência é um equipamento que pode ter dois tipos de cabeçotes um
que atua mais profundamente podendo atingir além da pele o tecido adiposo e este
cabeçote denominamos de monopolar, atingindo 15 a 20 mm.
Ocorre quando a energia percorre de um eletrodo ativo para um para um de
dispersão o procedimento é chamado monopolar. A existência de um eletrodo
dispersivo não é regra geral e dependerá das configurações próprias do aparelho
(Agne, 2013).
No caso do cabeçote bipolar, os eletrodos de saída e retorno da corrente estão
no próprio cabeçote, ou seja, possuem dois pólos (positivo e negativo), sem a placa de
retorno onde a energia gerada tem um efeito mais superficial atuando em nível
dérmico, atingindo de 2 a 6 mm de profundidade.
Manoplas ou Cabeçotes
Os equipamentos de radiofreqüência oferecem manoplas de tamanho menores
para o tratamento da face e maiores para o tratamento de áreas corporais.
Termômetro
Na radiofrequência fazemos o uso de um termômetro que será usado para
mensurar a temperatura já que este é um equipamento que promove um aquecimento
induzindo a uma desnaturação do colágeno seguida de aumento na sua deposição.
Este termômetro deverá ser trabalhado em uma distância inferior a 20 cm da pele, pois
do contrário poderá acontecer uma interferência da temperatura do ambiente.
Recomenda-se não fazer uso do termômetro ao lado ou muito próximo da manopla já
que se trata de emissão eletromagnética de frequência alta que poderá interferir nas
informações térmicas mostradas no termômetro.
Temperatura usada no Fibroedema Gelóide
Para o tratamento do fibroedema gelóide a temperatura que devemos atingir é a
de 36 a 38° C por um tempo de cinco minutos após esta temperatura ser atingida.
Para o tratamento do fibroedema gelóide o ideal é trabalhar de duas a três vezes
na semana.
Em toda aplicação com radiofrequência é necessário usar um meio de contato e
o mais usado é a glicerina líquida que deverá ser espalhada por toda a região a ser
tratada. A glicerina é um ótimo meio de contato, pois imediatamente ao ser colocada na
pele nota-se um leve aumento de temperatura.
Movimentação da manopla
A todo o momento a manopla deverá estar em movimento e não deverá ficar
parada sobre a pele em momento algum, pois caso contrário poderá queimar a cliente.
Os movimentos usados são o de vai e vem ou circular durante todo o
tratamento, não se esquecendo de chegar a temperatura ideal e depois mantê-la por
cinco minutos. Caso a temperatura suba demais, atingindo mais do que o
recomendado deve-se acelerar os movimentos com a manopla a fim de dispersar o
calor e evitar possíveis queimaduras.
A radiofrequência proporciona uma vasodilatação com aumento circulatório,
levando um maior aporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos, favorecendo a
eliminação de toxinas e o aumento do metabolismo celular.
Nos casos específicos do FEG o maior destaque está associado ao
amolecimento dos septos fibrosos presentes nos graus 3 e 4.
Chegamos ao final de nossos estudos, espero ter contribuído de forma
satisfatória para o enriquecimento dos conhecimentos de vocês alunos.
Referências Bibliográficas
AGNES, Jones E. Eletrotermofototerapia. 1. ed. Rio Grande do Sul, 2013.
BORGES, Fábio dos Santos. Dermato Funcional Modalidades Terapêuticas nas
Disfunções Estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010.
CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L. H. Atualização Terapêutica e fisiopatogênica da
Lipodistrofia Ginóide. São Paulo: Santos, 1992
GUIRRO, E; GUIRRO,R. Fisioterapia Dermato Funcional: Fundamentos, recursos e
patologias. 3 ed. São Paulo: Manole, 2004.
SAMPAIO, S.AP; RIVITTI, E.A. Dermatologia. 3 ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007.
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Curso Celulite - Associações Tratamento

  • 1. CURSO - ASSOCIAÇÕES PARA O TRATAMENTO DA CELULITE DEFINIÇÃO O fibroedema gelóide é caracterizado por uma disfunção estética multifatorial de caráter progressivo em que as alterações acometem o aspecto do relevo cutâneo. É representado pela sigla FEG, sendo uma afecção estética que atinge cerca de 90% da população feminina em todo o mundo. Esta disfunção é popularmente conhecida por “celulite , no entanto, esta denominação não é correta dentro da estética corporal e desta forma vamos conhecer então o que realmente se refere a celulite. CELULITE x FIBROEDEMA GELÓIDE O termo celulite significa no meio médico um processo patológico do tecido celular subcutâneo causado por uma bactéria onde a porta de entrada deste microorganismo pode acontecer através de feridas, cortes, picadas; sendo bastante freqUente nos membros inferiores podendo ser encontrada em menor escala na região de face por exemplo. Esta infecção bacteriana tem como principais sintomas dor local, febre, hiperemia (vermelhidão) na área afetada.
  • 2. Fonte:http://www.mdsaude.com/2010/03/erisipela-celulite.html Em contrapartida, o termo fibroedemagelóide (FGE), é o termo mais adequado, pois se refere aos aspectos encontrados da disfunção: edema (líquido encontrado na derme – inicio da disfunção, edema gelóide (líquido mais espesso) – progresso da disfunção e fibro (fibrose encontrada nos graus mais avançados) – o edema espessou tanto que endureceu o que ocorre numa fase mais adiantada. Desta forma este termo refere-se às conseqüências desta alteração. HIPÓTESES TEÓRICAS PARA O FIBROEDMA GELÓIDE A primeira das teorias relacionadas ao fibroedema gelóide foi em 1920 por Aquier e Paviot, estes pesquisadores acreditavam que o fibroedema gelóide estava relacionado a uma distrofia celular complexa não inflamatória do sistema mesenquimatoso, mas que viria acompanhada de uma alteração do metabolismo das águas, ou seja, edema do tecido conjuntivo. Esta teoria sugere que o fibroedemagelóide é uma reação que o tecido conjuntivo da derme tem como resposta a agressão por ele sofrida durante um período. Essa agressão poderia ser traumático, tóxica, infecciosa ou glandular. Um pouco mais tarde por volta de 1928 surgiu a Teoria Alérgica de Lagéze que sugeriu a existência de uma primeira fase congestiva de invasão serosa, produzindo infiltração flácida e dolorosa, em seguida uma fase de hiperplasia e deformação fibrosa em relação a uma exsudação fibrinosa. Nesta fase haveria a produção de nódulos dando aspecto acolchoado a pele. E uma terceira fase, que aconteceria retração
  • 3. esclerótica e cicatricial, sendo irreversível, ficando todo o conteúdo conjuntivo preso em uma massa dura e comprimida. Esta teoria diz que no decorrer das três etapas, não haveria processo inflamatório, e todo o fenômeno citado ocorreria por natureza alérgica do FEG devido a um exsudato de origem vascular resultante de um fenômeno de vasodilatação igual ao encontrado nas manifestações anafiláticas. Em 1929, a Teoria Tóxica de Laroche definiu o fibroedema gelóide sendo uma reação do organismo às toxinas que o invadem devido a problemas renais e hepáticos onde o acúmulo de ácido úrico, colesterol e ácido lático provocariam um inchaço nas células. Citada em 1950 a Teoria Metabólica de Rubens Durval consiste em uma perturbação nutritiva histológica de natureza metabólica e de caráter distrófico. Este desvio metabólico levaria a uma diminuição do anabolismo protéico e aumento do anabolismo lipídico. Uma outra teoria descrita em 1952 é chamada de Teoria Hormonal de Weil-Fage que defende uma deficiência hormônio-glandular. Existe uma Teoria Circulatória de Merlen de 1958, que reconhece uma origem alérgica e hemodinâmica no FEG. Várias causas foram invocadas para explicar o déficit circulatório, destacando-se a causa endógena onde ocorre modificação do estado físico-químico da derme conjuntiva, impedindo a livre circulação dos líquidos intersticiais. Descrita em 1960 a Teoria Bioquímica defende que o fibroedema gelóide está relacionado com uma perturbação metabólica no nível da substância fundamental do tecido conjuntivo dérmico com um desequilíbrio do líquido coloidal, onde o meio intersticial fica ácido tornando a região mais hidrófila. FISIOPATOLOGIA DO FIBROEDEMA GELÓIDE Diante de tantas teorias que fundamentam o fibroedema gelóide a definição mais apropriada é esta onde o fibroedema gelóide é um processo reativo da substância fundamental sequente a uma alteração do meio interno, especialmente a infiltração edematosa, favorecido por causas locais e gerais, em razão do qual as
  • 4. glicosaminoglicanas que a integram sofrem um processo de hiperpolimerização. Apresenta também hiperviscosidade da substância fundamental, sobrecarga de triglicerídeos nas células adiposas, insuficiência venolinfática, estase venosa e linfática e alteração estética do relevo cutâneo. (Elisiê Rossi Ribeiro Costa, 2009.) O início das transformações acontece nas glicosaminoglicanas que são moléculas encontradas no tecido conjuntivo da derme. As glicosaminglicanas e as proteoglicanas estão ligadas entre si com a função de dar a matriz extracelular uma característica hidratada além de auxiliar na rigidez. As glicosaminolgicanas por exemplo atraem e retém água e se agrupam. Estas se hiperpolimerizam deixando o líquido gelificado, formando um manguito nos vasos da microcirculação, e a sua perda funcional agrava a redução do fluxo sanguíneo. Desta forma o aumento da viscosidade da matriz intersticial gera uma má condução de água e macromoléculas no interstício que ocasiona um edema na região pela compressão dos vasos levando a uma estase circulatória. A estase circulatória acaba por diminuir a oferta de oxigênio e nutrientes no tecido ocasionando uma alteração na circulação sanguínea e linfática, que por sua vez estando comprometida diminui-se as trocas metabólicas do tecido dificultando a eliminação de toxinas. A diminuição da nutrição tecidual leva a um sofrimento dos adipócitos que sofrem lipogênese e hipertrofiam, aumentando de tamanho. O clássico aspecto de casca de laranja surge na fase de endurecimento do interstício e das fibras de colágenas, que perdem sua elasticidade, associada à hipertrofia dos adipócitos.
  • 5. Fonte:http://ellencrissouza.blogspot.com.br/2012/01/fibro-edema-geloide-celulite.html ETIOLOGIA DO FIBROEDEMA GELÓIDE Fator Predisponente A herança genética é um fator importante quanto ao desenvolvimento deste distúrbio. Biotipo corporal é o formato de corpo herdado geneticamente, ou seja, a forma como a lipodistrofia se distribui no ser humano. Desta forma, herdamos a estrutura corporal e a peculiaridade funcional do mesmo. Esta predisposição genética pode ser modificada pelo ser humano parcialmente, amenizado ou acentuado, dependendo de muitos fatores envolvidos no processo. Portanto a pré diposição genética é um dos fatores que estão relacionados à causa do fibroedema gelóide. O biotipo que mais desenvolve o fibroedema gelóide é o Ginóide. Fator desencadeante O hormônio estrogênio é considerado o gatilho do processo e o protagonista de maior responsabilidade na evolução, agravamento e perpetuação do fibroedema gelóide. O FEG tem seu início após a puberdade, piora com a gravidez e os ciclos menstruais e com as terapias anticoncepcionais.
  • 6. Neste fator a menarca está intimamente relacionada à uma proporção crítica de massa gordurosa que age como mecanismo desencadeante do sangramento menstrual; há uma incontestável influência na replicação das células adiposas pelos estrógenos na fase de diferenciação dos caracteres sexuais secundários; pelos estrógenos serem aqueles que imprimem um comportamento peculiar nas células do tecido mesenquimatoso, adipócitos e fibroblastos do tecido conjuntivo no panículo subcutâneo com modificações significativas aos componentes fibrosos e amorfos intercelulares e vasculares (arteriolares, venosos e linfáticos); pela relação direta ou indireta dos hormônios femininos durante os episódios da vida genital (menstruação, gravidez, abortos, puerpério, lactação, pré-menopausa e estrogenioterapia) com evolução progressiva do FEG e pela inter-relação dos estrógenos com outros hormônios que também fazem parte do elenco fatorial e sua influência nos processos metabólicos envolvidos nesta gênese. Os estrógenos modificam o recâmbio do colágeno e influenciam no “turn over” das macromoléculas do líquido intersticial chamadas de glicosaminoglicanas, com acumulo do ácido hialurônico, gerando alterações bioquímicas na matriz intercelular (derme) afetando o transporte e a retenção de íons, além de criar uma pressão osmótica intersticial alta, com consequente microedema que dificulta a difusão dos nutrientes, metabólitos e hormônios entre as células e o sistema circulatório. Pensando que temos alteração hormonal (estrógeno) todos os meses, então teremos um edema mensal a partir do momento que entramos na puberdade e os hormônios entram em ação no nosso organismo. Este edema mensal é produzido e se não for totalmente eliminado, teremos então um edema residual que vai aumentando mês após mês, sendo um fator então para o desencadeamento do fibroedema gelóide. (CIPORKIN, 1992). O fibroedema gelóide é um distúrbio ou disfunção exclusivamente feminina, causado pelo hormônio estrógeno (hiperestrogenismo). Na matriz intersticial este hormônio entra no processo de hiperpolimerização das glicosaminiglicanas, na circulação aumenta a permeabilidade dos capilares facilitando o edema ocasionando redução do fluxo sanguíneo.
  • 7. Fatores coadjuvantes São classificados em fatores endógenos que são aqueles de origem biológica; e os fatores exógenos que estão relacionados a fatores ambientais ou agregados. Fatores endógenos Entre os fatores endógenos está o hiperinsulinismo onde na forma adiposa ginóide, os distúrbios metabólicos são menos intensos que os fatores hormonais; mesmo assim não se pode menosprezar a importância do hiperinsulinismo. Sabendo que a insulina é o agente lipogênico por excelência e o principal inibidor de toda iniciativa lipolítica por parte dos hormônios encarregados desta função metabólica. O hiperinsulinismo pode ter duas origens: pancreática e extra-pancreática. O hiperinsulinismo pancreático seria causado por um incremento na porcentagem de células beta (hiperplasia) produzido pelo excesso alimentar (carboidratos e glicose). O extra-pancreático seria causado pela diminuição da capacidade do fígado em degradar a insulina e pela menor resposta (resistência) dos tecidos à insulina. Se pensarmos no tipo de alimentação atual, baseada em carboidratos e glicose, podemos imaginar então, que em um tratamento para o fibroedema gelóide, há a necessidade de a cliente alterar sua dieta alimentar. Caso contrário continuará produzindo insulina além do que deveria, retendo líquidos e causando lipogênese. (CIPORKIN, 1992) Fatores coadjuvantes exógenos (gerais) Alimentação Os hábitos alimentares inadequados com dietas desequilibradas, hipercalóricas e hábitos alimentares inadequados, insuficientes em proteínas, fibras alimentares, líquidos e vitaminas, sais minerais e oligoelementos correspondem ao primeiro fator coadjuvante exógeno geral.
  • 8. Fonte: http://www.dicasdesaude.info/alimentacao/alimentacao-nao-saudavel Sedentarismo A falta de atividade física contribui para a fisiopatologia da fibroedema gelóide. No sedentarismo ocorre uma diminuição do gasto calórico do organismo e aumento dos níveis de insulina circulante, diminuição da massa muscular com aumento da massa gordurosa. Ocorre também uma diminuição do fluxo sanguíneo a nível tissular dificultando a oxigenação e as trocas metabólicas. A falta de movimentação leva a uma diminuição do importante mecanismo de bombeamento muscular, que impulsiona centripetamente o sangue venoso com a ajuda de suas válvulas; a circulação de retorno torna-se então, lenta e deficiente. Consequentemente, com o decorrer do tempo gera os fenômenos de estase venosa e linfática, com a infiltração edematosa intersticial subcutânea regional resultante. (CIPORKIN, 1992). Fatores Psicossomáticos A frustação, ansiedade, estresse e a depressão podem desencadear um aumento das catecolaminas que em altas concentrações estimulam a hipertrofia adipocitária. Fatores coadjuvantes exógenos locais
  • 9. Compressivos externos que correspondem ao vestuário, e cintas e os compressivos internos que correspondem à gravidez, alterações ginecológicas, síndromes pré-mesntrual e obstipação intestinal. Localização do fibroedema gelóide O FEG pode ser encontrada em diferentes partes do corpo. Fonte: http://fisioalinamosca.blogspot.com.br/2012/08/fibro-edema-geloide-o-que-e.html CLASSIFICAÇÃO DO FIBROEDEMA GELÓIDE QUANTO AO TIPO Tipo Dura ou compacta Esta FEG apresenta formas rígidas, uma massa dura, sem mobilidade e as zonas de tecido envolvido são espessas, sólidas e revestidas de uma camada compacta. Este tipo de fibroedema gelóide pode ser encontrado tanto em mulheres obesas como em mulheres magras. É reconhecido ao tato, pois os músculos acham-se recobertos por uma capa dura e compacta que parece aderida a estes. Além do que quando se aperta entre os dedos, uma parcela de pele infiltrada da FEG deixará aparecer sobre a superfície a rugosidade denominada “casca de laranja”, com os poros foliculares dilatados; e fazendo girar entre os dedos esta porção percebe-se a presença de pequenos nódulos de consistência dura.
  • 10. Nestes casos o primeiro sinal é a sensação de peso sobre as pernas, devido à alteração circulatória. Tipo Branda ou Difusa É a forma mais comum e frequente, nestes casos observa-se formações de grande volume e tem característica flácida e fofa, com alterações anatômicas, sendo predominante após os quarenta anos. Neste tipo de FEG o diagnóstico pode ser realizado por inspeção visual uma vez que pela sua consistência a palpação não se faz necessária, no entanto, ao palparmos o tecido verifica-se a brandura e presença de pequenos nódulos muitas vezes não perceptíveis a olho nu. Nestes casos a circulação é mais lenta deixando uma sensação de peso e fadiga em membros inferiores. Tipo Edematosa Esta é a forma mais grave e menos frequente pois demonstra um sinal de falência no sistema circulatório. Nestes casos observa-se a presença de telangectasias e varizes onde o edema não se movimenta com a mudança de posição não obedecendo à lei de gravidade. Geralmente, esta forma de FEG acompanha a obesidade global. Mesmo sendo classificado em três tipos não necessariamente deve apresentar uma forma única podendo ser encontrado em um mesmo indivíduo o FEG brando e duro no mesmo indivíduo. ETAPAS EVOLUTIVAS DO FIBROEDEMA GELÓIDE O FEG é uma afecção estética mutifatorial e progressiva, ou seja sem tratamento ela evolui gradativamente. É dividido em graus ou estágios de acordo com as etapas clínicas pela qual passa, podendo variar tanto um quanto outro nas diferentes zonas corporais.
  • 11. Grau I ou Estágio Latente. Neste estágio o FEG é assintomático e começa no período em que o indivíduo inicia uma fase hormonal acumulando edema. Neste estágio o famoso aspecto casca de laranja é visível somente quando a cliente faz contração muscular ou através da palpação. Fonte:http://3.bp.blogspot.com/7T_wTxAMCz0/UCA_AchZ4FI/AAAAAAAAAMQ/x1ykYE eLCHA/s1600/celulite-300x300.jpg Grau II ou Estágio Incipiente Neste estágio existe a presença do aspecto casca de laranja independente da contração muscular. O diagnóstico pode ser realizado por inspeção visual e palpação que mostra irregularidades de superfície (celular subcutâneo), no entanto sem aderência aos planos profundos. Apresenta alteração na microcirulação e o líquido intersticial apresenta-se mais viscoso, apresentando acúmulo de edema e a eliminação de toxinas encontra-se prejudicada. Grau III ou Estágio Critíco – Edema Fibroso É comum neste estágio encontrarmos nódulos dando a pele uma aparência acolchoada e em “casca de laranja”. A intoxicação é mais grave com presença de nódulos e fibrose na palpação independente da contração muscular.
  • 12. Fonte: do autor Grau IV ou Estágio Fibro Lipo Distrófico Esta etapa do fibroedema gelóide é considerada irreversível não respondendo totalmente ao tratamento estético. É o estágio de maior gravidade, apresentando macronódulos com hipertrofia do adipócito com compressão nervosa, além de apresentar flacidez tissular. Nestes casos os sintomas apresentados são a astenia neurocirculatória, sensação de peso nas extremidades, adormecimento e formigamentos e dores que se agravam com a compressão local. Fonte:http://fisioterapiaeseubemestar.blogspot.com.br/2012/05/fibro-edema-geloide- celulite-o-que-e-e.html
  • 13. AVALIAÇÃO DO FIBROEDEMA GELÓIDE Exame Físico A inspeção do fibroedema gelóide deverá ser realizada na posição ortostática, pois ao deitar os tecidos se acomodam e se espalham podendo desta forma mascarar o real acometimento do tecido. Durante a inspeção devem ser observadas alterações na superfície da pele como irregularidades, ondulações, a coloração do tecido, telangectasias, varizes e equimoses, alteração na tonicidade muscular e dor à palpação. A palpação deve ser realizada através de pinçamento, palpação profunda e pressão. Na palpação devemos estar atentos aos sinais clínicos como o aumento da espessura celular subcutânea, aumento da consistência e sensibilidade à dor. ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NO TRATAMENTO DO FIBROEDEMA GELÓIDE ULTRA SOM 3 MHZ Se pensarmos no histórico do ultrassom pensamos primeiramente na mãe natureza, que dotou certos animais com a capacidade de emitir ondas sonoras como os morcegos e os golfinhos. E foi com a observação desses animais que durante a Segunda Guerra Mundial se desenvolveu a idéia do sonar. Este equipamento serve para detectar objetos sob a água, como os submarinos e também para avaliar a profundidade dos mares. Após a Segunda Guerra Mundial houve um aumento muito grande de aplicações do ultrassom em diferentes campos. Por volta de 1880, o casal Pierre e Marie Curie descobriram que aplicando corrente elétrica sobre um cristal de quartzo colocado entre duas placas metálicas, acontecia uma vibração de alta frequência mais tarde caracterizada por ultrassom. E este processo que transforma uma corrente elétrica em energia mecânica foi chamado de efeito piezoelétrico que é uma das propriedades do ultrassom.
  • 14. Foi no final dos anos de 1940 e início de 1950 que se conseguiu com sucesso a primeira aplicação do ultrassom na medicina. Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano, são perturbações mecânicas que possibilitem a vibração da membrana timpânica. As ondas sônicas (o termo “sônico e “som “tem o mesmo significado), são séries de compressões e rarefações mecânicas na direção da onda que são chamadas de ondas longitudinais. Estas ondas podem ocorrer em sólidos, líquidos e gases. É uma forma de energia mecânica que não se propaga no vácuo necessitando de matéria para vibrar e gerar energia. O som é produzido por uma superfície móvel como o diafragma num alto-falante ou na “face” frontal de transdutor num aparelho de ultrassom. O aparelho de ultra som O ultrassom pode ser caracterizado por oscilações mecânicas produzidas por um transdutor vibratório aplicado sobre a pele que atravessa e penetra o organismo em distintas profundidades. Este aparelho possui um circuito que é capaz de receber a corrente elétrica da rede comercial e assim transformá-la em ondas de alta freqüência. O ultrassom consiste de um console (aparelho propriamente dito) possuindo um circuito que recebe a corrente elétrica transformando em oscilações elétricas de alta freqüência. Estas oscilações são conduzidas ao transdutor, ou seja o cabeçote. Recebe o nome de transdutor da onda ultrassônica todo dispositivo que converta a energia eletromagnética em energia mecânica. Este transdutor, ou o cabeçote por sua vez, deve ser constituído por um cristal piezoelétrico que são sólidos cristalinos que tem a propriedade especial à mudança de densidade de acordo com a tensão aplicada. Vários tipos de cristais podem ser usados, porém os que mais favorecem são os de quartzo e alguns materiais cerâmicos sintéticos como o titanato zirconato de chumbo (PZT) e o titanato de bário.
  • 15. Fonte: do autor Quando este cristal recebe a corrente elétrica, ele muda sua espessura dilatando ou comprimindo, na mesma frequência das oscilações elétricas emitindo as ondas de ultrassom. Por este motivo, este aparelho nunca poderá ser ligado sem estar em contato com a pele, pois neste momento de alteração do cristal as ondas vibratórias produzidas pelo aparelho precisam encontrar um meio de penetração, e se o transdutor (cabeçote) estiver fora da pele, estas ondas encontrarão apenas o ar, que as reflete 100%, devolvendo as ondas para o cabeçote, podendo ocorrer um trauma quebrando o cristal. Área de Radiação Efetiva (E.R.A.) A área de radiação ultrassônica do cabeçote é a área que o cristal ocupa no cabeçote, ou seja, onde realmente ocorre a emissão de ondas sônicas. O tamanho desta cerâmica, localizada no transdutor é também chamado de E.R.A. do cabeçote e entende-se por E.R.A ( (Effective Radiating Area ou seja a área de emissão efetiva). O tamanho desta área de contato é medida em cm² e está diretamente relacionada com o tempo de aplicação com o ultra som; ou seja; quanto menor a E.R.A. do ultrassom maior será o tempo de aplicação e vice-versa. O tamanho da E.R.A. do cabeçote do ultrassom pode variar de acordo com as marcas, encontramos desde 3 cm² a 19 cm².
  • 16. Fonte: do autor Impedância Acústica Caracteriza-se pela resistência que alguns tecidos oferecem à passagem das ondas ultrassônicas, em linhas gerais seria a facilidade ou dificuldade que cada meio ou tecido oferece à passagem da onda ultrassônica. Cada tecido possui uma impedância acústica distinta. A impedância acústica é obtida através da multiplicação do meio, ou seja, da sua (densidade de massa) pela velocidade sonora de propagação através dele. É válido lembrar que quanto maior a impedância acústica maior é o aquecimento do tecido. Absorção das ondas no Ultrassom É a capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas ultrassônicas, a retenção da energia acústica no meio irradiado. Quando uma onda sonora atravessa qualquer material, a energia pode ser atenuada ou dissipada. A quantidade de absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização e da frequência do ultrassom. Sendo que tecidos com elevado conteúdo protéico absorvem mais rapidamente que os com maior conteúdo de gordura.
  • 17. A absorção depende da frequência de ondas emitidas pelo aparelho, ou seja, quanto maior esta frequência menor será o comprimento da onda e maior será a absorção, pois o tempo de relaxamento das estruturas sonadas é menor e consequentemente absorvem maior energia (Borges, 2006). Devido a este fato, é que na área da estética para o tratamento das disfunções como o fibroedema gelóide e a lipodistrofia localizada é comumente utilizado o ultra som de 3 Mhz por possuírem maior frequência . Reflexão das ondas sonoras Uma outra característica está relacionada com a reflexão da onda e esta ocorre quando a reflexão volta ao meio de origem sem a alteração de sua frequência ou velocidade. A reflexão é proporcional à diferença de impedância acústica entre os dois meios, e está relacionada a quantidade que cada estrutura perde com relação à reflexão das ondas, a porcentagem de perda de cada estrutura por exemplo a pele 0,1% e o ar 100%. Cavitação no ultrassom A cavitação acontece em toda aplicação com o ultrassom. Quando existe a passagem da onda ultrassônica, acontece um ciclo de compressão e expansão. Durante a compressão a pressão é positiva e a expansão é negativa. A cavitação ocorre durante a expansão onde os gases adsorvidos nos líquidos na interface o transdutor evaporam-se resultando na expansão da cavidade, podendo provocar a formação de bolhas; ou seja, a cavitação é a formação de cavidade ou bolhas no meio líquido, contendo variáveis de gás ou vapor. A partir disto, podem ocorrer dois tipos de cavitação: a cavitação estável e cavitação instável. Cavitação estável: é a chamada cavitação normal, nesta cavitação as microbolhas de gás/vapor são formadas mantendo-se íntegras, sem implodirem. Ocorre quando se formam bolhas dentro dos líquidos do nosso corpo, devido à aplicação das ondas sônicas. O cristal do cabeçote sofre compressão e expansão
  • 18. quando está ligado, e é na fase de compressão que o gás se move de dentro da bolha para o fluido circundante. Processo terapêutico, indicado para as fibroses. Borges (2006) cita ainda que na cavitação estável as bolhas oscilam de um lado para outro, aumentam e diminuem de volume, mas permanecem intactas, e podem ser observadas colocando um pouco de água sobre o cabeçote como na imagem abaixo. A cavitação pode ser visualizada quando colocamos água sobre cabeçote e ligamos o aparelho de ultrassom , ocorrerá um borbulhar, este é o chamado teste da cavitação e este teste mostra que o aparelho está emitindo ondas sonoras. É interessante que com uma certa frequência seja feito este teste antes da terapia com aplicação do ultra som. Fonte: do autor Já a cavitação instável ocorre quando a intensidade for muito elevada ocorrendo um colabamento destas bolhas e estas vão ganhando energia até que “implodem” provocando um aquecimento muito grande, podendo resultar em dano tecidual e a liberação de radicais livres. Os benefícios da terapia ultrassônica vem somente da cavitação estável, já que a cavitação instável é um efeito deletério e indesejável. Profundidade do Ultra som
  • 19. A profundidade de penetração das ondas no tecido com o ultra som é determinada pela frequência e desta forma quanto maior a frequência do ultra som menor será a profundidade. Na área da estética usamos o ultrassom de 3 Mhz pois este atua mais superficialmente em média entre 4 a 5 com de profundidade. Fonte: http://dermafisio.blogspot.com.br/ Modo de emissão ou propagação da onda Há dois regimes de pulsos comumente empregados na prática clínica do ultrassom: o contínuo e o pulsado. A forma da emissão contínua produz mais calor, ou seja, o efeito térmico prevalece ao mecânico, a vibração do transdutor é constante e usada sobre as áreas adiposas. Borges (2006), relata que o ultrassom contínuo apresenta efeito térmico dominante, enquanto o ultrassom pulsado apresenta efeito mecânico dominante. Já na emissão pulsada produz um efeito mecânico maior e tem ação antiinflamatória, analgésica e antiedematosa, auxiliando também na lise das fibroses do tecido conjuntivo. Este tipo de emissão não produz calor, pois o mesmo se dissipa durante o período de descanso.
  • 20. Para o mesmo autor, quando o aparelho faz com que a carga elétrica emitida pelo cristal mantenha estas oscilações , fazendo com que as mudanças na espessura do cristal ocorram de forma constante, produzindo o efeito contínuo, por outro lado o circuito do ultrassom pode ligar e desligar o oscilador fazendo com que as ondas saiam de forma pulsada. O ultrassom contínuo possui efeito mecânico maior que o pulsado (pela ininterruptividade de emissão de ondas), e por isso é capaz de produzir o efeito térmico, sendo este efeito o predominante. Já no modo pulsado, como não existe a produção de calor (é considerado atérmico) só há o efeito mecânico . O ultrassom continuo é indicado quando em um tratamento estético se fizer necessário um grande efeito térmico e um grande efeito mecânico (atérmico), e em disfunções onde se necessita de efeito tixotrópico. Efeito tixotrópico Existe uma propriedade no ultrassom que é muito importante principalmente nos casos de tratamento para o fibroedema gelóide, este efeito é denominado de efeito tixotrópico. É a propriedade que o ultrassom tem em transformar o estado colóide em sol, ou seja, o ultra som tem a capacidade de “amolecer” estruturas rígidas, deixando as substâncias que se encontram em estado de maior consistência mais gelatinosa. Esta propriedade do ultrassom é aplicadas no quadros de fibroedema gelóide, nos casos de pós operatório de lipoaspiração (quadros fibróticos), diminuindo destas forma as estruturas endurecidas. É um dos efeitos que proporciona grandes resultados na área da estética auxiliando nas disfunções estéticas como a lipodistrofia localizada e o fibroedema gelóide. Fonoforese A fonoforese também é uma propriedade importantíssima do ultrassom e consiste na capacidade que este equipamento tem em penetrar os princípios ativos contidos nos
  • 21. géis cosméticos, e isto acontece porque o ultrassom consegue favorecer um aumento da permeabilidade da membrana e vasodilatação proporcionada pelo calor. No entanto a fonoforese ocorre principalmente no modo contínuo. Esta propriedade é obtida através do método direto onde se usa uma substância em forma de gel como meio de acoplamento. É a técnica mais usada na área da estética e dermato–funcional onde no gel para o acoplamento são adicionados ativos que podem, por exemplo, ter ação lipolítica e estimulante da circulação. Para que exista um bom acoplamento e deslizamento do cabeçote na pele do indivíduo é necessário usar meios que são chamados de substância de acoplamento, e no caso do ultrassom utilizamos o gel neutro ou com ativos. Este gel também é importante, uma vez que as ondas ultrassônicas não se propagam no ar, e desta forma ele faz com que o chamado coeficiente de atenuação entre meios envolvidos metal e a pele, tornem-se similares e quase toda a intensidade incidente seja transmitida. O ideal é fazer uso de uma substância de acoplamento que apresente uma impedância acústica parecida com a à da pele, pois desta forma diminuiremos a quantidade das ondas refletidas quando estas passarem da substância de acoplamento para a pele. Ativos como a cafeína, centella asiática, gingko biloba e chá verde por exemplo são ativos que podem ser usados como forma de potencializar o tratamento tanto da lipodistrofia localizada como do fibroedema gelóide. Um bom agente acoplador é aquele que possua uma viscosidade suficiente para permitir o deslizamento do cabeçote do ultrassom com a área tratada. Intensidade do ultra som A energia numa onda de ultrassom caracteriza-se pela intensidade, ou seja a quantidade de ondas vibratórias que o cliente receberá. A intensidade é a energia que cruza uma unidade de área perpendicular à onda.
  • 22. A intensidade deverá ser maior quando o tecido trabalhado for muito espesso como, por exemplo, na lipodistrofia localizada. A potência, a energia total por segundo fornecida pelo equipamento é mensurada em Watts (W), de forma que a energia está distribuída por toda a face do transdutor e estes diferem de tamanho, é mais usual que a intensidade seja expressa em W/cm². A intensidade usada dependerá da disfunção estética a ser trabalhada . Fonte: da autora Tempo de aplicação com o ultra som Um outro ponto bastante importante na aplicação do ultrassom está relacionado com o tempo de aplicação do ultraasom. A duração do tratamento depende do tamanho da área a ser tratada, lembrando que o tempo máximo de aplicação é de vinte a trinta minutos. Usualmente calculamos a área da seguinte forma: calculamos um minuto por E.R.A. do cabeçote, ou seja, pelo tamanho do cabeçote. Desta forma se a área que se deseja trabalhar é o abdômen então calculamos quantos cabeçotes cabem na região e contamos 1minuto por cabeçote e assim se na área couber 6 cabeçotes significa que irei trabalhar 6 minutos. Alguns profissionais utilizam até 2 minutos por E.R.A em casos de Fibroedema gelóide de difícil tratamento, mais graves ou mais antigos. Movimentação do cabeçote durante a aplicação Os movimentos do cabeçote devem ser executados de maneira lenta e uniforme, no entanto, se em algum momento a cliente referir aquecimento excessivo na região Intensidade do Ultrassom para o tratamento do Fibroedema gelóide I = 1 a 1.2 W/cm²- FEG grau I I = 1.2 a 1.4 W/cm²- FEG grau II I = 1.4 a 1.6 W/cm²- FEG grau III I = 1.6 a 1.8 W/cm²- FEG grau IV
  • 23. devemos aumentar a velocidade de movimentação dispersando desta forma o calor diminuindo a temperatura na região trabalhada. É importante que o cabeçote esteja bem acoplado na pele para que não haja reflexão das ondas vibratórias, e em nenhum momento o cabeçote deverá ser desacoplado da pele enquanto estiver emitindo as ondas. VACUOTERAPIA Esta técnica foi desenvolvida por um engenheiro francês Louis Paul Guitay, no ano de 1970, quando buscava desenvolver uma técnica que diminuísse cicatrizes oriundas de acidentes de carro. Foi o primeiro aparelho de sucção negativa com um cabeçote massageador que realizava o palper roller que consiste no pregueamento da pele e da gordura rolando através deste cabeçote contendo roletes. Técnica O tratamento pela vacuoterapia consiste na aplicação de um vácuo (pressão negativa) que à medida que rola sobre a pele criando uma dobra cutânea que é repetidamente segura e solta a partir de uma série de manobras que reestruturam o tecido conjuntivo e estimulam a circulação sangüínea e linfática, facilitando a nutrição dos tecidos e a distribuição da gordura subcutânea. Consiste em uma técnica não invasiva de mobilização tecidual com pressão (intensidade) exercida em mmHg (milímetros de mercúrio) sendo esta regulável de acordo com a sensibilidade da pele da cliente. Usualmente empregamos uma pressão entre - 250 a - 300 mm Hg. Durante a técnica deve-se observar leve hiperemia cutânea na região onde se realiza as manobras, e o tempo de tratamento em todo o corpo é de trinta minutos que podem ser distribuídos em todo o corpo ou usar o aparelho somente na área afetada por menos tempo.
  • 24. A técnica é a chamada de palper roller realizado pelos próprios roletes do cabeçote associado a pressão negativa do equipamento; e deve ser sempre realizada de acordo com o sentido das fibras musculares em sentido ascendente. No tratamento com vácuo existem dois cabeçotes o rolo ou redondo, sendo o rolo usado para a massagem e o redondo usado para a desfibrosagem do fibroedema gelóide. Na técnica de desfibrosagem pode ser usada as manobras como: oito grande, oito pequeno, zigue e zague e circular. Estas manobras são realizadas com baixa pressão para não danificar a pele. Nesta técnica faz-se necessário o uso de um agente de deslizamento e neste caso é usado o óleo que deverá ser espalhado por toda a região a ser tratada. O tratamento geralmente é realizado por 30 minutos em todo os corpo, modelando as superfícies, alisando o aspecto de matelassê, estimulando o metabolismo e ativando a circulação. No entanto, o aparelho de vácuo por ser utilizado apenas nas áreas acometidas utilizando um tempo menor de tratamento. Efeitos fisiológicos Auxilia na drenagem linfática, esfolia a pele desobstruindo o folículo pilossebáceo removendo as células mortas, faz vasodilatação, descongestiona áreas endurecidas do fibroedema gelóide, aumenta o aporte sanguíneo e a oxigenação levando nutrientes para os tecidos, modela o corpo mobilizando a gordura, desfibrosa os nódulos endurecidos de gordura e aumenta o metabolismo dos tecidos. Procedimento A área a ser trabalhada deverá ser dividida e os movimentos devem ser realizados sempre de forma ascendente no sentido da circulação venosa-linfática e de acordo com as fibras musculares. Indicações
  • 25. Este equipamento é indicado para o tratamento do fibroedema gelóide e da lipodistrofia localizada e auxilia muito nos casos de fibrose, devido as manobras e manopla redonda para realizar a desfibrosagem. Contraindicações Em casos de varizes ou trombose, nestes casos é contraindicado pela possibilidade do aumento do trombo ou o rompimento de sua fixação na parede da veia que forma o êmbolo. Nos casos de infecções é contraindicado por existir a possibilidade de disseminação do quadro infeccioso. Esta técnica é contraindicada também nos casos de tumores por existir a possibilidade em acelerar o crescimento e as metástases que são focos secundários na evolução de um tumor maligno. RÁDIO FREQUÊNCIA A terapia por radiofreqüência utiliza corrente elétrica de alta freqüência e média intensidade, cuja potência liberada tem a finalidade de elevar a temperatura tecidual a níveis que possam favorecer respostas fisiológicas perfeitamente controláveis (Agne,2013). Em 1976 foi utilizado corrente de radiofreqüência (RF) com o objetivo de destruir células cancerígenas, como para tratar câncer renal em pacientes com risco cirúrgico em lesões pequenas e preferencialmente periféricas. É um equipamento que trabalha com correntes alternadas e cuja frequência pode variar de 0,3 MHz até 6 MHz. Nestas freqüências há a produção de ondas eletromagnéticas e estas ondas provocam a oscilação das moléculas de água através de um campo elétrico exterior aumentando a temperatura entre elas. O efeito da energia eletromagnética no corpo humano depende da freqüência aplicada.
  • 26. Em alta freqüência o campo eletromagnético causa a polarização e oscilação das moléculas de água, e a fricção entre as moléculas transforma a energia eletromagnética em calor. As ondas eletromagnéticas provocam oscilação das moléculas de água Através de um campo elétrico exterior aumentando a temperatura entre elas, esta oscilação transforma a energia eletromagnética em energia térmica. Diminuindo a impedância dos tecidos e aquecendo todos aqueles que contém moléculas de água. O aquecimento promovido pela radiofrequência induz uma desnaturação do colágeno seguida de aumento na deposição de colágeno, este se transforma de uma estrutura cristalina altamente organizada a um gel desorganizado que resulta imediatamente em uma estimulação dos fibroblastos com consequente neocolagênese e contração do tecido. Eletrodos usados na Radiofrequência Na aplicação da radiofreqüência contamos com dois eletrodos, um deles recebe o nome de eletrodo ativo este é eletrodo aplicado na pele do cliente provocando grande densidade de corrente no ponto da aplicação. O outro eletrodo denominado de eletrodo dispersivo, passivo, neutro ou de retorno consiste em uma placa condutiva de grande área de contato que tem como função estabelecer um circuito de circulação de corrente ao mesmo que faz com que a energia retorne ao cliente. Este eletrodo será posicionado próximo a zona alvo de tratamento, por exemplo, se tratarmos a face posicionamos o eletrodo de retorno na região de trapézio da cliente. Em cabeçotes monopolares, o eletrodo ativo fará o tratamento e o eletrodo passivo ficará em repouso próximo a região a ser tratada. Em cabeçotes bipolares, os dois eletrodos (positivo e negativo) se encontrarão no cabeçote em movimento. Cabeçotes Monopolar e Bipolar
  • 27. A radiofrequência é um equipamento que pode ter dois tipos de cabeçotes um que atua mais profundamente podendo atingir além da pele o tecido adiposo e este cabeçote denominamos de monopolar, atingindo 15 a 20 mm. Ocorre quando a energia percorre de um eletrodo ativo para um para um de dispersão o procedimento é chamado monopolar. A existência de um eletrodo dispersivo não é regra geral e dependerá das configurações próprias do aparelho (Agne, 2013). No caso do cabeçote bipolar, os eletrodos de saída e retorno da corrente estão no próprio cabeçote, ou seja, possuem dois pólos (positivo e negativo), sem a placa de retorno onde a energia gerada tem um efeito mais superficial atuando em nível dérmico, atingindo de 2 a 6 mm de profundidade. Manoplas ou Cabeçotes Os equipamentos de radiofreqüência oferecem manoplas de tamanho menores para o tratamento da face e maiores para o tratamento de áreas corporais. Termômetro Na radiofrequência fazemos o uso de um termômetro que será usado para mensurar a temperatura já que este é um equipamento que promove um aquecimento induzindo a uma desnaturação do colágeno seguida de aumento na sua deposição. Este termômetro deverá ser trabalhado em uma distância inferior a 20 cm da pele, pois do contrário poderá acontecer uma interferência da temperatura do ambiente. Recomenda-se não fazer uso do termômetro ao lado ou muito próximo da manopla já que se trata de emissão eletromagnética de frequência alta que poderá interferir nas informações térmicas mostradas no termômetro. Temperatura usada no Fibroedema Gelóide Para o tratamento do fibroedema gelóide a temperatura que devemos atingir é a de 36 a 38° C por um tempo de cinco minutos após esta temperatura ser atingida.
  • 28. Para o tratamento do fibroedema gelóide o ideal é trabalhar de duas a três vezes na semana. Em toda aplicação com radiofrequência é necessário usar um meio de contato e o mais usado é a glicerina líquida que deverá ser espalhada por toda a região a ser tratada. A glicerina é um ótimo meio de contato, pois imediatamente ao ser colocada na pele nota-se um leve aumento de temperatura. Movimentação da manopla A todo o momento a manopla deverá estar em movimento e não deverá ficar parada sobre a pele em momento algum, pois caso contrário poderá queimar a cliente. Os movimentos usados são o de vai e vem ou circular durante todo o tratamento, não se esquecendo de chegar a temperatura ideal e depois mantê-la por cinco minutos. Caso a temperatura suba demais, atingindo mais do que o recomendado deve-se acelerar os movimentos com a manopla a fim de dispersar o calor e evitar possíveis queimaduras. A radiofrequência proporciona uma vasodilatação com aumento circulatório, levando um maior aporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos, favorecendo a eliminação de toxinas e o aumento do metabolismo celular. Nos casos específicos do FEG o maior destaque está associado ao amolecimento dos septos fibrosos presentes nos graus 3 e 4. Chegamos ao final de nossos estudos, espero ter contribuído de forma satisfatória para o enriquecimento dos conhecimentos de vocês alunos.
  • 29. Referências Bibliográficas AGNES, Jones E. Eletrotermofototerapia. 1. ed. Rio Grande do Sul, 2013. BORGES, Fábio dos Santos. Dermato Funcional Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2010. CIPORKIN, H.; PASCHOAL, L. H. Atualização Terapêutica e fisiopatogênica da Lipodistrofia Ginóide. São Paulo: Santos, 1992 GUIRRO, E; GUIRRO,R. Fisioterapia Dermato Funcional: Fundamentos, recursos e patologias. 3 ed. São Paulo: Manole, 2004. SAMPAIO, S.AP; RIVITTI, E.A. Dermatologia. 3 ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007.