SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
DEMOCRACIA
Rosseau
• “Se houvesse um povo de deuses, esse
povo se governaria democraticamente”.
Com tais palavras, repassadas de
pessimismo, mostra Rousseau, no Contrato
Social, o grau de perfeição que se prende a
essa forma de governo, cuja prática o mais
abalizado filósofo da democracia moderna
duvida seja possível aos homens para
servir-lhe às conveniências.
Rosseau
• Governo tão perfeito não quadra a seres
humanos — acrescenta o pensador, depois de
haver afirmado, na mesma ordem de reflexões,
que, tomando o termo com todo o rigor, chegar-
se-ia à conclusão de que jamais houve, jamais
haverá verdadeira democracia, ou seja, ai o
mesmo conceito nas palavras de Duverger:
“Nunca se viu e nunca se verá um povo
governar-se por si mesmo”.
3 tipos de Democracia
• De um ponto de vista meramente formal,
distinguem-se, na história das instituições
políticas, três modalidades básicas de
democracia: a democracia direta, a
democracia indireta e a democracia
semidireta; ou, simplesmente, a democracia
não representativa ou direta, e a democracia
representativa — indireta ou semidireta —,
que é a democracia dos tempos modernos.
Democracia Direta
• A Grécia foi o berço da democracia direta,
mormente Atenas, onde o povo, reunido no
Ágora, para o exercício direto e imediato do
poder político, transformava a praça pública
“no grande recinto da nação”.
‘
Quais as condições permitiram a democracia direta
na cidade-estado grega?
• Em primeiro lugar, a base social escrava,
que permitia ao homem livre ocupar-se tão-
somente dos negócios públicos, numa
militância rude, exaustiva, permanente,
diuturna. Nenhuma preocupação de ordem
material atormentava o cidadão na antiga
Grécia. Ao homem econômico dos nossos
tempos correspondia o homem político da
antigüidade: a liberdade do cidadão
substituía a liberdade do homem.
Quais as condições permitiram a democracia direta
na cidade-estado grega?
• A tomada de consciência quanto à necessidade de
o homem integrar-se na vida política: do imperativo
de participação solidária, altruísta e responsável
para preservação do Estado em presença do
inimigo estrangeiro, frente ao bárbaro — que
bárbaro eram para os gregos todos os povos não-
helênicos — ou frente aos Estados rivais ou
inimigos, posto que de base igualmente helênica.
Quais as condições permitiram a democracia direta
na cidade-estado grega?
• O valor que o cidadão no Estado grego conferia à
sua democracia estava preso, portanto, ao bem que
ele almejava receber e que efetivamente recebia da
parte do Estado.
• Não havia nesta forma de democracia direta,
democracia orgânica, a tensão que preside, nos
tempos modernos, às relações entre o indivíduo e o
Estado. Determinadas posições filosóficas, de teor
político, contemplam modernamente o Estado como
dado negativo e o indivíduo como dado positivo, ou
vice-versa.
Polis grega
• A democracia grega e a vida na pólis grega não
consentiam, historicamente, semelhantes
dissociações do homem e da coletividade. De
maneira que, recebendo tudo do Estado,
devendo tudo ao Estado, o homem grego, ainda
quando entra, historicamente, a tomar
consciência de que a pólis lhe é realidade
exterior, ainda quando intenta afirmar
conscientemente sua personalidade, esse
homem vacila e essa vacilação se escreve, por
exemplo, no sacrifício de Sócrates.
Bases da democracia grega
• ISONOMIA proclamava o gênio político da Grécia a
igualdade de todos perante a lei, sem distinção de grau, classe
ou riqueza.
• ISOTIMIA, abolia a organização democrática da Grécia os
títulos ou funções hereditárias, abrindo a todos os cidadãos o
livre acesso ao exercício das funções públicas, sem mais
distinção ou requisito que o merecimento a honradez e a
confiança depositada no administrador pelos cidadãos.
• ISAGORIA, trata-se do direito de palavra, da igualdade
reconhecida a todos de falar nas assembléias populares, de
debater publicamente os negócios do governo
Democracia indireta
(representativa)
• O homem da democracia direta, que foi a
democracia grega, era integralmente
político. O homem do Estado moderno é
homem apenas acessoriamente político,
ainda nas democracia mais aprimoradas,
onde todo um sistema de garantias jurídicas
e sociais fazem efetiva e válida a sua
condição de “sujeito” e não apenas “objeto”
da organização política.
Democracia indireta
(representativa)
• Evidentemente, só há pois uma saída
possível, solução única para o poder
consentido, dentro no Estado moderno: um
governo democrático de bases
representativas.
Traços característicos da
democracia indireta
• A moderna democracia ocidental, de feição tão distinta da antiga
democracia, tem por bases principais a soberania popular, como fonte
de todo o poder legítimo, que se traduz através da vontade geral (a
volonté générale do Contrato Social de Rousseau); o sufrágio
universal, com pluralidade de candidatos e partidos; a observância
constitucional do princípio da distinção de poderes, com separação
nítida no regime presidencial e aproximação ou colaboração mais
estreita no regime parlamentar; a igualdade de todos perante a lei; a
manifesta adesão ao princípio da fraternidade social; a representação
como base das instituições políticas; a limitação de prerrogativas dos
governantes; o Estado de direito, com a prática e proteção das
liberdades públicas por parte do Estado e da ordem jurídica,
abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: liberdade de
opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa; a temporariedade
dos mandatos eletivos e, por fim, a existência plenamente garantida
das minorias políticas, com direitos e possibilidades de
representação, bem como das minorias nacionais, onde estas
porventura existirem.
Democracia semi-direta
• Verifica-se com o Estado moderno a impossibilidade
irremovível de alcançar-se a democracia direta contida
no ideal e na prática dos gregos.
• Mas do mesmo passo percebeu-se ser possível fundar
instituições que fizessem do governo popular um meio-
termo entre a democracia direta dos antigos e a
democracia representativa tradicional dos modernos. Na
democracia representativa tudo se passa como se o
povo realmente governasse; há, portanto, a presunção
ou ficção de que a vontade representativa é a mesma
vontade popular, ou seja, aquilo que os representantes
querem vem a ser legitimamente aquilo que o povo
haveria de querer, se pudesse governar pessoalmente,
materialmente, com as próprias mãos.
• O poder é do povo, mas o governo é dos
representantes, em nome do povo: eis aí toda a verdade
e essência da democracia representativa.
Democracia semi-direta
• O povo não só elege, como legisla.
• A democracia semidireta teve o período de
mais larga proliferação no curso das três
primeiras décadas deste século, quando
gozou de indisputável prestígio, mormente
após a Primeira Grande Guerra Mundial,
durante a fase sensivelmente aguda de
crise das instituições democráticas do
ocidente.
Os partidos políticos
• Após o breve periodo marcado por
consultas populares em vários países
europeus no início do século XX
tivemos na sequência a primazia dos
partidos políticos como expressão da
organização popular(ou não) na
democracia ocidental.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (18)

Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 
Democracia
DemocraciaDemocracia
Democracia
 
DEMOCRACIA DIRETA E SUAS IMPLICAÇÕES
DEMOCRACIA DIRETA E SUAS IMPLICAÇÕESDEMOCRACIA DIRETA E SUAS IMPLICAÇÕES
DEMOCRACIA DIRETA E SUAS IMPLICAÇÕES
 
A democracia direta (renato janine ribeiro)
A democracia direta (renato janine ribeiro)A democracia direta (renato janine ribeiro)
A democracia direta (renato janine ribeiro)
 
Resenha coutinho 2000 contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
Resenha  coutinho 2000  contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismoResenha  coutinho 2000  contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
Resenha coutinho 2000 contra a corrente- ensaios sobre democracia e socialismo
 
Aula 17 - Democracia e ditadura
Aula 17 - Democracia e ditaduraAula 17 - Democracia e ditadura
Aula 17 - Democracia e ditadura
 
Introdução ao pensamento político
Introdução ao pensamento políticoIntrodução ao pensamento político
Introdução ao pensamento político
 
Estado, sociedade e poder 3 II
Estado, sociedade e poder 3 IIEstado, sociedade e poder 3 II
Estado, sociedade e poder 3 II
 
Filosofia moderna: Contratualismo
Filosofia moderna: ContratualismoFilosofia moderna: Contratualismo
Filosofia moderna: Contratualismo
 
Do contrato social Vol. 1
Do contrato social Vol. 1 Do contrato social Vol. 1
Do contrato social Vol. 1
 
Jean jacques rousseau
Jean jacques rousseauJean jacques rousseau
Jean jacques rousseau
 
Palestra puc
Palestra pucPalestra puc
Palestra puc
 
Seminário Rousseau
Seminário RousseauSeminário Rousseau
Seminário Rousseau
 
Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 
Os limites da democracia
Os limites da democraciaOs limites da democracia
Os limites da democracia
 
Aula 19 - O Contratualismo - Thomas Hobbes
Aula 19 - O Contratualismo - Thomas HobbesAula 19 - O Contratualismo - Thomas Hobbes
Aula 19 - O Contratualismo - Thomas Hobbes
 
Norberto bobbio
Norberto bobbioNorberto bobbio
Norberto bobbio
 
O Poder e o Estado
O Poder e o EstadoO Poder e o Estado
O Poder e o Estado
 

Destaque

A Independência da América Latina
A Independência da América LatinaA Independência da América Latina
A Independência da América LatinaIsaquel Silva
 
3ºexpansão norte americana.
3ºexpansão norte americana.3ºexpansão norte americana.
3ºexpansão norte americana.Ajudar Pessoas
 
Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina
Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina
Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina Isaquel Silva
 
imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique
imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique
imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique luizhmo9
 
A independência da américa latina
A independência da américa latinaA independência da américa latina
A independência da américa latinaIsaquel Silva
 
O imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latinaO imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latinaNelia Salles Nantes
 
O imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidenseO imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidenseprofnelton
 
Imperialismo norte americano
Imperialismo norte americanoImperialismo norte americano
Imperialismo norte americanoamandajv
 
O imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latinaO imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latinaNelia Salles Nantes
 
O imperialismo americano na america latina
O imperialismo americano na america latinaO imperialismo americano na america latina
O imperialismo americano na america latinanatanael alves da silva
 
América Latina no século XIX
América Latina no século XIXAmérica Latina no século XIX
América Latina no século XIXEdenilson Morais
 
Entradas e bandeiras imagens tmp
Entradas e bandeiras imagens tmpEntradas e bandeiras imagens tmp
Entradas e bandeiras imagens tmpPéricles Penuel
 
Independência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesa
Independência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesaIndependência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesa
Independência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesaEdvaldo Lopes
 
Independência da América Espanhola
Independência da América EspanholaIndependência da América Espanhola
Independência da América EspanholaEdenilson Morais
 

Destaque (14)

A Independência da América Latina
A Independência da América LatinaA Independência da América Latina
A Independência da América Latina
 
3ºexpansão norte americana.
3ºexpansão norte americana.3ºexpansão norte americana.
3ºexpansão norte americana.
 
Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina
Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina
Os Estados Unidos no século XIX e A América Latina
 
imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique
imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique
imperialismo Norte Americano prof° L. Henrique
 
A independência da américa latina
A independência da américa latinaA independência da américa latina
A independência da américa latina
 
O imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latinaO imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latina
 
O imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidenseO imperialismo estadunidense
O imperialismo estadunidense
 
Imperialismo norte americano
Imperialismo norte americanoImperialismo norte americano
Imperialismo norte americano
 
O imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latinaO imperialismo na américa latina
O imperialismo na américa latina
 
O imperialismo americano na america latina
O imperialismo americano na america latinaO imperialismo americano na america latina
O imperialismo americano na america latina
 
América Latina no século XIX
América Latina no século XIXAmérica Latina no século XIX
América Latina no século XIX
 
Entradas e bandeiras imagens tmp
Entradas e bandeiras imagens tmpEntradas e bandeiras imagens tmp
Entradas e bandeiras imagens tmp
 
Independência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesa
Independência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesaIndependência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesa
Independência da América Latina: Haiti, colônias espanholas e portuguesa
 
Independência da América Espanhola
Independência da América EspanholaIndependência da América Espanhola
Independência da América Espanhola
 

Semelhante a Presentation3

Democracia - Liberal - Social Slide
Democracia - Liberal - Social  SlideDemocracia - Liberal - Social  Slide
Democracia - Liberal - Social Slidejulilp10
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfFernanda Bastos
 
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdfSlides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdfLeandroBrando21
 
Pilulas Democráticas Apresentação
Pilulas Democráticas ApresentaçãoPilulas Democráticas Apresentação
Pilulas Democráticas Apresentaçãoaugustodefranco .
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaFelipe Serra
 
Pilulas Democráticas Epílogo
Pilulas Democráticas EpílogoPilulas Democráticas Epílogo
Pilulas Democráticas Epílogoaugustodefranco .
 
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA CIDADANIA E DEMOCRACIA
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA  CIDADANIA E DEMOCRACIAHISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA  CIDADANIA E DEMOCRACIA
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA CIDADANIA E DEMOCRACIAAllan Vieira
 
Ensaio sobre meritocracia
Ensaio sobre meritocraciaEnsaio sobre meritocracia
Ensaio sobre meritocraciatyromello
 
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...Direito Nabuco
 
Decisões autoritárias e o exercício da democracia no brasil
Decisões autoritárias e o exercício da democracia no brasilDecisões autoritárias e o exercício da democracia no brasil
Decisões autoritárias e o exercício da democracia no brasilFernando Alcoforado
 
Filosofia (eixos temáticos da uel)
Filosofia (eixos temáticos da uel)Filosofia (eixos temáticos da uel)
Filosofia (eixos temáticos da uel)Thiago Castro Bueno
 
Pilulas Democraticas 18 Regras
Pilulas Democraticas 18   RegrasPilulas Democraticas 18   Regras
Pilulas Democraticas 18 Regrasaugustodefranco .
 
201601 governo legitimo ou democracia
201601 governo legitimo ou democracia201601 governo legitimo ou democracia
201601 governo legitimo ou democraciaFrancisco Pinheiro
 
Bobbio
BobbioBobbio
BobbioUNICAP
 
DEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptx
DEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptxDEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptx
DEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptxAnisioDiogo
 
Instituto de ciências sociais Democracia e ditadura por Bobbio
Instituto de ciências sociais Democracia e ditadura por BobbioInstituto de ciências sociais Democracia e ditadura por Bobbio
Instituto de ciências sociais Democracia e ditadura por BobbioJoão Cardoso
 
Democracia e Ditadura: Extraído de Bobbio
Democracia e Ditadura: Extraído de BobbioDemocracia e Ditadura: Extraído de Bobbio
Democracia e Ditadura: Extraído de BobbioJoão Cardoso
 

Semelhante a Presentation3 (20)

Democracia - Liberal - Social Slide
Democracia - Liberal - Social  SlideDemocracia - Liberal - Social  Slide
Democracia - Liberal - Social Slide
 
cidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdfcidania e democracia.pdf
cidania e democracia.pdf
 
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdfSlides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
Slides_Estado_Democracia_Giane_2021.pdf
 
Pilulas Democráticas Apresentação
Pilulas Democráticas ApresentaçãoPilulas Democráticas Apresentação
Pilulas Democráticas Apresentação
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politica
 
Pilulas Democráticas Epílogo
Pilulas Democráticas EpílogoPilulas Democráticas Epílogo
Pilulas Democráticas Epílogo
 
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA CIDADANIA E DEMOCRACIA
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA  CIDADANIA E DEMOCRACIAHISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA  CIDADANIA E DEMOCRACIA
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA CIDADANIA E DEMOCRACIA
 
Ensaio sobre meritocracia
Ensaio sobre meritocraciaEnsaio sobre meritocracia
Ensaio sobre meritocracia
 
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
A importância dos conselhos de políticas públicas para a efetivação dos direi...
 
Decisões autoritárias e o exercício da democracia no brasil
Decisões autoritárias e o exercício da democracia no brasilDecisões autoritárias e o exercício da democracia no brasil
Decisões autoritárias e o exercício da democracia no brasil
 
Filosofia (eixos temáticos da uel)
Filosofia (eixos temáticos da uel)Filosofia (eixos temáticos da uel)
Filosofia (eixos temáticos da uel)
 
Pilulas Democraticas 18 Regras
Pilulas Democraticas 18   RegrasPilulas Democraticas 18   Regras
Pilulas Democraticas 18 Regras
 
Marga conceitos de política
Marga conceitos de políticaMarga conceitos de política
Marga conceitos de política
 
Conversas sobre política
Conversas sobre políticaConversas sobre política
Conversas sobre política
 
201601 governo legitimo ou democracia
201601 governo legitimo ou democracia201601 governo legitimo ou democracia
201601 governo legitimo ou democracia
 
Bobbio
BobbioBobbio
Bobbio
 
DEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptx
DEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptxDEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptx
DEMOCRACIA, DIREITOS HUAMANOS E CIDADANIA - 2º - 3º PERÍODO.pptx
 
Instituto de ciências sociais Democracia e ditadura por Bobbio
Instituto de ciências sociais Democracia e ditadura por BobbioInstituto de ciências sociais Democracia e ditadura por Bobbio
Instituto de ciências sociais Democracia e ditadura por Bobbio
 
Democracia e Ditadura: Extraído de Bobbio
Democracia e Ditadura: Extraído de BobbioDemocracia e Ditadura: Extraído de Bobbio
Democracia e Ditadura: Extraído de Bobbio
 
Filosofia Política
Filosofia PolíticaFilosofia Política
Filosofia Política
 

Mais de Daniela Barroso

Mais de Daniela Barroso (11)

Presentation8.1
Presentation8.1Presentation8.1
Presentation8.1
 
Presentation8
Presentation8Presentation8
Presentation8
 
Presentation7
Presentation7Presentation7
Presentation7
 
Presentation6
Presentation6Presentation6
Presentation6
 
Presentation5
Presentation5Presentation5
Presentation5
 
Presentation2
Presentation2Presentation2
Presentation2
 
Presentation1
Presentation1Presentation1
Presentation1
 
Presentation1
Presentation1Presentation1
Presentation1
 
Presentation1
Presentation1Presentation1
Presentation1
 
Introdução ao ensino superior. estrutura e funcionamento ppt
Introdução ao ensino superior. estrutura e funcionamento pptIntrodução ao ensino superior. estrutura e funcionamento ppt
Introdução ao ensino superior. estrutura e funcionamento ppt
 
Ética e moral desafios contemporâneos
Ética e moral   desafios contemporâneosÉtica e moral   desafios contemporâneos
Ética e moral desafios contemporâneos
 

Último

ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 

Último (20)

ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 

Presentation3

  • 2. Rosseau • “Se houvesse um povo de deuses, esse povo se governaria democraticamente”. Com tais palavras, repassadas de pessimismo, mostra Rousseau, no Contrato Social, o grau de perfeição que se prende a essa forma de governo, cuja prática o mais abalizado filósofo da democracia moderna duvida seja possível aos homens para servir-lhe às conveniências.
  • 3. Rosseau • Governo tão perfeito não quadra a seres humanos — acrescenta o pensador, depois de haver afirmado, na mesma ordem de reflexões, que, tomando o termo com todo o rigor, chegar- se-ia à conclusão de que jamais houve, jamais haverá verdadeira democracia, ou seja, ai o mesmo conceito nas palavras de Duverger: “Nunca se viu e nunca se verá um povo governar-se por si mesmo”.
  • 4. 3 tipos de Democracia • De um ponto de vista meramente formal, distinguem-se, na história das instituições políticas, três modalidades básicas de democracia: a democracia direta, a democracia indireta e a democracia semidireta; ou, simplesmente, a democracia não representativa ou direta, e a democracia representativa — indireta ou semidireta —, que é a democracia dos tempos modernos.
  • 5. Democracia Direta • A Grécia foi o berço da democracia direta, mormente Atenas, onde o povo, reunido no Ágora, para o exercício direto e imediato do poder político, transformava a praça pública “no grande recinto da nação”.
  • 6. ‘ Quais as condições permitiram a democracia direta na cidade-estado grega? • Em primeiro lugar, a base social escrava, que permitia ao homem livre ocupar-se tão- somente dos negócios públicos, numa militância rude, exaustiva, permanente, diuturna. Nenhuma preocupação de ordem material atormentava o cidadão na antiga Grécia. Ao homem econômico dos nossos tempos correspondia o homem político da antigüidade: a liberdade do cidadão substituía a liberdade do homem.
  • 7. Quais as condições permitiram a democracia direta na cidade-estado grega? • A tomada de consciência quanto à necessidade de o homem integrar-se na vida política: do imperativo de participação solidária, altruísta e responsável para preservação do Estado em presença do inimigo estrangeiro, frente ao bárbaro — que bárbaro eram para os gregos todos os povos não- helênicos — ou frente aos Estados rivais ou inimigos, posto que de base igualmente helênica.
  • 8. Quais as condições permitiram a democracia direta na cidade-estado grega? • O valor que o cidadão no Estado grego conferia à sua democracia estava preso, portanto, ao bem que ele almejava receber e que efetivamente recebia da parte do Estado. • Não havia nesta forma de democracia direta, democracia orgânica, a tensão que preside, nos tempos modernos, às relações entre o indivíduo e o Estado. Determinadas posições filosóficas, de teor político, contemplam modernamente o Estado como dado negativo e o indivíduo como dado positivo, ou vice-versa.
  • 9. Polis grega • A democracia grega e a vida na pólis grega não consentiam, historicamente, semelhantes dissociações do homem e da coletividade. De maneira que, recebendo tudo do Estado, devendo tudo ao Estado, o homem grego, ainda quando entra, historicamente, a tomar consciência de que a pólis lhe é realidade exterior, ainda quando intenta afirmar conscientemente sua personalidade, esse homem vacila e essa vacilação se escreve, por exemplo, no sacrifício de Sócrates.
  • 10. Bases da democracia grega • ISONOMIA proclamava o gênio político da Grécia a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de grau, classe ou riqueza. • ISOTIMIA, abolia a organização democrática da Grécia os títulos ou funções hereditárias, abrindo a todos os cidadãos o livre acesso ao exercício das funções públicas, sem mais distinção ou requisito que o merecimento a honradez e a confiança depositada no administrador pelos cidadãos. • ISAGORIA, trata-se do direito de palavra, da igualdade reconhecida a todos de falar nas assembléias populares, de debater publicamente os negócios do governo
  • 11. Democracia indireta (representativa) • O homem da democracia direta, que foi a democracia grega, era integralmente político. O homem do Estado moderno é homem apenas acessoriamente político, ainda nas democracia mais aprimoradas, onde todo um sistema de garantias jurídicas e sociais fazem efetiva e válida a sua condição de “sujeito” e não apenas “objeto” da organização política.
  • 12. Democracia indireta (representativa) • Evidentemente, só há pois uma saída possível, solução única para o poder consentido, dentro no Estado moderno: um governo democrático de bases representativas.
  • 13. Traços característicos da democracia indireta • A moderna democracia ocidental, de feição tão distinta da antiga democracia, tem por bases principais a soberania popular, como fonte de todo o poder legítimo, que se traduz através da vontade geral (a volonté générale do Contrato Social de Rousseau); o sufrágio universal, com pluralidade de candidatos e partidos; a observância constitucional do princípio da distinção de poderes, com separação nítida no regime presidencial e aproximação ou colaboração mais estreita no regime parlamentar; a igualdade de todos perante a lei; a manifesta adesão ao princípio da fraternidade social; a representação como base das instituições políticas; a limitação de prerrogativas dos governantes; o Estado de direito, com a prática e proteção das liberdades públicas por parte do Estado e da ordem jurídica, abrangendo todas as manifestações de pensamento livre: liberdade de opinião, de reunião, de associação e de fé religiosa; a temporariedade dos mandatos eletivos e, por fim, a existência plenamente garantida das minorias políticas, com direitos e possibilidades de representação, bem como das minorias nacionais, onde estas porventura existirem.
  • 14. Democracia semi-direta • Verifica-se com o Estado moderno a impossibilidade irremovível de alcançar-se a democracia direta contida no ideal e na prática dos gregos. • Mas do mesmo passo percebeu-se ser possível fundar instituições que fizessem do governo popular um meio- termo entre a democracia direta dos antigos e a democracia representativa tradicional dos modernos. Na democracia representativa tudo se passa como se o povo realmente governasse; há, portanto, a presunção ou ficção de que a vontade representativa é a mesma vontade popular, ou seja, aquilo que os representantes querem vem a ser legitimamente aquilo que o povo haveria de querer, se pudesse governar pessoalmente, materialmente, com as próprias mãos. • O poder é do povo, mas o governo é dos representantes, em nome do povo: eis aí toda a verdade e essência da democracia representativa.
  • 15. Democracia semi-direta • O povo não só elege, como legisla. • A democracia semidireta teve o período de mais larga proliferação no curso das três primeiras décadas deste século, quando gozou de indisputável prestígio, mormente após a Primeira Grande Guerra Mundial, durante a fase sensivelmente aguda de crise das instituições democráticas do ocidente.
  • 16. Os partidos políticos • Após o breve periodo marcado por consultas populares em vários países europeus no início do século XX tivemos na sequência a primazia dos partidos políticos como expressão da organização popular(ou não) na democracia ocidental.