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Ofício 011/2019
Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 2019.
Ref.: AS BARRAGENS NO ALTO RIO DAS VELHAS E A SEGURANÇA HÍDRICA DA RMBH
À Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM)
A/C Sr. Renato Teixeira Brandão – PRESIDENTE
presidenciafeam@meioambiente.mg.gov.br
Á Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)
A/C Sr. Germano Luiz Gomes Vieira – SECRETÁRIO
secretario.semad@meioambiente.mg.gov.br
Agência Nacional de Mineração
Victor Hugo Froner Bicca - Diretor-Geral
dire@anm.gov.br
Prezados Senhores,
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, órgão colegiado, deliberativo e normativo,
criado pelo Decreto Estadual nº 39.692, de 29 de junho de 1998, em conformidade com a Lei
Estadual de Recursos Hídricos 13.199/99 e a Lei Federal 9.433/97, integrante do Sistema Federal e
Estadual de Recursos Hídricos com atuação na área territorial compreendida pela Bacia
Hidrográfica do Rio das Velhas;
A Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 e a Lei Estadual nº 13.199, de 29 de janeiro de
1999 instituem que a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
participação do poder público, dos usuários e das comunidades, e ainda, determina como
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competência do Comitê promover o debate das questões relacionadas com os recursos hídricos e
articular a atuação de órgãos e entidades intervenientes.
Em 05 de novembro de 2015, toda a sociedade assistiu estarrecida aos impactos do rompimento
da barragem de Fundão, em Mariana, que vitimou 21 pessoas e devastou todo o sistema fluvial do
Ribeirão Gualaxo do Norte, do Rio Carmo e do Rio Doce.
Após o rompimento da barragem de Fundão, de responsabilidade da empresa SAMARCO e de suas
acionistas BHB Billinton e Vale, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e o Estado negaram as
restrições e ações propostas pela iniciativa popular, que estabeleceu diferentes instrumentos
técnicos e metodologias de acompanhamento que deveriam garantir à sociedade a ciência do risco
e das formas de prevenção possíveis em casos de rompimento de barragens de rejeito.
No dia 25 de janeiro de 2019, toda a sociedade, atônita, assistiu a mais um crime social e
ambiental com o rompimento da barragem de fundão, que vitimou mais de 300 pessoas, matando
o ecossistema do Rio Paraopeba, acabando com o imaginário do curso d’água. É a morte ecológica
e simbólica de um rio fundamental para o Estado de Minas Gerais e para o Brasil.
O fato notório do rompimento dispensa argumentos e interpretações para se perceber que algo de
muito errado vem sendo realizado nos processos de autorização e de controle ambiental. Não se
considera mais possível a argumentação de que os rompimentos de barragem são fatos isolados,
esses desastres são consequências de um modelo político econômico que sobrepõe a pressa pelo
lucro privado ao valor da vida e aos benefícios ambientais. A morte do rio é um prejuízo coletivo e
de valoração impossível de ser realizada.
A partir dessa constatação, os olhares se voltam ao Rio das Velhas, região na qual a discussão
associada à disponibilidade hídrica e aos conflitos ambientais é muito intensa, principalmente pelo
fato de que nessa região encontra-se a captação de Bela Fama, que é de fundamental importância
para o abastecimento humano da cidade de Belo Horizonte e de vários outros municípios da
RMBH.
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Um percentual expressivo do quadrilátero ferrífero está inserido e delimita parte da região do Alto
Rio das Velhas, que é considerado uma das principais províncias minerais do Brasil e do mundo.
Nos últimos 30 anos a atividade minerária foi intensificada de forma expressiva no estado de
Minas Gerais, significando um elevado aumento horizontal1
da ocupação territorial. Apenas no alto
Rio das Velhas, no período de 1987 a 2017 as áreas de mineração passaram de 1.583,91 hectares
(0,58% do Alto Rio das Velhas) para 8.212,5 hectares (2,99% do Alto Rio das Velhas). Esse
crescimento é ainda mais expressivo se analisado a partir dos afluentes e das Unidades Territoriais
Estratégicas do CBH Rio das Velhas.
Nos últimos 20 anos foram 02 grandes rompimentos de barragens no Alto Rio das Velhas. Em
2001, ocorreu o rompimento da barragem da Mineração Rio Verde, na região de Macacos no
município de Nova Lima, que resultou na morte de 05 trabalhadores. Em 2014, aconteceu o
rompimento da barragem da mineração Herculano, na bacia do Rio Itabirito e que resultou na
morte de três trabalhadores. Além dos dois rompimentos de barragens, no Alto Rio das Velhas,
ainda ocorreram dois rompimentos de minerodutos, um na UTE Nascentes, ocorrido em 29 de
setembro de 2011, e que foi responsável pelo lançamento de uma elevada carga de arsênio no Rio
das Velhas, a jusante do reservatório de Acuruí, e outro rompimento de duto de rejeito de
mineração de ferro da empresa Vale S.A na bacia do Rio Itabirito, no dia 11 de março de 2017.
Foi amplamente noticiado, após o rompimento da barragem de feijão, que a empresa Vale S.A fará
o descomissionamento das barragens que usam metodologia de alteamento à montante; de forma
que, serão desativadas 9 estruturas localizadas nas unidades de Abóboras, Vargem Grande,
Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e de Jangada, Fábrica, Segredo, João
Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopebas, todas em Minas Gerais. As informações falam
do complexo minerário, razão pela qual solicitamos, aos entes públicos abaixo listados,
informações sobre quais dessas estruturas se encontram localizadas na bacia do Rio das Velhas.
Segundo a base de dados disponibilizada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM, 2018)
existem 82 barragens de rejeitos localizadas no Alto Rio das Velhas e que foram auditadas e
1 Considera-se que o incremento da atividade minerária pode ser entendido de duas formas complementares: a horizontal,
quando a expansão ocupa novas áreas; e a vertical, quando a expansão implica em uma evolução vertical da cava. Os dois
processos acontecem simultaneamente, mas é a interação entre eles que permite entender o aumento da extração mineral.
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vistoriadas. Apesar disso, 07 barragens (próxima tabela) são classificadas como de “estabilidade
não garantida pelo auditor” ou “Auditor não conclui sobre a situação de estabilidade, por falta de
dados ou documentos técnicos” e estão localizadas à montante da captação de Bela Fama.
Tabela 1: Barragens de rejeito sem atestado de estabilidade no Alto Rio das Velhas
Empresa Nome Município Situação de estabilidade
Mundo Mineração Ltda.
Sistema de captação de
rejeito
Rio Acima
Auditor não conclui sobre a situação
de estabilidade, por falta de dados ou
documentos técnicos
Minar Mineração Aredes Ltda Barragem minar Itabirito
Auditor não conclui sobre a situação
de estabilidade, por falta de dados ou
documentos técnicos
Minar mineração Aredes Ltda Dique 02 Itabirito
Auditor não conclui sobre a situação
de estabilidade, por falta de dados ou
documentos técnicos
Minérios Nacional S.A Barragem auxiliar b2 Rio Acima
Estabilidade não garantida pelo
auditor
Minérios Nacional S.A Barragem b2 Rio Acima
Estabilidade não garantida pelo
auditor
Minérios Nacional S.A Barragem ecológica I Rio Acima
Estabilidade não garantida pelo
auditor
Minérios Nacional S.A Barragem ecológica II Rio Acima
Estabilidade não garantida pelo
auditor
Fonte: Dados: FEAM, 2018.
Da mesma forma, os dados disponibilizados pelo Plano Nacional de Segurança de Barragens
indicam 36 barragens localizadas no Alto Rio das Velhas em que o Potencial de risco é considerado
alto, ou seja, um eventual rompimento pode gerar consequências ambientais, econômicas e perda
de vidas humanas.
O que se assiste no momento é uma grande insegurança no diz respeito a categoria de risco das
atuais barragens. Desta forma o CBH Velhas acha fundamental explicitar todas as barragens de
alto dano potencial e requer um posicionamento quanto a sua segurança, sendo que algumas
delas já tiveram seu grau de risco aumentada.
Tabela 2: Barragens de alto dano potencial em eventual rompimento
Nome da Barragem Empresa Município Minério
Categoria de
risco
Dano
Potencial
5 (MAC)
Vale S A Filial: Vale
Paraopeba NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
Cianita 1
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
5 (Mutuca)
Vale S A Filial: Vale
Paraopeba NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
7B Vale S A Filial: Vale NOVA LIMA Minério de Baixa Alta
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Paraopeba Ferro
8B
Vale S A Filial: Vale
Paraopeba NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
COCURUTO Anglogold Ashanti S.A NOVA LIMA
Minério de
Ouro Baixa Alta
RAPAUNHA Anglogold Ashanti S.A NOVA LIMA
Minério de
Ouro Baixa Alta
Alemães Gerdau Açominas S.A OURO PRETO
Minério de
Ferro Baixa Alta
CONTENÇÃO DE
REJEITOS DE CUIABÁ Anglogold Ashanti S.A SABAR5
Minério de
Ouro Baixa Alta
B
Vale S A Filial: Vale Vargem
Grande NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
B3/B4
Minerações Brasileiras
Reunidas Sa Filial: MBR
Paraopeba NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
Taquaras
Minerações Brasileiras
Reunidas Sa Filial: MBR
Paraopeba NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
Vargem Grande
Vale S A Filial: Vale Vargem
Grande NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
Barragem 1 Decantação
MSM Mineração Serra da
Moeda Ltda. ITABIRITO Hematita Baixa Alta
Dique Lisa Vallourec Mineração Ltda NOVA LIMA
Areia e
Cascalho Baixa Alta
BARRAGEM B2
AUXILIAR Nacional Minerios Sa RIO ACIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
Forquilha I
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos OURO PRETO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Forquilha II
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos OURO PRETO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Forquilha III
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos OURO PRETO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Barragem da Grota Safm Mineração Go Ltda ITABIRITO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Forquilha IV
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos OURO PRETO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Galego
Vale S A Filial: Vale Minas
Centrais SABARÁ
Minério de
Ferro Baixa Alta
Grupo
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos OURO PRETO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Maravilhas II
Vale S A Filial: Vale
Itabiritos ITABIRITO
Minério de
Ferro Baixa Alta
Barragem Paciência
Minerações Serras do Oeste
Eireli ITABIRITO
Minério de
Ouro Baixa Alta
Moita
Minerações Serras do Oeste
Eireli CAETÉ
Minério de
Ouro Baixa Alta
Cachoeirinha Vallourec Minerações Ltda NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
CALCINADOS
Anglogold Ashanti Córrego
do S NOVA LIMA
Minério de
Ouro Baixa Alta
Capão da Serra
Vale S A Filial: Vale Vargem
Grande NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
Capitão do Mato
Vale S A Filial: Vale Vargem
Grande NOVA LIMA
Minério de
Ferro Baixa Alta
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Dados: ANM, 2019.
Dessa forma, o CBH Rio das Velhas solicita que a Feam, Semad e Agência Nacional de Mineração se
manifestem sobre a estabilidade dessas estruturas de contenção de sedimentos e sobre outras
que possam apresentar risco para a população e para a segurança hídrica da Região Metropolitana
de Belo Horizonte. Além disso, imprescindível que seja apresentado os seguintes itens:
• Situação do licenciamento ambiental, quando houver;
• Categoria de risco;
• Dano potencial associado;
• Classificação de risco/dano;
• Atestado de estabilidade;
• Plano de emergência de barragem e área de auto salvamento;
 Coordenadas de onde estão localizadas as barragens e/ou seja fornecido dados de forma
vetorizada;
 Esclarecer se as barragens estão localizadas próximas a reservatório de abastecimento
público;
 Definir metodologias de alteamento de construção das barragens.
Quaisquer informações complementares poderão ser realizadas por meio do endereço eletrônico
cbhvelhas@cbhvelhas.org.br
Atenciosamente,
Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350
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Marcus Vinícius Polignano
Presidente do CBH Rio das Velhas

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Oficio sobre posicionamento sobre barragens - CBH Rio das Velhas

  • 1. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br Ofício 011/2019 Belo Horizonte, 12 de fevereiro de 2019. Ref.: AS BARRAGENS NO ALTO RIO DAS VELHAS E A SEGURANÇA HÍDRICA DA RMBH À Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) A/C Sr. Renato Teixeira Brandão – PRESIDENTE presidenciafeam@meioambiente.mg.gov.br Á Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) A/C Sr. Germano Luiz Gomes Vieira – SECRETÁRIO secretario.semad@meioambiente.mg.gov.br Agência Nacional de Mineração Victor Hugo Froner Bicca - Diretor-Geral dire@anm.gov.br Prezados Senhores, O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, órgão colegiado, deliberativo e normativo, criado pelo Decreto Estadual nº 39.692, de 29 de junho de 1998, em conformidade com a Lei Estadual de Recursos Hídricos 13.199/99 e a Lei Federal 9.433/97, integrante do Sistema Federal e Estadual de Recursos Hídricos com atuação na área territorial compreendida pela Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas; A Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 e a Lei Estadual nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999 instituem que a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades, e ainda, determina como
  • 2. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br competência do Comitê promover o debate das questões relacionadas com os recursos hídricos e articular a atuação de órgãos e entidades intervenientes. Em 05 de novembro de 2015, toda a sociedade assistiu estarrecida aos impactos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que vitimou 21 pessoas e devastou todo o sistema fluvial do Ribeirão Gualaxo do Norte, do Rio Carmo e do Rio Doce. Após o rompimento da barragem de Fundão, de responsabilidade da empresa SAMARCO e de suas acionistas BHB Billinton e Vale, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais e o Estado negaram as restrições e ações propostas pela iniciativa popular, que estabeleceu diferentes instrumentos técnicos e metodologias de acompanhamento que deveriam garantir à sociedade a ciência do risco e das formas de prevenção possíveis em casos de rompimento de barragens de rejeito. No dia 25 de janeiro de 2019, toda a sociedade, atônita, assistiu a mais um crime social e ambiental com o rompimento da barragem de fundão, que vitimou mais de 300 pessoas, matando o ecossistema do Rio Paraopeba, acabando com o imaginário do curso d’água. É a morte ecológica e simbólica de um rio fundamental para o Estado de Minas Gerais e para o Brasil. O fato notório do rompimento dispensa argumentos e interpretações para se perceber que algo de muito errado vem sendo realizado nos processos de autorização e de controle ambiental. Não se considera mais possível a argumentação de que os rompimentos de barragem são fatos isolados, esses desastres são consequências de um modelo político econômico que sobrepõe a pressa pelo lucro privado ao valor da vida e aos benefícios ambientais. A morte do rio é um prejuízo coletivo e de valoração impossível de ser realizada. A partir dessa constatação, os olhares se voltam ao Rio das Velhas, região na qual a discussão associada à disponibilidade hídrica e aos conflitos ambientais é muito intensa, principalmente pelo fato de que nessa região encontra-se a captação de Bela Fama, que é de fundamental importância para o abastecimento humano da cidade de Belo Horizonte e de vários outros municípios da RMBH.
  • 3. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br Um percentual expressivo do quadrilátero ferrífero está inserido e delimita parte da região do Alto Rio das Velhas, que é considerado uma das principais províncias minerais do Brasil e do mundo. Nos últimos 30 anos a atividade minerária foi intensificada de forma expressiva no estado de Minas Gerais, significando um elevado aumento horizontal1 da ocupação territorial. Apenas no alto Rio das Velhas, no período de 1987 a 2017 as áreas de mineração passaram de 1.583,91 hectares (0,58% do Alto Rio das Velhas) para 8.212,5 hectares (2,99% do Alto Rio das Velhas). Esse crescimento é ainda mais expressivo se analisado a partir dos afluentes e das Unidades Territoriais Estratégicas do CBH Rio das Velhas. Nos últimos 20 anos foram 02 grandes rompimentos de barragens no Alto Rio das Velhas. Em 2001, ocorreu o rompimento da barragem da Mineração Rio Verde, na região de Macacos no município de Nova Lima, que resultou na morte de 05 trabalhadores. Em 2014, aconteceu o rompimento da barragem da mineração Herculano, na bacia do Rio Itabirito e que resultou na morte de três trabalhadores. Além dos dois rompimentos de barragens, no Alto Rio das Velhas, ainda ocorreram dois rompimentos de minerodutos, um na UTE Nascentes, ocorrido em 29 de setembro de 2011, e que foi responsável pelo lançamento de uma elevada carga de arsênio no Rio das Velhas, a jusante do reservatório de Acuruí, e outro rompimento de duto de rejeito de mineração de ferro da empresa Vale S.A na bacia do Rio Itabirito, no dia 11 de março de 2017. Foi amplamente noticiado, após o rompimento da barragem de feijão, que a empresa Vale S.A fará o descomissionamento das barragens que usam metodologia de alteamento à montante; de forma que, serão desativadas 9 estruturas localizadas nas unidades de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopebas, todas em Minas Gerais. As informações falam do complexo minerário, razão pela qual solicitamos, aos entes públicos abaixo listados, informações sobre quais dessas estruturas se encontram localizadas na bacia do Rio das Velhas. Segundo a base de dados disponibilizada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM, 2018) existem 82 barragens de rejeitos localizadas no Alto Rio das Velhas e que foram auditadas e 1 Considera-se que o incremento da atividade minerária pode ser entendido de duas formas complementares: a horizontal, quando a expansão ocupa novas áreas; e a vertical, quando a expansão implica em uma evolução vertical da cava. Os dois processos acontecem simultaneamente, mas é a interação entre eles que permite entender o aumento da extração mineral.
  • 4. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br vistoriadas. Apesar disso, 07 barragens (próxima tabela) são classificadas como de “estabilidade não garantida pelo auditor” ou “Auditor não conclui sobre a situação de estabilidade, por falta de dados ou documentos técnicos” e estão localizadas à montante da captação de Bela Fama. Tabela 1: Barragens de rejeito sem atestado de estabilidade no Alto Rio das Velhas Empresa Nome Município Situação de estabilidade Mundo Mineração Ltda. Sistema de captação de rejeito Rio Acima Auditor não conclui sobre a situação de estabilidade, por falta de dados ou documentos técnicos Minar Mineração Aredes Ltda Barragem minar Itabirito Auditor não conclui sobre a situação de estabilidade, por falta de dados ou documentos técnicos Minar mineração Aredes Ltda Dique 02 Itabirito Auditor não conclui sobre a situação de estabilidade, por falta de dados ou documentos técnicos Minérios Nacional S.A Barragem auxiliar b2 Rio Acima Estabilidade não garantida pelo auditor Minérios Nacional S.A Barragem b2 Rio Acima Estabilidade não garantida pelo auditor Minérios Nacional S.A Barragem ecológica I Rio Acima Estabilidade não garantida pelo auditor Minérios Nacional S.A Barragem ecológica II Rio Acima Estabilidade não garantida pelo auditor Fonte: Dados: FEAM, 2018. Da mesma forma, os dados disponibilizados pelo Plano Nacional de Segurança de Barragens indicam 36 barragens localizadas no Alto Rio das Velhas em que o Potencial de risco é considerado alto, ou seja, um eventual rompimento pode gerar consequências ambientais, econômicas e perda de vidas humanas. O que se assiste no momento é uma grande insegurança no diz respeito a categoria de risco das atuais barragens. Desta forma o CBH Velhas acha fundamental explicitar todas as barragens de alto dano potencial e requer um posicionamento quanto a sua segurança, sendo que algumas delas já tiveram seu grau de risco aumentada. Tabela 2: Barragens de alto dano potencial em eventual rompimento Nome da Barragem Empresa Município Minério Categoria de risco Dano Potencial 5 (MAC) Vale S A Filial: Vale Paraopeba NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta Cianita 1 Vale S A Filial: Vale Itabiritos NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta 5 (Mutuca) Vale S A Filial: Vale Paraopeba NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta 7B Vale S A Filial: Vale NOVA LIMA Minério de Baixa Alta
  • 5. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br Paraopeba Ferro 8B Vale S A Filial: Vale Paraopeba NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta COCURUTO Anglogold Ashanti S.A NOVA LIMA Minério de Ouro Baixa Alta RAPAUNHA Anglogold Ashanti S.A NOVA LIMA Minério de Ouro Baixa Alta Alemães Gerdau Açominas S.A OURO PRETO Minério de Ferro Baixa Alta CONTENÇÃO DE REJEITOS DE CUIABÁ Anglogold Ashanti S.A SABAR5 Minério de Ouro Baixa Alta B Vale S A Filial: Vale Vargem Grande NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta B3/B4 Minerações Brasileiras Reunidas Sa Filial: MBR Paraopeba NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta Taquaras Minerações Brasileiras Reunidas Sa Filial: MBR Paraopeba NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta Vargem Grande Vale S A Filial: Vale Vargem Grande NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta Barragem 1 Decantação MSM Mineração Serra da Moeda Ltda. ITABIRITO Hematita Baixa Alta Dique Lisa Vallourec Mineração Ltda NOVA LIMA Areia e Cascalho Baixa Alta BARRAGEM B2 AUXILIAR Nacional Minerios Sa RIO ACIMA Minério de Ferro Baixa Alta Forquilha I Vale S A Filial: Vale Itabiritos OURO PRETO Minério de Ferro Baixa Alta Forquilha II Vale S A Filial: Vale Itabiritos OURO PRETO Minério de Ferro Baixa Alta Forquilha III Vale S A Filial: Vale Itabiritos OURO PRETO Minério de Ferro Baixa Alta Barragem da Grota Safm Mineração Go Ltda ITABIRITO Minério de Ferro Baixa Alta Forquilha IV Vale S A Filial: Vale Itabiritos OURO PRETO Minério de Ferro Baixa Alta Galego Vale S A Filial: Vale Minas Centrais SABARÁ Minério de Ferro Baixa Alta Grupo Vale S A Filial: Vale Itabiritos OURO PRETO Minério de Ferro Baixa Alta Maravilhas II Vale S A Filial: Vale Itabiritos ITABIRITO Minério de Ferro Baixa Alta Barragem Paciência Minerações Serras do Oeste Eireli ITABIRITO Minério de Ouro Baixa Alta Moita Minerações Serras do Oeste Eireli CAETÉ Minério de Ouro Baixa Alta Cachoeirinha Vallourec Minerações Ltda NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta CALCINADOS Anglogold Ashanti Córrego do S NOVA LIMA Minério de Ouro Baixa Alta Capão da Serra Vale S A Filial: Vale Vargem Grande NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta Capitão do Mato Vale S A Filial: Vale Vargem Grande NOVA LIMA Minério de Ferro Baixa Alta
  • 6. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br Dados: ANM, 2019. Dessa forma, o CBH Rio das Velhas solicita que a Feam, Semad e Agência Nacional de Mineração se manifestem sobre a estabilidade dessas estruturas de contenção de sedimentos e sobre outras que possam apresentar risco para a população e para a segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, imprescindível que seja apresentado os seguintes itens: • Situação do licenciamento ambiental, quando houver; • Categoria de risco; • Dano potencial associado; • Classificação de risco/dano; • Atestado de estabilidade; • Plano de emergência de barragem e área de auto salvamento;  Coordenadas de onde estão localizadas as barragens e/ou seja fornecido dados de forma vetorizada;  Esclarecer se as barragens estão localizadas próximas a reservatório de abastecimento público;  Definir metodologias de alteamento de construção das barragens. Quaisquer informações complementares poderão ser realizadas por meio do endereço eletrônico cbhvelhas@cbhvelhas.org.br Atenciosamente,
  • 7. Rua dos Carijós, 150 – 10º andar - Centro - Belo Horizonte - MG - 30120-060 - (31) 3222-8350 cbhvelhas@cbhvelhas.org.br - www.cbhvelhas.org.br Marcus Vinícius Polignano Presidente do CBH Rio das Velhas