O documento analisa o desastre natural ocorrido em São Luiz de Paraitinga (SP) no verão de 2009-2010, considerando as variáveis da equação de risco (R=PxVxD). O desastre causou grandes danos devido às chuvas extremas terem excedido a marca histórica, enquanto a suscetibilidade, potencial de indução, vulnerabilidade e dano potencial eram altos a muito altos, levando a um risco de proporções muito elevadas para a cidade.
Avaliação da suscetibilidade de terrenos a perigos de instabilidade e poluiçã...
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA (SP)
1. DESASTRES NATURAIS E RISCOS
EM SÃO LUIZ DE PARAITINGA
(SP)
Maria José Brollo
Lídia Keiko Tominaga
Denise Rossini Penteado
Rosângela do Amaral
Rogério Rodrigues Ribeiro
Antonio Carlos Moretti Guedes
3. Introdução
• São Luiz do Paraitinga,
Angra dos Reis, Cunha
(dez.2009, jan.2010)
• Rio de Janeiro e Niterói
(abril/2010)
4. Introdução
• EVENTO chuvoso de
grande magnitude
• ACIDENTE: extensa
inundação e inúmeros
escorregamentos (área
urbana e rural)
• DANOS:
• 5.163 pessoas afetadas
(quase 50% da
população)
• acervo histórico-cultural
(Centro Histórico: 437
imóveis dos séculos
XVIII e XIX).
6. Objetivo
Analisar o desastre
ocorrido em São Luiz do
Paraitinga (SP) no verão
2009-2010, considerando
as variáveis da equação de
risco,
R=PxVxD
Risco=Perigo x
Vulnerabilidade x Dano
Potencial
7. Objetivo
Analisar o desastre tendo como suporte:
ocorrido em São Luiz do
• mapeamento de áreas
Paraitinga (SP) no verão
2009-2010, considerando de risco (IG-SMA 2008)
as variáveis da equação de • relatórios de vistoria
risco, técnica IG pós-desastre
R=PxVxD (2010)
Risco=Perigo x
Vulnerabilidade x Dano
Potencial
9. Localização
• bacia hidrográfica do Rio Paraitinga: 5.271 km2
• O percurso do rio desde a cabeceira até o município de São
Luís do Paraitinga: cerca de 80km, com desnível 1000m.
11. Características da área
GEOLOGIA. rochas ígneas-
metamórficas pré-cambrianas
associados principalmente ao
Complexo Embu (quartzo
mica xistos e quartzitos,
biotita gnaisses, muscovita-
biotita granitos), recortados
por zonas de cisalhamento
dúcteis, dextrais, sub-verticais
e profundas, com orientações
segundo ENE a E-W.
13. Características da área
GEOMORFOLOGIA.
• morros altos e alongados com
topos convexos,
• altitudes entre 800 a 1200m
• declividades entre 20 e 30%,
• formas muito dissecadas e
vales entalhados associados a
alta densidade de drenagem.
• solos mais freqüentes:
cambissolos e litólicos.
CLIMA. O total pluviométrico
anual médio é de 1.193mm.
14. Mapeamento de
Áreas de Risco de
São Luiz do
Paraitinga (IG-SMA
2008)
31 Setores de Risco
-18 setores (58%) - risco de
escorregamentos
-13 setores (42%) - risco de
inundação e
solapamento de margens.
15. Mapeamento de
Areas de Risco de
São Luiz do
Paraitinga (IG-SMA
2008)
818 moradias em risco
- 296 (36%) - áreas sujeitas
a escorregamentos
- 522 (64%) - áreas sujeitas
a inundação
16. Mapeamento de
Areas de Risco de
São Luiz do
Paraitinga (IG-SMA
2008)
818 moradias em risco
- 296 (36%) - áreas sujeitas
a escorregamentos
- 522 (64%) - áreas sujeitas
a inundação
18. Setores de risco muito alto (Morro do
Cruzeiro)
Clique para editar o
formato do texto da
estrutura de tópicos
2º Nível da
estrutura de tópicos
− 3º Nível da
estrutura de
tópicos
4º Nível da
estrutura de
tópicos
19. Setores de risco muito alto (Morro do
Cruzeiro)
Clique para editar o
formato do texto da
estrutura de tópicos
2º Nível da
estrutura de tópicos
− 3º Nível da
estrutura de
tópicos
4º Nível da
estrutura de
tópicos
20. Setores de risco muito alto (Morro do
Cruzeiro)
Clique para editar o
formato do texto da
estrutura de tópicos
2º Nível da
estrutura de tópicos
− 3º Nível da
estrutura de
tópicos
4º Nível da
estrutura de
tópicos
21. Enchente de 03 jan.2000
Clique para editar o
formato do texto da
estrutura de tópicos
2º Nível da
estrutura de tópicos
− 3º Nível da
estrutura de
tópicos
4º Nível da
estrutura de
tópicos
22. Enchente de 2006
Clique para editar o
formato do texto da
estrutura de tópicos
2º Nível da
estrutura de tópicos
− 3º Nível da
estrutura de
tópicos
4º Nível da
estrutura de
tópicos
23. Enchente de 2006
Clique para editar o
formato do texto da
estrutura de tópicos
2º Nível da
estrutura de tópicos
− 3º Nível da
estrutura de
tópicos
4º Nível da
estrutura de
tópicos
25. O Desastre do Verão 2009-2010
04.dez.2009 : 232,7mm
(acumulado 72h)
31.dez.2009 : 624,8mm
(mensal)
bacia do Rio Paraitinga :
altos índices
pluviométricos nos
últimos dias de dez.2009
elevação dos níveis dos
rios tributários em até
10m acima do normal.
1º jan.2010 > cheia do Rio
Paraitinga 11m acima do
nível normal.
26. O Desastre do Verão 2009-2010
04.dez.2009 : 232,7mm maior evento de inundação
(acumulado 72h) registrado no município
31.dez.2009 : 624,8mm até então => de cheias
(mensal) periódicas atingindo de 2 a
4m acima do nível normal
bacia do Rio Paraitinga : do rio.
altos índices As áreas de morros
pluviométricos nos apresentaram vários pontos
últimos dias de dez.2009 de instabilização com
elevação dos níveis dos processos de
escorregamentos de taludes
rios tributários em até
de corte ou naturais, taludes
10m acima do normal.
de aterro, degraus de
1º jan.2010 > cheia do Rio abatimento e trincas nos
Paraitinga 11m acima do terrenos e/ou em
nível normal. edificações.
32. Danos do Desastre
A gravidade e extensão dos
danos => Estado de
Calamidade Pública.
Pública
AVADAN (Avaliação de
Danos): 5.163 pessoas Cerca de 220km de
afetadas, 1 morte,
estradas e vias urbanas e
97 moradias destruídas, 100 obras de arte de
134 moradias danificadas, 6 engenharia (pontes,
edifícios públicos e 225 galerias, etc) danificados;
estabelecimentos outras 80 pontes
comerciais danificados. destruídas.
Prejuízos envolvendo a
infraestrutura, o comércio e
serviços, a agricultura, a
pecuária e outros de
natureza social > R$ 141
milhões.
milhões
33. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Suscetibilidade (S) = alta a muito alta
34. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Suscetibilidade (S) = alta a muito alta
35. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Suscetibilidade (S) = alta a muito alta
O núcleo urbano concentra-se na •As encostas no entorno da
planície de inundação do rio planície apresentam alturas e
Paraitinga, situado na porção declividades elevadas, tendo
média de bacia hidrográfica como substrato um solo de
muito ramificada, que recebe alteração de muscovita-
uma importante contribuição dos gnaisse bandado e micaxisto,
rios tributários, com cabeceiras com importante
distantes e altitudes bem mais condicionante estrutural.
elevadas, implicando numa
grande vazão hidráulica.
36. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Potencial de Indução (I) do uso do
solo = alto
37. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
áreas de encosta
Potencial de Indução (I) do uso do
solo = alto -corte e aterro, em geral
executados sem técnica
adequada, levando à ruptura
do terreno e destruição ou
atingimento de construções.
- ocupação parcialmente
consolidada,
- estrutura construtiva das
áreas sujeitas a inundação moradias em geral
- variável relacionada com as deficiente,
características da bacia - condições inadequadas de
hidrográfica. drenagem e saneamento.
38. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
o Evento Chuvoso (Ch)
associado ao desastre
apresenta magnitude
extremamente elevada, uma
vez que superou
excessivamente a marca
histórica
39. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
o Evento Chuvoso (Ch) total pluviométrico anual
associado ao desastre médio = 1.193mm
apresenta magnitude
extremamente elevada, uma 04.dez.2009 : 232,7mm
vez que superou (acumulado 72h)
excessivamente a marca
histórica 31.dez.2009 : 624,8mm
(mensal) > cerca de 50% da
media anual
40. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Vulnerabilidade (V) = muito alta a alta
41. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Vulnerabilidade (V) = muito alta a alta
42. Resultados
V mto alta > edificações executadas
R=PxVxD P=SxIxCh em pau a pique e em taipa,
Perigo=Suscetibilidade x Potencial V alta > edificações em alvenaria com
de Indução x Evento Chuvoso deficiência estrutural
Vulnerabilidade (V) = muito alta a alta
- proximidade das construções dos taludes
marginais do rio Paraitinga > eleva V, mesmo se
construída em alvenaria.
43. Resultados
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
Dano potencial (D) => 5.163
pessoas afetadas (segundo
dados do AVADAN), cerca de
50% da população do município.
44. Conclusoes
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
S = alta a muito alta
I = alto
Ch = extremamente elevada
V = muito alta a alta
D = alto
45. Conclusoes
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso
S = alta a muito alta
I = alto
Ch = extremamente elevada
V = muito alta a alta
D = alto
o Risco a que esteve exposta a
cidade foi de proporções muito
elevadas
46. Conclusoes
R=PxVxD P=SxIxCh
Perigo=Suscetibilidade x Potencial
de Indução x Evento Chuvoso - não é possível o controle
sobre os fatores naturais
S = alta a muito alta como suscetibilidade e
evento chuvoso.
I = alto
Ch = extremamente elevada - fatores que poderiam
V = muito alta a alta alterar o resultado desta
D = alto equação => associados ao
uso e ocupação do solo
(potencial de indução e
vulnerabilidade) e
gerenciamento do risco.
o Risco a que esteve exposta a
cidade foi de proporções muito
elevadas
47. • Embora tal desastre não pudesse ter sido evitado, o
poder público municipal já contava com os recursos
técnicos necessários para encaminhar soluções
atenuantes nas áreas problemáticas, utilizando
recursos financeiros disponíveis junto a órgãos
federais e estaduais.
• Além disso, deve-se considerar que as mudanças
climáticas são uma realidade com a qual se deve
buscar a convivência, ou seja, é possível que novos
eventos pluviométricos catastróficos voltem a
ocorrer na região e ainda é possível adotar medidas
preventivas para enfrentar esta situação.