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Oratória Sacra
Orientações práticas
para pregadores do
Evangelho com dicas
sobre Oratória e
Homilética.
Belém (PA), abril de 2021.
Celso do Rozário Brasil
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.”
(II Timóteo 2.15)
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Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil
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ORATÓRIA SACRA
Celso do Rozário Brasil
DEMÓSTENES – O MAIOR ORADOR
Demóstenes é considerado
como o "Pai da Oratória"
Há um exemplo de determinação e coragem na história da
Oratória que merece ser lembrado: trata-se de Demóstenes (384 a.C. - 322
a.C), orador da antiga e culta Grécia. Ele era um escritor extraordinário.
Tinha tanta habilidade para escrever discursos que chegava a ser convidado
pelas partes adversárias para escrever as peças de acusação e de defesa. E
produzia ambas. Contudo, para falar, Demóstenes não tinha a mesma
competência que possuía para escrever: sua voz era fraca, não pronunciava
bem as palavras e era motivo de zombaria por causa do vício de levantar
seguidamente um dos ombros enquanto falava. Essas dificuldades naturais
poderiam fazer com que qualquer outra pessoa desistisse de ser orador. Mas
Demóstenes era determinado e não se conformou com a condição que a
natureza lhe havia imposto. com a mesma competência.
Para fortalecer a voz, passou a fazer longas caminhadas na praia, falando diante do mar, procurando
desenvolver um volume que superasse o bramido das ondas. Com o objetivo de aperfeiçoar a dicção, chegava
a colocar pedacinhos de pedra na boca para dificultar a fala, aprimorando a pronúncia das palavras.
O vício do ombro foi corrigido com um recurso muito curioso: colocava uma espada pendurada no
teto, com a ponta voltada para baixo, e, ao exercitar os discursos na frente de um espelho, era ferido
violentamente sempre que produzia o movimento involuntário.
Determinado a se concentrar nos exercícios e não desistir, raspou metade do cabelo e metade da barba
e, com essa aparência ridícula, ficou impedido de aparecer em público e se obrigou a continuar seu
treinamento.
Depois de todo esse sacrifício e com atitude sempre determinada, Demóstenes não apenas pôde falar
em público, como se tornou o maior orador da antiguidade.
Às vezes, nos sentimos incompetentes para executar determinadas tarefas que parecem ser maiores
que nossas forças. Porém, desistir, antes de tentar, é um erro que jamais devemos cometer. Se estivermos
verdadeiramente envolvidos com o resultado que desejamos conquistar, encontraremos forças que nunca
imaginávamos possuir.
Com a ajuda de Deus, vamos em frente!
USE SEUS DONS E TALENTOS
Um tesouro valiosíssimo está sendo transportado de um navio de um continente para o outro. Milhares
de barras de ouro, enormes diamantes, esmeraldas e rubis. De repente, o tempo dá uma virada forte, radical.
As ondas crescem, os ventos se agitam num tufão incontrolável e o tesouro afunda. Não se sabe onde, nem
quando, nem como. Agora aquela fortuna incalculável está lá, no fundo do oceano. Inacessível. Quanto vale?
Nada!
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Com os nossos dons e talentos também pode acontecer o mesmo que houve com o tesouro (Mateus
25.14-30). Anos e anos de oração e estudo, com dedicação e afinco um sem-número de livros lidos, incontáveis
horas de meditação nas Escrituras. E daí? Se esses conhecimentos ficarem sem uso para a edificação da igreja,
de nada terá adiantado todo o esforço e consagração. Serão como os livros cheios de poeira trancados num
porão, consumidos pelas traças.
Nossos dons e talentos recebidos de Deus, por mais importantes que sejam, só têm valor se forem
usados em benefício dos nossos irmãos. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (I Pedro 4.10).
COMO DESENVOLVER NOSSOS DONS E TALENTOS
Todos temos talentos e dons diferentes. Todos temos dons, talentos e aptidões especiais que nos foram
dados pelo Pai Celestial.
O profeta Moisés foi um grande líder, mas precisou de Aarão, seu irmão, para ajudá-lo como porta-
voz (Êxodo 4:14–16). Alguns de nós somos líderes como Moisés ou bons oradores como Aarão.
Alguns cantam bem ou tocam um instrumento. Outros são habilidosos em trabalhos manuais. Há
pessoas que têm o talento de entender os outros, de ser pacientes, de animar ou de ensinar.
Devemos Usar e Melhorar Nossos Talentos
Temos a responsabilidade de desenvolver os talentos que recebemos. Às vezes, pensamos que não
temos muitos talentos ou que outras pessoas foram abençoadas com mais capacidade de fazer coisas do que
nós. Outras vezes, não usamos nossos talentos porque temos medo de falhar ou de ser criticados pelos outros.
Não devemos esconder nossos talentos, mas, sim, usá-los. Assim, as pessoas poderão ver nossas boas
obras e glorificar o Pai Celestial (Mateus 5:16).
Há certas coisas que precisamos fazer para desenvolver nossos talentos. Primeiro, descobri-lo.
Precisamos avaliar-nos a fim de descobrir nossos pontos fortes e nossas aptidões. A família e os irmãos podem
ajudar-nos a fazer isso. Precisamos também pedir ao Pai Celestial que nos ajude a saber quais são nossos dons
e talentos.
Segundo, precisamos estar dispostos a despender tempo e esforço para desenvolver o talento que
desejamos.
Terceiro, precisamos ter fé no fato de que o Pai Celestial nos ajudará e também ter autoconfiança.
Quarto, precisamos aprender as aptidões necessárias para desenvolver nossos talentos, fazendo um
curso, pedindo a um pastor ou líder que nos ensine o que desejamos aprender ou lendo um livro.
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Quinto, precisamos usar nosso talento. Todo talento exige esforço e trabalho para se desenvolver. O
uso de um talento precisa ser aprendido.
Sexto, precisamos partilhar os talentos com os outros. É pelo uso que eles se desenvolvem (Mateus
25:29).
Todos esses passos serão mais fáceis, se orarmos e buscarmos o auxílio do Senhor. Ele deseja que
desenvolvamos nossos dons talentos e vai nos ajudar.
Podemos Desenvolver Nossos Talentos Apesar de Termos Fraquezas e Imperfeições
Por sermos seres mortais e decaídos, temos fraquezas. Com a ajuda do Senhor, nossas fraquezas e
nossa natureza decaída podem ser sobrepujadas. Beethoven compôs suas melhores obras depois que ficou
surdo.
Alguns dos grandes atletas tiveram que sobrepujar defeitos físicos a fim de serem bem-sucedidos. Um
desses exemplos foi a atleta Shelly Mann. “Aos cinco anos de idade, ela teve paralisia infantil.
(…) Os pais levavam-na diariamente a uma piscina, na esperança de que a água a ajudasse a levantar
os braços ao tentar usá-los de novo. Quando tirou o braço para fora da água com seu próprio esforço, chorou
de alegria. A meta seguinte foi atravessar a piscina nadando de ponta a ponta na largura, depois no
comprimento e finalmente diversas vezes no comprimento. Ela continuou tentando, nadando, suportando tudo
dia após dia, até que ganhou a medalha olímpica de ouro em natação no estilo borboleta — uma das
modalidades mais difíceis”
Heber Grant sobrepujou muitas das suas fraquezas, transformando-as em talentos. Seu lema era:
“Aquilo que persistimos em fazer torna-se mais fácil de realizar; não que a natureza da tarefa mude, mas nossa
capacidade aumenta.”
O Senhor Nos Abençoará, Se Usarmos Nossos Dons e Talentos Sabiamente
Todos os filhos e as filhas de Deus receberam algum dom ou talento e todos serão cobrados pelo bom
ou mau uso que fizeram deles.”
Um talento é uma responsabilidade no reino de Deus. A parábola dos talentos diz que, quando servimos
bem na Obra de Deus, recebemos maiores responsabilidades. Se não servirmos bem, nosso ministério acabará
sendo tirado de nós (Mateus 25:14–30).
As escrituras dizem que seremos julgados de acordo com nossas obras (Mateus 16:27). Desenvolvendo
e usando nossos dons e talentos em benefício de outras pessoas, realizamos boas obras.
O Senhor alegra-Se quando usamos sabiamente nossos dons e talentos. Ele nos abençoará, se os
usarmos para beneficiar os outros e para edificar Seu reino aqui na Terra. Algumas das bênçãos que recebemos
são alegria e amor por servir nossos irmãos aqui na Terra.
O ORADOR E SEU CHAMADO
1. Através dos séculos Deus chamou vários homens que foram preparados e capacitados para a obra
divina: Abraão, Moisés, Samuel, Isaías, Pedro, Paul, Barnabé, Tiago e João são alguns exemplos.
2. Com pregador de hoje não é diferente. Ele precisa ser chamado por Deus (vocacionado); ele precisa
receber e transmitir a mensagem de Deus. Como um embaixador de Deus ele deve seguir as instruções
recebidas. O pregador é um arauto de Cristo. Ele deve ter uma experiência viva com Deus.
3. A chamada geral envolve todos os membros da Igreja de Cristo (Mateus 4.19). Todos os cristãos
foram chamados e devem ser “pescadores de homens”.
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4. A Bíblia fala de uma chamada ministerial específica: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres.” (Efésios 4.11). Porém, nem
todos foram chamados para ser “pastores e mestres”. Cada cristão precisa ter conhecimento de sua chamada e
vocação ministerial.
O QUE É PREGAÇÃO?
1. Pregar significa ler, expor e aplicar a Palavra de Deus. Porém, ler vários textos para a congregação
não é pregação. É preciso ler, explicar e aplicar o texto bíblico.
2. Pregador é aquele que prega as Escrituras. O termo “pregador” vem do latim: “prae” (“antes”) e
“dicare” (“anunciar”, “publicar”). A palavra grega correspondente a “pregador” é “kerix” (“arauto”) indica
aquele que tem uma mensagem (kerigma) do Reino de Deus, uma boa notícia, uma boa-nova.
3. O pregador é o arauto das boas-novas de salvação. Não há necessidade de “criar” uma mensagem,
ela já está pronta e registrada nas Escrituras. O pregador é chamado por Deus para proclamar “o ano aceitável
do Senhor.” O pregador recebe e transmite a mensagem de Deus, logo, não deve acrescentar nada. Deve
transmitir de modo honesto e entregá-la como a recebeu. Por isso que a pregação deve ser bíblica. A mensagem
do pregador deve provir das Escrituras Sagradas.
4. O pregador deve sempre se lembrar da grande responsabilidade que pesa sobre os seus ombros ao
transmitir a mensagem de Deus. Deve ter em mente que precisa entregar aquilo que recebeu do Senhor Jesus,
e, para que a mensagem seja boa e eficaz, deve extraí-la da Bíblia, orando antes, durante e depois da pregação.
Seu sermão não deve ser apenas belo e agradável, mas grandemente edificante para todos os membros e não-
membros da Igreja
PREPARANDO-SE PARA A PREGAÇÃO
1. Na maioria dos casos, os homens chamados por Deus, não estão ainda preparados para a obra. Talvez
demore anos até que ele execute bem o trabalho na Seara do Senhor.
2. O pregador deve aprimorar-se dia-após-dia. Até mesmo grandes pregadores, em algum momento,
não se saíram bem. Por exemplo: Paulo quando pregou em Atenas (na Grécia) foi rejeitado pelos seus ouvintes.
3. A situação de Jeremias foi pior. Seus ouvintes, que faziam parte do povo de Deus, rejeitaram a sua
pregação e se recusaram a ouvir as suas palavras (Jeremias 13.10). Ele, como pregador enviado por Deus,
enfrentou sérias dificuldade e foi até mesmo ameaçado de morte pelo povo de Deus (Jeremias 26.8). Porém,
ele não desistiu.
4. A oratória exige o aperfeiçoamento pessoal. E é a leitura, principalmente a leitura, que oferece ao
pregador a preciosa oportunidade de se aprimora: Física, intelectual e espiritualmente. Na Bíblia e nos livros
cristãos é que se deve recolher o material a ser utilizado nas palestras, nas prédicas e nos estudos bíblicos. O
pregador que não lê, corre o risco de parar, sofrendo, então a atrofia de suas faculdades intelectuais. É
necessário: LER... RELER... E... RETER!
5. O pregador há de ser um leitor inveterado. Ler deve ser prática constante de quem pretende ser um
mensageiro do Senhor.
APLICA-TE À LEITURA
1. A exortação acima foi transmitida por Paulo para Timóteo (I Timóteo 4.13). Este conselho se estende
para todos os pregadores, em todos os tempos e lugares.
2. Na leitura bíblica, antes do sermão, é preciso enunciar as palavras de modo claro. O ideal é ler várias
vezes o texto que servirá de base para a mensagem. Isso é importante porque evita uma leitura gaguejada e
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cheia de atropelos. Se o pregador ler mal o texto inicial, perde a atenção dos ouvintes, e, além disso transmite
a imagem de alguém que está despreparado para a transmissão da mensagem.
É necessário ler o texto bíblico e “ler” o auditório!
Quando você for convidado para pregar, procure chegar mais cedo, procure conhecer o local primeiro,
procure saber se está tudo certinho dentro daquilo que você imagina, para não ser pego de surpresa.
Tente conhecer o seu auditório!
Quem vai ouvir o seu sermão?
São jovens, adolescentes, casais? É um grupo misto? É um grupo de crentes maduros ou é um grupo
de não crentes?
É importante saber porque, dependendo do auditório, a abordagem terá de ser diferente.
Por exemplo: Quando Pedro pregou em Jerusalém, no Dia de Pentecostes, ele estava falando para um
grupo de judeus de diversas partes do mundo, gente já conhecia e já estudava a lei, era um grupo familiarizado
com a lei.
Porém, Paulo quando pregou em Atenas, a capital intelectual da filosofia, para pessoas que não
conheciam o Evangelho, ele anuncia o mesmo Evangelho, mas com abordagem diferente. Ele não começa
falando da vida, morte, ressurreição, exaltação e senhorio de Cristo; ele começa afirmando que Deus é o
criador, que Deus é o provedor, que Deus é o sustentador da vida.
Paulo começou mostrando que esse Deus é espiritual e não habita em casas feitas por mãos humanas,
ele começa dizendo que esse Deus não precisa de nada que você faça, porque é Ele quem lhe dá vida, a
respiração e tudo mais. Só depois de dizer tudo isso é que Paulo vai falar de Cristo e mostrar que Deus exige
arrependimento porque já marcou o dia do juízo.
Dependendo do auditório a quem pregaremos, teremos de usar abordagens com nuances diferentes.
É preciso ler o texto e ler o povo, ler a passagem e ler o auditório.
Você precisa conhecer a cidade onde você está, sua cultura, suas indústrias, seu comércio, pois, assim,
você poderá ser pertinente em suas colocações.
Em Apocalipse, Jesus falou para a região metropolitana de Laodiceia, e Ele falou de quente, morno,
frio, ouro puro, vestes brancas, colírio. Por que Jesus usou todas essas figuras? Porque Ele conhecia, sabia
qual era o contexto geográfico, histórico, cultural e comercial daquelas cidades.
Assim sendo, o pregador precisa ser uma pessoa antenada.
Observe o seguinte relato bíblico:
ESDRAS LÊ O LIVRO DA LEI PARA O POVO (NEEMIAS 8.1-9)
1 Já no sétimo mês, todo o povo de Israel estava morando nas suas cidades. No dia primeiro desse mês, todos
se reuniram em Jerusalém, na praça em frente ao Portão das Águas. Então pediram a Esdras, o sacerdote e
mestre da Lei, que trouxesse o Livro da Lei que o Senhor Deus tinha dado ao povo de Israel por meio de
Moisés.
2 Esdras levou o livro para o lugar onde o povo estava reunido: os homens, as mulheres e as crianças que
já tinham idade para entender.
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3 E ali, na praça em frente ao portão, Esdras leu a Lei para o povo, desde o nascer do sol até o meio-
dia. E todos ouviram com atenção.
4 Esdras estava de pé num estrado de madeira que havia sido feito para aquela ocasião...
5 Esdras ficou ali no estrado acima do povo, e todos olhavam para ele. Quando abriu o livro, todos se
levantaram...
7 Depois se levantaram e ficaram nos seus lugares. Então os levitas explicaram a Lei para o povo...
8 ELES IAM LENDO O LIVRO DA LEI E TRADUZINDO; E DAVAM EXPLICAÇÕES PARA QUE O
POVO ENTENDESSE O QUE ERA LIDO.
9 Quando ouviram a leitura da Lei, eles ficaram tão comovidos, que começaram a chorar.
✓ O preparo antecipado é a chave do bom êxito. Leia várias vezes o esboço do seu sermão para
se familiarizar com as palavras e fixar na mente o conteúdo.
✓ Alguns pregadores praticam em voz alta diante de um espelho o seu sermão. Outros gravam
todo o sermão e depois o escutam para corrigir os erros ou fazer alterações.
✓ No esboço escrito do sermão é proveitoso sublinhar ou realçar as palavras-chaves que deseja
enfatizar.
1. O pregador só deve pregar se tiver uma mensagem para transmitir para o povo de Deus. Jesus disse
que o Espírito Santo nos ajudaria a lembrar de tudo que aprendemos. Falar sobre um assunto que não
estudamos, que não conhecemos, sem nenhum preparo antecipado é um desrespeito com os irmãos que, muitas
vezes se esforçam para estar presentes na Igreja a fim de ouvirem uma mensagem edificante para suas vidas.
2. Use todo tempo disponível para preparar um bom sermão. “Aquilo que é para eu fazer, Deus não
fará por mim.” A unção vem de Deus, mas o estudo e preparo são coisas que competem ao pregador.
A FORMAÇAO DO ORADOR
1. Não existe uma fórmula para se conseguir o sucesso como orador. Porém, quem quiser ser um bom
orador precisará “pagar o preço”. O estudo, a dedicação e o preparo são caminhos para o orador alcançar seus
objetivos.
2. Às vezes, o silêncio do orador, o embaraço do palestrante, não é timidez ou esquecimento, mas
despreparo. Por outro lado, o orador preparado transmite seu sermão com segurança, com desembaraço e
espiritualidade.
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Não podemos achar que já conhecemos tanto a Bíblia a ponto de não precisarmos nos preparar
convenientemente. Nosso papel é sermos ‘obreiros aprovados que manejam bem a Palavra da Verdade’,
como disse Paulo. Ele também nos orienta para que nos afadiguemos na Palavra, que nos esmeremos no
ensino, e isso exige de nós dedicação aos estudos. Precisamos ser estudiosos porque ninguém dá o que não
tem!
Não conseguiremos ensinar se não aprendermos.
Quem cessa de aprender, cessa de ensinar!
3. Há uma declaração que é atribuída ao cientista Lavoisier: “Do nada, nada se tira.” Logicamente, o
orador que nada leu, nada estudou, nada poderá oferecer para seus ouvintes. O pregador: Primeiramente
precisa se encher da Palavra de Deus, alimentar o seu coração e sua mente com o pão do Céu e depois de
alimentado e fortalecido, alimentar e fortalecer o povo de Deus. Pregador “seco espiritualmente” não tem
condições para alimentar seus ouvintes.
4. Muitas vezes, o sermão de trinta minutos que trouxe tanta edificação para a Igreja exigiu dias para
ser preparado. Por outro lado, o “alimento rápido” (fast-food) não tem substância e conteúdo, não alimenta
porque não é uma comida sólida. O pregador precisa evitar “a palha” e oferecer um bom alimento para o seu
rebanho. Mas, isso demanda tempo e dedicação.
5. Para falarmos bem, precisamos conhecer bem. E para conhecermos bem temos de nos dedicar ao
estudo constante. Não podemos depender apenas do nosso talento pessoal. Se temos o dom da oratória, o
trabalho há de desenvolvê-lo mais e mais, porém, se não o temos, a dedicação e o esforço hão de supri-lo.
6. Dom Pedro II declarou: “Sou dotado de algum talento, mas o que sei devo-o sobremodo à minha
aplicação, sendo o estudo, a leitura... meus principais divertimentos.”
7. Para aqueles que desejam ser bem-sucedidos como oradores não existe uma fórmula pronta. O que
existe é muito estudo, sacrifício e trabalho. Há muito que fazer, muito que corrigir e aperfeiçoar. Como alguém
disse: “O que falta, me tortura.”
você que é pregador precisa formar a sua biblioteca, você precisa ter livros!
Como um médico cirurgião precisa de um bisturi, como um agricultor precisa de uma enxada ou de
um trator para arar a terra, o pregador precisa de bons livros! Para poder mergulhar em águas mais profundas
e estudar com mais cuidado o texto bíblico. Isso possibilitará uma pregação com clareza, com simplicidade,
mas com profundidade na Palavra de Deus.
O ORADOR E SUA SAÚDE MENTAL
1. O orador deve ter uma mente disciplinada e sadia.
2. O domínio de nossas emoções, o perfeito controle da expressão oral, é sempre uma consequência da
mente disciplinada, que nos guia acertadamente, em qualquer situação. Aquele que não tem a mente sadia,
não tem condição de falar bem.
3. Um orador desagradável ou desajustado raramente conquista a simpatia de seus ouvintes. Com
facilidade percebemos o orador descontrolado, histérico. A simples enunciação de uma palavra, o agitar-se
nervosamente caracterizam uma mente doente.
4. O orador precisa ter equilíbrio mental, emocional e naturalidade para falar bem. Sua firmeza e
segurança, sua capacidade de persuasão dependem, em grande parte, de seu bom estado mental.
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5. Se o orador tem uma mente sã e emoções controladas será bem mais eficiente na arte da oratória
sacra.
6. Não adianta nada o orador conhecer todas as técnicas oratórias e ter um bom conhecimento, se diante
do público, se descontrola, fica nervoso e, finalmente, fala mal.
7. Com facilidade percebemos o orador embaraçado, nervoso, que treme e transpira. Ele tenta por todos
os meios possíveis dizer o que pensa e sente, mas não consegue se expressar. Nesse caso, o auditório é para
ele como um campo de batalha. Cada ouvinte é um inimigo. Se alguém se levanta, se uma cadeira é arrastada,
se a porta bate... Tudo isso é para ele motivo de pânico e de angústia. Sente vontade de fugir e nunca mais
falar em público. Isso, sem dúvida, revela um estado mental.
8. Mas, por que tanta insegurança por parte de certos oradores? À frente dele estão apenas seres
humanos. Não são habitantes de outros planetas com intelecto superior. São apenas seres humanos iguais a
todos, com defeitos e virtudes, altos e baixos, gordos e magros, intelectuais e leigos [...]. Mas, simples seres
humanos, lamentavelmente, imperfeitos que cometem erros e acertos.
9. Mas, para a mente do orador inseguro com imaginação desajustada, seus ouvintes aparecem diante
dele como “super-homens” prontos para ameaçá-lo e rejeitá-lo. Assim sendo, sua mente antevê o fracasso,
considera-se derrotado e vaiado. A Bíblia diz: “Naquilo que o homem pensar em seu coração, assim ele é”
(Provérbios23.7).
10. Não podemos ignorar as leis que regem o comportamento humano. Quando dizemos: “Tenho muito
medo de falar em público”, estamos fortalecendo e eternizando um comportamento negativo. Certas
expressões como: “Eu queria muito...” na verdade, significam: “Eu não posso.” E com essa atitude mental,
nada conseguimos porque perdemos a guerra antes de qualquer batalha.
O pregador deve evitar o nervosismo
Um pouco de nervosismo pode ajudar a emoção, mas muito nervosismo traz desequilíbrio. Prejudica
a tonalidade da voz, a respiração e a naturalidade. Tudo isso compromete a qualidade do sermão.
Outro ponto importante está relacionado à velocidade da fala. O pregador deve evitar os extremos. A
tensão nervosa leva o pregador a falar muito rápido. Entretanto a fala lenta é monótona e cansativa. Nesse
caso, o pregador deve controlar o ritmo de sua fala. Em alguns momentos deve ser rápida e em outros, lenta.
Depende da ênfase que deseja transmitir. Em relação ao volume: Deve falar de modo que toda a congregação
o ouça e o entenda. Portanto, o tom, o volume e a velocidade da fala devem variar de acordo com a necessidade.
11. ATENTE PARA OS SEGUINTES CONSELHOS:
(a) Ao falar em público, o orador deve ter o absoluto domínio de seus nervos;
(b) O orador deve ter o coração quente, porém o cérebro frio se deseja alcançar seus objetivos como
mensageiro de Deus;
(c) Deve ter o domínio de si mesmo pela autossugestão consciente e entregar-se nas mãos de Deus
para ser usado como seu mensageiro;
(d) Se o orador sacro tem a responsabilidade de transmitir um sermão ou estudo bíblico, tão importante
como o preparo de seu esboço e da sua apresentação, é o preparo mental e espiritual.
(e) O orador deve ter segurança para dizer para si mesmo: “Não sentirei timidez”; “Não vacilarei”;
“Estudei e conheço bem o assunto”; “sou o porta-voz de Deus e a igreja é o rebanho que aguarda o alimento
que eu, com a ajuda do Espírito Santo preparei para este momento.”
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O PREGADOR DO EVANGELHO DEVE TER UMA VIDA DE ÍNTIMA COMUNHÃO
COM DEUS.
1. A intimidade com Deus torna o pregador um verdadeiro atalaia, um homem de Deus. Em seu coração
arde a chama divina da piedade, um grande amor pelas almas e um ardente desejo de conhecer cada vez mais
a Palavra de Deus.
2. O pregador do Evangelho deve ser, antes de tudo, um homem de oração. Os apóstolos de Jesus se
dedicavam à “oração e ao ministério da Palavra” (Atos 6.4).
3. É a oração que vai nos ajudar na semeadura da Palavra, no seu nascimento, no seu crescimento e na
sua frutificação. O nosso valor intelectual serve como adubo, mas só quando é colocado à disposição do
Senhor, e a planta é regada com as nossas súplicas e lágrimas, aí sim, o Senhor dá o crescimento.
4. O Pregador deve ser cheio do Espírito Santo. Era essa a preocupação da igreja primitiva com relação
a todos os servos de Deus chamados para o ministério (Atos 6.3; 13.1-3).
Cuidado com a sua aparência
Nós homens, muitas vezes, somos um pouco descuidados, inclusive na combinação das roupas. As
mulheres, via de regra, são mais qualificadas nisso. Eu não estou dizendo que toda mulher é qualificada e nem
estou dizendo que todo homem é desqualificado, mas nós devíamos pensar bem sobre isso.
Vamos analisar algumas coisas:
Antes de sair de casa para a igreja, ou para o local que você vai pregar, dê uma olhadinha no espelho.
Perceba se a sua roupa está combinando. Às vezes, a calça é amarela, a camisa é vermelha, o paletó é azul, a
gravata é roxa, e tem cores sobrando nessas roupas. O pregador não deve ser cores aberrantes, pois, roupas
muito coloridas o tornam espalhafatoso! Se você for estiloso demais ou demonstrar falta de cuidado com as
roupas, você talvez chame a atenção para você. Porém, o papel do pregador não é chamar atenção para si. Ele
tem que ser discreto, humilde, contextualizado, e precisa chamar a atenção para a mensagem da Palavra de
Deus.
Se você vai usar uma gravata, procure saber se o colarinho da sua camisa não está quebrado. Já viu
aquela pessoa que coloca uma gravata e o colarinho está todo amarrotado? Essa pessoa chamou a atenção para
si! Ou, às vezes, a gravata está com o nó torto...
Às vezes, a calça é listrada e o paletó é xadrez. Ou então, o paletó é pequeno demais ou grande demais.
A manga alcança na mão ou está dando no meio do braço.
Tudo isso é muito importante porque não é possível separar a mensagem do mensageiro. O zelo que o
mensageiro tem em sua apresentação é fundamental para que as pessoas recebam a mensagem que ele vai
apresentar.
Um pregador relaxado na sua aparência pessoal ou com seu vestuário desleixado não é levado a sério
e não consegue transmitir a imagem de um autêntico ministro de Cristo. Nunca esqueça: Muitas vezes a roupa
que você usa diz quem você é.
Paulo escreveu: “Assim pois, importa que todos nos considerem como ministros de Cristo...” (I
Coríntios 4.1 – NAA). Mas, como os ouvintes podem considerar um pregador como um ministro de Cristo se
seu vestuário transmite uma outra imagem?
Não só para pregadores, mas para todos os cristãos é importante saber que estilo de roupa agrada a
Deus. Esse assunto também é importante para o Senhor. Como Soberano Senhor, Ele tem padrões sobre como
seus servos devem se vestir e se arrumar. Precisamos nos “ataviar com modéstia e bom senso” (I Timóteo
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2.9). Aqui o apóstolo Paulo estava falando sobre as mulheres, mas esse princípio também se aplica aos homens
cristãos.
Essas orientações sobre o vestuário estão bem claras na Bíblia. Assim, quando escolhemos uma roupa,
não devemos pensar só no que nós gostamos. Devemos pensar no que agrada ao Senhor nosso Deus.
Por exemplo, O Senhor deu a Moisés regras que protegiam os israelitas do modo de vida imoral dos
povos em volta deles. Uma das regras dizia que mulher não devia usar roupa de homem e que homem não
devia usar roupa de mulher (Deuteronômio 22.5). Essa lei deixa claro que o nosso Deus detesta estilos de
roupa que fazem um homem parecer uma mulher, que fazem uma mulher parecer um homem ou que deixam
dúvida se é um homem ou uma mulher.
A Bíblia contém princípios que nos ajudam a tomar boas decisões sobre o que vestir, não importa o
país, a cultura ou o clima. Não precisamos de uma lista imensa dizendo o que podemos e o que não podemos
usar; é só seguir os princípios da Bíblia. Mas isso não nos impede de escolher roupas que sejam do nosso
gosto. Vamos ver alguns princípios que podem nos ajudar a saber qual é “a boa, aceitável e perfeita vontade
de Deus” quando vamos decidir que roupa usar (Romanos 12.1,2).
SOMOS “MINISTROS DE DEUS”
Deus orientou o apóstolo Paulo a escrever o princípio que está em II Coríntios 6.4. A aparência é
importante. Como assim? É que muitas pessoas formam uma opinião sobre nós com base na nossa aparência.
(I Samuel 16.7). Somos representantes de Deus. Por isso, quando nos vestimos, não podemos pensar só no
que é confortável ou que nos faz sentir bem. Por entendermos os princípios da Palavra de Deus, não usamos
roupa muito apertada, curta, decotada ou sensual. Obviamente isso inclui roupas que chamam a atenção para
as partes íntimas do corpo. Não queremos que ninguém fique sem graça ou se sinta obrigado a desviar o olhar
por causa da nossa roupa.
É mais provável que as pessoas nos respeitem como servos de Deus quando temos uma boa higiene e
usamos roupas limpas, bem-arrumadas e de bom gosto. Nossa boa aparência pode levar as pessoas a ter mais
respeito pela nossa Igreja. Isso pode fazer com que elas deem atenção à mensagem do Evangelho que
pregamos.
Devemos nos vestir “do modo próprio [dos] que professam devoção a Deus” (I Timóteo 2.10). É claro
que uma roupa que é vista com bons olhos numa região talvez não seja em outra. Por isso, o povo de Deus no
mundo todo deve levar em conta os costumes locais para não ofender ninguém. Porém, devemos usar uma
roupa modesta, não um estilo exagerado que talvez seja comum no mundo.
Precisamos pensar em como a nossa roupa vai afetar nossos irmãos (Filipenses 2.4). Por quê? Um dos
motivos é que o povo de Deus se esforça bastante para aplicar o seguinte conselho da Bíblia: “Façam morrer,
portanto, os membros do seu corpo com respeito a imoralidade sexual, impureza, paixão desenfreada.”
(Colossenses 3.2,5). Alguns de nossos irmãos que levavam uma vida imoral no passado talvez ainda lutem
contra desejos errados (I Coríntios 6.9,10). Nós não queremos que a nossa roupa torne a luta deles mais difícil,
não é mesmo?
Nossa roupa deve contribuir para que a congregação seja um porto seguro, um ambiente livre de
qualquer influência imoral ou mundana. Deve ser assim quer estejamos nos cultos, quer em alguma
programação social. É verdade que temos a liberdade de escolher o que vamos usar. Mesmo assim, cada um
de nós tem a responsabilidade de usar roupas que ajudem outros a se manter puros aos olhos de Deus, tanto
em pensamentos como em palavras e ações. (I Pedro 1.15,16) Quem ama de verdade “não se comporta
indecentemente, não procura os seus próprios interesses” (I Coríntios 13:4,5).
Nossas roupas devem mostrar claramente que servimos a Deus. Tanto os nossos irmãos como as
pessoas em geral devem reconhecer que somos representantes de Deus. As orientações do nosso Deus são as
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melhores que existem, e ficamos felizes de colocá-las em prática na vida. A conduta de nossos irmãos e o tipo
de roupa que usam atraem pessoas de coração sincero à verdade. Esses irmãos merecem elogios, pois dão
honra ao Criador e alegram o coração dele. Se tomarmos boas decisões sobre o que vestir, vamos continuar a
dar louvor a Deus, que se veste “de majestade e esplendor” (Salmo 104:1,2).
O modo de vestir-se ou adornar-se de algumas pessoas transmite uma mensagem, que, no caso
em questão, é qualquer atitude, que adotada por uma pessoa, pode influenciar no modo de
pensar e agir de outras, em relação a ela. Esta mensagem pode ser de simplicidade e modéstia,
ou de estímulo e apelo à sensualidade.” (Vivendo com Equilíbrio, p. 40. IAP: São Paulo,
2005).
PORTE E POSTURA DO ORADOR NO ANÚNCIO DO EVANGELHO
“PORTAI-VOS de modo que não deis escândalo [...] PORTAI-VOS varonilmente [...] Somente deveis
PORTAR-VOS dignamente conforme o evangelho de Cristo.” (I Coríntios 10.32; 16.13 e Filipenses 1.27).
1. Atualmente, alguns pregadores pregam sobre si mesmos e sobre vários assuntos e se esquecem de
pregar a Cristo. A pregação bíblica deve anunciar a Cristo. Este é o tema fundamental das Escrituras. Por
exemplo: Pedro pregou a Cristo (Atos 2.22,36); Filipe, em Samaria, pregou a Cristo (Atos 8.5). Paulo pregou
a Cristo (I Coríntios 1.22,23). Um pregador chamado por Deus prega a Jesus Cristo, e não se preocupa em
falar tanto de si mesmo. O homem de Deus que, de fato, é ungido por Ele não precisa de autoafirmação. É
Deus quem dele dá testemunho (Mateus 3.17). Todos constataram que o rosto de Moisés brilhava, mas ele
mesmo não sabia disso!
2. CUIDADO COM OS EMBARAÇOS DESTA VIDA. Há nas Escrituras pelo menos sete coisas que,
embora não sejam pecaminosas, atrapalham a vida do pregador (e dos cristãos em geral), bem como a
comunhão com Deus:
(1ª) COISAS INCONVENIENTES (I Coríntios 6.12a). Tudo nos é lícito, mas certas coisas não nos
convêm, principalmente para nós que somos pregadores do Evangelho de Cristo. Por exemplo: Será que é
conveniente um pregador adotar um "visual" excessivamente moderno, com roupas extravagantes, cabelos
longos, tatuagens, piercings, pulseiras e tantos outros adornos?
(2ª) COISAS QUE DOMINAM (I Coríntios 6.12b). Há atitudes e condutas que, em princípio, não
aparentam ser pecaminosas, mas tornam-se dominadoras. Cuidado com o uso excessivo do celular.
(3ª) COISAS QUE NÃO EDIFICAM (I Coríntios 10.23).
(4ª) COISAS QUE NÃO PASSAM NO CRIVO DE FILIPENSES 4.8. Tudo o que fazemos deve ser
submetido a esse crivo. Devemos perguntar se o que fazemos é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de
boa fama, etc. Todos os pregadores devem se colocar diante do espelho, que é a Palavra de Deus e analisar
sua conduta à luz das Escrituras (Tiago 1.22-24).
(5ª) COISAS QUE PARECEM PECADO (I Tessalonicenses 5.22). Precisamos a todo custo evitar ou
mesmo fugir da “aparência do mal.” Se algo que praticamos parece pecado, o sinal amarelo acabou acender.
Cuidado!
(6ª) COISAS QUE EMBARAÇAM (Hebreus 12.1; II Timóteo 2.4). O pregador do evangelho não
pode se deixar embaraçar com as coisas desta vida. Gosto de ler o texto de Hebreus 12.1 na Nova Tradução
na Linguagem de Hoje que diz: “[...] deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra
firmemente em nós [...].” Há várias coisas que não são “pecados”, porém, atrapalham a vida de muitos
pregadores e cristãos. Este verso faz eu me lembrar da história de Gideão, que foi poderosamente usado por
Deus. Porém, no final de sua carreira, deixou que algo denegrisse o seu testemunho: “Gideão usou o ouro para
fazer um manto sacerdotal, que ele colocou em sua cidade, em Ofra. Todo o Israel prostituiu-se, fazendo dele
objeto de adoração, e veio a ser UMA ARMADILHA para Gideão e sua família” (Juízes 8.27 - NVI). A ACRF
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diz: “UM TROPEÇO”; e a ARA diz: “UM LAÇO.” O manto confeccionado por Gideão não era um pecado,
em si mesmo, mas tornou-se “um tropeço” para ele e sua família. Cuidado! Há coisas que, embora não sejam
“pecados”, embaraçam a vida espiritual.
(7ª) COISAS SEMELHANTES ÀS MENCIONADAS EM GÁLATAS 5.19-21. Não nos esqueçamos
de que, além das obras citadas diretamente como sendo da carne, há outras, não mencionadas ali
expressamente, porém igualmente perigosas e pecaminosas, chamadas de "coisas semelhantes a estas"
(Gálatas 5.21).
A IMPORTÂNCIA DAS EXPRESSÕES CORPORAIS E FACIAIS NA PREGAÇÃO
A postura do pregador deve ser considerada desde o momento que sobe ao púlpito, quer esteja sentado, quer
levantando-se, quer pregando a Palavra de Deus.
Enquantoestiversentado,deveportar-sedemaneiradiscreta,sérioeconfiante,concentradoeematitudedeoração.
Durante este tempo, deve evitar as conversas paralelas, deve evitar qualquer tipo de leitura (Se o pregador ficar fazendo
anotações em seuesboçodesermãoouconsultaotempotodoaBíbliapoderátransmitirparaaigrejaaimagemdealguém
que não se preparou adequadamente para transmitir a mensagem de Deus). No púlpito, o pregador deve evitar bocejo ou
espreguiçar-se, dando a impressão de que está cansado. Ao levantar-se para pregar deve assumir uma atitude serena,
tranquila e confiante.Mas, deve evitar indiferença ou altivez (atitude arrogante) a fim de que a igreja o fite com reverência
e respeito.
Pedidos de desculpas são desaconselháveis. Por exemplo: “Estou cansado”; “estou doente”; “não estou
preparado”; “estou nervoso”, etc. Se está despreparado, doente ou nervoso não deve aceitar o convite para pregar.
Aceitando-o, não apresente desculpas.
Evite rodeios e mantenha o foco no sermão
O pregador não pode subir ao púlpito e pedir desculpas.
Nunca deve dizer:
“Peço desculpas porque eu fui pego de surpresa.”
“Desculpem-me porque eu não me preparei como eu gostaria de ter me preparado.”
“Desculpem-me porque eu não tenho eloquência.”
“Desculpem-me porque tem gente mais preparada para pregar do que eu.”
“Desculpem-me porque eu me sinto incapacitado, inabilitado para falar para vocês.”
Não, de modo algum!
Tais palavras pré-dispõe as pessoas a não o pregador.
Sevocêsubiuaopúlpito,esevocêteveaoportunidadedelerotexto,exporotexto,explicareaplicarotexto,você
não tem que pedir desculpas.
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Você não tem que ter uma falsa humildade, uma falsa piedade. Você pode sim agradecer o privilégio daquele
momento, daquela oportunidade, sem ficar fazendo muitos rodeios e ir direto ao ponto: ler, explicar e aplicar o texto.
Há um erro muito comum: O pregador se levanta e começa a fazer as saudações que se prolongam.
“Quero cumprimentar o Fulano, pastor presidente, quero cumprimentar o Ciclano, pastor vice-presidente, quero
cumprimentar o Fulano de Tal que tem o cargo tal, eu quero também saudar um Ciclano de Tal porque é líder tal!”
Ninguém aguenta isso!
É uma espécie de jogo de confete que ninguém tolera. Ainda pior do que isso,podem ser aquelas saudações: “Eu
trago um abraço do Fulano, do Beltrano, do Ciclano, da minha igreja, também do meu concílio, da minha região...” e
gasta tanto tempo com essas amenidades.
Não fomos chamados para isso!
Fomos convidados para pregar a Palavra de Deus.
Devemos evitaressetipodesaudaçãolongaecheiadeconfetes,vamos evitarmuitaconversaantes deleraBíblia,
pois esses hábitos nãopassam deumritual vazio.Otempodetodos épreciosodemais!Use-oparaleraBíblia,parapregar
a Palavra, para abençoar o povo.
O pregador não é um político que se levanta para fazer um discurso e tem umas 30 fichinhas na mão que a
assessoria entregou em sua mão para cumprimentar o Fulano, o Beltrano, o Ciclano, mais esse, mais aquele! Não! Você
não é um político, você é um pregador!
Ao assumir o púlpito, seja breve em seus agradecimentos: “eu quero agradecer o privilégio de estar aqui”. É de
bom tom você mencionar o nome do pastor da igreja ao agradecer o privilégio. “E agora, meus irmãos, vamos abrir a
Palavra de Deus” E começa o seu sermão, entra naquilo que você foi chamado para fazer, sem rodeios, sem perda de
tempo, sem perder o foco!
O Corpo Fala
Todonossocorpofalaquandonósestamoscomunicando.Aposiçãodospésedaspernas,omovimentodotronco,
dos braços, das mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão
do olhar. Cadagesto possuiseu significadopróprio, encerra em si umamensagem.Embora os gestos tenham ligação com
a natureza das ideias, nem sempre é fácil encontrar na sua expressão o complemento ideal para nossas mensagens. Muitas
vezes temos que abandonar a velocidade calma de um movimento que representaria a ideia externada, para optar pelo
movimento brusco e ríspido, coerente com a inflexão da voz.
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”
(II Timóteo 2.15)
Você acha que somente a sua voz é importante ao falar em público? É inegável que a
voz é um fator muito importante no discurso, mas ela é apenas um ingrediente que engloba
outros itens, como expressões corporais e faciais na oratória.
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O QUE É LINGUAGEM CORPORAL?
Alinguagemcorporalfazpartedacomunicaçãonãoverbalecorrespondeatodososmovimentosgestuais
e de postura que fazem com que a comunicação seja mais efetiva. Isso inclui os sinais emitidos pelo corpo.
A linguagem corporal é um dos elementos mais importantes da oratória.
Se todo o corpo fala através de gestos em uma conversa informal, na pregação
ele grita! Através de suas atitudes o pregador comunica mensagens que às vezes
são inconscientes, positivas ou negativas, transmitindo ao público nervosismo,
calma, timidez, insegurança, entusiasmo, confiança ou despreparo.
“Charles Chapplin e muitos atores do cinema mudo foram pioneiros das artes
na comunicação não-verbal; era a única forma de comunicação disponível na
tela. Em sua forma mais pura, o mímico se comunica uma audiência sem a
ajuda de diálogos, canções nem narrativa falada. Os movimentos, gestos e
expressões dos atores conduzem a ação e nos contam tudo o que devemos
saber a respeito de seus sentimentos e motivos.”
Enquanto você fala, o seu corpo emite sinais não-verbais que são
percebidos facilmente pelos ouvintes.
É por isso que devemos cuidar para que esses sinais sejam sempre
positivos.
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ERROS QUE O PREGADOR DEVE EVITAR
1. Não colocar as mãos no bolso da calça ou do paletó;
2. Não apontar com o dedo indicador como gesto acusador;
3. Não esmurrar o púlpito;
4. Não utilizar gestos indecorosos (com significados de possíveis deturpações);
5. Não colocar as mãos no bolso da calça ou do paletó;
6. Não apontar com o dedo indicador como gesto acusador;
7. Não esmurrar o púlpito;
8. Não utilizar gestos indecorosos (com significados de possíveis deturpações).
É muito importante que o pregador saiba como comportar-se no púlpito. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar
sua exposição.
1.Deveevitarassentar-sedemododeselegante:Pernasabertas,corpocurvado(Nãodevenuncacruzaraspernas).
2. Deve evitar a leitura da Bíblia ou anotações no seu esboço.
Não basta o pregador estar bem vestido, é preciso a todo custo, não ficar a todo momento pegando no cabelo,
pondo [ou retirando] a mão no bolso, segurando na golado paletó, arrumando a gravata ou os óculos constantemente, etc.
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A NATURALIDADE DOS GESTOS
Na comunicação durante a pregação, nada deve superar a naturalidade. É bom evitar falar com o corpo apoiado
sobreopúlpito.Ogestoobedeceaum processonatural.Transmitimosamensagem,aomesmotempoqueinformamos ao
corpo o movimento a ser executado. O corpo reage e só depois pronunciamos as palavras. Por isso, o gesto vem antes da
palavra ou junto com ela e não depois.
Opregadordevetercuidadocomossinaisegestos.Porexemplo:“Eramtrêsosdecididos”(emostrardoisdedos);
“A semente de mostarda é minúscula” (e abrir os braços).
O pregador não é uma estátua nem um mamulengo, isto é, não precisa ficar o tempo todo ereto sem o menor
movimento corporal, enãodeve se requebrar, pular, correr em tornodopúlpito, abaixar-se e levantar-se com movimentos
bruscos que provoquem gargalhadas ou algazarra no meio da igreja. Isto é falta de ética, de oratória, de psicologia, de
comunicação cristã e de reverência ao lugar santo.
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FISIONOMIA [EXPRESSÃO FACIAL]
A fisionomia do pregador deve ser alegre, sem, todavia, esquecer-se das regras de interpretação, isto é, de acordo
com o momento. Deve ele entonar a voz, ter cuidado com os gestos, para que estejam de acordo com sua fisionomia. A
gesticulação dever ser coerente com a interpretação que se dá à mensagem.
Mantenha sempre uma fisionomia coerente com a mensagem que você quer passar. A expressão facial envolve a
transmissão de emoção para os ouvintes.
Ao contar uma história triste, sua fisionomia deve demonstrar o sentimento de tristeza, para histórias de suspense,
demonstre preocupação ou medo.
A COMUNICAÇÃO DO SEMBLANTE
O semblante talvez seja a parte mais expressiva de todo o corpo. Funciona como uma espécie de tela, onde as
imagens do nosso interior são apresentadas em todas as suas dimensões. Cada sentimento possui formas diferentes para
ser apresentado pelo semblante. É muito importante o pregador usar este recurso fisionômico para melhor comunicar a
mensagem que está ministrando.
Tudo que você estiver sentindo será transmitido especialmente com o semblante.
A fisionomia revela os sentimentos – preocupação, alegria, ansiedade, raiva, indignação, etc.
Tenhasempreemmenteque,aopregar,oseusemblantefalaporvocê.Porisso,mantenhaumsemblantecoerente
com a mensagem que transmite.
O OLHAR
Quando o pregador se levanta para transmitir a mensagem das Escrituras, deve, primeiramente, olhar para seus
ouvintes,doprimeiroaoúltimobanco,esódepois distodevevoltaros olhos paraaBíbliaeefetuaraleitura.Nãohámaior
deselegância do que um orador se envolver com papéis e anotações ANTES de cumprimentar seus ouvintes COM OS
OLHOS.
Ficar olhando ao seu redor demonstra desinteresse, da mesma forma que olhar para baixo, sem encarar o
público, denota insegurança.
Evite também olhar fixo para uma única pessoa.
É importante olhar nos olhos das pessoas que estão lhe escutando.
Seu olhar pode ser a diferença para uma boa comunicação.
Ao direcionar o seu olhar para cada ouvinte, você faz com que todos se
sintam parte da apresentação.
Certifique-se de olhar periodicamente para todas as pessoas do
ambiente.
Quando você olha para os seus ouvintes, mesmo que não consiga ver cada um, eles se sentem olhados,
prestigiados, fazendo parte do assunto abordado.
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Por isso, distribua a comunicação visual para todos os lados do auditório, olhando ora para quem está sentado à
esquerda, ora para quem está sentado à direita.
Tenha em mente que o “olho no olho” é capaz de criar verdadeiras conexões entre indivíduos.
Em uma apresentação, por exemplo, direcionar o olhar de pessoa em pessoa pode ser a chave para conquistar a
atenção da audiência. Mas faça isso moderadamente, para não causar desconforto.
Coloque-se de frente para seus ouvintes. Esse posicionamento mostra que você está motivado a falar e tem algo
importante a dizer.
Aproveiteparafazercontatovisual:issoéimportanteparademonstrarinteressenaspessoasedesejoemtransmitir
o conteúdo.
O SORRISO
O pregador que inicia cumprimentando seus ouvintes com um
sorriso conquista a simpatia e a atenção da maioria deles.
Um sorriso diz muita coisa. É como se ele dissesse: “Que bom
que vocês estão aqui! É um prazer poder falar com vocês!”
O sorriso é contagioso. Quando há troca de sorrisos os ouvintes ficam mais receptivos às palavras do pregador.
SORRIR PARA QUÊ?
Verdadeiro ou falso, amigável ou assustador, o estilo não faz muita
diferença. O fato é que o sorriso sempre serviu como forma de comunicação –
talvez a maneira não verbal mais rápida...
(Disponível em: Revista Superinteressante.
https://super.abril.com.br/historia/sorria-voce-esta-sendo-estudado/
O ideal é que você esboce um sorriso sempre que o assunto permitir para criar
sintonia com seus ouvintes.
A SIMPLICIDADE DO ORADOR
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1. Há pregadores que, em vez de agir com simplicidade, sem extravagâncias, recorrem à excentricidade
dramática! Preferem o ritualismo, o formalismo e o artificialismo; são verdadeiros atores. É claro que não
precisamos adotar uma imobilidade sepulcral, porém devemos nos portar com sabedoria diante das igrejas de
Deus (I Coríntios 10.32), a fim de que sejamos exemplo em tudo (I Timóteo 4.12).
2. Como deve ser a nossa postura no púlpito, ao pregar o evangelho? O Mestre Jesus — nosso maior
exemplo (João 13.15) — simplesmente expunha a Palavra de Deus: "E, abrindo a sua boca, os ensinava [...]”
(Mateus 5.2,3).
Cuidado para não enaltecer a si mesmo
Às vezes, o pregador convidado também é um cantor, ou então, às vezes, o pregador convidado também
é um escritor e ele leva os seus livros. Ele se levanta para ler a Bíblia, mas leva consigo uma pilha de seus
livros e começa a falar de cada livro, recomendando-os, enaltecendo-os: “Eu escrevi este livro, porque este
livro é maravilhoso, esse é o melhor livro do mundo!”.
Isso não fica nada bem! Nada bem! Você elogiar o seu próprio livro? Você enaltecer a sua própria
obra? Você se auto promover como escritor ou como cantor? E às vezes, o pregador fica falando de si mesmo
5 minutos, 10 minutos, 15 minutos expondo seus cursos superiores e sua capacidade intelectual ou
profissional, aí quando ele vai ler o texto bíblico, o povo já está cansado, o auditório já não está mais disponível
para ouvir.
Essa postura passa ideia clara de que a motivação dele estar ali é fazer merchandising, fazer comércio.
Lembre-se: Você foi chamado para pregar, então pregue!
Você não foi chamado para falar de você, para se auto-exaltar, você não foi chamado para falar das
suas obras ou de sua capacidade ou intelectualidade, nem mesmo dos seus títulos. Você foi chamado para
pregar, então, pregue a palavra! Não cometa esse erro! Isso cansa a Igreja!
PREGADORES OU CONTADORES DE HISTÓRIAS?
1. Há pregadores que teatralizam ao extremo. Sentam ou se deitam no púlpito; usam as pessoas como
coadjuvantes; e fazem gracejos ou brincadeiras de mau gosto. Esquecem-se de que a sua missão é apenas
expor a Palavra de Deus, e não chamar a atenção para si (João 1.22,23; 3.30).
2. Porque não expor a Palavra do Senhor com naturalidade, sem gesticulação excessiva e uso abusivo
de recursos do tipo “olhe-para-o-seu-irmão-e-diga-isso...” Não quero, com isso, incentivar você, caro
pregador, a ser uma estátua. Não! Porém, há pregadores que, ao transmitir a mensagem, não empregam
nenhum recurso homilético: apenas movem a boca, fixando o olhar em uma única direção. Isso também é
ruim! Para ser simples, não é necessário renunciar à personalidade e da ousadia no falar (Atos 9.29). Seja
autêntico.
3. Seja autêntico. A linguagem do pregador também deve ser simples, não rebuscada. Não é preciso
empregar palavras bonitas, difíceis e raras (I Coríntios 2.4,5). O pregador deve falar de tal modo que seja
entendido até pelas crianças (Marcos 10.13-16). Você pode até empregar uma palavra que não seja usual,
porém explique o seu significado. Caso contrário, embora todos admirem o seu belo português, ficarão sem
entender o que quis dizer.
4. A linguagem do obreiro também deve ser simples, não rebuscada. Não é preciso empregar palavras
bonitas, difíceis e raras (I Coríntios 2.4,5). O pregador deve falar de tal modo que seja entendido até pelas
crianças (Mc 10.13-16). Você pode até empregar uma palavra que não seja usual, porém explique o seu
significado. Caso contrário, embora todos admirem o seu belo português, ficarão sem entender o que quis
dizer.
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Cuidado com a língua portuguesa
Esta dica tem a ver com o cuidado com a língua portuguesa.
Há alguns erros graves que nós cometemos e que podem ser evitados com muita facilidade.
é muito comum nas pregações e você vê gente com formação, com pós-graduação, com mestrado e
doutorado cometendo esse erro: “Senhor abençoa as nossas vidas”.
Você só tem uma vida, mesmo que você esteja falando para mil pessoas, você diz: “Senhor abençoa
a nossa vida” ou alguém diz assim: “Vamos abrir as nossas bíblias”, mas você só tem uma Bíblia, e mesmo
que você fale para mil pessoas, você diz: “Vamos abrir a nossa Bíblia”. Também escutamos assim: “Vamos
abrir as nossas bocas para cantar”, não, “vamos abrir a nossa boca”. Mas está correto quando dizemos:
“Vamos abrir os nossos lábios”, pois temos mais de um. “Vamos fechar os nossos olhos”, “vamos levantar
as nossas mãos”.
Há outras expressões mais complicadas ainda que nós chamamos de cacófato. Um exemplo de oração
que é muito comum: “Senhor, nós te agradecemos por cada pessoa, por cada visitante, por cada família, por
cada igreja aqui presente”. Por cada, por cada, por cada! Essa junção da preposição ‘por’ mais a palavra
‘cada’ gera um cacófato, uma palavra feia, uma pronúncia feia, ‘por cada’!
Por isso, o zelo na maneira de se expressar é fundamental.
Ouça meu conselho: leia uma boa gramática.
Outro conselho: desenvolva o hábito de escutar pessoas que falam a língua portuguesa de maneira
correta. Observe, observe! Pratique! Por quê?
Porque a língua portuguesa é um instrumento que Deus nos deu para comunicar essa gloriosa
mensagem.
Se eu não cuido zelosamente da gramática, eu posso criar entraves para as pessoas ouvirem a
mensagem do Evangelho. Então, nós não temos o direito de cometer esses erros se nós podemos corrigi-los!
QUE TIPOS DE SERMÕES SÃO (ÀS VEZES) PREGADOS
(1) Sermão “carapuça”: é aquele pregado quando o preletor tem uma diferença mal resolvida com
um dos presentes e, embora o templo esteja cheio, com centenas de pessoas ávidas por ouvir a exposição da
Palavra, o sermão inteiro é utilizado para mandar recado àquele único desafeto.
(2) Sermão “E daí?”: pregação em que são utilizadas técnicas de retórica, hermenêutica e homilética,
com o pregador demonstrando todo o seu conhecimento histórico e teológico, porém sem contextualização,
sem uma possibilidade de aplicação pessoal daquelas informações. Dessa maneira, as palavras passam por
sobre a cabeça da audiência que, com aquela cara de interrogação, parece querer perguntar: “E daí? O que é
que eu tenho a ver com isso?”
(3) Sermão “espada”: “esse é o tipo de discurso cortante, penetrante, profundo”, pensarão alguns.
Antes fosse. Como é então? Comprido e chato.
(4) Sermão antropocêntrico: o homem e seus “sonhos” são o assunto central. Vontade de Deus? Que
nada! “Não desista dos seus sonhos”! Vida eterna? Esqueça! “Receba a bênção agooooooora!”. Exposição
permeada por frases para “elevar a moral” da audiência, do tipo “você nasceu para vencer”, “há poder
em suas palavras”, “a vitória é sua”, e por aí vai. Ok, sabemos que o cristão é mais que vencedor, que somos
bem-aventurados, etc., etc., etc. O problema é que, nesse tipo de sermão Jesus raramente aparece. A ênfase
recai no homem, como se de nós mesmos pudéssemos algo (1). Moral da história: igrejas abarrotadas de
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pessoas apegadas a um materialismo exacerbado, espiritualmente fraca e suscetível a quaisquer ventos de
doutrina.
(5) Sermão “suco de quermesse”: profundo como uma bacia d’água. Substancioso como um
envelope de “tang” diluído em uma piscina olímpica.
(6) Sermão “bala perdida”: palavras disparadas aleatoriamente, sem conexão alguma com o texto
base, e entrecortado por “Glória a Deus” e “Aleluia”, utilizados para preencher os vácuos. “Se acertar em
alguém, amém”, pensa o pregador.
(7) Sermão “feira-livre”: nesse, o preletor se mostra azedo como um limão e ao mesmo tempo
amargo como um jiló. Inicia pendurando uma melancia no pescoço no afã de aparecer. Em seguida despeja
um monte de abobrinhas na audiência, distribui bananas e descasca o abacaxi em cima dos “opositores”.
Pega alguns irmãos e os utiliza como “laranjas”, citando suas vidas a título de ilustração. E chora as pitangas
ao expor ao povo os pepinos que tem enfrentado. Resumo da ópera: tem tanto conteúdo quanto um pastel de
vento.
(8) Sermão “míssil teleguiado”: direcionado. Com endereço pré-estipulado. Explico: o pregador fica
sabendo por intermédio de terceiros que um membro, um casal, ou uma família daquela congregação está
passando por determinado problema. A partir daí, direciona a palavra, como se a tivesse recebido por
“revelamento” do Espírito Santo. Com pretensa autoridade, aproveita para “sentar a pua!”
(9) Sermão “contos da carochinha”: durante essa ministração você ouve de tudo: historinhas,
testemunhos, ilustrações mil, anedotas. Citações bíblicas e Palavra de Deus, que é bom, “patavina”, nada vezes
nada!
Um sermão que só conta historinhas, que está recheado de ilustrações, não é um sermão!
Cuidado para não contar ilustrações pessoais demais.
Talvez, você conheça pregadores que se tornam repetitivos, pois todas as vezes contam ilustração da
própria vida. Se ele é sempre o herói de suas ilustrações, ele vai passar uma ideia de uma piedade
autopromovida, como a dos fariseus. Ou então, ele só conta histórias para mostrar seus erros. Nesse caso, ele
passa a ideia de ser uma pessoa relaxada ou descuidada.
Pior do que isso, é quando o pregador conta ilustrações de sua própria casa para lavar roupa suja no
púlpito e acaba por expor a família ao constrangimento.
Eu não estou dizendo que nunca podemos contar uma ilustração pessoal, ou de casa, ou dos filhos, ou
do cônjuge, estou dizendo para ter cuidado para não expor a família. Cuidado para não cair no ridículo!
Cuidado para que a ilustração, em vez de ajudar, piore a situação.
Seja muito zeloso quando você for tratar de ilustrações pessoais. Policie-se para não bater palmas para
você mesmo, e nem para passar a ideia de que você é uma pessoa relaxada, ou expor sua família a um vexame.
Não corra o risco de ficar endeusando sua família, dizendo que a sua família é a melhor família do mundo.
Então cuidado, muito cuidado com esse tipo de ilustração!
Cuidado com a conclusão
Outra dica importante tem a ver com a conclusão do seu sermão.
Nós conhecemos pregadores que dizem assim: “Vamos concluir!”, mas, então, ele lembra de um fato
novo e emenda no sermão. O povo está agarrado na promessa dele: “Vamos concluir!”, mas ele estica o
discurso por mais 10 minutos, mais 15 minutos. Nesse ponto, o povo já começa a torcer contra ele, começa a
orar contra! Ele falou que vai concluir, o auditório começa a remexer no banco, a olhar no relógio, um se
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levanta, outro vai embora. E então, quando ele vai concluir, lembra de novo de um outro fato e emenda outra
vez.
Esse pregador não planejou a sua conclusão. O sermão precisa terminar lá em cima, no ápice.
Você precisa concluir o seu sermão de maneira que as pessoas sejam impactadas. Então, planeje e
programe a conclusão.
Todo sermão precisa ter começo, meio e fim!
O pregador não pode ser aquela pessoa que entra em um ônibus para ser o motorista e os crentes
embarcam com ele, mas, daqui a um pouquinho, o povo começa a desembarcar, desembarcar, desembarcar!
E ele fica dirigindo sozinho. Só ele ficou preso ao sermão, mais ninguém!
Por isso a importância de ler o seu auditório.
Há gente que prega 10 minutos e o povo não quer ouvir mais; há gente que prega 50 minutos e o povo
quer um pouco mais!
Se você percebeu que tem um monte de gente folheando Bíblia, olhando no relógio, revirando no banco
ou levantando, é um sinal para o pregador. É hora de parar! O pregador precisa ler o auditório para saber se
ele pode ou não continuar.
Tem hora para concluir, então, precisa concluir.
Tenha o cuidado de preparar a conclusão do sermão.
Se você disser: “vamos concluir”, então você deve mesmo concluir e concluir de maneira bem
concluída, lá no alto, lá no ápice!
-O TIPO DE SERMÃO IDEAL
Sermão cristocêntrico e bíblico: temos um exemplo básico em Atos 2.22-36. Pedro se baseia nas
Escrituras. Seu sermão começa com “Jesus Nazareno”, é recheado de citações ao Mestre, e termina com “Deus
o fez Senhor e Cristo”. Ou seja, Jesus é o cerne, é o centro. Ainda se ouve, mas esse tipo de sermão anda muito
em falta em nossos dias...
NUNCA PREGE SERMÃO LONGO DEMAIS
1. Nunca apresente um sermão com muito conteúdo para seus ouvintes. Há pregadores que derramam
tão grande quantidade de matéria que seus ouvintes não conseguem reter ou digerir tudo e acabam confusos
diante de tantas informações.
Cuidado com a duração do sermão!
Não existe uma regra sobre isso. É claro que a igreja deve dar primazia às Escrituras e um tempo
especial para a pregação da Palavra de Deus.
Quando uma igreja separa mais de uma hora para cantar e depois dá apenas 10 minutos para a pregação,
ela está dando um recado: a Bíblia aqui não é prioridade, a Palavra de Deus aqui não é primazia!
A liturgia do culto deve preparar o auditório para receber a palavra de Deus, ou seja, o povo adora a
Deus, confessa seus pecados, pede a bênção do Eterno e assim prepara o coração para receber a mensagem,
que deve merecer prioridade!
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2. É importante ressaltar: Os sermões longos se tornam exaustivos tanto para o pregador quanto para
os ouvintes que têm de ficar sentados durante muito tempo.
Se você for pregar em outra igreja, ou em uma conferência ou congresso, ou em um salão que não é
no templo, em uma programação especial, ou você foi convidado por um pastor para falar, é muito importante
que você saiba: quanto tempo eu tenho para pregar?
Imagine que eles esperam que você pregue 40 minutos e você prega apenas 5 minutos. Ou imagine
que você só tem 10 minutos e você estende o sermão para mais de uma hora!
É necessário ter controle da mensagem a tal ponto que ela possa ser pregada em 5 minutos ou em 50
minutos, e ainda assim ser uma mensagem clara, com começo meio e fim.
Portanto, se o tempo for pouco, você precisará saber usá-lo de tal maneira que a mensagem central seja
exposta claramente. Será necessário enxugar a mensagem deixando apenas a essência, aquilo que é o néctar
do assunto que você pretendia anunciar.
3. Há sermões que se terminassem na metade estaria ótimo e trariam edificação para o povo de Deus.
Contudo, muitos pregadores entornam toneladas de palavras que cansam a audiência e causam desinteresse
nas Escrituras. Por isso, muitos consideram a Bíblia um livro chato e monótono. A culpa é, muitas vezes, dos
pregadores, que em seus sermões “quilométricos” fatigam a igreja.
4. O ideal é que o pregador não se alongue em seus sermões. É melhor o povo ficar desejando mais,
do que enjoar (isso pode ser ilustrado com o ato de degustar um delicioso doce... é melhor comer só um
pouquinho e ficar desejando mais, do que empanturrasse e ficar enjoado).
5. Um dos objetivos do sermão é alimentar o rebanho do Senhor. Porém, há pregadores que quando
assumem o púlpito, simplesmente, não oferecem um alimento sólido para a igreja. O resultado disso é que
muitos membros do corpo de Cristo estão “morrendo de fome” por falta do “pão da vida”.
6. Há sermões longos e exaustivos que muitas vezes trazem anedotas, mas não tocam no coração dos
ouvintes. Pode até ser que os corações dos ouvintes sejam alcançados, podem derramar algumas lágrimas,
mas, na prática, os seus corações não foram, de fato, quebrantados e convertidos.
7. Façamos um esforço sincero para pregarmos sermões curtos, espirituais e edificantes. Aquele que
prega a Palavra de Deus deve ser o primeiro a se alimentar das Escrituras. Não é aconselhável para o pregador
se apresentar diante da igreja com o coração vazio. É preciso estar com o coração e a mente repletos da Palavra
de Deus, pois, é ela quem sacia a fome da alma.
QUANTO TEMPO DEVE DURAR A PREGAÇÃO?
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1. Essa é uma pergunta que tem sido muito recorrente na igreja atual.
2. Há muitas dúvidas sobre durante quanto tempo os pregadores devem pregar. O certo é que não há
uma regra geral sobre este assunto.
3. Há pessoas que argumentam que um sermão deve durar pelo menos uma hora; caso contrário, a
pregação será superficial. Afinal, leva tempo para cavar a rica profundidade da Palavra de Deus.
4. Por outro lado, há aqueles que argumentam que a atenção da nossa cultura está diminuindo. Portanto,
seu sermão deve ficar entre de 20 a 30 minutos para que o orador não canse seus ouvintes.
5. Um levamento feito pelo pastor Brandon Hilgemann, fundador do site propreacher.com, mostrou a
duração dos sermões nas igrejas que mais crescem nos Estados Unidos. No geral, o estudo constatou que 40
minutos é a duração média do sermão na maioria das igrejas hoje. Em nenhuma das igrejas americanas
analisadas a mensagem foi maior que 1 hora. É claro que não estamos aqui apresentando o modelo ideal quanto
à duração da mensagem da Palavra, porém, como já comentamos, o bom senso nos leva a adotar sermões
curtos, objetivos e diretos.
O pregador nunca deve divagar e tentar preencher o tempo com experiências pessoais (aliás, as
experiências pessoais devem ser evitadas na pregação, pois, a ênfase deve recair na exposição da Palavra de
Deus). Nunca devemos esquecer que: Pregar é expor a Palavra de Deus, e não relatar “casos” ou
“experiências”. Se o pregador deseja falar acerca de alguma experiência pessoal, deve pedir oportunidade
para transmitir um testemunho para a igreja. Muitos confundem pregação com testemunho. Porém, são duas
coisas diferentes. Precisamos pregar sermões bíblicos porque a Bíblia alimentar, confortar, orienta e conduz à
salvação em Cristo. Este deve ser o foco do pregador ideal: Pregar a Palavra!
6. Como em nossas igrejas dispomos de tempo resumido para expor o sermão há necessidade de cada
pregador aproveitar os poucos minutos para conduzir o povo de Deus à reflexão nas Escrituras. Temos visto
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pregadores que quando assumem o púlpito fazem um rodeio imenso e contam tantas experiências alheias ao
propósito da exposição bíblica que se tornam cansativos. Tais oradores esquecem que o povo está esperando
o alimento espiritual das Escrituras, porém, ao contrário disso acabam recebendo “palha”. Há necessidade
urgente de pregadores que sejam objetivos e se voltem para a exposição das Escrituras no curto espaço de
tempo destinado para este propósito. É preciso remir o precioso tempo!
7. Em algumas ocasiões, o pregador deve usar o bem senso e prestar atenção no seu auditório. Se as
pessoas estiverem conversando, desatentas e se levantando, então está na hora de resumir e concluir o sermão.
Isso demonstra sabedoria e coerência. Porém, nem todos os pregadores têm esta sensibilidade.
8. Nunca esqueça disso: Se você perceber que seus ouvintes estão cansados, bocejando, ao ouvir o seu
sermão, então, você deve concluir o mais rápido possível o assunto que está pregando.
9. É desaconselhável para o pregador argumentar com a igreja que não se porta com reverência para
ouvir a explanação da Palavra de Deus. Existem pregadores que usam seguinte argumento:
“Essa igreja não consegue passar poucos minutos dentro do templo ouvindo a mensagem, mas em
outras denominações, os membros de lá passam horas ouvindo sermões.”
Há outro argumento clássico:
“Existem pessoas que passam horas na frente da televisão ou no celular, mas não conseguem passar
pouquíssimos minutos ouvindo a Palavra de Deus.”
Tais argumentos são desnecessários porque “agridem” e “ferem” os ouvintes. Além disso, não
resolvem o problema.
10. Às vezes, o problema não está nos “irmãos da igreja”, mas sim no pregador e no seu sermão. Como
ficar atento a um sermão irrelevante, mal preparado ou sem atrativos e unção? Ou como ouvir atentamente
um pregador visivelmente despreparado? Assim nem sempre a culpa é da igreja que se mostra “irreverente”.
Por isso, é importante o pregador se preparar com antecedência para apresentar um sermão relevante, que
chame a atenção do povo e que seja edificante para toda a igreja. Se o pregador preparou um sermão espiritual,
bíblico e edificante, com conteúdo que fale diretamente com seus ouvintes, não precisará mendigar a atenção
da igreja. As próprias pessoas se sentirão motivadas para ouvir a sua pregação com interesse e reverência.
Nós, que somos pregadores, precisamos fazer a nossa parte e, Deus fará a parte dele, tocando nos
corações convertendo e salvando as almas.
COLOQUE-SE NO LUGAR DOS SEUS OUVINTES.
1. Isso deve ser feito antes e durante a pregação. Quando for preparar o sermão, coloque-se no lugar
das pessoas que irão ouvir. Pense: Como eu receberia esta palavra se eu estivesse no banco ouvindo o
pregador?
2. Nunca pregue um sermão que não tocou em seu coração. Quando você preparar um sermão, aplique-
o primeiramente à sua vida, se nada comover você, então não pregue. Eu não consigo pregar um sermão que
não falou primeiramente comigo e não mexeu com minhas emoções. Como eu poderei comover as pessoas,
se eu não fui comovido?
3. Imagine a seguinte situação. Você está prestes a pregar em uma igreja no sábado pela manhã. O
templo não é climatizado, o dia e está muito quente, você assume o púlpito para transmitir a mensagem às
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11.20 h. Você olha para o salão e vê muitas crianças e pessoas idosas. E então pensa: “É totalmente incoerente
você pregar a Palavra de Deus durante uma hora.” Esta é uma atitude sábia e coerente.
NOÇÕES DE HOMILÉTICA
A HOMILÉTICA É:
a) Um auxiliar no estudo e análise do texto;
b) Um auxiliar na exposição de ideias;
c) Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar.
A HOMILÉTICA NÃO É:
a) Substituta da vida espiritual;
b) Substituta do Espírito Santo;
c) Uma garantia de ministério eficiente.
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A HOMILÉTICA VISA O PREPARO DE:
(1) Sermões relevantes
(2) Sermões com fundamentação bíblica
(3) Sermões objetivos e práticos
(4) Sermões espirituais
A HOMILÉTICA VISA PRODUZIR:
(1) Pregadores preparados
(2) Pregadores que vivem o que pregam
(3) Pregadores com fervor espiritual
(4) Pregadores convertidos
(5) Pregadores que anunciam a Salvação em Jesus Cristo
ALGUNS CONSELHOS PARA OS PREGADORES
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Oratória Sacra - Guia Prático

  • 1. Oratória Sacra Orientações práticas para pregadores do Evangelho com dicas sobre Oratória e Homilética. Belém (PA), abril de 2021. Celso do Rozário Brasil “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (II Timóteo 2.15)
  • 2. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 1 ORATÓRIA SACRA Celso do Rozário Brasil DEMÓSTENES – O MAIOR ORADOR Demóstenes é considerado como o "Pai da Oratória" Há um exemplo de determinação e coragem na história da Oratória que merece ser lembrado: trata-se de Demóstenes (384 a.C. - 322 a.C), orador da antiga e culta Grécia. Ele era um escritor extraordinário. Tinha tanta habilidade para escrever discursos que chegava a ser convidado pelas partes adversárias para escrever as peças de acusação e de defesa. E produzia ambas. Contudo, para falar, Demóstenes não tinha a mesma competência que possuía para escrever: sua voz era fraca, não pronunciava bem as palavras e era motivo de zombaria por causa do vício de levantar seguidamente um dos ombros enquanto falava. Essas dificuldades naturais poderiam fazer com que qualquer outra pessoa desistisse de ser orador. Mas Demóstenes era determinado e não se conformou com a condição que a natureza lhe havia imposto. com a mesma competência. Para fortalecer a voz, passou a fazer longas caminhadas na praia, falando diante do mar, procurando desenvolver um volume que superasse o bramido das ondas. Com o objetivo de aperfeiçoar a dicção, chegava a colocar pedacinhos de pedra na boca para dificultar a fala, aprimorando a pronúncia das palavras. O vício do ombro foi corrigido com um recurso muito curioso: colocava uma espada pendurada no teto, com a ponta voltada para baixo, e, ao exercitar os discursos na frente de um espelho, era ferido violentamente sempre que produzia o movimento involuntário. Determinado a se concentrar nos exercícios e não desistir, raspou metade do cabelo e metade da barba e, com essa aparência ridícula, ficou impedido de aparecer em público e se obrigou a continuar seu treinamento. Depois de todo esse sacrifício e com atitude sempre determinada, Demóstenes não apenas pôde falar em público, como se tornou o maior orador da antiguidade. Às vezes, nos sentimos incompetentes para executar determinadas tarefas que parecem ser maiores que nossas forças. Porém, desistir, antes de tentar, é um erro que jamais devemos cometer. Se estivermos verdadeiramente envolvidos com o resultado que desejamos conquistar, encontraremos forças que nunca imaginávamos possuir. Com a ajuda de Deus, vamos em frente! USE SEUS DONS E TALENTOS Um tesouro valiosíssimo está sendo transportado de um navio de um continente para o outro. Milhares de barras de ouro, enormes diamantes, esmeraldas e rubis. De repente, o tempo dá uma virada forte, radical. As ondas crescem, os ventos se agitam num tufão incontrolável e o tesouro afunda. Não se sabe onde, nem quando, nem como. Agora aquela fortuna incalculável está lá, no fundo do oceano. Inacessível. Quanto vale? Nada!
  • 3. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 2 Com os nossos dons e talentos também pode acontecer o mesmo que houve com o tesouro (Mateus 25.14-30). Anos e anos de oração e estudo, com dedicação e afinco um sem-número de livros lidos, incontáveis horas de meditação nas Escrituras. E daí? Se esses conhecimentos ficarem sem uso para a edificação da igreja, de nada terá adiantado todo o esforço e consagração. Serão como os livros cheios de poeira trancados num porão, consumidos pelas traças. Nossos dons e talentos recebidos de Deus, por mais importantes que sejam, só têm valor se forem usados em benefício dos nossos irmãos. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” (I Pedro 4.10). COMO DESENVOLVER NOSSOS DONS E TALENTOS Todos temos talentos e dons diferentes. Todos temos dons, talentos e aptidões especiais que nos foram dados pelo Pai Celestial. O profeta Moisés foi um grande líder, mas precisou de Aarão, seu irmão, para ajudá-lo como porta- voz (Êxodo 4:14–16). Alguns de nós somos líderes como Moisés ou bons oradores como Aarão. Alguns cantam bem ou tocam um instrumento. Outros são habilidosos em trabalhos manuais. Há pessoas que têm o talento de entender os outros, de ser pacientes, de animar ou de ensinar. Devemos Usar e Melhorar Nossos Talentos Temos a responsabilidade de desenvolver os talentos que recebemos. Às vezes, pensamos que não temos muitos talentos ou que outras pessoas foram abençoadas com mais capacidade de fazer coisas do que nós. Outras vezes, não usamos nossos talentos porque temos medo de falhar ou de ser criticados pelos outros. Não devemos esconder nossos talentos, mas, sim, usá-los. Assim, as pessoas poderão ver nossas boas obras e glorificar o Pai Celestial (Mateus 5:16). Há certas coisas que precisamos fazer para desenvolver nossos talentos. Primeiro, descobri-lo. Precisamos avaliar-nos a fim de descobrir nossos pontos fortes e nossas aptidões. A família e os irmãos podem ajudar-nos a fazer isso. Precisamos também pedir ao Pai Celestial que nos ajude a saber quais são nossos dons e talentos. Segundo, precisamos estar dispostos a despender tempo e esforço para desenvolver o talento que desejamos. Terceiro, precisamos ter fé no fato de que o Pai Celestial nos ajudará e também ter autoconfiança. Quarto, precisamos aprender as aptidões necessárias para desenvolver nossos talentos, fazendo um curso, pedindo a um pastor ou líder que nos ensine o que desejamos aprender ou lendo um livro.
  • 4. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 3 Quinto, precisamos usar nosso talento. Todo talento exige esforço e trabalho para se desenvolver. O uso de um talento precisa ser aprendido. Sexto, precisamos partilhar os talentos com os outros. É pelo uso que eles se desenvolvem (Mateus 25:29). Todos esses passos serão mais fáceis, se orarmos e buscarmos o auxílio do Senhor. Ele deseja que desenvolvamos nossos dons talentos e vai nos ajudar. Podemos Desenvolver Nossos Talentos Apesar de Termos Fraquezas e Imperfeições Por sermos seres mortais e decaídos, temos fraquezas. Com a ajuda do Senhor, nossas fraquezas e nossa natureza decaída podem ser sobrepujadas. Beethoven compôs suas melhores obras depois que ficou surdo. Alguns dos grandes atletas tiveram que sobrepujar defeitos físicos a fim de serem bem-sucedidos. Um desses exemplos foi a atleta Shelly Mann. “Aos cinco anos de idade, ela teve paralisia infantil. (…) Os pais levavam-na diariamente a uma piscina, na esperança de que a água a ajudasse a levantar os braços ao tentar usá-los de novo. Quando tirou o braço para fora da água com seu próprio esforço, chorou de alegria. A meta seguinte foi atravessar a piscina nadando de ponta a ponta na largura, depois no comprimento e finalmente diversas vezes no comprimento. Ela continuou tentando, nadando, suportando tudo dia após dia, até que ganhou a medalha olímpica de ouro em natação no estilo borboleta — uma das modalidades mais difíceis” Heber Grant sobrepujou muitas das suas fraquezas, transformando-as em talentos. Seu lema era: “Aquilo que persistimos em fazer torna-se mais fácil de realizar; não que a natureza da tarefa mude, mas nossa capacidade aumenta.” O Senhor Nos Abençoará, Se Usarmos Nossos Dons e Talentos Sabiamente Todos os filhos e as filhas de Deus receberam algum dom ou talento e todos serão cobrados pelo bom ou mau uso que fizeram deles.” Um talento é uma responsabilidade no reino de Deus. A parábola dos talentos diz que, quando servimos bem na Obra de Deus, recebemos maiores responsabilidades. Se não servirmos bem, nosso ministério acabará sendo tirado de nós (Mateus 25:14–30). As escrituras dizem que seremos julgados de acordo com nossas obras (Mateus 16:27). Desenvolvendo e usando nossos dons e talentos em benefício de outras pessoas, realizamos boas obras. O Senhor alegra-Se quando usamos sabiamente nossos dons e talentos. Ele nos abençoará, se os usarmos para beneficiar os outros e para edificar Seu reino aqui na Terra. Algumas das bênçãos que recebemos são alegria e amor por servir nossos irmãos aqui na Terra. O ORADOR E SEU CHAMADO 1. Através dos séculos Deus chamou vários homens que foram preparados e capacitados para a obra divina: Abraão, Moisés, Samuel, Isaías, Pedro, Paul, Barnabé, Tiago e João são alguns exemplos. 2. Com pregador de hoje não é diferente. Ele precisa ser chamado por Deus (vocacionado); ele precisa receber e transmitir a mensagem de Deus. Como um embaixador de Deus ele deve seguir as instruções recebidas. O pregador é um arauto de Cristo. Ele deve ter uma experiência viva com Deus. 3. A chamada geral envolve todos os membros da Igreja de Cristo (Mateus 4.19). Todos os cristãos foram chamados e devem ser “pescadores de homens”.
  • 5. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 4 4. A Bíblia fala de uma chamada ministerial específica: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres.” (Efésios 4.11). Porém, nem todos foram chamados para ser “pastores e mestres”. Cada cristão precisa ter conhecimento de sua chamada e vocação ministerial. O QUE É PREGAÇÃO? 1. Pregar significa ler, expor e aplicar a Palavra de Deus. Porém, ler vários textos para a congregação não é pregação. É preciso ler, explicar e aplicar o texto bíblico. 2. Pregador é aquele que prega as Escrituras. O termo “pregador” vem do latim: “prae” (“antes”) e “dicare” (“anunciar”, “publicar”). A palavra grega correspondente a “pregador” é “kerix” (“arauto”) indica aquele que tem uma mensagem (kerigma) do Reino de Deus, uma boa notícia, uma boa-nova. 3. O pregador é o arauto das boas-novas de salvação. Não há necessidade de “criar” uma mensagem, ela já está pronta e registrada nas Escrituras. O pregador é chamado por Deus para proclamar “o ano aceitável do Senhor.” O pregador recebe e transmite a mensagem de Deus, logo, não deve acrescentar nada. Deve transmitir de modo honesto e entregá-la como a recebeu. Por isso que a pregação deve ser bíblica. A mensagem do pregador deve provir das Escrituras Sagradas. 4. O pregador deve sempre se lembrar da grande responsabilidade que pesa sobre os seus ombros ao transmitir a mensagem de Deus. Deve ter em mente que precisa entregar aquilo que recebeu do Senhor Jesus, e, para que a mensagem seja boa e eficaz, deve extraí-la da Bíblia, orando antes, durante e depois da pregação. Seu sermão não deve ser apenas belo e agradável, mas grandemente edificante para todos os membros e não- membros da Igreja PREPARANDO-SE PARA A PREGAÇÃO 1. Na maioria dos casos, os homens chamados por Deus, não estão ainda preparados para a obra. Talvez demore anos até que ele execute bem o trabalho na Seara do Senhor. 2. O pregador deve aprimorar-se dia-após-dia. Até mesmo grandes pregadores, em algum momento, não se saíram bem. Por exemplo: Paulo quando pregou em Atenas (na Grécia) foi rejeitado pelos seus ouvintes. 3. A situação de Jeremias foi pior. Seus ouvintes, que faziam parte do povo de Deus, rejeitaram a sua pregação e se recusaram a ouvir as suas palavras (Jeremias 13.10). Ele, como pregador enviado por Deus, enfrentou sérias dificuldade e foi até mesmo ameaçado de morte pelo povo de Deus (Jeremias 26.8). Porém, ele não desistiu. 4. A oratória exige o aperfeiçoamento pessoal. E é a leitura, principalmente a leitura, que oferece ao pregador a preciosa oportunidade de se aprimora: Física, intelectual e espiritualmente. Na Bíblia e nos livros cristãos é que se deve recolher o material a ser utilizado nas palestras, nas prédicas e nos estudos bíblicos. O pregador que não lê, corre o risco de parar, sofrendo, então a atrofia de suas faculdades intelectuais. É necessário: LER... RELER... E... RETER! 5. O pregador há de ser um leitor inveterado. Ler deve ser prática constante de quem pretende ser um mensageiro do Senhor. APLICA-TE À LEITURA 1. A exortação acima foi transmitida por Paulo para Timóteo (I Timóteo 4.13). Este conselho se estende para todos os pregadores, em todos os tempos e lugares. 2. Na leitura bíblica, antes do sermão, é preciso enunciar as palavras de modo claro. O ideal é ler várias vezes o texto que servirá de base para a mensagem. Isso é importante porque evita uma leitura gaguejada e
  • 6. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 5 cheia de atropelos. Se o pregador ler mal o texto inicial, perde a atenção dos ouvintes, e, além disso transmite a imagem de alguém que está despreparado para a transmissão da mensagem. É necessário ler o texto bíblico e “ler” o auditório! Quando você for convidado para pregar, procure chegar mais cedo, procure conhecer o local primeiro, procure saber se está tudo certinho dentro daquilo que você imagina, para não ser pego de surpresa. Tente conhecer o seu auditório! Quem vai ouvir o seu sermão? São jovens, adolescentes, casais? É um grupo misto? É um grupo de crentes maduros ou é um grupo de não crentes? É importante saber porque, dependendo do auditório, a abordagem terá de ser diferente. Por exemplo: Quando Pedro pregou em Jerusalém, no Dia de Pentecostes, ele estava falando para um grupo de judeus de diversas partes do mundo, gente já conhecia e já estudava a lei, era um grupo familiarizado com a lei. Porém, Paulo quando pregou em Atenas, a capital intelectual da filosofia, para pessoas que não conheciam o Evangelho, ele anuncia o mesmo Evangelho, mas com abordagem diferente. Ele não começa falando da vida, morte, ressurreição, exaltação e senhorio de Cristo; ele começa afirmando que Deus é o criador, que Deus é o provedor, que Deus é o sustentador da vida. Paulo começou mostrando que esse Deus é espiritual e não habita em casas feitas por mãos humanas, ele começa dizendo que esse Deus não precisa de nada que você faça, porque é Ele quem lhe dá vida, a respiração e tudo mais. Só depois de dizer tudo isso é que Paulo vai falar de Cristo e mostrar que Deus exige arrependimento porque já marcou o dia do juízo. Dependendo do auditório a quem pregaremos, teremos de usar abordagens com nuances diferentes. É preciso ler o texto e ler o povo, ler a passagem e ler o auditório. Você precisa conhecer a cidade onde você está, sua cultura, suas indústrias, seu comércio, pois, assim, você poderá ser pertinente em suas colocações. Em Apocalipse, Jesus falou para a região metropolitana de Laodiceia, e Ele falou de quente, morno, frio, ouro puro, vestes brancas, colírio. Por que Jesus usou todas essas figuras? Porque Ele conhecia, sabia qual era o contexto geográfico, histórico, cultural e comercial daquelas cidades. Assim sendo, o pregador precisa ser uma pessoa antenada. Observe o seguinte relato bíblico: ESDRAS LÊ O LIVRO DA LEI PARA O POVO (NEEMIAS 8.1-9) 1 Já no sétimo mês, todo o povo de Israel estava morando nas suas cidades. No dia primeiro desse mês, todos se reuniram em Jerusalém, na praça em frente ao Portão das Águas. Então pediram a Esdras, o sacerdote e mestre da Lei, que trouxesse o Livro da Lei que o Senhor Deus tinha dado ao povo de Israel por meio de Moisés. 2 Esdras levou o livro para o lugar onde o povo estava reunido: os homens, as mulheres e as crianças que já tinham idade para entender.
  • 7. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 6 3 E ali, na praça em frente ao portão, Esdras leu a Lei para o povo, desde o nascer do sol até o meio- dia. E todos ouviram com atenção. 4 Esdras estava de pé num estrado de madeira que havia sido feito para aquela ocasião... 5 Esdras ficou ali no estrado acima do povo, e todos olhavam para ele. Quando abriu o livro, todos se levantaram... 7 Depois se levantaram e ficaram nos seus lugares. Então os levitas explicaram a Lei para o povo... 8 ELES IAM LENDO O LIVRO DA LEI E TRADUZINDO; E DAVAM EXPLICAÇÕES PARA QUE O POVO ENTENDESSE O QUE ERA LIDO. 9 Quando ouviram a leitura da Lei, eles ficaram tão comovidos, que começaram a chorar. ✓ O preparo antecipado é a chave do bom êxito. Leia várias vezes o esboço do seu sermão para se familiarizar com as palavras e fixar na mente o conteúdo. ✓ Alguns pregadores praticam em voz alta diante de um espelho o seu sermão. Outros gravam todo o sermão e depois o escutam para corrigir os erros ou fazer alterações. ✓ No esboço escrito do sermão é proveitoso sublinhar ou realçar as palavras-chaves que deseja enfatizar. 1. O pregador só deve pregar se tiver uma mensagem para transmitir para o povo de Deus. Jesus disse que o Espírito Santo nos ajudaria a lembrar de tudo que aprendemos. Falar sobre um assunto que não estudamos, que não conhecemos, sem nenhum preparo antecipado é um desrespeito com os irmãos que, muitas vezes se esforçam para estar presentes na Igreja a fim de ouvirem uma mensagem edificante para suas vidas. 2. Use todo tempo disponível para preparar um bom sermão. “Aquilo que é para eu fazer, Deus não fará por mim.” A unção vem de Deus, mas o estudo e preparo são coisas que competem ao pregador. A FORMAÇAO DO ORADOR 1. Não existe uma fórmula para se conseguir o sucesso como orador. Porém, quem quiser ser um bom orador precisará “pagar o preço”. O estudo, a dedicação e o preparo são caminhos para o orador alcançar seus objetivos. 2. Às vezes, o silêncio do orador, o embaraço do palestrante, não é timidez ou esquecimento, mas despreparo. Por outro lado, o orador preparado transmite seu sermão com segurança, com desembaraço e espiritualidade.
  • 8. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 7 Não podemos achar que já conhecemos tanto a Bíblia a ponto de não precisarmos nos preparar convenientemente. Nosso papel é sermos ‘obreiros aprovados que manejam bem a Palavra da Verdade’, como disse Paulo. Ele também nos orienta para que nos afadiguemos na Palavra, que nos esmeremos no ensino, e isso exige de nós dedicação aos estudos. Precisamos ser estudiosos porque ninguém dá o que não tem! Não conseguiremos ensinar se não aprendermos. Quem cessa de aprender, cessa de ensinar! 3. Há uma declaração que é atribuída ao cientista Lavoisier: “Do nada, nada se tira.” Logicamente, o orador que nada leu, nada estudou, nada poderá oferecer para seus ouvintes. O pregador: Primeiramente precisa se encher da Palavra de Deus, alimentar o seu coração e sua mente com o pão do Céu e depois de alimentado e fortalecido, alimentar e fortalecer o povo de Deus. Pregador “seco espiritualmente” não tem condições para alimentar seus ouvintes. 4. Muitas vezes, o sermão de trinta minutos que trouxe tanta edificação para a Igreja exigiu dias para ser preparado. Por outro lado, o “alimento rápido” (fast-food) não tem substância e conteúdo, não alimenta porque não é uma comida sólida. O pregador precisa evitar “a palha” e oferecer um bom alimento para o seu rebanho. Mas, isso demanda tempo e dedicação. 5. Para falarmos bem, precisamos conhecer bem. E para conhecermos bem temos de nos dedicar ao estudo constante. Não podemos depender apenas do nosso talento pessoal. Se temos o dom da oratória, o trabalho há de desenvolvê-lo mais e mais, porém, se não o temos, a dedicação e o esforço hão de supri-lo. 6. Dom Pedro II declarou: “Sou dotado de algum talento, mas o que sei devo-o sobremodo à minha aplicação, sendo o estudo, a leitura... meus principais divertimentos.” 7. Para aqueles que desejam ser bem-sucedidos como oradores não existe uma fórmula pronta. O que existe é muito estudo, sacrifício e trabalho. Há muito que fazer, muito que corrigir e aperfeiçoar. Como alguém disse: “O que falta, me tortura.” você que é pregador precisa formar a sua biblioteca, você precisa ter livros! Como um médico cirurgião precisa de um bisturi, como um agricultor precisa de uma enxada ou de um trator para arar a terra, o pregador precisa de bons livros! Para poder mergulhar em águas mais profundas e estudar com mais cuidado o texto bíblico. Isso possibilitará uma pregação com clareza, com simplicidade, mas com profundidade na Palavra de Deus. O ORADOR E SUA SAÚDE MENTAL 1. O orador deve ter uma mente disciplinada e sadia. 2. O domínio de nossas emoções, o perfeito controle da expressão oral, é sempre uma consequência da mente disciplinada, que nos guia acertadamente, em qualquer situação. Aquele que não tem a mente sadia, não tem condição de falar bem. 3. Um orador desagradável ou desajustado raramente conquista a simpatia de seus ouvintes. Com facilidade percebemos o orador descontrolado, histérico. A simples enunciação de uma palavra, o agitar-se nervosamente caracterizam uma mente doente. 4. O orador precisa ter equilíbrio mental, emocional e naturalidade para falar bem. Sua firmeza e segurança, sua capacidade de persuasão dependem, em grande parte, de seu bom estado mental.
  • 9. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 8 5. Se o orador tem uma mente sã e emoções controladas será bem mais eficiente na arte da oratória sacra. 6. Não adianta nada o orador conhecer todas as técnicas oratórias e ter um bom conhecimento, se diante do público, se descontrola, fica nervoso e, finalmente, fala mal. 7. Com facilidade percebemos o orador embaraçado, nervoso, que treme e transpira. Ele tenta por todos os meios possíveis dizer o que pensa e sente, mas não consegue se expressar. Nesse caso, o auditório é para ele como um campo de batalha. Cada ouvinte é um inimigo. Se alguém se levanta, se uma cadeira é arrastada, se a porta bate... Tudo isso é para ele motivo de pânico e de angústia. Sente vontade de fugir e nunca mais falar em público. Isso, sem dúvida, revela um estado mental. 8. Mas, por que tanta insegurança por parte de certos oradores? À frente dele estão apenas seres humanos. Não são habitantes de outros planetas com intelecto superior. São apenas seres humanos iguais a todos, com defeitos e virtudes, altos e baixos, gordos e magros, intelectuais e leigos [...]. Mas, simples seres humanos, lamentavelmente, imperfeitos que cometem erros e acertos. 9. Mas, para a mente do orador inseguro com imaginação desajustada, seus ouvintes aparecem diante dele como “super-homens” prontos para ameaçá-lo e rejeitá-lo. Assim sendo, sua mente antevê o fracasso, considera-se derrotado e vaiado. A Bíblia diz: “Naquilo que o homem pensar em seu coração, assim ele é” (Provérbios23.7). 10. Não podemos ignorar as leis que regem o comportamento humano. Quando dizemos: “Tenho muito medo de falar em público”, estamos fortalecendo e eternizando um comportamento negativo. Certas expressões como: “Eu queria muito...” na verdade, significam: “Eu não posso.” E com essa atitude mental, nada conseguimos porque perdemos a guerra antes de qualquer batalha. O pregador deve evitar o nervosismo Um pouco de nervosismo pode ajudar a emoção, mas muito nervosismo traz desequilíbrio. Prejudica a tonalidade da voz, a respiração e a naturalidade. Tudo isso compromete a qualidade do sermão. Outro ponto importante está relacionado à velocidade da fala. O pregador deve evitar os extremos. A tensão nervosa leva o pregador a falar muito rápido. Entretanto a fala lenta é monótona e cansativa. Nesse caso, o pregador deve controlar o ritmo de sua fala. Em alguns momentos deve ser rápida e em outros, lenta. Depende da ênfase que deseja transmitir. Em relação ao volume: Deve falar de modo que toda a congregação o ouça e o entenda. Portanto, o tom, o volume e a velocidade da fala devem variar de acordo com a necessidade. 11. ATENTE PARA OS SEGUINTES CONSELHOS: (a) Ao falar em público, o orador deve ter o absoluto domínio de seus nervos; (b) O orador deve ter o coração quente, porém o cérebro frio se deseja alcançar seus objetivos como mensageiro de Deus; (c) Deve ter o domínio de si mesmo pela autossugestão consciente e entregar-se nas mãos de Deus para ser usado como seu mensageiro; (d) Se o orador sacro tem a responsabilidade de transmitir um sermão ou estudo bíblico, tão importante como o preparo de seu esboço e da sua apresentação, é o preparo mental e espiritual. (e) O orador deve ter segurança para dizer para si mesmo: “Não sentirei timidez”; “Não vacilarei”; “Estudei e conheço bem o assunto”; “sou o porta-voz de Deus e a igreja é o rebanho que aguarda o alimento que eu, com a ajuda do Espírito Santo preparei para este momento.”
  • 10. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 9 O PREGADOR DO EVANGELHO DEVE TER UMA VIDA DE ÍNTIMA COMUNHÃO COM DEUS. 1. A intimidade com Deus torna o pregador um verdadeiro atalaia, um homem de Deus. Em seu coração arde a chama divina da piedade, um grande amor pelas almas e um ardente desejo de conhecer cada vez mais a Palavra de Deus. 2. O pregador do Evangelho deve ser, antes de tudo, um homem de oração. Os apóstolos de Jesus se dedicavam à “oração e ao ministério da Palavra” (Atos 6.4). 3. É a oração que vai nos ajudar na semeadura da Palavra, no seu nascimento, no seu crescimento e na sua frutificação. O nosso valor intelectual serve como adubo, mas só quando é colocado à disposição do Senhor, e a planta é regada com as nossas súplicas e lágrimas, aí sim, o Senhor dá o crescimento. 4. O Pregador deve ser cheio do Espírito Santo. Era essa a preocupação da igreja primitiva com relação a todos os servos de Deus chamados para o ministério (Atos 6.3; 13.1-3). Cuidado com a sua aparência Nós homens, muitas vezes, somos um pouco descuidados, inclusive na combinação das roupas. As mulheres, via de regra, são mais qualificadas nisso. Eu não estou dizendo que toda mulher é qualificada e nem estou dizendo que todo homem é desqualificado, mas nós devíamos pensar bem sobre isso. Vamos analisar algumas coisas: Antes de sair de casa para a igreja, ou para o local que você vai pregar, dê uma olhadinha no espelho. Perceba se a sua roupa está combinando. Às vezes, a calça é amarela, a camisa é vermelha, o paletó é azul, a gravata é roxa, e tem cores sobrando nessas roupas. O pregador não deve ser cores aberrantes, pois, roupas muito coloridas o tornam espalhafatoso! Se você for estiloso demais ou demonstrar falta de cuidado com as roupas, você talvez chame a atenção para você. Porém, o papel do pregador não é chamar atenção para si. Ele tem que ser discreto, humilde, contextualizado, e precisa chamar a atenção para a mensagem da Palavra de Deus. Se você vai usar uma gravata, procure saber se o colarinho da sua camisa não está quebrado. Já viu aquela pessoa que coloca uma gravata e o colarinho está todo amarrotado? Essa pessoa chamou a atenção para si! Ou, às vezes, a gravata está com o nó torto... Às vezes, a calça é listrada e o paletó é xadrez. Ou então, o paletó é pequeno demais ou grande demais. A manga alcança na mão ou está dando no meio do braço. Tudo isso é muito importante porque não é possível separar a mensagem do mensageiro. O zelo que o mensageiro tem em sua apresentação é fundamental para que as pessoas recebam a mensagem que ele vai apresentar. Um pregador relaxado na sua aparência pessoal ou com seu vestuário desleixado não é levado a sério e não consegue transmitir a imagem de um autêntico ministro de Cristo. Nunca esqueça: Muitas vezes a roupa que você usa diz quem você é. Paulo escreveu: “Assim pois, importa que todos nos considerem como ministros de Cristo...” (I Coríntios 4.1 – NAA). Mas, como os ouvintes podem considerar um pregador como um ministro de Cristo se seu vestuário transmite uma outra imagem? Não só para pregadores, mas para todos os cristãos é importante saber que estilo de roupa agrada a Deus. Esse assunto também é importante para o Senhor. Como Soberano Senhor, Ele tem padrões sobre como seus servos devem se vestir e se arrumar. Precisamos nos “ataviar com modéstia e bom senso” (I Timóteo
  • 11. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 10 2.9). Aqui o apóstolo Paulo estava falando sobre as mulheres, mas esse princípio também se aplica aos homens cristãos. Essas orientações sobre o vestuário estão bem claras na Bíblia. Assim, quando escolhemos uma roupa, não devemos pensar só no que nós gostamos. Devemos pensar no que agrada ao Senhor nosso Deus. Por exemplo, O Senhor deu a Moisés regras que protegiam os israelitas do modo de vida imoral dos povos em volta deles. Uma das regras dizia que mulher não devia usar roupa de homem e que homem não devia usar roupa de mulher (Deuteronômio 22.5). Essa lei deixa claro que o nosso Deus detesta estilos de roupa que fazem um homem parecer uma mulher, que fazem uma mulher parecer um homem ou que deixam dúvida se é um homem ou uma mulher. A Bíblia contém princípios que nos ajudam a tomar boas decisões sobre o que vestir, não importa o país, a cultura ou o clima. Não precisamos de uma lista imensa dizendo o que podemos e o que não podemos usar; é só seguir os princípios da Bíblia. Mas isso não nos impede de escolher roupas que sejam do nosso gosto. Vamos ver alguns princípios que podem nos ajudar a saber qual é “a boa, aceitável e perfeita vontade de Deus” quando vamos decidir que roupa usar (Romanos 12.1,2). SOMOS “MINISTROS DE DEUS” Deus orientou o apóstolo Paulo a escrever o princípio que está em II Coríntios 6.4. A aparência é importante. Como assim? É que muitas pessoas formam uma opinião sobre nós com base na nossa aparência. (I Samuel 16.7). Somos representantes de Deus. Por isso, quando nos vestimos, não podemos pensar só no que é confortável ou que nos faz sentir bem. Por entendermos os princípios da Palavra de Deus, não usamos roupa muito apertada, curta, decotada ou sensual. Obviamente isso inclui roupas que chamam a atenção para as partes íntimas do corpo. Não queremos que ninguém fique sem graça ou se sinta obrigado a desviar o olhar por causa da nossa roupa. É mais provável que as pessoas nos respeitem como servos de Deus quando temos uma boa higiene e usamos roupas limpas, bem-arrumadas e de bom gosto. Nossa boa aparência pode levar as pessoas a ter mais respeito pela nossa Igreja. Isso pode fazer com que elas deem atenção à mensagem do Evangelho que pregamos. Devemos nos vestir “do modo próprio [dos] que professam devoção a Deus” (I Timóteo 2.10). É claro que uma roupa que é vista com bons olhos numa região talvez não seja em outra. Por isso, o povo de Deus no mundo todo deve levar em conta os costumes locais para não ofender ninguém. Porém, devemos usar uma roupa modesta, não um estilo exagerado que talvez seja comum no mundo. Precisamos pensar em como a nossa roupa vai afetar nossos irmãos (Filipenses 2.4). Por quê? Um dos motivos é que o povo de Deus se esforça bastante para aplicar o seguinte conselho da Bíblia: “Façam morrer, portanto, os membros do seu corpo com respeito a imoralidade sexual, impureza, paixão desenfreada.” (Colossenses 3.2,5). Alguns de nossos irmãos que levavam uma vida imoral no passado talvez ainda lutem contra desejos errados (I Coríntios 6.9,10). Nós não queremos que a nossa roupa torne a luta deles mais difícil, não é mesmo? Nossa roupa deve contribuir para que a congregação seja um porto seguro, um ambiente livre de qualquer influência imoral ou mundana. Deve ser assim quer estejamos nos cultos, quer em alguma programação social. É verdade que temos a liberdade de escolher o que vamos usar. Mesmo assim, cada um de nós tem a responsabilidade de usar roupas que ajudem outros a se manter puros aos olhos de Deus, tanto em pensamentos como em palavras e ações. (I Pedro 1.15,16) Quem ama de verdade “não se comporta indecentemente, não procura os seus próprios interesses” (I Coríntios 13:4,5). Nossas roupas devem mostrar claramente que servimos a Deus. Tanto os nossos irmãos como as pessoas em geral devem reconhecer que somos representantes de Deus. As orientações do nosso Deus são as
  • 12. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 11 melhores que existem, e ficamos felizes de colocá-las em prática na vida. A conduta de nossos irmãos e o tipo de roupa que usam atraem pessoas de coração sincero à verdade. Esses irmãos merecem elogios, pois dão honra ao Criador e alegram o coração dele. Se tomarmos boas decisões sobre o que vestir, vamos continuar a dar louvor a Deus, que se veste “de majestade e esplendor” (Salmo 104:1,2). O modo de vestir-se ou adornar-se de algumas pessoas transmite uma mensagem, que, no caso em questão, é qualquer atitude, que adotada por uma pessoa, pode influenciar no modo de pensar e agir de outras, em relação a ela. Esta mensagem pode ser de simplicidade e modéstia, ou de estímulo e apelo à sensualidade.” (Vivendo com Equilíbrio, p. 40. IAP: São Paulo, 2005). PORTE E POSTURA DO ORADOR NO ANÚNCIO DO EVANGELHO “PORTAI-VOS de modo que não deis escândalo [...] PORTAI-VOS varonilmente [...] Somente deveis PORTAR-VOS dignamente conforme o evangelho de Cristo.” (I Coríntios 10.32; 16.13 e Filipenses 1.27). 1. Atualmente, alguns pregadores pregam sobre si mesmos e sobre vários assuntos e se esquecem de pregar a Cristo. A pregação bíblica deve anunciar a Cristo. Este é o tema fundamental das Escrituras. Por exemplo: Pedro pregou a Cristo (Atos 2.22,36); Filipe, em Samaria, pregou a Cristo (Atos 8.5). Paulo pregou a Cristo (I Coríntios 1.22,23). Um pregador chamado por Deus prega a Jesus Cristo, e não se preocupa em falar tanto de si mesmo. O homem de Deus que, de fato, é ungido por Ele não precisa de autoafirmação. É Deus quem dele dá testemunho (Mateus 3.17). Todos constataram que o rosto de Moisés brilhava, mas ele mesmo não sabia disso! 2. CUIDADO COM OS EMBARAÇOS DESTA VIDA. Há nas Escrituras pelo menos sete coisas que, embora não sejam pecaminosas, atrapalham a vida do pregador (e dos cristãos em geral), bem como a comunhão com Deus: (1ª) COISAS INCONVENIENTES (I Coríntios 6.12a). Tudo nos é lícito, mas certas coisas não nos convêm, principalmente para nós que somos pregadores do Evangelho de Cristo. Por exemplo: Será que é conveniente um pregador adotar um "visual" excessivamente moderno, com roupas extravagantes, cabelos longos, tatuagens, piercings, pulseiras e tantos outros adornos? (2ª) COISAS QUE DOMINAM (I Coríntios 6.12b). Há atitudes e condutas que, em princípio, não aparentam ser pecaminosas, mas tornam-se dominadoras. Cuidado com o uso excessivo do celular. (3ª) COISAS QUE NÃO EDIFICAM (I Coríntios 10.23). (4ª) COISAS QUE NÃO PASSAM NO CRIVO DE FILIPENSES 4.8. Tudo o que fazemos deve ser submetido a esse crivo. Devemos perguntar se o que fazemos é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, etc. Todos os pregadores devem se colocar diante do espelho, que é a Palavra de Deus e analisar sua conduta à luz das Escrituras (Tiago 1.22-24). (5ª) COISAS QUE PARECEM PECADO (I Tessalonicenses 5.22). Precisamos a todo custo evitar ou mesmo fugir da “aparência do mal.” Se algo que praticamos parece pecado, o sinal amarelo acabou acender. Cuidado! (6ª) COISAS QUE EMBARAÇAM (Hebreus 12.1; II Timóteo 2.4). O pregador do evangelho não pode se deixar embaraçar com as coisas desta vida. Gosto de ler o texto de Hebreus 12.1 na Nova Tradução na Linguagem de Hoje que diz: “[...] deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra firmemente em nós [...].” Há várias coisas que não são “pecados”, porém, atrapalham a vida de muitos pregadores e cristãos. Este verso faz eu me lembrar da história de Gideão, que foi poderosamente usado por Deus. Porém, no final de sua carreira, deixou que algo denegrisse o seu testemunho: “Gideão usou o ouro para fazer um manto sacerdotal, que ele colocou em sua cidade, em Ofra. Todo o Israel prostituiu-se, fazendo dele objeto de adoração, e veio a ser UMA ARMADILHA para Gideão e sua família” (Juízes 8.27 - NVI). A ACRF
  • 13. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 12 diz: “UM TROPEÇO”; e a ARA diz: “UM LAÇO.” O manto confeccionado por Gideão não era um pecado, em si mesmo, mas tornou-se “um tropeço” para ele e sua família. Cuidado! Há coisas que, embora não sejam “pecados”, embaraçam a vida espiritual. (7ª) COISAS SEMELHANTES ÀS MENCIONADAS EM GÁLATAS 5.19-21. Não nos esqueçamos de que, além das obras citadas diretamente como sendo da carne, há outras, não mencionadas ali expressamente, porém igualmente perigosas e pecaminosas, chamadas de "coisas semelhantes a estas" (Gálatas 5.21). A IMPORTÂNCIA DAS EXPRESSÕES CORPORAIS E FACIAIS NA PREGAÇÃO A postura do pregador deve ser considerada desde o momento que sobe ao púlpito, quer esteja sentado, quer levantando-se, quer pregando a Palavra de Deus. Enquantoestiversentado,deveportar-sedemaneiradiscreta,sérioeconfiante,concentradoeematitudedeoração. Durante este tempo, deve evitar as conversas paralelas, deve evitar qualquer tipo de leitura (Se o pregador ficar fazendo anotações em seuesboçodesermãoouconsultaotempotodoaBíbliapoderátransmitirparaaigrejaaimagemdealguém que não se preparou adequadamente para transmitir a mensagem de Deus). No púlpito, o pregador deve evitar bocejo ou espreguiçar-se, dando a impressão de que está cansado. Ao levantar-se para pregar deve assumir uma atitude serena, tranquila e confiante.Mas, deve evitar indiferença ou altivez (atitude arrogante) a fim de que a igreja o fite com reverência e respeito. Pedidos de desculpas são desaconselháveis. Por exemplo: “Estou cansado”; “estou doente”; “não estou preparado”; “estou nervoso”, etc. Se está despreparado, doente ou nervoso não deve aceitar o convite para pregar. Aceitando-o, não apresente desculpas. Evite rodeios e mantenha o foco no sermão O pregador não pode subir ao púlpito e pedir desculpas. Nunca deve dizer: “Peço desculpas porque eu fui pego de surpresa.” “Desculpem-me porque eu não me preparei como eu gostaria de ter me preparado.” “Desculpem-me porque eu não tenho eloquência.” “Desculpem-me porque tem gente mais preparada para pregar do que eu.” “Desculpem-me porque eu me sinto incapacitado, inabilitado para falar para vocês.” Não, de modo algum! Tais palavras pré-dispõe as pessoas a não o pregador. Sevocêsubiuaopúlpito,esevocêteveaoportunidadedelerotexto,exporotexto,explicareaplicarotexto,você não tem que pedir desculpas.
  • 14. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 13 Você não tem que ter uma falsa humildade, uma falsa piedade. Você pode sim agradecer o privilégio daquele momento, daquela oportunidade, sem ficar fazendo muitos rodeios e ir direto ao ponto: ler, explicar e aplicar o texto. Há um erro muito comum: O pregador se levanta e começa a fazer as saudações que se prolongam. “Quero cumprimentar o Fulano, pastor presidente, quero cumprimentar o Ciclano, pastor vice-presidente, quero cumprimentar o Fulano de Tal que tem o cargo tal, eu quero também saudar um Ciclano de Tal porque é líder tal!” Ninguém aguenta isso! É uma espécie de jogo de confete que ninguém tolera. Ainda pior do que isso,podem ser aquelas saudações: “Eu trago um abraço do Fulano, do Beltrano, do Ciclano, da minha igreja, também do meu concílio, da minha região...” e gasta tanto tempo com essas amenidades. Não fomos chamados para isso! Fomos convidados para pregar a Palavra de Deus. Devemos evitaressetipodesaudaçãolongaecheiadeconfetes,vamos evitarmuitaconversaantes deleraBíblia, pois esses hábitos nãopassam deumritual vazio.Otempodetodos épreciosodemais!Use-oparaleraBíblia,parapregar a Palavra, para abençoar o povo. O pregador não é um político que se levanta para fazer um discurso e tem umas 30 fichinhas na mão que a assessoria entregou em sua mão para cumprimentar o Fulano, o Beltrano, o Ciclano, mais esse, mais aquele! Não! Você não é um político, você é um pregador! Ao assumir o púlpito, seja breve em seus agradecimentos: “eu quero agradecer o privilégio de estar aqui”. É de bom tom você mencionar o nome do pastor da igreja ao agradecer o privilégio. “E agora, meus irmãos, vamos abrir a Palavra de Deus” E começa o seu sermão, entra naquilo que você foi chamado para fazer, sem rodeios, sem perda de tempo, sem perder o foco! O Corpo Fala Todonossocorpofalaquandonósestamoscomunicando.Aposiçãodospésedaspernas,omovimentodotronco, dos braços, das mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão do olhar. Cadagesto possuiseu significadopróprio, encerra em si umamensagem.Embora os gestos tenham ligação com a natureza das ideias, nem sempre é fácil encontrar na sua expressão o complemento ideal para nossas mensagens. Muitas vezes temos que abandonar a velocidade calma de um movimento que representaria a ideia externada, para optar pelo movimento brusco e ríspido, coerente com a inflexão da voz. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (II Timóteo 2.15) Você acha que somente a sua voz é importante ao falar em público? É inegável que a voz é um fator muito importante no discurso, mas ela é apenas um ingrediente que engloba outros itens, como expressões corporais e faciais na oratória.
  • 15. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 14 O QUE É LINGUAGEM CORPORAL? Alinguagemcorporalfazpartedacomunicaçãonãoverbalecorrespondeatodososmovimentosgestuais e de postura que fazem com que a comunicação seja mais efetiva. Isso inclui os sinais emitidos pelo corpo. A linguagem corporal é um dos elementos mais importantes da oratória. Se todo o corpo fala através de gestos em uma conversa informal, na pregação ele grita! Através de suas atitudes o pregador comunica mensagens que às vezes são inconscientes, positivas ou negativas, transmitindo ao público nervosismo, calma, timidez, insegurança, entusiasmo, confiança ou despreparo. “Charles Chapplin e muitos atores do cinema mudo foram pioneiros das artes na comunicação não-verbal; era a única forma de comunicação disponível na tela. Em sua forma mais pura, o mímico se comunica uma audiência sem a ajuda de diálogos, canções nem narrativa falada. Os movimentos, gestos e expressões dos atores conduzem a ação e nos contam tudo o que devemos saber a respeito de seus sentimentos e motivos.” Enquanto você fala, o seu corpo emite sinais não-verbais que são percebidos facilmente pelos ouvintes. É por isso que devemos cuidar para que esses sinais sejam sempre positivos.
  • 17. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 16 ERROS QUE O PREGADOR DEVE EVITAR 1. Não colocar as mãos no bolso da calça ou do paletó; 2. Não apontar com o dedo indicador como gesto acusador; 3. Não esmurrar o púlpito; 4. Não utilizar gestos indecorosos (com significados de possíveis deturpações); 5. Não colocar as mãos no bolso da calça ou do paletó; 6. Não apontar com o dedo indicador como gesto acusador; 7. Não esmurrar o púlpito; 8. Não utilizar gestos indecorosos (com significados de possíveis deturpações). É muito importante que o pregador saiba como comportar-se no púlpito. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição. 1.Deveevitarassentar-sedemododeselegante:Pernasabertas,corpocurvado(Nãodevenuncacruzaraspernas). 2. Deve evitar a leitura da Bíblia ou anotações no seu esboço. Não basta o pregador estar bem vestido, é preciso a todo custo, não ficar a todo momento pegando no cabelo, pondo [ou retirando] a mão no bolso, segurando na golado paletó, arrumando a gravata ou os óculos constantemente, etc.
  • 19. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 18 A NATURALIDADE DOS GESTOS Na comunicação durante a pregação, nada deve superar a naturalidade. É bom evitar falar com o corpo apoiado sobreopúlpito.Ogestoobedeceaum processonatural.Transmitimosamensagem,aomesmotempoqueinformamos ao corpo o movimento a ser executado. O corpo reage e só depois pronunciamos as palavras. Por isso, o gesto vem antes da palavra ou junto com ela e não depois. Opregadordevetercuidadocomossinaisegestos.Porexemplo:“Eramtrêsosdecididos”(emostrardoisdedos); “A semente de mostarda é minúscula” (e abrir os braços). O pregador não é uma estátua nem um mamulengo, isto é, não precisa ficar o tempo todo ereto sem o menor movimento corporal, enãodeve se requebrar, pular, correr em tornodopúlpito, abaixar-se e levantar-se com movimentos bruscos que provoquem gargalhadas ou algazarra no meio da igreja. Isto é falta de ética, de oratória, de psicologia, de comunicação cristã e de reverência ao lugar santo.
  • 20. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 19 FISIONOMIA [EXPRESSÃO FACIAL] A fisionomia do pregador deve ser alegre, sem, todavia, esquecer-se das regras de interpretação, isto é, de acordo com o momento. Deve ele entonar a voz, ter cuidado com os gestos, para que estejam de acordo com sua fisionomia. A gesticulação dever ser coerente com a interpretação que se dá à mensagem. Mantenha sempre uma fisionomia coerente com a mensagem que você quer passar. A expressão facial envolve a transmissão de emoção para os ouvintes. Ao contar uma história triste, sua fisionomia deve demonstrar o sentimento de tristeza, para histórias de suspense, demonstre preocupação ou medo. A COMUNICAÇÃO DO SEMBLANTE O semblante talvez seja a parte mais expressiva de todo o corpo. Funciona como uma espécie de tela, onde as imagens do nosso interior são apresentadas em todas as suas dimensões. Cada sentimento possui formas diferentes para ser apresentado pelo semblante. É muito importante o pregador usar este recurso fisionômico para melhor comunicar a mensagem que está ministrando. Tudo que você estiver sentindo será transmitido especialmente com o semblante. A fisionomia revela os sentimentos – preocupação, alegria, ansiedade, raiva, indignação, etc. Tenhasempreemmenteque,aopregar,oseusemblantefalaporvocê.Porisso,mantenhaumsemblantecoerente com a mensagem que transmite. O OLHAR Quando o pregador se levanta para transmitir a mensagem das Escrituras, deve, primeiramente, olhar para seus ouvintes,doprimeiroaoúltimobanco,esódepois distodevevoltaros olhos paraaBíbliaeefetuaraleitura.Nãohámaior deselegância do que um orador se envolver com papéis e anotações ANTES de cumprimentar seus ouvintes COM OS OLHOS. Ficar olhando ao seu redor demonstra desinteresse, da mesma forma que olhar para baixo, sem encarar o público, denota insegurança. Evite também olhar fixo para uma única pessoa. É importante olhar nos olhos das pessoas que estão lhe escutando. Seu olhar pode ser a diferença para uma boa comunicação. Ao direcionar o seu olhar para cada ouvinte, você faz com que todos se sintam parte da apresentação. Certifique-se de olhar periodicamente para todas as pessoas do ambiente. Quando você olha para os seus ouvintes, mesmo que não consiga ver cada um, eles se sentem olhados, prestigiados, fazendo parte do assunto abordado.
  • 21. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 20 Por isso, distribua a comunicação visual para todos os lados do auditório, olhando ora para quem está sentado à esquerda, ora para quem está sentado à direita. Tenha em mente que o “olho no olho” é capaz de criar verdadeiras conexões entre indivíduos. Em uma apresentação, por exemplo, direcionar o olhar de pessoa em pessoa pode ser a chave para conquistar a atenção da audiência. Mas faça isso moderadamente, para não causar desconforto. Coloque-se de frente para seus ouvintes. Esse posicionamento mostra que você está motivado a falar e tem algo importante a dizer. Aproveiteparafazercontatovisual:issoéimportanteparademonstrarinteressenaspessoasedesejoemtransmitir o conteúdo. O SORRISO O pregador que inicia cumprimentando seus ouvintes com um sorriso conquista a simpatia e a atenção da maioria deles. Um sorriso diz muita coisa. É como se ele dissesse: “Que bom que vocês estão aqui! É um prazer poder falar com vocês!” O sorriso é contagioso. Quando há troca de sorrisos os ouvintes ficam mais receptivos às palavras do pregador. SORRIR PARA QUÊ? Verdadeiro ou falso, amigável ou assustador, o estilo não faz muita diferença. O fato é que o sorriso sempre serviu como forma de comunicação – talvez a maneira não verbal mais rápida... (Disponível em: Revista Superinteressante. https://super.abril.com.br/historia/sorria-voce-esta-sendo-estudado/ O ideal é que você esboce um sorriso sempre que o assunto permitir para criar sintonia com seus ouvintes. A SIMPLICIDADE DO ORADOR
  • 22. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 21 1. Há pregadores que, em vez de agir com simplicidade, sem extravagâncias, recorrem à excentricidade dramática! Preferem o ritualismo, o formalismo e o artificialismo; são verdadeiros atores. É claro que não precisamos adotar uma imobilidade sepulcral, porém devemos nos portar com sabedoria diante das igrejas de Deus (I Coríntios 10.32), a fim de que sejamos exemplo em tudo (I Timóteo 4.12). 2. Como deve ser a nossa postura no púlpito, ao pregar o evangelho? O Mestre Jesus — nosso maior exemplo (João 13.15) — simplesmente expunha a Palavra de Deus: "E, abrindo a sua boca, os ensinava [...]” (Mateus 5.2,3). Cuidado para não enaltecer a si mesmo Às vezes, o pregador convidado também é um cantor, ou então, às vezes, o pregador convidado também é um escritor e ele leva os seus livros. Ele se levanta para ler a Bíblia, mas leva consigo uma pilha de seus livros e começa a falar de cada livro, recomendando-os, enaltecendo-os: “Eu escrevi este livro, porque este livro é maravilhoso, esse é o melhor livro do mundo!”. Isso não fica nada bem! Nada bem! Você elogiar o seu próprio livro? Você enaltecer a sua própria obra? Você se auto promover como escritor ou como cantor? E às vezes, o pregador fica falando de si mesmo 5 minutos, 10 minutos, 15 minutos expondo seus cursos superiores e sua capacidade intelectual ou profissional, aí quando ele vai ler o texto bíblico, o povo já está cansado, o auditório já não está mais disponível para ouvir. Essa postura passa ideia clara de que a motivação dele estar ali é fazer merchandising, fazer comércio. Lembre-se: Você foi chamado para pregar, então pregue! Você não foi chamado para falar de você, para se auto-exaltar, você não foi chamado para falar das suas obras ou de sua capacidade ou intelectualidade, nem mesmo dos seus títulos. Você foi chamado para pregar, então, pregue a palavra! Não cometa esse erro! Isso cansa a Igreja! PREGADORES OU CONTADORES DE HISTÓRIAS? 1. Há pregadores que teatralizam ao extremo. Sentam ou se deitam no púlpito; usam as pessoas como coadjuvantes; e fazem gracejos ou brincadeiras de mau gosto. Esquecem-se de que a sua missão é apenas expor a Palavra de Deus, e não chamar a atenção para si (João 1.22,23; 3.30). 2. Porque não expor a Palavra do Senhor com naturalidade, sem gesticulação excessiva e uso abusivo de recursos do tipo “olhe-para-o-seu-irmão-e-diga-isso...” Não quero, com isso, incentivar você, caro pregador, a ser uma estátua. Não! Porém, há pregadores que, ao transmitir a mensagem, não empregam nenhum recurso homilético: apenas movem a boca, fixando o olhar em uma única direção. Isso também é ruim! Para ser simples, não é necessário renunciar à personalidade e da ousadia no falar (Atos 9.29). Seja autêntico. 3. Seja autêntico. A linguagem do pregador também deve ser simples, não rebuscada. Não é preciso empregar palavras bonitas, difíceis e raras (I Coríntios 2.4,5). O pregador deve falar de tal modo que seja entendido até pelas crianças (Marcos 10.13-16). Você pode até empregar uma palavra que não seja usual, porém explique o seu significado. Caso contrário, embora todos admirem o seu belo português, ficarão sem entender o que quis dizer. 4. A linguagem do obreiro também deve ser simples, não rebuscada. Não é preciso empregar palavras bonitas, difíceis e raras (I Coríntios 2.4,5). O pregador deve falar de tal modo que seja entendido até pelas crianças (Mc 10.13-16). Você pode até empregar uma palavra que não seja usual, porém explique o seu significado. Caso contrário, embora todos admirem o seu belo português, ficarão sem entender o que quis dizer.
  • 23. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 22 Cuidado com a língua portuguesa Esta dica tem a ver com o cuidado com a língua portuguesa. Há alguns erros graves que nós cometemos e que podem ser evitados com muita facilidade. é muito comum nas pregações e você vê gente com formação, com pós-graduação, com mestrado e doutorado cometendo esse erro: “Senhor abençoa as nossas vidas”. Você só tem uma vida, mesmo que você esteja falando para mil pessoas, você diz: “Senhor abençoa a nossa vida” ou alguém diz assim: “Vamos abrir as nossas bíblias”, mas você só tem uma Bíblia, e mesmo que você fale para mil pessoas, você diz: “Vamos abrir a nossa Bíblia”. Também escutamos assim: “Vamos abrir as nossas bocas para cantar”, não, “vamos abrir a nossa boca”. Mas está correto quando dizemos: “Vamos abrir os nossos lábios”, pois temos mais de um. “Vamos fechar os nossos olhos”, “vamos levantar as nossas mãos”. Há outras expressões mais complicadas ainda que nós chamamos de cacófato. Um exemplo de oração que é muito comum: “Senhor, nós te agradecemos por cada pessoa, por cada visitante, por cada família, por cada igreja aqui presente”. Por cada, por cada, por cada! Essa junção da preposição ‘por’ mais a palavra ‘cada’ gera um cacófato, uma palavra feia, uma pronúncia feia, ‘por cada’! Por isso, o zelo na maneira de se expressar é fundamental. Ouça meu conselho: leia uma boa gramática. Outro conselho: desenvolva o hábito de escutar pessoas que falam a língua portuguesa de maneira correta. Observe, observe! Pratique! Por quê? Porque a língua portuguesa é um instrumento que Deus nos deu para comunicar essa gloriosa mensagem. Se eu não cuido zelosamente da gramática, eu posso criar entraves para as pessoas ouvirem a mensagem do Evangelho. Então, nós não temos o direito de cometer esses erros se nós podemos corrigi-los! QUE TIPOS DE SERMÕES SÃO (ÀS VEZES) PREGADOS (1) Sermão “carapuça”: é aquele pregado quando o preletor tem uma diferença mal resolvida com um dos presentes e, embora o templo esteja cheio, com centenas de pessoas ávidas por ouvir a exposição da Palavra, o sermão inteiro é utilizado para mandar recado àquele único desafeto. (2) Sermão “E daí?”: pregação em que são utilizadas técnicas de retórica, hermenêutica e homilética, com o pregador demonstrando todo o seu conhecimento histórico e teológico, porém sem contextualização, sem uma possibilidade de aplicação pessoal daquelas informações. Dessa maneira, as palavras passam por sobre a cabeça da audiência que, com aquela cara de interrogação, parece querer perguntar: “E daí? O que é que eu tenho a ver com isso?” (3) Sermão “espada”: “esse é o tipo de discurso cortante, penetrante, profundo”, pensarão alguns. Antes fosse. Como é então? Comprido e chato. (4) Sermão antropocêntrico: o homem e seus “sonhos” são o assunto central. Vontade de Deus? Que nada! “Não desista dos seus sonhos”! Vida eterna? Esqueça! “Receba a bênção agooooooora!”. Exposição permeada por frases para “elevar a moral” da audiência, do tipo “você nasceu para vencer”, “há poder em suas palavras”, “a vitória é sua”, e por aí vai. Ok, sabemos que o cristão é mais que vencedor, que somos bem-aventurados, etc., etc., etc. O problema é que, nesse tipo de sermão Jesus raramente aparece. A ênfase recai no homem, como se de nós mesmos pudéssemos algo (1). Moral da história: igrejas abarrotadas de
  • 24. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 23 pessoas apegadas a um materialismo exacerbado, espiritualmente fraca e suscetível a quaisquer ventos de doutrina. (5) Sermão “suco de quermesse”: profundo como uma bacia d’água. Substancioso como um envelope de “tang” diluído em uma piscina olímpica. (6) Sermão “bala perdida”: palavras disparadas aleatoriamente, sem conexão alguma com o texto base, e entrecortado por “Glória a Deus” e “Aleluia”, utilizados para preencher os vácuos. “Se acertar em alguém, amém”, pensa o pregador. (7) Sermão “feira-livre”: nesse, o preletor se mostra azedo como um limão e ao mesmo tempo amargo como um jiló. Inicia pendurando uma melancia no pescoço no afã de aparecer. Em seguida despeja um monte de abobrinhas na audiência, distribui bananas e descasca o abacaxi em cima dos “opositores”. Pega alguns irmãos e os utiliza como “laranjas”, citando suas vidas a título de ilustração. E chora as pitangas ao expor ao povo os pepinos que tem enfrentado. Resumo da ópera: tem tanto conteúdo quanto um pastel de vento. (8) Sermão “míssil teleguiado”: direcionado. Com endereço pré-estipulado. Explico: o pregador fica sabendo por intermédio de terceiros que um membro, um casal, ou uma família daquela congregação está passando por determinado problema. A partir daí, direciona a palavra, como se a tivesse recebido por “revelamento” do Espírito Santo. Com pretensa autoridade, aproveita para “sentar a pua!” (9) Sermão “contos da carochinha”: durante essa ministração você ouve de tudo: historinhas, testemunhos, ilustrações mil, anedotas. Citações bíblicas e Palavra de Deus, que é bom, “patavina”, nada vezes nada! Um sermão que só conta historinhas, que está recheado de ilustrações, não é um sermão! Cuidado para não contar ilustrações pessoais demais. Talvez, você conheça pregadores que se tornam repetitivos, pois todas as vezes contam ilustração da própria vida. Se ele é sempre o herói de suas ilustrações, ele vai passar uma ideia de uma piedade autopromovida, como a dos fariseus. Ou então, ele só conta histórias para mostrar seus erros. Nesse caso, ele passa a ideia de ser uma pessoa relaxada ou descuidada. Pior do que isso, é quando o pregador conta ilustrações de sua própria casa para lavar roupa suja no púlpito e acaba por expor a família ao constrangimento. Eu não estou dizendo que nunca podemos contar uma ilustração pessoal, ou de casa, ou dos filhos, ou do cônjuge, estou dizendo para ter cuidado para não expor a família. Cuidado para não cair no ridículo! Cuidado para que a ilustração, em vez de ajudar, piore a situação. Seja muito zeloso quando você for tratar de ilustrações pessoais. Policie-se para não bater palmas para você mesmo, e nem para passar a ideia de que você é uma pessoa relaxada, ou expor sua família a um vexame. Não corra o risco de ficar endeusando sua família, dizendo que a sua família é a melhor família do mundo. Então cuidado, muito cuidado com esse tipo de ilustração! Cuidado com a conclusão Outra dica importante tem a ver com a conclusão do seu sermão. Nós conhecemos pregadores que dizem assim: “Vamos concluir!”, mas, então, ele lembra de um fato novo e emenda no sermão. O povo está agarrado na promessa dele: “Vamos concluir!”, mas ele estica o discurso por mais 10 minutos, mais 15 minutos. Nesse ponto, o povo já começa a torcer contra ele, começa a orar contra! Ele falou que vai concluir, o auditório começa a remexer no banco, a olhar no relógio, um se
  • 25. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 24 levanta, outro vai embora. E então, quando ele vai concluir, lembra de novo de um outro fato e emenda outra vez. Esse pregador não planejou a sua conclusão. O sermão precisa terminar lá em cima, no ápice. Você precisa concluir o seu sermão de maneira que as pessoas sejam impactadas. Então, planeje e programe a conclusão. Todo sermão precisa ter começo, meio e fim! O pregador não pode ser aquela pessoa que entra em um ônibus para ser o motorista e os crentes embarcam com ele, mas, daqui a um pouquinho, o povo começa a desembarcar, desembarcar, desembarcar! E ele fica dirigindo sozinho. Só ele ficou preso ao sermão, mais ninguém! Por isso a importância de ler o seu auditório. Há gente que prega 10 minutos e o povo não quer ouvir mais; há gente que prega 50 minutos e o povo quer um pouco mais! Se você percebeu que tem um monte de gente folheando Bíblia, olhando no relógio, revirando no banco ou levantando, é um sinal para o pregador. É hora de parar! O pregador precisa ler o auditório para saber se ele pode ou não continuar. Tem hora para concluir, então, precisa concluir. Tenha o cuidado de preparar a conclusão do sermão. Se você disser: “vamos concluir”, então você deve mesmo concluir e concluir de maneira bem concluída, lá no alto, lá no ápice! -O TIPO DE SERMÃO IDEAL Sermão cristocêntrico e bíblico: temos um exemplo básico em Atos 2.22-36. Pedro se baseia nas Escrituras. Seu sermão começa com “Jesus Nazareno”, é recheado de citações ao Mestre, e termina com “Deus o fez Senhor e Cristo”. Ou seja, Jesus é o cerne, é o centro. Ainda se ouve, mas esse tipo de sermão anda muito em falta em nossos dias... NUNCA PREGE SERMÃO LONGO DEMAIS 1. Nunca apresente um sermão com muito conteúdo para seus ouvintes. Há pregadores que derramam tão grande quantidade de matéria que seus ouvintes não conseguem reter ou digerir tudo e acabam confusos diante de tantas informações. Cuidado com a duração do sermão! Não existe uma regra sobre isso. É claro que a igreja deve dar primazia às Escrituras e um tempo especial para a pregação da Palavra de Deus. Quando uma igreja separa mais de uma hora para cantar e depois dá apenas 10 minutos para a pregação, ela está dando um recado: a Bíblia aqui não é prioridade, a Palavra de Deus aqui não é primazia! A liturgia do culto deve preparar o auditório para receber a palavra de Deus, ou seja, o povo adora a Deus, confessa seus pecados, pede a bênção do Eterno e assim prepara o coração para receber a mensagem, que deve merecer prioridade!
  • 26. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 25 2. É importante ressaltar: Os sermões longos se tornam exaustivos tanto para o pregador quanto para os ouvintes que têm de ficar sentados durante muito tempo. Se você for pregar em outra igreja, ou em uma conferência ou congresso, ou em um salão que não é no templo, em uma programação especial, ou você foi convidado por um pastor para falar, é muito importante que você saiba: quanto tempo eu tenho para pregar? Imagine que eles esperam que você pregue 40 minutos e você prega apenas 5 minutos. Ou imagine que você só tem 10 minutos e você estende o sermão para mais de uma hora! É necessário ter controle da mensagem a tal ponto que ela possa ser pregada em 5 minutos ou em 50 minutos, e ainda assim ser uma mensagem clara, com começo meio e fim. Portanto, se o tempo for pouco, você precisará saber usá-lo de tal maneira que a mensagem central seja exposta claramente. Será necessário enxugar a mensagem deixando apenas a essência, aquilo que é o néctar do assunto que você pretendia anunciar. 3. Há sermões que se terminassem na metade estaria ótimo e trariam edificação para o povo de Deus. Contudo, muitos pregadores entornam toneladas de palavras que cansam a audiência e causam desinteresse nas Escrituras. Por isso, muitos consideram a Bíblia um livro chato e monótono. A culpa é, muitas vezes, dos pregadores, que em seus sermões “quilométricos” fatigam a igreja. 4. O ideal é que o pregador não se alongue em seus sermões. É melhor o povo ficar desejando mais, do que enjoar (isso pode ser ilustrado com o ato de degustar um delicioso doce... é melhor comer só um pouquinho e ficar desejando mais, do que empanturrasse e ficar enjoado). 5. Um dos objetivos do sermão é alimentar o rebanho do Senhor. Porém, há pregadores que quando assumem o púlpito, simplesmente, não oferecem um alimento sólido para a igreja. O resultado disso é que muitos membros do corpo de Cristo estão “morrendo de fome” por falta do “pão da vida”. 6. Há sermões longos e exaustivos que muitas vezes trazem anedotas, mas não tocam no coração dos ouvintes. Pode até ser que os corações dos ouvintes sejam alcançados, podem derramar algumas lágrimas, mas, na prática, os seus corações não foram, de fato, quebrantados e convertidos. 7. Façamos um esforço sincero para pregarmos sermões curtos, espirituais e edificantes. Aquele que prega a Palavra de Deus deve ser o primeiro a se alimentar das Escrituras. Não é aconselhável para o pregador se apresentar diante da igreja com o coração vazio. É preciso estar com o coração e a mente repletos da Palavra de Deus, pois, é ela quem sacia a fome da alma. QUANTO TEMPO DEVE DURAR A PREGAÇÃO?
  • 27. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 26 1. Essa é uma pergunta que tem sido muito recorrente na igreja atual. 2. Há muitas dúvidas sobre durante quanto tempo os pregadores devem pregar. O certo é que não há uma regra geral sobre este assunto. 3. Há pessoas que argumentam que um sermão deve durar pelo menos uma hora; caso contrário, a pregação será superficial. Afinal, leva tempo para cavar a rica profundidade da Palavra de Deus. 4. Por outro lado, há aqueles que argumentam que a atenção da nossa cultura está diminuindo. Portanto, seu sermão deve ficar entre de 20 a 30 minutos para que o orador não canse seus ouvintes. 5. Um levamento feito pelo pastor Brandon Hilgemann, fundador do site propreacher.com, mostrou a duração dos sermões nas igrejas que mais crescem nos Estados Unidos. No geral, o estudo constatou que 40 minutos é a duração média do sermão na maioria das igrejas hoje. Em nenhuma das igrejas americanas analisadas a mensagem foi maior que 1 hora. É claro que não estamos aqui apresentando o modelo ideal quanto à duração da mensagem da Palavra, porém, como já comentamos, o bom senso nos leva a adotar sermões curtos, objetivos e diretos. O pregador nunca deve divagar e tentar preencher o tempo com experiências pessoais (aliás, as experiências pessoais devem ser evitadas na pregação, pois, a ênfase deve recair na exposição da Palavra de Deus). Nunca devemos esquecer que: Pregar é expor a Palavra de Deus, e não relatar “casos” ou “experiências”. Se o pregador deseja falar acerca de alguma experiência pessoal, deve pedir oportunidade para transmitir um testemunho para a igreja. Muitos confundem pregação com testemunho. Porém, são duas coisas diferentes. Precisamos pregar sermões bíblicos porque a Bíblia alimentar, confortar, orienta e conduz à salvação em Cristo. Este deve ser o foco do pregador ideal: Pregar a Palavra! 6. Como em nossas igrejas dispomos de tempo resumido para expor o sermão há necessidade de cada pregador aproveitar os poucos minutos para conduzir o povo de Deus à reflexão nas Escrituras. Temos visto
  • 28. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 27 pregadores que quando assumem o púlpito fazem um rodeio imenso e contam tantas experiências alheias ao propósito da exposição bíblica que se tornam cansativos. Tais oradores esquecem que o povo está esperando o alimento espiritual das Escrituras, porém, ao contrário disso acabam recebendo “palha”. Há necessidade urgente de pregadores que sejam objetivos e se voltem para a exposição das Escrituras no curto espaço de tempo destinado para este propósito. É preciso remir o precioso tempo! 7. Em algumas ocasiões, o pregador deve usar o bem senso e prestar atenção no seu auditório. Se as pessoas estiverem conversando, desatentas e se levantando, então está na hora de resumir e concluir o sermão. Isso demonstra sabedoria e coerência. Porém, nem todos os pregadores têm esta sensibilidade. 8. Nunca esqueça disso: Se você perceber que seus ouvintes estão cansados, bocejando, ao ouvir o seu sermão, então, você deve concluir o mais rápido possível o assunto que está pregando. 9. É desaconselhável para o pregador argumentar com a igreja que não se porta com reverência para ouvir a explanação da Palavra de Deus. Existem pregadores que usam seguinte argumento: “Essa igreja não consegue passar poucos minutos dentro do templo ouvindo a mensagem, mas em outras denominações, os membros de lá passam horas ouvindo sermões.” Há outro argumento clássico: “Existem pessoas que passam horas na frente da televisão ou no celular, mas não conseguem passar pouquíssimos minutos ouvindo a Palavra de Deus.” Tais argumentos são desnecessários porque “agridem” e “ferem” os ouvintes. Além disso, não resolvem o problema. 10. Às vezes, o problema não está nos “irmãos da igreja”, mas sim no pregador e no seu sermão. Como ficar atento a um sermão irrelevante, mal preparado ou sem atrativos e unção? Ou como ouvir atentamente um pregador visivelmente despreparado? Assim nem sempre a culpa é da igreja que se mostra “irreverente”. Por isso, é importante o pregador se preparar com antecedência para apresentar um sermão relevante, que chame a atenção do povo e que seja edificante para toda a igreja. Se o pregador preparou um sermão espiritual, bíblico e edificante, com conteúdo que fale diretamente com seus ouvintes, não precisará mendigar a atenção da igreja. As próprias pessoas se sentirão motivadas para ouvir a sua pregação com interesse e reverência. Nós, que somos pregadores, precisamos fazer a nossa parte e, Deus fará a parte dele, tocando nos corações convertendo e salvando as almas. COLOQUE-SE NO LUGAR DOS SEUS OUVINTES. 1. Isso deve ser feito antes e durante a pregação. Quando for preparar o sermão, coloque-se no lugar das pessoas que irão ouvir. Pense: Como eu receberia esta palavra se eu estivesse no banco ouvindo o pregador? 2. Nunca pregue um sermão que não tocou em seu coração. Quando você preparar um sermão, aplique- o primeiramente à sua vida, se nada comover você, então não pregue. Eu não consigo pregar um sermão que não falou primeiramente comigo e não mexeu com minhas emoções. Como eu poderei comover as pessoas, se eu não fui comovido? 3. Imagine a seguinte situação. Você está prestes a pregar em uma igreja no sábado pela manhã. O templo não é climatizado, o dia e está muito quente, você assume o púlpito para transmitir a mensagem às
  • 29. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 28 11.20 h. Você olha para o salão e vê muitas crianças e pessoas idosas. E então pensa: “É totalmente incoerente você pregar a Palavra de Deus durante uma hora.” Esta é uma atitude sábia e coerente. NOÇÕES DE HOMILÉTICA A HOMILÉTICA É: a) Um auxiliar no estudo e análise do texto; b) Um auxiliar na exposição de ideias; c) Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar. A HOMILÉTICA NÃO É: a) Substituta da vida espiritual; b) Substituta do Espírito Santo; c) Uma garantia de ministério eficiente.
  • 30. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 29 A HOMILÉTICA VISA O PREPARO DE: (1) Sermões relevantes (2) Sermões com fundamentação bíblica (3) Sermões objetivos e práticos (4) Sermões espirituais A HOMILÉTICA VISA PRODUZIR: (1) Pregadores preparados (2) Pregadores que vivem o que pregam (3) Pregadores com fervor espiritual (4) Pregadores convertidos (5) Pregadores que anunciam a Salvação em Jesus Cristo ALGUNS CONSELHOS PARA OS PREGADORES
  • 36. ------------------------------------------------------------- Oratória Sacra - Celso do Rozário Brasil pág. 35 O SERMÃO SUA ESTRUTURA