SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
Bruno Castro| Sara Monteiro
Regente: Professor Doutor Luís Varandas
Orientadora: Drª Catarina Gouveia
HISTÓRIA CLÍNICA
 IDENTIFICAÇÃO
– ♀, 7 anos, caucasiana, natural e residente em Lisboa
 ANTECEDENTES PESSOAIS
– Vacinas: PNV actualizado. Fez 2 tomas de Prevenar® (2006 e 2007)
– Doenças anteriores: adenoidectomia, amigdalectomia e colocação
de tubos transtimpânicos aos 5 anos. Seguida em ORL.
– Contexto epidemiológico: sem qualquer contacto com familiares
doentes
 ANTECEDENTES FAMILIARES
– Pai: 27 anos, saudável
– Mãe: saudável
HISTÓRIA CLÍNICA
DOENÇA ACTUAL
lesões nodulares
eritematosas nos membros
inferiores, inicialmente em
pequeno número
anorexia


Febre
Tosse
Sudorese nocturna
Outra sintomatologia
×
×
×
×
Última semana de
Janeiro 2013
2 de Fevereiro 2013
SERVIÇO DE
URGÊNCIA
HISTÓRIA CLÍNICA
HISTÓRIA CLÍNICA
EXAME OBJECTIVO SU
 Bom estado geral, colaborante,
sem sensação de doença
 Pele pálida, mucosas coradas e
hidratadas, anictérica.
 Orofaringe e otoscopia sem
alterações
 ACP sem alterações
 Abdómen sem alterações
 MIs: lesões eritematosas,
nodulares, dolorosas em
ambas as pernas, poupando as
nádegas
ANÁLISES SU
Hemoglobina 13,1
Hematócrito 38%
Leucócitos 9400
Neutrófilos 59,1%
Linfócitos 30%
Plaquetas 359 000
VS 55
PCR 37,3
Phadirect Negativo
TASO 114
Ac AntiDNAse B 100
Lesões
nodulares, e
ritematosas
Anorexia
PROVA
TUBERCULÍNICA
15 mm de induração
com flictenas, após 72 h
Eritema
Nodoso
HISTÓRIA CLÍNICA
HISTÓRIA CLÍNICA
HISTÓRIA CLÍNICA
INTERNAMENTO NA UNIDADE DE INFECCIOLOGIA
EXAME OBJECTIVO  Aparecimento de duas lesões semelhantes
às pré-existentes na face externa do
antebraço direito;
 Restante EO sobreponível.
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
 Hemograma (com VS, PCR, função renal e
hepática)
 Ionograma
 Análise sumária à urina
 Pesquisa de BAAR no suco gástrico
 TC tórax
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Eritrócitos 5,09
Hb 13,6
Htc 40,7%
VGM 79,9
HGM 26,7
CHGM 33,4
Leucócitos 7,7
Neutrófilos 73,66%
Plaquetas 410 000
VS 68 mm/h
PCR 32,3
ANÁLISES
Ureia 18
Creatinina 0,34
FA 192
Ca 10,2
Fósforo 4,0
Magnésio 2,2
Na 137
K 4,3
TASO 114
Ac anti-Dnase B 100
VIH 1 e 2 -
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
 EXAME SUMÁRIO DE URINA
Sem alterações
 SUCO GÁSTRICO
Pesquisa BAAR: negativa
 TC TÓRAX
Compatível com TP primária
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
DISCUSSÃO
ERITEMA NODOSO NO CONTEXTO DE TP
PRIMÁRIA
HISTÓRIA CLÍNICA ECD’S
TRATAMENTO
Isoniazida
200mg
Rifampicina
300 mg
Pirazinamida
500 mg
2 MESES
 Rastreio contactos
 Notificação – Doenças de Declaração Obrigatória
REVISÃO TEÓRICA
ERITEMA NODOSO
DEFINIÇÃO
 Reacção cutânea  lesões nodulares de origem inflamatória.
PANICULITE SEPTAL, Ø VASCULITE
 Clinicamente:
 nódulos subcutâneos eritematosos, firmes, proeminentes, quentes e
dolorosos
 membros inferiores, de predomínio pré-tibial.
ERITEMA NODOSO
ETIOLOGIA
INFECCIOSO
Bactérias
Vírus
Fungos
Parasitas
NÃO INFECCIOSO
Imunológicas
Fármacos
Hormonais
Neoplásicas
Outros
ERITEMA NODOSO
ETIOLOGIA
Infeccioso
S. pyogenis
M. tuberculosis
NãoInfeccioso
Imunológicas
D. Inflamatórias
Intestinais
Sarcoidose
Doença de Beçhet
Farmacológicas
Sulfonamidas
Amoxicilina
Anticonceptivos
orais
ERITEMA NODOSO
EPIDEMIOLOGIA
 Raro (1 a 5/100.000 pessoas/ano, nos adultos); muito raro < 2 anos
 + frequente: , 15-40 anos
 Paniculite + frequente em idade pediátrica
FISIOPATOLOGIA
 agentes indutores  resposta de hipersensibilidade
 formação de imunocomplexos  deposição dentro e à volta das vénulas dos
septos do tec. conjuntivo (tecido subcutâneo)
?
ERITEMA NODOSO
 Aparecimento súbito de nódulos (1-5 cm):
 bilaterais e simétricos
 eritematosos
 depressíveis
 dolorosos
 quentes
 Nódulos podem confluir e formar placas eritematosas
 Perda do relevo e a aquisição de tonalidade acastanhada ou arroxeada
 Face anterior dos membros inferiores
Não ocorre ulceração, atrofia ou cicatriz!
CLÍNICA
ERITEMA NODOSO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Vasculite nodular (Eritema induratum/Doença de Bazin)
 Tromboflebite superficial
 Poliartrite nodosa
 Sarcoidose subcutânea
 Púrpura Henoch-Schonlein
 Infecções subcutâneas
 Picada de insecto
ERITEMA NODOSO
Etiologia muito variada – necessidade de ponderar pedido de ECD’s
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
Diagnóstico: Essencialmente clínico!
 Hemograma
 Morfologia do sangue periférico
 Função hepática e função renal
 Electroforese das proteínas
 VS, PCR
 Cultura do exsudado faríngeo
 TASO e anti-DNase B
 Radiografia/TC de tórax
 Teste de Mantoux
 Coproculturas
 Biópsia
ERITEMA NODOSO
TERAPÊUTICA
Tratamento da causa
subjacente
Antibioterapia
Antibacilares
Suspender fármaco
…
Tratamento sintomático
Repouso (restrição exercício físico)
Evitar contacto irritativo nas lesões
AINEs
Evitar corticóides sistémicos
ERITEMA NODOSO
PROGNÓSTICO
 Benigno e auto-limitado;
 Regressão espontânea (3 a 4 semanas; casos mais graves: 6 semanas);
 Recorrência pouco frequente;
 Cronicidade muito rara;
 Complicações muito raras.
BIBLIOGRAFIA
 Eng AM, Aronson IK. Dermatopathology of panniculitis. Semin Dermatol 1984;3:1-13
 Labbe L, Perel Y, Maleville J, Taieb A. Erythema nodosum in children: a study of 27
patients. Pediatr Dermatol 1996;13:447-50
 Requena L, ShánchezYus E. Erythemanodosum. DermatolClin 26 (2008): 425-438.
 Requena L, Sánchez Yus E. Panniculitis. Part I. Mostly septal panniculitis. J Am Acad
Dermatol 2001;45:163-83
 Yi, S etal.ErythemaNodosum: Clinicopathologiccorrelationsandtheir use in diferencial
diagnosis. YonseiMed 48 (2007): 601-608
 http://www.uptodate.com/contents/erythema-nodosum-the-
basics?source=search_result&search=erythema+nodosum+children&selectedTitle=1
~138
 http://www.uptodate.com/contents/erythema-
nodosum?source=search_result&search=erythema+nodosum+children&selectedTitle
=4~138#H11
OBRIGADO PELA VOSSA
ATENÇÃO!
Bruno Castro| Sara Monteiro

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia FalciformeISCISA
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosresenfe2013
 
PACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
PACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIASPACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
PACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIASNadia Morais Tonussi
 
Pé DiabéTico FormaçãO
Pé DiabéTico FormaçãOPé DiabéTico FormaçãO
Pé DiabéTico FormaçãOguestb54443
 
Sindrome do abdome agudo
Sindrome do abdome agudoSindrome do abdome agudo
Sindrome do abdome agudopauloalambert
 
Insuficiência hepática
Insuficiência hepáticaInsuficiência hepática
Insuficiência hepáticaPaulo Alambert
 
Diagnóstico e tratamento da neurossífilis
Diagnóstico e tratamento da neurossífilisDiagnóstico e tratamento da neurossífilis
Diagnóstico e tratamento da neurossífilisFrancisco Vilaça Lopes
 
Anemia na Infância
Anemia na InfânciaAnemia na Infância
Anemia na Infânciablogped1
 
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoAssistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoresenfe2013
 
Insuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshareInsuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshareMarco Aguiar
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN blogped1
 
Semiologia das Linfadenopatias
Semiologia das LinfadenopatiasSemiologia das Linfadenopatias
Semiologia das Linfadenopatiaspauloalambert
 
Anamnese neurológica
Anamnese neurológicaAnamnese neurológica
Anamnese neurológicapauloalambert
 
Lupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoLupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoPaulo Alambert
 
Febre reumática
Febre reumáticaFebre reumática
Febre reumáticadapab
 

Mais procurados (20)

Anemia Falciforme
Anemia FalciformeAnemia Falciforme
Anemia Falciforme
 
ARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDEARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDE
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticos
 
PACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
PACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIASPACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
PACIENTES COM COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
 
Pé DiabéTico FormaçãO
Pé DiabéTico FormaçãOPé DiabéTico FormaçãO
Pé DiabéTico FormaçãO
 
Sindrome do abdome agudo
Sindrome do abdome agudoSindrome do abdome agudo
Sindrome do abdome agudo
 
Insuficiência hepática
Insuficiência hepáticaInsuficiência hepática
Insuficiência hepática
 
Diagnóstico e tratamento da neurossífilis
Diagnóstico e tratamento da neurossífilisDiagnóstico e tratamento da neurossífilis
Diagnóstico e tratamento da neurossífilis
 
DAP
DAPDAP
DAP
 
Anemia na Infância
Anemia na InfânciaAnemia na Infância
Anemia na Infância
 
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de casoAssistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
Assistência de enfermagem ao paciente com IAM com SST: estudo de caso
 
Insuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshareInsuficiencia cardiaca.slideshare
Insuficiencia cardiaca.slideshare
 
Anemia
AnemiaAnemia
Anemia
 
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
PÚRPURA DE HENOCH- SCHONLEIN
 
Leucemia
LeucemiaLeucemia
Leucemia
 
Semiologia das Linfadenopatias
Semiologia das LinfadenopatiasSemiologia das Linfadenopatias
Semiologia das Linfadenopatias
 
Anamnese neurológica
Anamnese neurológicaAnamnese neurológica
Anamnese neurológica
 
Ecg 4.0
Ecg 4.0Ecg 4.0
Ecg 4.0
 
Lupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso SistêmicoLupus Eritematoso Sistêmico
Lupus Eritematoso Sistêmico
 
Febre reumática
Febre reumáticaFebre reumática
Febre reumática
 

Destaque (14)

Eritema nodoso
Eritema nodosoEritema nodoso
Eritema nodoso
 
Eritema nudoso
Eritema nudosoEritema nudoso
Eritema nudoso
 
Eritema nudoso
Eritema nudoso Eritema nudoso
Eritema nudoso
 
Eritema Nodoso
Eritema NodosoEritema Nodoso
Eritema Nodoso
 
Eritema nodoso: una dermatosis familiar?
Eritema nodoso: una dermatosis familiar?Eritema nodoso: una dermatosis familiar?
Eritema nodoso: una dermatosis familiar?
 
Como manter-se actualizado em MGF?
Como manter-se actualizado em MGF?Como manter-se actualizado em MGF?
Como manter-se actualizado em MGF?
 
Histologia de la piel
Histologia de la pielHistologia de la piel
Histologia de la piel
 
Paniculitis
PaniculitisPaniculitis
Paniculitis
 
Toxicodermias
ToxicodermiasToxicodermias
Toxicodermias
 
Eritema polimorfo
Eritema polimorfoEritema polimorfo
Eritema polimorfo
 
Clase derma 2 dic 2011
Clase derma 2 dic 2011Clase derma 2 dic 2011
Clase derma 2 dic 2011
 
Eritema multiforme
Eritema multiformeEritema multiforme
Eritema multiforme
 
Eritema multiforme
Eritema multiformeEritema multiforme
Eritema multiforme
 
Histologia de la piel
Histologia de la pielHistologia de la piel
Histologia de la piel
 

Semelhante a Eritema Nodoso

PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadePneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadeWevertRamaoCorreaDaS
 
Colecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdfColecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdfInternosFaial
 
Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Larissa Torres
 
Febre de Origem Desconhecida
Febre de Origem DesconhecidaFebre de Origem Desconhecida
Febre de Origem DesconhecidaMarcelino Cabral
 
apendicite-aguda-aula-unic-uma tentativa
apendicite-aguda-aula-unic-uma tentativaapendicite-aguda-aula-unic-uma tentativa
apendicite-aguda-aula-unic-uma tentativaDanielle619759
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISUrovideo.org
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)blogped1
 
Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemiagalegoo
 
Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)
Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)
Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)Laped Ufrn
 
Monoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisMonoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisPaulo Alambert
 
Monoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisMonoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaispauloalambert
 

Semelhante a Eritema Nodoso (20)

Scr bild
Scr bildScr bild
Scr bild
 
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadePneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
 
Trabalho priscila
Trabalho priscilaTrabalho priscila
Trabalho priscila
 
Colecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdfColecistite aguda_complicaoes.pdf
Colecistite aguda_complicaoes.pdf
 
Sessão caso
Sessão  casoSessão  caso
Sessão caso
 
Sessão caso
Sessão  casoSessão  caso
Sessão caso
 
Câncer de bexiga
Câncer de bexigaCâncer de bexiga
Câncer de bexiga
 
Emergencias endoscopicas
Emergencias endoscopicasEmergencias endoscopicas
Emergencias endoscopicas
 
Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2
 
Febre de Origem Desconhecida
Febre de Origem DesconhecidaFebre de Origem Desconhecida
Febre de Origem Desconhecida
 
apendicite-aguda-aula-unic-uma tentativa
apendicite-aguda-aula-unic-uma tentativaapendicite-aguda-aula-unic-uma tentativa
apendicite-aguda-aula-unic-uma tentativa
 
CIRURGIAS NEFROLÓGICAS
CIRURGIAS NEFROLÓGICASCIRURGIAS NEFROLÓGICAS
CIRURGIAS NEFROLÓGICAS
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEISDOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
 
Caso clinico
Caso clinicoCaso clinico
Caso clinico
 
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
Púrpura Trobocitopênica Imunológica (PTI)
 
Neutropenia Febril E Fungemia
Neutropenia Febril E  FungemiaNeutropenia Febril E  Fungemia
Neutropenia Febril E Fungemia
 
Corea sydenham
Corea sydenhamCorea sydenham
Corea sydenham
 
Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)
Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)
Infecção do Trato Urinário na Infância (ITU)
 
Monoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisMonoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciais
 
Monoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciaisMonoartrites diag diferenciais
Monoartrites diag diferenciais
 

Eritema Nodoso

  • 1. Bruno Castro| Sara Monteiro Regente: Professor Doutor Luís Varandas Orientadora: Drª Catarina Gouveia
  • 2. HISTÓRIA CLÍNICA  IDENTIFICAÇÃO – ♀, 7 anos, caucasiana, natural e residente em Lisboa  ANTECEDENTES PESSOAIS – Vacinas: PNV actualizado. Fez 2 tomas de Prevenar® (2006 e 2007) – Doenças anteriores: adenoidectomia, amigdalectomia e colocação de tubos transtimpânicos aos 5 anos. Seguida em ORL. – Contexto epidemiológico: sem qualquer contacto com familiares doentes  ANTECEDENTES FAMILIARES – Pai: 27 anos, saudável – Mãe: saudável
  • 3. HISTÓRIA CLÍNICA DOENÇA ACTUAL lesões nodulares eritematosas nos membros inferiores, inicialmente em pequeno número anorexia   Febre Tosse Sudorese nocturna Outra sintomatologia × × × × Última semana de Janeiro 2013 2 de Fevereiro 2013 SERVIÇO DE URGÊNCIA
  • 5. HISTÓRIA CLÍNICA EXAME OBJECTIVO SU  Bom estado geral, colaborante, sem sensação de doença  Pele pálida, mucosas coradas e hidratadas, anictérica.  Orofaringe e otoscopia sem alterações  ACP sem alterações  Abdómen sem alterações  MIs: lesões eritematosas, nodulares, dolorosas em ambas as pernas, poupando as nádegas ANÁLISES SU Hemoglobina 13,1 Hematócrito 38% Leucócitos 9400 Neutrófilos 59,1% Linfócitos 30% Plaquetas 359 000 VS 55 PCR 37,3 Phadirect Negativo TASO 114 Ac AntiDNAse B 100
  • 6. Lesões nodulares, e ritematosas Anorexia PROVA TUBERCULÍNICA 15 mm de induração com flictenas, após 72 h Eritema Nodoso HISTÓRIA CLÍNICA
  • 8. HISTÓRIA CLÍNICA INTERNAMENTO NA UNIDADE DE INFECCIOLOGIA EXAME OBJECTIVO  Aparecimento de duas lesões semelhantes às pré-existentes na face externa do antebraço direito;  Restante EO sobreponível.
  • 9. EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO  Hemograma (com VS, PCR, função renal e hepática)  Ionograma  Análise sumária à urina  Pesquisa de BAAR no suco gástrico  TC tórax
  • 10. EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Eritrócitos 5,09 Hb 13,6 Htc 40,7% VGM 79,9 HGM 26,7 CHGM 33,4 Leucócitos 7,7 Neutrófilos 73,66% Plaquetas 410 000 VS 68 mm/h PCR 32,3 ANÁLISES Ureia 18 Creatinina 0,34 FA 192 Ca 10,2 Fósforo 4,0 Magnésio 2,2 Na 137 K 4,3 TASO 114 Ac anti-Dnase B 100 VIH 1 e 2 -
  • 11. EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO  EXAME SUMÁRIO DE URINA Sem alterações  SUCO GÁSTRICO Pesquisa BAAR: negativa  TC TÓRAX Compatível com TP primária
  • 12. EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
  • 13. DISCUSSÃO ERITEMA NODOSO NO CONTEXTO DE TP PRIMÁRIA HISTÓRIA CLÍNICA ECD’S
  • 14. TRATAMENTO Isoniazida 200mg Rifampicina 300 mg Pirazinamida 500 mg 2 MESES  Rastreio contactos  Notificação – Doenças de Declaração Obrigatória
  • 16. ERITEMA NODOSO DEFINIÇÃO  Reacção cutânea  lesões nodulares de origem inflamatória. PANICULITE SEPTAL, Ø VASCULITE  Clinicamente:  nódulos subcutâneos eritematosos, firmes, proeminentes, quentes e dolorosos  membros inferiores, de predomínio pré-tibial.
  • 18. ERITEMA NODOSO ETIOLOGIA Infeccioso S. pyogenis M. tuberculosis NãoInfeccioso Imunológicas D. Inflamatórias Intestinais Sarcoidose Doença de Beçhet Farmacológicas Sulfonamidas Amoxicilina Anticonceptivos orais
  • 19. ERITEMA NODOSO EPIDEMIOLOGIA  Raro (1 a 5/100.000 pessoas/ano, nos adultos); muito raro < 2 anos  + frequente: , 15-40 anos  Paniculite + frequente em idade pediátrica FISIOPATOLOGIA  agentes indutores  resposta de hipersensibilidade  formação de imunocomplexos  deposição dentro e à volta das vénulas dos septos do tec. conjuntivo (tecido subcutâneo) ?
  • 20. ERITEMA NODOSO  Aparecimento súbito de nódulos (1-5 cm):  bilaterais e simétricos  eritematosos  depressíveis  dolorosos  quentes  Nódulos podem confluir e formar placas eritematosas  Perda do relevo e a aquisição de tonalidade acastanhada ou arroxeada  Face anterior dos membros inferiores Não ocorre ulceração, atrofia ou cicatriz! CLÍNICA
  • 21. ERITEMA NODOSO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL  Vasculite nodular (Eritema induratum/Doença de Bazin)  Tromboflebite superficial  Poliartrite nodosa  Sarcoidose subcutânea  Púrpura Henoch-Schonlein  Infecções subcutâneas  Picada de insecto
  • 22. ERITEMA NODOSO Etiologia muito variada – necessidade de ponderar pedido de ECD’s EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO Diagnóstico: Essencialmente clínico!  Hemograma  Morfologia do sangue periférico  Função hepática e função renal  Electroforese das proteínas  VS, PCR  Cultura do exsudado faríngeo  TASO e anti-DNase B  Radiografia/TC de tórax  Teste de Mantoux  Coproculturas  Biópsia
  • 23. ERITEMA NODOSO TERAPÊUTICA Tratamento da causa subjacente Antibioterapia Antibacilares Suspender fármaco … Tratamento sintomático Repouso (restrição exercício físico) Evitar contacto irritativo nas lesões AINEs Evitar corticóides sistémicos
  • 24. ERITEMA NODOSO PROGNÓSTICO  Benigno e auto-limitado;  Regressão espontânea (3 a 4 semanas; casos mais graves: 6 semanas);  Recorrência pouco frequente;  Cronicidade muito rara;  Complicações muito raras.
  • 25. BIBLIOGRAFIA  Eng AM, Aronson IK. Dermatopathology of panniculitis. Semin Dermatol 1984;3:1-13  Labbe L, Perel Y, Maleville J, Taieb A. Erythema nodosum in children: a study of 27 patients. Pediatr Dermatol 1996;13:447-50  Requena L, ShánchezYus E. Erythemanodosum. DermatolClin 26 (2008): 425-438.  Requena L, Sánchez Yus E. Panniculitis. Part I. Mostly septal panniculitis. J Am Acad Dermatol 2001;45:163-83  Yi, S etal.ErythemaNodosum: Clinicopathologiccorrelationsandtheir use in diferencial diagnosis. YonseiMed 48 (2007): 601-608  http://www.uptodate.com/contents/erythema-nodosum-the- basics?source=search_result&search=erythema+nodosum+children&selectedTitle=1 ~138  http://www.uptodate.com/contents/erythema- nodosum?source=search_result&search=erythema+nodosum+children&selectedTitle =4~138#H11
  • 27. Bruno Castro| Sara Monteiro