1. Carta aberta ao STF
Já escrevi várias vezes sobre a importância do STF haver julgado e condenado os ladrões petistas d o
Mensalão e que se deveria fazer o mesmo com os meliantes tucanos mineiros, que inventaram tal delito.
Todavia, peço vênia a Vossas Excelências para, voltando ao assunto, registrar minha indignação com o
julgamento dos embargos infringentes da ação 477, que livraram os apenados de pagar pelo crime de formação
de quadrilha. E o que é quadrilha? Na Wikipédia, significa: ”bando, associação criminosa ou gangue –
denominações atribuídas a um grupo de pessoas, que têm por objetivo praticar crimes ou atividades
consideradas ilegais em determinado ordenamento jurídico”.
Ora Senhores, dizer que o maior esquema de corrupção da história deste país, que se reunia dentro do palácio
do Planalto para achacar empresários e desviar dinheiro público não tinha esse fim, é querer enganar os
brasileiros e despistá-los acerca da forma como foram indicados os novos postos de ministro deste tribunal.
Triste país cujos dirigentes se reúnem na calada da noite para trocar a composição da suprema corte com o
único intuito de livrar criminosos que a história haverá de enterrar como ladrões. O Brasil não merecia isto. Um
processo empobrecedor de valores tão caros ao futuro de qualquer país – a meritocracia, a justiça como última
instância para fazer acontecer a cidadania de um povo.
Está escrito: “Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti; em cujo coração se encontram os caminhos
aplanados, o qual, passando em vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva”,
Salmo 84 de David. Um coração aplanado é aquele que promove a justiça aqui na Terra, já que a justiça divina
é certa e colocará os bodes a arder em suas consciências ad eternum – e este é o inferno, de Dan Brown, ou
não. Alerto a Suas Excelências para que levantem os olhos para o mundo a sua volta. Observem as barricadas
de Kiev. Vejam as ruas de Paris ou do Rio de Janeiro. As revoluções das multidões contra injustiças estão
construindo a história contemporânea e, data vênia, os Senhores não poderão se esconder para sempre
debaixo de suas negras togas e em caros palácios. Como “marias-antonietas” do presente, serão decapitadas
pelo avanço dos fatos, que farão a nova ordem prevalecer, onde não mais aceitaremos que existam dois tipos
de decisões judiciais, a dos ricos e aboletados em altos postos da sociedade, e a dos pretos e pobres que
representam a maioria.
Apesar disso, não apoiamos a violência como a do MST – braço armado e financiado do petismo, que esteve a
ponto de invadir e quebrar este palácio, agora feito inútil. Contudo, a mesma história ensina que toda
insensibilidade no poder será castigada e isto também vale, é claro, para o executivo e legislativo.
Concluo, deplorando o vale árido pelo qual os brasileiros atravessam, buscando homens sábios e com coração
aplanado e, ainda assim, como um simples escriba, feito portador desta missiva, lembrar aos ilustres juristas
que só a fé faz de Deus a força capaz de gerar bem-aventuranças e paz social à Nação, como as bênçãos
esverdeadas de uma primeira chuva. Que Ele nos Guie.
José Carlos Nunes Barreto