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Felicidade interna bruta
1. Felicidade interna bruta
―Mas, louco é quem me diz/Que não é feliz/Não é feliz!‖ (Rita Lee)
O que realmente contou para sermos felizes, dentro de uma exaustiva lista de realizações ao longo dos últimos
dez anos? Ao responder a esta pergunta, vamos nos defrontar com um dilema que é mudar ou não nossa
agenda para atingir o ideal de felicidade. Nem tudo que dá dinheiro traz felicidade, ao contrário do senso
comum. Às vezes, até se prospera e, neste período, pensamos ser felizes. Segundo estudiosos de
universidades americanas, isto acontece até que atinjamos o patamar de US$ 100 mil. Acima disso qualquer
incremento não trará felicidade, e se for muito significativo, ao contrário, proporcionará desilusões e desgastes.
Talvez por isso, Jesus Cristo tenha ensinado no sermão do monte a ―não ajuntar tesouros na terra‖. O PIB per
capita (Produto Interno Bruto – quantidade de riquezas produzidas por um país em um ano, dividida pelo
número de habitantes) até hoje é usado como indicador de desenvolvimento de um povo.
Todavia, se você tiver um grande desastre ambiental como o de Campo do Frade em Campos, a movimentação
de recursos e tecnologia para saná-lo, por exemplo, fará um movimento do PIB para cima. O que a sociedade
ganhou neste episódio? Só poluição e destruição. Pois, na década de 90, surgiu um novo indicador que passou
a representar melhor a qualidade de vida gerada pelo desenvolvimento — o Índice de Desenvolvimento
Humano (IHD), estruturado por três colunas: renda per capita, longevidade e o número médio de anos de
escolaridade da população. Este indicador varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1, melhor a qualidade de
vida. Cidades como Curitiba, Niterói, Santos possuem o IDH municipal próximo de 0.90, por isso são excelentes
em qualidade de vida para as pessoas e benchmarkings em sustentabilidade ambiental, portanto, vivendo
nelas, a tendência é que os cidadãos sejam mais felizes. Por quê? Posso enumerar alguns benefícios
vivenciados por eles: 1 – Menos tempo se locomovendo, pois os transportes de massa são rápidos e modernos;
2 – O ar da cidade é melhor, pois há arborização e jardins; 3 – A rede de ensino é de qualidade e atende do
pré-escolar à pós-graduação; 4 – Os hospitais e rede de atendimento da saúde são de primeira linha, pois
foram investidos ali recursos federais, estaduais e municipais; 5 – Há coleta de lixo diária, inclusive a seletiva, e
o esgoto é tratado em sua totalidade, enquanto o lixo vai para um aterro sanitário adequado às legislações
ambientais; 6 – A população que dirige foi educada para respeitar faixa de pedestres e ciclovias (elas existem!).
Mas ora vejam em Butão – pequeno país da Ásia, um sultão se preocupou com a felicidade de seus súditos e
passou a medi-la por meio do FIB -Felicidade Interna Bruta, que substituiria o IDH. Claro que as universidades
e estudiosos do mundo todo agora querem criar um algoritmo que diga o que é FIB, que para diferentes países
variaria de acordo com a cultura local. Mas o que chama a atenção é a inovação proporcionada por um líder
que se preocupa realmente com a felicidade de seus governados e não em sangrá-los com impostos para
depois desviar estes recursos.
Concluindo: Não importa se você mora em casebre ou palácio, é sempre possível ser feliz. Seja feliz. De Jesus
– ―Olhai os lírios do campo, eles não tecem e não fiam e nem Salomão com toda sua Glória se vestiu como
nenhum deles.‖ Nosso Pai do Céu cuida deles assim. Cuidará de você.
José Carlos Nunes Barreto