Este documento discute a importância da inteligência social no século 21 e como ela se relaciona com a gestão de pessoas. A inteligência social tornou-se essencial devido ao impacto das redes sociais e como elas transformaram a comunicação. Gerentes precisam desenvolver habilidades de comunicação, empatia, assertividade e autoapresentação para ter sucesso na gestão de pessoas nesta era.
1. A era da inteligência social
Ponto de Vista
“For ever young/… for ever young…” (Do cancioneiro popular internacional).
Proferi a aula magna de abertura da 12ª turma do MBA em Gestão de Pessoas que coordeno aqui no Triângulo
Mineiro, na Uniube em Uberaba, sexta-feira passada. Falei sobre ”fundamentos e perfil do profissional no
século 21” – e é sempre uma alegria estar em sala de aula lapidando e burilando talentos, tais quais pedras de
muito valor. A procura por este curso aumentou na medida em que a compreensão das organizações acerca da
importância da gestão de pessoas cresceu, vertiginosamente, nesta que já é reconhecida como a era da
inteligência social. Antes de discorrer sobre ela, todavia, peço licença ao leitor para relembrar um escrito deste
rábula bissexto, que mostrava há três anos a teoria das inteligências como forma de entender a complexidade e
o desafio que é conhecer o ser humano para poder ensiná-lo. Dizia eu que o psicólogo Howard Gardner
publicou sua brilhante tese sobre múltiplas inteligências e foi citado por Cosete Ramos no livro “O despertar do
Gênio – aprendendo com o cérebro inteiro”; ed. Quality Mark, RJ, 2004. Nele, a educadora mostra métodos
acelerados de ensino, adaptados a cada perfil de aluno classificado entre as muitas inteligências que a ciência
tem catalogado. Sem dúvida, Pelé, por exemplo, possui uma inteligência corporal sinestésica avançadíssima. A
autora mostra outras formas de inteligência, como a lógica matemática, de Einsten; a visual espacial, de
Michelangelo; a rítmica musical, de Mozart; a interpessoal, de Ghandhi; e a intrapessoal, de Mandela. Todas
possuem suas características próprias de aprendizagem, o que, se bem explorado, conseguirá proezas ao nos
estabelecer como professores de gênios. Neste texto, que intitulei “A maior das inteligências”, destaquei a
importância em se complementar todas as demais inteligências, com a chamada inteligência verbal linguística,
de Victor Hugo, Shakespeare e Guimarães Rosa, e hoje reviso o texto e aumento a lista, sublinhando a
inteligência social, cuja performance aflorou com veemência nos últimos três anos, o que culminou nas redes
sociais que mudaram a nossa forma de se comunicar e enxergar o mundo.
Pois a inteligência social veio para ficar e, por meio dela, já aconteceram várias transformações sociais, sendo
a mais famosa delas a primavera árabe. E é mandatário observar que as habilidades que compõem a sua teoria
são as mesmas exigidas para um executivo que queira gerir pessoas com sucesso: primeiro, a comunicação;
depois, a empatia – se colocar no lugar do outro; terceiro, a comunicação não verbal – o corpo e o tom de voz
falam mais que as palavras; quarto, a assertividade – se posicionar sempre, falando a verdade sem agredir ou
ferir o outro; quinta, dar e receber “feedback” – saber dos outros como vou indo, dizer também o mesmo a
respeito dos colegas, subordinados, superiores (em 360 graus), até da empresa. Por último, a
autoapresentação: roupa adequada, fala adequada a cada situação, público e momento são fundamentais ao
gestor de pessoas.
Desejo aos alunos deste MBA sucesso nesta jornada de dois anos entre este início e a banca final de
apresentação da monografia, lembrando que, como ensinou Ho Chi Min, ex-líder vietnamita do norte: é com o
primeiro passo que se inicia uma longa caminhada.
José Carlos Nunes Barreto