1. A REFORMA PROTESTANTE
Introdução
Tendo passado tanto tempo desviada dos planos do Senhor, podia parecer que a Igreja de Deus não tinha
mais solução. Contudo, Deus não abandonaria jamais a sua noiva:
Às vezes, no curso da História da Igreja, houve momentos em que nos é difícil ver a ação do
Espírito Santo de Deus. Em alguns períodos parecerá que toda a Igreja abandonou por completo a fé
bíblica. Contudo, devemos nos lembrar que a História da Igreja é também a história dos atos de
pessoas pecadoras como nós e, se abrirmos bem os nossos olhos, e olharmos para a História com os
óculos da fé, veremos que, nos momentos mais escuros da história eclesiástica, nunca faltaram
aqueles que preservaram a chama santa e ajudaram a conduzir a Igreja no caminho certo. E dentre os
que preservaram a fé certamente estão inseridos os reformadores do século XVI.1
E assim, depois de um período de grande afastamento das Escrituras, e do plano divino para a Igreja, o
Senhor age poderosamente em seu povo fazendo com que retornem àquilo que Ele revelou. Devido ao grande
esfriamento ocorrido na Igreja durante séculos, era preciso um grande movimento também para avivá-la. Assim, o
mundo estava sendo preparado por Deus para que este evento de reforma pudesse obter êxito. Foram desta forma,
providenciados por Deus o surgimento do Humanismo atrelado ao desejo de insatisfação quanto às condições da
Igreja, a fim de que a Reforma fosse eficaz e decisiva.
O que foi a Reforma?
Como é de se esperar, os fatos históricos são interpretados de modos variados dependendo do historiador.
Portanto, não seria diferente com respeito à Reforma:
O nome e o sentido dados à Reforma são condicionados pela visão do historiador. O historiador
católico romano entende-a apenas como uma revolta de protestantes contra a Igreja universal. O
historiador protestante considera-a como uma reforma que fez a vida religiosa voltar aos padrões do
Novo Testamento. O historiador secular interpreta-a como um movimento revolucionário.2
Evidentemente não levaremos em conta a interpretação histórica daqueles que não se baseiam na Soberania
divina sobre a história humana, nem a interpretação dos que não valorizam as Escrituras como única autoridade
válida para uma interpretação correta dos fatos do mundo. Assim, é preciso nos apegar à interpretação protestante
da história.
Contudo, ainda temos que levar em consideração a seguinte questão: Precisamos entender a história da
Reforma? A resposta só pode ser positiva tendo em vista que somos fruto deste acontecimento singular na história
da Igreja Cristã. Porém, muitas vezes se ouve falar da Reforma, mas não exatamente do que ela significou. Por isto
devemos buscar conceituar a Reforma a fim de podermos compreendê-la melhor. Pode-se explicar o movimento da
Reforma da seguinte maneira:
“Reforma, movimento cismático dentro da Igreja católica que questionava a supremacia eclesiástica
do papa, propiciando a instauração das igrejas protestantes.”3
Ou ainda podemos afirmar que a
Reforma foi um movimento religioso que tencionou trazer a Igreja cristã novamente à submissão
completa às Escrituras Sagradas.
Ou podemos explicar ainda mais extensivamente:
O bem conhecido termo “Reforma Protestante” foi consagrado pelo tempo. Porque a Reforma
procurava voltar à pureza original do Cristianismo do Novo Testamento é que se continuou a usar o
1
COSTANZA, José Roberto. A Reforma Protestante. Fonte: http://www.ipb.org.br/estudos_biblicos/index.php3?id=32. Acessado em
18.07.09.
2
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos: uma história da Igreja Cristã. São Paulo, Vida Nova, 1995, p 224.
3
A Reforma do Século XVI. http://www.pregai.hpg.ig.com.br/principal.html. Acessado em 21.05.07.
2. termo para descrever o movimento religioso de 1517 a 1545. Os reformadores estavam interessados
em desenvolver uma teologia que estivesse em completa concordância com o Novo Testamento;
eles criam que isto seria possível a partir do instante em que a Bíblia se tornasse a autoridade final
da Igreja.4
Conclusões
Com o advento da Reforma, outro cisma ocorre no cristianismo mundial; resultando assim em mais uma
Igreja Cristã distinta. Pelo que, hoje, podemos encontrar espelhada no mundo: a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa e
a Igreja Protestante.
Ainda que a Igreja Protestante seja um segmento do Cristianismo mundial, ela se dividiu (ou se apresentou)
de forma variada desde o período da Reforma. As quatro principais igrejas protestantes que emergiram da Reforma
são: Luterana, conhecida como evangélica na Europa continental; Calvinista ou Reformada; Anabatista e a
Anglicana. Em comum, elas rejeitam a autoridade do papa, e dão ênfase à importância da Bíblia e da fé pessoal.5
Estes foram os ramos protestantes originais, pois como bem sabemos, hoje a variação de pensamentos dentro do
protestantismo é enorme!
Cabe agora esclarecer que a designação “protestante” é utilizada de forma natural nos dias de hoje para
referir-se aos dissidentes da Igreja Católica. Contudo, o que ela quer dizer? Sobre o que estes cristãos protestam?
Por mais estranho que possa parecer, a origem deste “título” não teve a ver com alguma discordância teológica,
mas derivou-se de uma questão político-eclesiástica:
Em 1529, tendo recebido reforços daqueles que desistiram, por medo, de apoiar a Reforma, reuniu-
se, na cidade de Spira, nova Dieta, para deliberar sobre os últimos acontecimentos que agitavam a
nação alemã. A maioria católica decidiu pelo impedimento de qualquer propaganda da Reforma.
Contra isso, os do partido de Lutero protestaram, razão pela qual, daí por diante, os seguidores da
Reforma são geralmente chamados de "Protestantes".6
E ainda:
Em 1529 os príncipes católicos reuniram-se em torno de uma resolução que impedia a introdução da
Reforma em seus territórios, mas reclamavam liberdade de culto romano nos territórios
conquistados pela Reforma. A recusa solene dos príncipes de “fé evangélica” (como se chamavam)
de concordar com esta imposição tornou-os conhecidos por “protestantes”, como passaram a ser
chamados.7
Evidentemente que, a julgar pela importância dos acontecimentos relacionados a esta ruptura com a Igreja
Católica, “comemorar a Reforma não é uma questão de saudosismo ou apego à tradição, mas significa reafirmar os
fundamentos bíblicos redescobertos e confessados pelos reformadores, sem os quais ficaremos à deriva no mar de
incertezas que caracteriza a presente era.”8
Porém, não percamos de vista que nem todos comemoram a Reforma, a
qual fica muitas vezes relevada a um acontecimento do passado sem, aparentemente, possuir significado
importante para a história de suas igrejas:
Por várias razões, é bastante reduzido, em termos proporcionais, o número de protestantes que
valorizam e celebram a Reforma do século 16. Os pentecostais e neopentecostais, tendo surgido
tardiamente e rompido com as igrejas históricas em diversos aspectos importantes, sentem pouca ou
nenhuma afinidade com a obra dos reformadores. Muitos batistas, quer por se considerarem
diferentes das demais igrejas evangélicas, quer por verem as raízes do seu movimento em épocas
anteriores ao século 16, também não se identificam com a Reforma Protestante. Os metodistas
mantiveram certos aspectos da herança protestante original, mas também produziram alterações
significativas na mesma... Restam os quatro grupos iniciais da Reforma do século 16: luteranos,
calvinistas, anabatistas e anglicanos. Os anabatistas, representados mormente pelos menonitas,
pretenderam ser os “reformadores da Reforma”, visto entenderem que os primeiros líderes não
foram longe o bastante na sua ruptura com o catolicismo medieval. A comunidade anglicana, em
4
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos: uma história da Igreja Cristã. São Paulo, Vida Nova, 1995, p 224.
5
A Reforma do Século XVI. Fonte: http://www.pregai.hpg.ig.com.br/principal.html. Acessado em 21/05/2007.
6
COSTANZA, José Roberto. A Reforma Protestante. Fonte: http://www.ipb.org.br/estudos_biblicos/index.php3?id=32. Acessado em
18/07/2009.
7
FERREIRA, Franklin. Martinho Lutero: “Não me envergonho do Evangelho”. Fonte: www.monergismo.com
8
MATOS, Alderi Souza de. Ainda há motivos para comemorar a Reforma? Fonte: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper . Acessado em 17/07/2007.
3. virtude do seu caráter misto protestante-católico, também hesita em assumir entusiasticamente os
seus laços com a Reforma. Desse modo, são especialmente os luteranos e os calvinistas que
continuam a celebrar com maior ênfase o evento de 31 de outubro de 1517 e suas vastas
conseqüências. Aliás, historicamente os presbiterianos têm uma razão adicional para comemorar a
Reforma, uma vez que os protestantes suíços ligados a Zuínglio e Calvino receberam desde o início
a designação específica de “reformados”.9
Por fim, é nosso dever ter sempre em mente que os reformadores não “estrelas” dentro deste movimento
importante da Reforma. Em todos os aspectos, Deus é o autor, consumador, e merecedor de glória em tudo que
aconteceu. “A reforma não se produziu porque Lutero, Zuínglio e Calvino, os principais reformadores do século
XVI, se propuseram a isso, mas porque chegou o momento oportuno de Deus.”10
9
MATOS, Alderi Souza de. Ainda há motivos para comemorar a Reforma? Fonte: Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper . Acessado em 17/07/2007.
10
COSTANZA, José Roberto. A Reforma Protestante. Fonte: http://www.ipb.org.br/estudos_biblicos/index.php3?id=32. Acessado em
18/07/2009.