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Ensinar a Condição Humana
Edgar Morin
“A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e
universal, centrado na condição humana”.
“ A condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o
ensino...”
Para Morin, o ser humano é um todo. Ele é ao mesmo tempo
físico, biológico, psíquico, místico, histórico e social. Faz parte
de todos os aspectos das disciplinas de instruções. Por isso a
educação não pode transmitir o conhecimento fragmentado e
parcelado como tem feito atualmente. Ela deve promover o
conhecimento para a compreensão da totalidade do ser humano.
“Vivemos em uma era Planetária e, como seres humanos somos
conduzidos a uma aventura comum, ou seja a vida. Vida esta que
é interligada um para com o outro.”
 O que é ser Humano? Qual nosso papel como seres
humanos? Como estamos? De onde viemos? Estas e outras
indagações necessitam ser abordadas na educação atual de
forma unida que dê uma pertinência para a aprendizagem e
para que compreendamos isso com toda sua complexidade.
 A maneira com que as disciplinas são ensinadas, o “Ser
Humano” não é levado em consideração com toda sua
complexidade e, acaba por dificultar a compreensão de
todos acerca do que vem a ser realmente Ser Humano.
ENRAIZAMENTO/DESENRAIZAME-
NTO DO SER HUMANO
Se faz preciso um remembramento, visto que o Ser humano
tem sido visto com um quebra-cabeças o qual falta uma peça.
Isto é um problema epistemológico, pois é impossível conceber
a complexidade do ser com humano com um pensamento
disjuntivo e redutor, ou seja como uma unidade fragmentada.
A tarefa da educação para o futuro então é remembrar as
ciências naturais e humanas em evidência a
multidimensionalidade a complexidade humana existente na
condição cósmica, física, terrestre e humana.
A condição cósmica é de universo perfeito, ordenado e eterno
para universo da irradiação, disperso, em devenir, onde atuam
de forma complementar: Ordem, desordem e organização,
sendo simultaneamente uma Auto-Organização Viva.
Já a condição física é que somos seres vivos considerados
como uma diáspora cósmica, migalhas da existência, isto é
brotos da existência terrena.
Enquanto que a condição terrestre é que somos cósmicos e
terrestres, ao mesmo tempo que somos universais enraizados
em uma terra, em uma biosfera. Dependemos da biosfera, pois
temos uma identidade terrena, física e biológica, em uma
situação marginal e periférica dentro do universo.
E, por fim a condição humana que dentro da biosfera somos ao
mesmo tempo Animais e Homens, sendo seres Biofísico-psico-
sócio-cultural, produtores de cultura. Não há como analisar a
complexidade do ser humano separando as ciências naturais das
ciências humanas. O Processo de Hominização, teve início a mais
de 5 milhões de anos e conduz a um novo início, sendo cada etapa
desse processo um novo começo para o ser humano, onde o
mesmo tem caráter contínuo e descontínuo.
O HUMANO DO HUMANO
Somos seres biológicos e culturais e, enquanto seres culturais nós
acumulamos a continuidade das gerações anteriores, somos a
continuação da história e pela cultura da nossa sociedade
cumprimos normas e princípios de como adquirir esses meios
culturais e também de como nos comportar perante o humano.
 Têm-se o circuito Cérebro/Mente/Cultura que é a Tríade
Independente, porque o ser biológico, cérebro, a mente, a
simbolização e a cultura da exteriorização dessa produção são
condições de realização do ser humano. O ser humano se realiza
na e pela cultura e, nós somente nos identificamos e
construímos nossa identidade através da relação com a
identidade do outro.
 O circuito Razão/Afeto/Pulsão apresenta que o cérebro humano
estabelece relações antagônicas e complementares, dividas em
três cérebros, o Paleocéfalo (herdeiro do cérebro dos répteis. É
responsável pela agressividade, pelo cio e pelas pulsões
primárias), o Mesocéfalo (vem dos antigos mamíferos, chamado
de hipocarmos da afetividade e da memória a longo prazo,
sendo o cérebro intermediário) e o Córtex (parte mais evoluída
do cérebro, pois permite a análise, a lógica, estratégia e cultura)
O circuito Indivíduo/Sociedade/Espécie coloca que a cultura e a
sociedade é que garantem a realização dos seres humanos e que
a interação entre os indivíduos é que possibilitam a perpetuação
da cultura e a auto-organização da sociedade.
UNITAS MULTIPLEX: UNIDADE E
DIVERSIDADE
“A educação do futuro tem o dever de cuidar para que a ideia de
unidade da espécie humana não apague a ideia de diversidade, e
que a da sua diversidade não apague a da unidade.”
Enquanto seres humanos vivemos em uma esfera individual e
social. Quanto a esfera individual somos genéticos, pois
recebemos heranças de nossos ancestrais que nos proporcionam
uma singularidade anatômica e fisiológica. Há, porém dentro
da natureza possibilidade de mutação, de modificação na
aquisição decorrente de processos cerebrais, mentais,
psicológicos, afetivos, intelectuais e subjetivos.
DIVERSIDADE CULTURAL E
PLURALIDADE DE INDIVÍDUOS
A cultura é o conjunto de saberes, fazeres, regras, normas,
proibições, estratégias, crenças, ideias, valores e mitos de uma
determinada organização social. É transmitida de geração em
geração e se reproduz em cada indivíduo. Cada cultura é
singular.
“Assim, sempre existe a cultura nas culturas, mas a cultura
existe apenas por meio das culturas.”
Todo ser humano é singular, múltiplo e traz em si o Cosmo...
Nos orgulhamos de nos diferenciarmos dos outros animais por
nossa capacidade racional e assim nos consideramos homo
sapiens
Sapiens - demens
Edgar Morin diz que “ser homo implica ser igualmente
demens”, ou seja, sermos capazes de manifestar paixões,
cólera, gritos, afetividades extremas, a loucura (demens)
inerente a nossa qualidade de homens (homo).
“O ser humano é complexo e traz em si, de modo bipolarizado,
caracteres antagonistas:
sapiens e demens (sábio e louco)
faber e ludens (trabalhador e lúdico)
empiricus e imaginarius (empírico e imaginário)
economicus e consumans (econômico e consumista)
prosaicos e poeticus (prosaico e poético)
Todo ser humano é sapiens/demens porque é um ser
complexo, com traços antagônicos entre a racionalidade e
técnica com a irracionalidade e rituais.
Edgar Morin diz que é sistemático demais possuirmos um
sapiens ou dois, em nossa autodenominação; é preciso
acrescentar um demens, ficando: Homo sapiens sapiens
demens, o que mostra o quanto somos descomedidos, loucos.
Todo ser humano é complexo e antagônicos diante da
racionalidade e irracionalidade contemporânea convivendo em
nós o amor e o ódio, violência e ternura, estabilidade e
irritabilidade.
Esta tensão gerada pelo sapiens e o demens é profícua,
criativa, mas também destrutiva no momento em que se perder
o foco de uma justa medida, de um caminho do meio.
O desenvolvimento da nossa racionalidade é imprescindível,
mas temos que estar cientes de que este desenvolver leva a um
diálogo com o irracionável e este diálogo precisa ser mediado
pelo bom senso.
Homo complexus
“Somos seres infantis, neuróticos, delirantes e também racionais.”
“O ser humano é um ser racional e irracional, capaz de medida e
desmedida; sujeito de afetividade intensa e instável. Sorri, ri,
chora, mas sabe também conhecer com objetividade; é sério e
calculista, mas também ansioso(...)”
“A loucura é também um problema central do homem, e não
apenas seu dejeto ou sua doença”
Somos um misto de complexidade e loucura, somos seres
individuais, sociais e históricos indissociáveis. Qual é então, a
tarefa da Educação do Futuro? Infere-se que é conduzir os
alunos ao estudo da complexidade humana e conhecimento e à
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  • 1. Ensinar a Condição Humana Edgar Morin
  • 2. “A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana”. “ A condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o ensino...”
  • 3. Para Morin, o ser humano é um todo. Ele é ao mesmo tempo físico, biológico, psíquico, místico, histórico e social. Faz parte de todos os aspectos das disciplinas de instruções. Por isso a educação não pode transmitir o conhecimento fragmentado e parcelado como tem feito atualmente. Ela deve promover o conhecimento para a compreensão da totalidade do ser humano. “Vivemos em uma era Planetária e, como seres humanos somos conduzidos a uma aventura comum, ou seja a vida. Vida esta que é interligada um para com o outro.”
  • 4.  O que é ser Humano? Qual nosso papel como seres humanos? Como estamos? De onde viemos? Estas e outras indagações necessitam ser abordadas na educação atual de forma unida que dê uma pertinência para a aprendizagem e para que compreendamos isso com toda sua complexidade.  A maneira com que as disciplinas são ensinadas, o “Ser Humano” não é levado em consideração com toda sua complexidade e, acaba por dificultar a compreensão de todos acerca do que vem a ser realmente Ser Humano. ENRAIZAMENTO/DESENRAIZAME- NTO DO SER HUMANO
  • 5. Se faz preciso um remembramento, visto que o Ser humano tem sido visto com um quebra-cabeças o qual falta uma peça. Isto é um problema epistemológico, pois é impossível conceber a complexidade do ser com humano com um pensamento disjuntivo e redutor, ou seja como uma unidade fragmentada. A tarefa da educação para o futuro então é remembrar as ciências naturais e humanas em evidência a multidimensionalidade a complexidade humana existente na condição cósmica, física, terrestre e humana.
  • 6. A condição cósmica é de universo perfeito, ordenado e eterno para universo da irradiação, disperso, em devenir, onde atuam de forma complementar: Ordem, desordem e organização, sendo simultaneamente uma Auto-Organização Viva. Já a condição física é que somos seres vivos considerados como uma diáspora cósmica, migalhas da existência, isto é brotos da existência terrena. Enquanto que a condição terrestre é que somos cósmicos e terrestres, ao mesmo tempo que somos universais enraizados em uma terra, em uma biosfera. Dependemos da biosfera, pois temos uma identidade terrena, física e biológica, em uma situação marginal e periférica dentro do universo.
  • 7. E, por fim a condição humana que dentro da biosfera somos ao mesmo tempo Animais e Homens, sendo seres Biofísico-psico- sócio-cultural, produtores de cultura. Não há como analisar a complexidade do ser humano separando as ciências naturais das ciências humanas. O Processo de Hominização, teve início a mais de 5 milhões de anos e conduz a um novo início, sendo cada etapa desse processo um novo começo para o ser humano, onde o mesmo tem caráter contínuo e descontínuo.
  • 8. O HUMANO DO HUMANO Somos seres biológicos e culturais e, enquanto seres culturais nós acumulamos a continuidade das gerações anteriores, somos a continuação da história e pela cultura da nossa sociedade cumprimos normas e princípios de como adquirir esses meios culturais e também de como nos comportar perante o humano.
  • 9.  Têm-se o circuito Cérebro/Mente/Cultura que é a Tríade Independente, porque o ser biológico, cérebro, a mente, a simbolização e a cultura da exteriorização dessa produção são condições de realização do ser humano. O ser humano se realiza na e pela cultura e, nós somente nos identificamos e construímos nossa identidade através da relação com a identidade do outro.  O circuito Razão/Afeto/Pulsão apresenta que o cérebro humano estabelece relações antagônicas e complementares, dividas em três cérebros, o Paleocéfalo (herdeiro do cérebro dos répteis. É responsável pela agressividade, pelo cio e pelas pulsões primárias), o Mesocéfalo (vem dos antigos mamíferos, chamado de hipocarmos da afetividade e da memória a longo prazo, sendo o cérebro intermediário) e o Córtex (parte mais evoluída do cérebro, pois permite a análise, a lógica, estratégia e cultura)
  • 10. O circuito Indivíduo/Sociedade/Espécie coloca que a cultura e a sociedade é que garantem a realização dos seres humanos e que a interação entre os indivíduos é que possibilitam a perpetuação da cultura e a auto-organização da sociedade.
  • 11. UNITAS MULTIPLEX: UNIDADE E DIVERSIDADE “A educação do futuro tem o dever de cuidar para que a ideia de unidade da espécie humana não apague a ideia de diversidade, e que a da sua diversidade não apague a da unidade.” Enquanto seres humanos vivemos em uma esfera individual e social. Quanto a esfera individual somos genéticos, pois recebemos heranças de nossos ancestrais que nos proporcionam uma singularidade anatômica e fisiológica. Há, porém dentro da natureza possibilidade de mutação, de modificação na aquisição decorrente de processos cerebrais, mentais, psicológicos, afetivos, intelectuais e subjetivos.
  • 12. DIVERSIDADE CULTURAL E PLURALIDADE DE INDIVÍDUOS A cultura é o conjunto de saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores e mitos de uma determinada organização social. É transmitida de geração em geração e se reproduz em cada indivíduo. Cada cultura é singular. “Assim, sempre existe a cultura nas culturas, mas a cultura existe apenas por meio das culturas.”
  • 13. Todo ser humano é singular, múltiplo e traz em si o Cosmo... Nos orgulhamos de nos diferenciarmos dos outros animais por nossa capacidade racional e assim nos consideramos homo sapiens
  • 15. Edgar Morin diz que “ser homo implica ser igualmente demens”, ou seja, sermos capazes de manifestar paixões, cólera, gritos, afetividades extremas, a loucura (demens) inerente a nossa qualidade de homens (homo). “O ser humano é complexo e traz em si, de modo bipolarizado, caracteres antagonistas: sapiens e demens (sábio e louco) faber e ludens (trabalhador e lúdico) empiricus e imaginarius (empírico e imaginário) economicus e consumans (econômico e consumista) prosaicos e poeticus (prosaico e poético)
  • 16. Todo ser humano é sapiens/demens porque é um ser complexo, com traços antagônicos entre a racionalidade e técnica com a irracionalidade e rituais. Edgar Morin diz que é sistemático demais possuirmos um sapiens ou dois, em nossa autodenominação; é preciso acrescentar um demens, ficando: Homo sapiens sapiens demens, o que mostra o quanto somos descomedidos, loucos. Todo ser humano é complexo e antagônicos diante da racionalidade e irracionalidade contemporânea convivendo em nós o amor e o ódio, violência e ternura, estabilidade e irritabilidade.
  • 17. Esta tensão gerada pelo sapiens e o demens é profícua, criativa, mas também destrutiva no momento em que se perder o foco de uma justa medida, de um caminho do meio. O desenvolvimento da nossa racionalidade é imprescindível, mas temos que estar cientes de que este desenvolver leva a um diálogo com o irracionável e este diálogo precisa ser mediado pelo bom senso.
  • 18. Homo complexus “Somos seres infantis, neuróticos, delirantes e também racionais.” “O ser humano é um ser racional e irracional, capaz de medida e desmedida; sujeito de afetividade intensa e instável. Sorri, ri, chora, mas sabe também conhecer com objetividade; é sério e calculista, mas também ansioso(...)” “A loucura é também um problema central do homem, e não apenas seu dejeto ou sua doença”
  • 19. Somos um misto de complexidade e loucura, somos seres individuais, sociais e históricos indissociáveis. Qual é então, a tarefa da Educação do Futuro? Infere-se que é conduzir os alunos ao estudo da complexidade humana e conhecimento e à tomada de consciência dessa condição humana.