2. • O Evangelho de João registra 7 milagres de Cristo (no
ministério terreno), assim como também 7 “Eu Sou”
(metafóricos), cada um desses registros para mostrar
exatamente o que estamos estudando, a divindade de Cristo.
• Nos relatos dos milagres, não há como
não ver Sua onipotência e, nos registros
da frase divina “Eu Sou”, a intenção é
que Sua divindade seja reconhecida.
3. • É notável que o Evangelho de João é muito diferente dos
sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas).
• Entretanto, essa diferença não é contradição; o que temos
aqui é uma ênfase que o apóstolo, dirigido pelo Espírito
Santo, resolve dar ao seu relato sobre Cristo.
• Embora cada Evangelho tenha algo peculiar, não repetido em
outro, utilizamos somente o de Mateus entre os três, para
expor a onipotência de Cristo, visto que a maior parte dos
Seus milagres se repete.
• Porém em João, temos uma distinção muito
notória, a qual desejamos destacar.
4. • Já no prólogo do seu Evangelho, o apóstolo relata a
onipotência de Cristo.
• Obviamente, ele começa seu relato com a eternidade de
Cristo, mas já estudamos este atributo (Jo 1.1).
• Mas observe o v. 3, onde o apóstolo João deixa claro, sem
qualquer sombra de dúvida, que o poder divino
de Cristo estava em ação na obra criativa!
(ver também v. 10).
5. • A partir do cap. 2, o apóstolo nos mostra uma série de
milagres de Cristo, começando pela água transformada em
vinho.
• A recorrência de Maria a Jesus, informando que os noivos não
tinham mais vinho, não significa que ela esperava dEle algum
milagre, pois ainda não havia feito nenhum.
• Mas, pela ausência de José aqui, supõe-se que já havia
morrido, e ela, como viúva, aprendera a depender de seu filho
mais velho.
6. • A resposta de Jesus à Sua mãe (v. 4) procura romper um tipo
de relacionamento (mãe – filho) para estabelecer outro
(pecador – Salvador): “Mulher, que tenho Eu contigo”?
• Ainda a resposta de Jesus mostra que Ele não anda ditado
pela agenda humana e sim pelos decretos do Pai: “Ainda não
é chegada a minha hora”.
• O objetivo do milagre, segundo João, foi que Jesus desse
início a Seus sinais, manifestasse a Sua glória e produzisse fé
nos discípulos (v. 11).
• Mas é claro que tirou os noivos de um vexame
social (que podia gerar inclusive separação),
provendo-lhes vinho até para depois que todos se
fossem da festa.
7. • No v. 23, lemos que Ele fez outros milagres em Jerusalém,
durante a festa da Páscoa.
• No final de seu Evangelho, João diz que houve realmente
muitos milagres de Jesus que não foram registrados
(20.30,31).
• No final do cap. 4 há o relato do 2º milagre, o da cura do filho
de um oficial do rei (Herodes Antipas), que morava em Caná
da Galileia (vs. 46-54).
• Este homem tinha Jesus como um mágico,
operador de maravilhas (v. 47).
8. • Jesus o repreende, incluindo-o naquela multidão que só se
encantava pelos prodígios, mas não criam no que deviam crer
(v. 48).
• Pelo visto, a repreensão de Jesus curou a alma daquele pai
(pois acabou crendo na palavra), enquanto Sua onipotência
curou seu filho à distância (vs. 50-53).
• No cap. 5 temos o 3º milagre, o encontro de Jesus com o
enfermo no tanque de Betesda (vs. 5-9).
• A onipotência é mostrada no sentido de
que aquele homem não possuía fé para
ser curado, pois nem conhecia Quem
falava com ele (v. 13).
9. • Já vimos a onipotência de Cristo ao multiplicar os pães e os
peixes. Mas aqui no Evangelho de João (cap. 6), o 4º milagre,
lemos que muitos O reconheceram como o profeta que
deveria vir (v. 14; cf. Dt 18.15).
• Esse reconhecimento, no entanto,
não significou fé verdadeira.
Confundiram o Messias e quiseram
proclamá-lo rei (v. 15), além do que,
depois de Seu discurso, O
abandonaram (vs. 60,66).
• O 5º milagre de Jesus em João está no mesmo cap., quando
Ele anda sobre as águas. Já vimos também este milagre, na
verdade, uma demonstração de Sua onipotência, o domínio
sobre as coisas criadas (vs. 19,20).
10. • O 6º milagre é visto no cap. 9, onde lemos sobre a cura do
cego de nascença.
• Este sinal é curioso, pois lemos que foi algo inédito, alguém
ouvir dizer que um cego de nascença fora curado (v. 32).
• Vários cegos foram curados por Jesus, mas é provável que
eles perderam a visão; no presente caso, contudo, foi o
próprio Deus que fez este homem cego desde
sua concepção (cf. Êx 4.11).
• Mas de acordo com a onisciência de Cristo, isto
se deu para que nele fossem manifestas as obras
de Deus (Jo 9.3).
11. • Como todo milagre de
Jesus, este também
tinha um significado,
uma mensagem; e a
mensagem está nos vs. 5,39-41.
• O último e mais portentoso sinal que Jesus fez (relatado por
João) foi a ressurreição de Lázaro (Jo 11).
• Tão espantosa quanto a magnitude deste sinal é a ausência de
seu relato entre os 3 evangelistas! Não se sabe por que eles
omitiram esse fato tão alarmante.
• Este último sinal, tanto quanto o primeiro, teve, por assim
dizer, um selo inicial e final para o Evangelho de João –
glorificar a Cristo (2.11; 11.4).
12. • Diferentemente das demais ressurreições que Cristo realizou,
a de Lázaro conta com o agravante de já estar há 4 dias
morto, sepultado e, embora enfaixado, já cheirava mal (v.
39).
• A onipotência de Cristo foi mostrada sobre a morte como um
prelúdio de Sua própria ressurreição.
• O milagre da ressurreição de Lázaro estava apenas dizendo à
morte que seu poder estava se findando, pois, Aquele que é a
Vida passaria por seus portões e a venceria definitivamente!
• Estes são os relatos dos 7 milagres de Jesus no
Evangelho de João, o que mostra definitivamente
Sua onipotência!
13. • As palavras de Jesus e os registros de João também
demonstraram que Ele tinha consciência de Seu poder como Deus.
• Ele disse a Natanael, por exemplo, que eles veriam coisas maiores
do que Jesus apenas saber algo a seu respeito (1.50,51), o que
começa a mostrar no primeiro milagre.
• No episódio da purificação do templo, Jesus diz uma frase que
mostra Sua onipotência, Seu poder sobre a morte – além de provar
que Ele ressuscitaria pelo Seu próprio poder (2.19-22).
• Com estas palavras, Ele mostra consciência de Sua divindade, mas
Seus discípulos só puderam crer depois da ressurreição.
14. • A famosa conversa de Jesus com o fariseu Nicodemos (Jo 3) é
conhecida até por não crentes.
• Todos gostam muito do v. 16, como se ele fosse o único da
Bíblia – talvez seja o mais deturpado de seu real significado.
• Numa sociedade vitimista e hipersensível soa muito bem falar
que “Deus amou ao mundo”, inclusive por evangelistas que só
querem dizer o que o mundo quer ouvir. Mas veja uma grande
realidade nos vs. 18,36.
• Nos vs. 34,35, as palavras ditas ali nos mostram a onipotência
do nosso Salvador, a saber, o Pai não deu a Jesus o Espírito
por medida, isto é, Ele não recebeu alguma porção do Espírito
como era comum na antiga aliança, mas recebeu o Espírito
por inteiro.
15. • Também lemos que o Pai confiou “todas as coisas” às mãos
do Seu santo Filho. O que é isto, senão mostrar uma íntima
relação entre Eles? Relação de confiança e segurança!
• Por isso que quem não crê no Filho já está julgado, sobre ele
permanece a ira do Pai (v. 36). Porque, se o Pai confiou a Seu
Filho todas as coisas, por que as criaturas não deveriam
também confiar?
• Vemos no episódio da mulher samaritana várias coisas a
respeito da divindade de Cristo. Sua dependência do Pai (vs.
4,34), Sua onisciência (vs. 16-18) e Suas
palavras de salvação (vs. 41,42).
16. • Porém, vemos também Sua humanidade revelada em Seu
cansaço e sede (vs. 6,7). Já Sua onipotência está clara em Suas
palavras nos vs. 10,14,26.
• Quem poderia, em sã consciência, oferecer a outrem, algo
que contém a vida eterna?
• Uma coisa que nenhuma religião do mundo pode falar é que
seu líder, mestre ou fundador concede vida eterna a seus
seguidores.
• Cristo é o único a fazer isso. Por que Ele diria uma coisa dessa
se não fosse Deus onipotente?
• De fato, foi o que Ele quis mostrar àquela mulher – que Ele era
Deus; por isso disse a ela “Eu Sou” (v. 26). Somente Deus
pode dar a vida eterna e ali estava o Deus-Homem para
concedê-la.
17. • No discurso de Jesus, no cap. 5, alguns tentam limitar o poder
de Cristo, alegando que Ele só podia fazer o que visse o Pai
fazer (v. 19).
• Mas observe que Jesus está dizendo “de Si mesmo”, isto é,
independente dos eternos decretos daTrindade.
• Veja ainda no v. 21, que o Filho vivifica a quem quer! Isto seria
contradição? Não. Se Jesus pode fazer o que vê fazer o Pai,
obviamente Ele pode fazer tudo, porque o Pai tudo pode.
• Ainda nos vs. 22,27 Jesus diz que o Pai Lhe confiou todo o
julgamento. Por que razão Deus faria isso se Seu Filho não
fosse plenamente Deus?
18. • Grande poder mostra Jesus em Suas palavras sobre o que Ele
fará por ocasião de Sua segunda vinda (vs. 28,29).
• Que criatura tem poder suficiente para fazer mortos ouvirem
sua voz? Somente Deus tem poder para falar e mortos
escutarem!
• Além destes vs. falarem da ressurreição provocada pelo poder
da Palavra de Jesus, ainda mostram o destino eterno de cada
ser humano, também decretados pela palavra de poder de
julgamento que o Filho tem.
• Não se discute aqui a onipotência de Cristo.
19. • Palavras de Jesus em Seu discurso no cap. 6
também revelam Sua onipotência (v. 27).
• Seu pronunciamento do “Eu Sou” começa aqui (v. 35) e se
estende por 7 vezes (metaforicamente) neste Evangelho.
• Jesus, como Pão daVida, produz vida eterna naquele que
dEle participa (vs. 50,51).
• No cap. 7, Jesus, como Fonte de ÁguaViva, chama Seus
ouvintes a beber dEle, a crer nEle como diz a Escritura (vs.
37,38).
• O espanto dos guardas que foram enviados para prendê-lo foi
por eles testificado (v. 46)! Suas palavras tinham poder!
20. • O 2º “Eu Sou” metafórico de Jesus está em 8.12. Ele é a Luz
do mundo! O sentido desta metáfora é que Ele é o único
enviado de Deus que pode tirar o homem das trevas de seu
pecado e trazê-lo para a luz divina.
• Mas observe que no cap. 8 ainda temos outros
pronunciamentos, sem usar a metáfora
(vs. 24,28,58).
• Veja também que palavra de onipotência Ele
proferiu nos vs. 36,51!
• Não é de espantar que o apóstolo João tenha colocado o
episódio do cego de nascença exatamente após esse
imbróglio de Jesus com os judeus sobre o assunto de luz e
trevas (cap. 9).
21. • Por falar em cap. 9, observe que Jesus recebe adoração do
homem que havia curado (v. 38).
• Suas palavras no v. 39 mostram Sua onipotência, pois, que
homem poderia vir ao mundo para juízo, senão o Filho de
Deus?
• No cap. 10 encontramos mais dois “Eu Sou” de Jesus: a Porta
(vs. 7,9) e o Bom Pastor (vs. 11,14).
• Essas metáforas correspondem ao poder que Ele tem de nos
conduzir a Deus, sendo Ele mesmo Deus,
que nos conduz por Si mesmo (a Porta)
como um bom pastor conduz suas ovelhas.
22. • Jesus declara, neste cap., que Ele tem poder para dar Sua vida
e ainda reassumi-la (vs. 17,18).
• Ainda, como em outras vezes, Ele diz que somente Ele pode
dar vida eterna a Suas ovelhas (v. 28).
• Sem falar que Ele declara Sua unidade com o Pai (v. 30). É
claro que os tj’s querem diminuir essa declaração, alegando
que Jesus Se referia à comunhão que nós também temos com
o Pai – no entanto, veja a reação dos judeus (v. 31-33).
• Estamos estudando a onipotência de Cristo. Embora este
versículo fale da unidade hipostática de Cristo e do Pai, mas é
uma prova inequívoca de Sua divindade.
23. • O 5º “Eu Sou” de Jesus é pronunciado antes de ressuscitar a
Lázaro (Jo 11.25).
• Como vimos antes, este pronunciamento tem a mesma
mensagem do milagre: Jesus não somente tem a vida, mas
Ele é a vida!
• No cap. 12, Jesus afirma que o mundo e seu príncipe será
julgado (v. 31). E, na cruz, Ele atrairá todos a Si (v. 32).
• Como Deus onipotente, Jesus diz
também que Suas palavras julgarão
Seus ouvintes no último dia (vs. 47,48).
24. • No cap. 13, uma das maiores ações simbólicas de Jesus,
vemos sobre Seu poder de purificar pecados no ato do lava-
pés (v. 10).
• A ação de Jesus ali era tão forte que não ser lavado por Ele
representava a exclusão do reino (v. 8).
• Note também a expressão de Cristo: “Vós me chamais o
Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque Eu o sou” (v. 13). A
palavra “Senhor” é a tradução deYahweh, o nome de Deus no
AT.
• Veja um pronunciamento do “Eu Sou” (sem
metáfora) no v. 19.
25. • O 6º pronunciamento “Eu Sou” está em Jo 14.6 – Ele é o
caminho, a verdade e a vida!
• Em vez de ser Jo 3.16 o centro de todo evangelista, creio que
deveria ser este versículo! Sem Jesus não há como se chegar a
Deus. Se alguém não crê nEle comoVerdade, não
passará por Ele que é o Caminho, portanto,
jamais terá SuaVida!
• Aqui também lemos Jesus dizer que poderíamos
orar em Seu nome que Ele mesmo faria o que
pedíssemos (v. 13).
• No v. 30, embora não fale da onipotência, fala
de Sua impecabilidade. Somente Deus não pode
pecar. Jesus disse que o príncipe deste mundo
nada tinha nEle. Jesus é Deus!
26. • O “Eu Sou” final está em 15.1 onde Jesus diz que é aVideira
Verdadeira.
• Aqui Jesus expressa Sua conformidade à vontade do Pai (que
é dar fruto, coisa que Israel, a videira da antiga aliança não
deu), bem como ter Seus discípulos ligados a Si, de forma que
eles também deem muito fruto.
• Cristo é, na verdade, tanto o que frutificou para Deus, como o
que nos faz frutificar para Deus, estando ligados nEle (14.20).
• Veja a onipotência de Cristo revelada no v. 5 e
como Suas obras testemunham o poder julgador
que Ele exercerá no último dia (vs. 22-24).
27. • Conhecido demais também é o versículo que Jesus diz que
venceu o mundo (Jo 16.31). Prova irrefutável de Sua
onipotência.
• Na Sua oração sacerdotal (Jo 17) encontramos
palavras de Jesus que demonstram claramente Sua
onipotência.
• Ele tem autoridade sobre toda a carne, bem como
para dar a vida eterna aos eleitos (v. 2).
• Tudo que o Pai tem é do Filho e vice-versa (v. 10).
• O Filho guarda os que o Pai Lhe deu e nenhum
deles se perde (v. 12).
28. • No episódio da prisão de Jesus, os guardas recuam e caem por
terra diante da onipotência de Cristo, ao fazer o
pronunciamento “Eu Sou” (não metafórico) – vs. 4-6.
• Jesus também não negou a Pilatos que era Rei. Porém, que
Seu reino não é deste mundo (v. 36).
• Em 19.11 Jesus reconhece a autoridade de Pilatos, mas
somente debaixo da autoridade divina.
• Tanto é que Jesus diz que Pilatos não teria
“nenhuma” autoridade sobre Jesus, porque
Ele é onipotente.
29. • Após Sua ressurreição, Jesus sopra sobre Seus discípulos o
Espírito Santo, concedendo-lhes autoridade eclesiástica
apostólica (20.22,23). Só Deus onipotente pode fazer isto.
• O apóstolo João encerra seu Evangelho relatando um milagre
de Jesus (ressuscitado) semelhante ao que havia feito em
Lucas 5.
• Sob a ordem de lançar as redes, os discípulos que haviam
labutado toda a noite sem sucesso, agora lançam-nas e se
surpreendem com 153 grandes peixes (vs. 3-12)!
• João relata que havia ali também brasas,
peixes e pão (v. 9)...
30. • O Evangelho de João diz que “fez Jesus
diante dos discípulos muitos outros
sinais que não estão escritos neste livro.
Estes, porém, foram registrados para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus, e para que, crendo, tenhais
vida em seu nome” (Jo 20.30,31).
• Concluímos que não é somente uma
questão de exibir o poder de Cristo,
embora isso não tenha problema
algum; mas, toda a manifestação de
Sua onipotência deve levar os leitores
à fé no Seu nome para que tenham
vida.
31. • Claro que isso não exclui a manifestação da onipotência de
Cristo, provando que Ele é Deus, mas que isso não deve parar
apenas no campo apologético, senão que, sobretudo, deve
percorrer ao dever de todo aquele que ouve o evangelho –
crer no Filho de Deus!
• O poder do Filho de Deus permeia o Evangelho de João, a
ponto de que muitos leitores chegam à conversão de seus
pecados a Deus por meio da leitura deste Evangelho.
• Este é o interesse do apóstolo que o escreveu. Que, ao lermos
seu relato sobre este Homem sobrena-
tural, possamos declarar comoTomé:
“Senhor meu e Deus meu” (Jo 20.28)!